Mário Soares: diferenças entre revisões
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'''Mário Alberto Nobre Bandido Soares''' <small>[[GCol TE]] [[Ordem Militar de Cristo|GCC]] • [[Ordem da Liberdade|GColIH]]</small> ([[Lisboa]], [[7 de Dezembro]] de [[1924]]) é um [[político]] [[Portugal|português]]. |
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Revisão das 12h10min de 18 de junho de 2010
Mário Alberto Nobre Bandido Soares GCol TE GCC • GColIH (Lisboa, 7 de Dezembro de 1924) é um político português.
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1951, e em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1957.[1]
O pai, João Lopes Soares, foi sacerdote, pedagogo e ministro na I República, tendo também combatido o regime salazarista. Um dos fundadores do Partido Socialista de Portugal, em 19 de Abril de 1973, Mário Soares foi um dos mais famosos resistentes ao Estado Novo, pelo que foi preso doze vezes, deportado em São Tomé até se exilar em França, onde desenvolveu trabalho em várias universidades.
A 28 de Abril de 1974, depois da Revolução de 25 de Abril, desembarcou em Lisboa, vindo do exílio em Paris no chamado "Comboio da Liberdade". Foi recebido, entre uma multidão de portugueses.[2] Dois dias depois, esteve presente na chegada a Lisboa de Álvaro Cunhal. Ainda que tivessem ideias políticas diferentes, subiram de braços dados, pela primeira e última vez, as ruas da Baixa Pombalina e a avenida da Liberdade.
Durante o período revolucionário que ficou conhecido como Processo Revolucionário em Curso (PREC) foi o principal líder civil do campo democrático, tendo conduzido o Partido Socialista à vitória nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1975.
Foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Maio de 1974 a Março de 1975.
Mário Soares foi um dos impulsionadores da independência das colónias portuguesas.
Em Março de 1977 iniciou o processo de adesão de Portugal à CEE e subscreveu, como primeiro-ministro, o Tratado de Adesão, em 12 de Julho de 1985.
Foi primeiro-ministro de Portugal nos seguintes períodos:
- I Governo Constitucional entre 1976 e 1977;
- II Governo Constitucional em 1978;
- IX Governo Constitucional entre 1983 e 1985.
Presidente da República entre 1986 e 1996 (1º mandato de 10 de Março de 1986 a 1991, 2º mandato de 13 de Janeiro de 1991 a 9 de Março de 1996).
- Deputado ao Parlamento Europeu entre 1999 e 2004. Foi candidato a presidente do parlamento, mas perdeu a eleição para Nicole Fontaine, a quem não teve problema em chamar "dona de casa" (no sentido pejorativo do termo).
- Fundador da Fundação Mário Soares - 1991.
Em 13 Dezembro de 1995 assume a Presidência da Comissão Mundial Independente Sobre os Oceanos; em Março de 1997 a Presidência da Fundação Portugal África e a Presidência do Movimento Europeu; em Setembro a Presidência do Comité Promotor do Contrato Mundial da Água. Como ex-presidente da república, é também Conselheiro de Estado.
Foi, em 2005, aos 80 anos, o segundo candidato - após Jerónimo de Sousa pelo PCP - a assumir a candidatura à Presidência da República (o que seria um inédito terceiro mandato) após algumas crispações no PS, principalmente com o seu amigo de longa data Manuel Alegre. Na eleição, a 22 de Fevereiro de 2006, obteve apenas o terceiro lugar, com 14% dos votos.
Em 2007 foi nomeado presidente da Comissão de Liberdade Religiosa.
“Sou republicano, socialista e laico.”
— Mário Soares no casamento de Dom Duarte de Bragança
Resultados eleitorais
Eleições presidenciais de 1986
Primeira volta
26 de Janeiro de 1986
Candidato | votos | % |
Freitas do Amaral | 2.629.597 | 46 % |
Mário Soares | 1.443.683 | 25 % |
Salgado Zenha | 1.185.867 | 21 % |
Maria de Lurdes Pintasilgo | 418.961 | 7 % |
Ângelo Veloso | desistiu | -- |
Segunda volta
16 de Fevereiro de 1986
Candidato | votos | % |
Freitas do Amaral | 2.872.064 | 48 % |
Mário Soares | 3.010.756 | 51 % |
Eleições presidenciais de 1991
Única volta
13 de Janeiro de 1991
Candidato | votos | % |
Basílio Horta | 696,379 | 14 % |
Mário Soares | 3.459.521 | 70 % |
Carlos Carvalhas | 635,373 | 13 % |
Carlos Marques | 126,581 | 3 % |
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/M%C3%A1rio_Soares.jpg/170px-M%C3%A1rio_Soares.jpg)
Eleições presidenciais de 2006
(ver Artigo principal)
Candidato | votos | % |
---|---|---|
Aníbal Cavaco Silva | 2.746.689 | 50,6 % |
Manuel Alegre | 1.125.077 | 20,72 % |
Mário Soares | 778.781 | 14,34 % |
Jerónimo de Sousa | 466.507 | 8,59 % |
Francisco Louçã | 288.261 | 5,31 % |
Garcia Pereira | 23.622 | 0,44 % |
Abstenção | 3.303.972 | 37,39 % |
Obras publicadas
- As Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga, com prefácio de Vitorino Magalhães Godinho, Centro Bibliográfico, Lisboa, 1950.
- A justificação jurídica da Revolução e a teoria da origem popular do poder político, Jornal do Foro, Lisboa, 1954.
- Escritos Políticos, 4 edições do Autor, Lisboa, 1969.
- Destruir o sistema, construir uma nova vida – relatório do Secretário Geral do PS aprovado no Congresso de Maio de 1973, Roma, 1973.
