Cometa: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:CometLinear.jpg|thumb|right|300px|Cometa C/1999S4 (LINEAR)]]
|image1=Deep Impact HRI.jpeg |alt1=Comet Tempel collides with Deep Impact's impactor |image2=Comet 67P on 19 September 2014 NavCam mosaic.jpg |alt2=Comet 67P/Churyumov–Gerasimenko orbited by Rosetta
'''Cometa''' é um [[Corpo menor do Sistema Solar|corpo menor]] do [[Sistema Solar]] que, quando se aproxima do [[Sol]], passa a exibir uma [[atmosfera]] difusa, denominada ''coma'' e, em alguns casos, apresenta também uma cauda, ambas causadas pelos efeitos da [[radiação solar]] e dos [[vento solar|ventos solares]] sobre o núcleo cometário. Os núcleos cometários são compostos de gelo, poeira e pequenos fragmentos rochosos, variando em tamanho de algumas centenas de metros até dezenas de quilômetros. Um cometa possui uma estrutura física dividida em três partes: núcleo, cabeleira e cauda.
|image3=17pHolmes 071104 eder vga.jpg |alt3=Comet 17P/Holmes and its blue ionized tail |image4=Comet Wild2.jpg |alt4=Comet Wild 2 visited by Stardust probe
|image5=Comet-Hale-Bopp-29-03-1997 hires adj.jpg |alt5=Hale–Bopp seen from Croatia in 1997 |image6=Iss030e015472 Edit.jpg |alt6=Comet Lovejoy seen from orbit
|footer= Cometas – [[Núcleo cometário|núcleo]], [[Coma cometária|coma]] e [[Cauda cometária|cauda]]:
* Acima: [[9P/Tempel]] (colisão do impactador: ''[[Deep Impact (sonda espacial)|Deep Impact]]'') e [[67P/Churyumov-Gerasimenko]] (''[[Rosetta]]'')
* Meio: [[17P/Holmes]] e sua cauda ionizada azul, e [[81P/Wild]] (Wild 2) visitado por ''[[Stardust (sonda espacial)|Stardust]]''
* Abaixo: [[Hale-Bopp]] visto da [[Terra]] em 1997, e [[C/2011 W3 (Lovejoy)]] fotografado da órbita da Terra
}}
Um '''cometa''' é um [[Corpo menor do Sistema Solar|pequeno corpo gelado do Sistema Solar]] que, ao passar perto do [[Sol]], aquece e começa a liberar gases, processo que é chamado de [[desgaseificação]]. Isso produz uma atmosfera visível ou [[Coma cometária|coma]] e, às vezes, também uma [[Cauda cometária|cauda]]. Esses fenômenos são devidos aos efeitos da [[radiação solar]] e da ação do [[vento solar]] sobre o [[Núcleo cometário|núcleo do cometa]]. Os núcleos dos cometas variam de algumas centenas de metros a dezenas de quilômetros de diâmetro e são compostos de coleções soltas de gelo, poeira e pequenas partículas rochosas. O coma pode ter até 15 vezes o diâmetro da [[Terra]], enquanto a cauda pode esticar além de uma [[unidade astronômica]]. Se suficientemente brilhante, um cometa pode ser visto da Terra sem o auxílio de um telescópio e pode subtender um arco de 30° (60 Luas) no céu. Os cometas foram observados e registrados desde os tempos antigos por muitas culturas e religiões.


Os cometas geralmente têm órbitas elípticas altamente [[Excentricidade orbital|excêntricas]] e uma ampla gama de [[períodos orbitais]], variando de vários anos a potencialmente vários milhões de anos. Os [[#Curto período|cometas de curto período]] se originam no [[cinturão de Kuiper]] ou em seu disco espalhado associado, que fica além da órbita de [[Netuno (planeta)|Netuno]]. Acredita-se que os [[#Longo período|cometas de longo período]] se originem na [[nuvem de Oort]], uma nuvem esférica de corpos gelados que se estende de fora do cinturão de Kuiper até a metade do caminho para a [[estrela]] mais próxima.<ref>{{citar livro|título=Dark Matter and the Dinosaurs: The Astounding Interconnectedness of the Universe |publicado=Ecco/HarperCollins Publishers |local=New York |primeiro =Lisa |último =Randall |páginas=104–105 |data=2015 |isbn=978-0-06-232847-2}}</ref> Cometas de longo período são colocados em movimento em direção ao Sol a partir da nuvem de Oort por [[Perturbação|perturbações gravitacionais]] causadas pela [[Lista de estrelas próximas#Futuro distante e encontros passados|passagem de estrelas]] e pela [[maré galáctica]]. Os [[Lista de cometas hiperbólicos|cometas hiperbólicos]] podem passar uma vez pelo [[Sistema Solar]] interno antes de serem lançados no espaço interestelar. O aparecimento de um cometa é denominado aparição.
== Informações básicas ==
=== Nome e símbolo ===
A palavra ''cometa'' é originada da palavra do [[Latim]] ''cometes'' que vem da palavra do [[língua grega|grego]] ''komē'', que significa "cabeleira da cabeça". [[Aristóteles]] usou pela primeira vez a derivação ''komētēs'' para descrever cometas como "estrelas com cabeleira". O símbolo astronômico para cometas (<big>{{Unicode|☄}}</big>) consiste de um disco com uma cauda similar a uma cabeleira.


Os cometas se distinguem dos [[asteroide]]s pela presença de uma atmosfera estendida, gravitacionalmente não-ligada, em torno de seu núcleo central. Essa atmosfera tem partes denominadas coma (a parte central imediatamente ao redor do núcleo) e cauda (uma seção tipicamente linear que consiste em poeira ou gás expelido do coma pela leve pressão do Sol ou pelo plasma do vento solar excedente). No entanto, [[cometas extintos]] que passaram perto do Sol muitas vezes perderam quase todo o seu gelo [[Volatilidade|volátil]] e poeira e podem vir a se parecer com pequenos asteroides.<ref>{{citar web|título=What is the difference between asteroids and comets |url=http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Rosetta/Frequently_asked_questions |obra=Rosetta's Frequently Asked Questions |publicado=European Space Agency |acessodata=30 de julho de 2013}}</ref> Pensa-se que os asteroides têm uma origem diferente dos cometas, tendo-se formado dentro da órbita de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], e não no Sistema Solar exterior.<ref>{{citar web|título=What Are Asteroids And Comets |url=http://neo.jpl.nasa.gov/faq/#ast |arquivourl=https://web.archive.org/web/20040628110338/http://neo.jpl.nasa.gov/faq/#ast |urlmorta= sim|arquivodata=28 de junho de 2004 |obra=Near Earth Object Program FAQ |publicado=NASA |acessodata=30 de julho de 2013}}</ref><ref>{{citar periódico|título=Comparison of Comet 81P/Wild 2 Dust with Interplanetary Dust from Comets |último1 =Ishii |primeiro1 =H. A. |último2 =Bradley |primeiro2 =J. P. |último3 =Dai |primeiro3 =Z. R. |último4 =Chi |primeiro4 =M. |último5 =Kearsley |primeiro5 =A. T. |último6 =Burchell |primeiro6 =M. J. |último7 =Browning |primeiro7 =N. D. |último8 =Molster |primeiro8 =F. |display-authors=1 |periódico=Science |volume=319 |número=5862 |páginas=447–50 |data=2008 |doi=10.1126/science.1150683 |pmid=18218892 |bibcode=2008Sci...319..447I|s2cid=24339399 }}</ref> A descoberta de [[Asteroide ativo|cometas do cinturão principal]] e de planetas menores [[Centauro (astronomia)|centauros]] ativos turvou a [[Asteroide#Terminologia|distinção entre asteroides e cometas]]. No início do século XXI, a descoberta de alguns corpos menores com órbitas de cometas de longo período, mas com características de asteroides do Sistema Solar interno, foram chamados de [[Cometa Manx|cometas Manx]]. Eles ainda são classificados como cometas, como C/2014 S3 (PANSTARRS).<ref>{{citar web|url=https://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb.cgi?orb=1;sstr=2014+S3 |título=JPL Small-Body Database Browser C/2014 S3 (PANSTARRS)}}</ref> 27 cometas Manx foram encontrados de 2013 a 2017.<ref>{{citar periódico|título=Chasing Manxes: Long-Period Comets Without Tails |periódico=AAA/Division for Planetary Sciences Meeting Abstracts #49 |último1 =Stephens |primeiro1 =Haynes |último2 =Meech |primeiro2 =Karen Jean |último3 =Kleyna |primeiro3 =Jan |último4 =Keane |primeiro4 =Jacqueline |último5 =Hainaut |primeiro5 =Olivier |último6 =Yang |primeiro6 =Bin |último7 =Wainscoat |primeiro7 =Richard J. |último8 =Micheli |primeiro8 =Marco |último9 =Bhatt |primeiro9 =Bhuwan |último10 =Sahu |primeiro10 =Devendra |display-authors=1 |em=420.02 |data=outubro de 2017 |volume=49 |bibcode=2017DPS....4942002S}}</ref>
=== Classificação e nomenclatura ===
Os cometas são classificados em:
* periódicos: são cometas que possuem órbita elíptica bem alongada e geralmente voltam à vizinhança solar em períodos inferiores a 200 anos. Os nomes destes cometas começam com P ou de um número seguido de P;
* não periódicos: são cometas que foram vistos apenas uma vez e geralmente possuem órbitas quase parabólicas retornando à vizinhança solar em períodos de milhares de anos, caso retornem. Os nomes dos cometas não periódicos começam com C;
* extintos: são cometas que já desapareceram por terem impactado com outro astro ou se desintegrado em suas passagens muito próximas e frequentes do Sol.


Em abril de 2021, havia 4.595 cometas conhecidos,<ref>{{citar web|url=https://minorplanetcenter.net/|título=Comets Discovered |website=Minor Planet Center|acessodata=27 de abril de 2021}}</ref> um número que aumenta constantemente à medida que mais são descobertos. No entanto, isso representa apenas uma pequena fração da população potencial total de cometas, já que o reservatório de corpos semelhantes a cometas no Sistema Solar externo (na [[nuvem de Oort]]) é estimado em 1 trilhão.<ref name="Erickson2003">{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=lwbivW5YKoYC&pg=PA123 |título=Asteroids, Comets, and Meteorites: Cosmic Invaders of the Earth |series=The Living Earth |publicado=Infobase |local=New York |primeiro =Jon |último =Erickson |página=123 |data=2003 |isbn=978-0-8160-4873-1}}</ref><ref name="Couper2014">{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YXkRBAAAQBAJ&pg=PA222 |título=The Planets: The Definitive Guide to Our Solar System |publicado=Dorling Kindersley |local=London |primeiro1 =Heather |último1 =Couper |primeiro2 =Robert |último2 =Dinwiddie |primeiro3 =John |último3 =Farndon |primeiro4 =Nigel |último4 =Henbest |primeiro5 =David W. |último5 =Hughes |primeiro6 =Giles |último6 =Sparrow |primeiro7 =Carole |último7 =Stott |primeiro8 =Colin |último8 =Stuart |display-authors=1 |página=222 |data=2014 |isbn=978-1-4654-3573-6}}</ref> Aproximadamente um cometa por ano é visível a [[olho nu]], embora muitos deles sejam tênues e nada espetaculares.<ref>{{citar periódico|doi=10.1006/icar.1998.6048 |título=The Rate of Naked-Eye Comets from 101 BC to 1970 AD |data=1999 |último1 =Licht |primeiro1 =A. |periódico=Icarus |volume=137 |número=2 |páginas=355–356 |bibcode=1999Icar..137..355L}}</ref> Exemplos particularmente brilhantes são chamados de "[[grandes cometas]]". Os cometas foram visitados por sondas não tripuladas como a ''[[Rosetta]]'' da [[Agência Espacial Europeia]], que se tornou a primeira a pousar uma espaçonave robótica em um cometa,<ref name="Philae">{{citar web|url=http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Rosetta/Touchdown!_Rosetta_s_Philae_probe_lands_on_comet |título=Touchdown! Rosetta's Philae Probe Lands on Comet |publicado=European Space Agency |data=12 de novembro de 2014 |acessodata=11 de dezembro de 2017}}</ref> e a ''[[Deep Impact (sonda espacial)|Deep Impact]]'' da [[NASA]], que explodiu uma cratera no cometa [[9P/Tempel 1|Tempel 1]] para estudar seu interior.
=== Órbitas e origens ===
Os cometas possuem uma grande variedade de [[Período orbital|períodos orbitais]] diferentes, variando de poucos anos a centenas de milhares de anos, e acredita-se que alguns só passaram uma única vez no [[Sistema Solar|Sistema Solar interior]] antes de serem arremessados no [[espaço interestelar]]. Acredita-se que os cometas de período curto tenham sua origem no [[Cinturão de Kuiper]], ou em seu disco de espalhamento,<ref name="Davidsson">
{{citar web
|último =Davidsson |primeiro =B.
|título=Comets - Relics from the birth of the Solar System
|url=http://www.astro.uu.se/~bjorn/eng_comet.html
|publicado=[[Uppsala University]]
|data=2008
|acessodata=2009-04-25
}}</ref> que fica além da órbita de Netuno. Já os cometas de longo período, acredita-se que se originam na [[Nuvem de Oort]], consistindo de restos da [[condensação]] da [[Nebulosa solar]], bem além do Cinturão de Kuiper. Os cometas são arremessados dos limites exteriores do Sistema Solar em direção ao Sol pela perturbação gravitacional dos planetas exteriores (no caso dos objetos no Cinturão de Kuiper) ou de estrelas próximas (no caso dos objetos da Nuvem de Oort), ou como resultado da colisão entre objetos nestas regiões.{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}


== Etimologia ==
Os cometas são distintos dos [[asteroide]]s pela presença de uma coma ou cauda, apesar de cometas muito antigos que perderam todo material volátil podem se assemelhar a asteroides (veja [[Cometa extinto|cometas extintos]]).<ref>
[[Imagem:Anglo-Saxon Chronicle - cometa (British Library Cotton MS Tiberius A VI, folio 10v).jpg|thumb|Um cometa foi mencionado na ''[[Crônica Anglo-Saxônica]]'' que supostamente apareceu em 729 d.C.]]
{{citar web
A palavra cometa deriva do [[inglês antigo]] ''cometa'' do [[latim]] ''comēta'' ou ''comētēs''. Isso, por sua vez, é uma [[Romanização do grego|romanização]] do [[Língua grega antiga|grego antigo]] κομήτης 'usar cabelo comprido', e o ''[[Oxford English Dictionary]]'' observa que o termo (ἀστὴρ) κομήτης já significava 'cometa, estrela de cabelo comprido' em grego. Κομήτης era derivado de κομᾶν (koman) 'usar o cabelo comprido', que por sua vez era derivado de κόμη (komē) 'o cabelo da cabeça' e era usado para significar 'a cauda de um cometa'.<ref>{{OED|comet}}</ref><ref>{{cite dictionary |url=http://etymonline.com/?term=comet |title=Comet (n.) |dictionary=Online Etymology Dictionary |last=Harper |first=Douglas |access-date=30 July 2013}}</ref>
|título=What is the difference between asteroids and comets?
|url=http://www.esa.int/esaMI/Rosetta/SEMHBK2PGQD_0.html
|obra=Rosetta FAQ
|publicado=[[European Space Agency]]
|data=
|acessodata=2009-04-25
}}</ref> Acredita-se que uns asteroides tenham uma origem diferente dos cometas, tendo se formado no Sistema Solar interior em vez do Sistema Solar exterior,<ref>
{{citar web
|título=What Are Asteroids And Comets?
|url=http://neo.jpl.nasa.gov/faq/#ast
|obra=Near Earth Object Program FAQ
|publicado=[[NASA]]
|data=
|acessodata=2009-04-25
}}</ref> mas algumas descobertas recentes <ref>
{{citar web
|último =Shiga |primeiro =D.
|título=Comet samples are surprisingly asteroid-like
|url=http://space.newscientist.com/channel/solar-system/comets-asteroids/dn13224-comet-samples-are-surprisingly-asteroidlike.html
|publicado=[[New Scientist]]
|data=24 de janeiro de 2008
|acessodata=2009-04-25
}}</ref> tornaram um pouco mais nebulosa a distinção entre asteroides e cometas (veja [[Centauro (astronomia)|centauros]], [[damocloide]]s e [[Asteroide|terminologia de asteroides]]).


