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Neoliberalismo: diferenças entre revisões

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{{Liberalismo}}
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'''Neoliberalismo''' é um termo que, especialmente a partir do final dos anos 1980, tem sido empregado em [[economia política]] e mostrando como as empresas e a política se organizam, que ditam  o ritmo da sociedade e do consumo, junto com  a
'''Neoliberalismo''' é um termo que, especialmente a partir do final dos anos 1980, tem sido empregado em [[economia política]] e [[economia do desenvolvimento]], em substituição a outros termos anteriormente utilizados, tais como [[monetarismo]], [[neoconservadorismo]], [[Consenso de Washington]] ou "reforma do mercado", por exemplo,<ref>{{citar periódico|título=Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan |autor =Taylor C. Boas, Jordan Gans-Morse |periódico=Studies in Comparative International Development |data=junho de 2009 |volume=44 |número=2 |páginas=137–161 |doi=10.1007/s12116-009-9040-5 |citação="Neoliberalism has rapidly become an academic catchphrase. From only a handful of mentions in the 1980s, use of the term has exploded during the past two decades, appearing in nearly 1,000 academic articles annually between 2002 and 2005. Neoliberalism is now a predominant concept in scholarly writing on development and political economy, far outpacing related terms such as monetarism, neoconservatism, the Washington Consensus, and even market reform."}}</ref> sobretudo numa perspectiva crítica,<ref>{{citar livro|autor =Noel Castree|título=A Dictionary of Human Geography|url=https://books.google.com/books?id=eYWcAQAAQBAJ&pg=PA339|ano=2013|publicado=Oxford University Press|página=339|citação="‘Neoliberalism’ is very much a critics term: it is virtually never used by those whom the critics describe as neoliberals."}}</ref> para descrever o ressurgimento de ideias derivadas do [[capitalismo]] ''[[laissez-faire]]'' (apresentadas pelo [[liberalismo clássico]]) e que foram implementadas a partir do início dos anos 1970 e 1980.<ref>{{citar livro|editor-sobrenome1 = Haymes|editor-nome1 =Stephen |editor-sobrenome2 = Vidal de Haymes|editor-nome2 = Maria|editor-sobrenome3 = Miller|editor-nome3 = Reuben|título= The Routledge Handbook of Poverty in the United States |url= http://www.routledge.com/books/details/9780415673440|local=London |publicado= [[Routledge]]|data-publicacao=2015|isbn= 0415673445|página=[https://books.google.com/books?id=qnHfBQAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA7#v=onepage&q&f=false 7]|citação= Neoliberalism represents a reassertion of the liberal political economic beliefs of the 19th century in the contemporary era.}}</ref> Seus defensores advogam em favor de políticas de [[liberalização econômica]] extensas, como as [[privatização|privatizações]], [[austeridade fiscal]], [[desregulamentação]], [[Livre-cambismo|livre comércio]], e o corte de [[Gasto público|despesas governamentais]] a fim de reforçar o papel do [[setor privado]] na economia.<ref>{{Citar web |url=http://www.investopedia.com/terms/n/neoliberalism.asp |título=Neoliberalism |autor=Investopedia |acessodata=23 de janeiro de 2016}}</ref><ref>[http://spe.library.utoronto.ca/index.php/spe/issue/view/521 "Contesting Neo-Liberalism". ''Studies in Political Economy'', vol 63 (2000) ]</ref><ref name=Boas2009/><ref name="For Business Ethics">Campbell Jones, Martin Parker, Rene Ten Bos (2005). ''For Business Ethics.'' Routledge, p. 100. ISBN 0415311357.</ref><ref name="roots">Gérard Duménil e Dominique Lévy (2004). ''[http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674011588 Capital Resurgent: Roots of the Neoliberal Revolution].'' [[Harvard University Press]]. ISBN 0674011589 .</ref><ref name=foreign /><ref>Jonathan Arac, in Peter A. Hall e Michèle Lamont, [https://books.google.com.br/books?id=hzchAwAAQBAJ&pg=PR17&lpg=PR17&dq=The+term+is+generally+used+by+those+who+oppose+it.+People+do+not+call+themselves+neoliberal;+instead,+they+tag+their+enemies+with+the+term.&source=bl&ots=EXkPGSXNk_&sig=YFuz_JIB7NW7Yuye6pljz2elzbA&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjygvKIrMHKAhXIFpAKHeygDH8Q6AEIMTAD#v=onepage&q=The%20term%20is%20generally%20used%20by%20those%20who%20oppose%20it.%20People%20do%20not%20call%20themselves%20neoliberal%3B%20instead%2C%20they%20tag%20their%20enemies%20with%20the%20term.&f=false ''Social Resilience in the Neoliberal Era]'' (2013) pp xvi-xvii:</ref>{{excesso de citações}}
----[[economia do desenvolvimento]]. Em substituição a outros termos anteriormente utilizados, tais como [[monetarismo]], [[neoconservadorismo]], [[Consenso de Washington]] ou "reforma do mercado", por exemplo,<ref>{{citar periódico|título=Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan |autor =Taylor C. Boas, Jordan Gans-Morse |periódico=Studies in Comparative International Development |data=junho de 2009 |volume=44 |número=2 |páginas=137–161 |doi=10.1007/s12116-009-9040-5 |citação="Neoliberalism has rapidly become an academic catchphrase. From only a handful of mentions in the 1980s, use of the term has exploded during the past two decades, appearing in nearly 1,000 academic articles annually between 2002 and 2005. Neoliberalism is now a predominant concept in scholarly writing on development and political economy, far outpacing related terms such as monetarism, neoconservatism, the Washington Consensus, and even market reform."}}</ref> sobretudo numa perspectiva crítica,<ref>{{citar livro|autor =Noel Castree|título=A Dictionary of Human Geography|url=https://books.google.com/books?id=eYWcAQAAQBAJ&pg=PA339|ano=2013|publicado=Oxford University Press|página=339|citação="‘Neoliberalism’ is very much a critics term: it is virtually never used by those whom the critics describe as neoliberals."}}</ref> para descrever o ressurgimento de ideias derivadas do [[capitalismo]] ''[[laissez-faire]]'' (apresentadas pelo [[liberalismo clássico]]) e que foram implementadas a partir do início dos anos 1970 e 1980.<ref>{{citar livro|editor-sobrenome1 = Haymes|editor-nome1 =Stephen |editor-sobrenome2 = Vidal de Haymes|editor-nome2 = Maria|editor-sobrenome3 = Miller|editor-nome3 = Reuben|título= The Routledge Handbook of Poverty in the United States |url= http://www.routledge.com/books/details/9780415673440|local=London |publicado= [[Routledge]]|data-publicacao=2015|isbn= 0415673445|página=[https://books.google.com/books?id=qnHfBQAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA7#v=onepage&q&f=false 7]|citação= Neoliberalism represents a reassertion of the liberal political economic beliefs of the 19th century in the contemporary era.}}</ref> Seus defensores advogam em favor de políticas de [[liberalização econômica]] extensas, como as [[privatização|privatizações]], [[austeridade fiscal]], [[desregulamentação]], [[Livre-cambismo|livre comércio]], e o corte de [[Gasto público|despesas governamentais]] a fim de reforçar o papel do [[setor privado]] na economia na tentativa de diminuir os gastos (estabelecendo um “teto”) para atingir as metas anuais e alcançar o superávit, e reduzindo assim a dívida do Estado.<ref>{{Citar web |url=http://www.investopedia.com/terms/n/neoliberalism.asp |título=Neoliberalism |autor=Investopedia |acessodata=23 de janeiro de 2016}}</ref><ref>[http://spe.library.utoronto.ca/index.php/spe/issue/view/521 "Contesting Neo-Liberalism". ''Studies in Political Economy'', vol 63 (2000) ]</ref><ref name="Boas2009" /><ref name="For Business Ethics">Campbell Jones, Martin Parker, Rene Ten Bos (2005). ''For Business Ethics.'' Routledge, p. 100. ISBN 0415311357.</ref><ref name="roots">Gérard Duménil e Dominique Lévy (2004). ''[http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674011588 Capital Resurgent: Roots of the Neoliberal Revolution].'' [[Harvard University Press]]. ISBN 0674011589 .</ref><ref name="foreign" /><ref>Jonathan Arac, in Peter A. Hall e Michèle Lamont, [https://books.google.com.br/books?id=hzchAwAAQBAJ&pg=PR17&lpg=PR17&dq=The+term+is+generally+used+by+those+who+oppose+it.+People+do+not+call+themselves+neoliberal;+instead,+they+tag+their+enemies+with+the+term.&source=bl&ots=EXkPGSXNk_&sig=YFuz_JIB7NW7Yuye6pljz2elzbA&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjygvKIrMHKAhXIFpAKHeygDH8Q6AEIMTAD#v=onepage&q=The%20term%20is%20generally%20used%20by%20those%20who%20oppose%20it.%20People%20do%20not%20call%20themselves%20neoliberal%3B%20instead%2C%20they%20tag%20their%20enemies%20with%20the%20term.&f=false ''Social Resilience in the Neoliberal Era'']'' (2013) pp xvi-xvii:''</ref>{{excesso de citações}}


Neoliberalismo é um conceito cujo uso e definição têm sofrido algumas alterações ao longo do tempo.<ref name=Boas2009>{{citar periódico|título=Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan |autor =Taylor C. Boas, Jordan Gans-Morse |periódico=Studies in Comparative International Development |data=junho de 2009 |volume=44 |número=2 |páginas=137–161 |doi=10.1007/s12116-009-9040-5}}</ref> Na década de 1930, neoliberalismo tratava-se de uma [[doutrina econômica]] que emergiu entre académicos [[Liberalismo|liberais]] europeus e que tentava definir uma denominada "terceira via" capaz de resolver o conflito entre o [[liberalismo clássico]] e a [[economia planificada]] [[Coletivismo|coletivista]].<ref>{{Citar livro |autor=Philip Mirowski, Dieter Plehwe |título=The road from Mont Pèlerin: the making of the neoliberal thought collective |editora=Harvard University Press |ano=2009 |isbn=0-674-03318-3 |páginas=14-15}}</ref> Este desenvolvimento remontou ao desejo de evitar a repetição das falhas econômicas que deram origem à [[crise de 1929]], cuja causa era atribuída principalmente à [[política económica]] do [[liberalismo clássico]]. Nas décadas posteriores, a teoria neoliberal tendeu a divergir da doutrina mais ''laissez-faire'' do liberalismo clássico, promovendo, em vez disso, uma [[economia de mercado]] sob a orientação e regras de um [[estado]] forte - modelo que viria a ser denominado [[economia social de mercado]]. O neoliberalismo é assemelhado ao [[neoconservadorismo]] quanto ao expansionismo para espalhar os valores que os seus mentores consideram ocidentais no mundo, principalmente nos anos 70.<ref>[http://www.antiwar.com/orig/giraldi.php?articleid=11438 Neolibs and Neocons, United and Interchangeable]</ref>
Neoliberalismo é um conceito cujo uso e definição têm sofrido algumas alterações ao longo do tempo.<ref name=Boas2009>{{citar periódico|título=Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan |autor =Taylor C. Boas, Jordan Gans-Morse |periódico=Studies in Comparative International Development |data=junho de 2009 |volume=44 |número=2 |páginas=137–161 |doi=10.1007/s12116-009-9040-5}}</ref> Na década de 1930, neoliberalismo tratava-se de uma [[doutrina econômica]] que emergiu entre académicos [[Liberalismo|liberais]] europeus e que tentava definir uma denominada "terceira via" capaz de resolver o conflito entre o [[liberalismo clássico]] e a [[economia planificada]] [[Coletivismo|coletivista]].<ref>{{Citar livro |autor=Philip Mirowski, Dieter Plehwe |título=The road from Mont Pèlerin: the making of the neoliberal thought collective |editora=Harvard University Press |ano=2009 |isbn=0-674-03318-3 |páginas=14-15}}</ref> Este desenvolvimento remontou ao desejo de evitar a repetição das falhas econômicas que deram origem à [[crise de 1929]], cuja causa era atribuída principalmente à [[política económica]] do [[liberalismo clássico]]. Nas décadas posteriores, a teoria neoliberal tendeu a divergir da doutrina mais ''laissez-faire'' do liberalismo clássico, promovendo, em vez disso, uma [[economia de mercado]] sob a orientação e regras de um [[estado]] forte - modelo que viria a ser denominado [[economia social de mercado]]. O neoliberalismo é assemelhado ao [[neoconservadorismo]] quanto ao expansionismo para espalhar os valores que os seus mentores consideram ocidentais no mundo, principalmente nos anos 70.<ref>[http://www.antiwar.com/orig/giraldi.php?articleid=11438 Neolibs and Neocons, United and Interchangeable]</ref>


