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Santo Amaro (distrito de São Paulo): diferenças entre revisões

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No final do [[Primeiro Reinado]], por ocasião do casamento de Dom [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] com Dona [[Amélia de Leuchtenberg]], a região que viria formar o antigo município de Santo Amaro foi transformada em núcleo de colônia alemã e prussiana por aviso do Ministério do Império em 8 de novembro de [[1827]]. Em [[1829]], após desembarcarem dos navios no [[porto de Santos]], a princípio os colonos deveriam seguir para o bairro do Rio Bonito e para a colônia de Itapecerica. Data-se, dessa época de pioneiros, o cemitério da [[Colônia]] (alemã) em Parelheiros.
No final do [[Primeiro Reinado]], por ocasião do casamento de Dom [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] com Dona [[Amélia de Leuchtenberg]], a região que viria formar o antigo município de Santo Amaro foi transformada em núcleo de colônia alemã e prussiana por aviso do Ministério do Império em 8 de novembro de [[1827]]. Em [[1829]], após desembarcarem dos navios no [[porto de Santos]], a princípio os colonos deveriam seguir para o bairro do Rio Bonito e para a colônia de Itapecerica. Data-se, dessa época de pioneiros, o cemitério da [[Colônia]] (alemã) em Parelheiros.


O primeiro grupo de colonos alemães que veio se juntar ao povoamento desta região foi o das famílias Bauermann, Cremmer (Crem), Fischer, Guilger, Helfstein, Hengles, Klein, Milbeyer (Milberg), Moor, Reimberg, Rocumback, Schunck, Schuster (Justo), Teizem, Weishaupt, Zillyg (Silles, Sillig) e outros, os quais se [[Miscigenação|miscigenaram]] amistosamente com os naturais da terra, porém perderam a [[Língua alemã|língua]] e os [[Cultura da Alemanha|costumes germânicos]].
O primeiro grupo de colonos alemães que veio se juntar ao povoamento desta região foi o das famílias Bauermann, Cremmer (Crem), Fischer, Guilger, Helfstein, Hengles, Klein, Milbeyer (Milberg), Moor, Reimberg, Rocumback, Schmidt, Schneirder, Schunck, Schuster (Justo), Schwarzwalder, Teizem, Weishaupt, Zillyg (Silles, Sillig) e outros, os quais se [[Miscigenação|miscigenaram]] amistosamente com os naturais da terra, porém perderam a [[Língua alemã|língua]] e os [[Cultura da Alemanha|costumes germânicos]].


No final do [[século XIX]] e início do [[século XX]], novos grupos de alemães (e também de [[escandinavos]]) dirigiram-se à região de Santo Amaro, estabelecendo-se preferentemente no bairro do [[Alto da Boa Vista (bairro de São Paulo)|Alto da Boa Vista]], ao qual deram uma característica própria que persiste até os dias de hoje.
No final do [[século XIX]] e início do [[século XX]], novos grupos de alemães (e também de [[escandinavos]]) dirigiram-se à região de Santo Amaro, estabelecendo-se preferentemente no bairro do [[Alto da Boa Vista (bairro de São Paulo)|Alto da Boa Vista]], ao qual deram uma característica própria que persiste até os dias de hoje.

Revisão das 02h19min de 17 de maio de 2016

Santo Amaro
Santo Amaro (distrito de São Paulo)
Área 15,70 km²
População (74°) 60.373 hab. (2013)
Densidade 38,70 hab/ha
Renda média R$ 6.000,00
IDH 0,943 - muito elevado()
Subprefeitura Santo Amaro
Região Administrativa Centro-Sul
Área Geográfica 7 (norte) e 6 (sul)
Distritos de São Paulo

Santo Amaro é um distrito da Zona Centro-Sul do município de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. Foi um município independente até ser incorporado por São Paulo em 1935. O distrito é delimitado pelas avenidas Roque Petroni Jr., Professor Vicente Rao e Marginal Pinheiros.

É a região da cidade onde houve a maior concentração de imigrantes alemães a partir de 1829. Em 1833, foi elevado a município, se desmembrando de São Paulo, e permaneceu assim até 1935, quando voltou a ser incorporado novamente por São Paulo. A partir de 1947, soma-se, à parcela de europeus ligados à atividade industrial, o constante fluxo migratório de nordestinos, que intensificaram o comércio do bairro.