O [[símbolo astronômico]] para cometas (representado em [[Unicode]]) é {{Unichar|2604|Comet}}, que consiste em um pequeno disco com três extensões semelhantes a fios de cabelo.<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/stream/encyclopediaame01unkngoog#page/n202/mode/2up |título=The Encyclopedia Americana: A Library of Universal Knowledge |volume=26 |publicado=The Encyclopedia Americana Corp. |páginas=162–163 |data=1920}}</ref>
Até maio de 2005 foram registrados {{Fmtn|3648}} cometas conhecidos<ref>
{{citar web
|último =Johnston |primeiro =R.
|título=Known populations of solar system objects
|url=http://www.johnstonsarchive.net/astro/sslist.html
|data=8 de maio de 2009
|acessodata=2009-05-13
}}</ref> dos quais {{Fmtn|1500}} são [[Cometas rasantes Kreutz]] e cerca de 400 são de período curto.<ref>
{{citar web
|url=http://ssd.jpl.nasa.gov/dat/ELEMENTS.COMET
|título=JPL comet orbital elements
|publicado=[[Jet Propulsion Lab]]
|data=
|acessodata=2008-12-27}}</ref> Este número está aumentando. Entretanto, ele representa apenas uma pequena fração da população total potencial de cometas: o número de corpos semelhantes a cometas no sistema solar exterior pode chegar a um trilhão.<ref>
{{citar web
|título=How Many Comets Are There?
|url=http://www.esa.int/SPECIALS/Rosetta/SEMSCM474OD_0.html
|obra=Rosetta FAQ
|publicado=[[European Space Agency]]
|data=9 de novembro de 2007
|acessodata=}}</ref> O número de cometas visíveis a [[olho nu]] é, em média, de um cometa por ano, e a maioria deles é discreto e nada espetacular.<ref>
{{citar periódico
|último =Licht |primeiro =A.L.
|título=The Rate of Naked-Eye Comets from 101 BC to 1970 AD
|periódico=[[Icarus (journal)|Icarus]]
|volume=137 |número=2 |página=355
|ano=1999
|doi=10.1006/icar.1998.6048
}}</ref> Quando um cometa historicamente brilhante ou notável é visto a olho nu por muitas pessoas, ele pode ser chamado de [[Grande Cometa]].


== Características físicas ==
== Características físicas ==
[[Imagem:Comet Physical Structure.svg|thumb|300px|Diagrama mostrando as características físicas de um cometa. a) [[Núcleo cometário|Núcleo]], b) [[Coma cometária|Coma]], c) [[Cauda cometária|Cauda]] de gás/íon d) Cauda de [[Poeira de cometa|poeira]], e) Envoltório de [[hidrogênio]], f) Movimento do Cometa g) Direção ao [[Sol]]]]
=== Núcleo ===
=== Núcleo ===
[[Ficheiro:Tempel 1 (PIA02127).jpg|thumb|Núcleo do cometa [[9P/Tempel 1|Tempel 1]] feita pela sonda [[Deep Impact (sonda espacial)|Deep Impact]]. O núcleo tem cerca de 6 quilômetros.]]
[[Imagem:Comet Hartley 2.jpg|thumb|Núcleo do [[103P/Hartley]] conforme imageado durante o sobrevoo de uma [[sonda espacial]]. O núcleo tem cerca de 2 km de comprimento]]
{{artigo principal|Núcleo cometário}}
A estrutura sólida central de um cometa é conhecida como [[Núcleo cometário|núcleo]]. Os núcleos cometários são compostos de uma amálgama de [[rocha]], [[Poeira de cometa|poeira]], [[Gelo|gelo de água]] e [[dióxido de carbono]] congelado, [[monóxido de carbono]], [[metano]] e [[amônia]].<ref>{{citar periódico|bibcode=1998A&A...330..375G |título=Making a comet nucleus |último1 =Greenberg |primeiro1 =J. Mayo |volume=330 |data=1998 |páginas=375 |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]]}}</ref> Como tal, são popularmente descritos como "bolas de neve sujas", em homenagem ao modelo de [[Fred Whipple]].<ref>{{citar web|url=http://starryskies.com/solar_system/Comet/dirty_snowballs.html |título=Dirty Snowballs in Space |publicado=Starryskies |acessodata=15 de agosto de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130129035627/http://starryskies.com/solar_system/Comet/dirty_snowballs.html |arquivodata=29 de janeiro de 2013}}</ref> Os cometas com alto teor de poeira são chamados de "bolas de sujeira geladas".<ref>{{citar jornal|url=http://www.timeshighereducation.co.uk/news/evidence-from-esas-rosetta-spacecraft-suggests-that-comets-are-more-icy-dirtball-than-dirty-snowball/199168.article |título=Evidence from ESA's Rosetta Spacecraft Suggests that Comets are more "Icy Dirtball" than "Dirty Snowball" |data=21 de outubro de 2005 |obra=Times Higher Education}}</ref> O termo "bolas de sujeira geladas" surgiu após a observação da colisão do [[9P/Tempel 1|Cometa 9P/Tempel 1]] com uma sonda "impactadora" enviada pela [[Deep Impact (sonda espacial)|missão ''Deep Impact'']] da [[NASA]] em julho de 2005. Pesquisa realizada em 2014 sugere que os cometas são como "[[sorvete frito]]", em que suas superfícies são formadas por gelo cristalino denso misturado com [[compostos orgânicos]], enquanto o gelo interior é mais frio e menos denso.<ref name="NASA-20150210" />


A superfície do núcleo é geralmente seca, empoeirada ou rochosa, sugerindo que os gelos estão escondidos sob uma crosta superficial com vários metros de espessura. Além dos gases já mencionados, os núcleos contêm uma variedade de compostos orgânicos, que podem incluir [[metanol]], [[cianeto de hidrogênio]], [[formaldeído]], [[etanol]], [[etano]] e talvez moléculas mais complexas, como [[hidrocarboneto]]s de cadeia longa e [[aminoácido]]s.<ref>{{citar web|último =Meech |primeiro =M. |título=1997 Apparition of Comet Hale–Bopp: What We Can Learn from Bright Comets |url=http://www.psrd.hawaii.edu/Feb97/Bright.html |publicado=Planetary Science Research Discoveries |data=24 de março de 1997 |acessodata=30 de abril de 2013}}</ref><ref>{{citar web|título=Stardust Findings Suggest Comets More Complex Than Thought |url=http://stardust.jpl.nasa.gov/news/news110.html |publicado=NASA |data=14 de dezembro de 2006 |acessodata=31 de julho de 2013}}</ref> Em 2009, foi confirmado que o aminoácido [[glicina]] foi encontrado na poeira do cometa recuperada pela [[Stardust (sonda espacial)|missão ''Stardust'']] da NASA.<ref>{{citar periódico|doi=10.1111/j.1945-5100.2009.tb01224.x |título=Cometary glycine detected in samples returned by Stardust |data=2009 |último1 =Elsila |primeiro1 =Jamie E. |último2 =Glavin |primeiro2 =Daniel P. |último3 =Dworkin |primeiro3 =Jason P. |display-authors=1 |periódico=Meteoritics & Planetary Science |volume=44 |número=9 |páginas=1323 |bibcode=2009M&PS...44.1323E|doi-access=free }}</ref> Em agosto de 2011, um relatório, baseado em estudos da NASA de [[meteorito]]s encontrados na [[Terra]], foi publicado sugerindo que componentes de [[Ácido desoxirribonucleico|DNA]] e [[Ácido ribonucleico|RNA]] ([[adenina]], [[guanina]] e moléculas orgânicas relacionadas) podem ter sido formados em [[asteroide]]s e cometas.<ref name="Callahan">{{citar periódico|doi=10.1073/pnas.1106493108 |título=Carbonaceous meteorites contain a wide range of extraterrestrial nucleobases |data=2011 |último1 =Callahan |primeiro1 =M. P. |último2 =Smith |primeiro2 =K. E. |último3 =Cleaves |primeiro3 =H. J. |último4 =Ruzicka |primeiro4 =J. |último5 =Stern |primeiro5 =J. C. |último6 =Glavin |primeiro6 =D. P. |último7 =House |primeiro7 =C. H. |último8 =Dworkin |primeiro8 =J. P. |display-authors=1 |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences |volume=108 |número=34 |páginas=13995–8 |bibcode=2011PNAS..10813995C |pmid=21836052 |pmc=3161613|doi-access=free }}</ref><ref name="Steigerwald">{{citar web|último =Steigerwald |primeiro =John |título=NASA Researchers: DNA Building Blocks Can Be Made in Space |url=http://www.nasa.gov/topics/solarsystem/features/dna-meteorites.html |publicado=NASA |data=8 de agosto de 2011 |acessodata=31 de julho de 2013}}</ref>
[[Ficheiro:17pHolmes 071104 eder vga.jpg|thumb|Cometa Holmes (17P/Holmes) em 2007, mostrando uma cauda azulada à direita]]


[[Imagem:Comet borrelly.jpg|thumb|left|O [[cometa Borrelly]] exibe jatos, mas não tem gelo na superfície]]
{{main|Núcleo cometário}}
O núcleo dos cometas varia em dimensões de 100 metros para mais de 40 quilômetros. Eles são compostos de rochas, poeira, gelo, e gases congelados como [[monóxido de carbono]], [[dióxido de carbono]], [[metano]], e [[amônia]].<ref name="Yeoman">
{{citar web
|último =Yeomans |primeiro =D.K.
|título=Comet
|url=http://www.nasa.gov/worldbook/comet_worldbook.html
|obra=World Book Online Reference Center
|publicado=[[World Book]]
|ano=2005
|acessodata=2008-12-27
}}</ref>


As superfícies externas dos núcleos cometários têm um [[albedo]] muito baixo, tornando-os um dos objetos menos refletivos encontrados no [[Sistema Solar]]. A [[sonda espacial]] [[Giotto (sonda espacial)|''Giotto'']] descobriu que o núcleo do [[cometa Halley]] (1P/Halley) reflete cerca de 4% da luz que incide sobre ele,<ref name="dark">{{citar periódico|título=The Activity and Size of the Nucleus of Comet Hale-Bopp (C/1995 O1) |periódico=Science |último1 =Weaver |primeiro1 =H. A. |último2 =Feldman |primeiro2 =P. D. |último3 =a'Hearn |primeiro3 =M. F. |último4 =Arpigny |primeiro4 =C. |último5 =Brandt |primeiro5 =J. C. |último6 =Festou |primeiro6 =M. C. |último7 =Haken |primeiro7 =M. |último8 =McPhate |primeiro8 =J. B. |último9 =Stern |primeiro9 =S. A. |último10 =Tozzi |primeiro10 =G. P. |display-authors=1 |volume=275 |número=5308 |páginas=1900–1904 |data=1997 |pmid=9072959 |doi=10.1126/science.275.5308.1900 |bibcode=1997Sci...275.1900W|s2cid=25489175 }}</ref> e ''Deep Space 1'' descobriu que a superfície do [[cometa Borrelly]] reflete menos de 3%;<ref name="dark" /> em comparação, o [[asfalto]] reflete 7%. O material escuro da superfície do núcleo pode consistir em compostos orgânicos complexos. O aquecimento solar expulsa os [[Composto químico|compostos]] [[Volatilidade|voláteis]] mais leves, deixando para trás compostos orgânicos maiores que tendem a ser muito escuros, como o [[alcatrão]] ou o [[petróleo]]. A baixa refletividade das superfícies cometárias faz com que absorvam o calor que impulsiona seus processos de [[desgaseificação]].<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PRqVqQKao9QC&pg=PA91 |página=91 |título=Habitability and Cosmic Catastrophes |isbn=978-3-540-76945-3 |último1 =Hanslmeier |primeiro1 =Arnold |data=2008}}</ref>
Os cometas são descritos popularmente como "bolas de gelo sujo", apesar de que recentes observações revelaram superfícies secas poeirentas ou rochosas, sugerindo que os gelos estão ocultos abaixo da crosta. Os cometas também contém uma variedade de compostos orgânicos; além dos gases já mencionados, estão também presentes o [[metanol]], [[cianeto de hidrogênio]], [[formaldeído]], [[etanol]] e [[etano]], e talvez algumas moléculas mais complexas como [[hidrocarbonetos]] de cadeia longa e [[aminoácidos]].<ref>
{{citar web
|último =Meech |primeiro =M.
|título=1997 Apparition of Comet Hale-Bopp: What We Can Learn from Bright Comets
|url=http://www.psrd.hawaii.edu/Feb97/Bright.html
|publicado=[[Planetary Science Research Discoveries]]
|data=14 de fevereiro de 1997
|acessodata=2009-04-25
}}</ref><ref name="cnnlife">
{{citar web
|último =Stenger |primeiro =R.
|título=Test boosts notion that comets brought life
|url=http://archives.cnn.com/2001/TECH/space/04/06/comet.life/
|publicado=[[CNN]]
|data=6 de abril de 2001
|acessodata=2009-04-25
}}</ref><ref>
{{citar web
|título=Stardust Findings Suggest Comets More Complex Than Thought
|url=http://stardust.jpl.nasa.gov/news/news110.html
|publicado=[[NASA]]
|data=14 de dezembro de 2006
|acessodata=2009-04-25
}}</ref> Devido a sua massa pequena, os cometas não conseguem se tornar esféricos sob sua própria gravidade, e por isto tem formas irregulares.


