Restinga da Marambaia

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Vista aérea da Restinga da Marambaia

A Restinga da Marambaia é uma restinga e ilha pertencente aos municípios de Mangaratiba, Itaguaí e Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Faz parte da Costa Verde. A região é administrada pela Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira.[1]

Suas praias têm acesso restrito por ser área militar. Contudo, por vezes, algumas excursões são feitas no local com fins educacionais e de pesquisa, por escolas e universidades. A navegação e pesca nas proximidades da restinga é proibida, por existir risco de acidentes devido à realização de testes de armamentos e munições.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Marambaia" é originário do termo tupi antigo kamarambaîa, que designa a planta camarambaia.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Ponte Velha da Marambaia, que liga a restinga à Barra de Guaratiba

O primeiro documento formal da posse de Marambaia foi registrado em 1856, em nome do comendador Breves, que veio a falecer em 1889, passando a região para sua viúva.[1] A ilha passou para a Marinha do Brasil em 1908 e, nela, foi instalada a Escola de Aprendizes-Marinheiros em 16 de junho de 1908. Desde então, é utilizada ainda para exercícios militares e experimentos de armamentos (principalmente pelo Corpo de Fuzileiros Navais). Desde 1981, funciona, lá, o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (CADIM).[1]

Em 1943 iniciou-se a construção da Ponte Velha que liga o continente (antiga região de Guaratiba) à restinga, passando a funcionar na parte leste da mesma o então Polígono de Tiro da Marambaia, quartel este posteriormente denominado Campo de Provas da Marambaia a partir de 1948. Em 2004 passou a chamar-se Centro de Avaliações do Exército (CAEx).

No passado, a Marambaia foi usada para "engorda" dos negros trazidos da África, antes de serem vendidos. Com o fim da escravidão, ex-escravos e seus descendentes permaneceram no local, ocupando a terra de forma tradicional e trabalhando como pescadores artesanais. Na década de 1970, a ilha passou a ser usada como área de treinamento pelos fuzileiros navais, tendo surgido, a partir daí, os conflitos fundiários e a batalha judicial em torno da posse da ilha.[3]

Geografia[editar | editar código-fonte]

A região faz parte do território de três municípios do estado do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba. Possui, ao todo, 42 quilômetros de praias. Apresenta uma área total de 81 quilômetros quadrados e o seu ponto culminante é o pico da Marambaia, com 647 metros de altura.[1] Separa-se do continente pelo canal do Bacalhau, em Barra de Guaratiba, no município do Rio de Janeiro e pela Baía de Sepetiba, entre os municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1986 a 1998, a menor temperatura registrada em Marambaia foi de 6,7 °C em 14 de julho de 1988,[4] e a maior atingiu 42,4 °C em 9 de setembro de 1997.[5] De 1992 a 1998 o maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 149,9 milímetros (mm) em 27 de março de 1994, seguido por 126,9 mm em 5 de janeiro de 1992;[6] fevereiro de 1996, com 336,1 mm, foi o mês de maior precipitação.[7]

Dados climatológicos para Marambaia
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 40 40 38,4 38,1 35,9 35,6 35,2 37,5 42,4 38,7 39,8 40,4 42,4
Temperatura máxima média (°C) - 32,2 30,3 29,3 - 26,6 25,9 26,1 26,4 27,4 28,8 30,7 -
Temperatura mínima média (°C) 22,5 22,4 22 21 18,7 17,2 16,7 17,3 17,5 18,7 20,1 21,1 19,6
Temperatura mínima recorde (°C) 17,2 16,1 15,2 14,2 12,5 9,4 6,7 11,2 10,4 12,2 14 15,4 6,7
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[8] recordes de temperatura: 01/01/1986 a 30/09/1998)[4][5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Adm. do sítio web (2008). «Marambaia». Corpo de Fuzileiros Navais. Consultado em 12 de julho de 2014 
  2. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 586.
  3. «Acordo vai manter comunidade quilombola na Marambaia» 
  4. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Marambaia». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 10 de julho de 2018 
  5. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Marambaia». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 10 de julho de 2018 
  6. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Marambaia». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 10 de julho de 2018 
  7. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Marambaia». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 10 de julho de 2018 
  8. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 10 de julho de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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