Na década de 1960, o uso do termo "neoliberal" entrou em acentuado declínio, mas, quando foi reintroduzido, na década de 1980, o seu significado tinha se alterado e passou a ser associado às reformas económicas implementadas no [[Chile]], nos anos 1970, durante a [[Ditadura militar no Chile (1973–1990)|ditadura de Augusto Pinochet]], que contou com a colaboração de [[Friedrich Hayek|Hayek]], dos [[Chicago Boys]] <ref>[http://crookedtimber.org/2013/06/25/the-hayek-pinochet-connection-a-second-reply-to-my-critics/ The Hayek-Pinochet Connection: A Second Reply to My Critics]. Por Corey Robin, 25 de junho de 2013.</ref> e da [[CIA]].<ref name=us-senate-1975>{{citar livro|título=Covert Action in Chile 1963—1973|ano=1975|publicado=U.S. Government Printing Office|local=Washington, D.C.|url=http://www.intelligence.senate.gov/sites/default/files/94intelligence_activities_VII.pdf|autor =[[Comissão Church|Select Committee to Study Governmental Operations with Respect to Intelligence Activities, United States Senate]]|acessodata=24 de janeiro de 2016|arquivourl=http://ia801701.us.archive.org/2/items/Covert-Action-In-Chile-1963-1973/94chile.pdf|arquivodata=março de 2013|citação="''Another goal, achieved in part through work done at the opposition research organization before the coup, was to help the new government organize and implement new policies. Project files record that CIA collaborators were involved in preparing an initial overall economic plan which has served as the basis for the Junta's most important economic decisions.''" <br /> Tradução: "Outro objetivo, alcançado em parte através do trabalho feito na organização de pesquisa de oposição antes do [[Golpe de Estado no Chile em 1973|golpe]], foi ajudar o novo governo a organizar e implementar novas políticas. Arquivos de projetos registram que colaboradores da CIA estiveram envolvidos na preparação de um plano econômico global inicial, que serviu de base para as decisões econômicas mais importantes da Junta Militar chilena." }}</ref> {{rp|40}} <ref name=klein-2008>{{citar livro|último =Klein|primeiro =Naomi|título=The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism|ano=2008|publicado=Picador|local=New York|isbn=978-0-312-42799-3|página=86|url=http://books.google.com/books?id=PwHUAq5LPOQC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false}}</ref> Neste período, a palavra não apenas adquiriu uma conotação negativa diante dos críticos da reforma do [[mercado]], como também havia mudado de significação - deixando de ser considerado como uma forma moderada de liberalismo, para ser entendido como um conjunto de ideias mais radicalmente favoráveis ao ''[[capitalismo]] [[laissez-faire]]''. Os académicos passaram, então, a associar o neoliberalismo às teorias dos [[economista]]s [[Friedrich Hayek]], da [[Escola Austríaca]], e [[Milton Friedman]], da [[Escola de Chicago (economia)|Escola de Chicago]].<ref name=Boas2009/> Nos anos 1980, o termo passa a ser usado por acadêmicos ligados a diferentes ciências sociais, sobretudo na crítica a esse ressurgimento das ideias derivadas do [[liberalismo econômico]] ''[[laissez faire]]'' do [[século XIX]]<ref name=roots /><ref name=foreign>{{Citar web |autor=Thomas I. Palley |data=5 de maio de 2004 |url=http://fpif.org/from_keynesianism_to_neoliberalism_shifting_paradigms_in_economics/ |título=From Keynesianism to Neoliberalism: Shifting Paradigms in Economics |publicado=''Foreign Policy in Focus'' |acessodata=11 de novembro de 2014}}</ref><ref>{{citar livro|autor =Noel Castree|título=A Dictionary of Human Geography|url=https://books.google.com/books?id=eYWcAQAAQBAJ&pg=PA339|ano=2013|publicado=Oxford University Press|página=339|citação=''‘Neoliberalism’ is very much a critics term: it is virtually never used by those whom the critics describe as neoliberals.'' Tradução: 'Neoliberalismo' é de fato um termo crítico: virtualmente, nunca é usado por aqueles que os críticos descrevem como neoliberais}}</ref><ref>{{citar livro|editor-sobrenome1 = Haymes|editor-nome1 =Stephen |editor-sobrenome2 = Vidal de Haymes|editor-nome2 = Maria|editor-sobrenome3 = Miller|editor-nome3 = Reuben|título= The Routledge Handbook of Poverty in the United States |url= https://books.google.com.br/books?id=QXPfBQAAQBAJ&pg=PP1&lpg=PP1&dq=The+Routledge+Handbook+of+Poverty+in+the+United+States&source=bl&ots=6nEfYcs2E6&sig=AwUIeMkbnIUJgZClspQT7_o0Dos&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj0gvOw9cDKAhXCQ5AKHavMDn8Q6AEIQzAE#v=onepage&q=The%20Routledge%20Handbook%20of%20Poverty%20in%20the%20United%20States&f=false|local=London |publicado= Routledge|data-publicacao=2015|isbn= 0415673445|página=[https://books.google.com/books?id=qnHfBQAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA7#v=onepage&q&f=false 7]|citação= ''"Neoliberalism represents a reassertion of the liberal political economic beliefs of the 19th century in the contemporary era."'' Tradução: O neoliberalismo representa a reafirmação das crenças da economia política liberal do século XIX, na era contemporânea.}}</ref> O emprego do termo expandiu-se rapidamente ao longo dos [[anos 1990]], consolidando-se nos [[anos 2000]].<ref>{{citar periódico|título=Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan |autor =Taylor C. Boas, Jordan Gans-Morse |periódico=Studies in Comparative International Development |data=junho de 2009 |volume=44 |número=2 |páginas=137–161 |doi=10.1007/s12116-009-9040-5 |citação=''"Neoliberalism has rapidly become an academic catchphrase. From only a handful of mentions in the 1980s, use of the term has exploded during the past two decades, appearing in nearly 1,000 academic articles annually between 2002 and 2005. Neoliberalism is now a predominant concept in scholarly writing on development and political economy, far outpacing related terms such as monetarism, neoconservatism, the Washington Consensus, and even market reform."''<br /> Tradução: ""O neoliberalismo tornou-se rapidamente um [[bordão]] acadêmico. A partir de um pequeno número de citações, na década de 1980, o uso do termo explodiu durante as duas últimas décadas, aparecendo em cerca de 1.000 artigos acadêmicos por ano, entre 2002 e 2005. Neoliberalismo é agora um conceito predominante na literatura acadêmica sobre desenvolvimento e economia política, ultrapassando de longe termos correlatos, como [[monetarismo]], [[neoconservadorismo]], [[Consenso de Washington]] e até mesmo [[reforma de mercado]]."}}</ref>
Na década de 1960, o uso do termo "neoliberal" entrou em acentuado declínio, mas, quando foi reintroduzido, na década de 1980, o seu significado tinha se alterado e passou a ser associado às reformas económicas implementadas no [[Chile]], nos anos 1970, durante a [[Ditadura militar no Chile (1973–1990)|ditadura de Augusto Pinochet]], que contou com a colaboração de [[Friedrich Hayek|Hayek]], dos [[Chicago Boys]] <ref>[http://crookedtimber.org/2013/06/25/the-hayek-pinochet-connection-a-second-reply-to-my-critics/ The Hayek-Pinochet Connection: A Second Reply to My Critics]. Por Corey Robin, 25 de junho de 2013.</ref> e da [[CIA]].<ref name=us-senate-1975>{{citar livro|título=Covert Action in Chile 1963—1973|ano=1975|publicado=U.S. Government Printing Office|local=Washington, D.C.|url=http://www.intelligence.senate.gov/sites/default/files/94intelligence_activities_VII.pdf|autor =[[Comissão Church|Select Committee to Study Governmental Operations with Respect to Intelligence Activities, United States Senate]]|acessodata=24 de janeiro de 2016|arquivourl=http://ia801701.us.archive.org/2/items/Covert-Action-In-Chile-1963-1973/94chile.pdf|arquivodata=março de 2013|citação="''Another goal, achieved in part through work done at the opposition research organization before the coup, was to help the new government organize and implement new policies. Project files record that CIA collaborators were involved in preparing an initial overall economic plan which has served as the basis for the Junta's most important economic decisions.''" <br /> Tradução: "Outro objetivo, alcançado em parte através do trabalho feito na organização de pesquisa de oposição antes do [[Golpe de Estado no Chile em 1973|golpe]], foi ajudar o novo governo a organizar e implementar novas políticas. Arquivos de projetos registram que colaboradores da CIA estiveram envolvidos na preparação de um plano econômico global inicial, que serviu de base para as decisões econômicas mais importantes da Junta Militar chilena." }}</ref> {{rp|40}} <ref name=klein-2008>{{citar livro|último =Klein|primeiro =Naomi|título=The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism|ano=2008|publicado=Picador|local=New York|isbn=978-0-312-42799-3|página=86|url=http://books.google.com/books?id=PwHUAq5LPOQC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false}}</ref> Neste período, a palavra não apenas adquiriu uma conotação negativa diante dos críticos da reforma do [[mercado]], como também havia mudado de significação - deixando de ser considerado como uma forma moderada de liberalismo, para ser entendido como um conjunto de ideias mais radicalmente favoráveis ao ''[[capitalismo]] [[laissez-faire]]''. Os académicos passaram, então, a associar o neoliberalismo às teorias dos [[economista]]s [[Friedrich Hayek]], da [[Escola Austríaca]], e [[Milton Friedman]], da [[Escola de Chicago (economia)|Escola de Chicago]].<ref name=Boas2009/> Nos anos 1980, o termo passa a ser usado por acadêmicos ligados a diferentes ciências sociais, sobretudo na crítica a esse ressurgimento das ideias derivadas do [[liberalismo econômico]] ''[[laissez faire]]'' do [[século XIX]]<ref name=roots /><ref name=foreign>{{Citar web |autor=Thomas I. Palley |data=5 de maio de 2004 |url=http://fpif.org/from_keynesianism_to_neoliberalism_shifting_paradigms_in_economics/ |título=From Keynesianism to Neoliberalism: Shifting Paradigms in Economics |publicado=''Foreign Policy in Focus'' |acessodata=11 de novembro de 2014}}</ref><ref>{{citar livro|autor =Noel Castree|título=A Dictionary of Human Geography|url=https://books.google.com/books?id=eYWcAQAAQBAJ&pg=PA339|ano=2013|publicado=Oxford University Press|página=339|citação=''‘Neoliberalism’ is very much a critics term: it is virtually never used by those whom the critics describe as neoliberals.'' Tradução: 'Neoliberalismo' é de fato um termo crítico: virtualmente, nunca é usado por aqueles que os críticos descrevem como neoliberais}}</ref><ref>{{citar livro|editor-sobrenome1 = Haymes|editor-nome1 =Stephen |editor-sobrenome2 = Vidal de Haymes|editor-nome2 = Maria|editor-sobrenome3 = Miller|editor-nome3 = Reuben|título= The Routledge Handbook of Poverty in the United States |url= https://books.google.com.br/books?id=QXPfBQAAQBAJ&pg=PP1&lpg=PP1&dq=The+Routledge+Handbook+of+Poverty+in+the+United+States&source=bl&ots=6nEfYcs2E6&sig=AwUIeMkbnIUJgZClspQT7_o0Dos&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj0gvOw9cDKAhXCQ5AKHavMDn8Q6AEIQzAE#v=onepage&q=The%20Routledge%20Handbook%20of%20Poverty%20in%20the%20United%20States&f=false|local=London |publicado= Routledge|data-publicacao=2015|isbn= 0415673445|página=[https://books.google.com/books?id=qnHfBQAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA7#v=onepage&q&f=false 7]|citação= ''"Neoliberalism represents a reassertion of the liberal political economic beliefs of the 19th century in the contemporary era."'' Tradução: O neoliberalismo representa a reafirmação das crenças da economia política liberal do século XIX, na era contemporânea.}}</ref> O emprego do termo expandiu-se rapidamente ao longo dos [[anos 1990]], consolidando-se nos [[anos 2000]].<ref>{{citar periódico|título=Neoliberalism: From New Liberal Philosophy to Anti-Liberal Slogan |autor =Taylor C. Boas, Jordan Gans-Morse |periódico=Studies in Comparative International Development |data=junho de 2009 |volume=44 |número=2 |páginas=137–161 |doi=10.1007/s12116-009-9040-5 |citação=''"Neoliberalism has rapidly become an academic catchphrase. From only a handful of mentions in the 1980s, use of the term has exploded during the past two decades, appearing in nearly 1,000 academic articles annually between 2002 and 2005. Neoliberalism is now a predominant concept in scholarly writing on development and political economy, far outpacing related terms such as monetarism, neoconservatism, the Washington Consensus, and even market reform."''<br /> Tradução: ""O neoliberalismo tornou-se rapidamente um [[bordão]] acadêmico. A partir de um pequeno número de citações, na década de 1980, o uso do termo explodiu durante as duas últimas décadas, aparecendo em cerca de 1.000 artigos acadêmicos por ano, entre 2002 e 2005. Neoliberalismo é agora um conceito predominante na literatura acadêmica sobre desenvolvimento e economia política, ultrapassando de longe termos correlatos, como [[monetarismo]], [[neoconservadorismo]], [[Consenso de Washington]] e até mesmo [[reforma de mercado]]."}}</ref> . A conotação negativa se deve ao fato desta nova corrente econômica ignorar os aspectos sociais, literalmente tendo olhos apenas para o lucro e capital; por conta de estratégias criadas a partir do neoliberalismo que crises de desemprego, inflação e mortes generalizadas ocorreram nos casos das ditaduras da América Latina e no caso da crise que a Grécia enfrenta há mais de dez anos.


== Laissez-Faire ==
Assim, uma vez estabelecido o novo significado da palavra entre os académicos de língua espanhola, este difundiu-se para a literatura de [[economia política]], em língua inglesa,<ref name=Boas2009/> associando-se ao conjunto de políticas económicas introduzidas por [[Augusto Pinochet]], no [[Chile]], [[Margaret Thatcher]], no [[Reino Unido]], e [[Ronald Reagan]], nos [[Estados Unidos]].<ref name = "For Business Ethics"/> A mudança no [[Consenso de Washington|consenso]] que ocorreu durante as décadas de 1970 e 1980 em prol das teorias econômicas e políticas neoliberais, é considerada por alguns estudiosos como sendo a raiz da [[financeirização]] da economia<ref>{{citar web|URL=http://www.usp.br/agen/?p=88247|título=Financeirização altera capitalismo após a década de 1980|publicado=Universidade de São Paulo|autor=Monteiro, Sandra O.|data=14 de fevereiro de 2012}}</ref> que culminaria com a [[crise financeira de 2008|crise de 2008]].<ref>{{citar periódico|último =Lavoie |primeiro =Marc |título=Financialization, neo-liberalism, and securitization |periódico=Journal of Post Keynesian Economics |volume=35 |número=2 |páginas=215–233 |data=inverno de 2012–2013 |subscrição=yes |via=[[JSTOR]] |doi=10.2753/pke0160-3477350203 |jstor=23469991}}</ref><ref name="BraedleyLuxton">Susan Braedley and Meg Luxton, ''[http://www.mqup.ca/neoliberalism-and-everyday-life-products-9780773536739.php Neoliberalism and Everyday Life].'' McGill-Queen's University Press, 2010, ISBN 0773536922, [https://books.google.com/books?id=CvD-6GQWr04C&lpg=PP1&pg=PA3#v=onepage&q&f=false p. 3]</ref><ref name="StegerRoy">Manfred B. Steger e Ravi K. Roy, ''[https://global.oup.com/academic/product/neoliberalism-a-very-short-introduction-9780199560516?cc=us&lang=en&# Neoliberalism: A Very Short Introduction]'', ([[Oxford University Press]], 2010), ISBN 019956051X, p. 123</ref><ref>Gérard Duménil e Dominique Lévy, ''[http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674072244&content=reviews The Crisis of Neoliberalism],'' ([[Harvard University Press]], 2013), ISBN 0674072243</ref><ref>David M Kotz, ''[http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674725652 The Rise and Fall of Neoliberal Capitalism],'' ([[Harvard University Press]], 2015), ISBN 0674725654</ref>
[[Laissez-faire|Laissez faire]]<ref>{{Citar periódico |url=https://tede2.pucsp.br/handle/handle/repositorio.pucsp.br/handle/handle/9178 |titulo=Sobre a neutralidade do Estado: Do laissez-Faire ao Welfare State |data=2005-10-18 |acessodata=2021-10-20 |ultimo=Lourençato |primeiro=Antonio Aparecido}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.politize.com.br/laissez-faire/ |titulo=Laissez-faire: o que essa expressão significa e quem a criou? |data=2020-09-16 |acessodata=2021-10-20 |website=Politize! |lingua=pt-BR}}</ref> é uma expressão em francês usada para se referir ao [[liberalismo]]. Ela está ligada à ideia de deixar o mercado agir sem interferências das ações do governo.

Assim, o termo '''laissez faire''' faz parte de discussões sobre os limites da atuação do Estado, como por exemplo na formação de um [[Oligopólio|oligopólio.]]

A expressão laissez faire significa “deixar fazer”, e representa uma das principais ideias da economia liberal. O modelo econômico defende que o Estado deve garantir apenas as condições adequadas, como o direito à propriedade. O restante deve se desenvolver de forma natural.

Em resumo, o termo mostra os ideais defendidos pelo liberalismo. Isso é, as instituições privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo.

Além disso, a teoria também propõe uma diminuição da interferência política. Assim, restringe-se também a atuação do Estado na economia. Caberia ao poder público apenas a fiscalização e regulamentação. Desta forma, a economia teria a interferência de uma chamada mão invisível que ditaria as condições

== Uso recorrente<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/252742174|título=For business ethics|ultimo=Jones|primeiro=Campbell|data=2005|editora=Routledge|outros=Martin Parker, Bene ten Bos|local=London|oclc=252742174}}</ref> ==


O neoliberalismo é contemporaneamente usado para se referir a políticas de reforma orientadas para o mercado, como "eliminação dos controles de preços, desregulamentação dos mercados de capitais, redução das barreiras comerciais" e redução, especialmente por meio da privatização e austeridade, da influência do Estado na economia. Também é comumente associada às políticas econômicas introduzidas por [[Margaret Thatcher]] no Reino Unido e [[Ronald Reagan]] nos Estados Unidos. Alguns estudiosos observam que ele tem uma série de usos distintos em diferentes esferas:


·        Como modelo de desenvolvimento, refere-se à rejeição da economia estruturalista em favor do [[Consenso de Washington]].

·        Como ideologia, denota uma concepção de liberdade como um valor social abrangente associado à redução das funções do estado às de um estado mínimo.