Núcleos de cometas com raios de até 30 km foram observados,<ref>{{citar periódico|doi=10.1023/A:1021545031431 |título=The Nucleus of Comet Hale-Bopp (C/1995 O1): Size and Activity |data=2000 |último1 =Fernández |primeiro1 =Yanga R. |periódico=Earth, Moon, and Planets |volume=89 |páginas=3–25 |bibcode=2002EM&P...89....3F|s2cid=189899565 }}</ref> mas determinar seu tamanho exato é difícil.<ref>{{citar web|url=http://www2.ess.ucla.edu/~jewitt/nucleus.html |título=The Cometary Nucleus |publicado=Department of Earth and Space Sciences, UCLA |data=abril de 2003 |acessodata=31 de julho de 2013}}</ref> O núcleo do [[322P/SOHO]] provavelmente tem apenas 100 a 200 metros de diâmetro.<ref name=soho1>{{citar web|título=SOHO's new catch: its first officially periodic comet |publicado=European Space Agency |url=http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/SOHO_s_new_catch_its_first_officially_periodic_comet |acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref> A falta de cometas menores sendo detectados, apesar do aumento da sensibilidade dos instrumentos, levou alguns a sugerir que há uma falta real de cometas menores que 100 metros de diâmetro.<ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|p=137}}</ref> Estima-se que cometas conhecidos tenham uma densidade média de 0.6 g/cm<sup>3</sup>.<ref name=Britt2006>{{citar periódico|bibcode=2006LPI....37.2214B |título=Small Body Density and Porosity: New Data, New Insights |último1 =Britt |primeiro1 =D. T. |último2 =Consolmagno |primeiro2 =G. J. |último3 =Merline |primeiro3 =W. J. |display-authors=1 |volume=37 |data=2006 |páginas=2214 |periódico=37th Annual Lunar and Planetary Science Conference |url=http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc2006/pdf/2214.pdf |acessodata=25 de agosto de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081217064607/http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc2006/pdf/2214.pdf |arquivodata=17 de dezembro de 2008 |urlmorta= sim}}</ref> Devido à sua baixa massa, os núcleos dos cometas não se tornam esféricos sob sua própria gravidade e, portanto, têm formas irregulares.<ref>{{citar web|url=https://history.nasa.gov/SP-467/ch7.htm |título=The Geology of Small Bodies |publicado=NASA |acessodata=15 de agosto de 2013}}</ref>
Surpreendentemente, os núcleos cometários estão entre os objetos mais escuros existentes no sistema solar. A [[Sonda Giotto]] descobriu que o núcleo do [[Cometa Halley]] reflete aproximadamente 4% da luz que incide sobre ele,<ref name="dark">
{{citar web
|último =Britt |primeiro =R.R.
|título=Comet Borrelly Puzzle: Darkest Object in the Solar System
|url=http://www.space.com/scienceastronomy/solarsystem/borrelly_dark_011129.html
|publicado=[[Space.com]]
|data=29 de novembro de 2001
|acessodata=2008-10-26
}}</ref> e a [[Deep Space 1]] descobriu que a superfície do [[cometa Borrelly]] reflete entre 2,4 e 3% da luz incidente sobre ele.<ref name="dark" /> Por comparação, o asfalto reflete 7% da luz incidente. Acredita-se que os compostos orgânicos complexos sejam o material superficial escuro. O aquecimento solar retira os componentes voláteis, deixando atrás compostos orgânicos de cadeia longa pesados que tendem a ser bastante escuros, como piche e óleo cru. É a cor escura da superfície cometária que permite que eles absorvam o calor necessário para causar a saída dos gases.


[[Imagem:Comet wild 2.jpg|thumb|220px|O cometa [[81P/Wild]] exibe jatos no lado claro e no lado escuro, relevo total e está seco]]
=== Coma e cauda ===
{{main|Coma cometária|Cauda cometária}}


Acredita-se que cerca de 6% dos [[Objetos próximos da Terra|asteroides próximos à Terra]] sejam núcleos extintos de cometas que não sofrem mais liberação de gases,<ref name=dormant>{{citar periódico|doi=10.1016/j.icarus.2006.02.016 |arxiv=astro-ph/0603106v2 |data=2006 |título=The size–frequency distribution of dormant Jupiter family comets |último1 =Whitman |primeiro1 =K. |último2 =Morbidelli |primeiro2 =A. |último3 =Jedicke |primeiro3 =R. |display-authors=1 |periódico=Icarus |volume=183 |número=1 |páginas=101–114 |bibcode=2006Icar..183..101W|s2cid=14026673 }}</ref> incluindo [[14827 Hypnos]] e [[3552 Don Quixote]].
No sistema solar exterior, os cometas permanecem congelados e são extremamente difíceis ou impossíveis de detectar a partir da Terra devido a seu tamanho minúsculo. Detecções estatísticas de núcleos de cometas inativos no [[Cinturão de Kuiper]] tem sido relatadas a partir das observações do [[Telescópio Espacial Hubble]],<ref name="Cochran1995">
{{citar periódico
|último =Cochran |primeiro =A.L. |último2 =Levison, |primeiro2 =H.F. |último3 =Stern |primeiro3 =S.A. |último4 =Duncan |primeiro4 =.J.
|título=The Discovery of Halley-sized Kuiper Belt Objects Using the Hubble Space Telescope
|url=http://articles.adsabs.harvard.edu/full/1995ApJ…455..342C
|periódico=[[Astrophysical Journal]]
|volume=455 |página=342
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|id={{arxiv|astro-ph/9509100}}
}}</ref><ref name="Cochran1998">
{{citar periódico
|último =Cochran |primeiro =A.L. |último2 =Levison, |primeiro2 =H.F. |último3 =Tamblyn |primeiro3 =P. |último4 =Stern |primeiro4 =S.A.
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|título=The Calibration of the Hubble Space Telescope Kuiper Belt Object Search: Setting the Record Straight
|periódico=[[Astrophysical Journal Letters]]
|volume=503 |número=1 |página=L89
|ano=1998
|doi=10.1086/311515
}}</ref> mas estas detecções tem sido questionadas,<ref name="Brown1997">
{{citar periódico
|último =Brown |primeiro =M.E. |último2 =Kulkarni |primeiro2 =S.R. |último3 =Liggett |primeiro3 =T.J.
|título=An Analysis of the Statistics of the Hubble Space Telescope Kuiper Belt Object Search
|periódico=[[Astrophysical Journal Letters]]
|volume=490 |número=1 |página=L119
|ano=1997
|doi=10.1086/311009
}}</ref><ref name="Jewitt1996">
{{citar periódico
|último =Jewitt |primeiro =D. |último2 =Luu |primeiro2 =J. |último3 =Chen |primeiro3 =J.
|título=The Mauna Kea-Cerro-Tololo (MKCT) Kuiper Belt and Centaur Survey
|url=http://articles.adsabs.harvard.edu/full/1996AJ....112.1225J
|periódico=[[Astronomical Journal]]
|volume=112 |número=3|página=1225
|ano=1996
|doi=10.1086/118093
}}</ref> e ainda não foram confirmadas de forma independente. Conforme um cometa se aproxima do sistema solar interior, a radiação solar faz com que os materiais voláteis dentro do cometa vaporizem e sejam ejetadas do núcleo, carregando poeira junto com ela. Os fluxos de poeira e gás liberados formam uma enorme e extremamente tênue atmosfera em torno do cometa, chamada de ''coma'', e a força exercida na coma pela pressão de radiação do Sol, e o vento solar, fazem com que uma enorme ''cauda'' se forme, que sempre aponta para longe do Sol.


Os resultados das sondas ''[[Rosetta]]'' e [[Philae (sonda espacial)|''Philae'']] mostram que o núcleo do [[67P/Churyumov-Gerasimenko]] não tem [[campo magnético]], o que sugere que o magnetismo pode não ter desempenhado um papel na formação inicial dos [[Planetesimal|planetesimais]].<ref name="esa20150414">{{citar jornal|url=http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Rosetta/Rosetta_and_Philae_find_comet_not_magnetised |título=Rosetta and Philae Find Comet Not Magnetised |publicado=European Space Agency |primeiro =Markus |último =Bauer |data=14 de abril de 2015 |acessodata=14 de abril de 2015}}</ref><ref name="nature20150414">{{citar periódico|título=Rosetta's comet has no magnetic field |periódico=[[Nature (journal)|Nature]] |primeiro =Quirin |último =Schiermeier |data=14 de abril de 2015 |doi=10.1038/nature.2015.17327|s2cid=123964604}}</ref> Além disso, o [[Rosetta#Instrumentos|espectrógrafo ALICE]] na ''Rosetta'' determinou que os [[elétrons]], dentro de 1 km acima do [[núcleo cometário]]) produzidos a partir da [[fotoionização]] de moléculas de água por [[radiação solar]], e não [[fótons]] do [[Sol]] como se pensava anteriormente, são responsáveis pela degradação da água e [[molécula]]s de [[dióxido de carbono]] liberadas do núcleo cometário em seu coma.<ref name="NASA-20150602">{{citar web|último1 =Agle |primeiro1 =D. C. |último2 =Brown |primeiro2 =Dwayne |último3 =Fohn |primeiro3 =Joe |último4 =Bauer |primeiro4 =Markus |display-authors=1 |título=NASA Instrument on Rosetta Makes Comet Atmosphere Discovery |url=http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4609 |data=2 de junho de 2015 |publicado=[[NASA]] |acessodata=2 de junho de 2015}}</ref><ref name="AA-20150602">{{citar periódico|último1 =Feldman |primeiro1 =Paul D. |último2 =A'Hearn |primeiro2 =Michael F. |último3 =Bertaux |primeiro3 =Jean-Loup |último4 =Feaga |primeiro4 =Lori M. |último5 =Parker |primeiro5 =Joel Wm. |último6 =Schindhelm |primeiro6 =Eric |último7 =Steiffl |primeiro7 =Andrew J. |último8 =Stern |primeiro8 =S. Alan |último9 =Weaver |primeiro9 =Harold A. |último10 =Sierks |primeiro10 =Holger |último11 =Vincent |primeiro11 =Jean-Baptiste |display-authors=1 |título=Measurements of the near-nucleus coma of comet 67P/Churyumov-Gerasimenko with the Alice far-ultraviolet spectrograph on Rosetta |url=http://www.aanda.org/articles/aa/pdf/forth/aa25925-15.pdf |data=2 de junho de 2015 |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |doi=10.1051/0004-6361/201525925 |acessodata=3 de junho de 2015 |arxiv=1506.01203 |bibcode=2015A&A...583A...8F |volume=583 |páginas=A8|s2cid=119104807 }}</ref> Instrumentos na sonda ''Philae'' encontraram pelo menos 16 compostos orgânicos na superfície do cometa, 4 dos quais ([[acetamida]], [[acetona]], [[isocianato de metila]] e [[propanal]]) foram detectados pela primeira vez em um cometa.<ref name="wapo20150730">{{citar jornal|url=https://www.washingtonpost.com/world/philae-probe-finds-evidence-that-comets-can-be-cosmic-labs/2015/07/30/63a2fc0e-36e5-11e5-ab7b-6416d97c73c2_story.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20181223235109/https://www.washingtonpost.com/world/philae-probe-finds-evidence-that-comets-can-be-cosmic-labs/2015/07/30/63a2fc0e-36e5-11e5-ab7b-6416d97c73c2_story.html |urlmorta= sim|arquivodata=23 de dezembro de 2018 |título=Philae probe finds evidence that comets can be cosmic labs |obra=The Washington Post |agência=Associated Press |primeiro =Frank |último =Jordans |data=30 de julho de 2015 |acessodata=30 de julho de 2015}}</ref><ref name="esa20150730">{{citar web|url=http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Rosetta/Science_on_the_surface_of_a_comet |título=Science on the Surface of a Comet |publicado=European Space Agency |data=30 de julho de 2015 |acessodata=30 de julho de 2015}}</ref><ref name="SCI-20150731">{{citar periódico|último1 =Bibring |primeiro1 =J.-P. |último2 =Taylor |primeiro2 =M.G.G.T. |último3 =Alexander |primeiro3 =C. |último4 =Auster |primeiro4 =U. |último5 =Biele |primeiro5 =J. |último6 =Finzi |primeiro6 =A. Ercoli |último7 =Goesmann |primeiro7 =F. |último8 =Klingehoefer |primeiro8 =G. |último9 =Kofman |primeiro9 =W. |último10 =Mottola |primeiro10 =S. |último11 =Seidenstiker |primeiro11 =K.J. |último12 =Spohn |primeiro12 =T. |último13 =Wright |primeiro13 =I. |display-authors=1 |título=Philae's First Days on the Comet – Introduction to Special Issue |data=31 de julho de 2015 |periódico=[[Science (journal)|Science]] |volume=349 |número=6247 |página=493 |doi=10.1126/science.aac5116 |bibcode=2015Sci...349..493B |pmid=26228139|doi-access=free }}</ref>
Tanto a coma quanto a cauda são iluminadas pelo Sol e podem se tornar visíveis da Terra quando um cometa passa pelo sistema solar interior, a poeira refletindo a luz do sol diretamente e os gases brilhando a partir da ionização. Muitos cometas são muito fracos para serem vistos sem a ajuda de um telescópio, mas alguns poucos a cada década se tornam visíveis o suficiente para serem vistos a olho nu. Ocasionalmente um cometa pode experimentar um súbito e imenso jato de gás e poeira, durante o qual o tamanho da coma temporariamente aumenta em tamanho. Isto aconteceu em 2007 ao cometa Holmes.{{carece de fontes|data=Abril de 2009}}


