Usuário(a):Yvyramata/Yvyramata/História LGBT na Alemanha

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A homossexualidade na Alemanha foi estigmatizada, especialmente durante o período de domínio do nazismo e as duas décadas após a criação da República Federal da Alemanha, devido a uma legislação discriminatória e à perseguição. Contudo, e apesar das condições adversas, o movimento LGBT teve sua origem na Alemanha durante as primeiras décadas do século XX, anos nos que criou-se uma florescente subcultura gay e lésbica, que seriam de grande influência para os movimentos LGBTs posteriores. Uma perspectiva da história LGBT alemã pode ser apreciada no Museu Schwules de Berlim, uma instituição ímpar, dedicado à conservação e difusão da história LGBT.

Pre-cristianismo[editar | editar código-fonte]

Os celtas[editar | editar código-fonte]

Os primeiros habitantes conhecidos para o atual território da Alemanha foram os celtas. Mas, de seus costumes só ficam uns poucos relatos contados pelos gregos e os romanos. Dada a extensão territorial que os celtas ocuparam, é muito provável que seus costumes apresentassem variações regionais.

Aristóteles em seu tratado Política (Livro 2, Capítulo IX) menciona que os celtas praticavam a pederastia.[1]

Diodoro Sículo, no século I a.C., escreve escandalizado dos costumes dos celtas:

Os homens gostam muito mais de seu próprio sexo, deitados sobre peles, divertem-se com um amante de cada lado. O mais extraordinário é que não têm o menor recato ou dignidade, eles se oferecem a outros homens sem o menor escrúpulo. Além disso, esse comportamento não é desprezado ou considerado vergonhoso: pelo contrário, se um deles é rejeitado, por outro a quem se ofereceu, se ofende.
— Diodoro Sículo apud David F. Greenberg (1988:111)[2]

Para Diodoro Sículo era difícil entender que os guerreiros celtas não considerassem escandaloso a passividade sexual masculina, algo que a sociedade romana considerava que destruía a dignidade de um homem. A informação de Diodoro vem de Posidónio e é confirmada por outros autores como Estrabão e Ateneu.[3]

Os germanos[editar | editar código-fonte]

Representação do deus Odin cavalgando no seu cavalo Sleipnir. Imagem na pedra de Ardre (Gotland).

Os relatos transmitidos acerca dos povos germânicos são na sua maioria 200 ou 300 anos posteriores aos fatos, por autores cristãos. Estes evidentemente escreveram os relatos conforme o pensamento judaico-cristão, no qual a homossexualidade era considerada um pecado, e é muito provável que deformaram as histórias segundo o seu próprio pensamento.[4]

Os povos germânicos desprezavam a homossexualidade passiva, que consideravam no mesmo nível que às mulheres, os «imbecis» e os escravos, e glorificavam a camaradagem guerreira entre homens.[1] A homossexualidade estava estreitamente ligada ao conceito do níð, que basicamente significa «invejoso», «maligno», mas que também pode ter as conotações de «afeminado», «covarde», «fraco».[4]

A legislação islandesa, o Grágás[5], considera delito nomear a alguém de ragan, strodinn ou sordinn, palavras que definem a homens homossexuais ativos e passivos.[6] A legislação norueguesa, o Gulathingslov, inclui entre os insultos que são crimes «deixar-se usar de maneira lasciva por outro homem».[7] A legislação de Bergen e Das Ilhas incluem como insulto «ser um mago ou ter relações com outro homem (kallar ragann)».[8] O mesmo pode-se dizer do Frostathingslov da Noruega,[9] a Lei Sálica,[10] as legislações anglo-saxãs[11] e a de Jutlandia[12].

No entanto, para os países escandinavos tem-se o conhecimento da existência de sacerdotes travestidos e afeminados.[1] David F. Greenberg chega inclusive a interpretar no seu livro The Construction of Homosexuality que Odin conseguia conhecimentos arcanos bebendo sémen.[13] Além, existe um relato de Loki que, transformado em égua, é montado por Svaðilfari, um semental, e dá a luz a Sleipnir, o maravilhoso cavalo de oito patas de Odin. O fato foi uma mancha na reputação de Loki.[4]

Os romanos[editar | editar código-fonte]

A morte de Orfeu (1494) de Dürer (1471-1528). Na fita pendurada nas árvores está escrito Orfeus der erst («Orfeu, o primeiro sodomita»). O desenho refere-se ao final que Ovídio dá-lhe ao Orfeu em Metamorfoses, no que Mênades e Trácias espancam-o até a morte por ter trocado as mulheres pelos rapazes.
Ver artigo principal: Homossexualidade na Roma Antiga

O leste e o sul da atual Alemanha, ao longo do rio Reno e ao sul de Baden-Württemberg e Baviera, pertenceram ao Império Romano por cerca de 300 anos, às províncias Germânia Superior, Germânia Inferior e Récia. De fato, a cidade de Triers foi a capital administrativa do Império do Ocidente durante os reinados de Constantino II, Valentiniano I, Graciano o Jovem, Magnus Clement Máximus e Valentiniano II. Essas províncias se beneficiaram das vantagens da civilização romana e participaram plenamente de sua cultura.

Os romanos trouxeram, junto com os demais elementos de sua cultura, sua moralidade sexual.[14] O mais importante para eles era o seu papel, a idade e o status. Assim, os homens adultos nascidos livres podiam penetrar a jovens escravos, eunucos e prostitutos da mesma forma que escravas, concubinas ou prostitutas. Porém, seduzir um jovem nascido livre era considerado uma ofensa grave. Nenhum cidadão respeitável teria sexo com outro, nem permitiria que fosse penetrado, independentemente da idade ou status.[15]

Em geral, em Roma dominava uma forma de pederastia, entre um cidadão (ativo) e seu escravo adolescente (passivo), normalizada pela sociedade. A compra de jovens para serem abusados sexualmente pelos senhores era uma prática comum na sociedade romana. Para uma sociedade patriarcal, a distinção entre o homossexual ativo (que às vezes dormia com mulheres e às vezes com homens) e o passivo era fundamental, pois o passivo era visto como servil e afeminado (adjetivos associados às mulheres nesse tipo de sociedades).[14]

O lesbianismo era conhecido tanto na sua forma safista, tanto entre mulheres femininas (caracterizada como um tipo de pederastia feminina) como na sua forma tribadista, com uma delas assumindo o papel masculino (com comportamentos e prática de atividades catalogadas como masculinas, que inclusive penetrava a sua companheira com um pênis artificial). Este último comportamento era praticado só entre mulheres adultas.[14]

A chegada do cristianismo[editar | editar código-fonte]

A moralidade romana já tinha mudado para o século IV, no que Amiano Marcelino critica amargamente os costumes sexuais dos taifalos, uma tribo bárbara localizada entre os Cárpatos e o Mar Negro, que praticava a pederastia ao estilo grego.[16] No ano 342 os imperadores Constantino e Constâncio introduziram uma lei para punir a homossexualidade passiva, possivelmente com a castração, lei que foi ampliada em 390 por Teodosio, que permite queimar na fogueira a todos os homossexuais passivos que trabalhavam em bordéis. No ano 438 a lei foi estendida a todos os homossexuais passivos e no ano 533 Justiniano castigava qualquer ato homossexual com a castração e a fogueira, lei que se fez mais rigorosa em 559.[17]

São Paulo em um manuscrito das epístolas, de início do século IX (Württembergische Landesbibliothek, Stuttgart).

Três razões foram dadas para esta mudança de atitude. Procopio de Cesarea, historiador da corte de Justiniano, considerou que havia motivos políticos por trás das leis, já que permitiram a Justiniano eliminar a inimigos políticos e ficar com suas propriedades, e não foram muito eficazes em eliminar a homossexualidade entre as pessoas comuns.[18] A segunda razão, e quiçá a de mais peso, seria o crescimento do cristianismo dentro da sociedade romana, a qual foi assumindo o paradigma cristão de que o sexo deve servir exclusivamente para a reprodução.[19] Colin Spencer, no seu livro Homosexuality. A history, considera a possibilidade de que um certo senso de autoproteção na sociedade romana, após sofrer uma epidemia (por exemplo, como a peste), tenha aumentado a pressão reprodutiva sobre os indivíduos. Este fenómeno estaria combinado com a disseminação do estoicismo no Império.[18]

O cristianismo também atingiu as províncias germânicas no século III. Os primeiros bispados foram Trier, no século III, Colônia, por volta do ano 300, e Mainz, no século IV. Até o ano 313 não havia uma doutrina comum no cristianismo sobre a homossexualidade, aunque anteriormente São Paulo já havia criticado a homossexualidade como contra a natureza:

E da mesma maneira também os homens, deixando o uso natural das mulheres, inflamaram-se em suas concupiscências uns com os outros, homens cometendo coisas hediondas com os homens e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.

Biblia Reina-Valera 1602: 45.Romanos: 1

Pouco a pouco os padres da igreja foram criando um corpo literário no que se condenava a homossexualidade e o sexo em general de forma mais enérgica, que luta contra uma prática comum na sociedade da época, incluindo a primitiva igreja. Por outro lado, a homossexualidade foi identificada desde muito cedo como heresia, não só pelos costumes pagãos, mas também pelos rituais de algumas seitas gnósticas ou maniqueístas, que, segundo Santo Agostinho, praticavam ritos homossexuais.

O processo de cristianização foi paralisado com as invasões germânicas dos séculos IV e V e não seria continuado até que retornaram misioneros irlandeses no século VIII.

A Alta Idade Média[editar | editar código-fonte]

Queima por sodomia do cavaleiro de Hohenberg e seu servo na frente da muralha Zurique em 1482. Ilustração do Chronik der Burgunderkriege (tem. 1483; Crônica das guerras da Borgonha) de Diebold Schilling.

No final do século VI e começo do VII aparecem por toda Europa os penitenciários, manuais que prescreviam punições para os diferentes pecados e faltas. As penas prescritas variam tanto entre autores, períodos e países; no entanto, em todos eles o sexo anal e oral, tanto homossexual como heterossexual, era condenado. Por exemplo, o Finian, um penitenciário irlandês, condena as relações homossexuais a dois anos de penitência entre adolescentes e de três anos nos casos dos homens adultos. Alguns também condenam a homossexualidade e a masturbação feminina, a que consideram especialmente grave quando realizada com a ajuda de algum objeto, embora as punições não fossem severas. No manual do arcebispo Theodore de Canterbury, a masturbação é punida com três meses de jejum.[20] No ano 965 Burkhard von Worms, bispo de Worms, editou o Directorium com um conjunto de regras para «vigiar o corpo e curar o alma». As perguntas que faz o arcebispo são surpreendentemente detalhadas, tanto quando fala do sexo heterossexual como do homossexual, levando ao autor Gotthard Feustel a afirmar que o religioso sabia exatamente do que estava falando. Para Brukhard von Worms homossexualidade, masturbação e zoofilia conformavam um pecado só: a sodomia.[21]

A Igreja também dedicou muitos esforços a eliminar o «pecado hediondo» dentro da suas fileiras. No ano 567 o Sínodo de Tours ordenou que nenhum monge ou padre dormisse junto com outro para evitar a tentação. A partir desse momento os monges passaram a dormir numa grande sala sob a vigilância do abade. Exemplo destes temores se deveu a Walafrido Strabo (809-843),[nota 1] filho de pais pobres, que entrou muito jovem na comunidade do Mosteiro de Reichenau, e que posteriormente tornou-se tutor de Carlos o Calvo e mais tarde o abade de Reichenau. A poesia de Strabão, uma das realizações culminantes do renascimento cultural carolíngio, tem traços claramente homoeróticos, entre eles um poema que lhe dedica a seu «irmão» Liutgers.[22]

Essa situação de relativa permissividade mudou parcialmente quando no século XI o Papa Gregório VII conseguiu fazer da nomeação de cargos eclesiásticos o poder da Igreja e não dos poderes temporais. O triunfo do Papa deveu-se em parte às atividades de Pedro Damião, que viajou por toda Europa agitando as massas a favor da reforma da Igreja. Os textos de Damião eram violentamente homófobos, até o ponto de que Gregorio VII teve que chamá-lo à ordem. Damião afirmava que as relações sexuais entre homens não eram devidas ao instinto natural, um «simples» pecado, senão às influências do demônio. Foi o primeiro a relacionar a homossexualidade com a possessão demoníaca, contra a qual argumentava que só a morte pelo fogo ajudava.[23]

A Baixa Idade Média[editar | editar código-fonte]

A relativa permissividade com que a homossexualidade na Europa mudou no século XII. Baixo influência das campanhas contra os albigenses e valdenses, dos que, como campanha de difamação, a igreja Católica afirmava que praticavam a sodomia, a relação percebida entre homossexualidade e heresia começa a se espalhar. Esta ligação íntima com a heresia é agravada pela possessão demoníaca, como evidenciado pelo julgamento por bruxaria de um homem de Frankfurt em 1336. O acusado, provavelmente sob tortura, confessou que tinha realizado o osculum infame e que depois tinha tido relações sexuais com o demônio e com outros bruxos. O Malleus maleficarum, o manual sobre bruxas por excelência, confirmava-o, a sodomia era um pecado tão horrível que até os demônios ficavam horrorizados.[24]

As leis civis também mudaram, condenando a sodomia à fogueira. Já no século IX, Carlomagno havia condenado os sodomitas à decapitação e muitos especialistas são da opinião de que as leis antisodomíticas não chegaram a se empregar de fato; porém, historiadores recentes atribuem essa impressão à falta de documentação e de estudo dos documentos existentes.[25][26] Crompton menciona, por exemplo, a queima do Lord Haspisperch, um escuro membro da nobreza suíça, ordenada em 1277 pelo rei Rodolfo I de Alemanha; ou a de Jan de Wette, um humilde artesão de facas, em 1292 em Gante.[26]

Essas leis eram frequentemente usadas como arma política, como o inaugurara o Felipe IV de França contra os templarios, a princípios do século XIV. Existem inúmeros exemplos na Europa, dos quais se pode mencionar no âmbito alemão a Guilherme V, Duque de Jülich, Conde de Cambdrige e Peer de Inglaterra, que foi preso por sodomia pelos próprios filhos, em dezembro de 1349. Guilherme foi libertado em junho de 1351 graças ao pagamento de um resgate feito por seu irmão, o arcebispo de Colônia. Um segundo caso é o do nobre Konrad von Murach, do Alto Palatinado, que em 1466 foi forçado a admitir ter cometido o pecado de sodomia, quando realmente o que teve foram problemas de direitos com o Pfalzgrafen bei Rhein, sendo essa foi uma forma de dobrar sua vontade.

Até finais do século XX acreditava-se que as mulheres tinham sido ignoradas por essas leis, contudo, estudos mais recentes demostraram que juristas medievais, sendo o primeiro Cino da Pistoia, interpretaram uma lei de Diocleciano e Maximiano, a Lex foedissiman de 287 d.C., como condenatória para as mulheres que tinham relações sexuais com outras mulheres. Em 1400 Bartholomeo de Saliceto refere-se à Lex foedissiman, e condena o lesbianismo à pena de morte. As Leituras de Saliceto converter-se-iam numa referência para toda Europa até o século XVIII.[27]

O Renascimento[editar | editar código-fonte]

Página do Constitutio criminalis Carolina (1577) na que se encontra o artigo 116 que trata sobre a sodomia.

Os castigos foram aumentando e diversificando-se ao longo dos séculos XIII e XIV. No final do século XIII e começo do XIV as penas típicas para um primeiro delito de sodomia eram a castração, chicotadas e multas; e para os casos reincidentes, a condena costumava ser a da morte na fogueira. Em 1409, em Augsburgo, encerraram em uma jaula a quatro religiosos, que morrem de fome e sede e um quinto «perdoado», foi condenado à fogueira. Em geral, os religiosos sofriam penas menos severas, ou mesmo, como foi o caso do vigário Johannes Stocker de Basilea em 1475, acusado de abusar de um dos meninos do coro, eram confiscados seus bens e condenados ao exílio. Em 1532, Carlos V do Sacro Império Romano criou uma base jurídica unificada para a punição da sodomia, na sua Constitutio Criminalis Carolina.[28] Essa lei permaneceu em vigor no Sacro Império Romano-Germânico até finais do século XVIII. O parágrafo 116 diz:

Puna o insolente, quando ele aja contra a natureza.
No caso de uma pessoa agir descaradamente com um animal, um homem com um homem, uma mulher com uma mulher perde o direito à vida. E deverão, segundo o costume, ser levados à morte pelo fogo.
— Constitutio Criminalis Carolina[29]

Em geral, não parece que houve grandes perseguições de sodomitas nas cidades germânicas, embora sejam conhecidos processos em Augsburgo, Ratisbona e Basilea. Um caso extraordinário representa-o Colônia, a maior cidade alemã da época, na qual uma comissão especial foi formada em 1484 para obter informações sobre pecados hediondos por meio de confessores. No entanto, desconhecem-se as consequências recorrentes da investigação.[30] Na década de 1660, houve uma série de perseguições de bruxas e bruxos em Esslingen originados pela denúncia de Hans Elsässer, um jovem de 17 anos, que afirmou que o demônio tinha «metido sua coisa na parte de atrás dele [...] e empurrado até que algo molhado e quente se introduzia nele, não doía [...]» É muito provável que não tinha sido mais que sentimento de culpa pelas relações homossexuais que ele teve com o aprendiz de seu pai, Georg Scheffel. A denúncia, unida às ambições do magistrado Daniel Hauff, gerou um caça às bruxas que causou uns 60 julgamentos e custou a vida de 32 pessoas, entre elas as de Hans Elsässer e Georg Scheffel.[31][32]

Gravado de Durero intitulado Männerbad («Banho de homens»), que reflete uma ideia de como eram os banhos na Alemanha durante o Renascimento.

As investigações judiciais permitiram vislumbrar o tecido social e a subcultura sodomita da época. Em Colônia, em 1484, o pároco da igreja de St. Martin fala de certos lugares no Heumarkt e prédios no Leinwandsmarkt, duas grandes praças, onde os sodomitas se reunem, uns 200 conforme os seus cálculos. De Ratisbona sabe-se que para 1500 os sodomitas se reuniam nas pousadas, latrinas dos mosteiros e capelas; as igrejas eram empregadas frequêntemente para se contatar. A diferença de Augsburgo, onde os sodomitas reuniam-se fora das muralhas da cidade, em três banhos públicos próximos ou em cidades vizinhas, o que lhes permitia passar a noite. Os acusados ​​estão quase todos nas classes médias e no terço inferior da sociedade, deixando de fora as classes altas e os grupos marginais, como prostitutos, mendigos e vagabundos. No caso do processo de Augsburgo, trata-se de pais de família. Se for considerado que a homossexualidade ocorre por igual em todas as classes sociais, evidente que os governos locais tentaram exercer maior controle sobre os grupos produtivos e reprodutivos.[33]

Matthias Mende, historiador de arte e curador da colecção gráfica dos museus de Nuremberga, que escreveu e colaborou em vários livros dedicados a Dürer, afirma que é muito provável que Dürer, sem dúvida o melhor pintor do Renascimento alemão, tivesse sido bissexual. Mende baseia-se em vários indícios, sendo o mais importante uma frase em grego que o amigo íntimo de Dürer, Willibald Pirckheimer, escreveu em um autorretrato que o primeiro lhe deu: «Mit dem erigierten Glied in dêem Anus dês anderen» (com o membro ereto no ânus do outro).[34]

Da Ilustração ao século XIX[editar | editar código-fonte]

Legislação[editar | editar código-fonte]

Durante o século XVIII os países europeus começaram a modificar sua atitude com relação à homossexualidade. A ideia de Cesare Beccaria de 1763 de que só crimes vitimados deveriam ser punidos foi aplicada pela primeira vez por Voltaire aos sodomitas:[35]

"A sodomia, enquanto não houver violência, não pode ser responsabilidade das leis criminais. Não viola o direito de nenhum outro homem. [...] É um vício baixo, repugnante, cujo verdadeiro castigo é o desprezo.
— Voltaire[nota 2][36]

O código penal austríaco introduziu a homossexualidade em 1787 entre os «delitos políticos», sendo as punições a prisão, trabalhos forçados ou chicotadas, conforme o grau de «escândalo público», mas não mais a pena de morte. A Prússia fez o mesmo em 1794 no seu artigo 143, substituindo a pena de morte por trabalhos forçados e prisão de 6 meses a quatro anos e a perda durante esse tempo dos direitos civis.

