Falácia: diferenças entre revisões

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Na [[lógica]] e na [[retórica]], uma '''falácia''' é um [[argumento]] logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à [[persuasão]] podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Na [[lógica]] e na [[retórica]], uma '''falácia''' é um [[argumento]] logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à [[persuasão]] podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.


Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.
Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade [[Emoção|emocional]], íntima, [[Psicologia|psicológica]] ou emotiva, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.


É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida sua argumentação. Ninguém pode dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia, então todo o seu pensamento deve estar errado".
É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida sua argumentação. Ninguém pode dizer: "''Li um [[livro]] de [[Rousseau]], mas ele cometeu uma falácia, então todo o seu [[pensamento]] deve estar errado''".


A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que significa que só este argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham sucesso. Por exemplo, se alguém diz: "O fogo é quente e sei disto por dois motivos: 1. Ele é vermelho e, 2. Medi sua temperatura com um termômetro". Neste exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio do argumento 2. O argumento 1 deve ser descartado como falacioso, mas a argumentação não está de todo destruída.
A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que significa que só este argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham sucesso. Por exemplo, se alguém diz:
"''O [[fogo]] é quente e sei disto por dois motivos:
1. ''Ele é vermelho e,''
2. ''Medi sua [[temperatura]] com um [[termômetro]]''".
Neste exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio do argumento 2. O argumento 1 deve ser descartado como falacioso, mas a argumentação não está de todo destruída.


== '''Tipologia das falácias - com exemplos''' ==
== '''Tipologia das falácias - com exemplos''' ==
''(Alguns dos nomes usados estão em latim,)
* '''''[[Equívoco]]'':'''
Usar uma afirmação com significado diferente do que seria apropriado ao contexto.


Alguns dos nomes usados estão em [[Língua latina|latim]].
Ex: "Os assassinos de crianças são desumanos. Portanto, os humanos não matam crianças".

* '''''Acentuação:'''''

É uma forma de falácia devido à mudança de significado pela [[entonação]]. O significado é mudado dependendo da ênfase das [[palavra]]s.

Ex: compare: "''Não devemos falar '''MAL''' dos nossos amigos.''" com: "''Não devemos falar mal dos nossos '''AMIGOS'''''".

* '''''[[Dicto secundum quid ad dictum simpliciter|Acidente]]:'''''

Quando considera-se essencial o que é apenas acidental.

Ex: "''A maior parte dos políticos são corruptos. Então a política é corrupta.''"

* '''''[[Afirmação do consequente]]:'''''

Esta falácia ocorre quando se tentar construir um argumento condicional que não está nem do [[Modus ponens]] (afirmação do antecedente) nem no [[Modus Tollens]] (negação do consequente). A sua forma categórica é:

Se A então B.
<u>B </u>
Então A.

Ex: "''Se há [[carro]]s então há [[poluição]]. Há poluição. Logo, há carros.''"

* '''''[[Anfibologia]]''''' ou '''''[[Ambiguidade]]:'''''

Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração [[Análise sintática|sintática]].

Ex: "''Venceu o [[Brasil]] a [[Argentina]].''" ou "''Ele levou o pai ao médico em seu carro.''"

* '''''[[Apelo à autoridade anônima]]:'''''


* '''''[[Apelo à autoridade anônima]]'':'''
Fazer afirmações recorrendo a autoridades sem citar a fonte.
Fazer afirmações recorrendo a autoridades sem citar a fonte.


Ex: Os peritos dizem que a melhor maneira de prevenir uma guerra nuclear é estar preparado para ela.
Ex: "''Os peritos dizem que a melhor maneira de prevenir uma [[guerra nuclear]] é estar preparado para ela.''"


* '''''[[Estilo sem substância]]'':'''
* '''''[[Apelo à emoção]]:'''''
Validar um argumento por sua beleza estética.


Recorrer à emoção para validar o argumento.
Ex: Trudeau sabe dirigir as massas. Ele deve ter razão.


Ex: "''Apelo ao [[júri]] para que contemple a condição do [[réu]]. Um homem sofrido que agora passa pelo transtorno de ser julgado em [[tribunal]].''"
* '''''[[Distorção de fatos]]'':'''
Mascarar os verdadeiros fatos.


* '''''[[Apelo à novidade]]:'''''
Ex: O segredo da minha força são os cabelos.


Argumentar que o novo é sempre melhor.
* '''''[[Invenção de fatos]]'':'''
Consiste em mentir ou formular informações imprecisas.


Ex: "''Na [[filosofia]], [[Sócrates]] já está ultrapassado. É melhor [[Sartre]], pois é mais recente.''"
Ex: A causa da gripe é o consumo de arroz.


* '''''[[Inconsistência]]'':'''
* '''''[[Apelo à vaidade]]:'''''
Construir um raciocínio com premissas contraditórias.


Provocar a vaidade do oponente para vencê-lo.
Ex: John é maior do que Jake e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John.


Ex: "''Não acredito que uma pessoa culta como você acredita nesta teoria.''"
* '''''[[Ênfase (falácia)| Ênfase]]'':'''
Acentuar uma palavra para sugerir o contrário.


* '''''[[Apelo ao preconceito]]:'''''
Ex: "Hoje, o capitão estava sóbrio". (sugerindo embriaguês)


Associar valores morais a uma pessoa ou coisa para convencer o adversário.
* '''''[[Explicação superficial]]'':'''
Usar classificações para tirar conclusões.


Ex: "''Uma pessoa religiosa como você não é capaz de argumentar racionalmente comigo.''"
Ex: A minha gata gosta de atum porque é uma gata.


* '''''[[Definição muito ampla]]'':'''
* '''''[[Apelo ao ridículo]]'':'''


Ridicularizar um argumento como forma de derrubá-lo.
Ex: Uma maçã é um objeto vermelho e redondo.


Ex:
* '''''[[Definição muito restrita]]'':'''
# "''Se a [[teoria da evolução]] fosse verdadeira, significaria que o seu tataravô seria um [[gorila]]!''"
# "''Realmente acreditas em [[Adão e Eva]]? É apenas mais uma lenda de um conjunto de [[mito]]s antigos, sem fundamento, escritas por homens ignorantes e [[machista]]s.''"


* '''''[[Argumentum ad antiquitatem]] (Argumento de antiguidade ou tradição):'''''
Ex: A Terra é um pálido ponto azul no espaço.


Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou "sempre foi assim".
* '''''[[Definição circular]]'':'''
Definir um termo usando o próprio termo que está sendo definido.


Ex: "''Se o meu [[avô]] diz que [[Garrincha]] foi melhor que [[Pelé]], deve ser verdade.''"
Ex: A Bíblia é a Palavra de Deus porque ela diz que é.


* '''''[[Definição contraditória]]'':'''
* '''''[[Argumentum ad baculum]] (Apelo à Força):'''''
Definir algo com termos que se contradizem.


Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex: Para serem livres, submetam-se a mim.


Ex: "''Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu [[salário]].''"
* '''''[[Definição obscura]]'':'''
Definir algo em termos imprecisos ou incompreensíveis.


* '''''[[Argumentum ad consequentiam ]]:'''''
Ex: Vida é a borboleta sublime que bate suas asas dentro de nós.


Considerar uma [[premissa]] verdadeira ou falsa conforme sua consequência desejada.
* '''''[[Explicação incompleta]]'':'''


Ex:
Ex: As pessoas tornam-se esquizofrênicas porque as diferentes partes dos seus cérebros funcionam separadas.
#"''Se [[Deus]] existe, então temos direito à [[vida eterna]]. Cobiçamos a vida eterna. Então Deus existe.''"
#"''Se Deus não existe, não precisamos temer punições no pós-vida. Não cobiçamos penas no pós-vida. Então Deus não existe.''"


* '''''[[Teoria irrefutável]]'':'''
* '''''[[Argumentum ad crumenam]]:'''''
Informar um argumento que não pode ser testado.


Esta falácia é a de acreditar que [[dinheiro]] é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente estão certos.
Ex: Ganhei na loteria porque estava escrito no livro do destino.


Ex: "''O [[Barão]] é um homem vivido e conhece como as coisas funcionam. Se ele diz que é bom, há de ser.''"
* '''''[[Pergunta complexa]]'':'''
Insinuação por meio de pergunta.
Ex: Apóias a liberdade e o direito de andar armado?


* '''''[[Reductio ad Hitlerum]]'':'''
* '''''[[Argumentum ad hominem]] (Ataque ao argumentador):'''''
Invalidar um argumento pela comparação com Hitler ou o nazismo.


Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.<ref name="BRIT">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/34012/argumentum-ad-hominem|titulo=Britannica |lingua=Inglês|acessodata=03/05/2009}}</ref> <ref name="DEF">{{citar web|url=http://www.defnarede.com/f.html|titulo=Dicionário escolar de filosofia - falácia ad hominem |acessodata=03/05/2009}}</ref>
Ex: Hitler acreditava em Deus, então os crentes não devem ser boas pessoas.

Ex: "''Se foi um [[burguês]] quem disse isso, certamente é engodo''".

* '''''[[Argumentum ad ignorantiam]]:'''''

Tentar provar algo a partir da [[ignorância]] quanto à sua validade.

Ex: "''Ninguém conseguiu provar que Deus não existe; logo, ele existe.''"

* '''''[[Argumentum ad lapidem]]:'''''

Desqualificar uma afirmação como absurda.

Ex: "''João, ministro da [[educação]], é acusado de [[corrupção]] e defende-se dizendo: 'Esta acusação é um disparate'"''.

* '''''[[Apelo ao pobre| Argumentum ad Lazarum]]:'''''

Oposto ao "ad Crumenam". Esta é a falácia de assumir que apenas porque alguém é mais [[pobre]], então é mais virtuoso e verdadeiro.

Ex: "''Joãozinho é pobre e deve ter sofrido muito na vida. Se ele diz que isso é uma cilada, eu acredito.''"

* '''''[[Argumentum ad metum]]:'''''

Apelar ao [[medo]] para validar o argumento.

Ex: "''Vote no candidato tal, pois o candidato adversário vai trazer a [[ditadura]] de volta.''"

* ''''' [[Argumentum ad misericordiam]] (argumento baseado na compaixão)''''':<ref>Introduction to Logic [http://philosophy.lander.edu/logic/misery.html ''Argumentum ad Misericordiam''.]</ref>

Consiste no recurso à piedade ou a sentimentos relacionados, tais como solidariedade e compaixão, para que a conclusão seja aceita, embora a piedade não esteja relacionada com o assunto ou com a conclusão do argumento. <ref>[http://www.csun.edu/~dgw61315/fallacies.html#Argumentum%20ad%20misericordiam Logical Fallacies and the Art of Debate]</ref>

Do argumento ''ad misericordiam'' deriva o ''argumentum ad infantium'' ("''Faça isso pelas crianças''".) A emoção é usada para persuadir as pessoas a apoiar (ou intimidá-las a rejeitar) um argumento com base na emoção, mais do que em evidências ou razões.

* '''''[[Argumentum ad Nauseam]]:'''''

É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que quanto mais se diz algo, mais correto está.

Ex: "''Se Joãozinho diz tanto que sua ex-namorada é uma mentirosa, então ela é.''"

* '''''[[Argumentum ad populum]] (Apelo ao Povo):'''''

É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.

Ex: "''Inúmeras pessoas acreditam em Deus; portanto Deus existe.''"

* '''''[[Argumentum ad temperantiam]]:'''''

Recorrer ao [[meio-termo]].

Ex: "''Não temos [[relógio]], mas alguns estão dizendo que são dez [[hora]]s e outros dizem que são seis horas, então é mais acertado supor que são oito horas.''"

* '''''[[Argumentum ad Verecundiam]] (Apelo à autoridade)''''' ou '''''Magister Dixit (Meu mestre disse):'''''

Argumentação baseada no apelo a alguma [[autoridade]] reconhecida para comprovar a premissa.

Ex: "''Se [[Aristóteles]] disse isto, então é verdade.''"

* '''''Argumentum verbosium'' (prova por verbosidade):'''''

Tentativa de esmagar os envolvidos pelo [[discurso]] [[prolixo]], apresentando um enorme volume de material: superficialmente o argumento parece plausível e bem pesquisado, mas é tão trabalhoso desembaraçar e verificar cada fato comprobatório, que pode acabar por ser aceite sem ser contestado.

* '''''[[Bola de neve (falácia)| Bola de neve]]:'''''


* '''''[[Bola de neve (falácia)| Bola de neve]]'':'''
Elaborar uma sussessão de conclusões que conduzem ao absurdo.
Elaborar uma sussessão de conclusões que conduzem ao absurdo.


