Bíblia: diferenças entre revisões

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'''Bíblia''' (do [[Língua grega|grego]] βίβλια, plural de βίβλιον, [[Transliteração|transl.]] ''bíblion'', "rolo" ou "livro")<ref>{{citar web |url=http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/biblia.htm |título=Bíblia |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Mundo educação]] |citação=Em seu significado original, o termo bíblia vem da palavra grega “biblos” que significa “papel, livro, papiro” e pode ser utilizado para todo e qualquer conjunto de textos sagrados que contém os ensinamentos fundamentais de qualquer tipo de religião. Entretanto, o uso desse termo acabou sendo também utilizado para se nomear o principal livro adotado pelas religiões cristã e judaica. Contendo sessenta e seis livros, a Bíblia é tida como uma das publicações mais vendidas ao redor do mundo.}}</ref><ref name="infoescola"/> é o [[livro sagrado|texto religioso]] de valor sagrado para o [[Cristianismo]]<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/hebreus-1.htm |título=Hebreus |acessodata=30 de março de 2011 |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Brasil Escola]] |citação= Uma das maiores fontes de estudo da trajetória do povo hebreu se encontra na Bíblia, principalmente na parte do conhecido Velho Testamento. Nesse livro, hoje de valor sagrado para o Cristianismo, podemos ver alguns traços da história e da cultura desse povo.}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/cristianismo.htm |título=Cristianismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Tiago Dantas |publicado= [[Brasil escola]]|citação=O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc.}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.mundoeducacao.com.br/datas-comemorativas/dia-mundial-religiao.htm |título=Dia Mundial da Religião |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=[[Mundo educação]] |citação= Com o cristianismo, a igreja se dividiu em três vertentes [...]. Seu livro sagrado é a bíblia, e traz como forma de vida os ensinamentos do filho do Messias, Jesus Cristo.}}</ref>, onde a interpretação religiosa do motivo da existência do homem na Terra sob a perspectiva judeia é narrada por humanos, mas considerada pela Igreja como divinamente inspirada.<ref name="infoescola"/>
'''Bíblia''' (do [[Língua grega|grego]] βίβλια, plural de βίβλιον, [[Transliteração|transl.]] ''bíblion'', "rolo" ou "livro")<ref>{{citar web |url=http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/biblia.htm |título=Bíblia |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Mundo educação]] |citação=Em seu significado original, o termo bíblia vem da palavra grega “biblos” que significa “papel, livro, papiro” e pode ser utilizado para todo e qualquer conjunto de textos sagrados que contém os ensinamentos fundamentais de qualquer tipo de religião. Entretanto, o uso desse termo acabou sendo também utilizado para se nomear o principal livro adotado pelas religiões cristã e judaica. Contendo sessenta e seis livros, a Bíblia é tida como uma das publicações mais vendidas ao redor do mundo.}}</ref><ref name="infoescola"/> é o [[livro sagrado|texto religioso]] de valor sagrado para o [[Cristianismo]]<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/hebreus-1.htm |título=Hebreus |acessodata=30 de março de 2011 |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Brasil Escola]] |citação= Uma das maiores fontes de estudo da trajetória do povo hebreu se encontra na Bíblia, principalmente na parte do conhecido Velho Testamento. Nesse livro, hoje de valor sagrado para o Cristianismo, podemos ver alguns traços da história e da cultura desse povo.}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/cristianismo.htm |título=Cristianismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Tiago Dantas |publicado= [[Brasil escola]]|citação=O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc.}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.mundoeducacao.com.br/datas-comemorativas/dia-mundial-religiao.htm |título=Dia Mundial da Religião |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=[[Mundo educação]] |citação= Com o cristianismo, a igreja se dividiu em três vertentes [...]. Seu livro sagrado é a bíblia, e traz como forma de vida os ensinamentos do filho do Messias, Jesus Cristo.}}</ref>, onde a interpretação religiosa do motivo da existência do [[homem]] na [[Terra]] sob a perspectiva [[judaica]] é narrada por humanos, mas considerada pela [[Igreja]] como [[Inspiração (teologia)|divinamente inspirada]].<ref name="infoescola"/>


Segundo a tradição aceita pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por 40 autores, entre 1445 e 450 [[a.C.]] (livros do [[Antigo Testamento]]) e 45 e 90 [[d.C.]] (livros do [[Novo Testamento]]), totalizando um período de quase 1600 anos.<ref>{{citar livro|título=Big Picture of the Bible - New Testament|autor=Lorna Daniels Nichols|editora=Winepress Publishing|ano=2009|id=ISBN 9781433671814}}</ref> A maioria dos historiadores acreditam que a data dos primeiros escritos considerados sagrados é bem mais recente: por exemplo, enquanto a tradição cristã coloca [[Moisés]] como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia, muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas após o [[Cativeiro Babilónico|exílio babilônico]], a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes de cristo.<ref>{{citar livro|título=Reading the Pentateuch: a historical introduction|autor=John J. McDermott|editora=Paulist Press|ano=2002|id=ISBN 9780809140824}}</ref> Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.<ref>{{citar livro|título=The Oxford Companion to the Bible|autor=Bruce M. Metzger; Michael David Coogan|editora=Oxford University Press|ano=1993|id=ISBN 9780195046458}}</ref>
Segundo a tradição aceita pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por 40 [[autor]]es, entre 1445 e 450 [[a.C.]] (livros do [[Antigo Testamento]]) e 45 e 90 [[d.C.]] (livros do [[Novo Testamento]]), totalizando um período de quase 1600 anos.<ref>{{citar livro|título=Big Picture of the Bible - New Testament|autor=Lorna Daniels Nichols|editora=Winepress Publishing|ano=2009|id=ISBN 9781433671814}}</ref> A maioria dos [[historiador]]es acreditam que a data dos primeiros escritos considerados sagrados é bem mais recente: por exemplo, enquanto a tradição cristã coloca [[Moisés]] como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia ([[Pentateuco]]), muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas após o [[Cativeiro Babilónico|exílio babilônico]], a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes de cristo.<ref>{{citar livro|título=Reading the Pentateuch: a historical introduction|autor=John J. McDermott|editora=Paulist Press|ano=2002|id=ISBN 9780809140824}}</ref> Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.<ref>{{citar livro|título=The Oxford Companion to the Bible|autor=Bruce M. Metzger; Michael David Coogan|editora=Oxford University Press|ano=1993|id=ISBN 9780195046458}}</ref>


Segundo esta, o homem foi criado por Deus a partir do barro, após os céus e a terra,<ref name="BR escola criacionismo">{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/criacionismo.htm |título=Criacionismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Rainer Souza |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. }}</ref> há seis mil anos, <ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/historia-da-ciencia-e-epistemologia/james-hutton-avo-da-selecao-natural |título=James Hutton, avô da seleção natural |acessodata=21 de maio de 2011|data=13 de novembro de 2003|publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Segundo ele, a composição das rochas do planeta é uma das muitas provas de que ele foi formado bem antes do que relata a Bíblia (somente 6 mil anos). }}</ref> e ganhou a vida após [[Deus]] soprar o fôlego da vida em suas narinas.<ref name="BR escola criacionismo"/><ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/deriva-genetica/evolucao-e-religiao |título=Evolução e religião |acessodata=29 de maio de 2011 |data=8 de outubro de 2009 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Apenas algumas denominações protestantes fundamentalistas fazem uma interpretação literal estrita, criacionista, do livro do Gênesis na Bíblia que os leva a rejeitar em princípio a evolução biológica. Para eles a Terra (e todo o universo) tem menos de 10 mil anos (danem-se os dinossauros e toda a evidência fóssil) e Deus criou o homem diretamente! No seu livro Os anais do velho testamento, publicado em 1650, o bispo inglês James Ussher calculou que Deus criou o universo na véspera do dia 23 de outubro de 4004 a.C. Até o final dos anos 1970 todas as Bíblias colocadas em quartos de hotel nos Estados Unidos pela Gideon Society continham essa estimativa, que também fez parte da arguição a que Clarence Darrow submeteu William Jennings Bryan no famoso julgamento de Scopes, no Tennessee, em 1926.}}</ref>
Segundo esta, o homem ([[Adão]]) foi [[Criação (teologia)|criado]] a partir do [[barro]], após os céus e a terra , <ref name="BR escola criacionismo">{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/criacionismo.htm |título=Criacionismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Rainer Souza |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. }}</ref> há seis mil anos, <ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/historia-da-ciencia-e-epistemologia/james-hutton-avo-da-selecao-natural |título=James Hutton, avô da seleção natural |acessodata=21 de maio de 2011|data=13 de novembro de 2003|publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Segundo ele, a composição das rochas do planeta é uma das muitas provas de que ele foi formado bem antes do que relata a Bíblia (somente 6 mil anos). }}</ref> e ganhou a vida após [[Deus]] soprar o fôlego da vida em suas narinas.<ref name="BR escola criacionismo"/><ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/deriva-genetica/evolucao-e-religiao |título=Evolução e religião |acessodata=29 de maio de 2011 |data=8 de outubro de 2009 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Apenas algumas denominações protestantes fundamentalistas fazem uma interpretação literal estrita, criacionista, do livro do Gênesis na Bíblia que os leva a rejeitar em princípio a evolução biológica. Para eles a Terra (e todo o universo) tem menos de 10 mil anos (danem-se os dinossauros e toda a evidência fóssil) e Deus criou o homem diretamente! No seu livro Os anais do velho testamento, publicado em 1650, o bispo inglês James Ussher calculou que Deus criou o universo na véspera do dia 23 de outubro de 4004 a.C. Até o final dos anos 1970 todas as Bíblias colocadas em quartos de hotel nos Estados Unidos pela Gideon Society continham essa estimativa, que também fez parte da arguição a que Clarence Darrow submeteu William Jennings Bryan no famoso julgamento de Scopes, no Tennessee, em 1926.}}</ref>


É o livro mais vendido de todos os tempos<ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2006/223/a-proposito-ler-ou-nao-ler |título=Ler ou não ler? |acessodata=18 de maio de 2011 |data=1 de fevereiro de 2006 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Uma pesquisa sobre os livros mais vendidos de todos os tempos revela unanimidade apenas nos dois primeiros lugares. Na cabeça da lista vem a Bíblia [...]. }}</ref> com mais de 6 bilhões de cópias em todo o mundo, uma quantidade 7 vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da Lista dos 21 Livros Mais Vendidos, [[O Livro Vermelho]]<ref>{{citar web |url=http://lazer.hsw.uol.com.br/21-livros-mais-vendidos.htm |título=21 livros mais vendidos de todos os tempos |acessodata=29 de março de 2011 |autor=Editores da Publications International Ltd |data=2007 |publicado=[[Como tudo funciona]]|citação= }}</ref>
É o livro mais vendido de todos os tempos<ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2006/223/a-proposito-ler-ou-nao-ler |título=Ler ou não ler? |acessodata=18 de maio de 2011 |data=1 de fevereiro de 2006 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Uma pesquisa sobre os livros mais vendidos de todos os tempos revela unanimidade apenas nos dois primeiros lugares. Na cabeça da lista vem a Bíblia [...]. }}</ref> com mais de 6 bilhões de cópias em todo o mundo, uma quantidade 7 vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da Lista dos 21 Livros Mais Vendidos, [[O Livro Vermelho]]<ref>{{citar web |url=http://lazer.hsw.uol.com.br/21-livros-mais-vendidos.htm |título=21 livros mais vendidos de todos os tempos |acessodata=29 de março de 2011 |autor=Editores da Publications International Ltd |data=2007 |publicado=[[Como tudo funciona]]|citação= }}</ref>