Após a Revolução, a França introduziu um novo código penal em 1791, o primeiro país europeu cuja legislação não se menciona a homossexualidade, o que significa que deixou de ser crime. O primeiro em seguir o exemplo francês foi Baviera, que em 1813 retirou a homossexualidade do código penal. Seguiram-lhe Vurtemberga em 1838, Brunsvique e Hanôver em 1840. Em outros estados germanos, como Saxônia, Oldemburgo e Turíngia, a pena era de um ano de cárcere. Em Baden os juízes só atuavam nos casos que envolviam escândalo público.[37]

A cultura da ilustração e o romantismo[editar | editar código-fonte]

O pensamento iluminista era mecanicista e supunha leis naturais por trás de todos os processos vitais. Um deles era o impulso de conservação das espécies, que se transformava, tanto nos humanos quanto nos animais não humanos, em atração pelo sexo oposto. No caso da homossexualidade, significava que, à semelhança do que acontecia durante o onanismo, o homem que tem sexo com outro na verdade está imaginando a uma mulher e o análogo aconteceria no caso de duas mulheres. É assim que a homossexualidade e o onanismo começam a se relacionar, pois nenhum deles é útil para a reprodução, como o expressam Kant em Mataphysik der Sitten e o jurista Kakob Cella.[38]

Alexander von Humboldt (1769-1859), pintado por Joseph Karl Stieler em 1843

Um dos personagens europeus mais importantes do século XVIII foi Johann Joachim Winckelmann, quem foi considerado como o iniciador do estudo científico da Arqueologia e a História da arte. Os cardeais romanos confiavam em Winkelmann para cuidar da arte romana antiga e convivia com a mais florida aristocracia européia, incluindo o rei Frederico II de Prusia. Sua homossexualidade é conhecida pelas cartas ardentes que escrevia a seus amantes, mas foi escondida do público que não aceitaria o fato. Após sua morte por assassinato, em 1768 em Trieste, autores como Goethe e Gotthold Ephraim Lessing escreveram elogios em sua memória.[39]

Após a liberalização das leis contra a sodomia, durante a primeira metade do século XIX, Goethe com 70 anos e já consagrado em sua fama permitiu-se editar alguns poemas homoeróticos dentro de seu Divã de Oriente e Ocidente, que retoma os motivos pederastas dos antigos poetas persas. Embora Goethe afirmasse que o amor entre o poeta Hatem e o rapaz Saki era platônico, recebeu fortes críticas de outros poetas, como Adelbert von Chamisso. Um bom amigo de Goethe e um dos cientistas mais importantes do século XIX, Alexander von Humboldt, era homossexual. Apesar de que alguns historiadores têm querido ocultar essa faceta de Humboldt ou disfarçá-la de amizade, Magnus Hirschfeld publicou em 1914 relatos de pessoas que tinham conhecido pessoalmente ao cientista e que se lembravam de sua participação na subcultura gay de Berlim.

Uma das disputas mais amargas dentro da literatura alemã foi o caso Platen, estrelado por August von Platen-Hallermünde e Heinrich Heine. Von Platen, inspirado por Goethe, escreveu alguns poemas que foram criticados por Heine e Karl Immermann como classicistas e antiquados. O primeiro sentiu-se ofendido e o assunto foi in crescendo, com von Platten acusando a Heine de judeu (Heine tinha-se convertido recentemente ao cristianismo) e Heine a von Platen de sodomita. Infelizmente, a disputa só serviu para tirar a roupa suja de um «sodomita» e um «judeu». Von Platen morreu no exílio italiano aos 39 anos e, até onde se sabe, nunca viveu o amor carnal com um homem.

De acordo com Bernd-Ulrich Hergemöller no livro Mann für Mann, Nietzsche teve vários amigos especiais, primeiro o compositor fracassado Heinrich Köselitz (1854-1918) e mais tarde o livre pensador semita Paul Rée (1849-1901). Suas muitas amizades masculinas chegaram a criar rumores sobre seus «gostos antinaturais». O assunto é pouco estudado e não fica claro se essas relações ficaram como amores platônicos, exemplificados nas cartas apaixonadas que foram preservadas, ou se chegaram a serem físicos, contraindo sífilis num burdel masculino italiano.

Homossexuais coroados[editar | editar código-fonte]

Frederico II, O Grande[editar | editar código-fonte]

Frederico II O Grande de jovem. Pintura de Antoine Pesne.

Há suspeitas fundadas sobre a homossexualidade de Frederico II o Grande (1712-1786), rei da Prússia, porém, não há dados definitivos. Frederico teve uma infância difícil, pois seu pai, Frederico Guilherme I de Prusia, o «Rei Sargento», era um homem estrito e colérico que achava que a educação de um príncipe devia basear-se na disciplina, na masculinidade e a carreira militar. Frederico em troca preferia a filosofia, a literatura e as artes, e recebeu de sua mãe uma educação tão afrancesada que custava-lhe falar alemão. As diferenças com seu pai chegaram a tal extremo que Frederico tentou fugir; depois do fracasso da fuga, o pai ordenou a execução do tenente Hans Hermann von Katte, o melhor amigo de Frederico, e quiçá seu amante, por auxiliá-lo nos seus planos. A ordem de execução levou-se a cabo no forte de Küstrin, o mesmo em que Frederico encontrava-se preso e é possível que tenha visto a execução pela janela de sua cela.[40]

Não recuperou a liberdade até os 21 anos, depois de atingir a maioria de idade. Casou-se com Isabel Cristina de Brunswick-Bevern por imposição paterna, com a que não teve filhos e que desterrou a um castelo remoto depois de ascender ao trono. Em geral, Frederico tinha uma opinião muito ruim sobre as mulheres, embora ele mesmo levantasse rumores sobre suas amantes e sua vida dissoluta. Existem duas teorias sobre este comportamento, a primeira é que o rei era homossexual, teoria defendida e difundida por Voltaire, e a segunda diz que o rei era impotente, pois teria sofrido uma cirurgia, da que não se têm mais dados, como afirma o médico suíço Johann Georg Zimmermann, que o tratou por um período curto. Voltaire, antes de fugir de Sanssouci, em 1752, foi um grande amigo de Frederico e inclusive passou dois anos na corte em Berlim . A sua volta a Paris, Voltaire permitiu-se alguns comentários escandalosos sobre ao vida do rei, chamando-o duma «puta amável » que se divertia com pajens e cadetes, com os que realizava a «segunda» função devido a sua falta de aparato.[41]

Carlos I de Württemberg[editar | editar código-fonte]

Foto do rei Carlos I de Württemberg, feita por Georg Friedrich Brandseph (1826-1915).

No começo da década de 1880, o rei Carlos I de Württemberg (1823-1891) teve uma crise de saúde, tanto física como psíquica, e começou a mostrar um grande desinteresse pelo governo do pequeno reino de Württemberg. Durante esse período, o rei conheceu e se apaixonou perdidamente pelo Charles Woodcock, um atrativo norte-americano de origem humilde que residia na Alemanha desde 1879. A influência de Woodcock sobre o caprichoso rei foi tamanha, que por volta de 1885, quando a rainha Olga queria conseguir algo do rei, o fazia através do seu favorito. As frequentes ausências do rei —desde 1880 passava todos os invernos no sul da França, o norte da Itália e longas temporadas em Friedrichshafen às margens do lago Constança— o tornaram impopular entre o povo e a nobreza, e muitos de seus colaboradores reprovavam a sua relação com um «americano recolhido da rua», que viam como um aproveitador, e camarilha dos norte-americanos que lhe rodeavam. O estado mental do rei foi piorando pouco a pouco, e em 1887 foi considerado em Berlim que ele não era mais capaz de governar. Em outubro de 1888 o rei deu a Woodcock o título de Freiherr von Savage e elevou-o a fidalgo. Os jornais começaram a se escandalizar pelas circunstâncias nas que se encontrava o governo de Württemberg; o primeiro foi o Münchener Neusten Nachrichten, mas inclusive Le Figaro regozijou-se com os detalhes mais controversos. O escândalo e a pressão do governo de Hermann von Mittnacht sobre o rei, levaram finalmente levaram a Woodcock a se retirar em novembro de 1888 a Londres. Ao parecer, tinha intenções de chantagear ao rei com diversas cartas para garantir sua própria manutenção; ao final, conformou-se com um pagamento de 300.000 marcos, devolvendo a vila Taubenheim em Friedrichshafen, que o rei lhe dera, e cerca de 80 cartas.[42]

Luis II de Baviera[editar | editar código-fonte]

Luis II de Baviera com 20 anos.

Luis II de Wittelsbach (1845-1886), rei de Baviera, apesar de sua extremada inteligência, ouvia vozes desde sua niñez, o que daria pé a certa preocupação entre seus educadores. Acedeu ao trono com 18 anos, em 1864, um rei aposto e culto, que nos primeiros meses teve um governo exemplar. Começou a dar sinais de excentricidade cedo, loucuras que foram apoiadas pelo dinheiro e os conselhos da Prussia de Bismarck, já que Prussia queria estender seu poder imperial para os estados germánicos do sul e lhe convinha debilitar o poder real bávaro.[43]

A lista de amantes de Luis II é longa. O primeiro foi Pablo von Thurn und Táxis, com o que se encerrou no castelo de Berg, em um mar de 15.000 rosas que tinha mandado plantar, assistidos tão só por um palafrenero que chamava de Povo. Seguiu-lhe mais tarde o ator Kainz, ainda que em realidade apaixonou-se do personagem e não da pessoa, pelo que Kainz teve que se converter em um «amante romântico» o tempo todo. A relação mais longa foi com seu camarero em chefe, Richard Hornig, que durou 20 anos.[44]

As excentricidades foram em aumento até chegar à loucura; em 1886 foi obrigado por sua família e o Governo a abdicar e substituído pela regencia de sua primo Luitpoldo. É possível que sua morte fosse devida a agentes prusianos, sendo Prusia um elemento chave na queda em desgraça de Luis II.[45]

Guillermo II de Prusia[editar | editar código-fonte]

Guillermo II de Alemanha para 1890.

Frederico Guilherme de Hohenzollern (1859-1941), rei de Prusia, teve uma infância difícil devido a um defeito congénito em seu braço esquerdo e a sua estrita educação «prusiana». Apesar dessa educação, conseguiu que sua presença pública fosse a de um rei sério e algo intelectual; parece que em privado o rei era amanerado e de personalidade liviana e alegre, com mostras de cariño e afecto e excessivo trato de confiança.[46]

Aos vinte anos conheceu a Philipp zu Eulenburg, um nobre da corte 12 anos maior que ele. Eulenburg, que era muito ocurrente e divertido, algo amanerado e o centro de todas as reuniões, passou a ser um de seus melhores amigos. Não está claro se Guillermo II era homossexual ou somente desfrutava o homoerotismo, mas existem muitos indícios que assim o assinalam.[47] O Rei costumava realizar anualmente uma travesía pelos fiordos noruegos num barco de bilhete exclusivamente masculino. Ali assaltava a seus convidados pelas costas e realizava movimentos imitando uma sodomización, derrubando-os pela coberta mais tarde. Essa mesma camarilla reunia-se no castelo de Liebenberg para realizar suas festas, sobre as que existem numerosos rumores. A amizade caiu vítima de um grande escândalo que procurava mudar a política real, da que o Rei saiu indemne, mas que lhe custou a morte por doença a Eulenburg.[48][49]

Predecessores do movimento homossexual[editar | editar código-fonte]

Heinrich Hössli (1784-1864), um sombrerero e antologista suíço, que publicou o primeiro volume de sua obra Eros em 1836 e o segundo em 1838, se pode considerar como o primeiro activista LGBT da história. No primeiro volume compara o tratamento que recebe o «amor grego» com o que se deu em séculos anteriores aos hereges e as bruxas, além de defender que as características externas (como o amaneramiento) não revelam nada sobre as preferências sexuais. O segundo volume divide-se em duas partes: uma antología sobre o amor masculino, com obras gregas, romanas e persas principalmente, e uma segunda, na que trata de desmontar nove preconceitos, incluindo o da pedofilia. A influência de Hössli foi muito pequena e seus textos mal foram lidos.[50]

O primeiro grande activista gay foi Karl Heinrich Ulrichs (1825-1895), um advogado de Hannover. Ulrichs publicou entre 1864 e 1865, baixo o seudónimo Numa Numantius, cinco panfletos com o nome colectivo de Forschungen über dás Räthsel der mannmännlichen Liebe[51] (Estudos sobre o enigma do amor do homem pelo homem) no que defende a teoria do terceiro sexo, anima muliebris virili corpore inclusa, um alma de mulher num corpo de homem, e a origem biológica da homossexualidade. Os escritos de Ulrichs convertem-no no primeiro teórico da homossexualidade e tiveram uma verdadeira importância em acordar o interesse da comunidade médica. Em 1867 tratou de defender o desaparecimento do artigo 175 num congresso de advogados em Munique, mas não conseguiu nem terminar o primeiro parágrafo dantes de ser abucheado, sendo no primeiro homossexual em «sair do armário». Ulrichs também classificou e nomeou aos diferentes tipos sexuais: o «urning», para os homens homossexuais, e o «dioning», para os homens heterosexuales.[52] Estas denominações não tiveram sucesso e foram deslocadas pelo termo «homossexual», uma palavra aséptica, criada por Károly Mária Kertbeny numa carta a Ulrichs. Károly Mária Kertbeny (1824-1882), nascido Karl Maria Benkert, foi um jornalista e tradutor húngaro, cidadão do Império austrohúngaro. Tomou interesse no tema homossexual de jovem ao viver de perto dois suicídios de homossexuais, ainda que é possível que ele mesmo fosse homossexual, apesar do ter negado sempre. Em 1868 transladou-se a viver a Berlim, onde conheceu a Ulrichs e, ainda que pessoalmente não teve simpatia mútua, mais tarde tiveram uma relação epistolar intensa. Kertbeny também lutou pela abolição dos artigos 143 e 175.[53]

A «Idade Homossexual» (1870-1940)[editar | editar código-fonte]

A colonização médica[editar | editar código-fonte]

Durante o século XIX produziu-se a transformação do «sodomita» ao «homossexual». Graças ao auge da psicologia, o homossexual deixou de ser um pecador a olhos de Deus ao que há que fazer arder na fogueira, para passar a ser um «doente», um «perverso» ou um «degenerado», próximo da criminalidade, que precisa de tratamento médico para sua «cura». No final do século XIX a teoria da degeneração estava firmemente enraizada graças a obras médicas como Psychopathia sexualis (1886) de Richard von Krafft-Ebing, Die konträre Sexualempfindung (1891; O sentimento sexual contrário) de Albert Moll, Geschlecht und Charakter (1903; Sexo e carácter) de Otto Weiniger e Entartung (1895; Degeneração) de Max Nordau, um discípulo de Cessar Lombroso. Também para finais do século XIX se estende a ideia da homossexualidade como uma «perversión» que é innata e que portanto não deve ser castigada. Mas ao lado desta forma innata, achava-se que existia uma forma adquirida, que podia chegar por sedução, violação, depravación ou, com frequência, por onanismo. Muitos médicos opinavam ademais que a homossexualidade masculina possuía traços femininos; mas foi Magnus Hirschfeld quem popularizó a ideia de graus intermediários entre o homem masculino perfeito (heterosexual) e a mulher feminina perfeita (heterosexual), entre os que encontrar-se-ia o terceiro sexo, um alma de mulher atrapada num corpo masculino, o homossexual.[54] Freud recusou todas as teorias anteriores, afirmando que a homossexualidade era devida a uma «sedução na niñez» ou ao «complexo de castración» e que estava relacionada com um desenvolvimento incompleto da psique, além de que duvidava que se pudesse «curar».[54][55]

Entre 1919 e 1922 realizaram-se uma série de operações nas que se tenta mudar a orientação sexual a homossexuais extirpando suas testículos e os substituindo pelos de pessoas heterosexuales. A teoria, proposta pelo fisiólogo vienés Eugen Steinach, foi popularizada por Hirschfeld, que inclusive a recomendou a alguns de seus pacientes. As operações deixaram de realizar-se em 1922 quando ficou claro que não produziam o efeito desejado.[56]

Ao invés que no caso da homossexualidade masculina, o lesbianismo atraiu pouco a atenção dos médicos. Em general fala-se de dois tipos de lesbianas, a «autêntica», masculina, e a «pseudohomosexual», que o é por sedução, ao não conseguir atrair a um homem. Isto, quando sua existência não é negada completa e taxativamente, já que, segundo o ponto de vista imperante, a mulher não pode ser satisfeita se não é com o semen masculino, cuja falta levaria às lesbianas à frustración e a loucura irremediavelmente.[57]

Legislação: artigo 175[editar | editar código-fonte]

Julgados e condenados pelo §175 (1902-1932)[nota 3]Azul escuro: juzgados por homossexualidadeAzul claro: julgados por zoofiliaVermelho: condenadosAs duas faixas mais claaras representam a I Guerra Mundial e o caso Haarmann.









