Usuário:DAR7/Testes/História Antiga/Antigo Oriente Próximo

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História
Pré-história Idade da Pedra

Paleolítico

Paleolítico Inferior c. 3,3 milhões - c. 300.000 a.C.
Paleolítico Médio c. 300.000 - c. 30.000 a.C.
Paleolítico Superior c. 30.000 - c. 10.000 a.C.
Mesolítico c. 13.000 - c. 9.000 a.C.

Neolítico

c. 10.000 - c. 3.000 a.C.
Idade dos Metais Idade do Cobre c. 3.300 - c. 1.200 a.C.
Idade do Bronze c. 3.300 - c. 700 a.C.
Idade do Ferro c. 1.200 a.C. - c. 1.000 d.C.
Idade Antiga Antiguidade Oriental c. 4.000 - c. 500 a.C.
Antiguidade Clássica c. 800 a.C. - 476 d.C.
Antiguidade Tardia c. 284 d.C. - c. 750
Idade Média Alta Idade Média 476 - c. 1000
Baixa Idade Média Idade Média Plena c. 1000 - c. 1300
Idade Média Tardia c. 1300 - 1453
Idade Moderna 1453 - 1789
Idade Contemporânea 1789 - hoje

O Antigo Oriente Próximo, ou Antigo Oriente, é o termo eurocêntrico utilizado para denominar a região de onde apareceram as civilizações anteriores às clássicas, na região que atualmente se denomina Médio Oriente (Iraque, parte do Irã parte da Turquia, Síria, Líbano, Israel, Egito) no período que vai desde a Idade do Bronze chegando até à expansão dos Persas no Século VI a.C.. O termo é amplamente usado pelos especialistas em arqueologia, História antiga e Egiptologia.

O termo é geralmente acompanhado a outros que dividem geograficamente a região:

Civilização Egípcia[editar | editar código-fonte]

A importância de alguns faraós[editar | editar código-fonte]

Havia numerosos faraós governantes do Egito no decorrer da sua história. Certos conseguiram algum destaque.[1]

  • Menés (ou Narmer), em 3000 a.C., unificou os reinos do norte e do sul num único reino.[1]
  • Quéops, Quéfren e Miquerinos ficaram mundialmente conhecidos como os faraós que ergueram as três maiores pirâmides do Egito, na planície de Gizé. Pai de Quéfren, foi substituído em seu trono e seu descendente também ergueu a sua pirâmide a um pequeno distanciamento em metros da do pai. Depois de Quéfren, reinou Miquerinos, ordenando que fosse erguida sua pirâmide vizinha das demais, porém, com uma curta diferenciação de tamanho.[1]
  • Amenófis IV, também denominado de "sacerdote do deus Sol", ficou conhecido mundo afora como o faraó que uniu a religião egípcia, obrigando que adorassem a uma única divindade, o Sol, denominado de Aton. Sua denominação foi alterada de Amenófis (querendo dizer "Amon se satisfaz") para Aquenaton (querendo dizer é "aquele que ajuda Aton"). Foi antipatizado pelos sacerdotes e pelo fanatismo do povo e este, depois que o faraó morreu, retornou aos velhos cultos.[1]
  • Tutancâmon, parente de Aquenaton, havia tomado posse do reinado ainda muito moço (idade de cinco anos). Seu reino perdurou pouco tempo, porque faleceu aos dezoito anos de idade. Ficou muito conhecido no século XX, uma vez que em 1924, o arqueólogo britânico Howard Carter achou no Vale dos Reis, o seu sarcófago bem enriquecido. O túmulo, intocado, ainda não tinha sido alvo de profanação por criminosos e continha riquezas de valor, uma vez que os ingredientes desses objetos eram ouro, prata e pedras preciosas. Havia objetos enormemente enriquecidos como máscaras mortuárias, sarcófagos, estátuas, móveis, joias, vasos, carros fúnebres, e assim por diante. Por esse descobrimento da arqueologia, é possível ter uma ideia do quanto era extraordinária, suntuosa e enriquecida a vida dos faraós, enquanto que a maior parte da população, composta por camponeses, vivia durissimamente e comia menos.[1]

Religião e mitologia egípcias[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Mitologia egípcia

Os egípcios eram fortemente religiosos.[2] Isso é fundamental porque a fé constitui uma sociedade civilizada e organizada. Eram politeístas (acreditavam numa grande variedade de deuses). A partir dos primeiros tempos, os egípcios idolatravam diversos deuses esquisitos. As mais antigas divindades foram animais e qualquer indivíduo possuía seu deus-animal protetor. Cultuavam gatunos, touros, cobras, chacais, gazelas, crocodilos, bois, escaravelhos, etc.[2]

Dentre os bichos idolatrados, o mais conhecido foi o boi Ápis que, durante a sua morte, causava tristeza no Egito inteiro e os sacerdotes buscavam nos prados um substituto que possuísse a mesma equivalência corporal. Criam na possível corporificação de um deus num bicho vivente. Veneravam-se o rio Nilo, com suas inundações diárias, e o vento aquecido do deserto, que acabava com as colheitas, como forças naturais.[2]

Os egípcios criam na reencarnação, por esse motivo cultuavam as pessoas que morriam. Todo lugar possuía suas divindades, com traços diferenciados, sendo certos deles metade ser humano e metade bicho (em geral, corpo humano e cabeça de bicho — antropomorfismo).[2]

Deuses do Egipto[editar | editar código-fonte]

Rá, o deus Sol.
: a divindade solar, a qual junto com a divindade Amon (Amon-Rá) era a mais importante deidade do Egito.[2]
Nut: é o firmamento, simbolizado por uma fêmea humana com a extremidade das pernas no Hemisfério Oriental e a extremidade dos braços no Hemisfério Ocidental. Os corpos celestes percorriam no decorrer do seu corpo. Seu descendente, Rá (o Sol), é comido por ela urante a escuridão do dia e ressurgia a cada luz do dia.[2]
Babuíno divino: Comprovação da da viagem da barca solar.[2]
Barca solar de Rá, a qual em uma viagem permanente, diariamente o devolve à Terra e no período noturno o conduz novamente à vida eterna.[2]
Ísis: casada com Osíris e seu descendente era Hórus. Protegia a natureza vegetal, as águas (as enchentes do Nilo) e as sementes. As chuvas significariam as lágrimas de Ísis buscando seu marido, Osíris, que também representa o rio Nilo.[2]
Néftis: irmã de Osíris, era casada com Set.[2]
Maat: protetor da justiça, da verdade, e do equilíbrio universal.[2]
Hórus: o falconídeo divino, surgiu do amor entre Osíris e Ísis, também venerado como o nascer do Sol.[2]
Osíris: vestido em formato de múmia, protegia os falecidos, a vida vegetal, a fecundidade. Também venerado como o pôr do Sol. Era ele ue vinha procurar as almas dos mortos para que fossem sentenciadas no seu tribunal (Tribunal de Osíris).[2]
Sacmis: deidade com corpo, braços e pernas feminina e crânio leonino. Protegia os conflitos militares e, por ser forte, encarregou-se de matar os inimigos de Rá.[2]
Ptá: orago de Mênfis, considerava-se o Grande Arquiteto do Universo, e protegia os profissionais do artesanato.[2]
Quenúbis: pastor divino, protetor das cabeceiras e das enchentes do Nilo.[2]
Anúbis: chacal divino, cuidava dos túmulos, protegia a vida após a morte, intermediador entre o nosso planeta e o firmamento.[2]
Tote: protegia o conhecimento, os poderes mágicos e elaborou a escrita. Declarava-se o deus escritor e orago dos escribas.[2]
Hator: deidade feminina a qual aparece com ambas as formas: como uma fêmea do boi com os cornos e a luminária do dia entre eles e como uma mulher tendo a luminária do dia entre os cornos. Protegia os orgulhosos, os profissionais da música, os felizes, os deleitosos e os apaixonados.[2]
Set: arqui-inimigo de Osíris (o Nilo), julgava-se o vento aquecido do deserto. Personificação do mal, causava raios e trovões e protegia as armas de fogo.[2]
Amon (de Tebas): deidade das deidades da mitologia egípcia, em seguida venerado juntamente com Rá, agora designado de Amon-Rá.[2]
Bes: espírito (ou demônio) monstruoso e maligno, morava no inferno.[2]
Tuéris: deidade feminina hipopotamiforme, protegia as mães com bebê na barriga.[2]
Bastet: gata divina, a qual passava as desejáveis influências da divindade solar para as pessoas.[2]