==Inspiração divina==
==Inspiração divina==

{{Vertambém|Inspiração (teologia)}}
{{Vertambém|Inspiração (teologia)}}


A Bíblia se diz escrita por pessoas sob efeito da inspiração divina.<ref group="nota">O apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]] afirma que "toda a Escritura é inspirada por Deus" [literalmente, "soprada por Deus", que é a tradução da palavra grega θεοπνευστος, ''theopneustos''] ({{Citar bíblia|livro=2 Timóteo|capítulo=3|verso=16}}). O apóstolo [[São Pedro|Pedro]] diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo [[Espírito Santo]] é que homens falaram em nome de Deus." ({{Citar bíblia|livro=2 Pedro|capítulo=1|verso=21}}). O apóstolo [[São Pedro|Pedro]] atribui aos escritos de [[Paulo de Tarso|Paulo]] a mesma autoridade do [[Antigo Testamento]]: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" ({{Citar bíblia|livro=2 Pedro|capítulo=3|verso=15|verso_final = 16}}).</ref> Os cristãos creem que a Bíblia foi escrita por homens sob inspiração divina.<ref name="infoescola"/>
A Bíblia se diz escrita por pessoas sob efeito da inspiração divina.<ref group="nota">O apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]] afirma que "toda a Escritura é inspirada por Deus" literalmente, "soprada por Deus", que é a tradução da palavra grega θεοπνευστος, ''theopneustos''] ({{Citar bíblia|livro=2 Timóteo|capítulo=3|verso=16}}). O apóstolo [[São Pedro|Pedro]] diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo [[Espírito Santo]] é que homens falaram em nome de Deus." ({{Citar bíblia|livro=2 Pedro|capítulo=1|verso=21}}). O apóstolo [[São Pedro|Pedro]] atribui aos escritos de [[Paulo de Tarso|Paulo]] a mesma autoridade do [[Antigo Testamento]]: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" ({{Citar bíblia|livro=2 Pedro|capítulo=3|verso=15|verso_final = 16}}).</ref> Os cristãos creem que a Bíblia foi escrita por homens sob inspiração divina.<ref name="infoescola"/>


== Interpretação ==
== Interpretação ==

{{Cristianismo}}
{{Cristianismo}}
{{artigo principal|[[A Bíblia e a história]]}}
{{artigo principal|[[A Bíblia e a história]]}}
Segundo o jornalista [[David Plotz]], da revista ''[[online]]'' [[Slate Magazine]], até um século atrás, a maioria dos estadunidenses bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo.<ref name="Slate"/> Ele também afirma que atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas não-religiosas.<ref name="Slate"/> Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bília é irregular: a Igreja Católica inclui somente uma pequena parcela do Velho Testamento nas leituras oficiais; os judeus estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam muito com o restante; os judeus ortodoxos normalmente passam mais tempo lendo o [[Talmude]] ou outra coisa que a Bíblia em si; somente os protestantes evangélicos lêem a Bíblia, obsessivamente. Plotz afirma também que há muitas passagens difíceis, repulsivas, confusas e entediantes.<ref name="Slate">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2212616/pagenum/all/#p2 |título=Good Book |acessodata=7 de junho de 2011 |data=3 de março de 2009 |publicado=[[Slate]] |língua2=en |citação=A century ago, most well-educated Americans knew the Bible deeply. Today, biblical illiteracy is practically universal among nonreligious people. [...] Even among the faithful, Bible reading is erratic. The Catholic Church, for example, includes only a teeny fraction of the Old Testament in its official readings. Jews study the first five books of the Bible pretty well but shortchange the rest of it. Orthodox Jews generally spend more time on the Talmud and other commentary than on the Bible itself. Of the major Jewish and Christian groups, only evangelical Protestants read the whole Bible obsessively. [...] Maybe it doesn't make sense for most of us to read the whole Bible. After all, there are so many difficult, repellent, confusing, and boring passages.}}</ref>
Segundo o[[jornalista]] [[David Plotz]], da revista ''[[online]]'' [[Slate Magazine]], até um século atrás, a maioria dos [[estadunidense]]s bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo.<ref name="Slate"/> Ele também afirma que atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas [[Irreligião|não-religiosas]].<ref name="Slate"/> Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bília é irregular: a [[Igreja Católica]] inclui somente uma pequena parcela do [[Velho Testamento]] nas leituras oficiais; os [[judeu]]s estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam muito com o restante; os [[Judaísmo ortodoxo |judeus ortodoxos]] normalmente passam mais tempo lendo o [[Talmude]] ou outra coisa que a Bíblia em si; somente os [[protestante]]s [[evangélico]]s lêem a Bíblia, obsessivamente. Plotz afirma também que há muitas passagens difíceis, repulsivas, confusas e entediantes.<ref name="Slate">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2212616/pagenum/all/#p2 |título=Good Book |acessodata=7 de junho de 2011 |data=3 de março de 2009 |publicado=[[Slate]] |língua2=en |citação=A century ago, most well-educated Americans knew the Bible deeply. Today, biblical illiteracy is practically universal among nonreligious people. [...] Even among the faithful, Bible reading is erratic. The Catholic Church, for example, includes only a teeny fraction of the Old Testament in its official readings. Jews study the first five books of the Bible pretty well but shortchange the rest of it. Orthodox Jews generally spend more time on the Talmud and other commentary than on the Bible itself. Of the major Jewish and Christian groups, only evangelical Protestants read the whole Bible obsessively. [...] Maybe it doesn't make sense for most of us to read the whole Bible. After all, there are so many difficult, repellent, confusing, and boring passages.}}</ref>


A inacessibilidade da Bíblia <ref name="Slate Biblically Speaking">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2212970/pagenum/all/#p2 |título=Biblically Speaking |acessodata=7 de julho de 2011 |data=4 de março de 2009 |publicado=[[Slate]] |língua=inglês |citação=My book is by no means a substitute for the Bible. It's an effort to bring a new [...] perspective to a book that has been made inaccessible and difficult by clergy and academics. [...] James Kugel's recently published How To Read the Bible? [...] I read Kugel's book [...]. [...] Kugel demolishes, chapter by chapter, the idea that the Bible is historically true (No exodus from Egypt, no conquest of the Promised Land, God is an offshoot of Baal, etc). [...] Here we have a book written 3,000 years ago, with bizarre stories, peculiar laws, erratic deity [...] Martin Luther was one of the first theologians to suggest that people read AND interpret the Bible for themselves. [...] Clergy have mostly discouraged us from reading the Bible, insisting that we should only do it under their tutelage.}}</ref> entre a [[Antiguidade]] e a [[Idade Média]] resultou na criação de diversas narrativas sobre os personagens cristãos, criando acréscimos e distorções.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/curiosidades/onde-judas-perdeu-as-botas.htm |título=Onde Judas perdeu as botas |acessodata=30 de março de 2011 |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=Entre a Antiguidade e a Idade Média, por exemplo, a inacessibilidade aos textos bíblicos foi responsável pela criação de várias narrativas envolvendo os personagens cristãos. Os feitos e destinos de certos nomes presentes na Bíblia ganhavam acréscimos e certas distorções que salientavam a forte presença do cristianismo no imaginário dessa época. Levando em conta que boa parte da população era iletrada, ficava difícil de impor um rigor de verdade entre as várias histórias de cunho bíblico.}}</ref> A [[Igreja Católica]] não permitia que seus fiéis possuíssem exemplares da Bíblia, alegando que estes não teriam nunca a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua complexidade. <ref name="História Net">{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=698 |título=Lutero |acessodata=7 de junho de 2011 |data=22 de abril de 2005 |publicado=[[HistoriaNet]] |citação= Martin Lutero alegava ainda, que somente o amor de Cristo era capaz de providenciar paz de espírito, o alcance deste amor era oferecido por meio da Bíblia, gratuitamente. [...] A Igreja Católica centralizava seu poder sobre os fieis privando-os de possuírem um exemplar da bíblia, sob alegação que jamais poderiam entendê-la, devido a sua complexidade. Diziam ainda que o papel de ensinar as orientações de Deus era uma responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, "comandada" pelo Papa.}}</ref> Assim, afirmava que a responsabilidade de ensinar as orientações de Deus era exclusivamente sua.<ref name="História Net"/>
A inacessibilidade da Bíblia <ref name="Slate Biblically Speaking">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2212970/pagenum/all/#p2 |título=Biblically Speaking |acessodata=7 de julho de 2011 |data=4 de março de 2009 |publicado=[[Slate]] |língua=inglês |citação=My book is by no means a substitute for the Bible. It's an effort to bring a new [...] perspective to a book that has been made inaccessible and difficult by clergy and academics. [...] James Kugel's recently published How To Read the Bible? [...] I read Kugel's book [...]. [...] Kugel demolishes, chapter by chapter, the idea that the Bible is historically true (No exodus from Egypt, no conquest of the Promised Land, God is an offshoot of Baal, etc). [...] Here we have a book written 3,000 years ago, with bizarre stories, peculiar laws, erratic deity [...] Martin Luther was one of the first theologians to suggest that people read AND interpret the Bible for themselves. [...] Clergy have mostly discouraged us from reading the Bible, insisting that we should only do it under their tutelage.}}</ref> entre a [[Antiguidade]] e a [[Idade Média]] resultou na criação de diversas narrativas sobre os personagens cristãos, criando acréscimos e distorções.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/curiosidades/onde-judas-perdeu-as-botas.htm |título=Onde Judas perdeu as botas |acessodata=30 de março de 2011 |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=Entre a Antiguidade e a Idade Média, por exemplo, a inacessibilidade aos textos bíblicos foi responsável pela criação de várias narrativas envolvendo os personagens cristãos. Os feitos e destinos de certos nomes presentes na Bíblia ganhavam acréscimos e certas distorções que salientavam a forte presença do cristianismo no imaginário dessa época. Levando em conta que boa parte da população era iletrada, ficava difícil de impor um rigor de verdade entre as várias histórias de cunho bíblico.}}</ref> A [[Igreja Católica]] não permitia que seus fiéis possuíssem exemplares da Bíblia, alegando que estes não teriam nunca a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua complexidade. <ref name="História Net">{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=698 |título=Lutero |acessodata=7 de junho de 2011 |data=22 de abril de 2005 |publicado=[[HistoriaNet]] |citação= Martin Lutero alegava ainda, que somente o amor de Cristo era capaz de providenciar paz de espírito, o alcance deste amor era oferecido por meio da Bíblia, gratuitamente. [...] A Igreja Católica centralizava seu poder sobre os fieis privando-os de possuírem um exemplar da bíblia, sob alegação que jamais poderiam entendê-la, devido a sua complexidade. Diziam ainda que o papel de ensinar as orientações de Deus era uma responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, "comandada" pelo Papa.}}</ref> Assim, afirmava que a responsabilidade de ensinar as orientações de Deus era exclusivamente sua.<ref name="História Net"/>