República de Weimar(1919–1932)
Año Juzgados Conde-

nados

por

homosex.

por

zoofilia

1919 110 10 89
1920 237 39 197
1921 485 86 425
1922 588 7 499
1923 503 31 445
1924 850 12 696
1925 1225 111 1107
1926 1126 135 1040
1927 911 118 848
1928 731 202 804
1929 786 223 837
1930 723 221 804
1931 618 139 665
1932 721 204 801
Imperio alemán(1902–1918)
Año Juzgados Conde-

nados

por

homosex.

por

zoofilia

1902 364 393 613
1903 332 389 600
1904 348 376 570
1905 379 381 605
1906 351 382 623
1907 404 367 612
1908 282 399 658
1909 510 331 677
1910 560 331 732
1911 526 342 708
1912 603 322 761
1913 512 341 698
1914 490 263 631
1915 233 120 294
1916 278 120 318
1917 131 70 166
1918 157 3 118












Com a criação do Segundo Império Alemão, a unificação alemã, o novo código penal adopta a legislação prusiana em matéria de homossexualidade. Assim, a partir de 1871, a homossexualidade voltará a estar castigada em todo o território, incluída Baviera, onde tinha deixado de ser delito 57 anos antes.[58][59] O novo parágrafo do código penal, que chamou-se Paragraph 175 (§175, artigo 175), dizia o seguinte:

A fornicação/luxúria não natural entre homens ou entre pessoas e animais será castigada com prisão; direitos civis também poderão ser retirados.
— RGBl. 1875 pág. 127[nota 4][60]

A perda de direitos civis podia incluir a retirada do doutorado ou do direito ao voto ou de ser eleito. Em 1913 edita-se um esclarecimento na que se define como «fornicação/luxuria contra natura» (widernatürliche Unzucht) a «acções similares ao concúbito natural» (dem natürlichen Beischlaf ähnlichen Vorgang).[61] A dificuldade de definir o significado exato de «ações similares ao concúbito natural» ficou em mãos dos juízes.[62] Em 1900 introduziu-se a Lex Heinze, § 184, que proibe a publicação e a venda livros, imagens e elementos luxuriosas (unzüchtig, em referência ao § 175) e pune essas ações com prisão de até um ano e multas de até 1000 marcos.[63] Em 1909 discutiu-se estender a lei às mulheres, mas nunca se levou a cabo devido à I Guerra Mundial e ao consequente afundamento do Império.[64]

Apesar da oposição gerada, tanto durante o Império como pelos partidos de esquerda da nova República de Weimar, a lei se manteve no código penal.[nota 5]

A perseguição foi muito desigual no território alemão: Dresde e Munique eram extremamente repressivas, enquanto em Berlim e Hamburgo existia uma espécie de acordo não escrito entre as organizações homossexuais e a polícia, que permitia um verdadeiro liberalismo. Além dessas duas cidades, a república de Weimar era bastante repressiva e não merece a fama de liberal que teve posteriormente. Para fazer cumprir o § 175 criaram-se unidades policiais especializadas que perseguiam e controlavam esse crime, recopilavam informações e tinham arquivos detalhados sobre as actividades dos homossexuais, as chamadas «listas rosas». Viam-se afectados sobretudo aqueles que iam a banhos públicos para o sexo anónimo e os que se moviam por ambientes do inframundo.[65] Em 1923/24 aumentaram de maneira drástica os julgamentos e as condenações pelo artigo 175. O fenómeno deveu-se à publicidade que recebeu o assassino em série Fritz Haarmann, que segundo declarações próprias, tinha matado a 40 prostituidos, com mordidas no pescoço logo de ter chegado ao clímax.[66]

Em 1925 a comissão parlamentar encarregada propôs eliminar o §175 e substituí-lo pelos artigos §296 «fornicação/luxúria entre homens» e §297 para casos agravados. O artigo 296 foi recusado, porém, o §297 foi aceite com só os votos em contra do KPD (partido comunista alemão). Consequentemente, qualquer homem que aproveitasse uma posição de poder para ter sexo com outro homem, os que tivessem relações sexuais com menores de 21 anos, os prostitutos e seus clientes deveriam ser condenados a prissão superior de seis meses. Mesmo se mantendo a discriminação, o sexo entre homens adultos deixou de ser delito no rascunho do código penal de 1929. Esse novo código nunca foi aprovado, já que antes de chegar ao parlamento aconteceram as eleições de 1930, nas que o NSDAP, o partido nazista, transformu-se na segunda maior força política.[67]

Os escândalos[editar | editar código-fonte]

A extensão dos meios de comunicação, o aparecimento da imprensa sensacionalista, o puritanismo e as leis opressivas foram fatores essenciais para o aparecimento dos escândalos. Os primeiros grandes escândalos europeus relacionados com a homossexualidade aconteceram na Inglaterra, nos que foram envolvidos personalidades importantes comoo príncipe Alberto Víctor, o duque de Clarence e Avondale, fide lho Eduardo VII de Inglaternpor aauépocantão ainda príncipe de Gales, e naturalmente Oscar Wilde, cujo processo e condenação foi bem conhecido em toda Europa.[68] Outro caso que teve uma grande ressonância no âmbito germanófono foi o de Alfred Redl, militar do exército Austrohúngaro, chefe do serviço de contrainteligencia do exército e como tal, um dos pais dos métodos modernos de espionagem. Redl foi chantajeado por Rússia por causa de seu homossexualidade e quando se descobriram os fatos o consiguiente escândalo estendeu, graças ao cinema e o teatro, a ideia de que os homossexuais eram vulneráveis, se não perigosos, no governo e o exército.[69]

Em Alemanha o primeiro escândalo afectou a Friedrich Alfred Krupp, dono da empresa de aços Krupp, actualmente parte de ThyssenKrupp, ao que se acusou em 1902 de realizar orgías com menores na ilha de Capri. Krupp morreu em 1902 em circunstâncias não aclaradas, tendo suspeitas de suicídio.[70]

A caricatura na que Harden quis ver a Eulenburg (com o harpa) e sua «amorcito» Moltke, um à cada lado do escudo de Prusia

Sem dúvida, o escândalo mais importante e que chegou a sacudir os alicerces políticos de Alemanha, tendo profundas consequências posteriores, foi o escândalo Harden-Eulenburg.[71] O 27 de abril de 1907, Philipp zu Eulenburg foi exposto (outing) pelo publicista Maximilian Harden em público: Harden declarou que uma caricatura publicada anteriormente em sua revista Zukunft se referia a Eulengurg e Kuno von Moltke. A importância do facto estriba em que Eulenburg e Moltke pertenciam ao chamado Círculo de Liebenberg, o círculo de amigos e conselheiros mais próximos ao imperador Guillermo II de Alemanha. Além de Eulenburg e Moltke, também foram denunciados Georg von Hülsen, intendente do Teatro Real, Von Stückradt, um ayudante do príncipe herdeiro, e Bernhard von Bülow, todos pertencentes ao Círculo de Liebenberg. O imperador distanciou-se imediatamente do Círculo e estes reagiram com uma série de denúncias que geraram a sua vez contradenuncias da outra parte, ao todo uns 6 julgamentos públicos. Apesar de que não teve condenações para o Círculo de Liebenberg e se pára Harden e seus aliados, Harden tinha conseguido seu propósito de desacreditar aos membros do Círculo, que em sua opinião tinham uma influência demasiado moderadora e não o suficientemente masculina e agressiva sobre a política exterior alemã.[72] As consequências foram várias. A difusão no resto de Europa produziu numerosos chistes e atiras cómicas sobre Alemanha e o Imperador, e a homossexualidade passou a ser considerada uma questão alemã e antipatriotica.[71] Além de azuzar a homofobia, o processo também estendeu preconceitos antisemíticos, já que Harden e Hirschfeld, que se viu envolvido como experiente médico, eram ambos de origem judia.[73][74] Mas a consequência mais grave foi o afastamento de Guillermo II de seus conselheiros mais moderados e sua aproximação aos mais agressivos e «masculinos». Alguns autores mencionam isto como uma dos elementos que contribuiriam ao estallido da I Guerra Mundial.[75]

O caso Eulenburg não era mais que o caso extremo de uma série de chantajes que se estenderam por todo o país, graças ao artigo 175 do código penal alemão e ao medo ao escândalo público. Os chantajistas, chamados Chaneure ou Rupfer (desplumadores), formavam um autêntico exército que se fazia à caça de vítimas. Ulrichs informa que uma vítima rica teve que pagar 242.000 marcos a 24 chantajistas diferentes e Hirschfeld conta o caso de outra vítima que pagou até a morte de ambos, vítima e chantajista, mas os herdeiros de um seguiram pagando durante 35 anos dinheiro aos herdeiros do outro. Muitas vítimas, desesperadas, procuravam no suicídio uma solução. Dentre 10 000 homossexuais que foram entrevistados para um estudo em 1914, um 51% tinham pensamentos suicidas por medo a um julgamento ou por um processo judicial começado, um 25% já tinha tentado se suicidar, um 14% tinha tentado se suicidar por chantajes, as mortes por suicídio contavam um 6% e os suicídios duplos um 0,6%.

O primeiro movimento homossexual[editar | editar código-fonte]

De 1870 a 1940 produziu-se uma mudança na percepção da homossexualidade em Europa, uma mudança que geraria o movimento homossexual, precursor do movimento de libertação LGBT contemporâneo.

Com o fundo do §175 e o processo judicial a Oscar Wilde, o 15 de maio de 1897 Magnus Hirschfeld, o editor Max Spohr, o jurista Eduard Oberg e o escritor Franz Joseph von Bülow fundam em Berlim o Wissenschalftlich-humanitäre Komitte, o Comité Científico Humanitário, a primeira organização LGBT do mundo, cujo objectivo era a eliminação do artigo 175 do código penal alemão. O lema da organização Durch Wissenschaft zur Gerechtigkeit (Através da ciência, para a justiça), indica os meios que queriam empregar, pretendiam modificar a opinião do público através da informação. Baixo a direcção de Hirschfeld, em 1897 a organização realizou a primeira petição ao Governo para a eliminação do §175, assinada, entre outros, por August Bebel, chefe do partido social-democrata, Richard von Krafft-Ebing, psiquiatra, Gerhard Hauptmann, escritor, e o pintor Max Liebermann. Em 1900 entregou-se a segunda petição, em 1903 a terça e em 1904 a quarta. Em 1922 entregaram uma petição com a assinatura a mais de 6.000 pessoas, entre as que se encontravam o ministro de finanças Rudolf Hilferding, Hermann Hesse, Albert Einstein, Käthe Kollwitz, Heinrich Mann, Thomas Mann, Carl Maria Weber, Stefan Zweig, Grete Meisel-Hess, Rainer Maria Rilke e Arthur Schnitzler.[76] Em 1926 entregou-se a última petição. Em 1902 aparecem os primeiros capítulos locais em Frankfurt do Meno, Munique, Düsseldorf e Leipzig.[77]

Em 1903 Adolf Brand cria a segunda organização LGBT o mundo, a Gemeinschaft der Eigenen (Comunidade dos próprios), a partir dos subscritores de sua revista Der Eigene. A Gemeinschaft der Eigenen entendiam a homossexualidade de forma oposta a Hirschfeld e os seus, fazendo finca-pé no homem masculino, o eros pedagógico e o amor platônico. Em 1905 Brand atacou publicamente a Hirschfeld e o Comité Científico Humanitário no artigo Homosexualität und Afterkultur (homossexualidade e cultura do trasero) publicado em sua revista, recusando ao homossexual feminino como uma caricatura e criticando a menção da sexualidad. A associação seguiu durante algum tempo a estratégia da denúncia, tanto própria como alheia, de outing.[78]

Entre 1907 e 1909 o Comité Científico Humanitário sofreu uma crise em consequência do escândalo Harden-Eulenburg e a actuação de Hirschfeld no processo, que levou à secessão do grupo Sezesion baixo a liderança de Friedländer, grupo que desapareceu com o suicídio de seu líder em 1909.[79] Durante a I Guerra Mundial, de 1914 a 1917, o Comité praticamente não teve actividade. Em 1919 Magnus Hirschfeld cria o Institut für Sexualwissenschaft, a primeira instituição para o estudo da sexología do mundo, na que o Comité ocupava a secção para a «reforma sexual». O Instituto tinha como objectivo «a alavancagem do estudo científico da vida sexual e o esclarecimento nesse campo». O trabalho científico anterior de Hirschfeld incluía a criação do termo travestido, que dessa forma ficavam pela primeira vez «separados» do homossexual, a realização da primeira encuesta sobre a incidência da homossexualidade na população e o desenvolvimento de uma terapia afirmativa para ajudar aos homossexuais a viver com seu «ser diferente». O Instituto organizou em 1921 o primeiro congresso internacional para a reforma sexual com base científica: Ersten internationalen Kongreß für Sexualreform auf sexualwissenschaftlicher Grundlage. Em 1928 Hirschfeld funda a Weltliga für Sexualreform (Une mundial para a reforma sexual) que tem sua sede no Instituto e que trata tanto de avançar os direitos dos homossexuais, como temas sobre a anticoncepción e a política de população. Seus congressos serão em Copenhague em 1928, em Londres em 1929, em Viena em 1930 e em Brno em 1932.[79]

Em 1919 criou-se a terceira organização homossexual, a Berliner Freundschaftsbund (Une de amigos de Berlim). Com a união em 1920 do Berliner Freundschaftsbund com outras organizações de Frankfurt e Hamburgo cria-se a organização mais importante durante a década de 1920, o Deutsche Freundschaftsverband (Une-a da amizade alemã), que a partir de 1923 passa a se chamar Bund für Menschenrechte (Une pelos direitos humanos). Baixo a direcção de Friedrich Radszuweit, chegou a ter mais de 30.000 membros em 1928, estendendo sua actividade até Suíça. Radszuweit converteu-se numa das pessoas mais importantes do movimento homossexual, fundando uma editorial e abrindo a primeira livraria especializada em temas homossexuais do mundo. A associação caracterizava-se por sua estrutura federal e o trabalho de informação que faziam as associações locais. A metade da década de 1925 dedicaram-se a lutar contra a discriminação individual de homossexuais, enviando cartas de queixa a representantes oficiais.[80]

Entre 1920 e 1923 funcionou a Aktions-Ausschuß (Comissão de acção) com a união das três grandes organizações. Pouco a pouco o Comité Científico Humanitário foi ganhado em influência até que, depois da saída de Gemeinschaft der Eigenen, se dissolve.[81]

A partir de 1925 começou a ter disensiones dentro do movimento homossexual. Em 1926 o Comité Científico Humanitário uniu-se a outra série de movimentos de libertação sexual para elaborar uma estratégia na contramão do projecto de reforma da legislação sobre os delitos sexuais incluídos no código penal. O grupo editou uma contrapropuesta que pedia a eliminação das condenações por infidelidad, por homossexualidade entre maiores de 16 anos, por prostituição, por aborto e por venda de anticonceptivos. As outras duas organizações, Gemeinschaft do Eigenen e Bund für Menschenrecht, sentiram-se ignoradas e nas revistas de Radszuweit acusou-se a Hirschfeld de prejudicar ao movimento com sua solicitação de legalizar a prostituição masculina. Depois de muitas polémicas sobre seu estilo e sua estratégia, Hirschfeld foi destituído em 1929 como director do Comité, ainda que o posto foi ocupado por um amigo, Otto Juliusburger. A sede transladou-se nesse mesmo ano desde o Instituto a um novo local na rua Zimmer, em Berlim.[82]

O feminismo lésbico e a «lesbiana perversa»[editar | editar código-fonte]

As lesbianas estavam submetidas a uma dupla discriminação: por mulheres e por homossexuais. Ao invés que o caso dos homens, ainda ocultando suas tendências sexuais, as mulheres não eram livres, ainda que o artigo 175 não lhes afectasse. Como consequência, os esforços das lesbianas se centraram mais bem no movimento feminista, que no de libertação homossexual, apesar de que o Bund für Menschenrecht de Radszuweit possuía desde 1923 uma secção feminina em Berlim e as teorias de Hirschfeld davam frouxa cabida às mulheres. Por outra parte, o movimento homossexual liderado por Brant era profundamente misógino em sua busca da masculinidad viril.[83][84] Dentro do movimento foram de importância Johanna Elberskirchen, Theo Anna Sprüngli alias Anna Rüling e Emma (Külz-) Trosse. As três publicaram importantes textos sobre a emancipación lésbica dentro do movimento de reforma sexual.[85]

A reacção da sociedade patriarcal foi a equiparación das feministas com lesbianas marimachos e a criação do tipo «lesbiana perversa» e rapaz. Esta percepção teve um importante apoio na novela semiautobiográfica Die Beichte eines Toren (1983 em alemão; As confesiones de um insensato) de August Strindberg, na que o autor descreve as aventuras lésbicas de sua própria esposa.[86]

A subcultura e as artes[editar | editar código-fonte]

Berlim converteu-se durante esta época numa das mecas gays de Europa, junto com Paris e Londres, apesar do §175.[87] Magnus Hirschfeld afirma que em Berlim tinha mais lugares de encontro que em outras cidades, tanto em bairros operários como no centro. O local mais conhecido foi Eldorado, que realizava espectáculos de travestís e ao que iam estrelas da talha de Marlene Dietrich.[88][89]

Criaram-se numerosos círculos e salões de intelectuais homossexuais que discutiam sobre o tema. Hirschfeld relata sobre um círculo de intelectuais e académicos que se reunia em várias ocasiões todos os invernos. O anfitrião, que afirmava ter conhecido a Alexander von Humboldt e a Iffland e ter amizade com Hermann Hendrichs e Karl Ulrichs, reunia em sua casa entre dez e doze convidados, entre os que se podiam encontrar religiosos católicos, pastores protestantes, filólogos, médicos ou juristas, que discutiam sobre os diferentes problemas que afectavam aos homossexuais, acompanhados de vinhos mediterrâneos, ostras, bogavantes e outras exquisiteces.[90]

A prostituição masculina atingiu sua maior extensão no tempo de entreguerras, chegando à cifra de 22.000 conhecidos em 1929; a maioria trabalhadores jovens em desemprego pela crise económica. Christopher Isherwood, W. H. Auden e Stephen Spender estenderam o mito do Berlim dos jovens trabalhadores descarados e frescos, um tema, o dos jovens de classes populares, de corpo são e musculoso, que repetir-se-ia na literatura homossexual da época. Muitos fugiriam para lugares exóticos para viver suas inclinações. Ulrichs marchou-se a L'Aquila, em Itália, outros elegeram Sicília ou sobretudo Capri, que se converteu num centro para intelectuais, artistas e famosos. O turismo sexual também foi estendido às colónias, onde os soldados e servidores públicos formavam culturas homosociales.[91]

Em 1921 criou-se o grupo de teatro Theater dês Eros, especializado no público homossexual, baixo a direcção de Bruno Matusseks e Eduard Oskar Püttmanns. O grupo, que mantinha uma relação muito estreita com a revista Der Freund, alugava teatros para representar obras de temática homossexual para um público selecto. A estréia foi com a obra Sein Junge (Seu filho) de Walter Hans Wedell o 6 de julho de 1921, no que se venderam todas as entradas. As obras foram-se desenvolvendo em diferentes teatros, estendendo-se a iniciativa inclusive a Hamburgo, apesar das dificuldades que punham as autoridades públicas e as críticas internas do movimento a partir de 1924, o que acabaria por precipitar seu desaparecimento.[92]

Primeira literatura de tema homossexual[editar | editar código-fonte]

A novela de tema homossexual de finais do século XIX e princípios do XX inscreve-se dentro do marco «médico psicológico». A extensão do modelo da sexualidad intermediária, graças à influência do primeiro movimento homossexual, impulsionou a autores que defendiam a aceitação social dos homossexuais, como foi o caso de Aimée Duc em sua novela Sind é Frauen? (1901; São mulheres?) ou de John Henry Mackay. O primeiro autor em apresentar a homossexualidade de forma positiva foi Adolf von Wilbrandt em sua novela Fridolins heimliche Ehe (1875; O casal secreto de Fridolin). Wildbrand também retoma a teoria do homossexual como ser intermediário entre o homem e a mulher e apresenta a antiga Grécia como uma «Idade Dourada». Outros autores se decantaron pelo modelo psicológico de Freud, como Robert Musil em sua novela Die Verwirrungen dês Zöglings Törleß (1906; As tribulaciones do estudante Törless), na que o protagonista deixa atrás em seu desenvolvimento adolescente a etapa homossexual.[93]

Na década de 1920 as novelas afastaram-se ligeiramente do modelo médico para explorar outras possibilidades. Peter Martin Lampel fala por exemplo de homens que se voltam para o sexo homossexual por falta de mulheres. Klaus Mann empregava a homossexualidade como metáfora dos forasteros, os estranhos à sociedade, ao igual que John Henry Mackay em sua novela Puppenjunge (1926; O chapero) e Hans Siemsen em Verbotene Liebe (1927; Amor proibido). Alfred Döblin em sua novela curta Die beiden Freundinnen und ihr Giftmord (1924; As duas amigas e sua envenenamiento) trata de duas mulheres que descobrem sua paixão como refúgio do maltrato que sofrem de seus maridos. Bertolt Brecht também empregou a homossexualidade masculina em suas primeiras obras de teatro como algo amoral ou inclusive inmoral, ao igual que fez com outros elementos, para trastocar a ordem estabelecida.[94]

A personagem lésbico mais conhecido da época é sem dúvida a condesa de Geschwitz, que aparece nas obras Erdgeist (1895, O espírito da terra) e Die Büchse der Pandora (1904, A caixa de Pandora) de Frank Wedekind em relação com a protagonista, Lulu. Como todos os pessoais homossexuais da época, a condesa acaba de forma trágica. A morte das personagens homossexuais, ao igual que a ausência de sexualidad, estava focada ao público heterosexual, para, por uma parte, levantar sentimentos de compaixão e, por outra, não ofender a sensibilidade maioritária. Estas personagens pretendem sempre a integração, nunca tratam de lutar e se rebelar, ainda que que se afundem em seu inferno particular. Ferdinand Bruckner em suas obras de teatro Krankheit der Jugend (1926; Doença da juventude) e Die Verbrecher (1928; Os criminosos) chega inclusive a insinuar que se não se aceita aos homossexuais, acabam se convertendo em criminosos psicópatas.[95]

Thomas Mann, aqui numa foto de 1937 realizada por Carl Vão Vechten, ocultou sua homossexualidaeed dpois de uma fachada de burgesa respetabilidade.