·        Como política pública, envolve a privatização de setores ou serviços econômicos públicos, a desregulamentação das empresas privadas, a redução acentuada da dívida pública e a redução dos gastos com obras públicas.

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Assim, uma vez estabelecido o novo significado da palavra entre os académicos de língua espanhola, este difundiu-se para a literatura de [[economia política]], em língua inglesa,<ref name="Boas2009" /> associando-se ao conjunto de políticas económicas introduzidas por [[Augusto Pinochet]], no [[Chile]], [[Margaret Thatcher]], no [[Reino Unido]], e [[Ronald Reagan]], nos [[Estados Unidos]].<ref name="For Business Ethics" /> A mudança no [[Consenso de Washington|consenso]] que ocorreu durante as décadas de 1970 e 1980 em prol das teorias econômicas e políticas neoliberais, é considerada por alguns estudiosos como sendo a raiz da [[financeirização]] da economia<ref>{{citar web|URL=http://www.usp.br/agen/?p=88247|título=Financeirização altera capitalismo após a década de 1980|publicado=Universidade de São Paulo|autor=Monteiro, Sandra O.|data=14 de fevereiro de 2012}}</ref> que culminaria com a [[crise financeira de 2008|crise de 2008]]. Uma vez que esta corrente não se difere do liberalismo no quesito lucro, ambas correntes capitalistas possuem erros e críticas drásticas devido o abuso de seu uso, forçando leis e instituições financeiras a situações fraudulentas, visto nos casos da Crise de 2008 com o problema do setor imobiliário devido á fraude das hipotecas e da crise de 1929, com a fraude do sistema de empréstimo[1].


<ref>{{citar periódico|último =Lavoie |primeiro =Marc |título=Financialization, neo-liberalism, and securitization |periódico=Journal of Post Keynesian Economics |volume=35 |número=2 |páginas=215–233 |data=inverno de 2012–2013 |subscrição=yes |via=[[JSTOR]] |doi=10.2753/pke0160-3477350203 |jstor=23469991}}</ref><ref name="BraedleyLuxton">Susan Braedley and Meg Luxton, ''[http://www.mqup.ca/neoliberalism-and-everyday-life-products-9780773536739.php Neoliberalism and Everyday Life].'' McGill-Queen's University Press, 2010, ISBN 0773536922, [https://books.google.com/books?id=CvD-6GQWr04C&lpg=PP1&pg=PA3#v=onepage&q&f=false p. 3]</ref><ref name="StegerRoy">Manfred B. Steger e Ravi K. Roy, ''[https://global.oup.com/academic/product/neoliberalism-a-very-short-introduction-9780199560516?cc=us&lang=en&# Neoliberalism: A Very Short Introduction]'', ([[Oxford University Press]], 2010), ISBN 019956051X, p. 123</ref><ref>Gérard Duménil e Dominique Lévy, ''[http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674072244&content=reviews The Crisis of Neoliberalism],'' ([[Harvard University Press]], 2013), ISBN 0674072243</ref><ref>David M Kotz, ''[http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674725652 The Rise and Fall of Neoliberal Capitalism],'' ([[Harvard University Press]], 2015), ISBN 0674725654</ref>


A produção acadêmica acerca do fenômeno do neoliberalismo tem crescido,<ref>{{en}} [http://history.columbia.edu/graduate/Shenk.html Timothy Shenk] {{Wayback|url=http://history.columbia.edu/graduate/Shenk.html |date=20151224023440 }} . [http://www.dissentmagazine.org/blog/booked-3-what-exactly-is-neoliberalism-wendy-brown-undoing-the-demos Booked #3: What Exactly is Neoliberalism?] (entrevista com o cientista político Wendy Brown). ''Dissent'', 2 de abril de 2015.</ref> e o impacto da [[crise global de 2008]] na economia global tem suscitado novas críticas ao modelo neoliberal, que buscam novas alternativas capazes de promover o [[desenvolvimento econômico]].<ref>{{citar livro|último1 =Pradella|primeiro1 =Lucia|último2 =Marois|primeiro2 =Thomas|título=Polarising Development: Alternatives to Neoliberalism and the Crisis|data=2015|url=http://www.academia.edu/9680429/Polarising_Development_Introducing_Alternatives_to_Neoliberalism_and_the_Crisis |publicado=Pluto Press|local= |isbn=978 0 7453 3469 1|páginas=1–11}}</ref> Em junho de 2016, o [[Fundo Monetário Internacional]], que prescreve o neoliberalismo como forma de nortear o [[crescimento econômico]] [[sustentabilidade|sustentável]] em [[países em desenvolvimento]], publicou um artigo indicando que algumas políticas neoliberais poderiam ter efeitos nocivos de longo prazo, dado que, em vez de gerar crescimento, aumentariam a [[desigualdade]], colocando em risco uma expansão econômica duradoura, isto é, prejudicando o nível e a [[Sustentabilidade económica|sustentabilidade do crescimento]].<ref name="autogenerated1">[http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2016/06/ostry.htm Neoliberalism: Oversold?]. Por Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani e Davide Furceri. ''Finance & Development'', junho de 2016, v. 53, nº 2.</ref><ref name="globo1">{{Citar web |url =http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/05/fmi-diz-que-politicas-neoliberais-aumentaram-desigualdade.html |título= FMI diz que políticas neoliberais aumentaram desigualdade | publicado = [[G1]] | ano = 2016}}</ref>
A produção acadêmica acerca do fenômeno do neoliberalismo tem crescido,<ref>{{en}} [http://history.columbia.edu/graduate/Shenk.html Timothy Shenk] {{Wayback|url=http://history.columbia.edu/graduate/Shenk.html |date=20151224023440 }} . [http://www.dissentmagazine.org/blog/booked-3-what-exactly-is-neoliberalism-wendy-brown-undoing-the-demos Booked #3: What Exactly is Neoliberalism?] (entrevista com o cientista político Wendy Brown). ''Dissent'', 2 de abril de 2015.</ref> e o impacto da [[crise global de 2008]] na economia global tem suscitado novas críticas ao modelo neoliberal, que buscam novas alternativas capazes de promover o [[desenvolvimento econômico]].<ref>{{citar livro|último1 =Pradella|primeiro1 =Lucia|último2 =Marois|primeiro2 =Thomas|título=Polarising Development: Alternatives to Neoliberalism and the Crisis|data=2015|url=http://www.academia.edu/9680429/Polarising_Development_Introducing_Alternatives_to_Neoliberalism_and_the_Crisis |publicado=Pluto Press|local= |isbn=978 0 7453 3469 1|páginas=1–11}}</ref> Em junho de 2016, o [[Fundo Monetário Internacional]], que prescreve o neoliberalismo como forma de nortear o [[crescimento econômico]] [[sustentabilidade|sustentável]] em [[países em desenvolvimento]], publicou um artigo indicando que algumas políticas neoliberais poderiam ter efeitos nocivos de longo prazo, dado que, em vez de gerar crescimento, aumentariam a [[desigualdade]], colocando em risco uma expansão econômica duradoura, isto é, prejudicando o nível e a [[Sustentabilidade económica|sustentabilidade do crescimento]].<ref name="autogenerated1">[http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2016/06/ostry.htm Neoliberalism: Oversold?]. Por Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani e Davide Furceri. ''Finance & Development'', junho de 2016, v. 53, nº 2.</ref><ref name="globo1">{{Citar web |url =http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/05/fmi-diz-que-politicas-neoliberais-aumentaram-desigualdade.html |título= FMI diz que políticas neoliberais aumentaram desigualdade | publicado = [[G1]] | ano = 2016}}</ref>
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Essa discussão, que se iniciou no campo da teoria econômica, transbordou, na Inglaterra, para o campo da discussão político-partidária e serviu de mote à campanha que elegeu, pelo [[Partido Conservador (Reino Unido)|Partido Conservador]], [[Winston Churchill]], que chegou a dizer que "os [[Labour Party|trabalhistas]] eram iguais aos [[nazistas]]".<ref name=MONT/>
Essa discussão, que se iniciou no campo da teoria econômica, transbordou, na Inglaterra, para o campo da discussão político-partidária e serviu de mote à campanha que elegeu, pelo [[Partido Conservador (Reino Unido)|Partido Conservador]], [[Winston Churchill]], que chegou a dizer que "os [[Labour Party|trabalhistas]] eram iguais aos [[nazistas]]".<ref name=MONT/>

== Colóquio de Walter Lippmann ==
Por muito tempo se considerou a formação da sociedade [[Sociedade Mont Pèlerin|Mont Pèlerin]] em 1947 como um dos marcos mais precoces da constituição do “neoliberalismo”. Todavia, esta percepção começou a mudar depois do curso ministrado por Michel Foucault no Collège de France em 1978. Assim, nesta ocasião ele chamou a atenção para a importância do [[Colóquio Walter Lippmann]] realizado em Paris em 1938 na reorganização e renovação do pensamento liberal contemporâneo. A análise do colóquio tornou-se uma tarefa muito mais simples após Jurgen Reinhoudt e Serge Audier compilarem todas as sessões no livro “The Walter Lippmann Colloquium: the birth of neo-liberalism”. O livro conta com uma lista da bibliografia produzida pelos membros do colóquio e, também, um conjunto significativo de fontes primárias que são extremamente úteis para reconstituir o clima geral em geral.

           O Colóquio Walter Lippmann, em francês Colloque Walter Lippmann, foi uma conferência de intelectuais organizada em Paris, em agosto de 1938 pelo filósofo francês Louis Rougier (filósofo francês). Depois que o interesse no liberalismo clássico diminuiu nas décadas de 1920 e 1930, o objetivo se focou em construir um novo liberalismo como uma rejeição do coletivismo, do liberalismo e do socialismo. É importante dizer que, prevaleceu a necessidade de construir uma nova forma de governamentalidade.



=== Escola de Chicago ===
=== Escola de Chicago ===
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Em 1944, os países ricos criaram os [[acordos de Bretton Woods]] e estabeleceram regras [[intervencionismo (economia)|intervencionistas]] para a [[economia mundial]]. Entre outras medidas, foi criado o [[FMI]]. Com a adoção das metas dos acordos de Bretton Woods e a adoção de [[escola keynesiana|políticas keynesianas]], os [[Trinta Anos Gloriosos|30 anos seguintes]] foram de rápido crescimento nos países europeus e no [[Japão]], que viveram sua "Era de Ouro". A Europa renascia, com os financiamentos concedidos por meio do [[Plano Marshall]], e o Japão teve o período de maior progresso de sua história. O período de [[pós-guerra]], até o início da década de 1960 foram os "anos dourados" das economias capitalistas.
Em 1944, os países ricos criaram os [[acordos de Bretton Woods]] e estabeleceram regras [[intervencionismo (economia)|intervencionistas]] para a [[economia mundial]]. Entre outras medidas, foi criado o [[FMI]]. Com a adoção das metas dos acordos de Bretton Woods e a adoção de [[escola keynesiana|políticas keynesianas]], os [[Trinta Anos Gloriosos|30 anos seguintes]] foram de rápido crescimento nos países europeus e no [[Japão]], que viveram sua "Era de Ouro". A Europa renascia, com os financiamentos concedidos por meio do [[Plano Marshall]], e o Japão teve o período de maior progresso de sua história. O período de [[pós-guerra]], até o início da década de 1960 foram os "anos dourados" das economias capitalistas.

== GRANDE DEPRESSÃO ==
Grande Depressão<ref>{{Citar web |url=https://escola.britannica.com.br/artigo/Grande-Depress%C3%A3o/481409 |acessodata=2021-10-20 |website=escola.britannica.com.br}}</ref> <ref>{{Citar web |url=https://www.unifal-mg.edu.br/remadih/a-grande-depressao-crise-de-1929/ |titulo=A Grande Depressão (Crise de 1929) – REMADIH |acessodata=2021-10-20 |lingua=pt-BR}}</ref> é o nome dado a um período na história do século XX em que grande parte do mundo enfrentou graves problemas econômicos. Muitas pessoas passaram fome e não tinham trabalho nem moradia. Isso aconteceu durante a década de 1930 e teve início nos Estados Unidos, de onde se espalhou para o resto do mundo.

Durante a década de 1920, muitas pessoas investiam seu dinheiro nas bolsas de valores, comprando ações. (As ações representam a participação na propriedade de uma empresa, ou seja, ao comprar ações de uma empresa, a pessoa se torna dona de uma pequena parte dela.) Por alguns anos o valor das ações subiu rapidamente. Em setembro de 1929, porém, os preços das ações começaram a cair; em outubro, eles despencaram. O que antes valia muito passou a não valer nada.

Muitas pessoas perderam todo o dinheiro que tinham. Quem havia tomado dinheiro emprestado dos bancos ficou sem condições de pagar sua dívida. Muitos bancos faliram porque multidões tentaram retirar todo o seu dinheiro ao mesmo tempo. Quando um banco falia, quem tinha conta lá perdia suas economias. Além disso, fábricas e empresas fecharam porque havia pouca gente para comprar os bens que elas produziam ou vendiam.

A crise nos Estados Unidos afetou países do mundo inteiro. O Reino Unido, a Alemanha e outros países sofreram com a perda de empréstimos americanos e com o fim das trocas comerciais com os Estados Unidos.

Cada país também tentava proteger suas próprias empresas impondo limites ou impostos sobre bens comprados de outras nações. Como consequência, nenhum país conseguia vender seus produtos para os outros. Isso provocou uma enorme redução no comércio internacional.

O presidente norte-americano [[Herbert Hoover]] perdeu o cargo nas eleições de 1932. O novo presidente, [[Franklin D. Roosevelt]], estabeleceu uma política de desenvolvimento chamada [[New Deal]] (Novo Trato). O New Deal gerou empregos de imediato. Mudanças foram feitas no sistema financeiro (bancos e dinheiro) para evitar que os mesmos problemas voltassem a ocorrer.

Nos Estados Unidos, a Grande Depressão terminou só depois que o país entrou na [[Segunda Guerra Mundial]] , em 1941. As fábricas começaram a produzir armas, aviões, navios e outros produtos necessários para as operações de guerra, o que movimentou muito dinheiro e gerou empregos. Com isso, muitas pessoas voltaram a trabalhar, e as atividades comerciais foram se recuperando.

Todas as guerras e crises em seguida apenas mostraram ao mundo que o liberalismo clássico era falho, fazendo com que economistas tivessem que achar uma solução que não saísse do eixo da economia capitalista, uma vez que ideias “socialistas” ou “de esquerda” sempre assolaram o mundo e abriram brechas para o implante de sistemas frouxos e fraudentos (caso do neoliberalismo também).