Os conflitos entre ciência e religião foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da Bíblia.<ref name="Ciência Hoje">{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/historia-da-ciencia-e-epistemologia/e-possivel-a-convivencia-pacifica-entre-ciencia-e |título=É possível a convivência pacífica entre ciência e religião? |acessodata=18 de maio de 2011 |data=10 de janeiro de 2003 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=A interpretação literal da Bíblia também ajudou a criar os conflitos entre ciência e religião. A crença de que um deus criou a Terra para nos abrigar e todas as outras espécies para nos servir pode ser muito alentadora, embora contrarie consensos científicos que poucos ousam desafiar. Mas a Bíblia, inspirada em tantas fontes diferentes, não pode ser entendida como um relato preciso da história humana ou uma descrição perfeita da natureza, apesar de estar repleta de verdades morais valiosas e incontestáveis.}}</ref> Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da história da humanidade ou uma descrição perfeita da natureza.<ref name="Ciência Hoje"/> Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria ser interpretada a partir do estudo da natureza. <ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/com-os-pes-na-terra-e-os-olhos-no-ceu |título=Com os pés na terra e os olhos no céu |acessodata=18 de maio de 2011|data=27 de outubro de 2009 |publicado=[[Ciência Hoje]] |arquivodata= |citação=Para o astrônomo e filósofo, as escrituras deveriam ser interpretadas a partir do estudo da natureza. }}</ref> Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre Noé ter condenado seu filho e seus descendentes à escravidão para justificar religiosamente a escravidão.<ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/deriva-genetica/o-dna-do-racismo |título=O DNA do racismo |acessodata=18 de maio de 201 |data=11 de julho de 2008 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Mas a conciliação do inconciliável precisava ser racionalizada com argumentos da própria religião. Isso envolveu duas vertentes principais. A primeira consistiu em substituir a ênfase da unidade da humanidade a partir da Adão e Eva por uma divisão tricotômica baseada nos filhos de Noé: Cam, Sem e Jafé. Segundo o livro do Gênese na Bíblia, Cam viu Noé nu e bêbado e contou para seus irmãos, zombando do pai. Ao saber disso, Noé amaldiçoou Cam e o condenou, assim como toda a sua descendência, à servidão. Os escravocratas avidamente adotaram uma identificação dos africanos com os descendentes de Cam, uma cômoda justificativa religiosa para a escravidão, embora na própria Bíblia não haja nenhuma referência à cor de Cam ou qualquer descrição de seus descendentes.}}</ref>
Os [[Relação entre religião e ciência |conflitos entre ciência e religião]] foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da Bíblia.<ref name="Ciência Hoje">{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/historia-da-ciencia-e-epistemologia/e-possivel-a-convivencia-pacifica-entre-ciencia-e |título=É possível a convivência pacífica entre ciência e religião? |acessodata=18 de maio de 2011 |data=10 de janeiro de 2003 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=A interpretação literal da Bíblia também ajudou a criar os conflitos entre ciência e religião. A crença de que um deus criou a Terra para nos abrigar e todas as outras espécies para nos servir pode ser muito alentadora, embora contrarie consensos científicos que poucos ousam desafiar. Mas a Bíblia, inspirada em tantas fontes diferentes, não pode ser entendida como um relato preciso da história humana ou uma descrição perfeita da natureza, apesar de estar repleta de verdades morais valiosas e incontestáveis.}}</ref> Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da [[história]] da [[humanidade]] ou uma descrição perfeita da [[natureza]].<ref name="Ciência Hoje"/> Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria ser interpretada a partir do estudo da natureza. <ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/com-os-pes-na-terra-e-os-olhos-no-ceu |título=Com os pés na terra e os olhos no céu |acessodata=18 de maio de 2011|data=27 de outubro de 2009 |publicado=[[Ciência Hoje]] |arquivodata= |citação=Para o astrônomo e filósofo, as escrituras deveriam ser interpretadas a partir do estudo da natureza. }}</ref> Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre [[Noé]] ter condenado seu filho e seus descendentes à [[escravidão]] para justificar religiosamente a escravidão.<ref>{{citar web |url=http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/deriva-genetica/o-dna-do-racismo |título=O DNA do racismo |acessodata=18 de maio de 201 |data=11 de julho de 2008 |publicado=[[Ciência Hoje]] |citação=Mas a conciliação do inconciliável precisava ser racionalizada com argumentos da própria religião. Isso envolveu duas vertentes principais. A primeira consistiu em substituir a ênfase da unidade da humanidade a partir da Adão e Eva por uma divisão tricotômica baseada nos filhos de Noé: Cam, Sem e Jafé. Segundo o livro do Gênese na Bíblia, Cam viu Noé nu e bêbado e contou para seus irmãos, zombando do pai. Ao saber disso, Noé amaldiçoou Cam e o condenou, assim como toda a sua descendência, à servidão. Os escravocratas avidamente adotaram uma identificação dos africanos com os descendentes de Cam, uma cômoda justificativa religiosa para a escravidão, embora na própria Bíblia não haja nenhuma referência à cor de Cam ou qualquer descrição de seus descendentes.}}</ref>


Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia.<ref name="História Net"/> Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas.<ref name="Slate Biblically Speaking"/> A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso.<ref name="Slate Chatting the Bible"/>
[[Martinho Lutero]] considerava que o amor de [[Cristo]] era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia.<ref name="História Net"/> Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas.<ref name="Slate Biblically Speaking"/> A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso.<ref name="Slate Chatting the Bible"/>


As [[Testemunhas de Jeová]] consideram 66 livros como componentes da Bíblia, interpretando-a de forma literal exceto quando o texto evidencia estar em sentido figurado.<ref name="BR escola jeová">{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/testemunhas-de-jeova.htm |título=Testemunhas de Jeová |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Patrícia Lopes |publicado=[[Brasil escola]] |citação=As Testemunhas de Jeová acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, tendo-a como base para suas crenças. O Novo Testamento é chamado de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento, de Escrituras Hebraicas. Consideram os 66 livros que compõem a Bíblia, interpretando-a de forma literal, salvo quando as expressões ou o contexto revelam que o sentido é figurado ou simbólico. }}</ref> Chamam o Novo Testamento de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento de Escrituras Hebraicas.<ref name="BR escola jeová"/> Para o espiritismo a Bíblia é uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual (não é a principal).<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/espiritismo.htm |título=Espiritismo |acessodata=[[5 de abril]] de [[2011]] |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=Abrindo portas para a doutrina cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos. Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual. Concomitantemente, a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido na história de vida de outros indivíduos iluminados.}}</ref>
As [[Testemunhas de Jeová]] consideram 66 livros como componentes da Bíblia, interpretando-a de forma literal exceto quando o texto evidencia estar em sentido figurado.<ref name="BR escola jeová">{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/testemunhas-de-jeova.htm |título=Testemunhas de Jeová |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |autor=Patrícia Lopes |publicado=[[Brasil escola]] |citação=As Testemunhas de Jeová acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, tendo-a como base para suas crenças. O Novo Testamento é chamado de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento, de Escrituras Hebraicas. Consideram os 66 livros que compõem a Bíblia, interpretando-a de forma literal, salvo quando as expressões ou o contexto revelam que o sentido é figurado ou simbólico. }}</ref> Chamam o Novo Testamento de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento de Escrituras Hebraicas.<ref name="BR escola jeová"/> Para o espiritismo a Bíblia é uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual (não é a principal).<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/espiritismo.htm |título=Espiritismo |acessodata=[[5 de abril]] de [[2011]] |autor=Rainer Sousa |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=Abrindo portas para a doutrina cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos. Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual. Concomitantemente, a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido na história de vida de outros indivíduos iluminados.}}</ref>


A Bíblia gera uma grande polêmica por condenar o ato homossexual, gerando revolta nos homossexuais.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/psicologia/homofobia.htm |título=Homofobia |acessodata= [[5 de abril]] de [[2011]] |autor=Gabriela Cabral |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=Há uma grande polêmica entre homossexualidade e religião, pois a Bíblia (livro utilizado pelo cristianismo) condena o ato homossexual e isso gera grande revolta nos homossexuais.}}</ref>
A Bíblia gera uma grande [[polêmica]] por condenar o ato [[homossexual]], gerando revolta nos homossexuais.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/psicologia/homofobia.htm |título=Homofobia |acessodata= [[5 de abril]] de [[2011]] |autor=Gabriela Cabral |publicado=[[Brasil Escola]] |citação=Há uma grande polêmica entre homossexualidade e religião, pois a Bíblia (livro utilizado pelo cristianismo) condena o ato homossexual e isso gera grande revolta nos homossexuais.}}</ref>


Nos [[Estados Unidos]], o único presidente que não fez o juramento de posse com a mão em uma Bíblia foi [[Theodore Roosevelt]], de acordo com os registros oficiais do [[Architect of the Capitol]].<ref name="Slate posse">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2209134/ |título=Why Doesn't Every President Use the Lincoln Bible? |acessodata=19 de junho de 2011 |data=19 de janeiro de 2009 |publicado=[[Slate]] |língua=inglês |língua2=en |língua3= |lang= |citação=According to official records kept by the Architect of the Capitol, Teddy Roosevelt is the only president who wasn't sworn in using a Bible; he took a rushed oath of office in 1901 following the assassination of William McKinley. [...] John Quincy Adams, according to his own letters, placed his hand on a constitutional law volume rather than a Bible to indicate where his fealty lay. [...] There are no known inauguration Bibles for presidents John Adams through John Tyler; in fact, there's no concrete evidence that those early presidents used a Bible at all for the oath.}}</ref> [[John Quincy Adams]], em sua posse, de acordo com cartas escritas pelo mesmo, colocou a mão em um volume de direito constitucional ao invés da Bíblia para indicar a quem pertencia sua lealdade.<ref name="Slate posse"/> Não há registros para presidentes anteriores a [[John Tyler]].<ref name="Slate posse"/>
Nos [[Estados Unidos]], o único presidente que não fez o juramento de posse com a mão em uma Bíblia foi [[Theodore Roosevelt]], de acordo com os registros oficiais do [[Architect of the Capitol]].<ref name="Slate posse">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2209134/ |título=Why Doesn't Every President Use the Lincoln Bible? |acessodata=19 de junho de 2011 |data=19 de janeiro de 2009 |publicado=[[Slate]] |língua=inglês |língua2=en |língua3= |lang= |citação=According to official records kept by the Architect of the Capitol, Teddy Roosevelt is the only president who wasn't sworn in using a Bible; he took a rushed oath of office in 1901 following the assassination of William McKinley. [...] John Quincy Adams, according to his own letters, placed his hand on a constitutional law volume rather than a Bible to indicate where his fealty lay. [...] There are no known inauguration Bibles for presidents John Adams through John Tyler; in fact, there's no concrete evidence that those early presidents used a Bible at all for the oath.}}</ref> [[John Quincy Adams]], em sua posse, de acordo com cartas escritas pelo mesmo, colocou a mão em um volume de direito constitucional ao invés da Bíblia para indicar a quem pertencia sua lealdade.<ref name="Slate posse"/> Não há registros para presidentes anteriores a [[John Tyler]].<ref name="Slate posse"/>
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De acordo com o livro [[How To Read The Bible?]], de [[James Kugel]], não há veracidade histórica na Bíblia. <ref name="Slate Biblically Speaking"/> A versão hebraica da Bíblia não oferece uma orientação clara de como devemos agir.<ref name="Slate Chatting the Bible">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2164152/pagenum/all/#p2 |título=Chatting the Bible |acessodata=8 de julho de 2011 |data=13 de abril de 2007 |publicado=[[Slate]] |língua=inglês |citação=he Bible, at least the Hebrew Bible, does not offer clear guidance about how we are supposed to behave. [...] Most people encounter the Bible through someone else—as their rabbi or pastor or professor or priest interprets it for them. [...] here you have a book that is thousands of years old, written by a small primitive tribe [...]. [...] "The Bible," according to Mark Twain, "reveals the character of its God with minute exactness. It is a portrait of a man, if one can imagine a man with evil impulses far beyond the human limit. In the Old Testament He is pictured as unjust, ungenerous, pitiless, and revengeful, punishing innocent children for the misdeeds of their parents; punishing unoffending people for the sins of their rulers, even descending to bloody vengeance upon harmless calves and sheep as punishment for puny trespasses committed by their proprietors. It is the most damnatory biography that ever found its way into print."}}</ref>
De acordo com o livro [[How To Read The Bible?]], de [[James Kugel]], não há veracidade histórica na Bíblia. <ref name="Slate Biblically Speaking"/> A versão hebraica da Bíblia não oferece uma orientação clara de como devemos agir.<ref name="Slate Chatting the Bible">{{citar web |url=http://www.slate.com/id/2164152/pagenum/all/#p2 |título=Chatting the Bible |acessodata=8 de julho de 2011 |data=13 de abril de 2007 |publicado=[[Slate]] |língua=inglês |citação=he Bible, at least the Hebrew Bible, does not offer clear guidance about how we are supposed to behave. [...] Most people encounter the Bible through someone else—as their rabbi or pastor or professor or priest interprets it for them. [...] here you have a book that is thousands of years old, written by a small primitive tribe [...]. [...] "The Bible," according to Mark Twain, "reveals the character of its God with minute exactness. It is a portrait of a man, if one can imagine a man with evil impulses far beyond the human limit. In the Old Testament He is pictured as unjust, ungenerous, pitiless, and revengeful, punishing innocent children for the misdeeds of their parents; punishing unoffending people for the sins of their rulers, even descending to bloody vengeance upon harmless calves and sheep as punishment for puny trespasses committed by their proprietors. It is the most damnatory biography that ever found its way into print."}}</ref>