As duas grandes autoras lésbicas da época foram Christa Winsloe e Anna Elisabet Weirauch. A primeira é conhecida por sua novela Mädchen in Uniform (1931; Meninas de uniforme) que mais tarde converter-se-ia no primeiro filme lésbica da história. Weirauch é conhecida por seu trilogía Der Skorpion (1919, 1920, 1931; O escorpión) que trata sobre uma lesbiana em procura de sua identidade.[96]

A poesia ocultava a homossexualidade numa linguagem vadia, que evitava as referências explícitas. Exemplo é a poesia de Stefan George que trabalhava com um genérico «teu».[97] Também Thomas Mann, epítome do sólido burgués, pai de família, respeitado pela sociedade, lutou contra seus desejos homossexuais que, segundo reconheceu ele mesmo, inspirava sua literatura e os ocultou em seus escritos num código somente acessível para os iniciados. Uma de suas mais conhecidas novelas, A morte em Veneza, possui um claro subtexto homoerótico que se estende por todo o relato. O livro baseou-se numa experiência do próprio autor, apaixonado de um formoso jovem polaco, ao que nunca dirigiu a palavra, durante umas férias em Veneza.[98]

Para mediados e finais da República de Weimar começou a aparecer a novela popular de temática homossexual, que descrevia o amor homossexual como algo natural perseguido por uma sociedade homofóbica. Exemplos são Symphonie dês Eros (1925; Sinfonía de Eros) de Erich Ernst e Glück (1927; Felicidade) de Max Schneider. Segundo avançavam nos anos, a homossexualidade foi-se convertendo em aceitável, mas o homossexual continua sendo «o outro»: bem seu sentimento é inaceitável, bem não é capaz de desenvolver seus sentimentos. Para finais da República, as personagens começam a lutar e resistem-se à morte.[99]

Revistas[editar | editar código-fonte]

Primeira edição de Der Eigene, 1896.

Em 1870 publicou-se a primeira revista dedicada ao público homossexual: Uranus, editada por Ulrichs. Sendo a primeira revista do mundo de seu género, só se publicou um número. Em 1896, Adolf Brand começou a editar Der Eigene (O próprio), a primeira revista de conteúdo homossexual, ainda que inicialmente fora entre linhas, que teve continuidade. A revista era de tendências anarquistas. Foi proibida pela primeira vez em 1898 por mostrar nus e teve problemas com a justiça em 1903 por um poema de Schiller.[100]

Em 1897 apareceu Jahrbuch für sexuelle Zwischenstufen (Anuário para estados sexuais intermediários), a primeira revista científica que se ocupava do tema, editada pelo Comité Científico Humanitário. A revista converteu-se na maior plataforma de debate sobre a homossexualidade, publicando trabalhos científicos, estudos historiográficos e ensaios biográficos. A maioria dos colaboradores da revista eram da mesma opinião que Hirschfeld e defendiam um ponto de vista no que os homossexuais representam um estádio intermediário entre homens e mulheres: homens femininos e mulheres masculinas, em oposição à linha editorial de Der Eigene.[101]

Edição da revista lésbica alemã Die Freundin, 1928.

Em 1919 criou-se a revista semanal Die Freundschaft (A amizade) que durante sua existência mudou várias vezes de estilo, conteúdo e redactores, e, segundo as disposições momentáneas da censura, incluía anúncios por palavras, fotos de nus e publicidade, bem na revista, bem em folhas separadas. De 1923 a 1925 apareceram numerosas revistas novas; destas, a mais popular foi Die Insel (A ilha), uma revista ilustrada que chegou a ter uma atirada de 150.000 instâncias. Em 1924 Radszuweit começou a publicação da primeira revista lésbica, Die Freundin (1924-1933; A amiga), que tinha uma secção para travestidos.[102] Chegou a ter cinco revistas para lesbianas, além de Die Freundin, Ledige Frauen (1928-1929; Mulheres solteras), Frauenliebe (1926-1930; Amor de mulheres; com uma atirada de uns 10 000 instâncias), Frauen, Liebe und Leben (1938; Mulheres, amor e vida), Garçonne-Junggesellin (1930-1932; Garçonne-Soltera) e Blätter idealer Frauenfreundschaft (BIF; 1924-1927; Folhas da amizade feminina ideal).

Além destas revistas comerciais, muitas associações publicavam suas próprias folhas informativas. A mais importante foi o Freunschaftsblatt (Folha da amizade), editada pelo Deutsche Freundschaftsbund, que mudo mais tarde seu nome por Blätter für Menschenrecht (Folhas para os direitos humanos). O Comité Científico Humanitário teve que deixar de publicar em 1923 o Jahrbuch für sexuelle Zwischenstufen por culpa da inflação. A folha informativa do Comité editou-se até 1926 como anexo em outras revistas e mais tarde começou-se a publicar por separado baixo o nome Mitteilungen dês Wissenschaftlich-humanitären Komitees (Comunicações do Comité Científico Humanitário).[103]

Todas as revistas e publicações que tratavam o tema da homossexualidade foram fechadas em março de 1933 por uma ordem do Ministério do Interior prusiano, baixo o governo nazista.[104]

O primeiro cinema homossexual[editar | editar código-fonte]

Cartaz de 1919 do filme Anders als die Andern

A que se considera habitualmente o primeiro filme de temática homossexual da história é Anders als die Andern (1919; Diferente aos demais) de Richard Oswald.[nota 6] Lhe filme surgiu em Berlim no meio do Institut für Sexualwissenschaft, sendo o mesmo Oswald e Magnus Hirschfeld os roteiristas. Foi o primeiro filme na história do cinema na que se tratou o tema da homossexualidade não só de forma aberta, sina também de forma positiva, apesar do final trágico.[105] O argumento trata sobre um músico, Paul Körner, interpretado por Conrad Veidt, que é chantajeado por um conhecido que lhe vê passeando da mão com seu amante, o violinista Kurt Sivers, interpretado por Fritz Schulz. Sivers foge ao inteirar-se do chantaje e Körner trava amizade com a irmã de Sivers, interpretada por Anita Berber, à que mostra que a homossexualidade não é perversa. Körner finalmente denuncia a seu chantajista, mas ele mesmo é condenado pelo §175 à pena mínima, uma semana. Depois de sair do cárcere, a sociedade e sua família recusam-no e isolam, pelo que Körner acaba se suicidando.[106][107] A história se enmarca dentro dos Aufklärungsfilme, que pretendem educar a seu público, neste caso sobre a homofobia e as consequências do §175. A estréia causou uma grande polémica e trouxe imediatamente protestos, sendo uma das causas da reintroducción da censura em Alemanha.[108][109] O filme considerou-se perdida até que em 1979 se encontrou uma cópia relativamente completa em Ucrânia.[110] Em 1998, o Filmmuseum München restaurou uma cópia de 40 minutos, dos 120 que durava originalmente, muito similar à reedición de 1927 titulada Gesetze der Liebe: Schuldlos Geächtet!, baseada em cópias fragmentarias que se encontravam no Gosfilmofond de Moscovo, a Stiftung Deutsche Kinematek e o Filmarchiv de Berlim e do Deutsches Institut für Filmkunde de Frankfurt.[111][108]

Nesse mesmo ano, 1919, filmou-se Aus eines Mannes Mädchenjahren (Sobre a adolescência feminina de um homem) de Karl Grune e Paul Legband, baseado no livro de Karl M. Baer de idêntico título publicado em 1907. O filme conta a história da juventude e niñez de Baer, que devido a sua pseudohermafroditismo foi educado como uma menina, apesar de se sentir homem.[112] Não se conhecem cópias que tenham sobrevivido.[113] Com o travestismo e a bisexualidad joga o filme Viktor und Viktoria (1933; Victor e Victoria), dirigida por Reinhold Schünzels com a diva Renate Müller e Hermann Thimig cujo argumento foi filmado posteriormente em diversas ocasiões, em 1957, 1982 e 1995.[114]

Em 1924 roda-se em Alemanha Mikaël de Carl Theodor Dreyer, o grande director dinamarquês.[115] Baseada num filme sueco anterior titulada Vingarne (1916) de Mauritz Stiller, ambas retomavam a história do livro Mikael de Herman Bang. O filme, que contava a história de um escultor que se apaixona de seu aprendiz, mostra o homoerotismo de uma forma subtil, através de miradas e ambiente. Termina tragicamente com a morte por amor do escultor.[116] De 1928 é a pouco conhecida Geschlecht in Fesseln (Sexo em correntes) de Wilhelm Dieterle, uma história de amor homossexual entre presos de final trágico, ainda que o que pretendia o filme era denunciar a proibição de visitas conyugales nas prisões.[117][118]

O primeiro filme de temática lésbica foi Mädchen in Uniform (1931) de Leontine Sagan, baseada na obra de teatro Gestern und heute (Ontem e hoje) de Christa Winsloe. O argumento trata de uma colegiala de um estrito internado para meninas, Manuela, que se apaixona de sua professora. Depois de inteirar-se do enamoramiento, a directora decide expulsar a Manuela, levando ao suicídio. O filme foi rodado com dois finais, no primeiro Manuela morre, o único que pôde ser visto em EE. UU., no segundo, suas colegas conseguem salvar-lhe a vida.[119] Também de temática lésbica é o filme Anna und Elisabeth (1933; Ana e Isabel) de Frank Wysbar, ainda que também é possível interpretar a acção em chave de amizade romântica.[120]

Cabaret e lieder[editar | editar código-fonte]

Sobretudo durante a República de Weimar, o cabaré teve um enorme desenvolvimento e os teatros converteram-se em centros de experimentação e vanguardia, dentro de uma revolução intelectual e moral que rompia tabús. Como durante o II Império a censura não permitia a sátira política, se empregaram «desvios sexuais» para criticar a sociedade e a burguesía, tradição que se manteve renovada depois da I Guerra Mundial. Curiosamente, o cabaré dependia precisamente do dinheiro dessa criticada burguesía, pelo que Tucholsky comentou que «os cabarés estão imbuidos por uma curiosa ambição de ser agressivos sem ofender a ninguém.»[121]

Marlene Dietrich em 1930, pouco depois de ter-se transladado a Estados Unidos.

Muito poucos dos cabaretistas eram abertamente gais e mostravam-no através de seus textos ou seu travestismo; dentre eles vale a pena destacar a Hubert von Meyerinck, Curt Bois, Hans Deppe e Wilhelm Bendow. O lesbianismo também era tematizado, como mostra a conhecida canção Wenn die beste Freundin, cantada por Margo Lion e uma jovem Marlene Dietrich. Alguns cantores, como Paul Ou'Montis, Heinz Ruhmann ou Claire Waldoff, também se apontaram a este tipo de letras que jogavam com a ambigüedad. Mas todas estas canções são só sofisticadas e ingeniosas diversiones, nas que com frequência há que procurar o subtexto homossexual entre linhas.[122]

A canção mais importante para os homossexuais foi Dás lila Lied (A canção lila) de 1921, que se converteu no primeiro «hino gay» da história. A canção, composta em 1921 por Kurt Schwabach com música de Mischa Spoliansky, estava dedicada a Hirschfeld e é interessante notar a referência no estribilho ao filme Anders als die Andern. Parece ser que não foi cantada muito com frequência e só existe uma gravação da época na que se canta o estribilho, mas sua fama chegou a ser mítica e a música foi muito popular, chegando a ter uma segunda letra «escandalosa»: Sei meine Frau auf vierundzwanzig Stunden (Sê minha mulher por 24 horas). Muito militante em sua defesa dos homossexuais, Dás lila Lied manteve-se como uma excepção dentro de sua época.

Wir sind nun einmal anders als die Andern,
die nur im Gleichschritt der Moral geliebt,
neugierig erst durch tausend Wunder wandern,
und für die's doch nur das Banale gibt.
Wir aber wissen nicht, wie das Gefühl ist,
denn wir sind alle and'rer Welten Kind,
wir lieben nur die lila Nacht, die schwül ist,
weil wir ja anders als die Andern sind.
Pois somos distintos dos outros,
que só amam em sintonia com a moralidade,
primeiro vagamos curiosos por mil maravilhas,
e para quem só existe o banal.
Mas desconhecemos o como é esse sentimento,
porque todos nós somos filhos de outros mundos,
só amamos a noite lilás, que é sensual,
porque somos distintos dos outros.
Coro de Das lila Lied (1921) de Kurt Schwabach[123]

Este florecimiento finalizou com a chegada de Hitler ao poder. Muitos artistas fugiram para os EE. UU., como Marlene Dietrich ou Friedrich Hollaender, para outros países ou ficaram no exílio interior, como Claire Waldorf. Bendow acabou num campo de trabalho forçado por levar suas críticas demasiado longe; Paul Ou'Montis no campo de concentração de Sachsenhausen, por judeu e homossexual, e não sobreviveu; Robert T. Odeman e Bruno Balz também foram enviados a Sachsenhausen por ser homossexuais, mas ambos conseguiram sobreviver.[124]

Essa música foi esquecida até finais da década de 1990, quando as actuações e gravações de Ute Lemper as trouxeram de novo.[125] Existem vários CD editados, dos que se pode destacar os titulados Schwule Lieder.[126][127]

Fotografia e pintura[editar | editar código-fonte]

[[Archivo:Gloeden,_Wilhelm_von_(1856-1931)_-_n._G_0263_-_Caino,_ca._1902.jpg|ligação=https://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Gloeden,_Wilhelm_von_(1856-1931)_-_n._G_0263_-_Caino,_ca._1902.jpg%7Cminiaturadaimagem%7CCaino (tem. 1902), uma das fotos mais famosas de Von Gloeden imitando o quadro Jeune homme nu assis (1855) de Hippolyte Flandrin.]] Dentro da fotografia homoerótica pode-se destacar o trabalho de Wilhelm von Gloeden, um dos primeiros fotógrafos em representar nus masculinos dentro de sua ampla obra pictográfica. Von Gloeden, que realizou seu trabalho em Itália, preferia fotos de estilo clássico, que recordavam à antiga Grécia, sendo seus objetos favoritos jovens sicilianos. Também há que mencionar o trabalho de outros dois fotógrafos alemães que desenvolveram seu trabalho em Itália, Wilhelm von Plüschow, seguidor de Von Gloeden, e Arthur Schulz. Mais moderno que os anteriores foi Herbert List; mais conhecido por seus trabalhos para o mundo da moda, List deu uma nova sofisticación à foto homoerótica. Dentro deste grupo de inovadores deve-se mencionar a Horst P. Horst.[128]

Um dos pintores mais importantes que surgiram na República de Weimar foi Jeanne Mammen. Mammen, lesbiana ela mesma, se dedicou durante os anos entre as guerras mundiais a pintar o submundo lésbico de Berlim, incluindo cenas em bares, lojas ou camas, dando uma verdadeira ternura e calidez a suas personagens, sem esquecer um toque satírico. Apesar de ser a primeira artista que ousa celebrar o lesbianismo desta forma tão aberta, Mammen conseguiu passar desapercibida em durante o III Reich e seguiu pintando até sua morte em 1976.[129] Outra artista que representou amplamente às mulheres em sua obra foi Hannah Höch, artista bisexual, filiada ao dadaísmo e o surrealismo, que na época entre guerras empregou principalmente a técnica do collage para criticar a sociedade burguesa, a política e realizar comentários sobre a sexualidad e os géneros.[130]

O nazismo e a Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

A perseguição dos homossexuais baixo o regime nazista, apesar dos esforços de uma parte dos dirigentes do partido, sobretudo Himmler, de estendê-la e aumentá-la, nunca chegou a ter o carácter sistémico nem os métodos a grande escala que se empregaram para a eliminação de outros grupos, sobretudo comparado com o caso dos judeus. Não existiu um plano generalizado de assassinato de todos os homossexuais e só uma pequena proporção de homossexuais acabou detenta ou nos campos de concentração. Outra diferença com o caso judeu é que os homossexuais só foram perseguidos no Reich e os territórios anexados, não nos territórios ocupados.[131][nota 7]

Existem diversas razões para esse proceder. Por uma parte, o regime perseguia «actos», ainda que fossem supostos, e não «tendências», distinguindo claramente entre os homossexuais «seduzidos», que se podiam «curar» por castración ou outros métodos, e os «irrecuperables». Por exemplo, o autor Friedo Lampe viu censurado e sequestrado seu livro Am Rande der Nacht (1933, Ao fio da noite) pelo regime nazista, já que incluía cenas homossexuais. Lampe pôde seguir trabalhando e publicando em Berlim apesar de sua conhecida homossexualidade. Também existem casos documentados nos que os vizinhos defenderam a arguidos e evitaram sua detenção. Em general, aos homossexuais era-lhes possível a ocultação ou inclusive a realização de casais mais ou menos de conveniência.[132][133]

Pensamento ideológico[editar | editar código-fonte]

La homofobia del NSDAP, Partido Nacionalsocialista Alemán de los Trabajadores o, como se le ha venido conociendo, partido nazi, queda inicialmente en segundo plano frente al antisemitismo, que es su frente de batalla más visible. Como ejemplo, ni en el programa del NDSAP, ni en Mein Kampf se encuentran frases explícitas en contra de la homossexualidade. En 1928, a una pregunta de la revista Der Eigene, el NSDAP respondió:

Gemeinnutz vor Eigennutz! Nicht nötig ist es, daß Du und ich leben, aber nötig ist es, daß das deutsche Volk lebt. Und leben kann es nur wenn es kämpfen will, denn leben heißt kämpfen. Und kämpfen kann es nur, wenn es Zucht übt, vor allem in der Liebeslust. Unzüchtig ist freie Liebe. Darum lehnen wir sie ab, wie wir alles ablehnen, was zum Schaden für unser Volk ist. Wer gar mannmännliche oder weibweibliche Liebe denkt, ist unser Feind. Alles, was unser Volk entmannt, zum Spielball unser Feine macht, lehnen wir ab, denn wir wissen, daß Leben Kampf ist [...]
NSDAP[67]

 

O interesse da comunidade antes do próprio interesse! Não é necessário que você e eu vivamos, mas é necessário que o povo alemão viva. E só pode viver se quiser lutar, porque viver significa lutar. E só pode lutar se praticar a disciplina, especialmente quando se trata de desejo de amor. O amor livre é lascivo. É por isso que os rejeitamos, como rejeitamos tudo o que é prejudicial ao nosso povo. Qualquer um que pense em amor homem-homem ou mulher-mulher é nosso inimigo. Rejeitamos tudo que emascula nosso povo e transforma nossos inimigos em joguetes, porque sabemos que a vida é uma luta [...]
NSDAP[67]

Gemeinnutz vor Eigennutz! Nicht nötig ist es, daß Du und ich leben, aber nötig ist es, daß das deutsche Volk lebt. Und leben kann es nur wenn es kämpfen will, denn leben heißt kämpfen. Und kämpfen kann es nur, wenn es Zucht übt, vor allem in der Liebeslust. Unzüchtig ist freie Liebe. Darum lehnen wir sie ab, wie wir alles ablehnen, was zum Schaden für unser Volk ist. Wer gar mannmännliche oder weibweibliche Liebe denkt, ist unser Feind. Alles, was unser Volk entmannt, zum Spielball unser Feine macht, lehnen wir ab, denn wir wissen, daß Leben Kampf ist [...] O interesse da comunidade antes do próprio interesse! Não é necessário que você e eu vivamos, mas é necessário que o povo alemão viva. E só pode viver se quiser lutar, porque viver significa lutar. E só pode lutar se praticar a disciplina, especialmente quando se trata de desejo de amor. O amor livre é lascivo. É por isso que os rejeitamos, como rejeitamos tudo o que é prejudicial ao nosso povo. Qualquer um que pense em amor homem-homem ou mulher-mulher é nosso inimigo. Rejeitamos tudo que emascula nosso povo e transforma nossos inimigos em joguetes, porque sabemos que a vida é uma luta [...]
NSDAP[67]

Pouco mais tarde, em 1930, o Völkischer Beobachter, órgão oficial do NSDAP, comparava aos homossexuais com o pior do alma dos judeus e recomendava tratá-los como criminosos aberrantes.[134]

A atitude dos primeiros anos do NSDAP pode-se dividir em três correntes principais. A primeira abogaba pela aceitação da homossexualidade e a eliminação do §175, cuja cabeça visível mais conhecida era Ernst Röhm, chefe das SA e ele mesmo homossexual. A segunda corrente seria a representada por Hitler mesmo, que pessoalmente não parecia ter nada na contramão os homossexuais, enquanto fossem discretos. Finalmente estavam aqueles que eram profundamente homófobos, entre os que se conta Heinrich Himmler, que chegaria a ser chefe das SS.[135]

A homossexualidade de Röhm foi empregue nestes primeiros anos pela oposição para atacar ao NSDAP. Sobretudo foi o jornal Münchener Pós de tendência social-democrata, mas também outros como Welt am Montag, os que aproveitaram a detenção pelo §175 de Röhm em 1931 para ridiculizar às camisas marrones. Também jornais estrangeiros, exilados ou intelectuais empregaram a estratégia, como Bertolt Brecht, que em versos se burlava de que Hitler se tinha desfeito o 30 de junho de 1934 de um antigo amante.[136] O tema da homossexualidade de Hitler tem sido retomado posteriormente pelo historiador alemão Lothar Machtan em seu livro O segredo de Hitler (2001), que tem sido criticado como duvidoso por outros historiadores como Hans Mommsen e Ian Kershaw.[137][138][139]

Homoerotismo na arte nazista[editar | editar código-fonte]

Der Sieger (1939) de Arno Breker.

