Plano Marshall: diferenças entre revisões
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Revisão das 17h51min de 16 de maio de 2011
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O Plano Marshall, um aprofundamento da Doutrina Truman, conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Européia, foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. A iniciativa recebeu o nome do Secretário do Estado dos Estados Unidos, George Marshall.
O plano de reconstrução foi desenvolvido em um encontro dos Estados europeus participantes em julho de 1947. A União Soviética e os países da Europa Oriental foram convidados, mas Josef Stalin viu o plano como uma ameaça e não permitiu a participação de nenhum país sob o controle soviético. O plano permaneceu em operação por quatro anos fiscais a partir de julho de 1947. Durante esse período, algo em torno de US$ 13 bilhões de assistência técnica e econômica — equivalente a cerca de US$ 132 bilhões em 2006, ajustado pela inflação — foram entregues para ajudar na recuperação dos países europeus que juntaram-se à Organização Européia para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Quando o plano foi completado, a economia de cada país participante, com a exceção da Alemanha, tinha crescido consideravelmente acima dos níveis pré-guerra. Pelas próximas duas décadas a Europa Ocidental iria gozar de prosperidade e crescimento. O Plano Marshall também é visto como um dos primeiros elementos da integração européia, já que anulou barreiras comerciais e criou instituições para coordenar a economia em nível continental. Uma conseqüência intencionada foi a adoção sistemática de técnicas administrativas norte-americanas.
Recentemente os historiadores vêm questionando tanto os verdadeiros motivos e os efeitos gerais do Plano Marshall. Alguns historiadores acreditam que os benefícios do plano foram na verdade o resultado de políticas de laissez faire que permitiram a estabilização de mercados através do crescimento econômico. Além disso, alguns criticam o plano por estabelecer uma tendência dos EUA a ajudar economias estrangeiras em dificuldades, valendo-se do dinheiro dos impostos dos cidadãos norte-americanos.
Com a devastação provocada pela guerra, a Europa enfrentava cada vez mais manifestações de contestação aos governos constituídos. Os Estados Unidos analisaram a crise européia e, concluíram que ela punha em risco o futuro do capitalismo, o que poderia prejudicar sua própria economia, dando espaço para a expansão do comunismo.
Com isso, os norte-americanos optaram por ajudar na recuperação dos países europeus. Com esse objetivo criaram o Plano Marshall. No início os recursos foram utilizados para comprar alimentos, fertilizantes e rações. Logo depois, foram adquirindo matérias-primas, produtos semi-industrializados, combustíveis, veículos e máquinas. Aproximadamente, 70% desses bens eram de procedência norte-americana. Além de se beneficiar com o plano Marshall, a França elaborou seu próprio plano de recuperação econômica, o Plano Monnet.
A Inglaterra também se recuperou, porém perdeu a importância econômica e política. A Alemanha e a Itália também entraram em ritmo de recuperação. Com a criação da OTAN, os Estados Unidos visavam garantir a exportação de excedentes e concretizar a hegemonia econômica sobre o velho continente.
Ajuda financeira recebida
País | 1948-49 (milhões de dólares) bhh bb |
1949-50 (milhões de dólares) |
1950-51 (milhões de dólares) |
Total (milhões de dólares) |
---|---|---|---|---|
Alemanha | 510 | 438 | 500 | 1,448 |
Áustria | 232 | 166 | 70 | 488 |
Bélgica e Luxemburgo | 195 | 222 | 360 | 777 |
Dinamarca | 103 | 87 | 195 | 385 |
França | 1,085 | 691 | 520 | 2,296 |
Grécia | 175 | 156 | 45 | 366 |
Irlanda | 88 | 45 | — | 133 |
Islândia | 6 | 22 | 15 | 43 |
Itália e Trieste | 594 | 405 | 205 | 1,204 |
Noruega | 82 | 90 | 200 | 372 |
Países Baixos | 471 | 302 | 355 | 1,128 |
Portugal | — | — | 70 | 70 |
Reino Unido | 1,316 | 921 | 1,060 | 3,297 |
Suécia | 39 | 48 | 260 | 347 |
Suíça | — | — | 250 | 250 |
Turquia | 28 | 59 | 50 | 137 |
Efeitos
O Plano Marshall instituído pelos estadunidenses resultou em incrível crescimento econômico para os países europeus envolvidos e grande influência, fazendo os beneficiados terem dívidas para depois pagá-las. A produção industrial cresceu 35%, e a produção agrícola havia superado níveis dos anos pré-guerra.
O comunismo passou a ser considerado pelos dirigentes da Europa Ocidental como uma ameaça menor, e a popularidade dos partidos ou organizações comunistas na região caiu bastante.
O mito do Plano Marshall e a recuperação alemã
Este artigo não cita fontes confiáveis. |
É muito comum associar a ideia do Plano Marshall à recuperação da economia alemã e, por conseqüência, à economia européia. Associação que não passa de um mito.
O Plano Marshall contribuiu para a recuperação alemã somente no sentido de pôr um fim ao tenebroso Plano Morgenthau, qual previa não só a divisão da Alemanha, como também a redução de um país industrializado para um país agrário. Se o plano Morgenthau não fosse substituído, estimava-se que a destruição e a proibição de possuir indústria acarretaria a morte de, pelo menos, 25 milhões de pessoas.
Ligações externas
- «1947: É anunciado o Plano Marshall"». : artigo do jornal Deutsche Welle
- «Idealizador do Plano Marshall morreu em 1959». : George Catlett Marshall ganhou o Nobel da Paz de 1953 pela criação do plano que ajudou a reconstruir a Europa no pós-guerra.
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