Ex: Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
Ex: "''Se aprovarmos leis contra as [[Arma automática |armas automáticas]], não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas e então começaremos a restringir todos os nossos [[direitos]]. Acabaremos por viver num [[estado]] [[Totalitarismo|totalitário]]. Portanto não devemos banir as armas automáticas.''"


* '''''[[Argumentum ad ignorantiam]]'':'''
* '''''[[Bulverismo]]:'''''

Tenta provar algo a partir da ignorância quanto à sua validade.
Argumentar partindo do pressuposto de que o oponente já está comprovadamente errado.


Ex:
Ex:
#"''Você está dizendo que a [[Bíblia]] é correta? Nem vou discutir com você, parei. Sabemos que a [[ciência]] comprovadamente explica tudo corretamente.''"
**Ninguém conseguiu provar que Deus existe; logo, ele não existe.
#"''Se você não acredita que a Bíblia é infalível já perdeu o argumento, pois é óbvio que ela é.''"
**Ninguém conseguiu provar que Deus não existe; logo, ele existe.

* '''''[[Causa complexa]]:'''''

Supervalorizar uma causa quando há várias, ou um sistema de causas.

Ex: "''O acidente não teria ocorrido se não fosse a má localização do arbusto.''"

* '''''[[Causa diminuta]]:'''''

Apontar uma causa irrelevante.

Ex: "''Fumar causa a poluição do ar em Edmonton.''" (A causa maior é a poluição industrial e dos automóveis)

* '''''[[Conclusão irrelevante]]:'''''


* '''''[[Conclusão irrelevante]]'':'''
Obter uma conclusão que nem todos concordam.
Obter uma conclusão que nem todos concordam.


Ex: A lei deve estipular um sistema de cotas nas eleições para que as mulheres possam ocupar mais cargos políticos. Os cargos são dominados por homens e não fazer algo para mudar essa situação é inaceitável. Necessitamos de uma sociedade mais igualitária.
Ex: "''A [[lei]] deve estipular um sistema de cotas nas [[eleições]] para que as [[mulher]]es possam ocupar mais cargos políticos. Os cargos são dominados por homens e não fazer algo para mudar essa situação é inaceitável. Necessitamos de uma [[sociedade]] mais [[Igualitarismo|igualitária]].''"


* '''''[[Egocentrismo ideológico]]'':'''
* '''''Cum hoc ergo propter hoc (Falsa causa):'''''
Realizar um argumento de forma parcial e tendenciosa.


Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.
Ex: O comunismo é o ideal, pois Trotsky disse que...


Ex: "''Nota-se uma maior frequência de erros de [[Língua portuguesa|português]] em sala de aula desde o início das [[Rede social virtual|redes sociais]] e o uso do [[internetês]]. O advento das redes sociais vem degenerando o uso do português correto.''"
* '''''[[Apelo à emoção]]'':'''
Recorrer à emoção para validar o argumento.


* '''''[[Definição circular]]:'''''
Ex: Apelo ao júri para que contemple a condição do réu. Um homem sofrido que agora passa pelo transtorno de ser julgado em tribunal.


Definir um termo usando o próprio termo que está sendo definido.
* '''''[[Apelo ao ridículo]]'':'''
Ridicularizar um argumento como forma de derrubá-lo.


Ex: "''A Bíblia é a Palavra de Deus porque ela diz que é.''"
Ex:
**Se a teoria da evolução fosse verdadeira, significaria que o seu tataravô seria um gorila!
**Realmente acreditas em Adão e Eva? É apenas mais uma lenda de um conjunto de mitos antigos, sem fundamento, escritas por homens ignorantes e machistas.


* '''''[[Apelo à novidade]]'':'''
* '''''[[Definição contraditória]]:'''''
Argumentar que o novo é sempre melhor.


Definir algo com termos que se contradizem.
Ex: Na filosofia, Sócrates já está ultrapassado. É melhor Sartre, pois é mais recente.


Ex: "''Para serem livres, submetam-se a mim.''"
* '''''[[Argumentum ad consequentiam ]]'':'''
Considerar uma premissa verdadeira ou falsa conforme sua consequência desejada.


* '''''[[Definição muito ampla]]:'''''
Ex:
**Se Deus existe, então temos direito à vida eterna. Cobiçamos a vida eterna. Então Deus existe.
**Se Deus não existe, não precisamos temer punições no pós-vida. Não cobiçamos penas no pós-vida. Então Deus não existe.


Ex: "''Uma [[maçã]] é um objeto vermelho e redondo.''"
* '''''[[Argumentum ad metum]]'':'''
Apelas ao medo para validar o argumento.


* '''''[[Definição muito restrita]]:'''''
Ex: Vote no candidato tal, pois o candidato adversário vai trazer a ditadura de volta.


Ex: "''A [[Planeta Terra|Terra]] é um pálido ponto azul no [[espaço]].''"
* '''''[[Petitio principii]]'':'''
Demonstrar uma tese partindo do princípio de que já é válida.


* '''''[[Definição obscura]]'':'''
Ex: É fato que a Bíblia é infalível, portanto todos devem buscar nela a verdade.


Definir algo em termos imprecisos ou incompreensíveis.
* '''''[[Apelo ao preconceito]]'':'''
Associar valores morais a uma pessoa ou coisa para convencer o adversário.


Ex: "''Vida é a [[borboleta]] sublime que bate suas asas dentro de nós.''"
Ex: Uma pessoa religiosa como você não é capaz de argumentar racionalmente comigo.


* '''''[[Argumentum ad antiquitatem]]'' (Argumento de antiguidade ou tradição):'''
* '''''[[Dicto Simpliciter]] (Regra geral):'''''
Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou "sempre foi assim".


Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.
Ex: "Se o meu avô diz que [[Garrincha]] foi melhor que [[Pelé]], deve ser verdade."
* '''''[[Argumentum ad hominem]]'' (Ataque ao argumentador):'''
Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.<ref name="BRIT">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/34012/argumentum-ad-hominem|titulo=Britannica |lingua=Inglês|acessodata=03/05/2009}}</ref> <ref name="DEF">{{citar web|url=http://www.defnarede.com/f.html|titulo=Dicionário escolar de filosofia - falácia ad hominem |acessodata=03/05/2009}}</ref>


Ex: "''Se você matou alguém, deve ir para a cadeia.''" (não se aplica a certos casos)
Ex: "Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo".


