Posídon: diferenças entre revisões
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Primordialmente Zeus terá obrigado seu pai, [[Cronos]], a regurgitar e restabelecer a vida aos filhos que este engoliu, entre eles está Posídon, explicando assim Zeus como o irmão mais novo, pois sua mãe [[Reia]], deu uma pedra em seu lugar. |
Primordialmente Zeus terá obrigado seu pai, [[Cronos]], a regurgitar e restabelecer a vida aos filhos que este engoliu, entre eles está Posídon, explicando assim Zeus como o irmão mais novo, pois sua mãe [[Reia]], deu uma pedra em seu lugar. |
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Segundo [[Marco Terêncio Varrão]], citado por [[Agostinho de Hipona]], as mulheres da Ática tinham o direito ao voto na época do rei [[Cécrope I]]. Quando este rei fundou uma cidade, nela brotaram uma [[oliveira]] e uma fonte de água. O rei perguntou ao [[oráculo de Delfos]] o que isso queria dizer, e resposta foi que a oliveira significava [[Minerva]] e a fonte de água [[Netuno (mitologia)|Netuno]], e que os cidadãos deveriam escolher entre os dois qual seria o nome da cidade. Todos os cidadãos foram convocados a votar, homens e mulheres; os homens votaram em Netuno, as mulheres em Minerva, e Minerva venceu por um voto. Netuno ficou irritado, e atacou a cidade com as ondas. Para apaziguar o deus (que Agostinho chama de demónio), as mulheres de Atenas aceitaram três castigos: que elas perderiam o [[sufrágio feminino|direito ao voto]], que nenhum filho teria o nome da mãe e que ninguém as chamaria de atenienses.<ref>[[Marco Terêncio Varrão]], citado por [[Agostinho de Hipona]], ''A Cidade de Deus'', Livro XVIII, Capítulo 9, ''Quando a cidade de Atenas foi fundada, e a razão que Varrão dá para o seu nome''</ref> |
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Na [[Ilíada]], Posídon aparece-nos como o deus supremo dos mares, comandando não apenas as ondas, correntes e marés, mas também as tempestades marinhas e costeiras, provocando nascentes e desmoronamentos costeiros com o seu [[tridente]]. Embora seu poder pareça ter se estendido às nascentes e lagos, os rios, por sua vez, têm as suas próprias deidades, não obstante o facto de que Posídon fosse dono da magnífica ilha de [[Atlântida]]. |
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Geralmente, Posídon usava a água e os terremotos para exercer vingança, mas também podia apresentar um caráter cooperativo. Ele auxiliou bastante os gregos na [[Guerra de Troia]], mas levou anos se vingando de [[Odisseu]], que havia ferido a cria de um de seus [[ciclope]]s. |
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Os navegantes oravam a ele por [[vento]]s favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos [[sacrifício]]s, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar [[tempestade]]s, maus ventos e [[terremoto]]s por capricho. |
Os navegantes oravam a ele por [[vento]]s favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos [[sacrifício]]s, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar [[tempestade]]s, maus ventos e [[terremoto]]s por capricho. |
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Considerando que as inúmeras aventuras amorosas de Posídon foram todas frutíferas em descendentes, é de notar que, ao contrário dos descendentes de seu irmão Zeus, os filhos do deus dos mares, tal como os de seu irmão [[Hades]], são quase todos maléficos e de temperamentos violentos. Alguns exemplos: de [[Teosa]] nasce o [[ciclope]] [[Polifemo]]; de [[Medusa (mitologia)|Medusa]] nasce o gigante [[Crisaor]] e o cavalo alado, Pegasus de [[Amimone]] nasce [[Náuplio (mitologia)|Náuplio]]; com [[Deméter]] nasce [[Despina]], deusa do inverno que acaba com tudo o que sua mãe e sua meia-irmã [[Perséfone]] cultivam, também congela as águas; com [[Ifimedia]], nascem os irmãos gigantes [[Oto (mitologia)|Oto]] e [[Efialtes (filho de Posídon)|Efialtes]] (os [[Aloídas]]), que chegaram mesmo a declarar guerra aos deuses. Por sua vez, os filhos que teve com Halia cometeram tantas atrocidades que o pai teve de os enterrar para evitar-lhes maior castigo. |
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Revisão das 04h11min de 27 de maio de 2014
Posídon | |
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Escultura de Posídon em Copenhaga. | |
Deus do mar, dos terremotos e dos cavalos | |
Morada | Mar |
Cônjuge | Anfitrite |
Pais | Cronos e Reia |
Irmãos | Héstia, Hades, Hera, Zeus e Deméter |
Filhos | Teseu, Tritão, Polifemo, Belo, Agenor, Neleu |
Romano equivalente | Netuno |
Na mitologia grega, Posídon (em grego clássico: Ποσειδῶν; romaniz.: Poseidōn),[1] também conhecido como Poseidon, Possêidon ou Posidão[2], assumiu o estatuto de deus supremo do mar, conhecido pelos romanos como Netuno [3] possivelmente tendo origem etrusca como Nethuns.[4] Também era conhecido como o deus dos terremotos [5]. Os símbolos associados a Posídon com mais frequência eram o tridente e o golfinho.