== Teorias econômicas ==
== Teorias econômicas ==
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Os impostos federais sobre a renda foram significativamente reduzidos com a sanção da ''Economic Recovery Tax Act of 1981''.<ref>{{citar web|url=http://www.heritage.org/research/reports/1996/07/bg1086nbsp-the-historical-lessons-of-lower-tax|titulo=The Historical Lessons of Lower Tax Rates|publicado=The Heritage Foundation|autor=Daniel J. Mitchell|data=19 de julho de 1996|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> No entanto, outros aumentos de impostos aprovados pelo Congresso e sancionados pelo presidente garantiram que as receitas federais provenientes do imposto de renda
Os impostos federais sobre a renda foram significativamente reduzidos com a sanção da ''Economic Recovery Tax Act of 1981''.<ref>{{citar web|url=http://www.heritage.org/research/reports/1996/07/bg1086nbsp-the-historical-lessons-of-lower-tax|titulo=The Historical Lessons of Lower Tax Rates|publicado=The Heritage Foundation|autor=Daniel J. Mitchell|data=19 de julho de 1996|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> No entanto, outros aumentos de impostos aprovados pelo Congresso e sancionados pelo presidente garantiram que as receitas federais provenientes do imposto de renda
aumentassem de US$308,7 bilhões para US$549 bilhões e fossem superiores a média do período de 1970-2010.<ref>{{citar web|url=http://www.forbes.com/2010/02/02/barack-obama-ronald-reagan-budget-taxes-opinions-contributors-rob-shapiro.html|titulo=Even Reagan Raised Taxes|publicado=Forbes|autor=Robert Shapiro|data=2 de março de 2010|acessodata=24 de maio de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150210170946/http://www.forbes.com/2010/02/02/barack-obama-ronald-reagan-budget-taxes-opinions-contributors-rob-shapiro.html|arquivodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.nytimes.com/2011/11/19/business/economy/tax-pledge-may-scuttle-deal-to-cut-deficit-economic-memo.html|titulo=Tax Pledge May Scuttle a Deal on Deficit|publicado=The New York Times|autor=Catherine Rampell|data=18 de novembro de 2011|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://money.cnn.com/2010/09/08/news/economy/reagan_years_taxes/index.htm|titulo=Taxes: What people forget about Reagan|publicado=CNN|autor=Jeanne Sahadi|data=12 de setembro de 2010|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> Com a sanção da lei bipartidária ''Tax Reform Act of 1986'', a [[Direito tributário|legislação tributária]] também foi revisada.<ref>{{citar web|url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/10/20/AR2006102001255.html|titulo=Taxing Lessons, 20 Years In the Making|publicado=The Washington Post|autor=Jeffrey H. Birnbaum|data=26 de outubro de 2006|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> Apesar do fato de que a ''Tax Equity and Fiscal Responsibility Act of 1982'' (TEFRA) foi o maior aumento de impostos em tempos de paz da história norte-americana,<ref>{{citar web|url=http://www.treasury.gov/resource-center/tax-policy/tax-analysis/Documents/ota81.pdf|titulo=Revenue Effects of Major Tax Bills|publicado=United States Department of the Treasury, Office of Tax Analysis|autor=Jerry Tempalski|data=Setembro de 2006|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.nytimes.com/2004/06/08/opinion/the-great-taxer.html?pagewanted=all|titulo=The Great Taxer|publicado=The New York Times|autor=Paul Krugman|data=8 de junho de 2004|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> o produto interno bruto apresentou uma forte recuperação após a recessão do início da década de 1980, e cresceu a uma taxa média anual de 7,93% durante o seu governo.<ref>{{citar web|url=http://www.bea.gov/national/xls/gdpchg.xls|titulo=Gross Domestic Product|publicado=Bureau of Economic Analysis|data=27 de julho de 2007|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> Foram criados dezesseis milhões de novos empregos e os índices de desemprego caíram de 7,5%, registrado no último ano do governo Jimmy Carter, para 5,4%,<ref>{{citar web|url=http://www.bls.gov/cps/prev_yrs.htm|titulo=Employment status of the civilian noninstitutional population 16 years and over, 1940 to date|publicado=United States Bureau of Labor Statistics|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://data.bls.gov/timeseries/LNS14000000|titulo=Labor Force Statistics from the Current Population Survey|publicado=United States Bureau of Labor Statistics|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> embora o desemprego atingiu no final de 1982 a maior taxa desde a [[Grande Depressão]], antes de cair durante o restante do mandato.{{sfn|Hayward|2009|p=185}}{{sfn|Cannon|2000|p=235}}{{sfn|Cannon|2001|p=128}} Comparado com o governo Carter, a inflação média também diminuiu significativamente, indo de 12,5% (1980) para 4,4% (1988).{{sfn|Cannon|2000|p=235}}
aumentassem de US$308,7 bilhões para US$549 bilhões e fossem superiores a média do período de 1970-2010.<ref>{{citar web|url=http://www.forbes.com/2010/02/02/barack-obama-ronald-reagan-budget-taxes-opinions-contributors-rob-shapiro.html|titulo=Even Reagan Raised Taxes|publicado=Forbes|autor=Robert Shapiro|data=2 de março de 2010|acessodata=24 de maio de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150210170946/http://www.forbes.com/2010/02/02/barack-obama-ronald-reagan-budget-taxes-opinions-contributors-rob-shapiro.html|arquivodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.nytimes.com/2011/11/19/business/economy/tax-pledge-may-scuttle-deal-to-cut-deficit-economic-memo.html|titulo=Tax Pledge May Scuttle a Deal on Deficit|publicado=The New York Times|autor=Catherine Rampell|data=18 de novembro de 2011|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://money.cnn.com/2010/09/08/news/economy/reagan_years_taxes/index.htm|titulo=Taxes: What people forget about Reagan|publicado=CNN|autor=Jeanne Sahadi|data=12 de setembro de 2010|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> Com a sanção da lei bipartidária ''Tax Reform Act of 1986'', a [[Direito tributário|legislação tributária]] também foi revisada.<ref>{{citar web|url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/10/20/AR2006102001255.html|titulo=Taxing Lessons, 20 Years In the Making|publicado=The Washington Post|autor=Jeffrey H. Birnbaum|data=26 de outubro de 2006|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> Apesar do fato de que a ''Tax Equity and Fiscal Responsibility Act of 1982'' (TEFRA) foi o maior aumento de impostos em tempos de paz da história norte-americana,<ref>{{citar web|url=http://www.treasury.gov/resource-center/tax-policy/tax-analysis/Documents/ota81.pdf|titulo=Revenue Effects of Major Tax Bills|publicado=United States Department of the Treasury, Office of Tax Analysis|autor=Jerry Tempalski|data=Setembro de 2006|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.nytimes.com/2004/06/08/opinion/the-great-taxer.html?pagewanted=all|titulo=The Great Taxer|publicado=The New York Times|autor=Paul Krugman|data=8 de junho de 2004|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> o produto interno bruto apresentou uma forte recuperação após a recessão do início da década de 1980, e cresceu a uma taxa média anual de 7,93% durante o seu governo.<ref>{{citar web|url=http://www.bea.gov/national/xls/gdpchg.xls|titulo=Gross Domestic Product|publicado=Bureau of Economic Analysis|data=27 de julho de 2007|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> Foram criados dezesseis milhões de novos empregos e os índices de desemprego caíram de 7,5%, registrado no último ano do governo Jimmy Carter, para 5,4%,<ref>{{citar web|url=http://www.bls.gov/cps/prev_yrs.htm|titulo=Employment status of the civilian noninstitutional population 16 years and over, 1940 to date|publicado=United States Bureau of Labor Statistics|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://data.bls.gov/timeseries/LNS14000000|titulo=Labor Force Statistics from the Current Population Survey|publicado=United States Bureau of Labor Statistics|acessodata=24 de maio de 2015}}</ref> embora o desemprego atingiu no final de 1982 a maior taxa desde a [[Grande Depressão]], antes de cair durante o restante do mandato.{{sfn|Hayward|2009|p=185}}{{sfn|Cannon|2000|p=235}}{{sfn|Cannon|2001|p=128}} Comparado com o governo Carter, a inflação média também diminuiu significativamente, indo de 12,5% (1980) para 4,4% (1988).{{sfn|Cannon|2000|p=235}}


'''BILL CLINTON'''

No início da década de 1990, o governo [[George W. Bush|George Bush]] sofreu oscilações diversas que colocaram em dúvida a credibilidade da administração dos republicanos, logo não conseguiu se reeleger a presidente, permitindo a entrada do democrata [[Bill Clinton]]<ref>{{Citar web |url=https://www.britannica.com/biography/Bill-Clinton |titulo=Bill Clinton {{!}} Biography, Presidency, Education, Impeachment, & Facts |acessodata=2021-10-20 |website=Encyclopedia Britannica |lingua=en}}</ref>, que desenvolveu nos EUA em 1992 um neoliberalismo progressista. Clinton em vez de ir contra ao [[New Deal]], elaborou uma nova aliança com empresários, moradores de condomínios, movimentos sociais e com o público-alvo os jovens, visto como autêntico, moderno e progressista, focando no direito das mulheres, simpatizante da pluralidade e multiculturalismo.

Mesmo apoiando esse conceito progressista, o governo Clinton cortejou Wall Street. Entregando o controle da economia ao Goldman Sachs, ele afrouxou o controle do sistema bancário e negociou um acordo de livre comércio para acelerar a desindustrialização. O que se perde ao longo do caminho é o cinturão industrial (incluindo os grandes estados produtores industriais do nordeste dos Estados Unidos). Quando a financeirização irrestrita das últimas duas décadas ocorreu, a região, junto com os novos centros industriais no Sul, teve um grande impacto.

Com a continuação de sucessores, incluindo [[Barack Obama]], a política de Clinton reduziu as condições de vida de todos os trabalhadores, especialmente aqueles engajados na produção industrial. Em suma, o governo Clinton é muito responsável por enfraquecer os sindicatos, reduzir os salários reais, aumentar a insegurança no emprego e aumentar duas famílias da classe trabalhadora, em vez dos salários familiares.

Como isso mostra, no final, o ataque à seguridade social foi encoberto pela aparência de um “charme libertador” emprestado do novo movimento social. Nos anos em que estiveram neste setor, um após o outro, este país foi inspirado e entretido por uma mentira sobre "diversidade", "capacitação" e "não discriminação". Eles definem "progresso" como meritocracia em vez de igualdade, e usam esses termos para equiparar "libertação" com a ascensão de um pequeno grupo de mulheres "talentosas", minorias e homossexuais na hierarquia corporativa, que "ganham tudo". do que abolir o último.

Essa compreensão individualista liberal de "progresso" substituiu a compreensão mais ampla, anti-hierárquica, igualitária, sensível a classes e anticapitalista da emancipação que prevalecia nas décadas de 1960 e 1970.

Com o declínio da Nova Esquerda, sua crítica estrutural da sociedade capitalista gradualmente se desvaneceu, a mentalidade de individualismo liberal tradicional do país reapareceu, enquanto o desejo dos "progressistas" e as autoproclamadas esquerdas provocativas encolheram. Mas foi uma coincidência entre essa evolução e o surgimento do neoliberalismo que finalmente chegou ao acordo. Um partido político comprometido com a liberalização da economia capitalista encontrou o companheiro perfeito no feminismo corporativo, que se concentra em "querer liderar" ou "quebrar o teto de vidro".

O resultado é um "neoliberalismo progressivo"<ref>{{Citar web |url=http://www.theguardian.com/news/2017/aug/18/neoliberalism-the-idea-that-changed-the-world |titulo=Neoliberalism: the idea that swallowed the world |data=2017-08-18 |acessodata=2021-10-20 |website=the Guardian |lingua=en}}</ref> que mistura ideais truncados de libertação com formas fatais de financeirização. Essa foi uma mistura que os eleitores de [[Donald Trump|Trump]] rejeitaram imediatamente.

Das pessoas que ficaram para trás neste belo novo mundo internacionalizado, há certamente trabalhadores industriais, mas também há gestores, pequenos empresários e todos aqueles que confiam no cinturão industrial e na indústria do sul, assim como a população rural que foi atingida difícil por causa do desemprego e das drogas. Para essas pessoas, o dano da desindustrialização é exacerbado pelos insultos do moralismo progressista, que estão acostumados a pensar que são culturalmente atrasados.



=== Alemanha Ocidental ===
=== Alemanha Ocidental ===
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Os partidos de [[Partido Conservador do Reino Unido|oposição]] a [[Tony Blair|Blair]], e seus críticos, o acusam de estar sendo ''"assistencialista"'', de estar desequilibrando o orçamento, e de estar aumentando a dependência da população no Estado. Os adversários políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos estudos que demonstram, por exemplo, que o custo — em prejuízos indiretos causados ao agregado da economia britânica — provocado pela existência de crianças abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40 bilhões de libras por ano no total (2005).<ref name = ENDa>{{Citar web | url = http://www.endchildpoverty.org.uk/why-end-child-poverty.html | título = Why End Child Poverty? | língua = inglês | publicado = End child poverty | local = [[Reino Unido|UK]] | acessodata = 2008-04-16 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20080226064747/http://www.endchildpoverty.org.uk/why-end-child-poverty.html | arquivodata = 2008-02-26 | urlmorta = yes }}</ref> Todavia, o próprio [[Partido Trabalhista do Reino Unido]] aceitou, em termos macroeconômicos, certos princípios enfatizados por [[Thatcher]]. [[Peter Mandelson]], político trabalhista próximo a [[Tony Blair|Blair]] declarou, em 2002:
Os partidos de [[Partido Conservador do Reino Unido|oposição]] a [[Tony Blair|Blair]], e seus críticos, o acusam de estar sendo ''"assistencialista"'', de estar desequilibrando o orçamento, e de estar aumentando a dependência da população no Estado. Os adversários políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos estudos que demonstram, por exemplo, que o custo — em prejuízos indiretos causados ao agregado da economia britânica — provocado pela existência de crianças abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40 bilhões de libras por ano no total (2005).<ref name = ENDa>{{Citar web | url = http://www.endchildpoverty.org.uk/why-end-child-poverty.html | título = Why End Child Poverty? | língua = inglês | publicado = End child poverty | local = [[Reino Unido|UK]] | acessodata = 2008-04-16 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20080226064747/http://www.endchildpoverty.org.uk/why-end-child-poverty.html | arquivodata = 2008-02-26 | urlmorta = yes }}</ref> Todavia, o próprio [[Partido Trabalhista do Reino Unido]] aceitou, em termos macroeconômicos, certos princípios enfatizados por [[Thatcher]]. [[Peter Mandelson]], político trabalhista próximo a [[Tony Blair|Blair]] declarou, em 2002:
::''"A globalização pune com força qualquer país que tente administrar sua economia ignorando as realidades do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nesse estrito sentido específico, e devido à necessidade urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje todos tatcheristas."''<ref name=GUARDIAN>{{Citation |local= UK | trans_title = Mandelson: somos todos thatcheritas agora | url = http://politics.guardian.co.uk/labour/story/0,9061,730718,00.html |jornal= The Guardian |título= Mandelson: we are all Thatcherites now |data=10 de junho de 2002}}</ref>
::''"A globalização pune com força qualquer país que tente administrar sua economia ignorando as realidades do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nesse estrito sentido específico, e devido à necessidade urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje todos tatcheristas."''<ref name=GUARDIAN>{{Citation |local= UK | trans_title = Mandelson: somos todos thatcheritas agora | url = http://politics.guardian.co.uk/labour/story/0,9061,730718,00.html |jornal= The Guardian |título= Mandelson: we are all Thatcherites now |data=10 de junho de 2002}}</ref>

== GRÉCIA ==
A Grécia já estava em uma situação financeira delicada antes da crise de 2008 que assolou o mundo. O país estava gastando todas as economias do cofre público, sendo afundado em dívidas externas e com crises sociais devido ao aumento dos impostos sob os cidadãos. Mas tudo foi intensificado com a chegada da crise de 2008, que fez com que o país se registra o déficit de 13,6% do PIB e sua dívida hoje em dia é de aproximadamente 300 milhões de euros. O país tentou sair do acordo econômico do euro, mas acabou sendo rejeitado, e deu início as políticas de austeridade, criando um “teto de gastos” muito rigoroso.

Como o país pertence a Zona do Euro, o medo desta crise descontrolada é que gera um efeito dominó, acarretando novas crises ou desistências dos países que pertencem a União Europeia. E segue sendo o país mais pobre da Europa, sem planos futuros para recuperação ou pagamento de dívidas.

A Grécia, assim como o Chile, foram países que passaram pelas ideias e moldes neoliberais, mas, como defendido pelo economista ''[[Paul Krugman]]'' já que o Estado financiaria de outras formas (Desvalorização monetária, inflação devido ao maior número de impressão do dinheiro etc.) e estas novas formas geram efeitos mais graves a curto prazo e que não possuem solução. Junto ao fator financeiro, políticas de Austeridade foram usadas a favor de regimes autoritários para implantar um sistema rígido e que tirasse o poder das instituições sociais, caso visto em toda a América Latina.