De acordo com [[Mark Twain]], a Bíblia retrata [[Deus]] como um homem de impulsos maus muito além dos limites humanos, sendo classificada por ele a biografia mais condenável já vista.<ref name="Slate Chatting the Bible"/> Ainda de acordo com ele, no [[Antigo Testamento]], Deus é mostrado como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes, descontando sua vingança em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários.<ref name="Slate Chatting the Bible"/>
De acordo com [[Mark Twain]], a Bíblia retrata [[Deus]] como um homem de impulsos maus muito além dos limites humanos, sendo classificada por ele a [[biografia]] mais condenável já vista.<ref name="Slate Chatting the Bible"/> Ainda de acordo com ele, no [[Antigo Testamento]], Deus é mostrado como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes, descontando sua vingança em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários.<ref name="Slate Chatting the Bible"/>


== Estrutura interna ==
== Estrutura interna ==

A Bíblia atualmente é dividida em dois grandes grupos de livros: o Antigo e o Novo Testamento. O [[Antigo Testamento]] apresenta a história do mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta dos [[judeus]] do [[cativeiro babilônico|exílio babilônico]], no [[século IV a.C.]] O [[Novo Testamento]] apresenta a história de [[Jesus Cristo]] e a pregação de seus ensinamentos, durante sua vida e após sua morte, no [[século I d.C.]]
A Bíblia atualmente é dividida em dois grandes grupos de livros: o Antigo e o Novo Testamento. O [[Antigo Testamento]] apresenta a história do mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta dos [[judeus]] do [[cativeiro babilônico|exílio babilônico]], no [[século IV a.C.]] O [[Novo Testamento]] apresenta a história de [[Jesus Cristo]] e a pregação de seus ensinamentos, durante sua vida e após sua morte, no [[século I d.C.]]


A Bíblia não era dividida em capítulos até [[1227]] [[d.C.]], quando o professor [[Sthepen Langton]] os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em 1551 por [[Robert Stephanus]]<ref name="infoescola"/>
A Bíblia não era dividida em capítulos até [[1227]] [[d.C.]], quando o [[professor]] [[Sthepen Langton]] os criou, e não apresentava [[versículo]]s até ser assim dividida em [[1551]] por [[Robert Stephanus]]<ref name="infoescola"/>


=== Livros do Antigo Testamento ===
=== Livros do Antigo Testamento ===

{{Artigo principal|Antigo Testamento}}
{{Artigo principal|Antigo Testamento}}

A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou denominação que o adota: a Bíblia dos cristãos [[protestantes]] o [[Tanakh]] judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica aceita 46 livros. Os sete livros adicionais da Bíblia católica são conhecidos como [[Livros deuterocanônicos|deuterocanônicos]].
A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou [[Denominação cristã]] que o adota: a Bíblia dos cristãos [[protestantes]] o [[Tanakh]] judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica aceita 46 livros. Os sete livros adicionais da Bíblia católica são conhecidos como [[Livros deuterocanônicos|deuterocanônicos]].


Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados (também chamados "protocanônicos") são: [[Gênesis]], [[Êxodo]], [[Levítico]], [[Livro dos Números|Números]], [[Deuteronômio]], [[Livro de Josué|Josué]], [[Livro dos Juízes|Juízes]], [[Livro de Rute|Rute]], [[I Samuel]], [[II Samuel]], [[I Reis]], [[II Reis]], [[I Crônicas]], [[II Crônicas]], [[Livro de Esdras|Esdras]], [[Neemias]], [[Livro de Ester|Ester]], [[Livro de Jó|Jó]], [[Salmos]], [[Livro dos Provérbios|Provérbios]], [[Eclesiastes]], [[Cânticos dos Cânticos]], [[Livro de Isaías|Isaías]], [[Livro de Jeremias|Jeremias]], [[Lamentações]], [[Livro de Ezequiel|Ezequiel]], [[Livro de Daniel|Daniel]], [[Oséias]], [[Livro de Joel|Joel]], [[Amós]], [[Obadias]], [[Livro de Jonas|Jonas]], [[Miquéias]], [[Naum]], [[Habacuque]], [[Sofonias]], [[Ageu]], [[Livro de Zacarias|Zacarias]] e [[Malaquias]].
Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados (também chamados "protocanônicos") são: [[Gênesis]], [[Êxodo]], [[Levítico]], [[Livro dos Números|Números]], [[Deuteronômio]], [[Livro de Josué|Josué]], [[Livro dos Juízes|Juízes]], [[Livro de Rute|Rute]], [[I Samuel]], [[II Samuel]], [[I Reis]], [[II Reis]], [[I Crônicas]], [[II Crônicas]], [[Livro de Esdras|Esdras]], [[Neemias]], [[Livro de Ester|Ester]], [[Livro de Jó|Jó]], [[Salmos]], [[Livro dos Provérbios|Provérbios]], [[Eclesiastes]], [[Cânticos dos Cânticos]], [[Livro de Isaías|Isaías]], [[Livro de Jeremias|Jeremias]], [[Lamentações]], [[Livro de Ezequiel|Ezequiel]], [[Livro de Daniel|Daniel]], [[Oséias]], [[Livro de Joel|Joel]], [[Amós]], [[Obadias]], [[Livro de Jonas|Jonas]], [[Miquéias]], [[Naum]], [[Habacuque]], [[Sofonias]], [[Ageu]], [[Livro de Zacarias|Zacarias]] e [[Malaquias]].
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Os livros aceitos apenas pela Igreja Católica como sagrados são: [[Livro de Tobias|Tobias]], [[Livro de Judite|Judite]], [[I Macabeus]], [[II Macabeus]], [[Livro da Sabedoria|Sabedoria]], [[Eclesiástico]] e [[Baruque]].
Os livros aceitos apenas pela Igreja Católica como sagrados são: [[Livro de Tobias|Tobias]], [[Livro de Judite|Judite]], [[I Macabeus]], [[II Macabeus]], [[Livro da Sabedoria|Sabedoria]], [[Eclesiástico]] e [[Baruque]].


Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos (chamados "apócrifos" pelos protestantes) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e Mateus, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa. O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, ortodoxos e por alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não farisaica, porque Jesus afirma que durou até João Batista, "''A lei e os profetas duraram até João''"(cf. {{Citar bíblia|livro=Lucas |capítulo=16|verso=16}}; {{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=11|verso=13}}).
Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos (chamados "[[Livros apócrifos]]" pelos protestantes) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e Mateus, numa época em que segundo o historiador judeu [[Flávio Josefo]], a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa (''ver: [[Testimonium Flavianum]]''). O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, [[Igreja Ortodoxa |ortodoxos]] e por alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não [[Fariseu|farisaica]], porque Jesus afirma que durou até [[João Batista]], "''A lei e os profetas duraram até João''"(cf. {{Citar bíblia|livro=Lucas |capítulo=16|verso=16}}; {{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=11|verso=13}}).


=== Livros do Novo Testamento ===
=== Livros do Novo Testamento ===

{{Artigo principal|Novo Testamento}}
{{Artigo principal|Novo Testamento}}


O Novo Testamento é composto de 27 livros: [[Evangelho de Mateus]], [[Evangelho de Marcos]], [[Evangelho de Lucas]], [[Evangelho de João]], [[Atos dos Apóstolos]], [[Epístola aos Romanos|Romanos]], [[I Coríntios]], [[II Coríntios]], [[Gálatas]], [[Epístola aos Efésios|Efésios]], [[Filipenses]], [[Colossenses]], [[I Tessalonicenses]], [[II Tessalonicenses]], [[I Timóteo]], [[II Timóteo]], [[Epístola a Tito|Tito]], [[Epístola a Filémon|Filémon]], [[Hebreus]], [[Epístola de Tiago]], [[Primeira Epístola de Pedro]], [[Segunda Epístola de Pedro]], [[Primeira Epístola de João]], [[Segunda Epístola de João]], [[Terceira Epístola de João]], [[Epístola de Judas]] e [[Apocalipse de São João|Apocalipse]]
O Novo Testamento é composto de 27 livros: [[Evangelho de Mateus]], [[Evangelho de Marcos]], [[Evangelho de Lucas]], [[Evangelho de João]], [[Atos dos Apóstolos]], [[Epístola aos Romanos|Romanos]], [[I Coríntios]], [[II Coríntios]], [[Gálatas]], [[Epístola aos Efésios|Efésios]], [[Filipenses]], [[Colossenses]], [[I Tessalonicenses]], [[II Tessalonicenses]], [[I Timóteo]], [[II Timóteo]], [[Epístola a Tito|Tito]], [[Epístola a Filémon|Filémon]], [[Hebreus]], [[Epístola de Tiago]], [[Primeira Epístola de Pedro]], [[Segunda Epístola de Pedro]], [[Primeira Epístola de João]], [[Segunda Epístola de João]], [[Terceira Epístola de João]], [[Epístola de Judas]] e [[Apocalipse de São João|Apocalipse]]


Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como na Reforma Protestante do século XVI, os textos deuterocanônicos do Novo Testamento foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente, os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento.
Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como na Reforma Protestante do século XVI, os textos deuterocanônicos do Novo Testamento foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente, os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento (''ver: [[Apócrifos do Novo Testamento]]'').


=== Origem do termo "testamento" ===
=== Origem do termo "testamento" ===

Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A palavra portuguesa "testamento" corresponde à palavra [[língua hebraica|hebraica]] ''berith'' (que significa aliança, pacto, convênio, contrato), e designa a aliança que Deus fez com o povo de Israel no [[Monte Sinai]], tal como descrito no livro de Êxodo ({{Citar bíblia|livro=Êxodo|capítulo=24|verso=1|verso_final=8}} e {{Citar bíblia|livro=Êxodo|capítulo=34|verso=10|verso_final=28}}). Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança ({{Citar bíblia|livro=Jeremias|capítulo=31|verso=31|verso_final=34}}) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo ({{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=26|verso=28}}). Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança de antiga ({{Citar bíblia|livro=Hebreus|capítulo=8|verso=13}}), em contraposição à nova ({{Citar bíblia|livro=2 Coríntios|capítulo=3|verso=6|verso_final=14}}).
Este [[vocábulo]] não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A palavra [[Língua portuguesa|portuguesa]] "[[testamento]]" corresponde à palavra [[língua hebraica|hebraica]] ''berith'' (que significa [[Aliança (acordo) |aliança]], [[pacto]], [[convênio]], [[contrato]]), e designa a aliança que Deus fez com o povo de Israel no [[Monte Sinai]], tal como descrito no livro de Êxodo ({{Citar bíblia|livro=Êxodo|capítulo=24|verso=1|verso_final=8}} e {{Citar bíblia|livro=Êxodo|capítulo=34|verso=10|verso_final=28}}). Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança ({{Citar bíblia|livro=Jeremias|capítulo=31|verso=31|verso_final=34}}) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo ({{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo=26|verso=28}}). Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança de antiga ({{Citar bíblia|livro=Hebreus|capítulo=8|verso=13}}), em contraposição à nova ({{Citar bíblia|livro=2 Coríntios|capítulo=3|verso=6|verso_final=14}}).