Apesar da perseguição dos homossexuais e de que o regime recusasse todo o relacionado com eles como degenerado e despreciable, existe uma corrente homoerótica dentro da arte fascista. A representação idealizada da força, o heroísmo e a masculinidad, com frequência através de atletas, soldados e trabalhadores, possuía um verdadeiro componente homoerótico.[140] Hitler queria mostrar através da imagem do ario idealizado, representação da beleza, a diferença com o judeu, débil e corrupto, que representava a fealdad.[141]

Dentro do cinema podem-se nomear como exemplos os filmes Olympia (1938) de Leni Riefenstahl, Hitlerjunge Quex (1933) de Hans Steinhoff e Besatzung Doura (1943) de Karl Ritter.[142] Na pintura um bom exemplo é Wassersport (1936) de Albert Janesch.[143][144] Mas onde melhor se pode apreciar é na escultura de Arno Breker e Joseph Thorak.[142] Breker converteu-se, com seus esculturas de homens musculosos nus, num dos mais importantes escultores do regime e sua oficina empregava a centos de colaboradores. Seus grupos escultóricos de homens preparados para o combate, abraçando a parceiros feridos, juntos no desporto ou no duro trabalho, convertem suas obras em facilmente reconocibles e icónicas do regime.[145]

Decadência e desaparecimento do movimento homossexual[editar | editar código-fonte]

Estudantes da Deutsche Studentenschaft, organizada pelo partido nazista, desfilam em frente do Institut für Sexualwissenschaft em Berlim o 6 de maio de 1933 - dantes de saquear e confiscar os arquivos, livros e fotos para queimá-las.

O movimento homossexual encontrava-se em decadência desde finais dos anos 20. Criam ter atingido a eliminação do §175, o que tinha deixado às diferentes associações sem um objectivo claro. Eliminação que nunca chegou a se realizar: em 1930 Alemanha começou a igualar seu código penal com o de Áustria, que exigia a manutenção do artigo; as discussões continuaram até a chegada ao poder de Hitler.[146]

Em 1930 o NSDAP já tinha conseguido ser a segunda maior força no parlamento e as SA começavam a actuar nas ruas. O ambiente era tão perigoso que Hirschfeld não voltou em 1932 de um de suas viagens ao estrangeiro e se dirigiu directamente ao exílio em Suíça. Em 1932 morreu Radszuweit e em 1933 morreu Richard Linsert, que tinha sido muitos anos secretário e um dos pilares fundamentais do Comité Científico Humanitário, que se dissolveu depois de sua morte.[147]

A partir da chegada de Hitler ao poder em janeiro de 1933 precipitam-se os acontecimentos. Em fevereiro, o Ministério do Interior de Prusia ordenou o fechamento de todos os locais e revistas que estivessem relacionadas com os homossexuais. Em maio o Institut für Sexualwissenschaft foi fechado, saqueado e sua biblioteca ardeu junto a outras obras «contrárias ao espírito alemão» o 10 de maio de 1933. Em junho dissolvem-se definitivamente as associações de homossexuais.[148]

A noite das facas longas e o assunto Fritsch[editar | editar código-fonte]

Desde a chegada de Hitler ao poder, as SA e a Gestapo eram donas da rua e começaram as perseguições, detenções e deportações a campos de concentração de judeus, comunistas, social-democratas, sindicalistas e todo aquele se opusesse ao novo regime. Os homossexuais inicialmente não se viram excessivamente prejudicados pela mudança de regime; por exemplo, dos 2450 detentos preventivos que tinha o 10 de abril de 1934 em Baviera, só 10 o eram por «vida licenciosa». Alguns juízes nazistas afirmariam mais tarde que isto era devido em parte ao medo a Röhm.[149]

Ernst Röhm foi o principal dirigente da SA. Suas ambições políticas e o receio que inspirava nos líderes nazistas foram uns dos principais motivos que levaram à "Operação Colibrí".

Röhm tinha-se convertido numa das pessoas mais poderosas do regime, chefe das SA, um autêntico exército paralelo de uns 400.000 membros, e ministro sem carteira desde dezembro de 1933. Hitler tinha-lhe assegurado em várias ocasiões sua aprecio, a última vez a começos de junho de 1934; mas parece que seu excessivo poder e seus veleidades revolucionárias tinham começado a ser incómodas para a burguesía e sobretudo no exército. O 29 de junho de 1934, num incidente que se chamou «A noite das facas longas», Hitler, com ajuda de Rudolf Hess, Joseph Goebbels e um grupo das SS, viajaram a Munique em avião para assassinar aos cabeças da SA, ao mesmo tempo que se ajustavam as contas com alguns opositores do regime, ao todo, umas 100 pessoas. Röhm, que tinha sido expulsado da associação de oficiais alemães no dia anterior, foi detido, enviado à prisão de Stadelheim e ali foi assassinado por Theodor Eicke, pertencente às SS e comandante do campo de concentração de Dachau. Durante a purga também foi assassinado Karl Ernst que, junto com Paul von Röhrbein e Röhm, formava a «triada» homossexual das SA. A justificativa dada por Hitler foi uma tentativa inesperadamente de estado por parte de Röhm e as SA, mas não se esqueceu de mencionar a homossexualidade de Röhm e a cúpula dirigente, os acusando veladamente de perversión de menores.[150]

Os maiores perdedores do incidente foram os homossexuais: a partir desse momento a retórica anti-homossexual passou a fazer parte do discurso nazista, que foi útil a Hitler no chamado escândalo Blomberg-Fritsch. Em janeiro de 1938 descobriu-se que o general Werner von Blomberg, Ministro da Guerra, se tinha casado com uma mulher que estava registada em Berlim por prostituição. Blomberg teve que demitir. Fritsch, à sazón Comandante em Chefe (Oberkommando dês Heeres) e um dos candidatos a suceder ao ministro da Guerra junto com Göring e Himmler, não era tão afecto a Hitler como Blomberg e em mudança muito popular no exército. Apesar de ter ordenado destruir um acta sobre a homossexualidade de Fritsch que lhe tinha apresentado Göring em 1936, Hitler ordenou imediatamente a reconstrução dessa mesma acta para empregar contra o coronel geral. Fritsch, detido pela Gestapo, negou-se a confessar-se culpada a mudança do perdão e o 10 de março foi submetido um julgamento. Durante o julgamento, que não foi público, se demonstrou que tinha sido confundido com outro «Von Fritsch» e se lhe declarou inocente, mas o dano já estava feito: Hitler tinha anunciado o 5 de fevereiro aos generais as razões da destituição de Fritsch, que nunca chegou a recuperar seu posto.[151]

A homofobia foi empregue de novo entre 1936 e 1938 para debilitar o poder da Igreja católica nos chamados Klosterprozesse. Numa campanha consciente, diversos religiosos e crentes foram acusados de homossexualidade e alguns inclusive condenados.[152]

Perseguição dos homossexuais: o recrudecimiento do §175[editar | editar código-fonte]

Condenados pelo §175 durante a II Guerra Mundial.[153]Azul escuro: adultosAzul claro: menores (de 18 anos). Em 1940 e 1941 acrescentaram-se os condenados em tribunais militares.

Quase exatamente um ano após o assassinato de Röhm, o regime apertou o §175: a partir daquele momento, não só a penetração seria condenada, mas também qualquer outra ação "habitual" entre homossexuais, independentemente da técnica sexual utilizada; por exemplo, a masturbação na presença de outro homem ou tocar com intenção "licenciosa" tornou-se crime.[154] Além disso, foi acrescentado o §175a, para casos "agravados" (prostituição, uso de posição de poder ou violência, sexo com menores de 21 anos) e §175b para boofiliaestialidade. La nueva ley entró en vigor el 14 de junio de 1935. En los años siguientes se continuó discutiendo recrudecer aún más el §175, pero el veto de Hitler, que no consideraba apropiado un cambio de legislación con el país en guerra, evitó su entrada en vigor. La modificación de la ley y una mayor actividad policial incrementaron drásticamente el número de detenidos entre 1936 y 1938. En 1939, en plena Guerra, los tribunales militares comenzaron a juzgar a soldados por el §175. En total, entre 1933 y 1945 fueron juzgados unos 100.000 hombres, de los que aproximadamente la mitad fueron condenados, algunos a muerte.[154][155]

Uma das primeiras consequências da Noite das facas longas foi uma «limpeza» de homossexuais no NSDAP e o Governo, das que se encarregou um órgão especial dirigido por Josef Meisinger, baixo ordens directas de Himmler. Em junho de 1936, por ordem de Himmler, criou-se a Reichszentrale zur Bekämpfung der Homosexualität und der Abtreibung (Central do Reich para a Luta contra a homossexualidade e o Aborto) como parte da Gestapo (Polícia secreta) e em outubro de 1939 passa a depender do Reichskriminalpolizeiamt (Polícia criminoso). A direcção da Reichszentrale, inicialmente em mãos de Meisinger, passa em março de 1936 a Erich Jacob, ao que se une como director científico o psiquiatra e neurólogo Carl-Heinz Rodenberg. Ambos dirigiram a central até 1945, mas não sofreram nenhum tipo de consequências depois da Guerra. O objectivo principal da Reichszentrale era a recopilación e o #registro central das fichas de homossexuais, os telefonemas prontos rosas. Em 1939 possuíam 33.000 fichas, em 1940 42.000. Nesse mesmo ano, 1940, Himmler, à sazón chefe da polícia alemã, ordenou «deter de forma preventiva, depois do cumprimento de sua condenação, a todos aqueles homossexuais que tenham seduzido a mais de um amante», o que com frequência significava um translado aos campos de concentração depois de ter saído do cárcere.[156]

III Reich(1933–1941)
Ano Condenados
Adultos Menores
1933 853 104
1934 948 121
1935 2106 257
1936 5320 481
1937 8271 973
1938 8562 974
1939 8274 689
1940 5727 427
1941 6518 687

Em 1941 Hitler emitiu uma ordem secreta pela que estabelecia a execução de todos os membros das SS e da polícia que realizassem acções «lujuriosas» com outro homem, independentemente da idade de ambos. Com isso, Hitler sustraía às SS e à polícia do sistema judicial normal e, para casos que afectassem ao §175 e §175a, introduzia uma legalidade específica em tribunais especiais. O número de pessoas que foram executadas como consequência desta ordem é desconhecida.[35]

«Tratamentos» médicos[editar | editar código-fonte]

O movimento nacional-socialista radicalizou o determinismo biológico que tinha vindo se desenvolvendo desde finais do século XIX e começos do XX. Segundo este pensamento, determinadas pessoas, principalmente criminosas, «associais» e deficientes mentais, herdavam suas características de geração em geração e a possibilidade de tratamento ou «cura» era praticamente inexistente. Assim, a única solução para livrar à sociedade destes elementos inúteis ou inclusive prejudiciais era o internamento, a esterilização ou a eliminação. Para os ideólogos e os científicos nazistas, os homossexuais caíam claramente dentro da categoria dos associais. A campanha de esterilização levada a cabo reclamou não menos de 400.000 vítimas ao todo.[157]

As primeiras leis sobre a esterilização de deficientes e doentes mentais são de 14 de julho de 1933, pouco depois da tomada de poder de Hitler. Inicialmente os homossexuais não se viram afectados, mas uma lei de novembro desse mesmo ano, chamada Lei contra delinquentes habituais perigosos e medidas para sua posta em seguro e melhora, oferecia a possibilidade aos juízes de ordenar a esterilização aos maiores de 21 anos sempre que fossem acusados de «delitos perigosos contra a moralidad ». Em 1935 introduziu-se um parágrafo na lei que devia proteger à sociedade de pessoas com doenças hereditarias e que permitia a castración de homossexuais com delitos políticos ou criminosos, ainda que só de forma voluntária. Em 1939 fez-se um projecto de lei para o tratamento dos asociales, no que já não se falava de acto voluntário, sina que a esterilização ficava em mãos do juiz; um segundo projecto da mesma lei de 1943 ordenava a castración em casos em que a «moral pública» o demandasse; um terceiro projecto de lei de 1944 ordenava a castración em casos nos que acções repetidas ou uma «personalidade com tendência» fossem necessários para a segurança pública. A evolução da Guerra não permitiu a introdução destas reformas e em agosto de 1944 o Ministério de Justiça ordenou que os trabalhos fossem interrompidos. Já não é possível calcular seu número exacto, mas muitos dos homossexuais que tinham sido detidos, encarcerados ou transladados a campos de concentração foram libertados e enviados à frente, já que a situação de guerra total obrigava ao emprego de todos os homens.[158]

No caso dos homossexuais empregou-se com frequência a castración ou Entmannung (lit. «deshombramiento»), como gostava dizer aos nazistas. O objectivo não era evitar a reprodução, sina eliminar o impulso homossexual, isto é, a «cura». Apesar de que ainda não tinha uma base legal, muitos médicos se ofereceram a «tratar» a homossexuais em bem da comunidade, aceitando como mau menor as possíveis consequências na saúde dos «pacientes». Muito activos neste campo foram o Dr. med. Gustav Boeters, conselheiro ministerial em Zwickau, e o Dr. med. Carl-Heinz Rodenberg, director científico da Reichszentrale zur Bekämpfung der Homosexualität und der Abtreibung (Central do Reich para a Luta contra a homossexualidade e o Aborto). Boeters, que desde 1924 tinha estado ordenando esterilizações de diminuídos psíquicos, admitia num artigo publicado em 1934 ter ordenado castrar a uns 60 «delinquentes morais», inclusive dantes de que a lei o permitisse. O número de castraciones realizadas desta forma incontrolada não é conhecido, ao igual que também não o é o número de «voluntários» que foram castrados segundo a lei de julho de 1935, ainda que no final de 1935 o Reichsgesundheitsamt afirmava que «só» 87 homens tinham acedido. Dos castrados segundo a lei de 1933, no final de 1940, somavam 2000 homens.[159]

O caso mais extremo é do Dr. med. Carl Vaernet, SS Sturmbannführer e endocrinólogo dinamarquês. Vaernet, que afirmava poder curar a homossexualidade com uma glándula patenteada por ele, conseguiu o apoio do chefe da Cruz Vermelha alemã, o Prof. Dr. Ernst Robert Grawitz, e do próprio Himmler para realizar uma série de experimentos com presos do campo de concentração de Buchenwald. Os experimentos levaram-se a cabo a partir do verão de 1944, implantando na zona da ingle a 15 presos, a maioria homossexuais, uma glándula que libertava uma hormona sexual masculina artificial. Dois dos presos morreram por complicações posteriores.[160][161][162]

Campos de concentração[editar | editar código-fonte]

Calcula-se que foram enviados a campos de concentração por delitos de homossexualidade uns 5.000 a 15.000 homens, uma minúscula parte do total de presos que se calcula em mais de quatro milhões. Os presos eram marcados com um triângulo rosa e formavam a casta mais baixa dentro do os campos, o que implicava que tivessem a taxa de mortalidade especialmente alta.[163]

Cartilla de descrição do marcado de prisioneiros nos campos de concentração. Os prisioneiros homossexuais eram marcados com um triângulo rosa.

Num relatório realizado em 1945, depois da libertação de Buchenwald pelo oficial judeu norte-americano Albert Rosenberg, aparece a contagem de Ferdinand Röhmhild, preso número 1243, um escritor nascido em Frankfurt do Meno em 1903, titulado A situação dos homossexuais no campo de concentração de Buchenwald. Conta Röhmhild que até 1938 os homossexuais se situavam nos barracones de presos políticos e levavam uma existência relativamente discreta. Em outubro de 1938 isolou-se-lhes num bloco próprio rodeado de arame de espino, numa companhia de castigo própria e tinham que trabalhar na cantera, o trabalho mais duro. A mistura de pessoas de muito diferente origem, incluindo criminosas, dentro do bloco, fazia a vida especialmente difícil, já que as SS tendiam a dar o posto de kapo aos mais sádicos.[nota 8] Os vigilantes das SS às vezes declaravam como «homossexuais» a presos aos que queriam prejudicar e contra os que não podiam empregar outras razões: a simples suspeita de homossexualidade bastava e era praticamente equivalente à pena de morte. Os homossexuais, considerados como os «de menos valor» dentre os presos, eram com frequência seleccionados para ir aos campos de exterminio de Mauthausen, Natzweiler ou Groß-Rosen, ou para realizar trabalhos que implicavam a morte. Para 1942 suavizaram-se ligeiramente as condições em Buchenwald; por uma parte, a falta de mão de obra em Alemanha obrigava aos responsáveis pelos campos a ter mais cuidado, e por outra, se conseguiu tirar poder às SS.[164][165][166]

As condições foram similares no campo de concentração de Dachau. Os primeiros presos homossexuais do campo proviam/provinham de redadas realizadas em Baviera, baseadas nos dados das listas rosas. Pôde-se demonstrar que do total de presos de Dachau, 585 eram homossexuais, um 0,25%, mas só 386 levavam o triângulo rosa; outros 202 portavam o triângulo verde. Sua taxa de mortalidade situava-se no 32,2%, significativamente maior que a taxa geral, que se situava no 20,7%. Esta cifra deve enfatizar-se, já que os presos que entraram dantes de 1936 costumavam ser libertos depois de 24 meses de prisão, mas quase a metade daqueles que entraram após 1942 morreram poucos meses após sua chegada. Ao igual que em Buchenwald, as durísimas condições de vida, o isolamento dos demais presos e os trabalhos forçados especialmente duros foram as causas principais, mas também teve mortes devidas aos experimentos médicos, dos que não se conserva muita documentação; dos experimentos sobre malaria conservaram-se os relatórios, que mostram que, se dentre os presos normais se seleccionava a um da cada 200 para a realização destes experimentos, dos presos com o triângulo rosa se seleccionava a um da cada 30. E apesar de tudo, Dachau é o campo de concentração que mostra uma maior taxa de sobrevivência dentre os presos com o triângulo rosa, um 40%.[167]

A sorte dos homossexuais dentro dos campos de concentração mal tem tido tratamento dentro da literatura especializada, continuando uma tradição de discriminação que não se interrompeu depois da Guerra. Em dois monografías sobre os campos de concentração editadas em 1993, ambas a mais de 350 páginas, só se menciona aos homossexuais em quatro linhas de uma delas. Não foi até a primavera de 2000 que se realizou a primeira exposição sobre os presos homossexuais em Alemanha, neste caso, no campo de concentração de Sachsenhausen.[168] Depois da Guerra, existem dois depoimentos principais que têm relatado em primeira pessoa suas experiências nos campos de concentração. Foram Heinz Heger, o primeiro em editar sua história em 1972, quando o tema ainda era desconhecido para o público, e Pierre Seel, que esperou até 1994 para publicar suas memórias. Outros falaram no documentário Paragraph 175 de suas experiências. O último em fazê-lo tem sido Rudolf Brazda.