* '''''[[Non sequitur]]'' (Não segue)''':
* '''''[[Distorção de fatos]]:'''''
Tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas [[premissa]]s. Há uma violação da coerência textual.


Mascarar os verdadeiros fatos.
Ex: "Que nome complicado tem este futebolista. Deve jogar muita bola!"


Ex: "''O segredo da minha força são os [[cabelo]]s.''"
* '''''[[Argumentum ad baculum]]'' (Apelo à Força):'''
Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.


* '''''[[Egocentrismo ideológico]]:'''''
Ex: "Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu salário"


Realizar um argumento de forma parcial e tendenciosa.
* '''''[[Argumentum ad populum]]'' (Apelo ao Povo):'''
É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.


Ex: "''O [[comunismo]] é o ideal, pois [[Trotsky]] disse que...''"
"Inúmeras pessoas acreditam em Deus; portanto Deus existe."


* '''''[[Ênfase (falácia)| Ênfase]]:'''''
* '''''[[Argumentum ad Verecundiam]]'' (Apelo à autoridade)''' ou '''''Magister Dixit'' (Meu mestre disse):'''
Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.


Acentuar uma palavra para sugerir o contrário.
Ex: "Se Aristóteles disse isto, então é verdade."


Ex: "''Hoje, o [[capitão]] estava sóbrio''". (sugerindo embriaguês)
* '''''[[Dicto Simpliciter]]''' (Regra geral):'''
Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.


* '''''[[Equívoco]]:'''''
Ex: "Se você matou alguém, deve ir para a cadeia." (não se aplica a certos casos)


Usar uma afirmação com significado diferente do que seria apropriado ao contexto.
* '''''Generalização Apressada'' (Falsa indução):'''
É o oposto do '''''Dicto Simpliciter'''''. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.


Ex: "''Os [[assassino]]s de [[criança]]s são desumanos. Portanto, os [[humano]]s não matam crianças''".
Ex: "Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à traição."


* '''''[[Estilo sem substância]]:'''''
* '''''[[Composição (falácia)|Falácia de Composição]]'' (Tomar o todo pela parte):'''
É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.


Validar um argumento por sua beleza estética.
Ex: "Todas as peças deste caminhão são leves; logo, o caminhão é leve."

Ex: "''[[Trudeau]] sabe dirigir as massas. Ele deve ter razão''."

* '''''[[Explicação incompleta]]:'''''

Ex: "''As pessoas tornam-se [[Esquizofrenia|esquizofrênicas]] porque as diferentes partes dos seus [[cérebro]]s funcionam separadas.''"

* '''''[[Explicação superficial]]:'''''

Usar classificações para tirar conclusões.

Ex: "''A minha [[gata]] gosta de [[atum]] porque é uma gata.''"

* '''''[[Divisão (falácia)|Falácia da Divisão]] (Tomar a parte pelo todo):'''''


* '''''[[Divisão (falácia)|Falácia da Divisão]]'' (Tomar a parte pelo todo):'''
Oposto da falácia de composição. Supõe que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.
Oposto da falácia de composição. Supõe que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.


Ex: "Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos."
Ex: "''Você deve ser [[rico]], pois estuda em um [[colégio]] de ricos.''"

* '''''Falácia da Pressuposição'' :'''

Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta de uma premissa.

Ex: "''Você já parou de bater na sua [[esposa]]''?"

* '''''[[Composição (falácia)|Falácia de Composição]] (Tomar o todo pela parte):'''''

É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.

Ex: "''Todas as peças deste [[caminhão]] são leves; logo, o caminhão é leve.''"


* '''''[[Falácia do espantalho]]:'''''
* '''''[[Falácia do espantalho]]:'''''

Consiste em criar ideias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.
Consiste em criar ideias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.


Ex: "Deveríamos abolir todas as armas do mundo. Só assim haveria paz verdadeira." Ou ainda, "Meu adversário, por ser de um partido de esquerda, é a favor do comunismo radical, e quer retirar todas as suas posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece."
Ex: "''Deveríamos abolir todas as armas do mundo. Só assim haveria paz verdadeira.''" Ou ainda, "''Meu adversário, por ser de um [[Partido político|partido]] de [[esquerda política|esquerda]], é a favor do comunismo radical, e quer retirar todas as suas posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece.''"


* '''''[[Falácia genética]]:'''''
* '''''[[Falácia genética]]:'''''

Consiste em aprovar ou desaprovar algo baseando-se unicamente em sua origem.
Consiste em aprovar ou desaprovar algo baseando-se unicamente em sua origem.


Ex: Você gosta de [[chocolate]] porque seu antepassado do [[século XVIII]] também gostava.
Ex: "''Você gosta de [[chocolate]] porque seu antepassado do [[século XVIII]] também gostava''."

* '''''[[Falácia da falsa proclamação de vitória|Falacia non causae ut causae]] (tratar como prova o que não é prova):'''''


* '''''[[Falácia da falsa proclamação de vitória|Falacia non causae ut causae]]'' (tratar como prova o que não é prova)''':
Consiste na declaração de vitória, servindo-se de respostas fracas ou incompletamente respondidas pelo adversário, quando efectivamente os argumentos próprios não provaram logicamente a posição.
Consiste na declaração de vitória, servindo-se de respostas fracas ou incompletamente respondidas pelo adversário, quando efectivamente os argumentos próprios não provaram logicamente a posição.


* '''''Cum hoc ergo propter hoc'' (Falsa causa):'''
* '''''Falácias tipo "A" baseado em "B" (Outro tipo de Conclusão Sofismática):'''''
Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.


Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.
Ex: "Nota-se uma maior frequência de erros de português em sala de aula desde o início das redes sociais e o uso do [[internetês]]. O advento das redes sociais vem degenerando o uso do português correto."


Ex:
* '''''[[Post hoc ergo propter hoc]]'' :'''


# "''O [[Islamismo]] é baseado na [[fé]].''"
Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito. Porém, [[correlação]] não implica [[causalidade]].
# "''O [[Cristianismo]] é baseado na fé.''"
# "''Logo o islamismo é similar ao cristianismo.''"


* '''''[[Falsa dicotomia]]'' (bifurcação):'''''
Ex: "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a [[paz]] foi alcançada devido à utilização das [[armas nucleares]]."