{| class="wikitable center" style="text-align: center; width: 530px; margin: 0.1em auto;"
Os fluxos de poeira e gás cada um forma sua própria cauda distinta, apontando em direções um pouco diferentes. A cauda de poeira é deixada atrás na órbita do cometa de forma de uma curva inclinada geralmente chamada de anticauda. Ao mesmo tempo, a cauda de íons, feita de gases, sempre aponta diretamente além do Sol, já que este gás é afetado muito mais pelo vento solar que a poeira, seguindo linhas de campo magnético em vez de uma trajetória orbital. A paralaxe das visualizações da Terra podem fazer com que às vezes as caudas apontem para direções diferentes.<ref>
|+Propriedades de alguns cometas
{{citar web
|-
|último =McKenna |primeiro =M.
! width=120 | Nome
|título=Chasing an Anti-Tail
! width=120 | Dimensões<br />([[Quilômetro|km]])
|url=http://www.asod.info/?p=1019
! width=120 | Densidade<br />([[Grama|g]]/cm<sup>3</sup>)
|publicado=[[Astronomy Sketch of the Day]]
! width=120 | Massa<br />([[Quilograma|kg]])<ref name=mass>
|data=20 de maio de 2008
Halley: Using the [[Volume#Formulas|volume of an ellipsoid]] of 15×8×8&nbsp;km * a [[rubble pile]] density of 0.6&nbsp;g/cm<sup>3</sup> yields a mass (m=d*v) of 3.02E+14&nbsp;kg.<br />
|acessodata=2009-02-25
Tempel 1: Using a spherical diameter of 6.25&nbsp;km; [[Volume#Formulas|volume of a sphere]] * a density of 0.62&nbsp;g/cm<sup>3</sup> yields a mass of 7.9E+13&nbsp;kg.<br />
}}</ref>
19P/Borrelly: Using the [[Volume#Formulas|volume of an ellipsoid]] of 8x4x4km * a density of 0.3&nbsp;g/cm<sup>3</sup> yields a mass of 2.0E+13&nbsp;kg.<br />
81P/Wild: Using the [[Volume#Formulas|volume of an ellipsoid]] of 5.5x4.0x3.3&nbsp;km * a density of 0.6&nbsp;g/cm<sup>3</sup> yields a mass of 2.28E+13&nbsp;kg.</ref>
!Refs
|-
| align=left | [[Cometa Halley]]
| 15 × 8 × 8
| 0.6
| 3{{e|14}}
|<ref>{{citar web|url=http://www.astrosociety.org/edu/publications/tnl/06/06.html |título=What Have We Learned About Halley's Comet? |data=1986 |publicado=Astronomical Society of the Pacific |acessodata=4 de outubro de 2013}}</ref><ref>{{citar periódico|título=Is the nucleus of Comet Halley a low density body? |periódico=Nature |último1 =Sagdeev |primeiro1 =R. Z. |último2 =Elyasberg |primeiro2 =P. E. |último3 =Moroz |primeiro3 =V. I. |display-authors=1 |volume=331 |número=6153 |páginas=240 |data=1988 |issn=0028-0836 |doi=10.1038/331240a0 |bibcode=1988Natur.331..240S|s2cid=4335780 }}</ref>
|-
| align=left | [[9P/Tempel 1]]
| 7.6 × 4.9
| 0.62
| 7.9{{e|13}}
|<ref name=Britt2006 /><ref>{{citar web|url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb.cgi?sstr=9P |título=9P/Tempel 1 |publicado=JPL |acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref>
|-
| align=left | [[19P/Borrelly]]
| 8 × 4 × 4
| 0.3
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|<ref name=Britt2006/>
|-
| align=left | [[81P/Wild]]
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| 2.3{{e|13}}
|<ref name=Britt2006/><ref name=wild2>{{citar web|título=Comet 81P/Wild 2 |publicado=The Planetary Society |url=http://www.planetary.org/explore/topics/asteroids_and_comets/wild2.html |acessodata=20 de novembro de 2007 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090106004009/http://planetary.org./explore/topics/asteroids_and_comets/wild2.html |arquivodata=6 de janeiro de 2009 }}</ref>
|-
| align=left | [[67P/Churyumov-Gerasimenko]]
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| 1.0{{e|13}}
|<ref>{{citar web|url=http://www.esa.int/spaceinimages/Images/2015/01/Comet_vital_statistics |título=Comet vital statistics |publicado=European Space Agency |data=22 de janeiro de 2015 |acessodata=24 de janeiro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://blogs.esa.int/rosetta/2014/08/21/determining-the-mass-of-comet-67pc-g/ |título=Determining the mass of comet 67P/C-G |publicado=European Space Agency |primeiro =Emily |último =Baldwin |data=21 de agosto de 2014 |acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref>
|}


=== Coma ===
Apesar do núcleo sólido dos cometas geralmente ter menos de 50 quilômetros, a coma pode ser maior que o Sol, e as caudas iônicas já foram vistas estendendo-se por uma unidade astronômica (150 milhões de quilômetros) ou mais.<ref name="Yeoman"/> A observação das anticaudas contribuiu imensamente para a descoberta do [[vento solar]]..<ref>
[[Imagem:Hubble's Last Look at Comet ISON Before Perihelion.jpg|thumb|Imagem do [[Telescópio espacial Hubble|Hubble]] do [[C/2012 S1|cometa ISON]] pouco antes do [[periélio]].<ref>{{citar web|url=http://www.spacetelescope.org/images/opo1347a/ |título=Hubble's Last Look at Comet ISON Before Perihelion |publicado=European Space Agency |data=19 de novembro de 2013 |acessodata=20 de novembro de 2013}}</ref>]]
{{citar periódico
{{artigo principal|Coma cometária}}
|último =Biermann |primeiro =L.
As correntes de poeira e gás assim liberadas formam uma atmosfera enorme e extremamente fina ao redor do cometa, chamada de "[[Coma cometária|coma]]". A força exercida no coma pela [[pressão de radiação]] do [[Sol]] e pelo [[vento solar]] faz com que uma enorme "[[Cauda cometária|cauda]]" se forme apontando para longe do Sol.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=4zjv84hHNPcC&pg=PA66 |título=A Complete Manual of Amateur Astronomy: Tools and Techniques for Astronomical Observations |último1 =Clay Sherrod |primeiro1 =P. Clay |último2 =Koed |primeiro2 =Thomas L. |name-list-style=amp |página=66 |data=2003 |isbn=978-0-486-15216-5}}</ref>
|título=The plasma tails of comets and the interplanetary plasma
|periódico=[[Space Science Reviews]]
|volume=1 |número=3 |página=553
|ano=1963
|doi=10.1007/BF00225271
}}</ref> A cauda iônica é formada como resultado do efeito fotoelétrico da radiação ultravioleta solar, agindo sobre as partículas da coma. Uma vez que as partículas estejam ionizadas, elas ficam com carga elétrica negativa que por sua vez dá origem a uma "magnetosfera induzida" em torno do cometa. O cometa e seu campo magnético induzido formam um obstáculo ao fluxo das partículas de vento solar. Como a velocidade orbital relativa do cometa e do vento solar é supersônica, uma onda de choque é formada à frente do cometa, na direção do fluxo do vento solar. Nesta onda de choque, grandes concentrações de íons cometários se juntam e contribuem para "carregar" o campo magnético solar com plasma, de tal forma que as linhas de campo "dobram" em torno do cometa formando a cauda iônica..<ref name="pp 864">
{{citar livro
|último =Carroll |primeiro =B.W. |último2 =Ostlie |primeiro2 =D.A.
|título=An Introduction to Modern Astrophysics
|página=864-874
|publicado=[[Addison-Wesley]]
|ano=1996
|isbn=0201547309
}}</ref>


O coma geralmente é feito de água e poeira, com a água constituindo até 90% dos [[Materiais voláteis|voláteis]] que saem do [[Núcleo cometário|núcleo]] quando o cometa está dentro de 3 a 4 [[unidades astronômicas]] (450 milhões a 600 milhões de km) do Sol.<ref name=Combi2004>{{citar periódico|url=http://www.lpi.usra.edu/books/CometsII/7023.pdf |título=Gas dynamics and kinetics in the cometary coma: Theory and observations |periódico=Comets II |último1 =Combi |primeiro1 =Michael R. |último2 =Harris |primeiro2 =Walter M. |último3 =Smyth |primeiro3 =William H. |display-authors=1 |páginas=523 |data=2004 |doi=10.2307/j.ctv1v7zdq5.34 |bibcode=2004come.book..523C}}</ref> A molécula-mãe {{H2O}} é destruída principalmente por meio da [[fotodissociação]] e, em uma extensão muito menor, da [[fotoionização]], com o vento solar desempenhando um papel menor na destruição da água em comparação com a [[fotoquímica]].<ref name=Combi2004/> Partículas de poeira maiores são deixadas ao longo do caminho orbital do cometa, enquanto partículas menores são empurradas do Sol para a cauda do cometa pela [[Pressão de radiação|pressão da luz]].<ref>{{citar web|url=http://migall.fastmail.fm/astronomy/solar_system/small_bodies/hale_bop/jpl/define.htm |título=Comet Definitions |publicado=Michael Gallagher |último =Morris |primeiro =Charles S. |acessodata=31 de agosto de 2013}}</ref>
[[Ficheiro:Encke tail rip of.gif|thumb|left|Cometa Encke perde sua cauda]]


Embora o núcleo sólido dos cometas tenha geralmente menos de 60 km de diâmetro, a coma pode ter milhares ou milhões de km de diâmetro, às vezes tornando-se maior do que o Sol.<ref>{{citar periódico|doi=10.1023/A:1021512317744 |bibcode=2002EM&P...90...67L |data=2002 |primeiro1 =Rosine |último1 =Lallement |último2 =Bertaux |primeiro2 =Jean-Loup |último3 =Szegö |primeiro3 =Karöly |último4 =Nemeth |primeiro4 =Szilvia |display-authors=1 |periódico=Earth, Moon, and Planets |volume=90 |páginas=67–76 |título=The Shadow of Comet Hale–Bopp in Lyman-Alpha|número=1 |s2cid=118200399 }}</ref> Por exemplo, cerca de um mês após uma explosão em outubro de 2007, o cometa [[17P/Holmes]] teve brevemente uma tênue atmosfera de poeira maior do que o Sol.<ref name=atmosphere2>{{citar web|autorlink =David C. Jewitt |último =Jewitt |primeiro =David |url=http://www2.ess.ucla.edu/~jewitt/holmes.html |título=The Splintering of Comet 17P/Holmes During a Mega-Outburst |publicado=University of Hawaii |acessodata=30 de agosto de 2013}}</ref> O [[Grande Cometa de 1811]] também teve um coma com aproximadamente o diâmetro do Sol.<ref name="primer">{{citar web|título=The Comet Primer |obra=Gary W. Kronk's Cometography |último =Kronk |primeiro =Gary W. |url=http://cometography.com/educate/comintro.html |acessodata=30 de agosto de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110517043903/http://cometography.com/educate/comintro.html |arquivodata=17 de maio de 2011 }}</ref> Embora o coma possa se tornar muito grande, seu tamanho pode diminuir no momento em que cruza a órbita de [[Marte (planeta)|Marte]], a cerca de 1.5 unidade astronômica (220 milhões de km) do Sol.<ref name="primer"/> A essa distância, o vento solar se torna forte o suficiente para soprar o gás e a poeira para longe do coma e, com isso, aumentar a cauda.<ref name="primer"/> Observou-se que caudas de íons se estendem por uma unidade astronômica (150 milhões de km) ou mais.<ref name=atmosphere2/>
Se a carga da cauda iônica é suficiente, então as linhas de campo magnético são pressionadas juntos ao ponto de, a certas distâncias ao longo da cauda iônica, aconteça a [[reconexão magnética]]. Isto leva a um "evento de desconexão de cauda".<ref name="pp 864" /> Este fenômeno foi observado em várias ocasiões, mais notavelmente em 20 de abril de 2007, quando a cauda iônica do [[cometa Encke]] foi completamente separada quando o cometa passou por uma ejeção de massa coronal. Este evento foi observado pelas sondas STEREO.<ref>
{{citar periódico
|último =Eyles |primeiro =C.J. |último2 =Harrison |primeiro2 =R.A. |último3 =Davis |primeiro3 =C.J. |último4 =Waltham |primeiro4 =N.R.
|último5 =Shaughnessy |primeiro5 =B.M. |último6 =Mapson-Menard |primeiro6 =H.C.A. |último7 =Bewsher |primeiro7 =D.
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|título=The Heliospheric Imagers Onboard the STEREO Mission
|periódico=[[Solar Physics (journal)|Solar Physics]]
|volume=254 |número=2 |páginas=387–445
|ano=2009
|doi=10.1007/s11207-008-9299-0
}}</ref>


[[Imagem:PIA20119-CometChristensen-C2006W3-CO2-WISE-20100420.jpg|thumb|[[C/2006 W3|C/2006 W3 (Chistensen)]] emitindo gás carbônico (imagem IR)]]
Em 1996 descobriu-se que os cometas emitem raio X<ref>
{{citar web
|título=First X-Rays from a Comet Discovered
|url=http://heasarc.gsfc.nasa.gov/docs/rosat/hyakutake.html
|publicado=[[Goddard Spaceflight Center]]
|data=
|acessodata=2006-03-05
}}</ref> Esta descoberta surpreendeu os pesquisadores, por que a emissão de raio X é normalmente associada a corpos com altas temperaturas. Acredita-se que os raios X sejam gerados pela interação entre os cometas e o vento solar: quando íons muito carregados atravessam a atmosfera cometária, eles colidem com átomos e moléculas do cometa, "arrancando" um ou mais elétrons do cometa. A retirada dos elétrons leva a emissão de raios X e fótons de ultravioleta.<ref>
{{citar web
|título=Interaction model – Probing space weather with comets
|url=http://www.kvi.nl/~bodewits
|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060213232726/http://www.kvi.nl/~bodewits
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|publicado=KVI atomics physics
|acessodata=2009-04-26
|urlmorta=yes
}}
</ref>


Tanto o coma quanto a cauda são iluminadas pelo Sol e podem se tornar visíveis quando um cometa passa pelo [[Sistema Solar]] interno, a poeira reflete a luz solar diretamente enquanto os gases brilham por [[Íon|ionização]].<ref name="le">{{citar web|url=http://www.le.ac.uk/ph/faulkes/web/planets/r_pl_comets.html |título=Comets |publicado=University of Leicester |último1 =Brinkworth |primeiro1 =Carolyn |último2 =Thomas |primeiro2 =Claire |name-list-style=amp |acessodata=31 de julho de 2013}}</ref> A maioria dos cometas é tênue demais para ser visível sem o auxílio de um [[telescópio]], mas alguns poucos a cada década tornam-se brilhantes o suficiente para serem visíveis a [[olho nu]].<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=caYpAQAAMAAJ |página=75 |título=A field guide to the stars and planets |isbn=978-0-395-93432-6 |último =Pasachoff |primeiro =Jay M |data=2000}}</ref> Ocasionalmente, um cometa pode experimentar uma explosão enorme e repentina de gás e poeira, durante a qual o tamanho do coma aumenta muito por um período de tempo. Isso aconteceu em 2007 com o cometa 17P/Holmes.<ref name=atmosphere1>{{citar web|último =Jewitt |primeiro =David |url=http://www2.ess.ucla.edu/~jewitt/holmes.html |título=Comet Holmes Bigger Than The Sun |publicado=Institute for Astronomy at the University of Hawaii |acessodata=31 de julho de 2013}}</ref>
=== Conexão com as chuvas de meteoros ===
[[Ficheiro:CometBorrelly1002.jpg|thumb|right|300px|Cometa 19P/Borrely]]