Templos egípcios e cerimônias fúnebres[editar | editar código-fonte]

Templo de Luxor.

Os templos egípcios não eram da mesma forma que as igrejas atuais. Eram luxuosos, de tamanhos imensos, com um portão suntuoso e vastos pátios amplificados. As grandes colunas apoiavam os templos. Na retaguarda, estava localizada a estátua da deidade do lugar e nos lados os demais poucos deuses. Na frente, o colosso das estátuas dos faraós construtores dos templos. Dentro dos templos, moravam os vários sacerdotes, com corte no cabelo e que trajavam-se com uma única túnica. Do Antigo Egito restaram as ruínas de ambos os xtraordinários templos, o templo de Luxor e o templo de Karnak.[3]

Múmia dentro do sarcófago.

Quanto às múmias, os egípcios criam que o ser humano eram constituído por (a carne) e por (o espírito). Na opinião deles, quando morria, a carne (Ká) era deixado pelo espírito (Rá), mas era possível a permanência da vida do espírito (Rá) no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso podia acontecer caso se preservasse o corpo que precisava suportá-la. Daí vinha a necessidade do embalsamamento ou da mumificação do corpo para que a decomposição do mesmo fosse impedida. Para assegurar que o espírito sobrevivesse, em caso de desconstrução da múmia, eram colocadas no túmulo estatuetas da pessoa que morreu.[3]

O túmulo era em que morava um falecido da mesma forma que a casa é em que mora um vivo, com mobiliários e comidas estocadas. As imagens vistas nas paredes significavam as cenas da vida de um morto à mesa, na caça e na pesca. Eles criam na mágica dos dons dessas pinturas, porque consideravam isso como o temperamento de alegria e tranquilidade do espírito durante a sua admiração perante às imagens.[4] O espírito da pessoa que faleceu chegava no Tribunal de Osíris, onde era sentenciado por suas obras, para avaliar se era possível a sua aceitação no reino de Osíris.[3]

Os túmulos eram habitações eternas. Para que os corpos fossem melhor cobertos, colocavam-se as múmias em sarcófagos hermeticamente tampados. Os faraós, os membros da nobreza, os enriquecidos e certos clérigos erguiam os imensos túmulos feitos de pedras para assegurar que os corpos fossem defendidos contra ladrões e profanadores. Fabricavam-se sarcófagos para assegurar que o morto aguardasse por muito tempo até o retorno do espírito.[3]

Dessa forma, ergueram-se mastabas, pirâmides e hipogeus com enriquecido adorno.[3]

Cultura egípcia[editar | editar código-fonte]

Bem como pirâmides, mastabas, hipogeus e nos vastos templos, a arte do Antigo Egito era materializada também nos palácios, nas luxuosas colunas e obeliscos, nas esfinges, na escultura e na técnica decorativa em baixo-relevo. Listados abaixo:[5]

  • Mastabas: As mastabas eram túmulos revestidos com lajes rochosas ou feitas de tijolo especial. Contavam com uma capela, a câmara mortuária e demais divisões.[5]
  • Hipogeus: Desterro de mausoléus nas rochas, perto do talvegue do Nilo. O hipogeu mais conhecido foi de Tutancâmon, que se localiza no Vale dos Reis.[5]
  • Esfinge: As esfinges conservavam os templos e as pirâmides. A esfinge na frente da pirâmide de Quéfren possui cabeça humana e corpo leonino.[5] Suas palavras conhecidas são "Decifra-me ou te devoro".[6]
  • Obelisco: Monumento de uma única rocha agulhiforme para que fosse marcado certo fato ou realização. Significa também um raio sol divino.[5]

Pirâmides[editar | editar código-fonte]

Nas pirâmides reais, havia corredores secretos, galerias, câmaras, portas e passagens falsas para enganar ladrões, cripta, corredores de ventilação e a câmara do rei.

No antigo Egito foram erguidas mais de cem pirâmides. As três grandes incluem-se dentre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até os dias atuais as pirâmides apresentam certos segredos para a mente humana. Dessa forma a moderna engenharia não pôde ainda esclarecer como foi que, naquele momento, conseguiu-se transportar blocos rochosos de 2 a 10 ou mais toneladas que chegaram de longe até o deserto onde estão localizadas as pirâmides. Mais complicado ainda é esclarecer como conseguiram carregar pedras em cima de pedras até uma altura de 146 metros (a altura da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo é esclarecer o motivo da construção das pirâmides com seus lados volvidos com exatidão para os quatro pontos cardeais. Nos dias atuais, várias pessoas creem num enigmático poder de centralização enérgica e de conservação no interior das pirâmides. Dessa forma, não teriam estragado as coisas deterioráveis que fossem postas dentro, na disposição que a câmara do rei completa.[7]

Para isso, com ajuda de uma bússola, necessita-se da orientação das bases piramidais na direção dos quatro pontos cardeais. Crê-se, também, em curar ou melhorar a saúde por meio da utilização de uma pirâmide de cobre em bom estado para que fosse abrigado um ser humano dentro dela.[7]

As ciências egípcias[editar | editar código-fonte]

Os egípcios haviam desenvolvido a arquitetura, a matemática, a astronomia, a medicina e a engenharia, além do ano dividido em 365 dias, 12 meses com 30 dias. Utilizavam os relógios solares, estelares e à base de água para que o tempo fosse medido.[7]

Na matemática, os egípcios haviam desenvolvido a geometria, porque foram necessárias a medição das terras rurais e o levantamento das vastas construções. Na medicina, possuíam médicos conhecedores de uma grande variedade de doenças, além de trabalharem como cirurgiões, usando até mesmo anestésicos. No entanto, a medicina egípcia era mais mística que científica, por seguir-se de magias e por rogar os deuses.[7]

Conheciam a mumificação de corpos por meio de mecanismos de embalsamamento os quais preservaram numerosos corpos até os dias atuais. De acordo com Heródoto, um historiador grego de muita fama, fazia-se o processo de mumificar o corpo da seguinte forma:[7]

[7]

Em seguida o corpo era posto no sarcófago. Os pobres possuíam processos de mumificação mais fáceis.[8]

Língua e literaturas egípcias[editar | editar código-fonte]

Hieróglifos em uma estela funerária.