== Crises na América Latina ==
Os países da América Latina são ótimos exemplos de como o neoliberalismo causa uma impressão de solução e que sem cuidado pode instaurar o caos, a maioria dos países passaram por atrocidades que foram defendidas no nome da economia e o Brasil esta lista.

Inicia-se aqui o tratamento do que é argumentado ser a nova fase da dependência que se configura especialmente a partir da década de 90, quando se torna hegemônica a estratégia neoliberal de desenvolvimento – imposta pelos países do centro do capitalismo mundial aos países da periferia do sistema e abundantemente incorporada por estes últimos –, apoiada no discurso globalizante que se desenvolve e dissemina a partir de então.

  Nos marcos do capitalismo atual, a dependência se estabelece mediante um intenso aprofundamento da vulnerabilidade externa dos países periféricos frente aos centrais, exatamente em função da predominância do capital fictício em suas estruturas. Este é o emblema, o definidor, a característica ou condição estruturante desta nova fase da dependência, de modo que podemos identificar a condição dependente de um país a partir de seus níveis de vulnerabilidade externa.


 O neoliberalismo ganhou importância, logo após a [[Segunda Guerra Mundial]]. Concebido em oposição ao [[socialismo]] e, mais diretamente, à [[Social-democracia|socialdemocracia]] então em construção na Europa e ao [[New Deal]] nos EUA. Ficou “fora de uso” por quase 30 anos.

  No início dos anos 70, com a crise do [[Fordismo]] e das políticas [[Novo keynesianismo|neokeynesianas]], e com a retirada do grande capital do pacto socialdemocrata, o neoliberalismo saiu do [[ostracismo]] e ascendeu à condição de projeto mundial do capitalismo financeirizado e de política de governo (econômica e social). Em primeiro ato no Chile, quando da deposição do Governo Allende por meio de um golpe de Estado promovido na época, como de costume, pelos EUA e praticado pelos militares com participação ativa de sua grande burguesia (1973).

   Portanto, antes mesmo da Inglaterra e dos EUA, a primeira experiência neoliberal no mundo se deu na América Latina e já evidenciou o seu caráter autoritário, perverso e regressivo. Ademais, o neoliberalismo tem por princípio mais geral a crença de que a desigualdade é um valor positivo e imprescindível na constituição de uma sociedade democrática, pois é base da liberdade e da vitalidade da concorrência.

  Após ser aplicado no Chile, o neoliberalismo espalhou-se por toda a América Latina em ondas sucessivas nas décadas de 1980 e 1990: tempos de [[Carlos Menem|Menem na Argentina]]<ref>{{Citar periódico |url=http://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/1428 |titulo=Neoliberalismo na Argentina e a sua contribuição para a crise de 2001 |data=2019-10-10 |acessodata=2021-10-20 |ultimo=Ribeiro |primeiro=Thatiane Letícia Rodrigues |lingua=pt-BR}}</ref>, [[Alberto Fujimori|Fujimori no Peru]] , Salinas no México <ref>{{Citar web |url=http://www.iea.usp.br/noticias/o-neoliberalismo-no-mexico |titulo=A implantação e os efeitos do modelo neoliberal no México — IEA USP |acessodata=2021-10-20 |website=www.iea.usp.br}}</ref> e, por último, [[Fernando Henrique Cardoso|FHC]] no Brasil ; causas que, ao aprofundarem a dependência e a vulnerabilidade externa da região, e terminarem em graves crises cambiais e financeiras, promoveram a concentração da riqueza, o aumento da desigualdade e o crescimento da pobreza.

  Como consequência, durante os anos 2000 a reação contra o neoliberalismo na região se materializou na chamada “[[Guinada à esquerda|onda rosa]]”: espécie de socialdemocracia tardios e desidratados nas regiões pobres -, que se espalhou pela América do Sul: Chaves na Venezuela<ref>{{Citar periódico |url=https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/977 |titulo=O governo Chávez e a luta pelo poder na Venezuela: uma análise dos atores políticos em conflito |data=2009-08-24 |acessodata=2021-10-20 |ultimo=Fukushima |primeiro=Kátia Alves}}</ref>, Morales na Bolívia, os [[Kirchnerismo|Kirchner]] na Argentina, a [[Frente Ampla (Uruguai)|Frente Ampla]] no Uruguai, [[Rafael Correa|Correa]] no Equador, [[Fernando Lugo|Lugo]] na Paraguai <ref>{{Citar web |url=https://www.sedep.com.br/noticias/fernando-lugo-instaura-governo-paralelo-no-paraguai/ |titulo=Fernando Lugo instaura governo paralelo no Paraguai – SEDEP |acessodata=2021-10-20 |lingua=pt-BR}}</ref> e [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] no Brasil<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/05/160505_legado_pt_ru |titulo=O legado dos 13 anos do PT no poder em seis indicadores internacionais |data=2016-05-13 |acessodata=2021-10-20 |website=BBC News Brasil |lingua=pt-BR}}</ref>.

  Adicionalmente, no fim dos anos 1990, a Argentina foi assolada por uma grave crise econômica queda do PIB, aumento da inflação, crescimento do desemprego e da pobreza absoluta –. Com um endividamento recorde, o Governo não conseguiu atender às necessidades mais básicas da população. Junto com o desemprego, os índices de pobreza e desigualdade também dispararam. O caos econômico e social levou a população às ruas. Os anos 2000 começaram com sucessivas trocas de governo e com uma série de conflitos entre o Estado e setores da sociedade. Assim, o neoliberalismo levou a Argentina ao caos econômico e social no fim dos anos 1990. A dívida externa pública, que deu um salto extraordinário ao longo do governo militar de 1976, deixou o país à mercê das exigências do [[Fundo Monetário Internacional|FMI]], retirando autonomia de ação do Executivo Federal.

  Outrossim, a Venezuela, em particular, passou por diversas adaptações políticas, econômicas e sociais, resultantes das condicionalidades para a renegociação da dívida externa e da adesão às diretrizes do [[Consenso de Washington]]. Trouxe como principal consequência o agravamento da penalização social da imensa população pertencente à classe trabalhadora e a extrema pobreza, gerando consequentemente as crises vivenciadas pelo país.

  Em suma, após mais de quatro décadas, desde a sua primeira experiência no Chile, está evidente que o neoliberalismo não tem nada a oferecer à maioria da população em qualquer parte do mundo, em especial na América Latina como foi apresentado<ref>{{Citar web |url=https://iela.ufsc.br/rebela/revista/volume-1-numero-2-2011/rebela/revista/artigo/trajetoria-do-neoliberalismo-na |titulo=A Trajetória do Neoliberalismo na Venezuela e sua Conjuntura Atual: uma análise das políticas governamentais desencadeadas a partir do ano de 1998 |data=2015-04-01 |acessodata=2021-10-20 |website=IELA - Instituto de Estudos Latino-Americanos |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://outraspalavras.net/mercadovsdemocracia/as-duas-vidas-do-neoliberalismo-na-america-latina/ |titulo=Duas vidas do neoliberalismo na América Latina |data=2019-12-09 |acessodata=2021-10-20 |website=Outras Palavras |lingua=pt-BR}}</ref>




==Os neoliberais e a crise de 2008==
==Os neoliberais e a crise de 2008==
Os ''neoliberais'' apontam o modelo keynesiano como sendo o responsável pela crise. Liderados por economistas adeptos do ''[[laissez-faire]]'', como [[Milton Friedman]], denunciaram a [[inflação]] como sendo o resultado do aumento da [[oferta de moeda]] pelos [[bancos centrais]]. Responsabilizaram os tributos elevados, juntamente com a [[regulação econômica|regulação das atividades econômicas]], pela queda da produção e pelo aumento da [[inflação]].<ref name=MONT>{{en}} [http://www.montpelerin.org/aboutmps.html ''Short History and Statement of Aims''. Mont Pelerin Society]</ref>
Os ''neoliberais'' apontam o [[Modelo keynesianismo|modelo keynesiano]] como sendo o responsável pela crise. Liderados por economistas adeptos do ''[[laissez-faire]]'', como [[Milton Friedman]], denunciaram a [[inflação]] como sendo o resultado do aumento da [[oferta de moeda]] pelos [[bancos centrais]]. Responsabilizaram os tributos elevados, juntamente com a [[regulação econômica|regulação das atividades econômicas]], pela queda da produção e pelo aumento da [[inflação]].<ref name=MONT>{{en}} [http://www.montpelerin.org/aboutmps.html ''Short History and Statement of Aims''. Mont Pelerin Society]</ref>


A solução que propunham para a crise seria a redução gradativa do poder do Estado, com a diminuição generalizada de tributos, a [[privatização]]<ref name=SAQUEO>MONCKEBERG, María Olivia. ''El Saqueo: de los grupos económicos al Estado chileno''. Ediciones B Chile, Santiago do Chile, 2001, 269 pp.</ref> das empresas estatais e redução do poder do Estado de fixar ou autorizar preços.
A solução que propunham para a crise seria a redução gradativa do poder do Estado, com a diminuição generalizada de tributos, a [[privatização]]<ref name=SAQUEO>MONCKEBERG, María Olivia. ''El Saqueo: de los grupos económicos al Estado chileno''. Ediciones B Chile, Santiago do Chile, 2001, 269 pp.</ref> das empresas estatais e redução do poder do Estado de fixar ou autorizar preços.


O período Reagan foi de redução de impostos e de um mais elevado crescimento econômico, mas também de significativa elevação da dívida pública, o que os "neoliberais" apontam como sendo um de seus principais problemas.
O período [[Ronald Reagan|Reagan]] foi de redução de impostos e de um mais elevado crescimento econômico, mas também de significativa elevação da dívida pública, o que os "neoliberais" apontam como sendo um de seus principais problemas.


'''A crise de 2008''', que se iniciou nos Estados Unidos, ocorreu devido a criação de uma “[[Bolha imobiliária|Bolha Imobiliária]]”, causada pelo aumento nos valores deste setor que não acompanhou o poder de compra da população da época.

A fraude começou com o setor dos bancos, que no começo estavam aumentando e oferecendo mais créditos para atrair a atenção dos consumidores, que passaram a comprar mais deste setor e investir a favor deste.


Desde 1980, a renda das famílias americanas vinha estagnando e junto ao gasto governamental com as [[Guerra ao Terror|Guerras contra o Terrorismo]] no Oriente Médio, geraram uma enorme dívida e o aumento da inflação;

Começando o efeito dominó, já que com milhares de empréstimos sendo feitos, juros subindo e rendas familiares “congeladas”, o país passou a enfrentar diversas dificuldades como o aumento do desemprego e aumento de pessoas sendo despejadas de suas próprias casas.

Toda esta bolha imobiliária chegou ao seu ápice e estourou em 15 de setembro de 2008, quando o banco [[Lehman Brothers]] decretou falência, gerando uma enorme queda na bolsa de valores de Nova York e outras bolsas mundiais;

Entretanto, o governo americano recusou injetar verba externa nos bancos na tentativa de salvá-los, investidores de todo o mundo passaram a retirar o dinheiro das aplicações nas bolsas, acabando com a liquidez do mercado.


Após [[Lehman Brothers|Lehman Brother]] e da [[American International Group|AIG]] (maior seguradora do país na época), diversas instituições financeiras no mundo inteiro foram a falência. Foi necessário que o presidente [[George W. Bush|George W.Bush]] lançasse o "''[[Programa de Alívio de Ativos Problemáticos|Programa de Alívio de Ativo Problemático]]” que injetaria 700 bilhões de dólares nos bancos.''

''Como consequência da crise, a taxa de desemprego subiu para 10,1% (maior taxa em anos), mais de 8 milhões de pessoas perderam o emprego apenas no ano da crise; as rendas familiares caíram mais de 25%; e aproximadamente 2,5 milhões de empresas foram a falência.''

''Toda a crise poderia ter sido evitada se os banqueiros, investidores, e trabalhadores de outras áreas de finança, não tentassem forçar e fraudar um sistema econômico tão frágil quanto o neoliberalismo, em que quando se mexe em um lado da balança, o outro lado entra em colapso, efeito sentido pelos cidadãos americanos''<ref>{{Citar web |url=https://www.politize.com.br/crise-financeira-de-2008/ |titulo=Crise financeira de 2008: você sabe o que aconteceu? |data=2020-02-13 |acessodata=2021-10-20 |website=Politize! |lingua=pt-BR}}</ref>''.''




=== O neoliberalismo como herdeiro do liberalismo neoclássico ===
=== O neoliberalismo como herdeiro do liberalismo neoclássico ===
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Revisão das 22h19min de 20 de outubro de 2021

Neoliberalismo é um termo que, especialmente a partir do final dos anos 1980, tem sido empregado em economia política e mostrando como as empresas e a política se organizam, que ditam  o ritmo da sociedade e do consumo, junto com  a


economia do desenvolvimento. Em substituição a outros termos anteriormente utilizados, tais como monetarismo, neoconservadorismo, Consenso de Washington ou "reforma do mercado", por exemplo,[1] sobretudo numa perspectiva crítica,[2] para descrever o ressurgimento de ideias derivadas do capitalismo laissez-faire (apresentadas pelo liberalismo clássico) e que foram implementadas a partir do início dos anos 1970 e 1980.[3] Seus defensores advogam em favor de políticas de liberalização econômica extensas, como as privatizações, austeridade fiscal, desregulamentação, livre comércio, e o corte de despesas governamentais a fim de reforçar o papel do setor privado na economia na tentativa de diminuir os gastos (estabelecendo um “teto”) para atingir as metas anuais e alcançar o superávit, e reduzindo assim a dívida do Estado.[4][5][6][7][8][9][10][excesso de citações]

Neoliberalismo é um conceito cujo uso e definição têm sofrido algumas alterações ao longo do tempo.[6] Na década de 1930, neoliberalismo tratava-se de uma doutrina econômica que emergiu entre académicos liberais europeus e que tentava definir uma denominada "terceira via" capaz de resolver o conflito entre o liberalismo clássico e a economia planificada coletivista.[11] Este desenvolvimento remontou ao desejo de evitar a repetição das falhas econômicas que deram origem à crise de 1929, cuja causa era atribuída principalmente à política económica do liberalismo clássico. Nas décadas posteriores, a teoria neoliberal tendeu a divergir da doutrina mais laissez-faire do liberalismo clássico, promovendo, em vez disso, uma economia de mercado sob a orientação e regras de um estado forte - modelo que viria a ser denominado economia social de mercado. O neoliberalismo é assemelhado ao neoconservadorismo quanto ao expansionismo para espalhar os valores que os seus mentores consideram ocidentais no mundo, principalmente nos anos 70.[12]

Na década de 1960, o uso do termo "neoliberal" entrou em acentuado declínio, mas, quando foi reintroduzido, na década de 1980, o seu significado tinha se alterado e passou a ser associado às reformas económicas implementadas no Chile, nos anos 1970, durante a ditadura de Augusto Pinochet, que contou com a colaboração de Hayek, dos Chicago Boys [13] e da CIA.[14] :40 [15] Neste período, a palavra não apenas adquiriu uma conotação negativa diante dos críticos da reforma do mercado, como também havia mudado de significação - deixando de ser considerado como uma forma moderada de liberalismo, para ser entendido como um conjunto de ideias mais radicalmente favoráveis ao capitalismo laissez-faire. Os académicos passaram, então, a associar o neoliberalismo às teorias dos economistas Friedrich Hayek, da Escola Austríaca, e Milton Friedman, da Escola de Chicago.[6] Nos anos 1980, o termo passa a ser usado por acadêmicos ligados a diferentes ciências sociais, sobretudo na crítica a esse ressurgimento das ideias derivadas do liberalismo econômico laissez faire do século XIX[8][9][16][17] O emprego do termo expandiu-se rapidamente ao longo dos anos 1990, consolidando-se nos anos 2000.[18] . A conotação negativa se deve ao fato desta nova corrente econômica ignorar os aspectos sociais, literalmente tendo olhos apenas para o lucro e capital; por conta de estratégias criadas a partir do neoliberalismo que crises de desemprego, inflação e mortes generalizadas ocorreram nos casos das ditaduras da América Latina e no caso da crise que a Grécia enfrenta há mais de dez anos.