Também conhecida como "falácia do branco e preto". Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.
* ''''' [[Argumentum ad misericordiam]] (argumento baseado na compaixão) ''''':<ref>Introduction to Logic [http://philosophy.lander.edu/logic/misery.html ''Argumentum ad Misericordiam''.]</ref>


Ex: "''Se você não está a favor de mim então está contra mim.''"
Consiste no recurso à piedade ou a sentimentos relacionados, tais como solidariedade e compaixão, para que a conclusão seja aceita, embora a piedade não esteja relacionada com o assunto ou com a conclusão do argumento. <ref>[http://www.csun.edu/~dgw61315/fallacies.html#Argumentum%20ad%20misericordiam Logical Fallacies and the Art of Debate]</ref> Do argumento ''ad misericordiam'' deriva o ''argumentum ad infantium'' ("Faça isso pelas crianças".") A emoção é usada para persuadir as pessoas a apoiar (ou intimidá-las a rejeitar) um argumento com base na emoção, mais do que em evidências ou razões.


* '''''Falácia da Pressuposição'' :'''
* '''''Generalização Apressada (Falsa indução):'''''
Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta de uma premissa.


É o oposto do '''''Dicto Simpliciter'''''. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
Ex: "Você já parou de bater na sua esposa?"


Ex: "''Minha [[namorada]] me traiu. Logo, as mulheres tendem à [[Adultério|traição]].''"
* '''''Ignoratio Elenchi'' (Conclusão sofismática):'''
Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante". Consiste em utilizar argumentos que podem ser válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.


* '''''Ignoratio Elenchi'' (Conclusão sofismática): Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante".'''''
Ex: "Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentar boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os EUA ganharem a corrida espacial contra a União Soviética pois o povo americano é superior ao povo russo."


Consiste em utilizar argumentos que podem ser válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.
* '''''[[Anfibologia]]'' ou ''[[Ambiguidade]]'':'''
Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.


Ex: "''Os [[astronauta]]s do [[Projeto Apollo]] eram bem preparados, todos eram excelentes [[aviador]]es e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentar boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os [[EUA]] ganharem a [[corrida espacial]] contra a [[União Soviética]] pois o [[povo americano]] é superior ao [[Russos|povo russo]].''"
Ex: "Venceu o Brasil a Argentina."


* '''''[[Inconsistência]]:'''''
"Ele levou o pai ao médico em seu carro."


Construir um raciocínio com premissas contraditórias.
* '''''Acentuação'' :'''
É uma forma de falácia devido à mudança de significado pela [[entonação]]. O significado é mudado dependendo da ênfase das palavras.


Ex: "''John é maior do que Jake e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John.''"
Ex: compare: "Não devemos falar '''MAL''' dos nossos amigos." com: "Não devemos falar mal dos nossos '''AMIGOS'''".


* '''''[[Dicto secundum quid ad dictum simpliciter| Acidente]]:'''
* '''''[[Invenção de fatos]]:'''''
Quando considera-se essencial o que é apenas acidental.


Consiste em mentir ou formular informações imprecisas.
Ex: "A maior parte dos políticos são corruptos. Então a política é corrupta."


Ex: "''A causa da [[gripe]] é o [[consumo]] de [[arroz]].''"
* '''''[[Inversão do acidente]]:'''
Tomar uma exceção como regra.


* '''''[[Inversão de causa e efeito]]:'''''
Ex: Se deixarmos os doentes terminais usarem heroína, devemos deixar todos usá-la.


Considerar um efeito como uma causa.
* '''''[[Terceira causa]]:'''
Ignorar a existência de uma terceira causa não levada em conta nas premissas.


Ex: "''A propagação da [[SIDA]] foi provocada pela [[educação sexual]].''"
Ex: Estamos vivendo uma fase de elevado desemprego, que é provocado por por um baixo consumo.


* '''''[[Causa diminuta]]:'''
* '''''[[Inversão do acidente]]:'''''
Apontar uma causa irrelevante.


Tomar uma exceção como regra.
Ex: Fumar causa a poluição do ar em Edmonton. (A causa maior é a poluição industrial e dos automóveis)


Ex: "''Se deixarmos os doentes terminais usarem [[heroína]], devemos deixar todos usá-la.''"
* '''''[[Causa complexa]]:'''
Supervalorizar uma causa quando há várias, ou um sistema de causas.


* '''''[[Inversão do ônus da prova|Inversão do Ônus da Prova]]:'''''
Ex: O acidente não teria ocorrido se não fosse a má localização do arbusto.


Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de provar a base do seu argumento.
* '''''Falácias tipo "A" baseado em "B"'' (Outro tipo de Conclusão Sofismática) :'''
Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.


Ex: "''[[Dragão|Dragões]] existem, porque ninguém conseguiu provar que eles não existem.''"
Ex:
# "O Islamismo é baseado na fé."
# "O Cristianismo é baseado na fé."
# "Logo o islamismo é similar ao cristianismo."


Também pode ser utilizado para afirmações negativas, como segue: "''Dragões não existem, porque ninguém conseguiu provar que eles existem.''"
* '''''[[Afirmação do consequente]]'' :'''
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do [[Modus ponens]] (afirmação do antecedente) nem no [[Modus Tollens]] (negação do consequente). A sua forma categórica é:

Se A então B.
<u>B </u>
Então A.


* '''''[[Negação do antecedente]]:'''''
Ex: "Se há carros então há poluição. Há poluição. Logo, há carros."


* '''''[[Negação do antecedente]]'' :'''
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do [[Modus ponens]] (afirmação do antecedente) nem no [[Modus Tollens]] (negação do consequente). A sua forma categórica é:
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do [[Modus ponens]] (afirmação do antecedente) nem no [[Modus Tollens]] (negação do consequente). A sua forma categórica é:


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Então não B.
Então não B.


Ex: "Se há carros então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição."
Ex: "''Se há carros então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição.''"


* '''''[[Falsa dicotomia]]'' (bifurcação):'''
* '''''[[Non sequitur]] (Não segue):'''''
Também conhecida como "falácia do branco e preto". Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.


Tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas [[premissa]]s. Há uma violação da coerência textual.
Ex: "Se você não está a favor de mim então está contra mim."


Ex: "''Que nome complicado tem este [[futebolista]]. Deve jogar muita bola''!"
* '''''[[Apelo à vaidade]]'' :'''
Provocar a vaidade do oponente para vencê-lo.