Os egípcios foram um dos mais antigos povos que usaram a escrita no mundo. Haviam desenvolvido três alfabetos:[8]

  • O alfabeto hierático, mais fácil, usado pelos nobres e pelos membros do sacerdócio.[8]
  • O alfabeto demótico era um tipo de escrita utilizado pela maioria da população.[8]

Na época da campanha de Napoleão Bonaparte no Egito, o arqueólogo francês Jean François Champollion levou para a França, em 1799, uma pedra da cidade de Roseta, que abrange escrita em três tipos de alfabeto: hieróglifos, grego e demótico. Em 1822, Champollion, relacionando o texto em língua grega clássica com o mesmo tema em hieróglifos, conseguiu a decodificação do alfabeto egípcio, colaborando para os estudos da civilização egípcia.[8]

Os egípcios escreviam especialmente em uma planta denominada papiro, muito encontrada às margens do Nilo. Retalhava-se o miolo do papiro, juntavam-se e apertavam-se as partes umas às outras, compondo rolos os quais até mesmo eram comprados por povos vizinhos. Diversos livros escritos foram deixados pelos egípcios, a maior parte deles sobre assuntos relacionados à religião, como o conhecido Livro dos mortos.[8]

Música egípcia[editar | editar código-fonte]

Pelos documentos achados, como músicas fragmentadas e instrumentos, a arte musical se iniciaria na Mesopotâmia e no Antigo Egito. Na verdade, em 1950 os arqueólogos haviam encontrado uma canção de origem assíria datada de 4000 a.C., inscrita numa tabuleta feita de argila.[8]

Os egípcios utilizavam muito a música em quaisquer das ocasiões religiosas ou da sociedade, como casamentos, festas, canções de guerra, de vitória, ou para que fossem expressos temperamentos tristes e fúnebres. Entre os instrumentos musicais incluem a lira, cítara, oboé, címbalo, harpa e outros com caixa de ressonância. Era comum que as mulheres enriquecidas cantassem muito bem. Junto com a música, a dança e a coreografia foram desenvolvidas. Os mesopotâmicos e os egípcios conseguiram que a música fosse escrita por meio de sinais.[8]

Influência da civilização egípcia sobre outras civilizações[editar | editar código-fonte]

Os egípcios influenciaram o progresso de uma grande variedade de povos vizinhos ou distantes. Diversos eruditos de demais povos da antiguidade procuravam seus saberes no Egipto, em que estagiavam. Criaram a geometria, que depois os gregos e demais povos começarão a seguir.[8]

Os egípcios influenciaram quase toda a medicina. Na verdade, superaram todos os povos antigos nos saberes médicos.[8]

No que diz respeito à religião, seus deuses e suas crenças se espalharam por toda a parte. O mundo foi admirado pelas pirâmides e os egípcios criam que o espírito nunca morria, considerando isso um avanço espiritual.[8]

No que tange à escrita, foram os primeiros na arte da escrita, e seus caracteres foram para a Fenícia, onde se descomplicaram, tendo como resultado o alfabeto que possuímos nos dias atuais. Grande colaboração às civilizações antigas foi o papiro fornecido pelo Egito ao mundo antigo inteiro para que fossem escritos seus livros, formadas suas bibliotecas e fornecido material para que seus sábios estudassem.[8]

Civilização Mesopotâmica[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Mesopotâmia
Mapa geral da Mesopotâmia.

A Mesopotâmia, uma enriquecida região da Ásia Menor, situa-se na fertilidade das planícies drenadas pelos rios Tigre e Eufrates, que despejam sua águas no Golfo Pérsico. A Mesopotâmia equivale em boa parte ao território do Iraque dos dias de hoje.[9]

O termo Mesopotâmia é etimologicamente oriundo do grego clássico: mesos = meio e potamos = rio e tem como significado "terra que situa-se entre rios", ou seja, nesse caso, uma região que compreende a bacia hidrográfica dos rios Tigre e Eufrates. Mas, como visto no mapa, a Mesopotâmia era muito extensa além desses rios.[9]

Venerador mesopotâmico de 2750-2600 a.C.

Foram diversos os povos os quais, através de lutas, tomaram posse sucessiva dessa fértil região do Oriente Médio (Ásia Menor). Dentre eles, podem ser mencionados os sumérios, os elamitas, os hititas, os acádios, os amoritas, os cassitas, os assírios, os babilônios, os caldeus, entre outros.[9]

É desconhecida a origem dos sumérios, mas é sabido que, por volta de 3000 a.C., eles foram estabelecidos na parte meridional da Mesopotâmia, próximo ao Oriente Médio.[9]

Política mesopotâmica[editar | editar código-fonte]

Diversas comunidades as quais, aos poucos, foram-se tornando cidades-estados, foram criadas pelos sumérios. Assim, apareceram as cidades de Ur, Uruk, Lagash, Nippur. A principal delas foi Ur.[10]

A região de ocupação suméria não tinha um poder central pelo qual lhe fosse dada unidade política. Toda a cidade era que nem um país, com governo próprio. Um civil (patesi) e um sacerdote governavam uma cidade-estado. Essas cidades lutavam constantemente e foi o rei Sargão I quem conseguiu unificar tudo isso, criando o reino da Suméria, extenso entre a Mesopotâmia e o Mar Mediterrâneo..[10]

Depois que Sargão I morreu, o reino decaiu e foi invadido por outros povos.[10]

Babilônios[editar | editar código-fonte]

Uma inscrição do Código de Hamurabi.

Liderados por Hamurábi, tomaram posse da Suméria e criaram o grande Império Babilônico, cerca de 1700 a.C. O primeiro código de leis de que se tem notícia foi elaborado por Hamurabi. O conteúdo das leis estabelece os direitos e deveres do povo e das autoridades. Mas, dependendo da classe social, as pessoas não eram semelhantes diante da lei no Império Babilônico. Exemplificando, não consideravam-se os escravos como gente, mas sim como objeto, uma mera propriedade qualquer. Quer dizer, a escravidão era permitida pelas civilizações da antiguidade e aproveitavam-se os prisioneiros de guerra, que não queriam morrer, como escravizados para trabalhos forçados. É proveniente de Hamurabi a lei do talião: “Olho por olho, dente por dente”. Outra lei determinava que, caso um homem penetrasse em um pomar e roubasse, devia ter pago ao proprietário do pomar uma determinada quantidade em prata.[10]

O Império Babilônico decaiu e foi dominado pelos assírios, povo guerreiro muito organizado militarmente e o primeiro que utilizou os carros de guerra. Os assírios, caracterizados pela crueldade e pela violência, dominaram diversos povos e conquistaram a região por 500 anos.[10]

Depois, em 612 a.C., o Império Babilônico foi reestruturado e veio ao apogeu com Nabucodonosor II, o qual melhorou a cidade, ergueu os conhecidos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo, e ordenou que fosse erguido um imenso zigurate, chamada de Torre de Babel pela Bíblia. Na verdade, em 1899, quando foi escavado, descobriu-se um zigurate muito grande o qual se achou que fosse a Torre de Babel. Possuía 90 metros de base e outro tanto de altura, com o topo revestido de ouro e azulejos pintados de azul.[10]

Escrita cuneiforme[editar | editar código-fonte]

Escrita cuneiforme com gravação num numa escultura feita durante o século XXII a.C. (Museu do Louvre, Paris). A linguagem escrita resulta do fato de que o homem necessita da garantia de se comunicar e desenvolver a técnica.