Em 1996, descobriu-se que os cometas emitiam [[raios-X]].<ref>{{citar periódico|doi=10.1126/science.274.5285.205 |título=Discovery of X-ray and Extreme Ultraviolet Emission from Comet C/Hyakutake 1996 B2 |data=1996 |último1 =Lisse |primeiro1 =C. M. |último2 =Dennerl |primeiro2 =K. |último3 =Englhauser |primeiro3 =J. |último4 =Harden |primeiro4 =M. |último5 =Marshall |primeiro5 =F. E. |último6 =Mumma |primeiro6 =M. J. |último7 =Petre |primeiro7 =R. |último8 =Pye |primeiro8 =J. P. |último9 =Ricketts |primeiro9 =M. J. |display-authors=1 |periódico=Science |volume=274 |número=5285 |páginas=205 |último10 =Schmitt |primeiro10 =J. |último11 =Trumper |primeiro11 =J. |último12 =West |primeiro12 =R. G. |bibcode=1996Sci...274..205L |s2cid=122700701 |url=https://zenodo.org/record/1231082}}</ref> Isso surpreendeu muito os astrônomos, porque a emissão de raios-X geralmente está associada a corpos com [[Radiação de corpo negro|temperaturas muito altas]]. Os raios-X são gerados pela interação entre cometas e o vento solar: quando íons do vento solar altamente carregados voam através de uma atmosfera cometária, eles colidem com átomos e moléculas cometárias, "roubando" um ou mais elétrons do átomo em um processo chamado "troca de carga". Essa troca ou transferência de um elétron para o íon do vento solar é seguida por sua desexcitação para o estado fundamental do íon pela emissão de raios-X e fótons [[ultravioleta]] distantes.<ref>{{citar periódico|título=Charge Exchange-Induced X-Ray Emission from Comet C/1999 S4 (LINEAR) |periódico=Science |último1 =Lisse |primeiro1 =C. M. |último2 =Christian |primeiro2 =D. J. |último3 =Dennerl |primeiro3 =K. |último4 =Meech |primeiro4 =K. J. |último5 =Petre |primeiro5 =R. |último6 =Weaver |primeiro6 =H. A. |último7 =Wolk |primeiro7 =S. J. |display-authors=1 |volume=292 |número=5520 |páginas=1343–8 |data=2001 |doi=10.1126/science.292.5520.1343 |bibcode=2001Sci...292.1343L |pmid=11359004}}</ref>
Como resultado da perda de gases, os cometas deixam uma trilha de detritos sólidos atrás de si. Se o caminho do cometa atravessar o caminho da Terra, então naquele ponto provavelmente haverá uma [[chuva de meteoros]] à medida que a Terra atravessar a trilha de detritos. A chuva de meteoros [[perseidas]] ocorre todos anos entre 9 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela órbita do cometa [[109P/Swift-Tuttle|Swift-Tuttle]].<ref name=showers/> O [[cometa Halley]] é a origem da chuva de meteoros [[Oriónidas|orionídeos]], que ocorre todos os anos no mês de outubro.<ref name=showers>
{{citar web
|título=Major Meteor Showers
|publicado=Meteor Showers Online
|url=http://meteorshowersonline.com/major_meteor_showers.html
|acessodata=2009-05-18
|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130724111133/http://meteorshowersonline.com/major_meteor_showers.html
|arquivodata=2013-07-24
|urlmorta=yes
}}
</ref>


== Destino dos cometas ==
=== Choque em arco ===
{{artigo principal|Choque em arco}}
=== Deixando/sendo ejetados do Sistema Solar ===
Os [[choques em arco]] se formam como resultado da interação entre o [[vento solar]] e a ionosfera cometária, que é criada pela [[ionização]] de gases do [[Coma cometária|coma]]. À medida que o cometa se aproxima do [[Sol]], as taxas crescentes de liberação de gases causam a expansão do coma e a luz do Sol ioniza os gases no coma. Quando o vento solar passa por esse coma de íons, surge o choque em arco.
Se um cometa estiver viajando com velocidade suficiente, irá entrar e deixar o sistema solar, como é o caso para a maior parte dos cometas não periódicos. Além disso, cometas podem ser expulsos pela interação com outro objeto no sistema solar, como Júpiter.


As primeiras observações foram feitas nas décadas de 1980 e 1990, quando várias sondas sobrevoavam pelos cometas [[21P/Giacobini-Zinner]],<ref>{{citar periódico|título=The Bow wave of Comet Giacobini-Zinner – ICE magnetic field observations |periódico=Geophysical Research Letters |último1 =Jones |primeiro1 =D. E. |último2 =Smith |primeiro2 =E. J. |último3 =Slavin |primeiro3 =J. A. |último4 =Tsurutani |primeiro4 =B. T. |último5 =Siscoe |primeiro5 =G. L. |último6 =Mendis |primeiro6 =D. A. |display-authors=1 |volume=13 |número=3 |páginas=243–246 |data=março de 1986 |bibcode=1986GeoRL..13..243J |doi=10.1029/GL013i003p00243}}</ref> [[1P/Halley]],<ref>{{citar periódico|título=First in situ plasma and neutral gas measurements at comet Halley |periódico=Nature |último1 =Gringauz |primeiro1 =K. I. |último2 =Gombosi |primeiro2 =T. I. |último3 =Remizov |primeiro3 =A. P. |último4 =Szemerey |primeiro4 =I. |último5 =Verigin |primeiro5 =M. I. |último6 =L. I. |primeiro6 =Denchikova |último7 =A. V. |primeiro7 =Dyachkov |último8 =E. |primeiro8 =Keppler |último9 =I. N. |primeiro9 =Klimenko |último10 =A. K. |primeiro10 =Richter |último11 =A. J. |primeiro11 =Somogyi |último12 =K. |primeiro12 =Szego |último13 =S. |primeiro13 =Szendro |último14 =M. |primeiro14 =Tatrallyay |último15 =A. |primeiro15 =Varga |último16 =G. A. |primeiro16 =Vladimirova |display-authors=1 |volume=321 |páginas=282–285 |data=15 de maio de 1986 |bibcode=1986Natur.321..282G |doi=10.1038/321282a0|s2cid=117920356 }}</ref> e [[26P/Grigg-Skjellerup]].<ref>{{citar periódico|título=First results from the Giotto magnetometer experiment during the P/Grigg-Skjellerup encounter |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |primeiro1 =F. M. |último1 =Neubauer |primeiro2 =H. |último2 =Marschall |primeiro3 =M. |último3 =Pohl |primeiro4 =K.-H. |último4 =Glassmeier |primeiro5 =G. |último5 =Musmann |primeiro6 =F. |último6 =Mariani |primeiro7 =M. H. |último7 =Acuna |primeiro8 =L. F. |último8 =Burlaga |primeiro9 =N. F. |último9 =Ness |primeiro10 =M. K. |último10 =Wallis |primeiro11 =H. U. |último11 =Schmidt |primeiro12 =E. |último12 =Ungstrup |display-authors=1 |volume=268 |número=2 |páginas=L5–L8 |data=fevereiro de 1993 |bibcode=1993A&A...268L...5N}}</ref> Descobriu-se então que os choques em arco em cometas são mais largos e mais graduais do que os choques em arco planetários agudos vistos, por exemplo, na [[Terra]]. Todas essas observações foram feitas perto do [[periélio]], quando os choques em arco já estavam totalmente desenvolvidos.
=== Exaustão de substâncias voláteis ===
[[Ficheiro:Schwassman-Wachmann3-B-HST.gif|thumb|Material saindo do Componente B do [[73P/Schwassmann-Wachmann]], que partiu-se a partir de 1995, como registrado pelo [[Hubble Space Telescope|HST]].]]
{{main|Cometa extinto}}


A [[sonda espacial]] ''[[Rosetta]]'' observou o choque em arco no cometa [[67P/Churyumov-Gerasimenko]] em um estágio inicial do desenvolvimento do choque em arco, quando a liberação de gás aumentou durante a jornada do cometa em direção ao Sol. Este choque em arco jovem foi chamado de "choque em arco infantil". O choque em arco infantil é assimétrico e, em relação à distância ao [[Núcleo cometário|núcleo]], mais largo do que os choques em arco totalmente desenvolvidos.<ref>{{citar periódico|título=The infant bow shock: a new frontier at a weak activity comet |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |último1 =Gunell |primeiro1 =H. |último2 =Goetz |primeiro2 =C. |último3 =Simon Wedlund |primeiro3 =C. |último4 =Lindkvist |primeiro4 =J. |último5 =Hamrin |primeiro5 =M. |último6 =Nilsson |primeiro6 =H. |último7 =LLera |primeiro7 =K. |último8 =Eriksson |primeiro8 =A. |último9 =Holmström |primeiro9 =M. |display-authors=1 |volume=619 |em=L2 |data=novembro de 2018 |doi=10.1051/0004-6361/201834225 |bibcode=2018A&A...619L...2G |url=https://www.duo.uio.no/bitstream/10852/67125/1/aa34225-18.pdf|doi-access=free }}</ref>
A família de cometas Júpiter (JFC) e períodos de longo período (LPC) parecem seguir diferentes leis de desaparecimento. Os JFCs são ativos durante um período de cerca de 10.000 anos, ou aproximadamente {{Fmtn|1000}} revoluções, enquanto os LPCs desaparecem muito mais rapidamente. Somente 10% dos LPCs sobrevivem mais de 50 passagens por periélios curtos, enquanto somente 1% deles sobrevive a mais de 2 000 passagens.<ref name="dormant"/> Eventualmente a maioria do material volátil contido em um núcleo cometário irá evaporar, e o cometa se tornará uma rocha pequena, escura e inerte que pode se assemelhar a um [[asteroide]].<ref>
{{citar web
|último =Lyzenga |primeiro =G.
|título=If comets melt, why do they seem to last for long periods of time?
|url=http://www.sciam.com/article.cfm?id=if-comets-melt-why-do-the
|obra=[[Scientific American]]
|data=16 de novembro de 1998
|acessodata=2009-04-26
}}</ref>


=== Quebras/desintegrações ===
=== Cauda ===
{{artigo principal|Cauda cometária}}
Cometas também se partem em pedaços, como aconteceu com o cometa [[73P/Schwassmann-Wachmann|Comet 73P/Schwassmann-Wachmann 3]], iniciando em 1995.<ref name="spitzer2006">
[[Imagem:Cometorbit01.svg|thumb|left|280px|Direção típica das [[Cauda cometária|caudas]] durante a [[órbita]] de um cometa perto do [[Sol]]]]
{{citar web
No [[Sistema Solar]] exterior, os cometas permanecem congelados e inativos e são extremamente difíceis ou impossíveis de detectar da [[Terra]] devido ao seu pequeno tamanho. Detecções estatísticas de [[Núcleo cometário|núcleos]] de cometas inativos no [[cinturão de Kuiper]] foram relatadas a partir de observações do [[Telescópio Espacial Hubble]],<ref name="Cochran1995">{{citar periódico|bibcode=1995ApJ...455..342C |título=The Discovery of Halley-sized Kuiper Belt Objects Using the Hubble Space Telescope |último1 =Cochran |primeiro1 =Anita L. |último2 =Levison |primeiro2 =Harold F. |último3 =Stern |primeiro3 =S. Alan |último4 =Duncan |primeiro4 =Martin J. |display-authors=1 |volume=455 |data=1995 |páginas=342 |periódico=The Astrophysical Journal |doi=10.1086/176581 |arxiv=astro-ph/9509100 |s2cid=118159645 }}</ref><ref name="Cochran1998">{{citar periódico|doi=10.1086/311515 |título=The Calibration of the Hubble Space Telescope Kuiper Belt Object Search:Setting the Record Straight |data=1998 |último1 =Cochran |primeiro1 =Anita L. |último2 =Levison |primeiro2 =Harold F. |último3 =Tamblyn |primeiro3 =Peter |último4 =Stern |primeiro4 =S. Alan |último5 =Duncan |primeiro5 =Martin J. |display-authors=1 |periódico=The Astrophysical Journal |volume=503 |número=1 |páginas=L89 |arxiv=astro-ph/9806210 |bibcode=1998ApJ...503L..89C |s2cid=18215327 }}</ref> mas essas detecções foram questionadas.<ref name="Brown1997">{{citar periódico|doi=10.1086/311009 |título=An Analysis of the Statistics of the \ITAL Hubble Space Telescope\/ITAL] Kuiper Belt Object Search |data=1997 |último1 =Brown |primeiro1 =Michael E. |último2 =Kulkarni |primeiro2 =Shrinivas R. |último3 =Liggett |primeiro3 =Timothy J. |display-authors=1 |periódico=The Astrophysical Journal |volume=490 |número=1 |páginas=L119–L122 |bibcode=1997ApJ...490L.119B|doi-access=free }}</ref><ref name="Jewitt1996">{{citar periódico|bibcode=1996AJ....112.1225J |título=The Mauna Kea-Cerro-Tololo (MKCT) Kuiper Belt and Centaur Survey |último1 =Jewitt |primeiro1 =David |último2 =Luu |primeiro2 =Jane |último3 =Chen |primeiro3 =Jun |display-authors=1 |volume=112 |data=1996 |páginas=1225 |periódico=The Astronomical Journal |doi=10.1086/118093}}</ref> Conforme um cometa se aproxima do Sistema Solar interno, a [[radiação solar]] faz com que os [[materiais voláteis]] dentro do cometa vaporizem e fluam para fora do núcleo, levando a poeira com eles.
|último =Clavin |primeiro =W.
|título=Spitzer Telescope Sees Trail of Comet Crumbs
|url=http://www.spitzer.caltech.edu/Media/releases/ssc2006-13/release.shtml
|publicado=[[Spitzer Science Center]]
|data=10 de maio de 2006
|acessodata=2008-10-25
}}</ref>


Cada um dos fluxos de poeira e gás formam sua própria [[Cauda cometária|cauda]] distinta, apontando em direções ligeiramente diferentes. A cauda de poeira é deixada para trás na [[órbita]] do cometa de tal maneira que frequentemente forma uma cauda curva chamada de tipo II ou cauda de poeira.<ref name="le"/> Ao mesmo tempo, o íon ou cauda do tipo I, feito de gases, sempre aponta diretamente para longe do [[Sol]] porque esse gás é mais fortemente afetado pelo [[vento solar]] do que a poeira, seguindo as linhas do [[campo magnético]] ao invés de uma trajetória orbital.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=S4xDhVCxAQIC&pg=PA422 |página=422 |título=The Cambridge Guide to the Solar System |isbn=978-1-139-49417-5 |último =Lang |primeiro =Kenneth R. |data=2011}}</ref> Em ocasiões, como quando a Terra passa pelo plano orbital de um cometa, a [[anticauda]], apontando na direção oposta às caudas de íons e poeira, pode ser visto.<ref>{{Cite APOD |title=PanSTARRS: The Anti Tail Comet |date=29 June 2013 |access-date=31 July 2013}}</ref>
Esta quebra pode ser decorrente de forças de maré gravitacional do Sol ou um planeta grande, por uma "explosão" de material volátil, ou outras razões ainda não bem explicadas.