Laissez-Faire

Laissez faire[19][20] é uma expressão em francês usada para se referir ao liberalismo. Ela está ligada à ideia de deixar o mercado agir sem interferências das ações do governo.

Assim, o termo laissez faire faz parte de discussões sobre os limites da atuação do Estado, como por exemplo na formação de um oligopólio.

A expressão laissez faire significa “deixar fazer”, e representa uma das principais ideias da economia liberal. O modelo econômico defende que o Estado deve garantir apenas as condições adequadas, como o direito à propriedade. O restante deve se desenvolver de forma natural.

Em resumo, o termo mostra os ideais defendidos pelo liberalismo. Isso é, as instituições privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo.

Além disso, a teoria também propõe uma diminuição da interferência política. Assim, restringe-se também a atuação do Estado na economia. Caberia ao poder público apenas a fiscalização e regulamentação. Desta forma, a economia teria a interferência de uma chamada mão invisível que ditaria as condições

Uso recorrente[21]

O neoliberalismo é contemporaneamente usado para se referir a políticas de reforma orientadas para o mercado, como "eliminação dos controles de preços, desregulamentação dos mercados de capitais, redução das barreiras comerciais" e redução, especialmente por meio da privatização e austeridade, da influência do Estado na economia. Também é comumente associada às políticas econômicas introduzidas por Margaret Thatcher no Reino Unido e Ronald Reagan nos Estados Unidos. Alguns estudiosos observam que ele tem uma série de usos distintos em diferentes esferas:


·        Como modelo de desenvolvimento, refere-se à rejeição da economia estruturalista em favor do Consenso de Washington.

·        Como ideologia, denota uma concepção de liberdade como um valor social abrangente associado à redução das funções do estado às de um estado mínimo.

·        Como política pública, envolve a privatização de setores ou serviços econômicos públicos, a desregulamentação das empresas privadas, a redução acentuada da dívida pública e a redução dos gastos com obras públicas.



Assim, uma vez estabelecido o novo significado da palavra entre os académicos de língua espanhola, este difundiu-se para a literatura de economia política, em língua inglesa,[6] associando-se ao conjunto de políticas económicas introduzidas por Augusto Pinochet, no Chile, Margaret Thatcher, no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos.[7] A mudança no consenso que ocorreu durante as décadas de 1970 e 1980 em prol das teorias econômicas e políticas neoliberais, é considerada por alguns estudiosos como sendo a raiz da financeirização da economia[22] que culminaria com a crise de 2008. Uma vez que esta corrente não se difere do liberalismo no quesito lucro, ambas correntes capitalistas possuem erros e críticas drásticas devido o abuso de seu uso, forçando leis e instituições financeiras a situações fraudulentas, visto nos casos da Crise de 2008 com o problema do setor imobiliário devido á fraude das hipotecas e da crise de 1929, com a fraude do sistema de empréstimo[1].


[23][24][25][26][27]

A produção acadêmica acerca do fenômeno do neoliberalismo tem crescido,[28] e o impacto da crise global de 2008 na economia global tem suscitado novas críticas ao modelo neoliberal, que buscam novas alternativas capazes de promover o desenvolvimento econômico.[29] Em junho de 2016, o Fundo Monetário Internacional, que prescreve o neoliberalismo como forma de nortear o crescimento econômico sustentável em países em desenvolvimento, publicou um artigo indicando que algumas políticas neoliberais poderiam ter efeitos nocivos de longo prazo, dado que, em vez de gerar crescimento, aumentariam a desigualdade, colocando em risco uma expansão econômica duradoura, isto é, prejudicando o nível e a sustentabilidade do crescimento.[30][31]

Etimologia

É possível que o termo "neoliberalismo" tenha várias origens. Primeiramente, aparece em alguns escritos de Mises, de maneira assistemática, quando o autor se refere a älteren Liberalismus ('velho liberalismo') e neuen Liberalismus (novo liberalismo, que foi traduzido para o inglês como neoliberalism).[32] Há também a possibilidade de que a palavra tenha sido uma criação coletiva, durante o Colóquio Walter Lippman, realizado em Paris (1938[33]) e do qual participaram Rueff, Hayek, Mises, Rustow, Röpke, Condliffe, Polanyi, Lippman e Louis Baudin, entre outros. Como não foram feitas atas nem publicações do colóquio, o único testemunho de primeira fonte é o livro de Baudin, L'Aube d'un Nouveau Liberalisme, publicado em 1953.

A palavra foi usada em épocas diferentes, com significados semelhantes, porém distintos:

  • na primeira metade do século XX, significou a doutrina proposta por economistas franceses, alemães e norte-americanos voltada para a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às exigências de um Estado regulador e assistencialista;
  • a partir da década de 1980, passou a significar a doutrina econômica que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal na economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e, ainda assim, num grau mínimo (minarquia). É nesse segundo sentido que a palavra é mais usada atualmente.[34] No entanto, autores da filosofia econômica[35] e comentaristas de economia[36] que se alinham com as postulações liberais rejeitam a classificação de "neoliberal", preferindo se declarar liberais. Nesse sentido, pode-se afirmar que neoliberalismo é mais um termo elaborado pelos críticos dos pressupostos do liberalismo do que uma reivindicação terminológica por parte dos precursores de sua doutrina.
  • a partir da década de 1930 o ordoliberalismo tornou-se a variante alemã do neoliberalismo.

A publicação de O Caminho da Servidão, de Hayek,[37] em 1946, marca, segundo Perry Anderson, o nascimento do neoliberalismo na Europa e na América do Norte. No livro, Hayek afirma sua posição contrária ao planejamento econômico e ao coletivismo predominantes, segundo ele, na Alemanha, na Itália e na "Rússia Soviética", a partir dos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial.[38] A palavra neoliberalismo recobre análises de diferentes escolas do pensamento econômico. Sua utilização para designar este conjunto de análises não faz assim consenso. A palavra é geralmente empregada pelas correntes críticas ao liberalismo contemporâneo, mas alguns daqueles designados por este termo podem não se reconhecer como tal, geralmente considerando que a palavra tenha uma carga depreciativa.

História

Origem e a Escola Austríaca

Ludwig von Mises, membro da Escola Austríaca e economista neoliberal

A denominação "neoliberal" assemelha-se ao termo 'neoclássico' na História da Arte. Quando se afirma a existência de governos "neoliberais", a utilização do prefixo 'neo' não se refere a uma nova corrente do liberalismo, mas à aplicação de alguns dos preceitos liberais consagrados mas num contexto histórico (qual seja, o contemporâneo) diverso daquele no qual foram formulados (no início do século XVII, na Inglaterra, através de John Locke).

As origens do que hoje se chama neoliberalismo nos remetem à Escola Austríaca, nos finais do século XIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrich von Hayek,[39] considerado o propositor da sua base filosófica e econômica, e Ludwig von Mises.

A Escola Austríaca[40] adotava a Lei de Say e a teoria marginalista, que veio a ser contestada, mais tarde, por Keynes, quando formulou suas ideias e defendeu as políticas econômicas com vistas à construção, na década de 1930, de um Estado de bem-estar social ou welfare state , também chamado, por alguns, Estado Escandinavo, por ter sido o modelo adotado pelos países escandinavos (Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia) [41][42], através do modelo nórdico. A política neoliberal da Suécia, como a redução do papel do setor público ao longo das últimas décadas, resultou no crescimento mais rápido na desigualdade de qualquer economia dentro da OCDE[43]

Mais recentemente, em 1947, o liberalismo ressurge a partir do célebre encontro entre um grupo de intelectuais liberais e conservadores realizado em Mont Pèlerin, vilarejo suiço onde foi fundada uma sociedade de ativistas em oposição às políticas do estado de bem-estar social, por eles consideradas "coletivistas" e, em última análise, "cerceadoras das liberdades individuais"[44] A Sociedade Mont Pèlerin dedica-se a difundir e propagar as ideias conservadoras e liberais da Escola Austríaca e a combater ideologicamente todos os que delas divergem. Com esse objetivo promove conferências, publica livros, mantém sites na Internet e conta para isso, em seus quadros, com vários economistas com treinamento acadêmico, como Jesús Huerta de Soto,[40] seu vice-presidente e professor da Universidade de Madrid.

Essas ideias atraíram mais adeptos depois da publicação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório Beveridge,[45] um plano de governo britânico segundo o qual — depois de obtida a vitória na Segunda Guerra Mundial — a política econômica britânica deveria se orientar no sentido de promover uma ampla distribuição de renda, baseando-se no tripé da Lei da Educação, a Lei do Seguro Nacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associadas aos nomes de Butler, Beveridge e Bevan).[45] A defesa desse programa tornou-se a bandeira com a qual o Partido Trabalhista britânico venceu as eleições de 1945, colocando em prática os princípios do estado de bem-estar social.[45] Para Friedrich August von Hayek, esse programa levaria "a civilização ao colapso".

Em O Caminho da Servidão (1944),[37] Hayek expôs os princípios básicos de sua teoria, segundo a qual o crescente controle do Estado é o caminho que leva à completa perda da liberdade, e indicava que os trabalhistas, se continuassem no poder, levariam a Grã-Bretanha ao mesmo caminho dirigista que os nazistas haviam imposto à Alemanha.[45] Essas posições de Hayek não são baseadas exclusivamente em leis econômicas ou na ciência pura da economia, mas evidenciam um significativo componente político-ideológico. Isso explica por que o economista socialista Gunnar Myrdal, o teórico sueco inspirador do Estado do bem-estar social, ironicamente, dividiu o Prêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel), em 1974, com seu maior rival ideológico, von Hayek, cujo livro O Caminho da Servidão tornou-se referência para os defensores do capitalismo laissez-faire.[42][46]

Essa discussão, que se iniciou no campo da teoria econômica, transbordou, na Inglaterra, para o campo da discussão político-partidária e serviu de mote à campanha que elegeu, pelo Partido Conservador, Winston Churchill, que chegou a dizer que "os trabalhistas eram iguais aos nazistas".[45]

Colóquio de Walter Lippmann

Por muito tempo se considerou a formação da sociedade Mont Pèlerin em 1947 como um dos marcos mais precoces da constituição do “neoliberalismo”. Todavia, esta percepção começou a mudar depois do curso ministrado por Michel Foucault no Collège de France em 1978. Assim, nesta ocasião ele chamou a atenção para a importância do Colóquio Walter Lippmann realizado em Paris em 1938 na reorganização e renovação do pensamento liberal contemporâneo. A análise do colóquio tornou-se uma tarefa muito mais simples após Jurgen Reinhoudt e Serge Audier compilarem todas as sessões no livro “The Walter Lippmann Colloquium: the birth of neo-liberalism”. O livro conta com uma lista da bibliografia produzida pelos membros do colóquio e, também, um conjunto significativo de fontes primárias que são extremamente úteis para reconstituir o clima geral em geral.

           O Colóquio Walter Lippmann, em francês Colloque Walter Lippmann, foi uma conferência de intelectuais organizada em Paris, em agosto de 1938 pelo filósofo francês Louis Rougier (filósofo francês). Depois que o interesse no liberalismo clássico diminuiu nas décadas de 1920 e 1930, o objetivo se focou em construir um novo liberalismo como uma rejeição do coletivismo, do liberalismo e do socialismo. É importante dizer que, prevaleceu a necessidade de construir uma nova forma de governamentalidade.


Escola de Chicago

Uma outra vertente do liberalismo surgiu nos Estados Unidos e concentrou-se na chamada Escola de Chicago, defendida por outro laureado com o chamado Ciências Econômicas, o professor Milton Friedman. Friedman criticou as políticas econômicas inauguradas por Roosevelt com o New Deal, que respaldaram, na década de 1930, a intervenção do Estado na economia com o objetivo de reverter a depressão econômica e a crise social daqueles anos. Essas políticas, adotadas quase simultaneamente por Roosevelt, nos Estados Unidos, e por Hjalmar Horace Greeley Schacht,[47][48] na Alemanha nazista, foram, três anos mais tarde, defendidas por Keynes, que lhes deu arcabouço teórico em sua obra clássica The General Theory of Employment, Interest and Money (1936),[49] cuja publicação marcou o início do keynesianismo. Ao fenômeno de ressurgência dos princípios liberais do início do século XX, muitos chamam de neoliberalismo.

Friedman, assim como Hayek, Mises e outros economistas defensores do capitalismo laissez-faire, argumentou que a política do New Deal, do Presidente Roosevelt, ao invés de recuperar a economia e o bem-estar social, teria prolongado a depressão econômica e a crise social. Segundo Friedman, isto teria ocorrido principalmente, porque o Estado redirecionara os escassos recursos disponíveis na época para investimentos não viáveis economicamente, ou seja, o Estado havia desperdiçado recursos, o que, afinal, teria diminuído a eficiência, a produtividade e a riqueza da sociedade. Em resumo, os investimentos não estariam sendo realizados tomando como parâmetro principal a eficiência econômica, e sim a eficiência política. Os recursos destinavam-se aos setores mais influentes politicamente, aqueles que traziam maior popularidade ao governante, independentemente de seu valor produtivo para a sociedade.

Friedman era contra qualquer regulamentação que inibisse a ação das empresas. Era contra, por exemplo, o salário mínimo que, segundo acreditava, além de não conseguir aumentar o valor real da renda, excluiria a mão de obra pouco qualificada do mercado de trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salário mínimo e à fixação de qualquer tipo de piso salarial pelos sindicatos ou outros órgãos de interesse social, pois acreditava que esses pisos distorceriam os custos de produção, resultando em aumento do desemprego, queda na produção e redução da riqueza da sociedade - aumentando, consequentemente, a pobreza. Friedman defendeu a teoria econômica que ficou conhecida como "monetarista" ou da "escola de Chicago"[45]

Declínio do liberalismo clássico

O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do século XIX, de início lento. Já no século XX, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e a Grande Depressão que se seguiu, a queda foi vertiginosa. Enquanto o liberalismo era objeto de descrédito, ganhavam força as teorias que preconizavam a necessidade de intervenção do Estado na economia, notadamente as ideias de Keynes, aplicadas, quase simultaneamente, pelo New Deal de Franklin Roosevelt e pelo governo Nacional Socialista da Alemanha, onde o ministro da economia Horace Greely Hjalmar Schacht,[50] em três anos (1934–37), conseguiu acabar com o desemprego na Alemanha, sem provocar inflação, adotando um déficit orçamentário de 5% do PIB - enquanto o resto do mundo se afundava cada vez mais na recessão. Essas políticas já tinham sido incorporadas à legislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurt von Schleicher[51] e tiveram influência nas políticas do New Deal de Roosevelt. Em 1936, Keynes publicou sua obra magna The General Theory of Employment, Interest and Money[52] que deu o suporte teórico a esse tipo de intervenção estatal na economia que já vinha sendo adotado, intuitivamente, alguns anos antes da publicação do livro de Keynes.

Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bretton Woods e estabeleceram regras intervencionistas para a economia mundial. Entre outras medidas, foi criado o FMI. Com a adoção das metas dos acordos de Bretton Woods e a adoção de políticas keynesianas, os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nos países europeus e no Japão, que viveram sua "Era de Ouro". A Europa renascia, com os financiamentos concedidos por meio do Plano Marshall, e o Japão teve o período de maior progresso de sua história. O período de pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os "anos dourados" das economias capitalistas.