O lesbianismo baixo o III Reich[editar | editar código-fonte]

Em general, pode-se afirmar que o lesbianismo como tal não foi perseguido pelo sistema, apesar de que juristas isolados pediam um castigo e o movimento lésbico e feminista fosse proibido. Existem relatórios de casos individuais de lesbianas que foram sequestradas e levadas a prostíbulos nos campos de concentração, mas os factos são tão vadios —e em alguns casos contraditórios— que se duvidou de seu autenticidad.[169][170][171]

O nazismo era tão patriarcal que em 1942 o Ministério da Justiça ainda dizia o seguinte:[172]

Die gleichgeschlechtliche Betätigung zwischen Frauen ist - abgesehen von Dirnenkreisen - nicht so verbreitet wie bei Männern und entzieht sich angesichts der innigeren Umgangsformen des gesellschaftlichen Verkehrs zwischen Frauen mehr der Beobachtung der Öffentlichkeit. Die damit verbundene größere Schwierigkeit der Feststellung solcher Handlungen würde die Gefahr unberechtigter Anzeigen und Untersuchungen in sich Tragen. Der wichtige Grund für die Strafbarkeit der Unzucht zwischen Männern, der in der Verfälschung des öffentlichen Lebens durch die Schaffung von persönlichen Abhängigkeitsverhältnissen liegt, trifft bei Frauen wegen ihrer weniger maßgebenden Stellung in staatlichen und öffentlichen Ämtern nicht zu. Endlich sind auch Frauen, die sich einem widernatürlichen Verkehr hingeben, nicht in dem Maße wie homosexuelle Männer für immer als Zeugungsfaktoren verloren. Da sie sich erfahrungsgemäß oft später wieder einem normalen Verkehr zuwenden.

 

“As atividades homossexuais entre mulheres – fora os círculos de prostitutas – não são tão difundidas quanto entre os homens e, tendo em vista as formas mais íntimas de interação social entre as mulheres, são mais difíceis de serem observadas pelo público. A maior dificuldade associada em detectar tais atos acarretaria o risco de denúncias e investigações infundadas. O principal motivo para a criminalização da luxuria entre homens, que é a adulteração da vida pública devido à criação de relações de dependência, não pode ser aplicada às mulheres por causa de sua posição menos relevante nos cargos públicos e estatais. Por último, as mulheres que se entregam a relações sexuais não naturais não são perdidas para sempre como fatores de procriação na mesma medida que os homens homossexuais, já que, como a experiência demonstra, é frequente que elas retornem posteriormente a uma relação normal."


As dificuldades das lesbianas durante a Guerra foram devidas à ameaça de perseguição, que produziu uma grande insegurança, e sobretudo à proibição de realizar trabalhos «de prestígio» a mulheres. Todas as mulheres ficaram em consequência relegadas a mão de obra barata, o que no caso das lesbianas, sem ajuda do salário de um marido, foi especialmente duro para sua sobrevivência.[173] E ainda assim, o «clube de bolos» Die lustige Neun («O nove divertido»), criado em Berlim em 1924, conseguiu organizar festas de lesbianas nas que participavam entre 200 e 300 mulheres pelo menos até abril de 1940. Não se sabe se as festas, conhecidas pelas descrições das actas da Gestapo que as vigiava de perto, continuaram durante os anos da Guerra; o caso é que se perde o rastro.[174]

A posguerra[editar | editar código-fonte]

Depois de perder Alemanha a II Guerra Mundial em 1945, as potências aliadas libertaram a todos os presos dos campos de concentração e ordenaram a eliminação de todas as leis contaminadas pela ideologia nazista. No caso do artigo 175, inicialmente manteve-se a versão de 1935 redigida pelo governo de Hitler e em 1946 as potências deixaram em mãos dos governos locais dos länder a decisão de modificar ou não o artigo. Os diferentes estados federados trataram o assunto de formas diferentes: por exemplo, Turingia e Sajonia-Anhalt recusaram a reforma de 1935. Em general, a homossexualidade continuou sendo um delito.[175]

Depois de perder Alemanha a II Guerra Mundial em 1945, as potências aliadas libertaram a todos os presos dos campos de concentração e ordenaram a eliminação de todas as leis contaminadas pela ideologia nazista. No caso do artigo 175, inicialmente manteve-se a versão de 1935 redigida pelo governo de Hitler e em 1946 as potências deixaram em mãos dos governos locais dos länder a decisão de modificar ou não o artigo. Os diferentes estados federados trataram o assunto de formas diferentes: por exemplo, Turingia e Sajonia-Anhalt recusaram a reforma de 1935. Em general, a homossexualidade continuou sendo um delito.[175]

Os homossexuais que tinham sido detidos, encarcerados ou enviados a campos de concentração foram tratados como criminosas e não como vítimas. Os que se encontravam no cárcere tiveram que terminar suas condenações.[176] Inclusive alguns dos libertados de campos de concentração foram detidos de novo e tiveram que terminar suas condenações no cárcere, independentemente do tempo que tivessem passado em «detenção preventiva».[177]

Em 1948 a associação de perseguidos pelo regime nazista Vereinigung der Verfolgten dês Naziregimes da zona de ocupação soviética negou-se a reconhecer aos homossexuais como vítimas do nazismo e um ano mais tarde recusou a solicitação de rendimento de um homossexual que tinha passado pelos campos de concentração. Factos como este repetir-se-iam mais tarde tanto na Alemanha ocidental como na oriental.[178] Os homossexuais foram ignorados em praticamente todos os monumentos, estudos e museus, e nem foram mencionados nos julgamentos de Núremberg. Nenhum dos prisioneiros do triângulo rosa recebeu uma compensação do estado alemão; o tempo passado no cárcere e nos campos de concentração nem sequer foi contabilizado para sua aposentaduria.[179][180]

Durante a Guerra, o único meio de comunicação LGBT em língua alemã que tinha sobrevivido foi Der Kreis - Lhe Cercle, uma revista que se publicava em inglês, francês e alemão em Suíça, que tentou manter uma verdadeira continuidade com o movimento homossexual alemão prévio. Mas já em outono de 1945, entre as ruínas de Berlim, se celebrou o primeiro dance gay. Entre 1945 e 1949, ano da criação da República Federal Alemã (RFA) e a República Democrática de Alemanha (RDA), teve algumas tentativas de eliminar o §175. Em 1946 Hans Giese reclamou numa disertación a reforma do §175 e em 1947 o psiquiatra Rudolf Klimmer recomendou a eliminação do artigo. Este ponto de vista foi apoiado por alguns meios de comunicação, como Die Weltbühne e o Leipziger Volkszeitung. A proposta foi recusada com o argumento de que «há coisas mais urgentes que fazer». Inclusive o parlamentar do parlamento sajón Curt Röbel tentou sem sucesso em 1948 a eliminação do artigo.[181]

República Democrática Alemã –RDA[editar | editar código-fonte]

A zona de ocupação soviética, a proposta do jurista Wolfgang Weiß, começou a empregar em 1949 a versão do artigo 175 anterior a 1935, pelo que já só são ilegais «acções similares ao concúbito natural». Depois da criação da República Democrática Alemã em outubro de 1949 manteve-se esta versão da República de Weimar do artigo, mas junto ao §175a tal como se publicou em 1935 baixo o regime nazista. A modificação ou eliminação do artigo foi discutida em várias ocasiões; a proposta de 1957 recusou-se em 1959 por não ser compatível com a moral socialista. O artigo 175 foi inclusive empregado em 1953 contra o ministro de justiça Max Fechner, ao que se acusava de estar a favor do levantamento popular contra o regime que se tinha produzido nesse mesmo ano.[182] Também se empregava como argumento a relação da homossexualidade com os dirigentes nazistas (se recorde a Röhm), tal como fez, por exemplo, o presidente da RDA Wilhelm Pieck.[183]

Autores afectos ao regime e de certa relevância, como Johannes R. Becher e Louis Fürnberg, casaram-se para ocultar seu homossexualidade. Outros, como Ludwig Renn, conseguiu manter a penas sua convivência com outros dois homens numa espécie de andar de gays, mas teve que renunciar a voltar editar seu livro Vor großen Wandlungen que tinha publicado em seu exílio em Suíça e que tratava da homossexualidade.[184]

As associações, revistas e manifestações públicas LGBT foram proibidas depois da Guerra. Os homossexuais viram-se reduzidos a reunir-se em alguns poucos locais em Berlim Oriental, Leipzig, Dresde e Magdeburgo, locais que as autoridades tinham baixo vigilância e que podiam ser fechados sem mais. A situação piorou ainda em 1961 com a criação do Muro de Berlim, que isolou por completo às comunidades LGBT da RDA das do lado ocidental. Não ficaram mais que uns poucos defensores dos direitos dos homossexuais, entre os que há que destacar a Rudolf Klimmer, que já em 1949 escreveu e tentou publicar o livro Die gleichgeschlechtliche Liebe (O amor homossexual) e que conseguiu publicar um artigo numa revista jurídica defendendo a eliminação de penas para actos homossexuais voluntários entre adultos. Klimmer chegou inclusive a pedir em 1966 o reconhecimento das vítimas nazistas do §175, mas a resposta do governo foi que não se podiam equiparar aos lutadores da resistência ou os perseguidos por sua raça, pelo que consideravam que não tinha necessidade de tomar medidas especiais.[185]

Charlotte von Mahlsdorf em 1977, guiando a um grupo de visitantes pelo Gründerzeitmuseum.

A situação começou a alterar para finais da década de 1960. Em 1968 o Governo aprovou um novo código penal no que surpreendentemente já não se encontrava o §175; ao todo tinham-se condenado a 300 homens por este artigo.[186] Manteve-se o artigo 151, que definia a idade de consentimento homossexual em 18 anos, enquanto a heterosexual era de 16. Apesar da legalización, não mudou a proibição de publicações e associações, já que se temia uma «extensão» do fenómeno, e a situação social não se modificou. Em 1973, depois de emitir pela televisão pública de Alemanha Ocidental o filme Nicht der Homosexuelle ist pervers, sondern die Situation, in der er lebt (Não é perverso o homossexual, sina a situação na que vive) se formou a primeira organização LGBT, a Homosexuelle Interessengemeinschaft Berlin (Comunidade de interesses homossexual). Seu objectivo em curto prazo era converter num refúgio e centro de informação para os homens e mulheres homossexuais; em longo prazo queriam que a homossexualidade se convertesse numa parte aceitada da sociedade socialista. O grupo encontrava-se com frequência no Gründerzeitmuseum do travestí Charlotte von Mahlsdorf, organizando um cabaré chamado Hibaré, encontros, discussões e disertaciones semanais e algumas festas. Em 1976 tentaram inscrever a associação, mas uma onda de repressão na contramão de qualquer tipo de disidencia e crítica causada pelo caso Wolf Biermann #fazer fracassar. Em 1978 a polícia proibiu-lhes reunir-se no Gründerzeitmuseum, pelo que voltaram a se reunir em casas privadas e locais alugados para a ocasião. Finalmente, em 1979, o grupo dissolveu-se desanimado após que o Governo lhes respondesse que «organizações de homossexuais não estão permitidas, para incitar a jovens que ainda duvidam a decidir pelo lado melhor [o heterosexual].»[187]

Para fins da década de 1980, justo dantes do colapso da cortina de ferro, o governo de Alemanha Oriental abriu uma discoteca gay de propriedade estatal em Berlim.[188]

O lesbianismo na RDA[editar | editar código-fonte]

As lesbianas tinham algumas vantagens em frente a suas colegas em Alemanha ocidental. As leis discriminatorias foram eliminadas com rapidez depois da Guerra e o estado encarregou-se de garantir seu acesso ao trabalho, o que permitia uma independência económica. Mães solteras não eram marginadas e o estado se encarregava em grande parte das despesas geradas pelos meninos. Vantagens que desapareceram depois da Reunificação. Apesar de todo isso, as lesbianas sofriam um maior grau de discriminação e violência que os gays.[189] Em general, a cooperação entre lesbianas e gays foi bastante boa, sendo uma minoria as que preferiram manter as distâncias.[190] A primeira e mais importante associação exclusivamente para lesbianas foi Lesben in der Kirche (LiK; Lesbianas na Igreja) criada em 1982. Em 1985 as lesbianas de Arbeitskreis Homosexualität realizaram o primeiro encontro de lesbianas da RDA em Dresde, ao que seguir-lhe-ia em 1987 outro em Jena. Nesse mesmo ano, 1987, criaram-se grupos de lesbianas em Erfurt (Die ELSEN) e Ache. Em 1989 criou-se a associação Unabhängige Frauenverband (UFV; Federação independente de mulheres), que incluía a muitas lesbianas, ao mesmo tempo que se dissolviam outras iniciativas.[191]

De 1989 a 1993 editou-se a revista frauen para as lesbianas.[192]

A «oposição» homossexual[editar | editar código-fonte]

Na década de 1980 começaram a surgir grupos LGBT ao redor da protecção que ofereciam alguns grupos da Igreja evangélica, da mesma maneira que já se tinham formado grupos feministas, pacifistas ou ecologistas. Todos estes movimentos, e em especial o homossexual, eram percebidos pelo aparelho do Estado como tentáculos do «inimigo de classe», opositores, e como tais foram tratados: impedimento e proibição de atividades do grupo, infiltração dos grupos, vigilância de seus membros, destruição da reputação, das perspectivas de trabalho ou tentativas de alterar as relações interpessoais e familiares. Nos casos mais extremos empregaram-se «romeus» para apaixonar e submeter aos mais rebeldes. De fato, a maior e melhor documentação sobre o movimento LGBT da época são os relatórios da Stasi, a polícia secreta. Curiosamente, o movimento LGBT que surgiu não pode se dizer que fosse político e aceitava as leis do país, ainda que exigissem a equiparação de seus direitos com a população heterossexual.[193]

Acto fundacional do Schwulenverband em Leipzig em 1990.

Apesar das dificuldades, o movimento foi ampliando-se, ao mesmo tempo que crescia a liberalização geral da sociedade na RDA. Em 1989 tinha 17 destes grupos no país, que estavam coordenados e que tinham presença pública dentro do marco dos Kirchentage.[nota 9] Em meados da década de 1980 apareceram os primeiros grupos LGBT que não estavam amparados pela Igreja evangélica, sendo o mais conhecido o Sonntags-Clubs de Berlim; seguiram-lhe outros em Weimar, Leipzig, Dresden e Magdeburg. Teve uma certa polémica entre os dois grupos, os primeiros acusavam aos segundos de estar ao serviço do Partido e os segundos queriam marcar diferenças com o carácter religioso dos primeiros.[194][195]

A partir de mediados da década de 1980 a homossexualidade também começou a ser visível em círculos científicos e meios de comunicação em massa.

O 11 de agosto de 1987, corte-a Suprema de Alemanha do Leste afirmou que "a homossexualidade, ao igual que a heterossexualidade, representa uma variante do comportamento sexual. As pessoas homossexuais não estão fora da sociedade socialista, e os direitos civis estão garantidos para eles exactamente como a todos os demais cidadãos".[196]

Em dezembro de 1988 se equiparou a idade de consentimento entre homossexuais e heterossexuais, que passou a ser de 16 anos para todos. Com esta reforma, a partir de 1 de julho de 1989, data que entra em vigor a reforma, a palavra «homossexual» deixa de aparecer no código penal.[197] A crise do aids foi tratada com acerto na RDA, ainda que não teve um programa de prevenção específico para os homossexuais. O isolamento do exterior que sofria a população ajudou a que em outubro de 1989, no momento da abertura do Muro de Berlim, só tivesse 16 doentes.[198] Em 1990 criou-se a Aids-Hilfe DDR, porque temia-se que com a queda do Muro aumentassem as infecções. Nesse mesmo ano, também se criou a primeira federação de organizações LGBT, o Schwulenverband in der DDR.[197] Inclusive após a reunificação, a divisão (legal) manteve-se até 1994, quando o antigo Oeste finalmente eliminou a §175 em sua totalidade.[199]

O único filme de temática LGBT que se rodou na RDA foi Coming Out (1989, Heiner Carow), que estreou-se no mesmo dia da queda do Muro de Berlim.[200] O filme não só trata do tema da homossexualidade, mas também o do fascismo e o racismo latentes na sociedade.[201]

República Federal de Alemanha –RFA[editar | editar código-fonte]

Legislação e perseguição em Alemanha Ocidental[editar | editar código-fonte]

Julgados e condenados pelo §175 (1950-1965)Azul: julgados por homossexualidadeRojo: condenados[202]


RFA(1960-1965)
Ano Julgados Cond.
1960 3694 3143
1961 3496 3005
1962 3686 3098
1963 3439 2803
1964 3489 2907
1965 3104 2538
RFA(1950-1959)
Ano Julgados Cond.
1950 2246 1920
1951 2635 2167
1952 2964 2476
1953 2869 2388
1954 3230 2564
1955 3075 2612
1956 3247 3124
1957 3630 3182
1958 3679 3530
1959 4141 3530

Em maio de 1949 criou-se nas zonas de ocupação britânica, francesa e norte-americana a República Federal de Alemanha. O Tribunal Federal alemão decidiu em 1951 manter os artigos 175 e 175a em sua forma nazista de 1935, já que não se consideraram «legislação contaminada com pensamento nazista». Como já se comentou mais acima, o significado prático desta sentença é que os homossexuais foram tratados como delinquentes cuja condenação tinha sido justificada e que não tinham direito a nenhum tipo de compensação ou indemnização. Em 1957 o Tribunal Constitucional confirmou que os artigos 175 e 175a não eram contrários à Constituição. Nesse mesmo ano, a lei de indemnização federal Bundesentschädigungsgesetz excluiu aos homossexuais.[203] Este ponto de vista manteve-se inclusive até 1992, ano no que a Oberfinanzdirektion[204] de Colónia afirmava que «O artigo 175 em sua forma de 1935 segue sem ser considerado por nós como uma injustiça nacionalsocialista.»[205]

De 1945 a 1969 calcula-se que em Alemanha Ocidental se condenaram por homossexualidade uns 60.963 homens pelo §175. Esta onda de perseguições, que se pode comparar inclusive com a realizada durante o regime nazista, se explica pela ideologia conservadora do Governo, dominado pelos democrata cristãos do CDU e o CSU, mas sobretudo, pela continuidade, tanto na polícia, como no judiciário, dos servidores públicos nazistas.[206] O tratamento dos acusados era muito diferente segundo o local de julgamento: enquanto em Hamburgo um juiz condenava em 1951 a uma multa de 3 marcos a dois homossexuais, uma onda de perseguições em Frankfurt teve como consequência seis suicídios, exílios e a destruição da carreira profissional dos arguidos.[207] A pressão sobre os homossexuais levou a alguns à delincuencia. Em 1969 três homossexuais, de 25 e 23 anos, assaltaram um depósito de munição, roubaram armas, com as que esperavam chantagear à sociedade para conseguir dinheiro, e no processo assassinaram a quatro soldados que dormiam, ferindo a um quinto de gravidade. Depois de ser detidos, afirmaram que queriam o dinheiro para escapar da sociedade e criar uma comuna gay segundo seus sonho.[208]

As castrações para «curar» a homossexualidade também continuaram de forma «voluntária» entre os presos homossexuais. Um achado casual em 2016 deu com os relatórios do psicólogo do cárcere de Hohenasperg, no sul de Alemanha, nos que se documentavam doze casos entre 1945 e a década de 1960 de presos que tinham sido pressionados para se deixar castrar e assim reduzir suas condenações, que num caso eram de vinte anos.[209][210]