Os textos eram escritos pelos sumérios e babilônios em tabletes de barro. Foram os inventores de um tipo de escrita em formato de cunha, que por esse motivo, recebeu o nome de escrita cuneiforme. Esses tabletes feitos de barro pesavam muito e não eram de fácil manuseio, mas possuíam a vantagem de duração de séculos ou milênios com escrita inteligível.[11] Pesquisadores dos dias atuais acharam muitos deles e assim puderam descobrir uma grande quantidade de coisas da primeira civilização da história da humanidade. Na cidade de Nínive, o rei Assurbanipal fundou uma biblioteca, com 22 mil tabletes de argila (barro) com escritos em uma grande variedade de assuntos. Dentre demais assuntos, nos é mostrado pelos tabletes como eram o comércio e os negócios daquele tempo. Por exemplo, uma relação de medicamentos receitados aos pacientes é feita pelo médico. Há 3000 anos, os deveres de um menino, na escola, são relatados por um dos tabletes de maior interesse: o menino precisava ir mais rápido para evitar que chegasse atrasado na escola, senão a criança apanharia do professor. O professor, utilizava, também, a vara ou palmatória para castigar os alunos que dialogassem, que deixassem a escola sem autorização ou estudassem sem caprichar como deviam.[11]

Religião mesopotâmica[editar | editar código-fonte]

Tanto os sumérios como os babilônios eram politeístas, ou seja, criam numa grande variedade de deuses.[12] Toda a cidade tinha o seu deus protetor. A Babilônia, por exemplo, estava sendo protegida por Marduque. Criam também nas forças dos astros e da natureza e veneravam o céu (Anu), a Terra (Enlil), a Lua (Sin), o raio e a tempestade (Hadad), o fogo (Gibil), etc.[12]

Cultuava-se a religião nos templos, denominados zigurates, construções com degraus em formato de pirâmide. Os mesopotâmios criam que os astros influenciavam na vida do homem, originando assim a astrologia. Os adivinhos e sacerdotes que estudavam os astros eram muito prestigiados. Os povos da Mesopotâmia contribuíram muito para o conhecimento dos astros, e através desse conhecimento conseguiam mesmo fazer a previsão das enchentes dos rios Tigre e Eufrates.[12]

Contribuições dos sumérios e babilônios[editar | editar código-fonte]

Deusa Ishtar, estatueta representativa do século IV a.C.

Foi muito importante a herança deixada pelos sumérios e pelos babilônios aos povos futuros. Dentre demais colaborações, podem ser apontadas:[12]

  • Haviam organizado política e socialmente as cidades-estados;
  • Haviam criado um código de direitos e deveres;
  • Haviam organizado a produção de alimentos: já naquele tempo, utilizavam o arado e máquinas de irrigação, por exemplo;
  • Haviam construído lindos templos e grandiosos palácios;
  • Os sumérios haviam inventado a escrita, que possibilitou a fixação do conhecimento da época;
  • Haviam Inventado a roda e os carros puxados por cavalos;
  • Haviam criado a astronomia (pesquisa dos astros);
  • Astrologia, ou seja, a ciência que pesquisa os astros que influem sobre o futuro das pessoas.

Os povos antigos não criam que a alma era imortal, eram religiosamente pessimistas e viviam sem preocupações com a morte ou com o que as pessoas viam com seus próprios depois que morriam. Buscavam a sua proteção contrária às forças malignas utilizando amuletos e fazendo toda sorte de magia.[12]

Uma das divindades mais adoradas era a deusa Ishtar, personificação do planeta Vênus. Protegia o amor e a guerra.[12]

Civilização Hebraica[editar | editar código-fonte]

Abraão e os três Anjos as portas do purgatório segundo descrição de Dante Alighieri em 1250. Gravura de Gustave_Doré (1832-1883).

As origens mais antigas dos hebreus (ou israelitas) ainda não se conhecem. A Bíblia sempre é a fonte mais importante para estudar esse povo. As origens se iniciaram com Abraão, líder de uma tribo de pastores seminômades que, recebendo os conselhos de Deus, partiu da cidade de Ur na Mesopotâmia, perto das margens do rio Eufrates, foi para Haran e depois se fixou na terra de Canaã, no litoral leste do mar Mediterrâneo (hoje Israel). O caráter dessa migração era religioso e teve grande duração de tempo até a chegada de Abraão à terra que Deus prometeu.[13]

Abraão, em contrapartida aos demais homens da época, cria em um único Deus, que criou o mundo, que não se podia ver e que lhe ordenou que partisse para Canaã. Premiado por obedecer isso e por crer, uma promessa de Deus foi recebida por ele: sua família originaria um povo que se destinaria a ter a terra de Canaã, na qual, de acordo com a Bíblia, brotava leite e mel. Renovou-se essa promessa a Isaac, do qual Abraão era pai e mais tarde a Jacó (do qual Abraão era avô), este recebendo dum anjo a denominação de Israel, cujo significado é “o forte de Deus”. No entanto, Canaã foi definitivamente conquistada, no século XIII a.C., durante a saída de Moisés do Egito e a condução de todos os hebreus à Terra Prometida, em 1250 a.C.[13]

Os patriarcas[editar | editar código-fonte]

São chamados de patriarcas os três primeiros líderes dos israelitas: Abraão, Isaac e Jacó. O primeiro passava a sua vida em Ur, na Mesopotâmia. Abraão é ordenado por Deus que partisse para Canaã e lhe é prometido por ele que sua família terá um excelente futuro. Abraão viaja e é estabelecido na terra de Canaã com seus familiares. Depois que morreu, é sucedido por Isaac, do qual Abraão é pai. Depois, é seguido por Jacó, do qual Isaac é pai.[14]

Jacó é pai de doze filhos, que vão originar as doze tribos de Israel. José, o mais jovem deles, é o preferido dos pais. Ele é invejado pelos irmãos de tal maneira que é vendido como escravo a comerciantes egípcios, sejam eles nascidos no país, sejam eles imigrantes. No Egito, José trabalhará na corte do Faraó. Depois de uma grande quantidade de aventuras ele é nomeado primeiro-ministro. Naquela época, muitos israelitas ficam sem nada para comer e José conseguiu estabelecer sua família no Egito.[15]

Moisés[editar | editar código-fonte]

Moisés com as Tábuas da Lei, por Rembrandt.