Os tradutores da [[Septuaginta]] traduziram ''berith'' para ''diatheke'', embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa "aliança" (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento" (compromisso unilateral).<ref name="apolinario">{{citar livro|título=História do Texto Bíblico|autor=Pedro Apolinário|ano=1985}}</ref>
Os tradutores da [[Septuaginta]] traduziram ''berith'' para ''diatheke'', embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa "aliança" (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento" (compromisso unilateral).<ref name="apolinario">{{citar livro|título=História do Texto Bíblico|autor=Pedro Apolinário|ano=1985}}</ref>


As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a coleção dos escritos que contém os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliança. As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon sagrado. O termo "testamento" surgiu através do latim, quando a primeira versão latina do Velho Testamento grego traduziu ''diatheke'' por ''testamentum''. [[São Jerônimo]], revisando esta versão latina, manteve a palavra ''testamentum'', equivalendo ao hebraico ''berith'' — "aliança", "concerto", quando a palavra não tinha essa significação no grego. Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliança" deveria ser ''suntheke'', por traduzir melhor o hebraico ''berith''.<ref name="apolinario" /><ref>{{citar livro|título=Teologia Sistemática|autor=[[Louis Berkhof]]|id=ISBN 9788576222590}}</ref>
As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a coleção dos escritos que contém os [[documento]]s respectivamente da primeira e da segunda aliança. As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon sagrado. O termo "testamento" surgiu através do [[latim]], quando a primeira versão latina do Velho Testamento grego traduziu ''diatheke'' por ''testamentum'' . [[São Jerônimo]], revisando esta versão latina, manteve a palavra ''testamentum'', equivalendo ao hebraico ''berith'' — "aliança", "concerto", quando a palavra não tinha essa significação no grego (''ver: [[Vulgata]]''). Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliança" deveria ser ''suntheke'', por traduzir melhor o hebraico ''berith''.<ref name="apolinario" /><ref>{{citar livro|título=Teologia Sistemática|autor=[[Louis Berkhof]]|id=ISBN 9788576222590}}</ref>


== Versões ==
== Versões ==

[[Ficheiro:Gutenberg Bible.jpg|thumbnail|esquerda|Uma cópia da [[Bíblia de Gutenberg]], de propriedade do Congresso norte-americano]]
[[Ficheiro:Gutenberg Bible.jpg|thumb|180px|esquerda|Uma cópia da [[Bíblia de Gutenberg]], de propriedade do [[Congresso dos Estados Unidos]].]]


As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos seus [[cânone]]s sagrados<ref group="nota" name="CANON">Veja por exemplo em {{1913CE|Canon of the New Testament}}. Para uma discussão mais aprofundada, veja o artigo [[Cânon bíblico]]</ref>. Inclusive protestantes entre protestantes<ref group="nota" name="CANON"/>.
As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos seus [[cânone]]s sagrados<ref group="nota" name="CANON">Veja por exemplo em {{1913CE|Canon of the New Testament}}. Para uma discussão mais aprofundada, veja o artigo [[Cânon bíblico]]</ref>. Inclusive protestantes entre protestantes<ref group="nota" name="CANON"/>.
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A [[Igreja Católica]] possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico<ref name=CAN1>{{citar web| url = http://www.catholicculture.org/culture/library/dictionary/index.cfm?id=32167| título = Cânone Católico| língua = inglês| publicado = Catholic Culture| acessodata = 16/04/2011}}</ref>.Os livros de [[Livro de Tobias]], [[Livro de Judite|Judite]], [[Sabedoria]], [[Eclesiástico]], [[Baruc|Baruque]], [[I Macabeus]] e [[II Macabeus]] e as chamadas [[Adições em Ester]] e [[Adições em Daniel]]) são considerados "[[deuterocanônicos]]" (ou "do segundo cânon") pela Igreja Católica<ref>{{1913CE|Canon of the Old Testament}}</ref>. Além disso, existem 27 livros no Novo Testamento<ref name=CAN1/>.
A [[Igreja Católica]] possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico<ref name=CAN1>{{citar web| url = http://www.catholicculture.org/culture/library/dictionary/index.cfm?id=32167| título = Cânone Católico| língua = inglês| publicado = Catholic Culture| acessodata = 16/04/2011}}</ref>.Os livros de [[Livro de Tobias]], [[Livro de Judite|Judite]], [[Sabedoria]], [[Eclesiástico]], [[Baruc|Baruque]], [[I Macabeus]] e [[II Macabeus]] e as chamadas [[Adições em Ester]] e [[Adições em Daniel]]) são considerados "[[deuterocanônicos]]" (ou "do segundo cânon") pela Igreja Católica<ref>{{1913CE|Canon of the Old Testament}}</ref>. Além disso, existem 27 livros no Novo Testamento<ref name=CAN1/>.


As [[Igreja Ortodoxa|igrejas cristãs ortodoxas]] e as outras igrejas orientais, aceitam, além de todos estes já citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a [[Oração de Manassés]], e alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das igrejas de tradição [[Igreja Ortodoxa Grega|grega]], [[Igreja Ortodoxa Copta|cóptica]], [[Igreja Ortodoxa Russa|eslava]] e [[Rito bizantino|bizantina]], e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição [[Igreja Ortodoxa Síria|siríaca]]).<ref group="nota">Veja por exemplo, {{citar livro| título = The Canon of the Bible| nome = Larry A| sobrenome = Taylor| url = The Canon of the Bible| ano = 1999| língua = inglês}}. O artigo {{Iwlink|en|Biblical canon}} da Wikipedia em inglês contém uma tabela com as diferenças entre as diversas denominações cristãs.</ref>
As [[Igreja Ortodoxa|igrejas cristãs ortodoxas]] e as outras [[Cristianismo oriental|igrejas orientais]], aceitam, além de todos estes já citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos [[Livros dos Macabeus |Macabeus]], a [[Oração de Manassés]], e alguns capítulos a mais no final do [[livro dos Salmos]] (um nas Bíblias das igrejas de tradição [[Igreja Ortodoxa Grega|grega]], [[Igreja Ortodoxa Copta|cóptica]], [[Igreja Ortodoxa Russa|eslava]] e [[Rito bizantino|bizantina]], e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição [[Igreja Ortodoxa Síria|siríaca]]).<ref group="nota">Veja por exemplo, {{citar livro| título = The Canon of the Bible| nome = Larry A| sobrenome = Taylor| url = The Canon of the Bible| ano = 1999| língua = inglês}}. O artigo {{Iwlink|en|Biblical canon}} da Wikipedia em inglês contém uma tabela com as diferenças entre as diversas denominações cristãs.</ref>


== Traduções ==
== Traduções ==

[[Ficheiro:Genesis in a Tamil bible from 1723.jpg|thumbnail|Livro do Gênesis, Bíblia em [[Tamil]] de 1723.]]
[[Ficheiro:Genesis in a Tamil bible from 1723.jpg|thumbnail|Livro do Gênesis, Bíblia em [[Tamil]] de 1723.]]


[[Eusébio Sofrônio Jerônimo]] (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim, criando a [[Vulgata]].<ref>{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=951 |título=A Igreja na Idade Média |acessodata=30 de março de 2011 |publicado=[[Historianet]] |citação=Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. }}</ref><ref name="História Net">{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=951 |título=A Igreja na Idade Média |acessodata=4 de junho de 2011 |publicado=[[HistoriaNet]] |citação=Os principais Padres do Ocidente são: [...] Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. }}</ref> No [[Concílio de Trento]] em 1542, essa versão traduzida foi estabelecida como versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/contra-reforma.htm |título=Reforma Protestante - Contra-reforma |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, [...] . No Concílio de Trento estabeleceu-se [...] . Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, [...].}}</ref><ref name="História Net"/> Em meados do [[século XIV]] o teólogo [[John Wyclif]] realizou a tradução da Bíblia para o inglês.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/reforma.htm |título=Reforma Protestante - Anglicanismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. }}</ref> Após a [[Reforma Protestante]] a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/protestantismo.htm |título=Protestantismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas.}}</ref>
[[Eusébio Sofrônio Jerônimo]] (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, [[aramaico]] e grego [[koiné]] para o latim, criando a [[Vulgata]].<ref>{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=951 |título=A Igreja na Idade Média |acessodata=30 de março de 2011 |publicado=[[Historianet]] |citação=Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. }}</ref><ref name="História Net">{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=951 |título=A Igreja na Idade Média |acessodata=4 de junho de 2011 |publicado=[[HistoriaNet]] |citação=Os principais Padres do Ocidente são: [...] Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. }}</ref> No [[Concílio de Trento]] em 1542, essa versão traduzida foi estabelecida como versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/contra-reforma.htm |título=Reforma Protestante - Contra-reforma |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, [...] . No Concílio de Trento estabeleceu-se [...] . Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, [...].}}</ref><ref name="História Net"/> Em meados do [[século XIV]] o teólogo [[John Wyclif]] realizou a tradução da Bíblia para o inglês.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiag/reforma.htm |título=Reforma Protestante - Anglicanismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. }}</ref> Após a [[Reforma Protestante]] a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/religiao/protestantismo.htm |título=Protestantismo |acessodata=[[31 de março]] de [[2011]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas.}}</ref>


[[Martinho Lutero]] traduz a Bíblia para a língua alemã <ref>{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=918 |título=Reforma Religiosa |acessodata=5 de junho de 2011 |publicado=[[HistoriaNet]] |citação=Lutero foi excomungado em 1520. Ele queima publicamente a carta do papa (Bula papal), traduz a Bíblia para o Alemão, [...]. }}</ref> enquanto estava escondido em [[Wittenberg]] do [[Papa Leão X]], que queria fazer um "julgamento" após a publicação das [[95 Teses]].<ref name="História Net"/>
[[Martinho Lutero]] traduz a Bíblia para a [[língua alemã]] <ref>{{citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=918 |título=Reforma Religiosa |acessodata=5 de junho de 2011 |publicado=[[HistoriaNet]] |citação=Lutero foi excomungado em 1520. Ele queima publicamente a carta do papa (Bula papal), traduz a Bíblia para o Alemão, [...]. }}</ref> enquanto estava escondido em [[Wittenberg]] do [[Papa Leão X]], que queria fazer um "julgamento" após a publicação das [[95 Teses]].<ref name="História Net"/>


A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado [[Texto Massorético]]<ref name=MASOR>[[Nahum M. Sarna]] and [[S. David Sperling]] (2006), [http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/judaica/ejud_0002_0003_0_02930.html#TEXT Text], in Bible, ''[[Encyclopaedia Judaica]]'' 2nd ed.; via [[Jewish Virtual Library]]</ref>. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas, chamados [[massoretas]], que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos [[massoretas]], de cópia e também de vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o [[texto massorético]] (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original<ref name=MASOR/>.
A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado [[Texto Massorético]]<ref name=MASOR>[[Nahum M. Sarna]] and [[S. David Sperling]] (2006), [http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/judaica/ejud_0002_0003_0_02930.html#TEXT Text], in Bible, ''[[Encyclopaedia Judaica]]'' 2nd ed.; via [[Jewish Virtual Library]]</ref>. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de [[copista]]s, chamados [[massoretas]], que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos [[massoretas]], de cópia e também de vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o [[texto massorético]] (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original<ref name=MASOR/>.


No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do [[Texto Massorético]]. É o caso do [[Pentateuco Samaritano]] (os [[samaritanos]] que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do [[Pentateuco]]), e principalmente a [[Septuaginta]] Grega (sigla LXX)<ref>[http://jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=110&letter=S&search=Samaritan%20Torah#437 Jewish Encyclopedia: Samaritans: Samaritan Version on the Pentateuch]</ref>.
No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do [[Texto Massorético]]. É o caso do [[Pentateuco Samaritano]] (os [[samaritanos]] que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do [[Pentateuco]]), e principalmente a [[Septuaginta]] Grega (sigla LXX)<ref>[http://jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=110&letter=S&search=Samaritan%20Torah#437 Jewish Encyclopedia: Samaritans: Samaritan Version on the Pentateuch]</ref>.