A partir de 1959 começaram a diminuir ligeiramente as condenações. Uma liberalização da sociedade, mas sobretudo relatórios científicos, como os de Kinsey (1949), Griffin (1956) ou Wolfenden (1957), influenciaram o pensamento jurídico.[211] Foi o caso da comissão para a reforma do código penal, que recomendou em 1959 a eliminação do §175, proposta que foi recusada pelo Ministério de Justiça. A partir de mediados da década de 1960 começou a discutir-se publicamente a reforma do §175, chegando a recomendar o por então (1967) ministro de justiça socialista Gustav Heinemann a eliminação. Finalmente eliminou-se o artigo 175 em 1969 baixo um governo de coalizão cristão democrata (CDU/CSU) e social democrata (SPD). As relações sexuais voluntárias entre homens adultos deixaram de ser delito, no entanto, manteve-se o §175a, pelo que continuou uma discriminação na idade de consentimento entre homossexuais (21 anos) e heterosexuales (18 anos).[212]

O movimento homófilo[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Movimento homófilo

Depois da II Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, organizam-se em Estados Unidos e Europa Ocidental redes e grupos políticos homossexuais que preferiam se identificar como homófilos e têm vindo se chamando colectivamente como movimento homófilo. A mudança de nome de «homossexual» a «homófilo» pretendia afastar uma imagem negativa e estereotipada do homossexual sexualmente promiscuo, que corrompe à juventude e se relaciona com a prostituição e o chantaje, para fazer um maior finca-pé sobre a atração, a camaradería e o amor. Pretendiam conseguir a aceitação e converter-se em membros respeitáveis da sociedade através de dois mecanismos: o conhecimento científico da homossexualidade, com a correspondente divulgação em revistas, e tratar de convencer à sociedade de que, apesar das diferenças, que se reduziam ao âmbito privado, os homossexuais «eram de fiar». As associações realizavam encontros, comidas e jantares de beneficencia ou festas e dances em forma de clubs privados. É de entender que o movimento homófilo se opusesse ao submundo homossexual das saunas, os encontros anónimos em parques e banhos públicos e as revistas de nus, que seguiu sua evolução independente.[213]

A primeira organização gay da posguerra foi o Verein für humanitäre Lebenshaltung (Associação para o estilo de vida humanitário) fundado em agosto de 1949 em Frankfurt do Meno. A associação representou a Alemanha no primeiro encontro internacional de associações gays em Ámsterdam, o International Committee for Sexual Equality, organizada pelo COC em 1951; em 1952 a conferência realizou-se em Frankfurt. Em 1950, Hans Giese fundou como organização privada um Institut für Sexualforschung (Instituto para o estudo da sexualidad) e pouco mais tarde lhe acrescentou uma secção chamada Wissenschaftlich-humanitäres Komitee. Giese ademais colaborou com a criação em 1949 de um Wissenschaftlich-humanitäres Komitee local em Berlim, cuja inscrição no registro de associações foi recusada pela cidade. Também influenciado por Giese, em 1950 se criou a Deutsche Gesellschaft für Sexualforschung (Sociedade alemã para o estudo da sexualidad). Em 1951 criou-se em Bremen um segundo núcleo de associações, o Weltbund für Menschenrecht (Une mundial pelos Direitos humanos), que passou a se chamar a partir de 1952 Gesellschaft für Menschenrechte (Sociedade pelos Direitos humanos). Seu objectivo era libertar aos homossexuais da perseguição. Dentro da associação formou-se um grupo chamado Internationale Freundschaftsloge que organizava actividades lúdicas; o grupo passou cedo a ter representações locais em Hamburgo, Hannover, Stuttgart, Berlim Ocidental, Colónia, Duisburg e Wiesbaden. Em 1952 formou-se o Bund für Menschenrechte em Colónia e em 1953 a Gesellschaft für Menschenrechte em Hamburgo, que pretendeu converter numa federação das organizações alemãs, mas que se dissolveu em dezembro de 1955 ao fracassar em sua tentativa. Em 1957 só existiam três associações: Verein für humanitäre Lebenshaltung, Internationale Freundschaftsloge e Gesellschaft für Reform dês Sexualstrafrechts (Sociedade para a reforma do direito penal sexual), que formavam a secção alemã do International Committee for Sexual Equality.[214]

Em 1957, iniciada por um julgamento em Frankfurt, começa uma onda de perseguições judiciais que levou a estas organizações a se dissolver e paralisou quase por completo o movimento homófilo. A única associação que teve alguma actividade na década de 1960 foi Kameradschaft die Runde (H do ermandad a rodada) de Reutlingen, uma associação decididamente apolítica e não militante.[215]

Revistas do movimento homófilo[editar | editar código-fonte]

Muitas destas associações editavam folhas informativas e revistas. A mais importante foi naturalmente Der Kreis, que ainda que provia/provinha de Suíça, teve um grande impacto em Alemanha. Já a princípios da década de 1950 tinha umas 25 revistas que tomavam nomes das que tinham existido na República de Weimar: Die Insel, Die Freundschaft, etc. Por exemplo, o Weltbund für Menschenrecht editava a revista Insel der FreundscREcistas do movimento homofilohaft und Toleranz (Ilha da amizade e a tolerância), que passou a se chamar em 1952 Der Weg zur Freundschaft und Toleranz (O caminho à amizade e a tolerância) e o Verein für humanitäre Lebenshaltung editava a revista Die Gefährten (Os colegas).

Em 1955, com a entrada em vigor da lei de protecção do menor, proibiu-se a venda pública das revistas homossexuais, pelo que as publicações passaram a ser clandestinas. Em 1968 só sobreviviam duas revistas: amigo (publicada em Dinamarca) e Der Weg.

Cultura homossexual na RFA até 1969[editar | editar código-fonte]

Existem notícias de que em Berlim, tão cedo como em 1949, abriam suas portas 23 clubs privados masculinos e 15 femininos, que iam desde os tugurios mais abyectos, até os locais exclusivos mais elitistas. Estes clubs estavam fechados ao público e só estava permitida a entrada a maiores de 18 anos. Habitualmente alguém que fosse conhecido no clube devia introduzir aos novos membros. Chegaram-se a celebrar grandes festas, sobretudo o 17.5 (17 de maio), das que se sabe que participaram até 300 pessoas.[216] Um dos centros da vida gay do Berlim da posguerra foi o salão do príncipe russo exilado Alexander Kropotkin. O andar de Kropotkin já tinha sido ponto de encontro antes da Guerra e depois de 1945 continuou sua tradição, celebrando reuniões e festas. Segundo conta Klaus Kinski nas suas memórias, que viveu no andar durante algum tempo, ali se encontravam desde altos chefes do Governo Militar aliado, passando por russos soviéticos, aristócratas, artistas e desenhadores de moda, até chaperos, ladrões e assassinos, mas sobretudo, muitos homossexuais.[217]

A literatura não voltou a produzir grandes obras de temática homossexual depois da Guerra, apesar de que muitos dos autores que tinham produzido grandes obras antes da Guerra seguissem escrevendo, como foi o caso de Joseph Breitbach ou Klaus ou Thomas Mann. Klaus Mann não terminou sua novela gay Windy Night, Rainy Morrow antes de se tomar a vida em Paris em 1949. Outra novela fragmentaria que se pode mencionar é Fluß ohne Ufer (Rio sem orla) de Hans Henny Jahn, da que apareceram os três primeiros volumes entre 1949 e 1950. Em 1954 Wolfgang Koeppen escreveu uma paródia da morte em Veneza de Thomas Mann, Der Tod in Rom (A morte em Roma), na que a personagem homossexual não termina de forma trágica.[218] Finalmente, há que mencionar ao único autor da posguerra que apresenta a homossexualidade sem desculpas: Hubert Fichte. Suas obras mais relevantes para o tema foram Dás Waisenhaus (1965; O orfanato), Die Palette (1968; A paleta) e Versuch über die Pubertät (1974; Tratado sobre a pubertad).[219]

No teatro, as personagens homossexuais só apareciam nas contadas ocasiões nas que se representavam obras anteriores à Guerra. Os primeiros em mostrar uma personagem gay, que ademais lutava pela eliminação do §175, foi no Hamburger Kammerspielen em 1952, com a obra Dás Recht auf sich selbst (O direito a um mesmo). Pelo demais, na década de 1950, só teve uma modesta tentativa de criar um grupo de teatro gay na associação Internationale Freundschaftsloge. Na década de 1960 liberou-se o ambiente e teve possibilidade de mostrar ao público alemão fazes estrangeiras traduzidas que travam a homossexualidade, como foi o caso de Ein Patriot für mich (Um patriota para mim) de John Osborne, Unter der Treppe (Embaixo da escada) de Charles Dyer ou Seid ihr net zu Mister Sloane (Sejam amáveis com o senhor Sloane) de Joe Orton. Em língua alemã a obra mais importante foi Jagdszenen aus Niederbayern (1969; Cenas de caça da Baviera baixa) de Martin Sperr.[220]

O primeiro filme de temática LGBT realizada em Alemanha Ocidental foi Anders als du und ich (1957) de Veit Harlan, o director do filme de propaganda antisemita mais influente que se rodou durante o regime nazista, Jud Süß (1940). Harlan pretendia com seu filme pedir compressão para os homossexuais, mas a censura do último trecho, que continha a mensagem positiva, mudou de tal maneira o tom geral, que muitos chamaram ao boicote.[221] De facto, na versão do director, é o primeiro filme da história na que um homossexual perseguido se defende e tem sucesso: não só consegue escapar a Itália para livrar de uma condenação judicial, sina que se vinga da mãe do jovem do que se apaixonou, a denunciando por «alcahuetería», que ainda era delito. Esta versão só pôde se ver em Áustria e Suíça.[222]

O movimento de libertação gay[editar | editar código-fonte]

O ambiente social propiciou que se despenalizaran os actos homossexuais voluntários entre adultos o 9 de maio de 1969; pela primeira vez em quase 100 anos a homossexualidade era legal, ainda que só fora a partir de 21 anos. Diversos grupos de homossexuais tentaram em 1970 criar associações para defender seus direitos em Hamburgo, Wiesbaden e Munique, mas fracassaram, sobrevivendo só até 1974 em Hamburgo a Internationale Homophile Weltorganisation, criada a semelhança de associações similares escandinavas.[223]

Rosa von Praunheim em 2008.

Com fundo nos movimentos estudiantiles que vinham actuando em Alemanha desde princípios da década de 1960 e o aparecimento da píldora anticonceptiva, começaram a aparecer grupos estudiantiles feministas que lutavam contra as estruturas patriarcales da sociedade. Também em 1969, se inicia o movimento de libertação homossexual mundial com os Distúrbios de Stonewall. Nesse ambiente creia-se em dezembro de 1970 o primeiro grupo de autoayuda em Bochum, que em fevereiro de 1971 se converte na primeira associação gay estudiantil com o nome de Homosexuelle Aktionsgruppe Bochum (HAB). Em abril desse ano criou-se a Homosexuelle Studentengruppe Münster.[224]

Em 1971 estreou-se Nicht der Homosexuelle ist pervers, sondern die Situation, in der er lebt (Não é perverso o homossexual, sina a situação na que vive), um filme experimental de Rosa von Praunheim. O filme trata de um jovem homossexual, Daniel, que chega desde o campo a Berlim. Daniel inicialmente toma atitudes próprias do movimento homófilo, mas em seguida passa a fazer parte do submundo gay do sexo anónimo e os bares de moda. Finalmente vê-se isentado num andar formado por outros gay, que lhe mostram o caminho da emancipación gay. O filme foi um escândalo e converteu a Rosa von Praunheim no homossexual mais famoso de Alemanha. Mas sua importância reside em que foi a chispa inicial do movimento de libertação gay alemão. Segundo ia-se estreando o filme nas diferentes cidades alemãs, nas mesmas salas de cinema, formavam-se discussões e coloquios, que finalmente desembocaram em organizações como Homosexuelle Aktion Westberlin (HAW; Acção dos homossexuais, Berlim Ocidental; 1971), Rotacione Zelle Schwul (ROTZSCHWUL; Célula vermelha marica) em Frácfort, Homosexuelle Aktionsgruppe (TENS; Grupo de acção homossexual) em Saarbrücken, gay liberation front (glf-Köln; Frente de libertação gay) em Colónia, que se baseava em modelos americanos, e Homosexuelle Aktions Gruppe (HAG; Grupo de acção homossexual) em Munique, que mais tarde passou a se chamar Homosexuelle Aktion München (HAM) por problemas com a marca de café HAG. Em 1972 já tinha grupos gays ademais em Wurzburgo, Gotinga, Braunschweig, Stuttgart e Düsseldorf e tinha-se criado a federação Deutsche Aktionsgemeinschaft Homosexualität (DAH; Comunidade de acção homossexualidade alemã). A partir de 1972 criaram-se encontros nacionais anuais, os Pfingsttreffen. Durante o primeiro, realizado em Münster, levou-se a cabo a primeira manifestação do orgulho gay.[225]

Os participantes proviam/provinham em sua maioria do ambiente estudiantil e tomaram como exemplo o incipiente movimento de libertação gay norte-americano, através da influência de Rosa von Praunheim, Volker Eschke, que converter-se-ia numa das figuras principais do movimento, e o estudante norte-americano Jim Steakley. O primeiro objectivo foi naturalmente a eliminação do artigo 175, mas também se trataram outros temas concretos como a discriminação no trabalho.[226]

Manifestação do HAW o 9 de junho de 1975.

É importante notar que o emprego da palavra «homossexual», e com frequência da palavra schwul, «maricón», para atuodefinirse, era consciente para distinguir do movimento homófilo, que consideravam pretendia ocultar e se envergonhar de seu sexualidad. Onde o movimento homófilo era mais bem conservador e tentava conseguir a aceitação social, o movimento de libertação gay era de esquerdas, revolucionário, anticapitalista e empregava com frequência a provocação e o confronto para conseguir seus objectivos. Ambos movimentos lutavam contra a subcultura homossexual na que se tinham refugiado muitos homossexuais vítimas da discriminação, no caso do movimento de libertação pela considerar uma forma de opresión. Estas diferenças desembocaram num confronto durante a manifestação de 1973 de Berlim, realizada depois do Pfingsttreffen desse ano, foi o começo do chamado Tuntenstreit (controvérsia das mariquitas), uma disputa sobre se o homem afeminado, chamado Tunte, «a mariquita», era a vanguardia do movimento revolucionário homossexual na sociedade, já que não podia ocultar sua condição.[227]

O movimento dissolveu-se, ao igual que tinha feito o movimento estudiantil anterior, em disputas teóricas internas que dividiam aos movimentos de esquerdas da época e a última reunião do DAH foi em Ano Novo de 1973. O HAW dissolveu-se em 1974 (oficialmente em 1977).[228]

Homolulu[editar | editar código-fonte]

Apesar do fracasos dos movimentos de libertação gays de esquerda, o movimento LGBT continuou sua actividade. Por exemplo, apesar do desaparecimento do HAW, seu centro de informação, o SchwulenZentrum ou SchwuZ, continuou sua actividade.[229] Em 1976 tinha uns 60 grupos, que começaram a se diversificar e a se estender por cidades menores, como Emden, Lüneburg ou Salzgitter. Em 1977 criou-se o grupo Homosexuelle und Kirche (HuK; Homossexuais e Igreja), que nos anos seguintes foi tomado como exemplo por outros grupos católicos e protestantes. Em 1979 realizaram-se as primeiras marchas do orgulho gay em Brema, Berlim Ocidental e Stuttgart, que desde o princípio levam uma polémica sobre o carácter comercial de muitas das carrozas.[230]

No entanto, o ponto culminante do movimento de emancipación gay alemão representa-o Homolulu, uma espécie de «Woodstock gay» que se realizou em julho de 1979 em Frankfurt. O acontecimento, que reuniu gays de toda Alemanha, consistia numa semana de espectáculos, grupos de trabalho, cursos, um jornal diário, ruidosas festas e uma grande manifestação multicolor pelas ruas de Frankfurt, que saiu inclusive nas notícias de televisão nacionais.[231]

Marginados dentro de um grupo marginal: pederastas e couro[editar | editar código-fonte]

O movimento gay também marginou a colectivos homossexuais minoritários: aos fetichistas do couro, a comunidade leather, e os pedófilos.[232]

No caso do fetichismo do couro, se lhes reprochaba que seu filia era fascistoide. O movimento organizou-se independentemente depois do primeiro grande encontro internacional em Ámsterdam em 1973, aparecendo os chamados Motorsportclub (MSC; Clubs do desporto de motor) nas grandes cidades. A imagem de supermacho pôs-se posteriormente de moda em círculos homossexuais e os encontros leather chegaram a ser mais populares que os do movimento LGBT. O resultado foi uma integração e aceitação do movimento leather e do sadomasoquismo que se lhe associava.[233]

Em mudança, o caso da pedofilia foi diferente. Por uma parte, em Alemanha a idade de consentimento sexual era de 18 anos para relações homossexuais, enquanto era de 14 anos para heterosexuales, por outra, muitos homossexuais pretendiam se tirar de em cima o estigma da pederastía. No final da década de 1970, os pedófilos eram ainda tolerados, mas a começos dos 80 se começou a suspeitar uma componente de violência nas relações sexuais entre adultos e menores; o debate posterior levou aos pedófilos à ilegalidad. Em 1994 foram expulsos da Associação Internacional de Gays e Lesbianas (ILGA), decisão apoiada pelo Schwulenverband in Deutschland (SVD), mas contestada pelo Bundesverband Homosexualität (BVH).[234]

Os 80 e a crise do aids[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1981, iniciou-se uma mudança geracional no movimento. Durante esta década os grupos LGBT lutaram sobretudo contra a discriminação, seguindo os exemplos do movimento dos EUA e dos Países Baixos. Da América do Norte tomaram-se as formas de luta política e as manifestações: as marchas do orgulho, que se chamaram Christopher Street Day, em homenagem à rua onde ficava o bar Stonewall, o outing, Act Up, etc. O movimento LGBT também começou a se integrar às estruturas políticas e sociais existentes; sindicatos, partidos políticos, grupos profissionais, etc. criaram grupos LGBT. A consequência é que, se em dezembro de 1980 havia aproximadamente 148 grupos LGBT (18 só em Berlim Ocidental e 21 em pequenas cidades), em maio de 1986 já eram 416.[235][236]

Em 1983 o aids começou a captar a atenção pública, entre outras razões, graças ao artigo Tödliche Seuche AIDS - die rätselhaft Krankheit («Epidemia mortal AIDS - a doença misteriosa») publicada nesse ano pela revista Der Spiegel.[237] Nos primeiros anos, até 1987, estiveram marcados pela discussão entre Peter Gauweiler, na época servidor público da prefeitura de Munique, do partido CSU, que abogaba pela criação de centros fechados para doentes de aids e a luta contra a subcultura gay, e Rita Süssmuth, na época ministra de saúde, do CDU, que defendia uma estratégia mais liberal. Finalmente foi Süssmuth quem saiu vencedora da discussão e seguiu-se uma estratégia de informação e apoio aos doentes. As associações LGBT ou de outro tipo que lutavam contra a doença, obtiveram com frequência subvenções generosas do estado, dinheiro que permitiu a profissionalização dos trabalhadores das associações, um fenómeno novo dentro do movimento LGBT.[238][237]

A extensão da doença levou à criação de associações locais e regionais de ajuda e apoio, AIDS-Hilfe, que em 1985 eram umas 20. Em 1989 estas associações agruparam-se na federação Deutsche Aids-Hilfe, que converter-se-ia numa das associações mais activas e influentes dentro do movimento LGBT, realizado conciliábulo nas instituições políticas e criando campanhas publicitárias de informação sobre o aids e os homossexuais. Durante estes anos também aparece Act up em Alemanha, que com suas acções espectaculares chamava a atenção sobre o problema do aids. Por outra parte, os meios de comunicação, por causa do aparecimento do aids, informavam e interessavam-se pela homosexualidad como nunca tinham feito dantes.[239][240]