A vida dos hebreus no Egito foi pacífica por uma grande quantidade de gerações. No entanto, um faraó ficou inquieto porque a população cresceu e seu país ficou poderoso. Decide transformá-los em escravos e ordena a matança de todos os meninos nascidos a pouco tempo. Ora, naquele tempo, surge numa família de hebreus, o menino Moisés. Para ser salvo, é acomodado por sua mãe em uma pequena cesta feita de papiro e é escondido dentre os caniços do rio Nilo. A filha do faraó recolhe o bebê e o educa na corte. Chegando na idade adulta, Moisés se revolta porque seu povo é miserável e se refugia no deserto do Sinai. Ali, Deus é revelado a ele e lhe promete duas coisas: tornará livres os israelitas da escravidão e ser-lhe-á dado o país de Canaã. Desde então, a missão extraordinária de Moisés é de que o povo israelita será guiado até a Terra Prometida e será por ele transmitida aos homens a mensagem de Deus incluída nos dez mandamentos.[16]

Moisés retornou, então, para o Egito, para juntamente do faraó e lhe pediu que fosse permitida a partida dos hebreus à sua terra, porque Deus ordenou. Sabendo que o faraó recusou, o Egito é castigado por Deus com dez terríveis pragas, contadas na Bíblia. Enfim, o faraó renuncia e os israelitas são libertados: é o Êxodo, ou seja, o momento histórico em que os hebreus saíram do Egito.[16]

Os hebreus foram conduzidos por Moisés por meio do deserto do Sinai. Outra vez, Deus é revelado a ele, ser-lhe-ão dadas as Tábuas da Lei, com os dez mandamentos e uma aliança, um pacto é feito por Moisés com os israelitas. Estes são protegidos por ele até entrarem na terra de Canaã, no entanto, será exigido em troca que seu povo obedeça absolutamente a suas leis. Sem dúvida, são ditas por Deus a Moisés as leis de regência à vida do povo de Israel. As 10 primeiras são de importância particular: são os Dez Mandamentos da Lei de Deus.[16]

Conquista de Canaã, juízes, monarcas e invasões estrangeiras[editar | editar código-fonte]

Depois da saída do povo de Israel do Egito, o mar Vermelho foi atravessado pelos israelitas que erraram 40 anos pelo deserto, enfim, chegando às fronteiras da Terra Prometida (atualmente Estado de Israel). Moisés falece, Josué sucede-lhe, declara uma guerra santa contra os cananeus e ganha. O país dos cananeus é transformado então no país de Israel. Deus cumpriu o que prometeu.[17]

Uma vez que se estabeleceram na terra de Canaã, era preciso uma autoridade para chefiar os hebreus nas batalhas contra os inimigos e orientar as atividades do povo. Foram os juízes, e dentre eles mereceram destaque Josué, Sansão, Gideão e Samuel. Depois dos juízes, o reino de Israel foi fundado, sendo que o rei passou a comandar o país.[17]

David representado por Michelangelo.

Davi e Salomão foram os reis mais vitoriosos da história de Israel. Davi terminou de conquistar a terra de Canaã e criou o reino de Israel. Mandou embora os filisteus e elegeu Jerusalém como capital. Davi foi um rei autor de poesias e seus vários salmos bíblicos foram escritos.[18]

Na época do reinado de Salomão, Israel se desenvolveu muito. Ordenou a construção de palácios, fortificações e o Templo de Jerusalém. No interior do templo, se localizava a Arca da Aliança, contendo as Tábuas da Lei, nas quais estavam escritos os Dez Mandamentos, que Deus ditou para Moisés no Monte Sinai, durante a vinda do povo hebreu do Egito à Canaã.[18]

Importou-se a maior parte do material utilizado nas construções de Tiro, na Fenícia. Exageraram-se muito as importações de madeira (especialmente o cedro-do-Líbano), ouro, prata e bronze que o país tornou-se empobrecido. O dinheiro recebido era muito pouco para que as dívidas fossem pagas. Para que os gastos e o luxo da corte fossem sustentados, os impostos foram aumentados por Salomão que tornou obrigatório o trabalho da população empobrecida em obras públicas. Além do mais, a cada três meses 30 000 hebreus foram revezados no trabalho das minas e das florestas da Fenícia para extrair madeira, como forma de pagar a dívida externa de Israel com a Fenícia.[18]

A administração de Salomão foi motivo de descontentamento do povo, porém, ele foi considerado historicamente como um rei que construiu muito e, especialmente, como um rei de muito conhecimento.[18]

Os demais povos se apoderaram de Israel por uma grande variedade de vezes. Após a divisão de Israel em dois Estados adversários — Israel na parte setentrional e Judá na parte meridional, os assírios e babilônios aprisionaram os hebreus. Depois, dentre os demais povos dominadores, os persas e romanos se apoderaram de Israel. Por volta do ano 70 a.C., a cidade de Jerusalém foi destruída pelo imperador romano Tito. Os judeus, desde então, foram espalhados pelo mundo (foi a denominada Diáspora) e somente foi conseguida a reunião no território de hoje, em 1948, quando fundou-se o Estado de Israel.[19]

Religião judaica[editar | editar código-fonte]

Demais povos dominaram os israelitas, bem enfraquecidos sob a ótica militar, e até conduziram como escravos à Babilônia (o cativeiro da Babilônia). Mas os hebreus superaram muitos obstáculos por intermédio dos séculos e, uma vez que se unificaram ao redor de seus princípios espirituais, até os dias atuais são continuamente um povo.[20]

Uma função bem essencial na parte religiosa e moralista foi cumprida pelos judeus, que dominaram em grande parte o ocidente inteiro, a começar da Europa às Américas.[20]

Eram monoteístas e criam em Javé, Deus que inventou tudo, cósmico, que não pode ser visto, espírito todo-poderoso, o qual não se podia representar através de estátuas ou imagens. Os hebreus tinham que adorá-lo "em espírito e verdade". Os sacerdotes também denominados levitas, eram da tribo de Levi, uma das doze tribos israelitas.[20]

Nos 1000 anos antes do tempo em que Jesus Cristo nasceu, o povo hebreu havia escrito sua história, suas leis e suas crenças. Quaisquer desses relatos, acham-se no começo da Bíblia, denominada de Antigo Testamento, o qual é a seção que o povo hebreu acompanha. A Bíblia é um livro espiritual do judaísmo até mesmo do cristianismo.[20]

O povo que destruiu o monumental Templo de Jerusalém foram os romanos, no ano 70. Atualmente a parte restante somente era de um muro que servia de cercania do templo. Nesse muro, os hebreus ainda atualmente vão fazer a lamentação do templo destruído e o seu povo que se espalhou pelo mundo. Esse muro chama-se de Muro das Lamentações.

No que diz respeito às comemorações e datas religiosas, dedica-se o sábado à vida espiritual. Não permite-se nenhum serviço. Guarda-se este dia para se que reúnam com os parentes, para que orem e estudem o Antigo Testamento.[20]

Geralmente, fatos históricos, religiosos e agrícolas são festejados pelas comemorações religiosas. A mais grandiosa destas é o Yom Kippur: (Dia do Perdão); era um dia dedicado pela Lei de Moisés para que todos se comparecessem em presença do Sumo Sacerdote e, por meio do ato simbólico do sacrifício, fossem absolvidos por Deus caso houvesse franqueza na lamentação.[20]

Num tempo remoto, dentre os judeus, Deus era louvado por intermédio de animais mortos (holocaustos) e por intermédio de ofertas. Nos dias atuais, com a Diáspora (disseminação pelo mundo), os judeus são agrupados em locais de culto denominados sinagogas. Orar e ler a Bíblia Hebraica tornam-se atos indispensáveis na vida judaica.