Atualmente, é o mais importante centro da região centro-sul da cidade, sendo considerado, para esta e também para vários municípios vizinhos, mais importante que o Centro da cidade de São Paulo. É, em boa parte, composto por loteamentos de alto padrão, embora ainda haja certas regiões onde predomina o comércio popular, como o Largo 13 de Maio. Santo Amaro já foi o maior polo industrial da cidade de São Paulo, e, hoje em dia, é considerado o segundo maior polo comercial da cidade. Abriga alguns shoppings de alto fluxo, como o Mais Shopping, cujo fluxo diário é de 40 mil pessoas. Outros shoppings como Boavista Shopping, SP Market, Shopping Morumbi e Market Place também marcam o distrito.

Possui atualmente, 4 universidades e 8 faculdades, 26 escolas de ensino fundamental municipais, 50 escolas estaduais e 65 escolas particulares. As de ensino médio somam 20 escolas estaduais e 41 particulares. A estrutura de cultural e de lazer conta ainda com 5 bibliotecas, 7 casas de cultura e o Teatro Paulo Eiró, em homenagem ao poeta local de maior projeção.

História

Antecedentes Indígenas

O primeiro registro de ocupação da região refere-se à aldeia tupiniquim Jerubatuba, liderada por Caiubi, irmão de Tibiriçá, no século XVI.[1] Algum tempo depois, foi instalada uma missão jesuíta de índios guaianases chamada "missão do Ibirapuera". O nome, na língua tupi (ybyrá-puera), significa "pau podre", "árvore apodrecida". O aldeamento foi um dentre vários devastados pela varíola.[2]

Fundação

José de Anchieta, vindo do povoado de São Paulo de Piratininga, em uma das várias vezes que visitou a região, percebeu que, devido ao número de índios catequizados e colonos instalados na região, era possível constituir, ali, um povoado. Para esse fim, foi construída uma capela em terras do português João Paes e de sua esposa Suzana Rodrigues, os quais doaram, à capela, a imagem de Santo Amaro. A região de Santo Amaro foi, então elevada a paróquia em 1680[2] e transformada em freguesia em 1686.

Colonização alemã

No final do Primeiro Reinado, por ocasião do casamento de Dom Pedro I com Dona Amélia de Leuchtenberg, a região que viria formar o antigo município de Santo Amaro foi transformada em núcleo de colônia alemã e prussiana por aviso do Ministério do Império em 8 de novembro de 1827. Em 1829, após desembarcarem dos navios no porto de Santos, a princípio os colonos deveriam seguir para o bairro do Rio Bonito e para a colônia de Itapecerica. Data-se, dessa época de pioneiros, o cemitério da Colônia (alemã) em Parelheiros.

O primeiro grupo de colonos alemães que veio se juntar ao povoamento desta região foi o das famílias Bauermann, Cremmer (Crem), Fischer, Guilger, Helfstein, Hengles, Klein, Milbeyer (Milberg), Moor, Reimberg, Rocumback, Schmidt, Schneirder, Schunck, Schuster (Justo), Schwarzwalder, Teizem, Weishaupt, Zillyg (Silles, Sillig) e outros, os quais se miscigenaram amistosamente com os naturais da terra, porém perderam a língua e os costumes germânicos.

No final do século XIX e início do século XX, novos grupos de alemães (e também de escandinavos) dirigiram-se à região de Santo Amaro, estabelecendo-se preferentemente no bairro do Alto da Boa Vista, ao qual deram uma característica própria que persiste até os dias de hoje.

Município

Em 1832, Santo Amaro tornou-se município separado de São Paulo, sendo instalado em 7 de abril de 1833. O município, então, abrangia todo o território ao sul do córrego da Traição (hoje canalizado sob a avenida dos Bandeirantes), parte da Vila Mariana e da Saúde, todo o Ipiranga e Cursino, estendendo-se até a serra do Mar, incluindo as terras correspondentes aos atuais municípios de Itapecerica da Serra, Embu, Embu-Guaçu, Taboão da Serra, São Lourenço da Serra, Juquitiba, Mauá, São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itaquaquecetuba e Suzano.