O impacto da doença sobre os gays e seu subcultura foi enorme. A promiscuidad tinha-se convertido num modo de vida para muitos gays, em parte como reacção à repressão anterior a 1969 e por outra como protesto contra o estilo de vida burgués heterosexual. A doença não só ameaçava a vida dos gays, sina também seu estilo de vida individualista e de soltero, que se tinha assentado como próprio nas cidades, em gays que com frequência eram recusados por sua família e o ambiente no que se tinham criado. A doença também deixou em Alemanha uma grande cicatriz na comunidade, se levando a alguns de seus membros mais jovens e criativos, como Alf Bold, Manfred Salzgeber, Andreas Salmen, Melitta Sundström, Jürgen Baldiga, Manfred Semmelbauer, Christian Borngräber, Bernhard Durst, Jonathan Briel, Roger Lips e muitos outros.[241]

Aceitação social na República Federal Alemã[editar | editar código-fonte]

Até 1975 realizaram-se tratamentos médicos e operações no cérebro para a eliminação da homosexualidad. Em agosto de 1975, uma reportagem sobre a estereotaxia na revista Der Spiegel fez resurgir o tema na opinião pública. Uma mudança de valores na sociedade fez que se percebesse com horror que alguns médicos tratassem de erradicar às minorias indeseables por procedimentos médicos.[242]

Os homossexuais continuaram a ser vigiados e em 1980 houve um escândalo em Hamburgo quando alguns gays quebraram os espelhos dos banheiros públicos e confirmaram que eram unidirecionais, permitindo que a polícia monitorasse o que acontecia dentro dos banheiros com câmeras.[243]

O chefe do CDU na década de 1970, Franz-Josef Strauß, disse numa ocasião Ich will lieber ein kalter Krieger sein als ein warmer Bruder («Prefiro ser um guerreiro frio que um irmão quente»), fazendo um jogo de palavras entre kalter Krieger «guerreiro frio», em referência à Guerra Fria, e warmer Bruder «irmão quente», outra forma de chamar aos gais.[244] Em 1980 o chanceler alemão Helmut Schmidt do partido socialista dizia, no contexto da eliminação do §175, que não queria ser o «chanceler dos maricones». Ainda em 1991 o chefe do CSU e presidente de Baviera, Edmund Stoiber dizia: «Se discuto sobre o reconhecimento de vantagens fiscais ou de herança de casais homossexuais, posso discutir directamente sobre o culto ao diabo.» Em mudança outros partidos, como o Partido Democrático Livre (FDP), que governava em coalizão com os social-democratas a princípios da década de 1980, e Os Verdes, apoiavam a eliminação do §175.[245][246] O FDP introduziu a eliminação em seu programa eleitoral de 1980. Herbert Rusche, dos Verdes, converteu-se em 1985 no primeiro político abertamente gay em ser eleito para o parlamento.[247]

Em 1983 o assunto Kießling mostrou o estado da aceitação da homosexualidad na sociedade. O assunto começou com uma investigação dos serviços secretos militares, que criam ter descoberto que o general de quatro estrelas e comandante em chefe anexo da NATO, Günter Kießling, era homossexual.[248] Como consequência, o ministro de defesa, Manfred Wörner (CDU), o classificou como um perigo para a segurança nacional e o enviou à reserva nesse mesmo ano. Jornalistas destaparon o caso em 1984 e a oposição levou o assunto ao parlamento; na discussão que surgiu se constatou que as provas contra Kießling não eram válidas e que, em qualquer caso, a relação entre homosexualidad e peligrosidad não era de recebo. O general foi reabilitado em 1984 por Wörner, mas a discussão e a investigação não diminuíram até a intervenção de Helmut Kohl, que o voltou a chamar ao serviço activo e pouco depois o enviou de novo à reserva com o chamado Großer Zapfenstreich, uma guarda de honra.[249] Outro exemplo das dificuldades da sociedade em seu trato com a homosexualidad é o caso de Albert Eckert, do partido Alternative Liste, que em 1990 era vice-presidente do senado da cidade de Berlim graças aos votos dos socialistas e os verdes. Eckert teve que demitir quando um político da CDU o denunciou como chapero, já que Eckert se tinha anunciado como masajista baixo o nome de Watai em revistas gais.[250]

Cultura LGBT até a reunificação[editar | editar código-fonte]

Um dos grupos culturalmente influentes dentro do movimento de libertação gay foi o colectivo Ödipus-Kollektiv, que pertencia ao Homoseksuellen Aktion Hamburg. O grupo escandalizó tanto a homossexuais, como à sociedade em general com sua obra de teatro Brühwarm - ein schwuler Jahrmarkt (Quente - uma feira marica) em sua gira por Alemanha.[nota 10] O colectivo, que pretendia dar a conhecer os problemas específicos dos homossexuais, serviu de exemplo a outros grupos de teatro, que surgiriam mais tarde, com frequência a partir de festas de travestís, e desenvolveriam um estilo próprio.[251]

Na década de 1980 seguiu-se o exemplo norte-americano, sobretudo na organização do tempo livre; criaram-se grupos de desporto, de teatro, de excursionismo, coros, etc.[252] Em 1985 criou-se o programa radiofónico para gays, e mais tarde também para lesbianas, Eldoradio, que se emitia duas vezes por semana; as emissões durariam até 1991, data na que se estragou a rádio que o transmitia.[253]

Estudos LGBT[editar | editar código-fonte]

Em meados da década de 1970 começaram as primeiras tentativas de converter o estudo da homosexualiduma disciplina acadêmica. Em 1976 a universidade popular de Düsseldorf realizou o primeiro curso deste tipo e em 1978 os cursos sobre a homosexualidad eram uma parte fixa da oferta nas universidades populares de Düsseldorf, Berlim e Hannover. Em meados dessa década também começaram os estudos LGBT nas universidades alemãs com o trabalho Der gewöhnliche Homosexuelle (1974; «O homossexual comum») de Martin Dannecker e Reimund Reiche. Junto com os trabalhos de Rüdiger Lautmann, converter-se-iam no canon dos estudos LGBT.[254]

Em 1981 começaram os cursillos e encontros para gays no Freies Tagungshaus Waldschlösschen para perto de Gotinga. Em 1984 realizou-se a exposição Eldorado em Berlim Ocidental, que mostrava ao público a história local dos homossexuais; a iniciativa gerou a criação privada do Schwules Museum, o primeiro museu dedicado à homosexualidad, que inclui uma biblioteca temática, um arquivo e a publicação da revista Capri.[255] Também é de importância para o estudo da história do movimento LGBT o arquivo do Centrum Schwule Geschichte de Colónia, criado em 1984, que também realiza exposições.[256][257] Desde 1998, o Fachverband Homosexualität und Geschichte publica a revista anual Invertito, dedicada à história da homossexualidade.[258]

Cinema até a Reunificação[editar | editar código-fonte]

Os filmes da década de 1970, com excepção da influente Nicht der Homosexuelle ist pervers, sondern die Situation, in der er lebt, seguiam os tópicos da década anterior do homossexual monstruoso e malvado ou débil e despreciable, como fizeram respectivamente Uli Lommel em Die zärtlichkeit dês Wolfes (1973; A delicadeza do lobo) e Rainer Werner Fassbinder em Faustrecht der Freiheit (1975; A lei da selva da liberdade).[259] A mudança de atitude chegou através de filmes estrangeiros, norte-americanas, como The boys in the band (1970) e Dog day afternoon (1970), e francesas, A cage aux folles (1978).

Uma dos filmes alemãs de tema LGBT de maior sucesso foi Táxi zum Klo (1980; Táxi ao váter) de Frank Ripploh, que se atreveu a ver a parte cómica nas actividades sexuais dos gays. Desde Táxi zum Klo realizaram-se inumeráveis outros filmes de tema LGBT para o cinema e a televisão, mas os filmes têm deixado de ter um forte carácter emancipatorio ou de tratar questões políticosociales homossexuais, com a única excepção quiçá dos filmes sobre o aids.[260] Outros filmes conhecidos que tratam o tema foram Schöner Gigolo, armer Gigolo (1978); Querelle (1982) de Fassbinder, última obra do director, filme surrealista e muito experimental, que se considera sua melhor obra; e Westler (1985), um filme sobre um amor entre as duas Alemanias, rodada em parte com câmara oculta em Alemanha Oriental.

Entre os documentários deve-se destacar Rosa Winkel? Dás ist doch schon lange vorbei... (1976) (Triângulo rosa? Isso já passou faz muito...), um documentário de Peter Recht, Detlef Stoffel e Christiane Schmerl que tratava do tema da perseguição dos homossexuais durante o regime nazista.[261]

Em 1987 criou-se o Teddy Award dentro do Festival Internacional de Cinema de Berlim para filmes de temática LGBT, que não foi reconhecido oficialmente pelo festival até 1992.

Editoriais e livrarias[editar | editar código-fonte]

Em 1975 Volker Bruns e Peter Heldentröm, exmiembros do HAW, fundaram a primeira editorial especializada em temas LGBT, Verlag rosa Winkel. A intenção era pôr a disposição do público aquelas obras que dificilmente seriam publicadas por grandes editoriais. A editorial manteve-se 25 anos no mercado, até que deixou de ter actividade no 2001.[262]

Em novembro de 1978 criou-se, seguindo o modelo norte-americano, a primeira livraria LGBT em Berlim, telefonema Prinz Eisenherz, que se converteu em seguida num importante ponto de encontro da cultura LGBT. Seguiram-lhe outras livrarias em Hamburgo (Männerschwarm), Colónia (Lavendelschwert, substituída em 1996 por Ganymed), Munique (Sodom, telefonema a partir de 1989 Max und Milian), Stuttgart (Erlkönig), Nürnberg (Männertreu) e Frácfort (Oscar Wilde). Todas elas cooperam estreitamente e algumas levam uma página site comum.[263][264]

A livraria Männerschwarm também tem ido aumentando sua actividade editorial pouco a pouco e para mediados da década de 2000 se fez cargo do fundo editorial de Verlag rosa Winkel.[265] Em 1981 criou-se, em relação com a livraria Prinz Eisenherz de Berlim, a editorial Bruno Gmünder, com grande presença em internet, uma das editoriais de conteúdo LGBT mais importantes do mundo.[266] Finalmente, em 1995 começou sua actividade a editorial Quer Verlag.[267]

Revistas[editar | editar código-fonte]

Em maio de 1975 saiu à rua a revista Emanzipation. A revista, que tinha começado como uma folha informativa dos grupos da Alemanha meridional, em seguida se converteu numa revista de nível nacional, sendo a primeira que se vendeu nos quioscos. Em dezembro de 1975 começou a em Berlim publicação da revista Schwuchtel que tratava sobre temas que eram tabu ou que não eram tratados pelo movimento, como a pedofilia ou o sadomasoquismo. No final da década desenvolveram-se, a partir folhas informativas, uma série de revistas que fracassaram por falta de financiamento. Nenhum destas tentativas conseguiu sobreviver muito tempo.[268]

Nas décadas de 1970 e 1980 as mais importantes foram Emanzipation (1975-1980), Rosa (1975-1981), Rosa Flieder (1979-1989) e Siegessäule (1984-1989). A partir de 1982 também se editou um resumo de imprensa baixo o nome de Schwule Presseschau, que a partir de 1995 passou a se chamar Lesbi-Schwule Presseschau.[269] A primeira tentativa profissional de realizar uma revista para homossexuais foi magnus que conseguiu sobreviver até 1995.[270]

Alemanha após a Reunificação[editar | editar código-fonte]

[[Archivo:§175_chart_of_convictions.png|ligação=https://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:%C2%A7175_chart_of_convictions.png%7Cminiaturadaimagem%7C620x620px%7C

Condenas por el § 175, 1902-1987
Año Homosex.Zoofilia Época Acontecimientos importantes
1902–1918 H & Z Imperio Alemán 1907–1909 escándalo Harden-Eulenburg1914–1918 I Guerra Mundial
1919–1933 H & Z República de Weimar 1924 Fritz Haarmann
1933–1941 H & Z Tercer Reich 1935 recrudecimiento
1950–1969 H RFA 1957 rechazo del recurso constitucional1965 cambio de valores sociales (p.ejm. Concilio Vaticano II, píldora anticonceptiva, movimiento del 68).
1970–1987 H RFA Solo hombres adultos con hombres jóvenes (<21 años hasta 1973; <18 luego).

]] Após a reunificação em 1990, o §175 voltou a ser aplicável —teoricamente— nos estados federados da antiga República Democrática Alemã. Em 1993, as três grandes federações, Bundesverband Homosexualität, Schwulenverband Deutschland e Deutsche Aids-Hilfe, iniciaram de novo uma campanha na contramão do §175.[271] O 31 de maio de 1994, após 123 anos de validade, se deroga o §175, equiparando as idades de consentimento sexual entre homossexuais e heterossexuais em 16 anos.[271] Ao todo, calcula-se que uns 140.000 homens foram condenados pelo artigo nos 123 anos de vigência, os dois últimos em março de 1994.[272]

A partir de 1994, com a derogaçao do §175, a legislação alemã deixou de fazer distinção entre homossexualidade e heterossexualidade. Diversos estados federados alemães tem introduzido legislação própria na contramão da discriminação por orientação sexual. Como assinante do Tratado de Ámsterdam, Alemanha, obrigada pela directora da União Européia 2000/78 a proteger a seus cidadãos de discriminações, entre outras, as causadas por sua orientação sexual, possui uma lei anti-discriminação, Allgemeines Gleichbehandlungsgesetz, promulgada o 18 de agosto de 2006.[273] A lei proíbe a discriminação no trabalho e também no direito civil. Estes direitos no entanto não estão protegidos pela constituição.[274]

O 1 de agosto de 2001 entrou em vigor o Lebenspartnerschaftsgesetz, a lei que permite as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Existem diferenças com o casal, sendo a principal as vantagens fiscais que possui o casal.[275]

Klaus Wowereit no CSD de 2001 em Berlim.

Todos os partidos políticos importantes têm uma ou mais figuras chave que são abertamente homossexuais. O primeiro deles em fazer pública sua homossexualidade foi Klaus Wowereit (SPD) em 2001, durante a campanha eleitoral à prefeitura de Berlim, que ganhou; seguiram-lhe Ole von Beust (CDU), prefeito de Hamburgo; Guido Westerwelle, líder do FDP; e finalmente Volker Beck (Aliança 90/Os Verdes), um importante ativista LGBT.[276][276][276] Estes políticos não se viram afectados negativamente nos resultados eleitorais ao ser reeleitos os dois prefeitos e ter aumentando o apoio popular o terceiro. Os dois maiores partidos políticos alemães têm seção gay: em 1997 criou-se o Schwulen Christdemokraten Deutschlands dentro do CDU, que a partir de 1998 se chamou Lesben und Schwule in der Union (LSU); no SPD chamam-se Schwusos - Lesben und Schwule in der SPD.[277][278]

Desde o 1 de agosto de 2001, tem permitido as uniões civis (alemão para casais do mesmo sexo. Originalmente incluíam muitos dos direitos do casal, mas não todos, na actualidade proporcionam todos excepto a adopção conjunta e todos os benefícios fiscais. O 22 de outubro de 2009, o Tribunal Constitucional de Alemanha declarou que todos os direitos e obrigações do casal se estendam aos casais do mesmo sexo.[279]

Um estudo de 1991 do sociólogo Michael Bochow do Wissenschaftszentrum Berlin für Sozialforschung mostra que um 42% dos alemães ocidentais e um 36% dos orientais afirmavam que se encontravam fisicamente mau em presença de um homossexual. O resultado final do trabalho mostrou que um terço da população deve se classificar como homófoba e um terço como ambivalente, isto é, não são homófobos, mas não estão livres de atitudes negativas ou clichês em frente à homossexualidade.[280] A homofobia concentra-se especialmente em determinados grupos: os jovens, no mundo do futebol, a extrema direita e os imigrantes, sobretudo entre os jovens russos e turcos.[281][282][283][284] No entanto, o número de ataques contra eles é relativamente baixo.[285][286]

Os movimentos homossexuais de ambas Alemanhas acabaram se unificando e o Lesben- und Schwulenverband in Deutschland e.V. (LSVD; Federação alemã de lesbianas e gays), surgida do SVD, acabaria convertendo-se na maior organização LGBT de Alemanha. Os principais temas dos que se ocuparam as associações LGBT no final do século XX foram a discussão sobre o outing de famosos, a violência contra os homossexuais e o casamento homossexual, sendo este último praticamente o único que ficava aberto até 1999.[287] As associações e grupos do movimento foram-se profesionalizando e especializando.[288] No século XXI o movimento LGBT alemão tem incluído a luta pelos direitos do coletivo em outros países, como mostram a criação da Fundação Hirschfeld Eddy e a colaboração com o movimento LGBT polaco ou russo.

As manifestações do orgulho gay, os telefonemas Cristopher Street Day ou CSD, em lembrança da rua na que se encontra o bar Stonewall de Nova York, se converteram em atos multitudinarios na maioria das cidades do país. Os atos não se realizam o 28 de junho, senão que as cidades se vão alternando em diferentes fins de semana. As maiores são a de Berlim, cidade na que existem duas manifestações concorrentes: o CSD Berlim e o Transgeniale CSD, de caráter menos comercial e mais alternativo, e o da Colónia, que reuniu 1,2 milhões de pessoas no Europride de 2002.

Dentro da cultura LGBT há de destacar a Ralf König, um desenhista e escritor de quadrinhos de temática gay que tem conseguido um sucesso insospechado entre o público heterosexual. Suas historietas têm sido transladadas ao cinema em três ocasiões, dos quais o O homem mais desejado foi sucesso de bilheteira na Alemanha.[289][290] Também vale a pena destacar ao poeta Detlev Meyer, um dos poucos autores que tem conseguido sucesso escrevendo para um público homossexual.[291]


Referências[editar | editar código-fonte]

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Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Strabo significa vesgo em latim
  2. Traducción propia del original: La sodomie, lors qu'il n'y a point de violence, ne peut être du ressort des lois criminelles. Elle ne viole le droit d'aucun autre homme. [...] C'est un vice bas, dégoûtant, dont la véritable punition est le mépris.
  3. Para mais detalhes e referências, ver o Parágrafo 175
  4. Traducción propia del original: Die widernatürliche Unzucht, welche zwischen Personen männlichen Geschlechts oder von Menschen mit Thieren begangen wird, ist mit Gefängniß zu bestrafen; auch kann auf Verlust der bürgerlichen Ehrenrechte erkannt werden.
  5. Para más información y referencias, véase Movimiento homófilo
  6. La primera película de temática homosexual es Vingarne una película sueca de 1916, pero el tema está tratado de forma muy sutil. Existen noticias de que los cortos Lesbische Liebe (1910) y Das Barmädel (1911) contenían escenas homoeróticas por las que fueron censuradas, pero no se han conservado copias. Para más información se puede consultar «Lesbische Spuren im Film. Von den Anfängen bis 1933». Lesbengeschichte (em alemão). Consultado em 18 de junio de 2021. Cópia arquivada em 23 de diciembre de 2015  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
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  8. H.D., preso nacido en 1938, que ingresó en 1941 en Buchenwald, cuenta del kapo Müller la siguiente historia. Tras la llegada de un joven judío de buena familia y bien alimentado, lo torturó terriblemente, obligándolo finalmente a ahorcarse con sus propios tirantes. Tras la rotura de los tirantes, lo despertó a golpes, le obligó a reparar los tirantes y a colgarse de nuevo. Tras la muerte, abrió la bragueta al cadáver, todavía colgado, para mostrar la erección y hacer comentarios obscenos a los que se acercaban. La historia puede dar una idea de las condiciones en las que vivían los presos.
  9. Kirchentag son grandes encuentros de laicos evangélicos, institucionalmente independientes de las Iglesia evangélica. Para más información véase Krichentag en la Wikipedia en alemán.
  10. N. del a. Brühwarm es un juego de palabras. En el siglo XIX y principios del XX se llamaba a los homosexuales warme Brüder, hermanos cálidos, de dónde «Brü(h)[der]warm». Literalmente Brühwarm significa «caliente/cálido/templado (warm) como el caldo (Brühe)».


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Veja-se também[editar | editar código-fonte]