Palácio do Planalto

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Palácio do Planalto
Palácio do Planalto
O Palácio do Planalto.
Tipo Sede de Governo
Estilo dominante Arquitetura modernista brasileira
Arquiteto Oscar Niemeyer
Engenheiro Joaquim Cardoso
Início da construção 10 de julho de 1958
Inauguração 21 de abril de 1960 (64 anos)
Website
Número de andares 4
Geografia
País Brasil
Coordenadas 15° 47' 56" S 47° 51' 39" O

Palácio do Planalto é o nome oficial do Palácio dos Despachos da Presidência do Brasil.[1] É o local onde está localizado o Gabinete Presidencial do presidente da república. O prédio também abriga a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. É a sede do poder executivo do Governo Federal brasileiro. O edifício está localizado na Praça dos Três Poderes em Brasília, tendo sido projetado por Oscar Niemeyer. O Palácio do Planalto faz parte do projeto do Plano Piloto e foi um dos primeiros edifícios construídos na capital.

A construção do Palácio do Planalto começou em 10 de julho de 1958, obedecendo ao projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer e ao cálculo estrutural de Joaquim Cardoso.[2] O engenheiro-chefe da obra foi Fausto Amadeu Francisco Favale (16/02/1929-29/06/2014), pessoalmente designado para o desafio por Juscelino Kubitschek.[3][4][5] Favale enfrentou o desafio de concretizar as ideias de Niemeyer a respeito das colunas curvas da fachada (conhecidas como "velas"), numa intermediação entre o projeto arquitetônico e o cálculo estrutural. [3][6]A obra foi concluída a tempo de tornar o Palácio o centro das festividades da inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. Até então a residência de vistoria do presidente funcionava em uma construção provisória de madeira conhecida popularmente como Palácio do Catetinho, inaugurada em 31 de outubro de 1956, nos arredores de Brasília.

Antes da construção do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada, o Palácio do Catete, localizado na cidade do Rio de Janeiro, foi a sede do poder executivo brasileiro de 1897 a 1960. A partir desse ano, a sede do poder executivo foi transferida para a recém-inaugurada cidade de Brasília.

Arquitetura

As icônicas colunas do Planalto, criadas por Oscar Niemeyer.
A rampa e o parlatório, usados apenas em ocasiões especiais.
Gabinete Presidencial, local de trabalho do Presidente (visto durante a administração Lula).
O Gabinete, visto após a reforma de 2010.
Parte da série sobre
Política do Brasil
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O projeto do Palácio do Planalto é marcado pela singeleza de suas linhas, com predominância dos traços horizontais. Curvas e retas combinam-se de forma a conferir ao prédio uma plasticidade marcante e requintada. As colunas conseguem o efeito desejado por Niemeyer, de serem "leves como penas pousando no chão".

Os jardins são de autoria do paisagista Roberto Burle Marx. Em 1991, foi construído um espelho d’água, em frente e na lateral direita do prédio com uma área aproximada de 1635 metros quadrados, comportando 1.900 metros cúbicos de água, com profundidade de 1m10cm e uma largura que varia entre cinco a vinte metros. Enfeitam o espelho d’água várias carpas coloridas de origem japonesa.

A construção do espelho d'água foi feita em regime de urgência, no final do governo de José Sarney, depois que um motorista desempregado pretendeu invadir o palácio com o ônibus que dirigia, acabando por chocar-se com uma das colunas. Na ocasião, como a popularidade de Sarney estava em baixa, comentava-se satiricamente que o palácio desgovernado havia se chocado com um ônibus.

O Palácio consta de quatro pavimentos, com uma área de 36 mil metros quadrados e quatro anexos.

  • No primeiro pavimento, serviços de Recepção e Portaria e Comitê de Imprensa.
  • No segundo pavimento estão os salões Leste, Nobre, Oeste, Sala de Reuniões e Secretaria de Imprensa e Divulgação.
  • No terceiro pavimento se encontram: o Gabinete Presidencial e dos seus assessores mais diretos.

No quarto e último pavimento funcionam, a Casa Civil e o Gabinete de Segurança Institucional.