Em 1886, foi inaugurada a linha férrea de São Paulo a Santo Amaro, com a presença do imperador Pedro II. A antiga linha seguia desde pelo que hoje corresponde à Avenida da Liberdade, Rua Vergueiro, Rua Domingos de Morais e Avenida Jabaquara (o trajeto da atual Linha 1 do metrô). Ela então passava por trás de onde, mais tarde, seria construído o aeroporto de Congonhas, seguindo então para o centro do município. O plano original para construção da linha previa que ela fosse estendida até o povoado de São Lourenço da Serra[3].

Essa linha de trens foi substituída, em 7 de julho de 1919, por uma linha de bondes, que do trajeto anterior desviava na Rua Domingos de Morais para a Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, seguindo pelas regiões de Indianópolis, Campo Belo, Brooklin Paulista e Alto da Boa Vista, dando origem ao que hoje são a Avenida Ibirapuera e a Avenida Vereador José Diniz.

Em 1899, foi inaugurada a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro e, em 1924, a igreja Matriz de Santo Amaro (atual catedral de Santo Amaro, pois em 30 de maio de 1989 o papa João Paulo II criou a diocese de Santo Amaro, desmembrando a região da arquidiocese de São Paulo).

Reincorporação

A inauguração do Aeroporto de Congonhas, em 1934, foi uma das razões pelas quais o decreto estadual número 6 983, de 22 de fevereiro de 1935, determinou a extinção do município de Santo Amaro, incorporando-o ao município de São Paulo. (Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o aeroporto Campo de Marte foi ocupado pelas tropas rebeldes, o que levou o Governo de Getúlio Vargas a procurar locais alternativos para o transporte aéreo em São Paulo.). Uma outra razão para que o município fosse reincorporado foi o endividamento do município, que acabou sendo pago por São Paulo.

A área do antigo município foi, então, subdividida nos subdistritos de Santo Amaro, Ibirapuera, Capela do Socorro, e no distrito de Parelheiros.

Movimentos emancipacionistas ocorridos nas décadas de 1950, 1970 e 1980, contudo, não conseguiram sensibilizar a população para que Santo Amaro fosse novamente elevado à condição de município.

Atualidade

O antigo município de Santo Amaro corresponde às atuais áreas 6 e 7 do município de São Paulo (sul e sudoeste), englobando os atuais distritos paulistanos de Santo Amaro, Campo Grande, Campo Belo, Campo Limpo, Capão Redondo, Vila Andrade, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Socorro, Cidade Dutra, Grajaú, Parelheiros e Marsilac, Cidade Ademar, Pedreira, parte do distrito do Itaim Bibi, que, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para 2004, totalizavam uma população de aproximadamente 2 100 000 habitantes, em uma área de 660 quilômetros quadrados, que corresponde a 43% do total da superfície do município de São Paulo.

O distrito de Santo Amaro, centro da Zona Sul de São Paulo, continua a exercer considerável influência sobre os moradores dos municípios que já pertenceram a seu território.

É curioso observar que, em áreas de Parelheiros e de Marsilac, no extremo sul da região, são encontradas, atualmente, aldeias de índios guaranis.

A região de Santo Amaro concentra importantes indústrias, sobretudo na região localizada entre Santo Amaro e Jurubatuba, precisamente no distrito de Campo Grande.

Atualmente, a região passa por uma forte mudança em seu perfil, com a construção de diversos arranha-céus e grande especulação imobiliária.

Edifícios comerciais de grande porte, shoppings de alto padrão, redes de hotéis e sedes de bancos estabeleceram-se nas áreas próximas à Marginal do Rio Pinheiros. Em decorrência desta transformação, a região representa um dos mais importantes eixos de negócios da cidade, polo de empregos e serviços, atraindo um grande número de profissionais e executivos.

Nesse distrito, se localiza o Museu de Santo Amaro, cuja curadoria pertence ao Centro de Tradições de Santo Amaro.

Vista aérea do distrito
Commons
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Referências

  1. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 60.
  2. a b Marcildo, Maria Luiza (1973). A Cidade de São Paulo: povoamento e população, 1750-1850. São Paulo: Pioneira 
  3. Lei Provincial nr. 56, de 11 de maio de 1877
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