A origem de Posídon é cretense,[6] como atesta seu papel no mito do Minotauro. Na civilização minóica era o deus supremo, senhor do raio, atributo de Zeus no panteão grego, daí o acordo da divisão de poderes entre eles, cabendo o mar ao antigo rei dos deuses minoicos.
Nascimento
Posídon era um dos filhos de Cronos e Reia, e, como seus irmãos e irmãs, foi engolido por Cronos ao nascer[7]. A ordem de nascimento de seus irmãos, segundo Pseudo-Apolodoro, é Héstia (a mais velha), seguida de Deméter e Hera, seguidas de Hades e Posídon o próximo a nascer, Zeus, foi escondido por Reia em Creta[8][9], que deu uma pedra para Cronos comer[9][10]. Higino enumera os filhos de Saturno e Ops como Vesta, Ceres, Juno, Júpiter, Plutão e Netuno[11], ele também relata uma versão alternativa da lenda, em que Saturno encerra Orco no Tártaro e Netuno em baixo do mar, em vez de comê-los[9].
Primordialmente Zeus terá obrigado seu pai, Cronos, a regurgitar e restabelecer a vida aos filhos que este engoliu, entre eles está Posídon, explicando assim Zeus como o irmão mais novo, pois sua mãe Reia, deu uma pedra em seu lugar.
Vida inicial
Posídon fora criado entre os Telquines, os demónios de Rodes. Quando atinge a maturidade, apaixonou-se por Hália, uma das irmãs dos Telquines, e desse romance nascem seis filhos e uma filha, de nome Rodo, daí o nome da ilha de Rodes[12].
Deus
Posídon disputou com Atena para decidir qual dos dois seria o padroeiro de Atenas.
Segundo Marco Terêncio Varrão, citado por Agostinho de Hipona, as mulheres da Ática tinham o direito ao voto na época do rei Cécrope I. Quando este rei fundou uma cidade, nela brotaram uma oliveira e uma fonte de água. O rei perguntou ao oráculo de Delfos o que isso queria dizer, e resposta foi que a oliveira significava Minerva e a fonte de água Netuno, e que os cidadãos deveriam escolher entre os dois qual seria o nome da cidade. Todos os cidadãos foram convocados a votar, homens e mulheres; os homens votaram em Netuno, as mulheres em Minerva, e Minerva venceu por um voto. Netuno ficou irritado, e atacou a cidade com as ondas. Para apaziguar o deus (que Agostinho chama de demónio), as mulheres de Atenas aceitaram três castigos: que elas perderiam o direito ao voto, que nenhum filho teria o nome da mãe e que ninguém as chamaria de atenienses.[13]
Na Ilíada, Posídon aparece-nos como o deus supremo dos mares, comandando não apenas as ondas, correntes e marés, mas também as tempestades marinhas e costeiras, provocando nascentes e desmoronamentos costeiros com o seu tridente. Embora seu poder pareça ter se estendido às nascentes e lagos, os rios, por sua vez, têm as suas próprias deidades, não obstante o facto de que Posídon fosse dono da magnífica ilha de Atlântida.
Geralmente, Posídon usava a água e os terremotos para exercer vingança, mas também podia apresentar um caráter cooperativo. Ele auxiliou bastante os gregos na Guerra de Troia, mas levou anos se vingando de Odisseu, que havia ferido a cria de um de seus ciclopes.