* '''''[[Pergunta complexa]]:'''''
Ex: Não acredito que uma pessoa culta como você acredita nesta teoria.


Insinuação por meio de pergunta.
* '''''[[Argumentum ad lapidem]]'' :'''
Desqualificar uma afirmação como absurda.


Ex: "''Apóias a liberdade e o direito de andar armado''?"
Ex: João, ministro da educação, é acusado de corrupção e defende-se dizendo: "Esta acusação é um disparate".


* '''''[[Bulverismo]]'' :'''
* '''''[[Petitio principii]]:'''''
Argumentar partindo do pressuposto de que o oponente já está comprovadamente errado.


Demonstrar uma tese partindo do princípio de que já é válida.
Ex:
*Você está dizendo que a Bíblia é correta? Nem vou discutir com você, parei. Sabemos que a ciência comprovadamente explica tudo corretamente.
*Se você não acredita que a Bíblia é infalível já perdeu o argumento, pois é óbvio que ela é.


Ex: "''É fato que a Bíblia é infalível, portanto todos devem buscar nela a verdade.''"
* '''''[[Argumentum ad temperantiam]]'' :'''
Recorrer ao meio termo.


* '''''Plurium Interrogationum:'''''
Ex: Não temos relógio, mas alguns estão dizendo que são dez horas e outros dizem que são seis horas, então é mais acertado supor que são oito horas.


Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.
* '''''[[Argumentum ad crumenam]]'' :'''
Esta falácia é a de acreditar que dinheiro é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente estão certos.


Ex: "''O que faremos com esse [[criminoso]]? Matar ou prender''?"
Ex: "O Barão é um homem vivido e conhece como as coisas funcionam. Se ele diz que é bom, há de ser."


* '''''[[Apelo ao pobre| Argumentum ad Lazarum]]'' :'''
* '''''[[Post hoc ergo propter hoc]]:'''''
Oposto ao "ad Crumenam". Esta é a falácia de assumir que apenas porque alguém é mais pobre, então é mais virtuoso e verdadeiro.


Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito. Porém, [[correlação]] não implica [[causalidade]].
Ex: "Joãozinho é pobre e deve ter sofrido muito na vida. Se ele diz que isso é uma cilada, eu acredito."


Ex: "''O [[Japão]] [[Rendição do Japão|rendeu-se]] logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a [[paz]] foi alcançada devido à utilização das [[armas nucleares]].''"
* '''''[[Argumentum ad Nauseam]]'' :'''
É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que quanto mais se diz algo, mais correto está.


* '''''Red Herring:'''''
Ex: "Se Joãozinho diz tanto que sua ex-namorada é uma mentirosa, então ela é."


Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma conclusão diferente.
* '''''Plurium Interrogationum'' :'''
Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.


Ex: "''Será que o [[palhaço]] é o assassino? No ano passado um palhaço matou uma criança.''"
Ex: "O que faremos com esse criminoso? Matar ou prender?"


* '''''Red Herring'' :'''
* '''''[[Reductio ad Hitlerum]]:'''''
Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma conclusão diferente.


Invalidar um argumento pela comparação com [[Hitler]] ou o [[nazismo]].
Ex: "Será que o palhaço é o assassino? No ano passado um palhaço matou uma criança."

Ex: "''Hitler acreditava em Deus, então os [[crente]]s não devem ser boas pessoas.''"

* '''''Reificação:'''''


* '''''Reificação'' :'''
Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.
Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.


Ex: "A tristeza de Joãozinho é a culpada por tudo."
Ex: "''A tristeza de Joãozinho é a culpada por tudo.''"


* '''''[[Inversão de causa e efeito]]'' :'''
* '''''[[Teoria irrefutável]]:'''''
Considerar um efeito como uma causa.


Informar um argumento que não pode ser testado.
Ex: A propagação da SIDA foi provocada pela educação sexual.


Ex: "''Ganhei na [[loteria]] porque estava escrito no livro do destino.''"
* '''''[[Tu quoque]]'' (Você Também):'''
Falácia do "mas você também". Ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu.<ref name="GALILEAN">{{citar web|url=http://www.galilean-library.org/manuscript.php?postid=43794|titulo=Galilean library - Introducing Philosophy 16: A Guide to Fallacies|lingua=Inglês|acessodata=03/05/2009}}</ref>


* '''''[[Terceira causa]]:'''''
Ex:
# "Você está sendo abusivo."
# "E daí? Você também está."


Ignorar a existência de uma terceira causa não levada em conta nas premissas.
* '''''[[Inversão do ônus da prova|Inversão do Ônus da Prova]]'' :'''
Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de provar a base do seu argumento.
Ex:
*"Dragões existem, porque ninguém conseguiu provar que eles não existem."


Ex: "''Estamos vivendo uma fase de elevado [[desemprego]], que é provocado por por um baixo [[consumo]].''"
Também pode ser utilizado para afirmações negativas, como segue abaixo:
*"Dragões não existem, porque ninguém conseguiu provar que eles existem."


* '''''Argumentum verbosium'' (prova por verbosidade):'''
* '''''[[Tu quoque]] (Você Também):'''''

Tentativa de esmagar os envolvidos pelo discurso [[prolixo]], apresentando um enorme volume de material: superficialmente o argumento parece plausível e bem pesquisado, mas é tão trabalhoso desembaraçar e verificar cada fato comprobatório, que pode acabar por ser aceite sem ser contestado.
Falácia do "mas você também". Ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu.<ref name="GALILEAN">{{citar web|url=http://www.galilean-library.org/manuscript.php?postid=43794|titulo=Galilean library - Introducing Philosophy 16: A Guide to Fallacies|lingua=Inglês|acessodata=03/05/2009}}</ref>

Ex:
# "''Você está sendo abusivo.''"
# "''E daí? Você também está.''"


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== Ver também ==
== Ver também ==

*[[Sofisma]]
*[[Sofisma]]
*[[Anexo:Lista de falácias|Lista de falácias]]
*[[Anexo:Lista de falácias]]


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

{{Portal-filosofia}}
{{Portal-filosofia}}

*[http://www.pucrs.br/gpt/falacias.php Como Evitar Falácias]
*[http://www.pucrs.br/gpt/falacias.php Como Evitar Falácias]
*[http://criticanarede.com/falacias.htm Guia das Falácias]
*[http://criticanarede.com/falacias.htm Guia das Falácias]
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[[ar:مغالطة]]
[[ar:مغالطة]]
[[ca:Fal·làcia]]
[[ca:Fal•làcia]]
[[cs:Logický klam]]
[[cs:Logický klam]]
[[de:Fehlschluss]]
[[de:Fehlschluss]]

Revisão das 06h21min de 7 de junho de 2011

Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.

Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.

É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida sua argumentação. Ninguém pode dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia, então todo o seu pensamento deve estar errado".

A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que significa que só este argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham sucesso. Por exemplo, se alguém diz:

"O fogo é quente e sei disto por dois motivos: 1. Ele é vermelho e, 2. Medi sua temperatura com um termômetro".

Neste exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio do argumento 2. O argumento 1 deve ser descartado como falacioso, mas a argumentação não está de todo destruída.

Tipologia das falácias - com exemplos

Alguns dos nomes usados estão em latim.

  • Acentuação:

É uma forma de falácia devido à mudança de significado pela entonação. O significado é mudado dependendo da ênfase das palavras.

Ex: compare: "Não devemos falar MAL dos nossos amigos." com: "Não devemos falar mal dos nossos AMIGOS".

Quando considera-se essencial o que é apenas acidental.

Ex: "A maior parte dos políticos são corruptos. Então a política é corrupta."

Esta falácia ocorre quando se tentar construir um argumento condicional que não está nem do Modus ponens (afirmação do antecedente) nem no Modus Tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é:

Se A então B.
B              
Então A.

Ex: "Se há carros então há poluição. Há poluição. Logo, há carros."

Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.

Ex: "Venceu o Brasil a Argentina." ou "Ele levou o pai ao médico em seu carro."

Fazer afirmações recorrendo a autoridades sem citar a fonte.

Ex: "Os peritos dizem que a melhor maneira de prevenir uma guerra nuclear é estar preparado para ela."

Recorrer à emoção para validar o argumento.

Ex: "Apelo ao júri para que contemple a condição do réu. Um homem sofrido que agora passa pelo transtorno de ser julgado em tribunal."

Argumentar que o novo é sempre melhor.

Ex: "Na filosofia, Sócrates já está ultrapassado. É melhor Sartre, pois é mais recente."

Provocar a vaidade do oponente para vencê-lo.

Ex: "Não acredito que uma pessoa culta como você acredita nesta teoria."

Associar valores morais a uma pessoa ou coisa para convencer o adversário.

Ex: "Uma pessoa religiosa como você não é capaz de argumentar racionalmente comigo."

Ridicularizar um argumento como forma de derrubá-lo.

Ex:

  1. "Se a teoria da evolução fosse verdadeira, significaria que o seu tataravô seria um gorila!"
  2. "Realmente acreditas em Adão e Eva? É apenas mais uma lenda de um conjunto de mitos antigos, sem fundamento, escritas por homens ignorantes e machistas."

Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou "sempre foi assim".

Ex: "Se o meu avô diz que Garrincha foi melhor que Pelé, deve ser verdade."

Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.

Ex: "Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu salário."

Considerar uma premissa verdadeira ou falsa conforme sua consequência desejada.

Ex:

  1. "Se Deus existe, então temos direito à vida eterna. Cobiçamos a vida eterna. Então Deus existe."
  2. "Se Deus não existe, não precisamos temer punições no pós-vida. Não cobiçamos penas no pós-vida. Então Deus não existe."

Esta falácia é a de acreditar que dinheiro é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente estão certos.

Ex: "O Barão é um homem vivido e conhece como as coisas funcionam. Se ele diz que é bom, há de ser."

Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.[1] [2]

Ex: "Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo".

Tentar provar algo a partir da ignorância quanto à sua validade.

Ex: "Ninguém conseguiu provar que Deus não existe; logo, ele existe."

Desqualificar uma afirmação como absurda.

Ex: "João, ministro da educação, é acusado de corrupção e defende-se dizendo: 'Esta acusação é um disparate'".

Oposto ao "ad Crumenam". Esta é a falácia de assumir que apenas porque alguém é mais pobre, então é mais virtuoso e verdadeiro.

Ex: "Joãozinho é pobre e deve ter sofrido muito na vida. Se ele diz que isso é uma cilada, eu acredito."

Apelar ao medo para validar o argumento.

Ex: "Vote no candidato tal, pois o candidato adversário vai trazer a ditadura de volta."

Consiste no recurso à piedade ou a sentimentos relacionados, tais como solidariedade e compaixão, para que a conclusão seja aceita, embora a piedade não esteja relacionada com o assunto ou com a conclusão do argumento. [4]

Do argumento ad misericordiam deriva o argumentum ad infantium ("Faça isso pelas crianças".) A emoção é usada para persuadir as pessoas a apoiar (ou intimidá-las a rejeitar) um argumento com base na emoção, mais do que em evidências ou razões.

É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que quanto mais se diz algo, mais correto está.

Ex: "Se Joãozinho diz tanto que sua ex-namorada é uma mentirosa, então ela é."

É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.

Ex: "Inúmeras pessoas acreditam em Deus; portanto Deus existe."

Recorrer ao meio-termo.

Ex: "Não temos relógio, mas alguns estão dizendo que são dez horas e outros dizem que são seis horas, então é mais acertado supor que são oito horas."

Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.

Ex: "Se Aristóteles disse isto, então é verdade."

  • Argumentum verbosium (prova por verbosidade):

Tentativa de esmagar os envolvidos pelo discurso prolixo, apresentando um enorme volume de material: superficialmente o argumento parece plausível e bem pesquisado, mas é tão trabalhoso desembaraçar e verificar cada fato comprobatório, que pode acabar por ser aceite sem ser contestado.

Elaborar uma sussessão de conclusões que conduzem ao absurdo.

Ex: "Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas."

Argumentar partindo do pressuposto de que o oponente já está comprovadamente errado.

Ex:

  1. "Você está dizendo que a Bíblia é correta? Nem vou discutir com você, parei. Sabemos que a ciência comprovadamente explica tudo corretamente."
  2. "Se você não acredita que a Bíblia é infalível já perdeu o argumento, pois é óbvio que ela é."

Supervalorizar uma causa quando há várias, ou um sistema de causas.

Ex: "O acidente não teria ocorrido se não fosse a má localização do arbusto."

Apontar uma causa irrelevante.

Ex: "Fumar causa a poluição do ar em Edmonton." (A causa maior é a poluição industrial e dos automóveis)

Obter uma conclusão que nem todos concordam.