No passado israelita inteiro, certos homens influenciaram uma função especial: eles são os profetas. Os profetas são pessoas que Deus inspirou; são os porta-vozes dele. Desde o século VII a.C., eles já esperavam muito: o Messias, um enviado de Deus, veio para que o mundo seja transformado, fazer com que reinem a paz, a justiça e o amor e que os israelitas estejam reunidos para que vivam em paz em sua própria terra. Os israelitas ainda hoje sempre esperam um messias salvador, que, segundo o que os cristãos acreditam já chegou na pessoa de Jesus Cristo.[21]

Aguardando o messias, o judeu tem que preferir a santidade, em obediência da Lei e das normas de vida (moral judaica). O conteúdo das leis aparece em um livro que denomina-se Torá (lit. "Lei"). Elas dizem respeito ao total dos aspectos da vida: venerar, cooperar, conviver em família, alimentar-se, trajar-se, castigar, etc. Os religiosos que esclarecem as leis da Torá são mestres que chamam-se rabinos. O conteúdo das interpretações que os rabinos esclarecem a respeito dessas leis é apresentado num imenso livro: o Talmud.[21]

Civilização Fenícia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Fenícia

O povo fenício, originário do Oriente Médio, habitou, desde uns 3000 a.C., uma faixa terrestre de pequeno comprimento no litoral leste do mar Mediterrâneo, na região que o Líbano e a Síria ocupam atualmente.[22]

Comércio fenício.

Proprietários de um pequena quantidade de terrenos e de solos arenosos, os fenícios não foram dedicados à agricultura. Uma vez que se cercavam de regiões montanhosas entre as partes setentrional, meridional e oriental, somente lhes sobrava o aproveitamento do mar. Convivendo com o mar, inventaram precocemente a construção de navios e a navegação. Dessa forma, suas cidades mais importantes, como Tiro, Sídon, Biblos e Ugarit, foram transformados em portos de partida dos navios que vendiam produtos próprios ou de demais nações. Suas galeras viveram aventuras pelos mares em corajosas viagens, na conquista de mercados longínquos.[23]

Foi dessa forma, que os fenícios, além de sondar o mar Mediterrâneo, comercializando com as ilhas do Chipre, Creta, Sicília, Córsega e Sardenha, alcançaram o oceano Atlântico, vindo ao mar Báltico, no norte da Europa, e explorando o litoral da África. Os fenícios foram o povo que mais navegou e explorou durante a Antiguidade. Circunavegaram o litoral da África no ano 600 a.C., por solicitação do faraó egípcio Necao, viajando no mesmo trajeto que, dois mil anos depois, seria feito por Vasco da Gama na direção oposta. Existe, ainda, a afirmação de quem considera a chegada dos fenícios até o litoral brasileiro.[24]

Comércio e política fenícias[editar | editar código-fonte]

Numerosas foram as mercadorias que os fenícios comercializavam. Compravam-se alguns deles em demais nações e revendiam-se em demais locais. Porém, a maior parte era de produtos propriamente fabricados, como tecidos, corantes para pintar tecidos (como a púrpura), cerâmicas, armas de fogo, peças metálicas, vidro transparente e colorido, joias, perfumes, especiarias, entre outros. Seus artesãos possuíam habilidade para imitar e falsificar mercadorias de demais povos. Importavam-se também os cedros da região montanhosa da Fenícia. Os fenícios também foram o povo que mais vendia escravos à época. Criaram feitorias (pontos onde mercadorias eram armazenadas) e uma grande quantidade de colônias em demais regiões, como as ilhas de Malta, Sardenha, Córsega e Sicília, e criaram, na porção setentrional da África, a famosa cidade de Cartago.[25]

Os fenícios se organizavam em cidades-estados, ou seja, cada cidade fenícia formava um centro comercial livre e administração política peculiares. Comerciantes de influência denominados sufetas exerciam o governo dessas cidades. Por uma grande quantidade de vezes, essas cidades chocavam-se porque o comércio era muito concorrido. Tributos chegaram mesmo a ser pagos por certos centros urbanos que objetivavam preferir e proteger seus produtos comerciais.[26]

Cultura fenícia[editar | editar código-fonte]

Evolução das letras que compõem o nome hebraico do rei Davi a partir do alfabeto fenício, passando pela escrita hebraica antiga pré-exílio chegando as letras hebraicas atuais (denominadas de "letras quadráticas" ou "escrita assíria").

Inicialmente, os fenícios usavam a escrita cuneiforme da Mesopotâmia. Após a escrita cuneiforme, os fenícios, propriamente ditos, começaram a usar hieróglifos dos egípcios. Porém, esses sistemas de escrita não estavam atendendo às suas necessidades de comércio. Dessa forma, nasceu a ideia da simplificação da escrita e da invenção do alfabeto, o qual tornou-se a mais importante colaboração dada pelos fenícios para o nosso planeta, na área da cultura.[27]

Este relevante descobrimento surgiu porque era necessária a facilitação dos contratos de comércio que eram contabilizados e elaborados com os demais países. Dessa forma, os fenícios criaram os 22 sinais que representam das consoantes; em seguida, o alfabeto fenício foi aperfeiçoado pelos gregos, que adicionaram as vogais, e este sistema de escrita passou a ser adotado pelos demais povos.[27]

Em Ugarit, encontrou-se uma biblioteca com numerosos tabletes feitos de argila com escritura a respeito dos aspectos administrativos, religiosos e mitológicos da Fenícia.[27]

Religião e ciência fenícias[editar | editar código-fonte]

O povo fenício eram adeptos do politeísmo, ou seja, cultuavam uma grande variedade de deuses, como Astarte, deusa que protegia a fecundidade; Baal, deus do trovão; Melkart, deus batalhador e cruel; Ishtar, adorada também na Fenícia, e demais divindades.[28]

Como curiosidade, na religião da Fenícia, é que eles, como marinheiros, não possuíam deuses do mar e homens e crianças eram sacrificados por religiosos, em cerimônias ritualísticas, homenageando os deuses, especialmente Moloch.[28]

O povo fenício não teve originalidade na área científica, deixando de parafrasear de demais povos o que possivelmente seria de grande utilidade para eles. Como comerciantes, o setor de maior desenvolvimento dos fenícios foi o da construção de navios e da navegação. Conheciam muito bem matemática para construir navios e astronomia, que os ajudava a navegar pelos mares.[29]

Civilização Persa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Persas
Mapa do Império Aquemênida

O Império Aquemênida teve início em 549 antes de Cristo, depois de ser conquistado por Ciro, o Grande, e término em 330, quando Dario III foi derrotado por Alexandre Magno, da Macedônia. O tempo de duração do Império Persa, então, era de mais de dois séculos e abrangia peculiarmente a Ásia Menor inteira. Situava-se na área de ocupação atual dos seguintes países: Irã, Iraque, Líbano, Jordânia, Israel, Egito, Turquia, Kuwait, Afeganistão, Geórgia, parte do Paquistão, da Grécia, da Bulgária da Romênia, da Ucrânia e da Líbia.[30]