[[Imagem:Comet Parts.svg|thumb|upright|Diagrama de um cometa mostrando a [[Anticauda|trilha de poeira]], a cauda de poeira e a cauda de gás iônico formada pelo [[vento solar]]]]
=== Colisões ===
[[Ficheiro:Shoemaker-Levy 9 on 1994-05-17.png|thumb|300px|Shoemaker-Levy 9 foi partido pelas forças de maré um pouco antes de colidir com Júpiter]]
Alguns cometas chegam a um final espetacular—ou caindo no Sol,<ref>
{{citar web
|título=SOHO analyes a kamikaze comet
|url=http://www.esa.int/esaCP/ESA26YTM5JC_FeatureWeek_0.html
|publicado=[[European Space Agency]]
|data=23 de fevereiro de 2001
|acessodata=2009-04-26
}}</ref> ou atingindo um planeta ou outro corpo. Colisões entre cometas e planetas ou luas foram bastante comuns no início do Sistema Solar: algumas das muitas crateras da Lua, por exemplo, podem ter sido causadas por cometas. Uma colisão recente de um cometa com um planeta aconteceu em 1994, quando o [[cometa Shoemaker-Levy 9]] partiu-se e colidiu com [[Júpiter (planeta)|Júpiter]].


A observação de anticaudas contribuiu significativamente para a descoberta do vento solar.<ref>{{citar periódico|doi=10.1007/BF00225271 |título=The plasma tails of comets and the interplanetary plasma |data=1963 |último1 =Biermann |primeiro1 =L. |periódico=Space Science Reviews |volume=1 |número=3 |página=553 |bibcode=1963SSRv....1..553B|s2cid=120731934 }}</ref> A cauda de íons é formada como resultado da ionização por radiação ultravioleta solar de partículas do [[Coma cometária|coma]]. Uma vez que as partículas tenham sido ionizadas, elas atingem uma carga elétrica positiva líquida, que por sua vez dá origem a uma "[[magnetosfera]] induzida" ao redor do cometa. O cometa e seu campo magnético induzido formam um obstáculo para o fluxo de partículas do vento solar. Como a velocidade orbital relativa do cometa e do vento solar é [[supersônica]], um [[choque em arco]] é formado a montante do cometa na direção do fluxo do vento solar. Neste choque em arco, grandes concentrações de íons cometários (chamados de "íons de coleta") se reúnem e agem para "carregar" o campo magnético solar com plasma, de forma que as linhas de campo "caiam" ao redor do cometa formando a cauda do íon.<ref name="pp 864">{{citar livro|título=An Introduction to Modern Astrophysics |publicado=Addison-Wesley |último1 =Carroll |primeiro1 =B. W. |último2 =Ostlie |primeiro2 =D. A. |name-list-style=amp |páginas=864–874 |data=1996 |isbn=0-201-54730-9}}</ref>
Muitos cometas e asteroides colidiram com a Terra nos primeiros estágios. Muitos cientistas acreditam que o bombardeio de cometas na Terra jovem (cerca de quatro bilhões de anos atrás) trouxeram as vastas quantidades de água que agora preenchem os oceanos terrestres, ou pelo menos uma porção significativa dos mesmos. Mas outros pesquisadores tem dúvidas acerca desta teoria.<ref>
{{citar web
|último =Muir |primeiro =H.
|título=Earth's water brewed at home, not in space
|url=http://space.newscientist.com/article/dn12693-earths-water-brewed-at-home-not-in-space.html
|obra=[[New Scientist]]
|data=25 de setembro de 2007
|acessodata=2009-04-26
}}</ref> A detecção de moléculas orgânicas nos cometas levou a algumas especulações de que cometas ou meteoritos podem ter trazidos os elementos precursores da vida ou mesmo os primeiros elementos vivos para a Terra.<ref name="cnnlife" /> Existem ainda muitos cometas próximos da Terra, apesar de uma colisão com um asteroide ser mais provável que a de cometas.


Se o carregamento da cauda do íon for suficiente, as linhas do campo magnético são comprimidas até o ponto onde, a alguma distância ao longo da cauda do íon, ocorre a [[reconexão magnética]]. Isso leva a um "evento de desconexão da cauda".<ref name="pp 864" /> Isso foi observado em várias ocasiões, um evento notável foi registrado em 20 de abril de 2007, quando a cauda de íons do [[cometa Encke]] foi completamente cortada enquanto o cometa passava por uma [[ejeção de massa coronal]]. Este evento foi observado pela [[sonda espacial]] [[STEREO]].<ref>{{citar periódico|título=The Heliospheric Imagers Onboard the STEREO Mission |periódico=Solar Physics |último1 =Eyles |primeiro1 =C. J. |último2 =Harrison |primeiro2 =R. A. |último3 =Davis |primeiro3 =C. J. |último4 =Waltham |primeiro4 =N. R. |último5 =Shaughnessy |primeiro5 =B. M. |último6 =Mapson-Menard |primeiro6 =H. C. A. |último7 =Bewsher |primeiro7 =D. |último8 =Crothers |primeiro8 =S. R. |último9 =Davies |primeiro9 =J. A. |último10 =Simnett |primeiro10 =G. M. |último11 =Howard |primeiro11 =R. A. |último12 =Moses |primeiro12 =J. D. |último13 =Newmark |primeiro13 =J. S. |último14 =Socker |primeiro14 =D. G. |último15 =Halain |primeiro15 =J.-P. |último16 =Defise |primeiro16 =J.-M. |último17 =Mazy |primeiro17 =E. |último18 =Rochus |primeiro18 =P. |display-authors=1 |volume=254 |número=2 |páginas=387 |data=2008 |doi=10.1007/s11207-008-9299-0 |bibcode=2009SoPh..254..387E |hdl=2268/15675 |s2cid=54977854 |url=https://orbi.uliege.be/bitstream/2268/15675/1/The%20Heliospheric%20Imagers%20Onboard%20the%20STEREO.pdf}}</ref>
Suspeita-se que impactos cometários tenham, em longas escalas de tempo, levado quantidades significativas de água para a Lua, parte dela podendo ter sobrevivido como [[gelo lunar]].

Em 2013, os cientistas da [[Agência Espacial Europeia]] relataram que a [[ionosfera]] do planeta [[Vénus (planeta)|Vênus]] flui para fora de uma maneira semelhante à cauda de íons vista fluindo de um cometa em condições semelhantes".<ref name="ESA-20130129">{{citar web|título=When A Planet Behaves Like A Comet |url=http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/When_a_planet_behaves_like_a_comet |data=29 de janeiro de 2013 |publicado=European Space Agency |acessodata=30 de agosto de 2013}}</ref><ref name="Space-20130130">{{citar web|último =Kramer |primeiro =Miriam |título=Venus Can Have 'Comet-Like' Atmosphere |url=http://www.space.com/19537-venus-comet-atmosphere.html |data=30 de janeiro de 2013 |publicado=Space.com |acessodata=30 de agosto de 2013}}</ref>

=== Jatos ===
[[Imagem:Hartley2jets2 epoxi big.jpg|thumb|170px|Jatos de gás e neve do [[103P/Hartley]]]]
O aquecimento desigual pode fazer com que gases recém-gerados saiam de um ponto fraco na superfície do [[Núcleo cometário|núcleo]] do cometa, como um [[gêiser]].<ref name=jets>{{citar web|url=http://hubblesite.org/hubble_discoveries/comet_ison/blogs/comets-and-jets |título=Comets and Jets |obra=Hubblesite.org |data=12 de novembro de 2013}}</ref> Esses fluxos de gás e poeira podem fazer com que o núcleo gire e até mesmo se divida.<ref name=jets/> Em 2010, foi revelado que o [[gelo seco]] ([[dióxido de carbono]] congelado) pode alimentar jatos de material que fluem para fora do núcleo de um cometa.<ref>{{citar jornal|url=http://www.astronomynow.com/news/n1011/11hartley/ |título=Dry ice fuels comet jets |obra=Astronomy Now |primeiro =Emily |último =Baldwin |data=11 de novembro de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131217034053/http://www.astronomynow.com/news/n1011/11hartley/ |arquivodata=17 de dezembro de 2013}}</ref> Imagens infravermelhas do [[103P/Hartley]] mostram esses jatos saindo e carregando grãos de poeira para o [[Coma cometária|coma]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2010/11/19/science/space/19comet.html |título=Comet Hartley 2 Is Spewing Ice, NASA Photos Show |obra=The New York Times |último1 =Chang |primeiro1 =Kenneth |data=18 de novembro de 2010}}</ref>


== Características orbitais ==
== Características orbitais ==
A maioria dos cometas são [[Corpo menor do Sistema Solar|pequenos corpos do Sistema Solar]] com [[órbitas elípticas]] alongadas que os levam para perto do [[Sol]] em uma parte de sua órbita e depois para os confins do [[Sistema Solar]] no restante.<ref>{{citar web|url=http://www.st-andrews.ac.uk/~bds2/ltsn/ljm/JAVA/COMETORB/COMET.HTM |título=The Orbit of a Comet |publicado=University of St Andrews |acessodata=1 de setembro de 2013}}</ref> Os cometas são frequentemente classificados de acordo com a duração de seus [[períodos orbitais]]: Quanto mais longo for o período, mais alongada será a elipse.
[[Ficheiro:Comet Kohoutek orbit p391.svg|thumb|300px|Órbitas do [[Cometa Kohoutek]] (vermelho) e a Terra (azul), ilustrando a alta excentricidade da órbita e a velocidade maior quando próximo do Sol.]]
[[Ficheiro:Comets by aphelion.png|thumb|Histograma do afélio dos cometas de 2005, mostrando a família de cometas dos planetas gigantes. A abscissa é o logaritmo natural do afélio expressa em Unidades Astronômicas.]]


=== Curto período ===
A maioria dos cometas possui uma [[órbita elíptica]] alongada (em forma oval) que leva-os próximo do Sol em parte de suas órbitas, e então para os pontos mais distantes do Sistema Solar no resto da órbita. Os cometas são geralmente classificados de acordo com a duração do [[período orbital]], quanto mais longo o período, mais alongada a elipse:
{{artigo principal|Lista de cometas numerados|Lista de cometas do tipo Halley}}
[[Lista de cometas periódicos|Cometas periódicos]] ou cometas de curto período são geralmente definidos como aqueles que têm [[períodos orbitais]] de menos de 200 anos.<ref>{{citar periódico|título=The origin of short-period comets |periódico=The Astrophysical Journal Letters |primeiro1 =Martin |último1 =Duncan |primeiro2 =Thomas |último2 =Quinn |primeiro3 =Scott |último3 =Tremaine |display-authors=1 |volume=328 |páginas=L69–L73 |data=maio de 1988 |doi=10.1086/185162 |bibcode=1988ApJ...328L..69D}}</ref> Eles geralmente orbitam mais ou menos no plano da [[eclíptica]] na mesma direção que os planetas.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Ox5hCOc9A2AC&pg=PA117 |página=117 |título=Our Cosmic Origins: From the Big Bang to the Emergence of Life and Intelligence |isbn=978-0-521-79480-0 |último =Delsemme |primeiro =Armand H. |data=2001}}</ref> Suas órbitas normalmente os levam para a região dos planetas externos ([[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e além) no [[afélio]]; por exemplo, o afélio do [[cometa Halley]] está um pouco além da órbita de [[Netuno (planeta)|Netuno]]. Os cometas cujos afélios estão próximos à órbita de um planeta importante são chamados de "família".<ref name=Wilson1909>{{citar periódico|último =Wilson |primeiro =H. C. |título=The Comet Families of Saturn, Uranus and Neptune |periódico=Popular Astronomy |volume=17 |páginas=629–633 |data=1909 |bibcode=1909PA.....17..629W}}</ref> Acredita-se que tais famílias surjam do planeta capturando cometas de período longo em órbitas mais curtas.<ref>{{citar web|url=http://www.uwgb.edu/dutchs/PLANETS/Comets.HTM |título=Comets |primeiro =Steven |último =Dutch |publicado=Natural and Applied Sciences, University of Wisconsin |acessodata=31 de julho de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130729122906/http://www.uwgb.edu/dutchs/PLANETS/Comets.HTM |arquivodata=29 de julho de 2013}}</ref>


