Miguel Couto Filho

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Miguel Couto
Miguel Couto Filho
Miguel Couto
Governador do Rio de Janeiro
Período 31 de janeiro de 1955
a 2 de julho de 1958
Antecessor(a) Amaral Peixoto
Sucessor(a) Togo de Barros
Dados pessoais
Nascimento 8 de maio de 1900
Rio de Janeiro, Distrito Federal
Morte 2 de maio de 1969 (68 anos)
Guarapari,  Espírito Santo
Partido PSD
Profissão Político

Miguel de Couto Filho, conhecido como Miguel Couto Filho, (Rio de Janeiro, 8 de maio de 1900Guarapari, 2 de maio de 1969) foi um político brasileiro com base eleitoral no estado do Rio de Janeiro e pertencente ao Partido Social Democrático (PSD).

Vida e carreira política[editar | editar código-fonte]

Posse no cargo de governador do estado do Rio de Janeiro, em Niterói.

Miguel Couto Filho nasceu em 8 de maio de 1900, no Rio de Janeiro, filho do médico Miguel de Oliveira Couto e de Maria Barroso Jales Couto. Cursou Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro (atual UFF) e graduou-se em 1921. Depois de terminar o curso, recebeu como prêmio uma viagem à Alemanha. Lá, atuou como assistente extraordinário da II Medizinische Klinik da Charite. Ao regressar, tornou-se chefe de enfermaria do Hospital São Francisco de Assis e da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

No anos 1930, entrou para a política, tendo sido eleito deputado estadual pelo Rio de Janeiro em 1934. Exerceu o mandato de 1935 e 1937, quando o congresso foi fechado pelo golpe do Estado Novo. Com a redemocratização, foi eleito deputado federal constituinte pelo PSD.

Durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1946, Miguel Couto Filho destacou-se por defender as mesmas "teses científicas" de darwinismo social e eugenia racial que seu pai, Miguel Couto, tinha defendido na Assembleia Nacional Constituinte de 1933. Comumente, da tribuna, o deputado evocava seu livro, cujo título era sintomático: "Para o futuro da pátria – Evitemos a niponização do Brasil".[1]

Foi o autor da proposta de emenda constitucional no 3165 que, sem circunlóquios, dizia: "É proibida a entrada no país de imigrantes japoneses de qualquer idade e de qualquer procedência".[2] O senador Luiz Carlos Prestes fez com que o Partido Comunista Brasileiro fechasse questão a favor da emenda e deputados como Jorge Amado e João Amazonas votaram a seu favor.[2] Noutro extremo, Aureliano Leite, sustentou, inflexivelmente, uma posição contrária à emenda.[1] O deputado José Eduardo do Prado Kelly do Rio de Janeiro também opôs-se veementemente, discursou que a emenda a "amesquinharia a nossa obra" e propôs que, se aprovada, ela fosse deslocada para as disposições transitórias. Tal emenda obteve votação de 99 votos contra e 99 votos a favor, cabendo senador e presidente da Assembleia, Melo Viana, dar o voto de Minerva que a rejeitou.[2]

Na Câmara, foi presidente da Comissão de Saúde e atuou principalmente na elaboração de projetos de lei sobre saúde pública. Defendeu a criação do Ministério da Saúde (até então juntada em um único ministério chamado de Ministério da Educação e Saúde Pública, que tinha sido uma ideia e sugestão de seu pai) e os direitos trabalhistas dos médicos do interior. Participou ativamente das campanhas de combate à malária e à esquistossomose, da vacinação contra a difteria e pelo salário mínimo da categoria médica. Reelegeu-se para o cargo em 1950.

Em dezembro de 1953, foi nomeado o primeiro ministro da Saúde do Brasil, quando a pasta foi finalmente criada pelo presidente Getúlio Vargas. Ficou no cargo até junho do ano seguinte, quando voltou à Câmara dos Deputados. Em outubro do mesmo ano, concorreu ao governo estadual do Rio de Janeiro pelo PSD e foi eleito. Renunciou em julho de 1958 para concorrer ao Senado Federal, para o qual foi eleito em outubro. Após a eleição, trocou o PSD pelo PSP, tornando-se líder do partido no Senado entre 1963 e 1965.

Com o golpe militar de 1964 e a cassação do registro dos partidos pelo AI-2, entrou para a ARENA, partido que apoiava o regime. Em 1966, conquistou novo mandato de deputado federal pelo estado do Rio por essa sigla. Morreu no exercício do mandato, em 2 de maio de 1969, enquanto viajava a Guarapari, balneário do Espírito Santo.

Referências

  1. a b MORAIS, Fernando Morais. Corações Sujos, pág. 255
  2. a b c SUZUKI Jr, Matinas (20 de abril de 2008). «História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de agosto de 2008 

Precedido por
Antônio Balbino
Ministro da Saúde do Brasil
1953 — 1954
Sucedido por
Mário Pinotti
Precedido por
Amaral Peixoto
Governador do Rio de Janeiro
1954 — 1958
Sucedido por
Togo de Barros