A Versão dos Setenta ou [[Septuaginta]] Grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e II a.C., feita em Alexandria, no Egito. O seu nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta Grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha os [[Deuterocanônicos]], e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o Texto Massorético.<ref name="Jobes and Silva">{{citar livro |autor=Karen H. Jobes e Moises Silva |coauthors= |título=Invitation to the Septuagint |ano=2001 |editora=Paternoster Press |quote= | url=http://books.google.com/books?id=OysSAQAAIAAJ&q |isbn=1-84227-061-3| língua = inglês }}</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=owd9zig7i1oC&pg=PA363 Life after death: a history of the afterlife in the religions of the West], [[Alan F. Segal]], p.363 {{en}}</ref>.
A Versão dos Setenta ou [[Septuaginta]] Grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e II a.C., feita em [[Alexandria]], no [[Egito]]. O seu nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta Grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha os [[Deuterocanônicos]], e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o Texto Massorético.<ref name="Jobes and Silva">{{citar livro |autor=Karen H. Jobes e Moises Silva |coauthors= |título=Invitation to the Septuagint |ano=2001 |editora=Paternoster Press |quote= | url=http://books.google.com/books?id=OysSAQAAIAAJ&q |isbn=1-84227-061-3| língua = inglês }}</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=owd9zig7i1oC&pg=PA363 Life after death: a history of the afterlife in the religions of the West], [[Alan F. Segal]], p.363 {{en}}</ref>.


A [[Igreja Católica]] considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no Velho Testamento do que das demais religiões cristãs e pelo Judaísmo.<ref name="infoescola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/religiao/biblia/ |título=Bíblia |acessodata=15 de abril de 2011 |data=26 de fevereiro de 2008 |publicado=[[Infoescola]] |citação=A Bíblia é um dos livros sagrados da Humanidade, a interpretação religiosa da jornada humana pela Terra, do ponto de vista do povo judeu, narrada pelo próprio Homem, mas segundo a Igreja inspirada diretamente por Deus. [...] Ela deriva do grego Bíblos ou bíblion, significando ‘rolo’ ou ‘livro’. [...] A palavra ‘Bíblia’ foi adotada pelo Cristianismo a partir do ano 200 d.C. [...] A Igreja Católica Apostólica Romana determinou como oficiais 73 livros bíblicos, 46 integrantes do Antigo Testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica tem sete livros a mais no Velho Testamento do que as versões adotadas por outras religiões cristãs e pelo Judaísmo [...] Originalmente a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Os capítulos foram criados pelo Professor Stephen Langton, em 1227 d.C [...]. Em 1551 Robert Stephanus percebeu que era fundamental implementar subdivisões nesta obra, e assim elaborou os versículos. [...] Somente em 1748 d.C. surgiu uma edição bíblica na língua portuguesa, a partir da Vulgata Latina.}}</ref>
A [[Igreja Católica]] considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no Velho Testamento do que das demais religiões cristãs e pelo [[Judaísmo]].<ref name="infoescola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/religiao/biblia/ |título=Bíblia |acessodata=15 de abril de 2011 |data=26 de fevereiro de 2008 |publicado=[[Infoescola]] |citação=A Bíblia é um dos livros sagrados da Humanidade, a interpretação religiosa da jornada humana pela Terra, do ponto de vista do povo judeu, narrada pelo próprio Homem, mas segundo a Igreja inspirada diretamente por Deus. [...] Ela deriva do grego Bíblos ou bíblion, significando ‘rolo’ ou ‘livro’. [...] A palavra ‘Bíblia’ foi adotada pelo Cristianismo a partir do ano 200 d.C. [...] A Igreja Católica Apostólica Romana determinou como oficiais 73 livros bíblicos, 46 integrantes do Antigo Testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica tem sete livros a mais no Velho Testamento do que as versões adotadas por outras religiões cristãs e pelo Judaísmo [...] Originalmente a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Os capítulos foram criados pelo Professor Stephen Langton, em 1227 d.C [...]. Em 1551 Robert Stephanus percebeu que era fundamental implementar subdivisões nesta obra, e assim elaborou os versículos. [...] Somente em 1748 d.C. surgiu uma edição bíblica na língua portuguesa, a partir da Vulgata Latina.}}</ref>


A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu apenas em 1748, a partir da Vulgata Latina.<ref name="infoescola"/> De acordo com as [[Sociedades Bíblicas Unidas]], a Bíblia já foi traduzida, até [[31 de dezembro]] de [[2007]], para pelo menos 2.454 línguas e dialectos. <ref name="ubs">{{citar web| url=http://www.ubs-translations.org/about_us/| título=Sumário estatístico de idiomas com traduções das Escrituras| publicado=Sociedades Bíblicas Unidas| acessodata=27 de março de 2009| língua=inglês}}</ref>
A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu apenas em [[ 1748]], a partir da Vulgata Latina,<ref name="infoescola"/> traduzida para o português por [[João Ferreira de Almeida]]. Almeida faleceu antes de concluir o trabalho, que foi finalizado por colaboradores holandeses.
De acordo com as [[Sociedades Bíblicas Unidas]], a Bíblia já foi traduzida, até [[31 de dezembro]] de [[2007]], para pelo menos 2.454 línguas e dialectos. <ref name="ubs">{{citar web| url=http://www.ubs-translations.org/about_us/| título=Sumário estatístico de idiomas com traduções das Escrituras| publicado=Sociedades Bíblicas Unidas| acessodata=27 de março de 2009| língua=inglês}}</ref>


==Erros e adulterações==
==Erros e adulterações==

[[Roger Bacon]] provou que vários textos da Bíblia estavam adulterados.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/biografia/roger-bacon.htm |título=Roger Bacon |acessodata=[[6 de abril]] de [[2011]] |autor=Departamento de Engenharia Civil da [[Universidade Federal de Campina Grande]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Provou ainda que vários textos da Bíblia estavam adulterados e muitas traduções de Aristóteles erradas (1251).}}</ref>
[[Roger Bacon]] provou que vários textos da Bíblia estavam adulterados.<ref>{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/biografia/roger-bacon.htm |título=Roger Bacon |acessodata=[[6 de abril]] de [[2011]] |autor=Departamento de Engenharia Civil da [[Universidade Federal de Campina Grande]] |publicado=[[Brasil escola]] |citação=Provou ainda que vários textos da Bíblia estavam adulterados e muitas traduções de Aristóteles erradas (1251).}}</ref>


Um erro de tradução da [[Bíblia]] é tomar ''staurós'' como estaca ou [[estaca de tortura]] e, baseando-se nisto, dizer que [[Jesus]] foi pregado em uma estaca ao invés de uma cruz.<ref name="Nortão"/> Isto pois, na época que se diz ser a da morte de Jesus, o significado da palavra já havia passado a abranger duas estacas cruzadas.<ref name="Nortão">{{citar web |url=http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=48541 |título=A cruz de Cristo |acessodata=11 de novembro de 2011 |data=4 de novembro de 2011 |publicado=O Nortão |citação=Outro erro refere-se à cruz. Afirma-se que a cruz é um símbolo pagão e que Jesus teria sido pregado em uma estaca e com as mãos transpassadas por um só prego. Isso porque traduz-se a palavra grega “staurós” por estaca ou estaca de tortura e não por cruz. Originalmente, “staurós” significava poste, conforme se pode ver em Homero, Esíquio e outros. Porém, passou a significar duas traves (uma vertical e outra horizontal) atravessada uma na outra. E tanto os escritores pagãos como os cristãos nos apresentam a cruz no tempo de Cristo usada para punir os criminosos: havia uma trave vertical chamada “stipes” ou “staticulum”, e uma outra dita “patibulum”, que era fixada à anterior em sentido horizontal. O réu era preso à trave horizontal com os braços abertos e depois fixo ao poste vertical.}}</ref>
Um erro de tradução da Bíblia é tomar ''staurós'' como estaca ou [[estaca de tortura]] e, baseando-se nisto, dizer que [[Jesus]] foi pregado em uma estaca ao invés de uma [[cruz cristã|cruz]].<ref name="Nortão"/> Isto pois, na época que se diz ser a da morte de Jesus, o significado da palavra já havia passado a abranger duas estacas cruzadas.<ref name="Nortão">{{citar web |url=http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=48541 |título=A cruz de Cristo |acessodata=11 de novembro de 2011 |data=4 de novembro de 2011 |publicado=O Nortão |citação=Outro erro refere-se à cruz. Afirma-se que a [[cruz]] é um símbolo [[pagão]] e que Jesus teria sido pregado em uma estaca e com as mãos transpassadas por um só prego. Isso porque traduz-se a palavra grega “staurós” por estaca ou estaca de tortura e não por cruz. Originalmente, “staurós” significava poste, conforme se pode ver em [[Homero]], [[Hesíquio de Alexandria]] e outros. Porém, passou a significar duas traves (uma vertical e outra horizontal) atravessada uma na outra. E tanto os escritores pagãos como os cristãos nos apresentam a cruz no tempo de Cristo usada para punir os [[criminoso]]s: havia uma trave vertical chamada “stipes” ou “staticulum”, e uma outra dita “patibulum”, que era fixada à anterior em sentido horizontal. O [[réu]] era preso à trave horizontal com os braços abertos e depois fixo ao poste vertical.}}</ref>

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* LIMA, Alessandro. ''O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados''. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
* PASQUERO, Fedele. ''O Mundo da Bíblia, Autores Vários''. São Paulo: Paulinas, 1986.
* ROST, Leonard. ''Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento''. São Paulo: Paulinas, 1980.


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* [[Antigo Testamento]]
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* LIMA, Alessandro. ''O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados''. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
* PASQUERO, Fedele. ''O Mundo da Bíblia, Autores Vários''. São Paulo: Paulinas, 1986.
* ROST, Leonard. ''Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento''. São Paulo: Paulinas, 1980.
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* {{Link |2=http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/3.php |3=História da Bíblia Sagrada}}
* {{Link |2=http://www.bibliacatolica.com.br/historia_biblia/3.php |3=História da Bíblia Sagrada}}
* {{Link |1=la |2=http://www.vatican.va/archive/bible/nova_vulgata/documents/nova-vulgata_jp-ii_apost_const_lt.html |3=CONSTITUTIO APOSTOLICA QUA NOVA VULGATA BIBLIORUM SACRORUM EDITIO “TYPICA” DECLARATUR ET PROMULGATUR}}
* {{Link |1=la |2=http://www.vatican.va/archive/bible/nova_vulgata/documents/nova-vulgata_jp-ii_apost_const_lt.html |3=CONSTITUTIO APOSTOLICA QUA NOVA VULGATA BIBLIORUM SACRORUM EDITIO “TYPICA” DECLARATUR ET PROMULGATUR}}
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Revisão das 16h00min de 14 de dezembro de 2011

 Nota: Para a visão judaica da Bíblia, veja Tanakh.