Na fachada posterior do Palácio está o heliponto, construído em 1990, com a finalidade de atender os deslocamentos aéreos de curta distância do Presidente da República .

O parlatório, situado à esquerda da entrada principal, é o local de onde o Presidente e convidados podem se dirigir ao povo concentrado na praça. Foi usado no dia da inauguração de Brasília e em outras raras ocasiões, como no momento em que Fernando Henrique Cardoso passou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de posse do segundo.

O acesso à entrada principal é feito por uma rampa, que não é usada no dia-a-dia pelo Presidente, mas apenas em ocasiões especiais, como a visita de dignitários estrangeiros.

Acervo

Obras de arte

Do acervo do Palácio, aquarela de Guignard.

O acervo do Palácio do Planalto reúne obras de arte criadas por artistas consagrados, brasileiros e estrangeiros, entre pinturas, esculturas e tapeçarias. Possui, também, um rico mobiliário, porcelanas da Companhia das Índias e prataria portuguesa do Século XVIII.

Algumas peças foram criadas exclusivamente para o Palácio, como a tapeçaria Músicos, de Di Cavalcanti, que recebeu a incumbência do arquiteto Oscar Niemeyer.

Biblioteca

Inteiramente remodelada em 2005, a um custo de setecentos mil reais, a biblioteca do Palácio possui um acervo de 33 mil volumes, de livros a periódicos e recortes de jornais. Na biblioteca também é possível encontrar coleções de Leis do Brasil, do Diário Oficial da União, e de discursos dos presidentes da República.

A biblioteca tem área para atender portadores de necessidades especiais e espaços amplos para estudos individuais e em grupo. O local é aberto ao público, mas o empréstimo domiciliar de livros é restrito apenas aos servidores do Palácio do Planalto.

Reforma

Fachada do Palácio do Planalto

Em 2006, as instalações do Palácio do Planalto apresentam sinais de desgaste, tornando necessária uma reforma imediata.

Para resolver a situação, em março de 2009 teve início a mais extensa e histórica reforma efetuada no edifício e, por isso, o gabinete presidencial foi provisoriamente transferido para o prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A reforma abrangeu a restauração, a substituição das redes hidráulica, elétrica e de ar-condicionado e a ampliação dos elevadores. No subsolo, foi construída uma garagem para 500 carros.[7]

Com um custo total da reforma de R$ 103 milhões, o prédio foi entregue em 31 de maio de 2009. Após a mudança da mobília, o presidente Lula voltou a despachar no local no dia 25 de agosto de 2010.

O prédio também abriga a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Ver também

Referências

  1. «Nome Oficial do Palácio do Planalto: Lei Federal n.º 10.683 de 28 de maio de 2003, Art. 2º-B ,§ 1º». Senado Federal: Promulgação da Lei Federal n.º 11.467/2007. Em 28 de Junho 2007. Consultado em 27 de Fevereiro 2010  Verifique data em: |data= (ajuda)
  2. «A poesia concreta de Joaquim Cardozo». VEJA. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  3. a b Graça Ramos (05 de Junho de 2012). «Equação de concreto, suor e sangue». Brasília Poética. Consultado em 22 de janeiro de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)
  4. «Joaquim Cardoso». Sem autor. Consultado em 22 de janeiro de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Sem autor (Sem data). «Fausto Amadeu Francisco Favale». Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural. Consultado em 22 de janeiro de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. André Luiz Andrade Moreira (22 de junho de 2007). [repositorio.unb.br/bitstream/.../Dissert_Andre%20Luis%20Andrade.pdf «A ESTRUTURA DO PALÁCIO DA JUSTIÇA EM BRASÍLIA: ASPECTOS HISTÓRICOS, CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE PROJETO, EXECUÇÃO, INTERVENÇÕES E PROPOSTA DE ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO»] Verifique valor |URL= (ajuda) (PDF). UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL. Consultado em 22 de janeiro de 2015  line feed character character in |publicado= at position 25 (ajuda)
  7. «Lula volta a despachar no Planalto só depois da Copa do Mundo da África». OGlobo. 4 de Junho 2010. Consultado em 8 de Julho 2010 

Ligação externa