Foi o mais extenso império sabido na época. Os persas, da mesma forma que os medos, eram ambos os povos originários de regiões de línguas indo-europeias e os quais foram estabelecidos no planalto iraniano há cerca de um milênio antes de Cristo.[30]

Reis persas[editar | editar código-fonte]

Ciro II

Na história do Império Aquemênida, haviam três reis persas mais importantes: Ciro, o Grande, Cambises I e Dario I. Sob a direção talentosa do general Ciro,[31] então comandante das tropas persas, os dois povos, medos e persas, foram unidos em torno do século VI antes de Cristo e constituíram o Império Persa.[31]

Quando Ciro II governou por 25 anos, a Mesopotâmia conseguiu não só ser conquistada por ele como também a Ásia Menor inteira. Ao contrário de demais dominadores, Ciro respeitava os povos que dominava, permitindo que essas populações vivessem normalmente bem, fossem livres para agir, trabalhar, cultuar seus deuses, entre outras atividades.[31] Mais por razões de governo do que motivos de religião, Ciro, em algum momento, entrou num templo religioso persa com o objetivo de cultuar os deuses. A liberdade religiosa foi permitida e o roubo forçado dos templos babilônicos pelos soldados foi proibido. Caracterizado por sua liberalidade e generosidade,[31] Ciro autorizou a volta dos hebreus escravizados pelos persas ao país de onde originaram, a Palestina.[31]

Sua administração não aceitava as ideias dos outros em ambos os detalhes:[32] os povos conquistados se obrigavam a prestar o serviço militar e a pagar altos tributos. Ciro faleceu em batalha por volta do ano de 529 antes de Cristo.[32]

O primeiro rei que sucedeu o pai Ciro foi seu filho Cambises, cujas características psicológicas eram a crueldade e a violência, sendo exigido por ele, também, a morte do próprio irmão. Em 525 a.C., Cambises dominou o Egito, mas morreu sem deixar evidências no caminho de volta ao seu país.[33]

Dário

Dario I era da mesma família de Cambises e tomou posse do governo no ano de 521 antes de Cristo. Expandiu ainda mais o grande Império Persa, dominando o vale do rio Indo e o norte da Grécia, no entanto, Dario I morreu na Batalha de Maratona,[33] quando os atenienses o derrotaram. A mais importante colaboração histórica deixada por Dario I foi, provavelmente, uma rigorosa ordem político-administrativa imposta por ele ao grande Império Aquemênida.[33]

Política persa[editar | editar código-fonte]

O Império Aquemênida foi firmemente governado por Dario I, este ajudado por um forte exército, mas ao mesmo tempo, bondosamente. Para que facilitasse a administração, o império foi dividido em 20 províncias, denominadas satrapias. Um sátrapa governava cada satrapia. O rei nomeava os sátrapas, cujas funções mais importantes foram:[33]

  • exercício da justiça;
  • cobrança de impostos;
  • administração das obras públicas;
  • manutenção da ordem.

Para que os sátrapas não fossem abusar do poder, cabia ao rei a nomeação para cada província de um secretário e de um general que o informavam sobre os acontecimentos que passavam em cada satrapia. Os inspetores, visitantes periódicos das províncias, enviados do rei, fiscalizavam os sátrapas, por sua vez, generais e secretários. Os inspetores tinham como o apelido a perífrase de "os olhos e os ouvidos do rei". Para que facilitasse as transações comerciais, Dario decidiu criar uma moeda (em ouro ou prata) para o império inteiro: o dárico. As moedas só podiam ser fabricadas por ordem do rei.[33]

Economia, transportes e comunicações persas[editar | editar código-fonte]

As estradas dentre as mais importantes cidades do Império Aquemênida foram construídas pelos persas. O sistema de correio instituído por Dario utilizava essas estradas. Há mais de 20 quilômetros cada existiam estações de descanso com hospedaria e cocheira. Os mensageiros reais substituíam os cavalos, de modo que as distâncias muito compridas fossem possivelmente cobertas velozmente por eles. Os mensageiros obtiveram o transporte de uma mensagem entre as cidades de Susa e Sardes em um limite de tempo anterior a duas semanas, totalizando uma distância superior a 2 400 quilômetros.[34]

As principais atividades econômicas do Império Aquemênida foram a agricultura e comércio. A população, embora fosse composta de agricultores, era muito empobrecida, se obrigando a dar aos fazendeiros grande parte do que era produzido pelos camponeses. Além do mais, se obrigava a trabalhar gratuitamente em obras públicas, como construir palácios, estradas e canais de irrigação, atividades agrárias bem apreciadas pela fé.[34]

A sociedade inteira era explorada pelo governo com o peso dos impostos, com a finalidade de sustentar o exército e o luxo da corte. O Império Aquemênida se relacionava comercialmente com o Egito, a Fenícia e a Índia.

Religião e cultura persas[editar | editar código-fonte]

Faravahar (ou Ferohar), é a representação da alma humana antes do nascimento e depois da morte, é um dos símbolos do zoroastrismo.

A religião que o ilustre profeta denominado Zoroastro, natural da Pérsia, no século VI antes de Cristo, pregava, era seguida pelos persas. O deus do bem (Mazda) e o deus do mal (Arimã) lutavam constantemente e isso era pregado por Zaratustra. Cultuavam também o Sol (Mitra), a Lua (Mah) e a Terra (Zan).[34]

Criam em um deus que criou o céu,[34] a terra[34] e o homem[34] e em uma vida depois da morte.[34] Não se enterravam os corpos dos falecidos que se consideravam impuros para não sujar a terra-mãe sagrada. Colocavam-se às aves de rapina, em torres de maior altura, ou protegiam-se todos com cera antes de se enterrarem. Não possuíam torres nem estátuas, no entanto, acendiam o fogo sagrado, símbolo do deus do bem e da pureza. Além disso, o zoroastrismo (religião persa também denominada mazdeísmo) difundia a bondade, a justiça e a retidão. O bem e o mal eram duplamente rígidos e isso influenciou enormemente o cristianismo, e, futuramente, o islamismo de Maomé.[34] A bíblia dos mazdeístas era o Zend Avesta.[34]

Os persas destacaram-se na arquitetura, erguendo belos palácios, como os de Persépolis e Susa. Ficaram famosos na fabricação de tijolos pintados em cores vivas. Na escultura, utilizaram os baixos-relevos. Copiaram dos egípcios e dos assírios. Escreviam letras cuneiformes, da Mesopotâmia.[35]

Civilização Cretense[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Civilização Minoica
Mapa da Civilização Minoica.