Bíblia (do grego βίβλια, plural de βίβλιον, transl. bíblion, "rolo" ou "livro")[1][2] é o texto religioso de valor sagrado para o Cristianismo[3][4][5], onde a interpretação religiosa do motivo da existência do homem na Terra sob a perspectiva judaica é narrada por humanos, mas considerada pela Igreja como divinamente inspirada.[2]

Segundo a tradição aceita pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por 40 autores, entre 1445 e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e 45 e 90 d.C. (livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1600 anos.[6] A maioria dos historiadores acreditam que a data dos primeiros escritos considerados sagrados é bem mais recente: por exemplo, enquanto a tradição cristã coloca Moisés como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia (Pentateuco), muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas após o exílio babilônico, a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes de cristo.[7] Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.[8]

Segundo esta, o homem (Adão) foi criado a partir do barro, após os céus e a terra , [9] há seis mil anos, [10] e ganhou a vida após Deus soprar o fôlego da vida em suas narinas.[9][11]

É o livro mais vendido de todos os tempos[12] com mais de 6 bilhões de cópias em todo o mundo, uma quantidade 7 vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da Lista dos 21 Livros Mais Vendidos, O Livro Vermelho[13]

Inspiração divina

A Bíblia se diz escrita por pessoas sob efeito da inspiração divina.[nota 1] Os cristãos creem que a Bíblia foi escrita por homens sob inspiração divina.[2]

Interpretação

Ver artigo principal: A Bíblia e a história

Segundo ojornalista David Plotz, da revista online Slate Magazine, até um século atrás, a maioria dos estadunidenses bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo.[14] Ele também afirma que atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas não-religiosas.[14] Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bília é irregular: a Igreja Católica inclui somente uma pequena parcela do Velho Testamento nas leituras oficiais; os judeus estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam muito com o restante; os judeus ortodoxos normalmente passam mais tempo lendo o Talmude ou outra coisa que a Bíblia em si; somente os protestantes evangélicos lêem a Bíblia, obsessivamente. Plotz afirma também que há muitas passagens difíceis, repulsivas, confusas e entediantes.[14]

A inacessibilidade da Bíblia [15] entre a Antiguidade e a Idade Média resultou na criação de diversas narrativas sobre os personagens cristãos, criando acréscimos e distorções.[16] A Igreja Católica não permitia que seus fiéis possuíssem exemplares da Bíblia, alegando que estes não teriam nunca a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua complexidade. [17] Assim, afirmava que a responsabilidade de ensinar as orientações de Deus era exclusivamente sua.[17]

Os conflitos entre ciência e religião foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da Bíblia.[18] Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da história da humanidade ou uma descrição perfeita da natureza.[18] Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria ser interpretada a partir do estudo da natureza. [19] Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre Noé ter condenado seu filho e seus descendentes à escravidão para justificar religiosamente a escravidão.[20]

Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia.[17] Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas.[15] A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso.[21]

As Testemunhas de Jeová consideram 66 livros como componentes da Bíblia, interpretando-a de forma literal exceto quando o texto evidencia estar em sentido figurado.[22] Chamam o Novo Testamento de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento de Escrituras Hebraicas.[22] Para o espiritismo a Bíblia é uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual (não é a principal).[23]

A Bíblia gera uma grande polêmica por condenar o ato homossexual, gerando revolta nos homossexuais.[24]

Nos Estados Unidos, o único presidente que não fez o juramento de posse com a mão em uma Bíblia foi Theodore Roosevelt, de acordo com os registros oficiais do Architect of the Capitol.[25] John Quincy Adams, em sua posse, de acordo com cartas escritas pelo mesmo, colocou a mão em um volume de direito constitucional ao invés da Bíblia para indicar a quem pertencia sua lealdade.[25] Não há registros para presidentes anteriores a John Tyler.[25]

De acordo com o livro How To Read The Bible?, de James Kugel, não há veracidade histórica na Bíblia. [15] A versão hebraica da Bíblia não oferece uma orientação clara de como devemos agir.[21]

De acordo com Mark Twain, a Bíblia retrata Deus como um homem de impulsos maus muito além dos limites humanos, sendo classificada por ele a biografia mais condenável já vista.[21] Ainda de acordo com ele, no Antigo Testamento, Deus é mostrado como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes, descontando sua vingança em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários.[21]

Estrutura interna

A Bíblia atualmente é dividida em dois grandes grupos de livros: o Antigo e o Novo Testamento. O Antigo Testamento apresenta a história do mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio babilônico, no século IV a.C. O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus ensinamentos, durante sua vida e após sua morte, no século I d.C.

A Bíblia não era dividida em capítulos até 1227 d.C., quando o professor Sthepen Langton os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em 1551 por Robert Stephanus[2]

Livros do Antigo Testamento

Ver artigo principal: Antigo Testamento

A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou Denominação cristã que o adota: a Bíblia dos cristãos protestantes o Tanakh judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica aceita 46 livros. Os sete livros adicionais da Bíblia católica são conhecidos como deuterocanônicos.

Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados (também chamados "protocanônicos") são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, , Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Os livros aceitos apenas pela Igreja Católica como sagrados são: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque.

Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos (chamados "Livros apócrifos" pelos protestantes) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e Mateus, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa (ver: Testimonium Flavianum). O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, ortodoxos e por alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não farisaica, porque Jesus afirma que durou até João Batista, "A lei e os profetas duraram até João"(cf. Lucas 16:16; Mateus 11:13).

Livros do Novo Testamento

Ver artigo principal: Novo Testamento

O Novo Testamento é composto de 27 livros: Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse

Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como na Reforma Protestante do século XVI, os textos deuterocanônicos do Novo Testamento foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente, os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento (ver: Apócrifos do Novo Testamento).

Origem do termo "testamento"

Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A palavra portuguesa "testamento" corresponde à palavra hebraica berith (que significa aliança, pacto, convênio, contrato), e designa a aliança que Deus fez com o povo de Israel no Monte Sinai, tal como descrito no livro de Êxodo (Êxodo 24:1–8 e Êxodo 34:10–28). Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança (Jeremias 31:31–34) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo (Mateus 26:28). Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança de antiga (Hebreus 8:13), em contraposição à nova (2 Coríntios 3:6–14).

Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa "aliança" (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento" (compromisso unilateral).[26]

As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a coleção dos escritos que contém os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliança. As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon sagrado. O termo "testamento" surgiu através do latim, quando a primeira versão latina do Velho Testamento grego traduziu diatheke por testamentum . São Jerônimo, revisando esta versão latina, manteve a palavra testamentum, equivalendo ao hebraico berith — "aliança", "concerto", quando a palavra não tinha essa significação no grego (ver: Vulgata). Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliança" deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith.[26][27]

Versões

Uma cópia da Bíblia de Gutenberg, de propriedade do Congresso dos Estados Unidos.

As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos seus cânones sagrados[nota 2]. Inclusive protestantes entre protestantes[nota 2].

A Igreja Católica possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico[28].Os livros de Livro de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus e II Macabeus e as chamadas Adições em Ester e Adições em Daniel) são considerados "deuterocanônicos" (ou "do segundo cânon") pela Igreja Católica[29]. Além disso, existem 27 livros no Novo Testamento[28].

As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais, aceitam, além de todos estes já citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a Oração de Manassés, e alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das igrejas de tradição grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição siríaca).[nota 3]

Traduções

Livro do Gênesis, Bíblia em Tamil de 1723.

Eusébio Sofrônio Jerônimo (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego koiné para o latim, criando a Vulgata.[30][17] No Concílio de Trento em 1542, essa versão traduzida foi estabelecida como versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica.[31][17] Em meados do século XIV o teólogo John Wyclif realizou a tradução da Bíblia para o inglês.[32] Após a Reforma Protestante a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas.[33]

Martinho Lutero traduz a Bíblia para a língua alemã [34] enquanto estava escondido em Wittenberg do Papa Leão X, que queria fazer um "julgamento" após a publicação das 95 Teses.[17]

A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto Massorético[35]. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas, chamados massoretas, que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o texto massorético (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original[35].

No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do Texto Massorético. É o caso do Pentateuco Samaritano (os samaritanos que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a Septuaginta Grega (sigla LXX)[36].

A Versão dos Setenta ou Septuaginta Grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e II a.C., feita em Alexandria, no Egito. O seu nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta Grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha os Deuterocanônicos, e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o Texto Massorético.[37][38].

A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no Velho Testamento do que das demais religiões cristãs e pelo Judaísmo.[2]

A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu apenas em 1748, a partir da Vulgata Latina,[2] traduzida para o português por João Ferreira de Almeida. Almeida faleceu antes de concluir o trabalho, que foi finalizado por colaboradores holandeses. De acordo com as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi traduzida, até 31 de dezembro de 2007, para pelo menos 2.454 línguas e dialectos. [39]

Erros e adulterações

Roger Bacon provou que vários textos da Bíblia estavam adulterados.[40]

Um erro de tradução da Bíblia é tomar staurós como estaca ou estaca de tortura e, baseando-se nisto, dizer que Jesus foi pregado em uma estaca ao invés de uma cruz.[41] Isto pois, na época que se diz ser a da morte de Jesus, o significado da palavra já havia passado a abranger duas estacas cruzadas.[41]

Ver também

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
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  • LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
  • PASQUERO, Fedele. O Mundo da Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.
  • ROST, Leonard. Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1980.

Notas

  1. O apóstolo Paulo afirma que "toda a Escritura é inspirada por Deus" literalmente, "soprada por Deus", que é a tradução da palavra grega θεοπνευστος, theopneustos] (2 Timóteo 3:16). O apóstolo Pedro diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo Espírito Santo é que homens falaram em nome de Deus." (2 Pedro 1:21). O apóstolo Pedro atribui aos escritos de Paulo a mesma autoridade do Antigo Testamento: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pedro 3:15–16).
  2. a b Veja por exemplo em "Canon of the New Testament" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.. Para uma discussão mais aprofundada, veja o artigo Cânon bíblico
  3. Veja por exemplo, Taylor, Larry A (1999). [The Canon of the Bible The Canon of the Bible] Verifique valor |url= (ajuda) (em inglês). [S.l.: s.n.] . O artigo «Biblical canon» na Wikipédia em inglês da Wikipedia em inglês contém uma tabela com as diferenças entre as diversas denominações cristãs.