No extremo do período orbital mais curto, o [[cometa Encke]] tem uma órbita que não atinge a órbita de Júpiter e é conhecido como um '''cometa do tipo Encke'''. Cometas de curto período com períodos orbitais menores que 20 anos e baixas inclinações (até 30 graus) para a eclíptica são chamados tradicionalmente de '''cometas da família de Júpiter''' (JFC).<ref>{{citar web|url=http://www.dtm.ciw.edu/users/sheppard/satellites/jf.html |título=The Jupiter Family Comets |publicado=Department of Terrestrial Magnetism Carnegie Institution of Washington |acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref><ref name="britastro">{{citar web|url=http://www.britastro.org/projectalcock/Comets%20where%20are%20they.htm |título=Comets – where are they ? |data=6 de novembro de 2012 |publicado=British Astronomical Association |acessodata=11 de agosto de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130805211248/http://www.britastro.org/projectalcock/Comets%20where%20are%20they.htm |arquivodata=5 de agosto de 2013}}</ref> Aqueles como o [[cometa Halley]], com períodos orbitais entre 20 e 200 anos e inclinações que vão de zero a mais de 90 graus, são chamados de '''cometas do tipo Halley''' (HTC).<ref name="Morbidelli2006">{{citar periódico|doi=10.1007/s11214-008-9405-5 |título=Dynamical Origin of Comets and Their Reservoirs |data=2008 |último1 =Duncan |primeiro1 =Martin J. |periódico=Space Science Reviews |volume=138 |número=1–4 |páginas=109–126 |bibcode=2008SSRv..138..109D|s2cid=121848873 }}</ref><ref name=jewitt2002>{{citar periódico|doi=10.1086/338692 |título=From Kuiper Belt Object to Cometary Nucleus: The Missing Ultrared Matter |data=2002 |último1 =Jewitt |primeiro1 =David C. |periódico=The Astronomical Journal |volume=123 |número=2 |páginas=1039–1049 |bibcode=2002AJ....123.1039J}}</ref> Em 2020, 91 HTC foram observados,<ref name="HTC JPL">{{citar web|url=https://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_query.cgi?obj_group=all;obj_kind=all;obj_numbered=all;com_orbit_class=HTC;OBJ_field=0;ORB_field=0;c1_group=ORB;c1_item=Bg;c1_op=%3E%3D;c1_value=0;table_format=HTML;max_rows=100;format_option=comp;c_fields=AcBgBiBjBqChCk;c_sort=AcD;.cgifields=format_option;.cgifields=obj_kind;.cgifields=obj_group;.cgifields=obj_numbered;.cgifields=ast_orbit_class;.cgifields=table_format;.cgifields=com_orbit_class&query=1 |título=Constraints: orbital class (HTC) |obra=[[JPL Small-Body Database]] |publicado=NASA |acessodata=2020-05-06}}</ref> em comparação com 691 JFC identificados.<ref name=yfernandez>{{citar web|url=https://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_query.cgi?obj_group=all;obj_kind=com;obj_numbered=all;com_orbit_class=JFc;OBJ_field=0;ORB_field=Bh;table_format=HTML;max_rows=100;format_option=comp;c_fields=AcBgBiBjBqChCk;c_sort=AcD;.cgifields=format_option;.cgifields=obj_kind;.cgifields=obj_group;.cgifields=obj_numbered;.cgifields=ast_orbit_class;.cgifields=table_format;.cgifields=com_orbit_class&query=1 |título=Constraints: comets and orbital class (JFc) |obra=[[JPL Small-Body Database]] |publicado=NASA |acessodata=2020-05-06}}</ref>
* ''[[Cometa de período curto|Cometas de período curto]]'' são geralmente definidos como tendo períodos orbitais menores que 200 anos. Normalmente suas órbitas levam-nos à região dos planetas exteriores (Júpiter e além) no [[afélio]]. Por exemplo, o afélio do cometa Halley está um pouco além da órbita de Netuno. Entre os mais curtos, o [[Cometa Encke]] possui uma órbita que nunca o coloca além da órbita de Júpiter. Cometas de curto período são divididos em cometas da ''família de Júpiter'' (períodos menores que 20 anos) e ''família Halley'' (períodos entre 20 e 200 anos);
* ''Cometas de longo período'' possuem órbitas com uma grande excentricidade (maior alongamento) e períodos variando dos 200 anos aos milhares ou mesmo milhões de anos. (Entretanto, por definição eles permanecem gravitacionalmente presos ao Sol. Os cometas que são ejetados do sistema solar devido a passagens próximas aos grandes planetas não são mais considerados como tendo "períodos".) Suas órbitas os levam bem além dos planetas exteriores no afélio, e o plano de suas órbitas não necessariamente está próximo da [[eclíptica]];
* ''Cometas de aparição única'' são similares aos cometas de longo período, mas tem trajetórias [[trajetória parabólica|parabólicas]] ou [[trajetória hiperbólica|hiperbólica]] que fazem com que deixem o sistema solar permanentemente após passar pelo Sol apenas uma vez;<ref name="SBP">
{{citar web
|título=Small Bodies: Profile
|url=http://pds.jpl.nasa.gov/planets/special/smbod.htm
|publicado=[[NASA]]/[[Jet Propulsion Laboratory|JPL]]
|data=29 de outubro de 2008
|acessodata=2009-04-26
}}</ref>
* Algumas autoridades usam o termo ''cometa periódico'' para referir-se a qualquer cometa com uma órbita periódica (ou seja, tanto os cometas de curto período quanto os de longo período),<ref>
{{citar web
|título=Comet
|url=http://www.britannica.com/eb/article-54344/comet
|obra=[[Encyclopædia Britannica Online]]
|data=
|acessodata=2009-04-26
}}</ref> enquanto outros usam exclusivamente para cometas de período curto.<ref name="SBP"/> De forma similar, apesar do significado literal de ''cometa não periódico'' é o mesmo de ''cometa de aparição única'', alguns usam esta expressão para significar todos os cometas que não são "periódicos" no segundo sentido (ou seja, incluindo todos cometas com período maior que 200 anos);
* Os recém descobertos ''[[cometas do cinturão principal]]'' formam uma classe distinta, com órbitas mais circulares dentro do [[cinturão de asteroides]].<ref>
IAU bulletin IB74 <!--(link/more complete info please)-->
</ref><ref>
{{citar web
|último =Reddy |primeiro =F.
|título=New comet class in Earth's backyard
|url=http://www.astronomy.com/asy/default.aspx?c=a&id=4100
|obra=[[Astronomy Magazine|Astronomy]]
|data=3 de abril de 2006
|acessodata=2009-04-29
}}</ref>


Os [[Asteroide ativo|cometas do cinturão principal]] recentemente descobertos formam uma classe distinta, orbitando em órbitas mais circulares dentro do [[cinturão de asteroides]].<ref>{{citar web|último =Reddy |primeiro =Francis |título=New comet class in Earth's backyard |url=http://www.astronomy.com/sitecore/content/Home/News-Observing/News/2006/04/New%20comet%20class%20in%20Earths%20backyard.aspx?sc_lang=en |obra=Astronomy |data=3 de abril de 2006 |acessodata=31 de julho de 2013}}</ref>
Baseado em suas características orbitais, acredita-se que os cometas de curto período originem-se dos centauros e dos discos de espalhamento<ref name="Davidsson" /> - um disco de objetos transnetunianos - enquanto o local de origem dos cometas de longo período seja a [[nuvem de Oort]], uma região esférica.<ref>
{{citar periódico |url=http://articles.adsabs.harvard.edu/cgi-bin/nph-iarticle_query?1950BAN....11…91O |título=The structure of the cloud of comets surrounding the Solar System and a hypothesis concerning its origin |acessodata=2007-10-15 |periódico=[[Bulletin of the Astronomical Institutes of the Netherlands]] |publicado=NASA Astrophysics Data System |número=408 |último=Oort |primeiro=J.H. |ano=1950 |páginas=91–110 |volume=XI}}</ref> Acredita-se que grupos enormes de objetos semelhantes a cometas orbitam o Sol nestas regiões distantes em órbitas aproximadamente circulares. Ocasionalmente a influência gravitacional dos planetas externos (no caso dos objetos no Cinturão de Kuiper) ou de estrelas próximas (no caso dos objetos na nuvem de Oort) podem jogar estes corpos em órbitas elípticas que os levam em direção ao Sol, para formar um cometa visível. Diferente do retorno dos cometas periódicos cujas órbitas foi bem estabelecida pelas observações anteriores, a aparição destes novos cometas por estes mecanismos é imprevisível.


Como suas órbitas elípticas frequentemente os levam perto dos planetas gigantes, os cometas são sujeitos a mais perturbações gravitacionais. Cometas de curto período apresentam uma tendência de coincidir seus afélios com o raio orbital de um planeta gigante, sendo a família de cometas de Júpiter a maior, como o histograma mostra. É também claro que os cometas vindo da nuvem de Oort geralmente tem suas órbita fortemente influenciadas pela gravidade de planetas gigantes como resultado de um encontro. Júpiter é a maior fonte destas perturbações, sendo mais de duas vezes mais massivo que todos os outros planetas combinados, além de ser o mais rápido dos planetas gigantes. Estas perturbações podem às vezes defletir cometas de longos períodos para períodos orbitais mais curtos (o cometa de Halley é um possível exemplo).
Como suas órbitas elípticas frequentemente os levam para perto dos [[planetas gigantes]], os cometas estão sujeitos a outras [[Perturbação|perturbações gravitacionais]].<ref>{{citar web|url=https://www.e-education.psu.edu/astro801/content/l11_p9.html |título=Comets |publicado=The Pennsylvania State University |acessodata=8 de agosto de 2013}}</ref> Cometas de curto período têm uma tendência de seus afélios coincidirem com o [[semieixo maior]] de um planeta gigante, com os JFC sendo o maior grupo.<ref name="britastro"/> É claro que os cometas vindos da [[nuvem de Oort]] frequentemente têm suas órbitas fortemente influenciadas pela gravidade de planetas gigantes como resultado de um encontro próximo. Júpiter é a fonte das maiores perturbações, tendo mais de duas vezes a massa de todos os outros planetas combinados. Essas perturbações podem desviar cometas de longo período para períodos orbitais mais curtos.<ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|pp=102–104}}</ref><ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=w7E_uwj0Lc8C&pg=PA246 |página=246 |título=In Quest of the Solar System |isbn=978-0-7637-9477-4 |último =Koupelis |primeiro =Theo |data=2010}}</ref>


Com base em suas características orbitais, acredita-se que os cometas de curto período se originem dos [[Centauro (astronomia)|centauros]] e do [[cinturão de Kuiper]]/[[disco disperso]],<ref>{{citar web|último =Davidsson |primeiro =Björn J. R. |título=Comets – Relics from the birth of the Solar System |url=http://www.astro.uu.se/~bjorn/eng_comet.html |publicado=Uppsala University |data=2008 |acessodata=30 de julho de 2013 |arquivourl=https://www.webcitation.org/6GjmsmyJk?url=http://www.astro.uu.se/~bjorn/eng_comet.html |arquivodata=19 de maio de 2013 |urlmorta= sim}}</ref> um disco de objetos na região transnetuniana, ao passo que acredita-se que a fonte dos cometas de longo período ser a nuvem de Oort, muito mais distante (em homenagem ao astrônomo holandês [[Jan Hendrik Oort]], que hipotetizou sua existência).<ref>{{citar periódico|bibcode=1950BAN....11...91O |título=The structure of the cloud of comets surrounding the Solar System and a hypothesis concerning its origin |último1 =Oort |primeiro1 =J. H. |volume=11 |data=1950 |páginas=91 |periódico=Bulletin of the Astronomical Institutes of the Netherlands}}</ref> Acredita-se que grandes enxames de corpos semelhantes a cometas orbitam o [[Sol]] nessas regiões distantes em órbitas aproximadamente circulares. Ocasionalmente, a influência gravitacional dos planetas externos (no caso dos objetos do cinturão de Kuiper) ou estrelas próximas (no caso dos objetos da nuvem de Oort) pode lançar um desses corpos em uma órbita elíptica que o leva para dentro em direção ao Sol para formar um visível cometa. Ao contrário do retorno de cometas periódicos, cujas órbitas foram estabelecidas por observações anteriores, o aparecimento de novos cometas por esse mecanismo é imprevisível.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PRqVqQKao9QC&pg=PA152 |página=152 |título=Habitability and Cosmic Catastrophes |isbn=978-3-540-76945-3 |último =Hanslmeier |primeiro =Arnold |data=2008}}</ref> Quando lançados na órbita do Sol, e sendo continuamente arrastados em sua direção, toneladas de matéria são retiradas dos cometas que influenciam grandemente sua vida útil; quanto mais despojado, menos eles vivem e vice-versa.<ref>{{citar web|url=http://planetfacts.org/short-period-comet/ |título=What is A Short Period Comet – Less than 200 Year Orbital Cycle|último =Rocheleau|primeiro =Jake|data=2011-09-12|website=Planet Facts|língua=en|acessodata=2019-12-01}}</ref>
Observações anteriores revelaram poucas trajetórias genuinamente hiperbólicas (ou seja, não periódicas), mas não mais do que pode ser atribuído a perturbações de Júpiter. Se os cometas atravessam o espaço interestelar, eles devem estar se movendo com velocidades da mesma ordem das velocidades relativas das estrelas próximas ao Sol (poucas dezenas de milhares de quilômetros por segundo). Se objetos deste tipo entrarem no sistema solar, eles deverão ter energias totais positivas, e devem ser observadas trajetórias hiperbólicas genuínas. Um cálculo rápido mostra que devem ter cerca de quatro cometas hiperbólicos por século,<ref>
{{citar periódico
|último =McGlynn |primeiro =Thomas A. |coautor=Chapman, Robert D.
|título=On the nondetection of extrasolar comets
|periódico=Astrophysical Journal Letters
|ano=1989
|volume=346|páginas=L105–L108
|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1989ApJ…346L.105M | doi=10.1086/185590
}}</ref> dentro da órbita de Júpiter, mais ou menos duas ordens de magnitude.{{Carece de fontes|data=Janeiro de 2009}}


=== Longo período ===
Uma certa quantia de cometas periódicos descobertos nas décadas anteriores ou séculos anteriores estão agora "perdidos". Suas órbitas nunca foram conhecidas com precisão o suficiente para prever futuras aparições. Entretanto, ocasionalmente um "novo" cometa é descoberto e com os cálculos de sua órbita ele acaba sendo identificado como sendo um velho cometa "perdido". Um exemplo é o cometa [[11P/Tempel-Swift-LINEAR]], descoberto em 1869 mas não observável após 1908 por causa das perturbações de Júpiter. Ele não foi encontrado novamente até a redescoberta acidental pelo [[LINEAR]] em 2001.<ref name="kronk">
[[Imagem:Comet Kohoutek orbit p391.svg|thumb|[[Órbita]]s do [[cometa Kohoutek]] (vermelho) e da [[Terra]] (azul), ilustrando a alta [[Excentricidade orbital|excentricidade]] de sua órbita e seu rápido movimento quando próximo ao [[Sol]]]]
{{citar web
{{VT|Lista de cometas de longo período|Lista de cometas quase parabólicos|Lista de cometas hiperbólicos}}
|último =Kronk |primeiro =G.W.
Os cometas de longo período têm [[órbita]]s altamente [[Excentricidade orbital|excêntricas]] e períodos que variam de 200 anos a milhares ou mesmo milhões de anos.<ref name="SBP"/> Uma excentricidade maior que 1 quando perto do [[periélio]] não significa necessariamente que um cometa deixará o [[Sistema Solar]].<ref name=Elenin2011>{{citar web|url=http://spaceobs.org/en/2011/03/07/vliyanie-planet-gigantov-na-orbitu-komety-c2010-x1-elenin/ |título=Influence of giant planets on the orbit of comet C/2010 X1 |primeiro =Leonid |último =Elenin |data=7 de março de 2011 |acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> Por exemplo, o [[cometa McNaught]] tinha uma excentricidade osculante heliocêntrica de 1.000019 perto de sua [[Época (astronomia)|época]] de passagem no periélio em janeiro de 2007, mas está ligado ao [[Sol]] com uma órbita de aproximadamente 92.600 anos porque a excentricidade cai abaixo de 1 conforme ele se afasta do Sol. A futura órbita de um cometa de longo período é obtida apropriadamente quando a [[órbita osculante]] é computada em uma época após deixar a região planetária e é calculada em relação ao [[Baricentro|centro de massa do Sistema Solar]]. Por definição, os cometas de longo período permanecem gravitacionalmente ligados ao Sol; aqueles cometas que são ejetados do Sistema Solar devido a passagens fechadas por planetas principais não são mais considerados apropriadamente como tendo "períodos". As órbitas dos cometas de longo período os levam muito além dos planetas externos em [[afélio]], e o plano de suas órbitas não precisa ficar perto da [[eclíptica]]. Cometas de longo período como [[C/1999 F1 (Catalina)|C/1999 F1]] e [[C/2017 T2 (PANSTARRS)|C/2017 T2]] podem ter distâncias de afélio de quase 70.000 [[Unidade astronômica|UA]] (1.1 [[anos-luz]]) com períodos orbitais estimados em torno de 6 milhões de anos.
|título=11P/Tempel-Swift-LINEAR
|url=http://cometography.com/pcomets/011p.html
|obra=Gary W. Kronk's Cometography
|acessodata=2009-04-27
}}</ref>