- Portugal Amordaçado, Lisboa, 1974; tradução francesa condensada (Le Portugal bailloné) publicada em Paris pela Calman-Levy em 1972; e depois traduzida em inglês com o título Portugal’s struggle for Liberty, em 1973; em alemão, 1973; em espanhol, com um prólogo de Raul Morodo, em 1974; na Venezuela em 1973; em grego, em 1974; e em chinês, em 1993.
- Caminho Difícil: do salazarismo ao caetanismo, Rio de Janeiro, 1973
- Escritos do Exílio, Livraria Bertrand, Lisboa, 1975
- Democratização e Descolonização, publicações D. Quixote, Lisboa, 1975
- Portugal: quelle révolution? Entretiens avec Dominique Pouchin, Calman-Lévy, Paris, 1976; traduzido em português em 1976 ; em alemão, 1976; em italiano, 1976 e em espanhol, Caracas, 1976.
- PS, fronteira da Liberdade – do Gonçalvismo às eleições intercalares, prefácio e selecção de Alfredo Barroso, Lisboa, 1974
- A árvore e a floresta , Lisboa, 1985
- Intervenções, dez volumes: textos do Presidente da República, Março de 1986 a Março de 1996, Lisboa, Imprensa Nacional.
- Mário Soares e Fernando Henrique Cardoso: o mundo em português - um diálogo, publicado em Lisboa e em São Paulo em 1998 e traduzido em espanhol, México, e em romeno, 2000.
- Português e Europeu , Círculo de Leitores, Temas e Debates, Lisboa 2000
- Porto Alegre e Nova Iorque: um mundo dividido?, Lisboa, 2002
- Mémoire Vivante - Mário Soares - Entretien, Flammarion, 2002
- Mário Soares - Memória Viva, com prefácio e anexos inéditos exclusivos para a edição portuguesa, Edições Quasi, Janeiro 2003
- Incursões Literárias, Temas e Debates, 2003
- Um Mundo Inquietante, Temas e Debates, 2003
- Um Mundo Inquietante, Círculo de Leitores, 2003
- Mário Soares e Sérgio Sousa Pinto - Diálogo de Gerações , Temas e Debates, 2004
- Poemas da Minha Vida, Público, 2004
- A Crise. E agora?, Temas e Debates, 2005
Obras em que colaborou
- Victor Cunha Rego e Friedhelm Merz, Liberdade para Portugal Com a colaboração de Mário Soares, Willy Brandt e Bruno Kreisky, Livraria Bertrand, 1976. Edição original alemã: Freiheit für den Sieger, Zurique, 1976
- Soares: Portugal e a Liberdade, depoimentos diversos, Morais Editores, 1984
- Hans Janitschek, Mário Soares, with a foreword by Edward Kennedy – Weidenfeld and Nicolson, London, 1985
- Teresa de Sousa, Mário Soares, Nova Cultural, 1988
- Maria Fernanda Rollo e J. M. Brandão de Brito, Mário Soares - uma fotobiografia, Bertrand Editora, 1995
- Maria João Avilez, Soares, 3 volumes: I: Ditadura e Revolução; II: Democracia; III: O Presidente, Círculo de Leitores, 1996
- Entrevistas com Mário Bettencourt Resendes: I-Moderador e Árbitro, 1995, II-Dois anos depois, 1998, III-A Incerteza dos Tempos, 2003, Editorial Notícias.
Cronologia sumária
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/timeline/ou58cri6k1jpwc4ucj06vpfgiyowr94.png)
Ver também
Ligações externas
- Mário Soares no sítio oficial da Presidência da Républica Portuguesa. (consultado em 20 de Fevereiro de 2009)
- Biografia no sítio da Fundação Mário Soares. (consultado em 20 de Fevereiro de 2009)
Referências
- ↑ Ver [1] (consultado em 20 de Fevereiro de 2009)
- ↑ Mário Mesquita escreveu: "Na visão de Victor Cunha Rego, a política é sempre altamente personalizada. Nesse momento zero da Revolução de Abril, cita um único nome, na reportagem da primeira página da Folha de S. Paulo do dia 26 de Abril de 1974. Poderia ter sido Spínola, mas não foi. Refere apenas o (ainda) exilado secretário-geral do Partido Socialista: ‘Mário Soares, embora sem participação oficial na conjura, parece ser um dos nomes que serão importantes na política portuguesa.' Cf. [2] (consultado em 26 de dezembro de 2009
Precedido por — |
Secretário-geral do PS 1973 — 1986 |
Sucedido por Almeida Santos |
Precedido por José Medeiros Ferreira |
Ministro dos Negócios Estrangeiros I Governo Constitucional |
Sucedido por Vítor Sá Machado |
Precedido por Pinheiro de Azevedo |
Primeiros-ministros de Portugal (1.ª vez: I e II Governos Constitucionais) 1976 — 1978 |
Sucedido por Nobre da Costa |
Precedido por Pinto Balsemão |
Primeiros-ministros de Portugal (2.ª vez: XI Governo Constitucional) 1983 — 1985 |
Sucedido por Cavaco Silva |
Precedido por Ramalho Eanes |
Presidente de Portugal 1986 — 1996 |
Sucedido por Jorge Sampaio |
Precedido por João Gaspar Simões |
![]() 1987 — atualidade |
Sucedido por — |
- Presidentes de Portugal
- Primeiros-ministros de Portugal
- Ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal
- Correspondentes da Academia Brasileira de Letras
- Maçons de Portugal
- Advogados de Portugal
- Deputados da Assembleia Constituinte de Portugal de 1975
- Deputados da Assembleia da República de Portugal
- Líderes partidários de Portugal
- Eurodeputados de Portugal