Os navegantes oravam a ele por ventos favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos sacrifícios, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar tempestades, maus ventos e terremotos por capricho.
Considerando que as inúmeras aventuras amorosas de Posídon foram todas frutíferas em descendentes, é de notar que, ao contrário dos descendentes de seu irmão Zeus, os filhos do deus dos mares, tal como os de seu irmão Hades, são quase todos maléficos e de temperamentos violentos. Alguns exemplos: de Teosa nasce o ciclope Polifemo; de Medusa nasce o gigante Crisaor e o cavalo alado, Pegasus de Amimone nasce Náuplio; com Deméter nasce Despina, deusa do inverno que acaba com tudo o que sua mãe e sua meia-irmã Perséfone cultivam, também congela as águas; com Ifimedia, nascem os irmãos gigantes Oto e Efialtes (os Aloídas), que chegaram mesmo a declarar guerra aos deuses. Por sua vez, os filhos que teve com Halia cometeram tantas atrocidades que o pai teve de os enterrar para evitar-lhes maior castigo.
Casou ainda com Anfitrite,[14] filha de Oceano e Tétis,[15] de quem nasceu o seu filho Tritão,[14] o deus dos abismos oceânicos, que ajudou Jasão e os seus argonautas a recuperar o Velocino de ouro,[carece de fontes] e Rode, que se casou com Hélio.[14]
Filhos
Existem várias listas de filhos deste deus. Higino enumera os seguintes filhos[16]:
- Boeoto e Heleno, por Antíopa, filha de Éolo
- Agenor e Belo, por Líbia, filha de Épafo
- Belerofonte, por Eurínome, filha de Niso
- Leuconoé por Temisto, filha de Hipseu
- Hirieu, por Alcíone (filha de Atlas)
- Abas por Aretusa, filha de Nereu
- Efoceu por Alcíone (filha de Atlas)
- um texto ilegível, que parece ter as palavras Belo e Actor
- Díctis por Agamede, filha de Aúgias
- Evadne por *Lena, filha de Lêucipo
- Megareu por Oenope, filha de Epopeu
- Cigno por Cálice, filha de Hecato
- Periclimeno e Anceu por Astipaleia, filha de Fênix
- Neleu e Pélias por Tiro (mitologia), filha de Salmoneu
- Eupemo, Lico e Nicteu por Celeno, filha de *Ergeu
- outro texto truncado, com palavras Peleu *Arprites e Anteu
- Eumolpo por Quíone, filha de Áquilo
- outro texto truncado, com palavras por Amimone assim como cíclope Polifemo
- *Meto por Melite, filha de Búsiris
- Despina e Árion (gêmeos), por Deméter.
Referências
- ↑ Houaiss, verbete posídeon, etimologia: "gr. poseideôn,ônos 'id.', do gr. Poseidôn,ônos 'Posídon, deus das águas'; ver posid(on)
- ↑ Forma adotada por vários tradutores, como por exemplo no site Recanto das Letras (UOL), na edição da Odisseia pela editora Cultrix, e por Flávia Maria Marquetti, da Universidade da Paraíba.
- ↑ Fulgêncio, Mitologias, Livro I, 4, A Fábula de Netuno [em linha]
- ↑ George Dennis, Cities and Cemeteries of Etruria (1848), Introduction [em linha]
- ↑ Heródoto, Histórias, Livro VII, Polímnia, 129 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
- ↑ Campbell, Joseph: As máscaras de Deus, vol. 3 - Mitologia ocidental, Editora Palas Athena
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca (Pseudo-Apolodoro), 1.1.5
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca (Pseudo-Apolodoro), 1.1.6
- ↑ a b c Higino, Fabulae, CXXXIX, Curetes
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca (Pseudo-Apolodoro), 1.1.7
- ↑ Higino, Fabulae, Prefácio
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro V, 55.4
- ↑ Marco Terêncio Varrão, citado por Agostinho de Hipona, A Cidade de Deus, Livro XVIII, Capítulo 9, Quando a cidade de Atenas foi fundada, e a razão que Varrão dá para o seu nome
- ↑ a b c Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.4.4
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.2.2
- ↑ Higino, Fabulae, CLVII, Filhos de Netuno