GRANDE DEPRESSÃO

Grande Depressão[53] [54] é o nome dado a um período na história do século XX em que grande parte do mundo enfrentou graves problemas econômicos. Muitas pessoas passaram fome e não tinham trabalho nem moradia. Isso aconteceu durante a década de 1930 e teve início nos Estados Unidos, de onde se espalhou para o resto do mundo.

Durante a década de 1920, muitas pessoas investiam seu dinheiro nas bolsas de valores, comprando ações. (As ações representam a participação na propriedade de uma empresa, ou seja, ao comprar ações de uma empresa, a pessoa se torna dona de uma pequena parte dela.) Por alguns anos o valor das ações subiu rapidamente. Em setembro de 1929, porém, os preços das ações começaram a cair; em outubro, eles despencaram. O que antes valia muito passou a não valer nada.

Muitas pessoas perderam todo o dinheiro que tinham. Quem havia tomado dinheiro emprestado dos bancos ficou sem condições de pagar sua dívida. Muitos bancos faliram porque multidões tentaram retirar todo o seu dinheiro ao mesmo tempo. Quando um banco falia, quem tinha conta lá perdia suas economias. Além disso, fábricas e empresas fecharam porque havia pouca gente para comprar os bens que elas produziam ou vendiam.

A crise nos Estados Unidos afetou países do mundo inteiro. O Reino Unido, a Alemanha e outros países sofreram com a perda de empréstimos americanos e com o fim das trocas comerciais com os Estados Unidos.

Cada país também tentava proteger suas próprias empresas impondo limites ou impostos sobre bens comprados de outras nações. Como consequência, nenhum país conseguia vender seus produtos para os outros. Isso provocou uma enorme redução no comércio internacional.

O presidente norte-americano Herbert Hoover perdeu o cargo nas eleições de 1932. O novo presidente, Franklin D. Roosevelt, estabeleceu uma política de desenvolvimento chamada New Deal (Novo Trato). O New Deal gerou empregos de imediato. Mudanças foram feitas no sistema financeiro (bancos e dinheiro) para evitar que os mesmos problemas voltassem a ocorrer.

Nos Estados Unidos, a Grande Depressão terminou só depois que o país entrou na Segunda Guerra Mundial , em 1941. As fábricas começaram a produzir armas, aviões, navios e outros produtos necessários para as operações de guerra, o que movimentou muito dinheiro e gerou empregos. Com isso, muitas pessoas voltaram a trabalhar, e as atividades comerciais foram se recuperando.

Todas as guerras e crises em seguida apenas mostraram ao mundo que o liberalismo clássico era falho, fazendo com que economistas tivessem que achar uma solução que não saísse do eixo da economia capitalista, uma vez que ideias “socialistas” ou “de esquerda” sempre assolaram o mundo e abriram brechas para o implante de sistemas frouxos e fraudentos (caso do neoliberalismo também).

Teorias econômicas

Ver artigo principal: Economia neoclássica

As teorias econômicas tidas como neoliberais geralmente são agregadas no termo economia neoclássica. As teorias neoclássicas foram influenciadas ou interagem com as seguintes escolas de pensamento:

Governos neoliberais

O primeiro governo democrático a se inspirar nos princípios neoliberais foi o de Margaret Thatcher, na Inglaterra, a partir de 1980. Depois de persuadir o Parlamento Britânico da eficácia do programa neoliberal, Thatcher fez aprovar leis que revogavam direitos dos trabalhadores, privatizou empresas estatais e estabilizou a moeda. Tal era o seu entusiasmo pelo discurso neoliberal, então em voga, que seu governo acabou por recriar a capitação, um tributo altamente regressivo, aplicado pela última vez no século XVII. Oficialmente denominado Community Charge e mais conhecido como "Poll tax" ou head tax tratava-se de um imposto de valor fixo a ser pago por todo e qualquer cidadão, independentemente da renda ou capacidade de pagamento.[carece de fontes?]

Ronald Reagan

Ronald Reagan implantou políticas que ficaram conhecidas como Reaganomics.

O presidente americano Ronald Reagan, que governou entre 1981 e 1989, implementou políticas baseadas na economia pelo lado da oferta, defendeu a filosofia laissez-faire e a política fiscal de livre mercado,[55] e procurou estimular a economia com grandes cortes de impostos.[56][57] Citando as teorias econômicas de Arthur Laffer, promoveu os cortes de impostos propostos para potencialmente estimular a economia a expandir sua base tributária, compensando a perda de receitas causadas pela redução dos impostos pelo fato de que mais pessoas pagariam impostos. O efeito final de todas as contas fiscais da era Reagan foi o de uma redução de 1% na receita do governo em relação as primeiras estimativas de receita do Departamento do Tesouro, feitas em janeiro de cada ano.[58] O Reaganomics foi objeto de intenso debate entre os seus apoiadores, que apontavam para melhorias em alguns indicadores econômicos chaves como uma prova de sucesso, e os seus críticos, que apontavam os grandes aumentos nos déficits orçamentários federais e da dívida nacional. Sua política de "paz Armada" resultou em um aumento significativo nos gastos militares, que tiveram um aumento real de 40% entre 1981 e 1985.[59]

Os impostos federais sobre a renda foram significativamente reduzidos com a sanção da Economic Recovery Tax Act of 1981.[60] No entanto, outros aumentos de impostos aprovados pelo Congresso e sancionados pelo presidente garantiram que as receitas federais provenientes do imposto de renda aumentassem de US$308,7 bilhões para US$549 bilhões e fossem superiores a média do período de 1970-2010.[61][62][63] Com a sanção da lei bipartidária Tax Reform Act of 1986, a legislação tributária também foi revisada.[64] Apesar do fato de que a Tax Equity and Fiscal Responsibility Act of 1982 (TEFRA) foi o maior aumento de impostos em tempos de paz da história norte-americana,[65][66] o produto interno bruto apresentou uma forte recuperação após a recessão do início da década de 1980, e cresceu a uma taxa média anual de 7,93% durante o seu governo.[67] Foram criados dezesseis milhões de novos empregos e os índices de desemprego caíram de 7,5%, registrado no último ano do governo Jimmy Carter, para 5,4%,[68][69] embora o desemprego atingiu no final de 1982 a maior taxa desde a Grande Depressão, antes de cair durante o restante do mandato.[70][71][72] Comparado com o governo Carter, a inflação média também diminuiu significativamente, indo de 12,5% (1980) para 4,4% (1988).[71]


BILL CLINTON

No início da década de 1990, o governo George Bush sofreu oscilações diversas que colocaram em dúvida a credibilidade da administração dos republicanos, logo não conseguiu se reeleger a presidente, permitindo a entrada do democrata Bill Clinton[73], que desenvolveu nos EUA em 1992 um neoliberalismo progressista. Clinton em vez de ir contra ao New Deal, elaborou uma nova aliança com empresários, moradores de condomínios, movimentos sociais e com o público-alvo os jovens, visto como autêntico, moderno e progressista, focando no direito das mulheres, simpatizante da pluralidade e multiculturalismo.

Mesmo apoiando esse conceito progressista, o governo Clinton cortejou Wall Street. Entregando o controle da economia ao Goldman Sachs, ele afrouxou o controle do sistema bancário e negociou um acordo de livre comércio para acelerar a desindustrialização. O que se perde ao longo do caminho é o cinturão industrial (incluindo os grandes estados produtores industriais do nordeste dos Estados Unidos). Quando a financeirização irrestrita das últimas duas décadas ocorreu, a região, junto com os novos centros industriais no Sul, teve um grande impacto.

Com a continuação de sucessores, incluindo Barack Obama, a política de Clinton reduziu as condições de vida de todos os trabalhadores, especialmente aqueles engajados na produção industrial. Em suma, o governo Clinton é muito responsável por enfraquecer os sindicatos, reduzir os salários reais, aumentar a insegurança no emprego e aumentar duas famílias da classe trabalhadora, em vez dos salários familiares.

Como isso mostra, no final, o ataque à seguridade social foi encoberto pela aparência de um “charme libertador” emprestado do novo movimento social. Nos anos em que estiveram neste setor, um após o outro, este país foi inspirado e entretido por uma mentira sobre "diversidade", "capacitação" e "não discriminação". Eles definem "progresso" como meritocracia em vez de igualdade, e usam esses termos para equiparar "libertação" com a ascensão de um pequeno grupo de mulheres "talentosas", minorias e homossexuais na hierarquia corporativa, que "ganham tudo". do que abolir o último.

Essa compreensão individualista liberal de "progresso" substituiu a compreensão mais ampla, anti-hierárquica, igualitária, sensível a classes e anticapitalista da emancipação que prevalecia nas décadas de 1960 e 1970.

Com o declínio da Nova Esquerda, sua crítica estrutural da sociedade capitalista gradualmente se desvaneceu, a mentalidade de individualismo liberal tradicional do país reapareceu, enquanto o desejo dos "progressistas" e as autoproclamadas esquerdas provocativas encolheram. Mas foi uma coincidência entre essa evolução e o surgimento do neoliberalismo que finalmente chegou ao acordo. Um partido político comprometido com a liberalização da economia capitalista encontrou o companheiro perfeito no feminismo corporativo, que se concentra em "querer liderar" ou "quebrar o teto de vidro".

O resultado é um "neoliberalismo progressivo"[74] que mistura ideais truncados de libertação com formas fatais de financeirização. Essa foi uma mistura que os eleitores de Trump rejeitaram imediatamente.

Das pessoas que ficaram para trás neste belo novo mundo internacionalizado, há certamente trabalhadores industriais, mas também há gestores, pequenos empresários e todos aqueles que confiam no cinturão industrial e na indústria do sul, assim como a população rural que foi atingida difícil por causa do desemprego e das drogas. Para essas pessoas, o dano da desindustrialização é exacerbado pelos insultos do moralismo progressista, que estão acostumados a pensar que são culturalmente atrasados.


Alemanha Ocidental

As ideias neoliberais foram inicialmente implementadas na Alemanha Ocidental. Os economistas neoliberais que cercavam Ludwig Erhard inspiravam-se em teorias que eles tinham desenvolvido na década de 1930 e 1940, contribuindo para a reconstrução da Alemanha Ocidental após a Segunda Guerra Mundial.[75] Erhard era um membro da Sociedade Mont Pèlerin e estava em contato constante com outros liberais de sua época. O próprio Erhard admitia que comumente era classificado como um "neoliberal" entre seus pares, uma classificação que ele mesmo aceitava.[76]

O ordoliberalismo da Escola de Friburgo era mais pragmático. Os neoliberais alemães aceitavam o conceito do liberal clássico de que a concorrência tem o condão de impulsionar a prosperidade econômica, mas eles argumentavam que uma política de estado laissez-faire sufocaria a competição quando os fortes (mais competitivos) devorassem os fracos (menos competitivos), uma vez que a instituição de monopólios e cartéis poderia representar uma ameaça à livre concorrência. Eles apoiaram a criação de um sistema jurídico bem desenvolvido e de um aparato regulatório capaz e, embora ainda se opusessem às políticas trabalhistas keynesianas em grande escala ou mesmo uma extensa rede de segurança social (welfare state), a teoria dos neoliberais alemães era marcada pela iniciativa de colocar valores humanísticos e sociais em igualdade com a eficiência econômica. Alfred Müller-Armack cunhou a expressão "economia social de mercado" para enfatizar a tendência igualitária e humanista desta corrente. Walter Eucken, considerado o pai do ordoliberalismo, frequentemente defendia que "a segurança social e justiça social são o maiores preocupações do nosso tempo".[6] Tal posicionamento não ficou imune às críticas dentre os próprios economistas liberais, entretanto. Na opinião de alguns liberais como Hayek, a economia social de mercado apresentava metas inconsistentes, enquanto outros como Ludwig von Mises acreditavam que os neoliberais alemães não eram diferentes dos socialistas.

Na Alemanha, o termo 'neoliberalismo' era inicialmente sinônimo de ordoliberalismo e economia social de mercado. Mas, com o tempo, o termo original, 'neoliberalismo', caiu em desuso, dado que 'economia social de mercado' foi considerado mais positivo e adequado à mentalidade do período do Wirtschaftswunder (milagre econômico alemão) ocorrido nos anos 1950 e 1960.[75]

Chile

Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno
Pinochet com sua esposa, Lucía Hiriart (à esquerda)

O Chile foi um dos primeiros países do mundo a adotar o neoliberalismo. As privatizações no Chile durante o governo de Augusto Pinochet antecederam as da Grã-Bretanha de Margaret Thatcher. Em 1973, quando um golpe militar derrubou o presidente socialista Salvador Allende, o novo governo já assumiu com um plano econômico debaixo do braço.[77] Esse documento era conhecido como "El ladrillo" e fora elaborado, secretamente, pelos economistas opositores do governo da Unidade Popular poucos meses antes do golpe militar de 11 de setembro e estava nos gabinetes dos generais golpistas vitoriosos, já no dia 12 de setembro.[78]

O general Augusto Pinochet se baseou em "El ladrillo" e na estreita colaboração de economistas chilenos, principalmente os graduados na Universidade de Chicago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante sua reforma da economia.[77][79][80]

Os outros principais governos que adotaram as políticas neoliberais foram os de Margaret Thatcher (Grã-Bretanha) e Ronald Reagan (Estados Unidos), políticas essas que ficaram conhecidas como thatcherismo e reaganomics . A política de Reagan, nos Estados Unidos, também ficou conhecida como Supply-side economics ou Economia do lado da oferta.[81]

O governo Thatcher

Margaret Thatcher, primera ministra do Reino Unido (1979-1990)

Thatcher obteve grande sucesso na estabilização da libra esterlina, na dinamização da economia britânica e na redução drástica da carga tributária, levando, por conseguinte, o Partido Conservador a obter larga margem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983 e 1987 — tornando-se assim ícone mundial dos defensores das políticas econômicas neoliberais. Entretanto, a pobreza infantil no Reino Unido quase duplicou entre 1979 e 1990 — um dos maiores aumentos jamais visto no mundo industrializado. O custo social das políticas adotadas por seu governo foi considerado demasiadamente grande pelos críticos ao neoliberalismo.[82]

Durante o governo Thatcher a renda dos que estavam no decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais do que a renda dos que estavam no decil inferior; a desigualdade cresceu em um terço[83] Refletindo isso, o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-se substancial e continuamente durante todo o governo Thatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em 1990. Esta significativa piora no Coeficiente de Gini não pôde ainda ser corrigida pelos governos que a sucederam.[84] Por outro lado, durante seu governo, milhares de britânicos conseguiram comprar casas populares e ações de empresas recém-privatizadas nas áreas de energia e telecomunicação.[85]

Quando Thatcher renunciou, em 1990, 18% das crianças inglesas eram consideradas pobres — o pior desempenho dentre os países desenvolvidos — índice que continuou subindo (até atingir um pico de 24%, em 1995-96, quando iniciou sua trajetória descendente).[86][87]

"Ao mesmo tempo em que é considerada a responsável por reavivar a economia britânica, Margaret Thatcher é acusada de ter dobrado seus índices de pobreza. O índice de pobreza das crianças britânicas, em 1997, era o pior da Europa."[87]

O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigir essa distorção, a partir de 1997, medidas de inspiração keynesiana, tais como o restabelecimento de um salário mínimo, a criação de um programa pré-escolar e aumento dos créditos fiscais (isenções) para a classe trabalhadora (uma medida de "transferência indireta de renda"). A proporção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiu do pico de cerca de 24% em 1996-97, atingindo 11% no ano fiscal de 2005.[86][87]

"Nosso objetivo histórico será tornar nossa geração a primeira a erradicar a pobreza infantil para sempre, e isso vai levar uma geração. É uma missão para 20 anos, mas acredito que possa ser cumprida. Tony Blair.[88]

Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acusam de estar sendo "assistencialista", de estar desequilibrando o orçamento, e de estar aumentando a dependência da população no Estado. Os adversários políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos estudos que demonstram, por exemplo, que o custo — em prejuízos indiretos causados ao agregado da economia britânica — provocado pela existência de crianças abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40 bilhões de libras por ano no total (2005).[89] Todavia, o próprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, em termos macroeconômicos, certos princípios enfatizados por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhista próximo a Blair declarou, em 2002:

"A globalização pune com força qualquer país que tente administrar sua economia ignorando as realidades do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nesse estrito sentido específico, e devido à necessidade urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje todos tatcheristas."[90]

GRÉCIA

A Grécia já estava em uma situação financeira delicada antes da crise de 2008 que assolou o mundo. O país estava gastando todas as economias do cofre público, sendo afundado em dívidas externas e com crises sociais devido ao aumento dos impostos sob os cidadãos. Mas tudo foi intensificado com a chegada da crise de 2008, que fez com que o país se registra o déficit de 13,6% do PIB e sua dívida hoje em dia é de aproximadamente 300 milhões de euros. O país tentou sair do acordo econômico do euro, mas acabou sendo rejeitado, e deu início as políticas de austeridade, criando um “teto de gastos” muito rigoroso.