Perto do III milênio a.C., contemporâneo às civilizações orientais e do Egito que desenvolveram-se na época, a ilha de Creta foi uma região receptora de certos povos, que provavelmente vieram da Ásia Menor. Creta localizava-se bem no Mediterrâneo Oriental, próximo à Grécia e à Ásia Menor. Os primeiros povos que habitavam essas terras originaram a civilização egeia, chamada assim porque desenvolveu-se ao redor do mar Egeu. Como a maior parte da população formava-se de pescadores e marinheiros, foram chamados de povo do mar.[36]

Dentro da civilização cretense há três estágios: civilização egeia (inicial), civilização cretense e civilização minoica (período mais desenvolvido). A civilização cretense foi a de maior tranquilidade do que as civilizações do oriente. Inicialmente, os cretenses se preocupavam com a agricultura (vinha, oliva) e, depois eles foram dedicados ao comércio marítimo com as demais ilhas do mar Egeu, com a Ásia e com o Egito.[36]

No século XIX, o arqueólogo inglês Evans foi o descobridor de traços e vestígios da grandiosidade dos palácios que datam de 1900 a.C. Esses traços e vestígios eram restantes das cidades de Cnossos e Faistos. Esses palácios com decoração de quartos, além de oficinas, redes de água e esgoto, lugares para fins administrativos eram a demonstração de que os cretenses eram altamente civilizados e socialmente organizados.[36]

Por volta de 1 750 a.C., talvez um terremoto, ou mesmo um vulcão explosivo, destruiu verdadeiramente Creta, de modo que os palácios reais de Faistos e Cnossos soterraram-se. Porém, acima dessas ruínas, por volta de 1600, o Minos foi o rei construtor do esplendor dos demais palácios e Cnossos foi transformada na capital da ilha de Creta.[37]

Civilização Minoica[editar | editar código-fonte]

Palácio de Cnossos

O palácio de Cnossos, que o rei Minos construiu, era grande e seus cômodos compreendidos eram salas do trono, teatro para espetáculos, torneios e touradas. A construção, entre 4 e 5 andares, dispunha de 1 300 divisões para a maior diversidade de fins. Servia-se de um imenso pátio central com cerca de 10 000 m². Sua quantidade de habitantes era maior que cem pessoas, sendo compreendidas a família real, funcionários e servos.[37]

Os reis-sacerdotes do palácio de Cnossos eram os soberanos daquele edifício governamental. O de maior importância entre eles foi o rei Minos, que, segundo a lenda, seu pai era Zeus, o deus que lhe inspirava para ser o governante do povo como sábio e justo.[37]

O maior atrativo religioso era a Deusa-Mãe, que considerava-se a deusa que protegia a fecundidade, a maternidade, a terra e os homens. Era também a senhora que protegia os animais, e a ela consagravam-se os pássaros, leões e serpentes.[37]

Homenageando a Deusa-Mãe, os cretenses eram os organizadores de um grande número de festas, jogos, torneios, touradas em que os rapazes eram habilmente exibidos em exercícios que ofereciam perigo, ginásticas. Os cretenses eram os toureadores de touros, mas sem a matança desse bovídeo ruminante da classe dos mamíferos, porque esses animais eram considerados como entes sagrados.[37]

O período minoico teve papel de destaque no mais alto progresso da ilha de Creta. Eram comuns as relações de comércio com os demais povos que habitavam o mar Mediterrâneo. Os cretenses, naquele tempo, foram os utilizadores de um sistema de pesos e medidas sob inspiração dos egípcios e mesopotâmicos. Para os cretenses, as moedas de cobre eram de valores diferenciados para a sua utilização nas transações comerciais. As moedas, geralmente, mostravam um labirinto desenhado.[37]

Houve parada brusca dessa civilização, em 1 400 a.C., provalvelmente porque ela foi destruída. Naquele tempo, os aqueus, que vieram da Grécia, invadiram a ilha de Creta.[37]

Cultura cretense[editar | editar código-fonte]

A vida levada pelo povo cretense era de muita alegria e festividade. Tanto os homens quanto as mulheres possuíam dedicação em grande parte do seu tempo para jogar, exercitar o corpo ao ar livre, bater com os punhos, lutar com os gladiadores, correr, realizar torneios, desfilar e tourear.[38]

  • A dança, que se acompanhava de cantos e sons, era um diferente passatempo predileto que os cretenses possuíam.[38]
  • Frequentavam teatros ao ar livre, que ficavam nos pátios dos palácios em um grande número de vezes.[38]
  • Os alimentos eram armazenados em grandes potes ou vasos que eram tão altos quanto um ser humano. Esses vasos, ao mesmo tempo que os cretenses armazenavam, eram também objetos que decoravam, porque possuíam uma rica decoração.[38]
  • Foram os inventores de um sistema peculiar de escrita, com gravação em argila. A inspiração de parte dessa escrita veio dos hieróglifos egípcios.[38]
  • Ganharam fama pelos labirintos que construíram, com um grande número de salas e corredores. Ganhou popularidade o labirinto de Cnossos, o qual quem construiu foi o arquiteto Dédalo, a pedido do rei Minos.[38]
  • A arte cretense era muito fantástica, viva e delicada.[38] Os artistas possuíam talento de representação do momento em que um touro esteve furioso[38] ou em que um polvo se movimentava suavemente. Os artesãos eram trabalhadores na cerâmica, no ouro, na prata, no bronze, com os quais eram feitas belas peças e objetos de adorno.[38]
  • Possuíam grande desenvolvimento na pintura. Os pintores procuravam se inspirar na natureza, nos pássaros, nas flores, na vida à beira-mar. Os gregos somente superavam os cretenses na arte.[39]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

Referências

  1. a b c d e f Cantele 1989?, pp. 33-34.
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x Cantele 1989?, pp. 34-35.
  3. a b c d e Cantele 1989?, p. 36.
  4. Cantele 1989?, p. 32-33
  5. a b c d e Cantele 1989?, p. 37.
  6. Vânia Azeredo. «Decifra-me ou te devoro». Portal Ciência & Vida. Consultado em 13 de novembro de 2015 
  7. a b c d e f Cantele 1989?, pp. 38-39.
  8. a b c d e f g h i j k l m Cantele 1989?, p. 40.
  9. a b c d Cantele 1989?, p. 46.
  10. a b c d e f Cantele 1989?, pp. 47-48.
  11. a b Cantele 1989?, pp. 47-48.
  12. a b c d e f Cantele 1989?, p. 49.
  13. a b Cantele 1989?, p. 54.
  14. Cantele 1989?, pp. 54-55.
  15. Cantele 1989?, p. 55.
  16. a b c Cantele 1989?, p. 55.
  17. a b Cantele 1989?, p. 55.
  18. a b c d Cantele 1989?, p. 56.
  19. Cantele 1989?, 56-57.
  20. a b c d e f Cantele 1989?, p. 57.
  21. a b Cantele 1989?, p. 58.
  22. Cantele 1989?, p. 63.
  23. Cantele 1989?, p. 63.
  24. Cantele 1989?, p. 64.
  25. Cantele 1989?, p. 64.
  26. Cantele 1989?, p. 64.
  27. a b c Cantele 1989?, p. 64.
  28. a b Cantele 1989?, p. 65.
  29. Cantele 1989?, p. 65.
  30. a b Cantele 1989?, p. 68.
  31. a b c d e Cantele 1989?, p. 68.
  32. a b Cantele 1989?, p. 69.
  33. a b c d e Cantele 1989?, p. 69.
  34. a b c d e f g h i Cantele 1989?, p. 70.
  35. Cantele 1989?, p. 71.
  36. a b c Cantele 1989?, p. 83.
  37. a b c d e f g Cantele 1989?, p. 84.
  38. a b c d e f g h i Cantele 1989?, p. 85
  39. Cantele 1989?, p. 86.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]