Ex: "A lei deve estipular um sistema de cotas nas eleições para que as mulheres possam ocupar mais cargos políticos. Os cargos são dominados por homens e não fazer algo para mudar essa situação é inaceitável. Necessitamos de uma sociedade mais igualitária."

  • Cum hoc ergo propter hoc (Falsa causa):

Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.

Ex: "Nota-se uma maior frequência de erros de português em sala de aula desde o início das redes sociais e o uso do internetês. O advento das redes sociais vem degenerando o uso do português correto."

Definir um termo usando o próprio termo que está sendo definido.

Ex: "A Bíblia é a Palavra de Deus porque ela diz que é."

Definir algo com termos que se contradizem.

Ex: "Para serem livres, submetam-se a mim."

Ex: "Uma maçã é um objeto vermelho e redondo."

Ex: "A Terra é um pálido ponto azul no espaço."

Definir algo em termos imprecisos ou incompreensíveis.

Ex: "Vida é a borboleta sublime que bate suas asas dentro de nós."

Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.

Ex: "Se você matou alguém, deve ir para a cadeia." (não se aplica a certos casos)

Mascarar os verdadeiros fatos.

Ex: "O segredo da minha força são os cabelos."

Realizar um argumento de forma parcial e tendenciosa.

Ex: "O comunismo é o ideal, pois Trotsky disse que..."

Acentuar uma palavra para sugerir o contrário.

Ex: "Hoje, o capitão estava sóbrio". (sugerindo embriaguês)

Usar uma afirmação com significado diferente do que seria apropriado ao contexto.

Ex: "Os assassinos de crianças são desumanos. Portanto, os humanos não matam crianças".

Validar um argumento por sua beleza estética.

Ex: "Trudeau sabe dirigir as massas. Ele deve ter razão."

Ex: "As pessoas tornam-se esquizofrênicas porque as diferentes partes dos seus cérebros funcionam separadas."

Usar classificações para tirar conclusões.

Ex: "A minha gata gosta de atum porque é uma gata."

Oposto da falácia de composição. Supõe que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.

Ex: "Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos."

  • Falácia da Pressuposição :

Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta de uma premissa.

Ex: "Você já parou de bater na sua esposa?"

É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.

Ex: "Todas as peças deste caminhão são leves; logo, o caminhão é leve."

Consiste em criar ideias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.

Ex: "Deveríamos abolir todas as armas do mundo. Só assim haveria paz verdadeira." Ou ainda, "Meu adversário, por ser de um partido de esquerda, é a favor do comunismo radical, e quer retirar todas as suas posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece."

Consiste em aprovar ou desaprovar algo baseando-se unicamente em sua origem.

Ex: "Você gosta de chocolate porque seu antepassado do século XVIII também gostava."

Consiste na declaração de vitória, servindo-se de respostas fracas ou incompletamente respondidas pelo adversário, quando efectivamente os argumentos próprios não provaram logicamente a posição.

  • Falácias tipo "A" baseado em "B" (Outro tipo de Conclusão Sofismática):

Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.

Ex:

  1. "O Islamismo é baseado na ."
  2. "O Cristianismo é baseado na fé."
  3. "Logo o islamismo é similar ao cristianismo."

Também conhecida como "falácia do branco e preto". Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.

Ex: "Se você não está a favor de mim então está contra mim."

  • Generalização Apressada (Falsa indução):

É o oposto do Dicto Simpliciter. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.

Ex: "Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à traição."

  • Ignoratio Elenchi (Conclusão sofismática): Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante".

Consiste em utilizar argumentos que podem ser válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.

Ex: "Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentar boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os EUA ganharem a corrida espacial contra a União Soviética pois o povo americano é superior ao povo russo."

Construir um raciocínio com premissas contraditórias.

Ex: "John é maior do que Jake e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John."

Consiste em mentir ou formular informações imprecisas.

Ex: "A causa da gripe é o consumo de arroz."

Considerar um efeito como uma causa.

Ex: "A propagação da SIDA foi provocada pela educação sexual."

Tomar uma exceção como regra.

Ex: "Se deixarmos os doentes terminais usarem heroína, devemos deixar todos usá-la."

Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de provar a base do seu argumento.

Ex: "Dragões existem, porque ninguém conseguiu provar que eles não existem."

Também pode ser utilizado para afirmações negativas, como segue: "Dragões não existem, porque ninguém conseguiu provar que eles existem."

Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do Modus ponens (afirmação do antecedente) nem no Modus Tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é:

Se A então B.
Não A          
Então não B.

Ex: "Se há carros então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição."

Tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas premissas. Há uma violação da coerência textual.

Ex: "Que nome complicado tem este futebolista. Deve jogar muita bola!"

Insinuação por meio de pergunta.

Ex: "Apóias a liberdade e o direito de andar armado?"

Demonstrar uma tese partindo do princípio de que já é válida.

Ex: "É fato que a Bíblia é infalível, portanto todos devem buscar nela a verdade."

  • Plurium Interrogationum:

Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.

Ex: "O que faremos com esse criminoso? Matar ou prender?"

Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito. Porém, correlação não implica causalidade.

Ex: "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares."

  • Red Herring:

Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma conclusão diferente.

Ex: "Será que o palhaço é o assassino? No ano passado um palhaço matou uma criança."

Invalidar um argumento pela comparação com Hitler ou o nazismo.

Ex: "Hitler acreditava em Deus, então os crentes não devem ser boas pessoas."

  • Reificação:

Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.

Ex: "A tristeza de Joãozinho é a culpada por tudo."

Informar um argumento que não pode ser testado.

Ex: "Ganhei na loteria porque estava escrito no livro do destino."

Ignorar a existência de uma terceira causa não levada em conta nas premissas.

Ex: "Estamos vivendo uma fase de elevado desemprego, que é provocado por por um baixo consumo."

Falácia do "mas você também". Ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu.[5]

Ex:

  1. "Você está sendo abusivo."
  2. "E daí? Você também está."

Referências

  1. «Britannica» (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2009 
  2. «Dicionário escolar de filosofia - falácia ad hominem». Consultado em 3 de maio de 2009 
  3. Introduction to Logic Argumentum ad Misericordiam.
  4. Logical Fallacies and the Art of Debate
  5. «Galilean library - Introducing Philosophy 16: A Guide to Fallacies» (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2009 

Ver também

Ligações externas

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