Como o país pertence a Zona do Euro, o medo desta crise descontrolada é que gera um efeito dominó, acarretando novas crises ou desistências dos países que pertencem a União Europeia. E segue sendo o país mais pobre da Europa, sem planos futuros para recuperação ou pagamento de dívidas.

A Grécia, assim como o Chile, foram países que passaram pelas ideias e moldes neoliberais, mas, como defendido pelo economista Paul Krugman já que o Estado financiaria de outras formas (Desvalorização monetária, inflação devido ao maior número de impressão do dinheiro etc.) e estas novas formas geram efeitos mais graves a curto prazo e que não possuem solução. Junto ao fator financeiro, políticas de Austeridade foram usadas a favor de regimes autoritários para implantar um sistema rígido e que tirasse o poder das instituições sociais, caso visto em toda a América Latina.


Crises na América Latina

Os países da América Latina são ótimos exemplos de como o neoliberalismo causa uma impressão de solução e que sem cuidado pode instaurar o caos, a maioria dos países passaram por atrocidades que foram defendidas no nome da economia e o Brasil esta lista.

Inicia-se aqui o tratamento do que é argumentado ser a nova fase da dependência que se configura especialmente a partir da década de 90, quando se torna hegemônica a estratégia neoliberal de desenvolvimento – imposta pelos países do centro do capitalismo mundial aos países da periferia do sistema e abundantemente incorporada por estes últimos –, apoiada no discurso globalizante que se desenvolve e dissemina a partir de então.

  Nos marcos do capitalismo atual, a dependência se estabelece mediante um intenso aprofundamento da vulnerabilidade externa dos países periféricos frente aos centrais, exatamente em função da predominância do capital fictício em suas estruturas. Este é o emblema, o definidor, a característica ou condição estruturante desta nova fase da dependência, de modo que podemos identificar a condição dependente de um país a partir de seus níveis de vulnerabilidade externa.


 O neoliberalismo ganhou importância, logo após a Segunda Guerra Mundial. Concebido em oposição ao socialismo e, mais diretamente, à socialdemocracia então em construção na Europa e ao New Deal nos EUA. Ficou “fora de uso” por quase 30 anos.

  No início dos anos 70, com a crise do Fordismo e das políticas neokeynesianas, e com a retirada do grande capital do pacto socialdemocrata, o neoliberalismo saiu do ostracismo e ascendeu à condição de projeto mundial do capitalismo financeirizado e de política de governo (econômica e social). Em primeiro ato no Chile, quando da deposição do Governo Allende por meio de um golpe de Estado promovido na época, como de costume, pelos EUA e praticado pelos militares com participação ativa de sua grande burguesia (1973).

   Portanto, antes mesmo da Inglaterra e dos EUA, a primeira experiência neoliberal no mundo se deu na América Latina e já evidenciou o seu caráter autoritário, perverso e regressivo. Ademais, o neoliberalismo tem por princípio mais geral a crença de que a desigualdade é um valor positivo e imprescindível na constituição de uma sociedade democrática, pois é base da liberdade e da vitalidade da concorrência.

  Após ser aplicado no Chile, o neoliberalismo espalhou-se por toda a América Latina em ondas sucessivas nas décadas de 1980 e 1990: tempos de Menem na Argentina[91], Fujimori no Peru , Salinas no México [92] e, por último, FHC no Brasil  ; causas que, ao aprofundarem a dependência e a vulnerabilidade externa da região, e terminarem em graves crises cambiais e financeiras, promoveram a concentração da riqueza, o aumento da desigualdade e o crescimento da pobreza.

  Como consequência, durante os anos 2000 a reação contra o neoliberalismo na região se materializou na chamada “onda rosa”: espécie de socialdemocracia tardios e desidratados nas regiões pobres -, que se espalhou pela América do Sul: Chaves na Venezuela[93], Morales na Bolívia, os Kirchner na Argentina, a Frente Ampla no Uruguai, Correa no Equador, Lugo na Paraguai [94] e Lula no Brasil[95].

  Adicionalmente, no fim dos anos 1990, a Argentina foi assolada por uma grave crise econômica queda do PIB, aumento da inflação, crescimento do desemprego e da pobreza absoluta –. Com um endividamento recorde, o Governo não conseguiu atender às necessidades mais básicas da população. Junto com o desemprego, os índices de pobreza e desigualdade também dispararam. O caos econômico e social levou a população às ruas. Os anos 2000 começaram com sucessivas trocas de governo e com uma série de conflitos entre o Estado e setores da sociedade. Assim, o neoliberalismo levou a Argentina ao caos econômico e social no fim dos anos 1990. A dívida externa pública, que deu um salto extraordinário ao longo do governo militar de 1976, deixou o país à mercê das exigências do FMI, retirando autonomia de ação do Executivo Federal.

  Outrossim, a Venezuela, em particular, passou por diversas adaptações políticas, econômicas e sociais, resultantes das condicionalidades para a renegociação da dívida externa e da adesão às diretrizes do Consenso de Washington. Trouxe como principal consequência o agravamento da penalização social da imensa população pertencente à classe trabalhadora e a extrema pobreza, gerando consequentemente as crises vivenciadas pelo país.

  Em suma, após mais de quatro décadas, desde a sua primeira experiência no Chile, está evidente que o neoliberalismo não tem nada a oferecer à maioria da população em qualquer parte do mundo, em especial na América Latina como foi apresentado[96][97]


Os neoliberais e a crise de 2008

Os neoliberais apontam o modelo keynesiano como sendo o responsável pela crise. Liderados por economistas adeptos do laissez-faire, como Milton Friedman, denunciaram a inflação como sendo o resultado do aumento da oferta de moeda pelos bancos centrais. Responsabilizaram os tributos elevados, juntamente com a regulação das atividades econômicas, pela queda da produção e pelo aumento da inflação.[45]

A solução que propunham para a crise seria a redução gradativa do poder do Estado, com a diminuição generalizada de tributos, a privatização[98] das empresas estatais e redução do poder do Estado de fixar ou autorizar preços.

O período Reagan foi de redução de impostos e de um mais elevado crescimento econômico, mas também de significativa elevação da dívida pública, o que os "neoliberais" apontam como sendo um de seus principais problemas.


A crise de 2008, que se iniciou nos Estados Unidos, ocorreu devido a criação de uma “Bolha Imobiliária”, causada pelo aumento nos valores deste setor que não acompanhou o poder de compra da população da época.

A fraude começou com o setor dos bancos, que no começo estavam aumentando e oferecendo mais créditos para atrair a atenção dos consumidores, que passaram a comprar mais deste setor e investir a favor deste.


Desde 1980, a renda das famílias americanas vinha estagnando e junto ao gasto governamental com as Guerras contra o Terrorismo no Oriente Médio, geraram uma enorme dívida e o aumento da inflação;

Começando o efeito dominó, já que com milhares de empréstimos sendo feitos, juros subindo e rendas familiares “congeladas”, o país passou a enfrentar diversas dificuldades como o aumento do desemprego e aumento de pessoas sendo despejadas de suas próprias casas.

Toda esta bolha imobiliária chegou ao seu ápice e estourou em 15 de setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers decretou falência, gerando uma enorme queda na bolsa de valores de Nova York e outras bolsas mundiais;

Entretanto, o governo americano recusou injetar verba externa nos bancos na tentativa de salvá-los, investidores de todo o mundo passaram a retirar o dinheiro das aplicações nas bolsas, acabando com a liquidez do mercado.


Após Lehman Brother e da AIG (maior seguradora do país na época), diversas instituições financeiras no mundo inteiro foram a falência. Foi necessário que o presidente George W.Bush lançasse o "Programa de Alívio de Ativo Problemático” que injetaria 700 bilhões de dólares nos bancos.

Como consequência da crise, a taxa de desemprego subiu para 10,1% (maior taxa em anos), mais de 8 milhões de pessoas perderam o emprego apenas no ano da crise; as rendas familiares caíram mais de 25%; e aproximadamente 2,5 milhões de empresas foram a falência.

Toda a crise poderia ter sido evitada se os banqueiros, investidores, e trabalhadores de outras áreas de finança, não tentassem forçar e fraudar um sistema econômico tão frágil quanto o neoliberalismo, em que quando se mexe em um lado da balança, o outro lado entra em colapso, efeito sentido pelos cidadãos americanos[99].


O neoliberalismo como herdeiro do liberalismo neoclássico

Ver artigo principal: escola neoclássica

Pierre Bourdieu, num artigo publicado em Le Monde diplomatique, datado de março de 1998, vê "a essência do neoliberalismo" naquilo que ele chama de "o mito walrasiano da "teoria pura". Segundo Bourdieu, o programa neoliberal "tende globalmente a favorecer a ruptura entre a economia e as realidades sociais". Seria "um programa de destruição metódica do coletivo", isto é, de "todas as estruturas coletivas capazes de interpor obstáculo à lógica do mercado puro", tais como as nações, cuja margem de manobra não para de diminuir; os grupos de trabalho (mediante, por exemplo, a individualização de salários e carreiras em função de competências individuais, com a consequente atomização dos trabalhadores); os coletivos de defesa dos direitos dos trabalhadores, sindicatos, associações, cooperativas; a própria família, que, através da constituição de mercados por classes de idade, perde uma parte do seu controle sobre o consumo..[100]

Críticas

Ver artigo principal: Críticas ao neoliberalismo

Segundo James Crotty a mais recente onda liberalizante, que ficou conhecida como neoliberalismo, teve seu início com a queda do muro de Berlim. Foi promovida pelo FMI, por economistas liberais como Milton Friedman, por seguidores da Escola de Chicago, entre outros, sendo por eles apregoada como a solução que resolveria parte dos problemas econômicos mundiais, reduzindo a pobreza e acelerando o desenvolvimento global.[101]

Em 2007, após 28 anos da aplicação, em diferentes graus, de medidas tidas como neoliberais, Jomo Sundaram, secretário-geral adjunto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, e Jacques Baudot, economista especializado em temas de globalização, escreveram o livro "Flat World, Big Gaps"[102] ("Um Mundo Plano, Grandes Disparidades" em tradução livre) que analisa os resultados obtidos por essas tendências liberalizantes e mede seus efeitos nas populações dos países em que as práticas foram adotadas.

Nesse livro, os autores concluem que: "A 'globalização' e 'liberalização', como motores do crescimento econômico e o desenvolvimento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".[103]

A segunda parte do livro analisa as tendências das desigualdades econômicas ocorridas em várias partes do mundo, inclusive na OECD, nos Estados Unidos, na América Latina, no Oriente Médio e norte da África, na África sub-saariana, Índia e China.

As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhos significativos para a melhoria da distribuição de renda, pelo contrário: "A desigualdade na renda per capita aumentou em vários países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) durante essas duas décadas, o que sugere que a desregulação dos mercados teve como resultado uma maior concentração do poder econômico."[103]

A liberalização do fluxo de capitais financeiros internacionais, que era apontada como uma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dos países ricos para irem irrigar as economias dos países pobres, deles sedentos, funcionou exatamente ao contrário.

O fluxo de dinheiro se inverteu, e os capitais fugiram dos países mais pobres, indo para os mais ricos: "Houve uma tremenda liberalização financeira e se pensava que o fluxo de capital iria dos países ricos aos pobres, mas ocorreu o contrário", anotou Sundaram. Como exemplo, citou que os EUA recebem investimentos dos países em desenvolvimento, concretamente nos bônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores.[103]

Essa "liberalização" de fluxos financeiros é assimétrica. Os países que mais defendem a liberalização total dos fluxos de capitais não a praticam dentro de suas fronteiras. Os Estados Unidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por exemplo, a "Community Reinvestment Act" (Lei do Reinvestimento Comunitário) que obriga seus bancos a reaplicar localmente parte do dinheiro que captam na comunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressões para "internacionalizar" seus capitais; em 2015, 60% da poupança da população alemã estão em caixas municipais, que financiam pequenas empresas, escolas e hospitais. A França criou um movimento chamado de "Operações Financeiras Éticas". A apregoada liberdade irrestrita para os fluxos de capitais parece ter sido adotada só pelos países subdesenvolvidos, que se veem frequentemente pressionados pelo FMI e em decorrência submetidos a graves crises causadas por sua vulnerabilidade às violentas movimentações especulativas mundiais.[104]

Essa diferença entre o discurso liberalizante dos países desenvolvidos e suas práticas, foi reconhecida até por Johan Norberg,[105] o jornalista sueco autor do "best-seller" In Defense of Global Capitalism que "atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ocidentais, cujo discurso em prol dos livre-mercados é enormemente prejudicado por suas tarifas draconianas sobre a importação de produtos têxteis e agrícolas, as duas áreas nas quais os países subdesenvolvidos teriam condições de competir".[106]

De maneira geral, "a repartição da riqueza mundial piorou e os índices de pobreza se mantiveram sem mudanças entre 1980 e 2000",[103] como já previra Tobin em 1981.

Por outro lado, os liberais afirmam que as reformas chamadas de "neoliberais" foram insuficientes e os governos fracassaram em áreas fundamentais para terem êxito, e chegam a afirmar que não houve nenhum governo liberal de fato. Estes liberais geralmente estão ligados à Escola Austríaca, e são adeptos normalmente do minarquismo ou do anarcocapitalismo.

O Fundo Monetário Internacional - instituição que, por décadas, foi um dos alvos preferenciais dessas críticas, por defender a aplicação de diretrizes de política econômica ditas neoliberais - publicou, em seu site, o artigo intitulado "Neoliberalism: Oversold?". Assinado por economistas da instituição,[30] o artigo não apenas admite a palavra "neoliberalismo" no próprio título como também incorpora a crítica ao receituário por décadas prescrito pelo próprio FMI aos países em desenvolvimento, como a rota mais segura para o crescimento econômico sustentável. Os autores do texto admitem que, de fato, tais prescrições poderiam, a longo prazo, ter efeito contrário sobre essas economias, aumentando a desigualdade e, afinal, compromentendo o almejado crescimento econômico sustentado.[31][107]

Ver também

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Referências

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    Tradução: ""O neoliberalismo tornou-se rapidamente um bordão acadêmico. A partir de um pequeno número de citações, na década de 1980, o uso do termo explodiu durante as duas últimas décadas, aparecendo em cerca de 1.000 artigos acadêmicos por ano, entre 2002 e 2005. Neoliberalismo é agora um conceito predominante na literatura acadêmica sobre desenvolvimento e economia política, ultrapassando de longe termos correlatos, como monetarismo, neoconservadorismo, Consenso de Washington e até mesmo reforma de mercado."
     
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Bibliografia