Referências

  1. Rainer Sousa. «Bíblia». Mundo educação. Consultado em 31 de março de 2011. Em seu significado original, o termo bíblia vem da palavra grega “biblos” que significa “papel, livro, papiro” e pode ser utilizado para todo e qualquer conjunto de textos sagrados que contém os ensinamentos fundamentais de qualquer tipo de religião. Entretanto, o uso desse termo acabou sendo também utilizado para se nomear o principal livro adotado pelas religiões cristã e judaica. Contendo sessenta e seis livros, a Bíblia é tida como uma das publicações mais vendidas ao redor do mundo. 
  2. a b c d e f «Bíblia». Infoescola. 26 de fevereiro de 2008. Consultado em 15 de abril de 2011. A Bíblia é um dos livros sagrados da Humanidade, a interpretação religiosa da jornada humana pela Terra, do ponto de vista do povo judeu, narrada pelo próprio Homem, mas segundo a Igreja inspirada diretamente por Deus. [...] Ela deriva do grego Bíblos ou bíblion, significando ‘rolo’ ou ‘livro’. [...] A palavra ‘Bíblia’ foi adotada pelo Cristianismo a partir do ano 200 d.C. [...] A Igreja Católica Apostólica Romana determinou como oficiais 73 livros bíblicos, 46 integrantes do Antigo Testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica tem sete livros a mais no Velho Testamento do que as versões adotadas por outras religiões cristãs e pelo Judaísmo [...] Originalmente a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Os capítulos foram criados pelo Professor Stephen Langton, em 1227 d.C [...]. Em 1551 Robert Stephanus percebeu que era fundamental implementar subdivisões nesta obra, e assim elaborou os versículos. [...] Somente em 1748 d.C. surgiu uma edição bíblica na língua portuguesa, a partir da Vulgata Latina. 
  3. Rainer Sousa. «Hebreus». Brasil Escola. Consultado em 30 de março de 2011. Uma das maiores fontes de estudo da trajetória do povo hebreu se encontra na Bíblia, principalmente na parte do conhecido Velho Testamento. Nesse livro, hoje de valor sagrado para o Cristianismo, podemos ver alguns traços da história e da cultura desse povo. 
  4. Tiago Dantas. «Cristianismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc. 
  5. Mundo educação. «Dia Mundial da Religião». Consultado em 31 de março de 2011. Com o cristianismo, a igreja se dividiu em três vertentes [...]. Seu livro sagrado é a bíblia, e traz como forma de vida os ensinamentos do filho do Messias, Jesus Cristo. 
  6. Lorna Daniels Nichols (2009). Big Picture of the Bible - New Testament. [S.l.]: Winepress Publishing. ISBN 9781433671814 
  7. John J. McDermott (2002). Reading the Pentateuch: a historical introduction. [S.l.]: Paulist Press. ISBN 9780809140824 
  8. Bruce M. Metzger; Michael David Coogan (1993). The Oxford Companion to the Bible. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 9780195046458 
  9. a b Rainer Souza. «Criacionismo». Brasil Escola. Consultado em 31 de março de 2011. O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. 
  10. «James Hutton, avô da seleção natural». Ciência Hoje. 13 de novembro de 2003. Consultado em 21 de maio de 2011. Segundo ele, a composição das rochas do planeta é uma das muitas provas de que ele foi formado bem antes do que relata a Bíblia (somente 6 mil anos). 
  11. «Evolução e religião». Ciência Hoje. 8 de outubro de 2009. Consultado em 29 de maio de 2011. Apenas algumas denominações protestantes fundamentalistas fazem uma interpretação literal estrita, criacionista, do livro do Gênesis na Bíblia que os leva a rejeitar em princípio a evolução biológica. Para eles a Terra (e todo o universo) tem menos de 10 mil anos (danem-se os dinossauros e toda a evidência fóssil) e Deus criou o homem diretamente! No seu livro Os anais do velho testamento, publicado em 1650, o bispo inglês James Ussher calculou que Deus criou o universo na véspera do dia 23 de outubro de 4004 a.C. Até o final dos anos 1970 todas as Bíblias colocadas em quartos de hotel nos Estados Unidos pela Gideon Society continham essa estimativa, que também fez parte da arguição a que Clarence Darrow submeteu William Jennings Bryan no famoso julgamento de Scopes, no Tennessee, em 1926. 
  12. «Ler ou não ler?». Ciência Hoje. 1 de fevereiro de 2006. Consultado em 18 de maio de 2011. Uma pesquisa sobre os livros mais vendidos de todos os tempos revela unanimidade apenas nos dois primeiros lugares. Na cabeça da lista vem a Bíblia [...]. 
  13. Editores da Publications International Ltd (2007). «21 livros mais vendidos de todos os tempos». Como tudo funciona. Consultado em 29 de março de 2011 
  14. a b c «Good Book» (em inglês). Slate. 3 de março de 2009. Consultado em 7 de junho de 2011. A century ago, most well-educated Americans knew the Bible deeply. Today, biblical illiteracy is practically universal among nonreligious people. [...] Even among the faithful, Bible reading is erratic. The Catholic Church, for example, includes only a teeny fraction of the Old Testament in its official readings. Jews study the first five books of the Bible pretty well but shortchange the rest of it. Orthodox Jews generally spend more time on the Talmud and other commentary than on the Bible itself. Of the major Jewish and Christian groups, only evangelical Protestants read the whole Bible obsessively. [...] Maybe it doesn't make sense for most of us to read the whole Bible. After all, there are so many difficult, repellent, confusing, and boring passages. 
  15. a b c «Biblically Speaking» (em inglês). Slate. 4 de março de 2009. Consultado em 7 de julho de 2011. My book is by no means a substitute for the Bible. It's an effort to bring a new [...] perspective to a book that has been made inaccessible and difficult by clergy and academics. [...] James Kugel's recently published How To Read the Bible? [...] I read Kugel's book [...]. [...] Kugel demolishes, chapter by chapter, the idea that the Bible is historically true (No exodus from Egypt, no conquest of the Promised Land, God is an offshoot of Baal, etc). [...] Here we have a book written 3,000 years ago, with bizarre stories, peculiar laws, erratic deity [...] Martin Luther was one of the first theologians to suggest that people read AND interpret the Bible for themselves. [...] Clergy have mostly discouraged us from reading the Bible, insisting that we should only do it under their tutelage. 
  16. Rainer Sousa. «Onde Judas perdeu as botas». Brasil Escola. Consultado em 30 de março de 2011. Entre a Antiguidade e a Idade Média, por exemplo, a inacessibilidade aos textos bíblicos foi responsável pela criação de várias narrativas envolvendo os personagens cristãos. Os feitos e destinos de certos nomes presentes na Bíblia ganhavam acréscimos e certas distorções que salientavam a forte presença do cristianismo no imaginário dessa época. Levando em conta que boa parte da população era iletrada, ficava difícil de impor um rigor de verdade entre as várias histórias de cunho bíblico. 
  17. a b c d e f «Lutero». HistoriaNet. 22 de abril de 2005. Consultado em 7 de junho de 2011. Martin Lutero alegava ainda, que somente o amor de Cristo era capaz de providenciar paz de espírito, o alcance deste amor era oferecido por meio da Bíblia, gratuitamente. [...] A Igreja Católica centralizava seu poder sobre os fieis privando-os de possuírem um exemplar da bíblia, sob alegação que jamais poderiam entendê-la, devido a sua complexidade. Diziam ainda que o papel de ensinar as orientações de Deus era uma responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, "comandada" pelo Papa.  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "História Net" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  18. a b «É possível a convivência pacífica entre ciência e religião?». Ciência Hoje. 10 de janeiro de 2003. Consultado em 18 de maio de 2011. A interpretação literal da Bíblia também ajudou a criar os conflitos entre ciência e religião. A crença de que um deus criou a Terra para nos abrigar e todas as outras espécies para nos servir pode ser muito alentadora, embora contrarie consensos científicos que poucos ousam desafiar. Mas a Bíblia, inspirada em tantas fontes diferentes, não pode ser entendida como um relato preciso da história humana ou uma descrição perfeita da natureza, apesar de estar repleta de verdades morais valiosas e incontestáveis. 
  19. «Com os pés na terra e os olhos no céu». Ciência Hoje. 27 de outubro de 2009. Consultado em 18 de maio de 2011. Para o astrônomo e filósofo, as escrituras deveriam ser interpretadas a partir do estudo da natureza. 
  20. «O DNA do racismo». Ciência Hoje. 11 de julho de 2008. Consultado em 18 de maio de 201. Mas a conciliação do inconciliável precisava ser racionalizada com argumentos da própria religião. Isso envolveu duas vertentes principais. A primeira consistiu em substituir a ênfase da unidade da humanidade a partir da Adão e Eva por uma divisão tricotômica baseada nos filhos de Noé: Cam, Sem e Jafé. Segundo o livro do Gênese na Bíblia, Cam viu Noé nu e bêbado e contou para seus irmãos, zombando do pai. Ao saber disso, Noé amaldiçoou Cam e o condenou, assim como toda a sua descendência, à servidão. Os escravocratas avidamente adotaram uma identificação dos africanos com os descendentes de Cam, uma cômoda justificativa religiosa para a escravidão, embora na própria Bíblia não haja nenhuma referência à cor de Cam ou qualquer descrição de seus descendentes.  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  21. a b c d «Chatting the Bible» (em inglês). Slate. 13 de abril de 2007. Consultado em 8 de julho de 2011. he Bible, at least the Hebrew Bible, does not offer clear guidance about how we are supposed to behave. [...] Most people encounter the Bible through someone else—as their rabbi or pastor or professor or priest interprets it for them. [...] here you have a book that is thousands of years old, written by a small primitive tribe [...]. [...] "The Bible," according to Mark Twain, "reveals the character of its God with minute exactness. It is a portrait of a man, if one can imagine a man with evil impulses far beyond the human limit. In the Old Testament He is pictured as unjust, ungenerous, pitiless, and revengeful, punishing innocent children for the misdeeds of their parents; punishing unoffending people for the sins of their rulers, even descending to bloody vengeance upon harmless calves and sheep as punishment for puny trespasses committed by their proprietors. It is the most damnatory biography that ever found its way into print." 
  22. a b Patrícia Lopes. «Testemunhas de Jeová». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. As Testemunhas de Jeová acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, tendo-a como base para suas crenças. O Novo Testamento é chamado de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento, de Escrituras Hebraicas. Consideram os 66 livros que compõem a Bíblia, interpretando-a de forma literal, salvo quando as expressões ou o contexto revelam que o sentido é figurado ou simbólico. 
  23. Rainer Sousa. «Espiritismo». Brasil Escola. Consultado em 5 de abril de 2011. Abrindo portas para a doutrina cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos. Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual. Concomitantemente, a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido na história de vida de outros indivíduos iluminados. 
  24. Gabriela Cabral. «Homofobia». Brasil Escola. Consultado em 5 de abril de 2011. Há uma grande polêmica entre homossexualidade e religião, pois a Bíblia (livro utilizado pelo cristianismo) condena o ato homossexual e isso gera grande revolta nos homossexuais. 
  25. a b c «Why Doesn't Every President Use the Lincoln Bible?» (em inglês). Slate. 19 de janeiro de 2009. Consultado em 19 de junho de 2011. According to official records kept by the Architect of the Capitol, Teddy Roosevelt is the only president who wasn't sworn in using a Bible; he took a rushed oath of office in 1901 following the assassination of William McKinley. [...] John Quincy Adams, according to his own letters, placed his hand on a constitutional law volume rather than a Bible to indicate where his fealty lay. [...] There are no known inauguration Bibles for presidents John Adams through John Tyler; in fact, there's no concrete evidence that those early presidents used a Bible at all for the oath.  |língua2= e |língua= redundantes (ajuda)
  26. a b Pedro Apolinário (1985). História do Texto Bíblico. [S.l.: s.n.] 
  27. Louis Berkhof. Teologia Sistemática. [S.l.: s.n.] ISBN 9788576222590 
  28. a b «Cânone Católico» (em inglês). Catholic Culture. Consultado em 16 de abril de 2011 
  29. "Canon of the Old Testament" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  30. «A Igreja na Idade Média». Historianet. Consultado em 30 de março de 2011. Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. 
  31. «Reforma Protestante - Contra-reforma». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, [...] . No Concílio de Trento estabeleceu-se [...] . Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, [...]. 
  32. «Reforma Protestante - Anglicanismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. 
  33. «Protestantismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas. 
  34. «Reforma Religiosa». HistoriaNet. Consultado em 5 de junho de 2011. Lutero foi excomungado em 1520. Ele queima publicamente a carta do papa (Bula papal), traduz a Bíblia para o Alemão, [...]. 
  35. a b Nahum M. Sarna and S. David Sperling (2006), Text, in Bible, Encyclopaedia Judaica 2nd ed.; via Jewish Virtual Library
  36. Jewish Encyclopedia: Samaritans: Samaritan Version on the Pentateuch
  37. Karen H. Jobes e Moises Silva (2001). Invitation to the Septuagint (em inglês). [S.l.]: Paternoster Press. ISBN 1-84227-061-3 
  38. Life after death: a history of the afterlife in the religions of the West, Alan F. Segal, p.363 (em inglês)
  39. «Sumário estatístico de idiomas com traduções das Escrituras» (em inglês). Sociedades Bíblicas Unidas. Consultado em 27 de março de 2009 
  40. Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Campina Grande. «Roger Bacon». Brasil escola. Consultado em 6 de abril de 2011. Provou ainda que vários textos da Bíblia estavam adulterados e muitas traduções de Aristóteles erradas (1251). 
  41. a b «A cruz de Cristo». O Nortão. 4 de novembro de 2011. Consultado em 11 de novembro de 2011. Outro erro refere-se à cruz. Afirma-se que a cruz é um símbolo pagão e que Jesus teria sido pregado em uma estaca e com as mãos transpassadas por um só prego. Isso porque traduz-se a palavra grega “staurós” por estaca ou estaca de tortura e não por cruz. Originalmente, “staurós” significava poste, conforme se pode ver em Homero, Hesíquio de Alexandria e outros. Porém, passou a significar duas traves (uma vertical e outra horizontal) atravessada uma na outra. E tanto os escritores pagãos como os cristãos nos apresentam a cruz no tempo de Cristo usada para punir os criminosos: havia uma trave vertical chamada “stipes” ou “staticulum”, e uma outra dita “patibulum”, que era fixada à anterior em sentido horizontal. O réu era preso à trave horizontal com os braços abertos e depois fixo ao poste vertical. 

Ligações externas

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