Cometas de aparição única ou não-periódicos são semelhantes aos cometas de longo período porque eles também têm [[trajetórias parabólicas]] ou ligeiramente [[Trajetória hiperbólica|hiperbólicas]]<ref name="SBP">{{citar web|título=Small Bodies: Profile |url=http://pds.jpl.nasa.gov/planets/special/smbod.htm |publicado=NASA/JPL |data=29 de outubro de 2008 |acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> quando próximos ao periélio no Sistema Solar interno. No entanto, as [[Perturbação|perturbações gravitacionais]] de [[planetas gigantes]] fazem com que suas órbitas mudem. Os cometas de aparição única têm uma órbita osculante hiperbólica ou parabólica que lhes permite sair permanentemente do Sistema Solar após uma única passagem do Sol.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3K9Fhu2q-8gC&pg=PA21 |título=Astronomy and Astrophysics |último1 =Joardar |primeiro1 =S. |último2 =Bhattacharya |primeiro2 =A. B. |último3 =Bhattacharya |primeiro3 =R. |display-authors=1 |página=21 |data=2008 |isbn=978-0-7637-7786-9}}</ref> A [[Esfera de Hill]] do Sol tem um limite máximo instável de 230.000 UA (3.6 anos-luz).<ref name=Chebotarev1964>{{citar periódico|bibcode=1964SvA.....7..618C |título=Gravitational Spheres of the Major Planets, Moon and Sun |último1 =Chebotarev |primeiro1 =G. A. |volume=7 |data=1964 |páginas=618 |periódico=Soviet Astronomy}}</ref> Apenas algumas centenas de cometas foram vistos atingindo uma órbita hiperbólica (e > 1) quando perto do periélio<ref name="e1">{{citar web|título=JPL Small-Body Database Search Engine: e > 1 |publicado=JPL |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_query.cgi?obj_group=all;obj_kind=all;obj_numbered=all;OBJ_field=0;ORB_field=0;c1_group=ORB;c1_item=Bg;c1_op=%3E;c1_value=1;table_format=HTML;max_rows=100;format_option=comp;c_fields=AcBgBiBjBqChCk;.cgifields=format_option;.cgifields=ast_orbit_class;.cgifields=table_format;.cgifields=obj_kind;.cgifields=obj_group;.cgifields=obj_numbered;.cgifields=com_orbit_class&query=1&c_sort=BgD |acessodata=13 de agosto de 2013}}</ref> que o uso de um [[Ajuste de curvas|melhor ajuste]] heliocêntrico não perturbado de [[Problema dos dois corpos|dois-corpos]] sugere que eles podem escapar do Sistema Solar.
== Nomenclatura de cometas ==
Os nomes dados aos cometas tem seguido diversas convenções diferentes ao longo dos últimos dois séculos. Antes de qualquer convenção sistemática ter sido adotada, os cometas recebiam seus nomes de diferentes formas. Antes do início do século XX, a maioria dos cometas simplesmente eram referidos pelo ano em que apareceram, algumas vezes com adjetivos adicionais para cometas particularmente brilhantes. Assim, o "[[C/1680 V1|Grande cometa de 1680]]" (Cometa de Kirch), o "[[C/1882 R1|Grande Cometa de Setembro de 1882]]", e o "[[Grande cometa diurno de 1910]]" ("Grande cometa de janeiro de 1910"). Depois que [[Edmund Halley]] demonstrou que os cometas de 1531, 1607, e 1682 eram o mesmo corpo e predisse com sucesso seu retorno em 1759, aquele cometa se tornou conhecido como [[Cometa Halley]].<ref>
{{citar web
|último =Ridpath |primeiro =I.
|título=Halley and his Comet
|url=http://www.ianridpath.com/halley/halley4.htm
|obra=A brief history of Halley's Comet
|data=3 de julho de 2008
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> De forma semelhante, o segundo e terceiro cometas periódicos conhecidos, o [[Cometa Encke]]<ref name="KronkEncke">
{{citar web
|último =Kronk |primeiro =G.W.
|título=2P/Encke
|url=http://cometography.com/pcomets/002p.html
|obra=Gary W. Kronk's Cometography
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> e o [[Cometa Biela]],<ref name="KronkBiela">
{{citar web
|último =Kronk |primeiro =G.W.
|título=3D/Biela
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|obra=Gary W. Kronk's Cometography
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> receberam os nomes dos astrônomos que calcularam suas órbitas em vez dos descobridores originais, mas cometas que apareceram somente uma vez continuaram a ser referidos pelo ano de sua aparição.


Em 2019, apenas dois objetos foram descobertos com uma [[Excentricidade (matemática)|excentricidade]] significativamente maior do que um: [[1I/ʻOumuamua]] e [[2I/Borisov]], indicando uma origem fora do Sistema Solar. Enquanto 1I/ʻOumuamua, com uma excentricidade de cerca de 1.2, não mostrou sinais ópticos de atividade cometária durante sua passagem pelo Sistema Solar interno em outubro de 2017, mudanças em sua trajetória, que sugere [[desgaseificação]], indicam que é provavelmente um cometa.<ref name="Oumuamua">{{citar jornal|url=https://www.space.com/41015-interstellar-visitor-oumuamua-comet-after-all.html |título=Interstellar Visitor 'Oumuamua Is a Comet After All |obra=Space.com |primeiro =Chelsea |último =Gohd |data=27 de junho de 2018 |acessodata=27 de setembro de 2018}}</ref> Por outro lado, 2I/Borisov, com uma excentricidade estimada de cerca de 3.36, foi observado para ter a característica de [[coma cometária]], e é considerado o primeiro [[Objeto interestelar|cometa interestelar]] detectado.<ref>{{citar jornal|url=https://www.sciencenews.org/article/astronomy-interstellar-comet-space |título=Astronomers have spotted a second interstellar object |obra=Science News |último =Grossman |primeiro =Lisa |data=12 de setembro de 2019 |acessodata=16 de setembro de 2019}}</ref><ref name="cnn">{{citar jornal|url=https://www.cnn.com/2019/09/24/world/second-interstellar-visitor-confirmed-scn-trnd/ |título=2nd interstellar visitor to our solar system confirmed and named |publicado=CNN |último1 =Strickland |primeiro1 =Ashley |data=27 de setembro de 2019}}</ref> O cometa [[C/1980 E1 (Bowell)|C/1980 E1]] teve um [[período orbital]] de aproximadamente 7.1 milhões de anos antes da passagem do periélio de 1982, mas um encontro de 1980 com [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] acelerou o cometa dando-lhe a maior excentricidade (1.057) de qualquer cometa solar conhecido com um arco de observação razoável.<ref name="C/1980E1-jpl">{{citar web|url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb.cgi?sstr=1980E1 |título=C/1980 E1 (Bowell) |obra=[[JPL Small-Body Database]] |tipo=1986-12-02 last obs |acessodata=13 de agosto de 2013}}</ref> Os cometas que não devem retornar ao Sistema Solar interno incluem [[C/1980 E1 (Bowell)|C/1980 E1]], [[C/2000 U5 (LINEAR)|C/2000 U5]], [[C/2001 Q4 (NEAT)|C/2001 Q4]], [[C/2009 R1 (McNaught)|C/2009 R1]], [[Cometa Arend-Roland|C/1956 R1]] e [[C/2007 F1 (LONEOS)|C/2007 F1]].
No início do século XX, a convenção de se dar o nome dos descobridores aos cometas tornou-se comum, e permanece até hoje. Um cometa recebe o nome de até três descobridores independentes. Nos anos recentes, muitos cometas tem sido descobertos por instrumentos operados por grandes equipes de astrônomos e, neste caso, eles recebem o nome do instrumento. Por exemplo, o [[Cometa IRAS-Araki-Alcok]] foi descoberto independentemente pelo satélite [[IRAS]] e pelos astrônomos amadores [[Genichi Araki]] e [[George Alcock]]. No passado, quando múltiplos cometas foram descobertos pelo mesmo indivíduo, grupo de indivíduos, ou equipes, os nomes dos cometas recebiam um número após os nomes dos descobridores (mas só para cometas periódicos), assim temos os cometas [[P/1990 V1|Shoemaker-Levy 1]]-[[D/1993 F2|9]]. Hoje, grandes números de cometas descobertos por alguns instrumentos tornaram este sistema impraticável, e não se tem feito nenhum esforço para garantir que cada cometa tenha um nome único. Em vez disso, a designação sistemática de cometas é usada para evitar confusão.


Algumas autoridades usam o termo "cometa periódico" para se referir a qualquer cometa com uma órbita periódica (isto é, todos os cometas de curto período mais todos os cometas de longo período),<ref>{{citar enciclopédia|título=Comet |url=http://www.britannica.com/eb/article-54344/comet |enciclopédia=[[Encyclopædia Britannica Online]] |acessodata=13 de agosto de 2013}}</ref> enquanto outros o usam para designar exclusivamente cometas de curto período.<ref name="SBP"/> Da mesma forma, embora o significado literal de "cometa não-periódico" seja o mesmo que "cometa de aparição única", alguns o usam para significar todos os cometas que não são "periódicos" no segundo sentido (ou seja, para incluir também todos os cometas com um período superior a 200 anos).
Até 1994, os cometas recebiam uma [[designação provisória]] consistindo do ano de sua descoberta seguido por uma letra minúscula indicando sua ordem de descoberta naquele ano (por exemplo, o [[C/1969 Y1|cometa 1969i (Bennett))]] foi o nono cometa descoberto em 1969). Uma vez que o cometa tenha sido observado pelo periélio e sua órbita estabelecida, o cometa recebia uma designação permanente do ano de seu [[periélio]], seguido por um [[numeral romano]] indicando sua ordem de passagem no periélio naquele ano, assim o cometa 1969i passou a ser o [[C/1969 Y1|Cometa 1970 II]] (ele foi o segundo cometa a passar no periélio em 1970).<ref name="arnett">
{{citar web
|último =Arnett |primeiro =B.
|título= 'Official' Astronomical Names
|url=http://www.nineplanets.org/names.html
|publicado=[[International Astronomical Union]]
|data=14 de janeiro de 2000
|acessodata=2006-03-05
}}</ref>


As primeiras observações revelaram algumas trajetórias genuinamente hiperbólicas (ou seja, não-periódicas), mas não mais do que poderia ser explicado pelas perturbações de Júpiter. Os cometas do [[espaço interestelar]] estão se movendo com velocidades da mesma ordem que as velocidades relativas das estrelas próximas ao Sol (algumas dezenas de km por segundo). Quando tais objetos entram no Sistema Solar, eles têm uma [[energia orbital específica]] positiva, resultando em uma velocidade positiva no infinito (<math>v_{\infty}\!</math>) E são notavelmente trajetórias hiperbólicas. Um cálculo aproximado mostra que pode haver 4 cometas hiperbólicos por século na órbita de Júpiter, com uma ou duas ordens de [[Ordem de magnitude|magnitude]].<ref>{{citar periódico|título=On the nondetection of extrasolar comets |periódico=The Astrophysical Journal |último1 =McGlynn |primeiro1 =Thomas A. |último2 =Chapman |primeiro2 =Robert D. |name-list-style=amp |volume=346 |em=L105 |data=1989 |doi=10.1086/185590 |bibcode=1989ApJ...346L.105M}}</ref>
O número cada vez maior de cometas descobertos tornou este processo problemático, e em 1994 a [[União Astronômica Internacional]] aprovou um novo sistema de nomenclatura. Os cometas agora recebem o nome do ano de sua descoberta seguidos por uma letra indicando a quinzena da descoberta e um número indicando a ordem de descoberta (um sistema parecido ao usado para [[asteroide]]s), assim o quarto cometa descoberto na segunda quinzena de fevereiro de 2006 deve receber o nome de 2006 D4. Os prefixos são adicionados para indicar a natureza do cometa:


{| class="wikitable" style="width: 600px; text-align: center; font-size: 1em; margin: 0.4em auto;"
* P/ indica um cometa periódico (definido como um cometa com período orbital menor que 200 anos ou com observações confirmadas em mais de uma passagem pelo periélio);
|-
* C/ indica um cometa não periódico (definido como qualquer cometa que ''não'' é periódico de acordo com a definição acima);
|+ Descobertas de [[Lista de cometas hiperbólicos|cometas hiperbólicos]]<ref name="e1-name">{{citar web|título=JPL Small-Body Database Search Engine: e > 1 (sorted by name) |publicado=JPL |url=https://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_query.cgi?obj_group=all;obj_kind=all;obj_numbered=all;OBJ_field=0;ORB_field=0;c1_group=ORB;c1_item=Bg;c1_op=%3E;c1_value=1;table_format=HTML;max_rows=100;format_option=comp;c_fields=AcBgBiBjBqCiCkCn;.cgifields=format_option;.cgifields=ast_orbit_class;.cgifields=table_format;.cgifields=obj_kind;.cgifields=obj_group;.cgifields=obj_numbered;.cgifields=com_orbit_class&query=1&c_sort=AcD |acessodata=7 de dezembro de 2020}}</ref>
* X/ indica um cometa para o qual não se tem uma órbita confiável calculada (geralmente cometas históricos);
|-
* D/ indica um cometa que se partiu ou foi perdido, referido como um cometa escuro ("dark");<ref>
! Ano !! 2007 !! 2008 !! 2009 !! 2010 !! 2011 !! 2012 !! 2013 !! 2014 !! 2015 !! 2016 !! 2017 !! 2018 !! 2019 !! 2020
{{citar web
|-
|último = Phillips
! Número
|primeiro = T.
| 12 || 7 || 8 || 4 || 13 || 10 || 16 || 9 || 16 || 5 || 18 || 10 || 15 || 17
|título = Mars probe may have struck 'dark comet' 
|}
|url = http://www.cosmosmagazine.com/news/605/mars-probe-may-have-struck-‘dark-comet’
|obra = [[Cosmos Magazine|Cosmos]]
|data = 29 de agosto de 2001
|acessodata = 2009-04-27
|arquivourl = https://web.archive.org/web/20090820235920/http://www.cosmosmagazine.com/news/605/mars-probe-may-have-struck-%E2%80%98dark-comet%E2%80%99
|arquivodata = 2009-08-20
|urlmorta = yes
}}
</ref>
* A/ indica um objeto que foi identificado por engano como cometa, mas é na verdade um asteroide.


=== Nuvem de Oort e nuvem de Hills ===
Após a observação de sua segunda passagem pelo periélio, cometas periódicos também recebem um número indicando a ordem de sua descoberta.<ref name="CSBN">
[[Imagem:Kuiper oort-en.svg|thumb|A [[nuvem de Oort]] se pensada em cercar o [[Sistema Solar]]]]
{{citar web
{{artigo principal|Nuvem de Oort|Nuvem de Hills}}
|título=Cometary Designation System
Acredita-se que a [[nuvem de Oort]] ocupe um vasto espaço entre 2.000 a 5.000 [[Unidade astronômica|UA]] (0.03 a 0.08 [[anos-luz]])<ref name=book>{{citar livro|capítulo=Comet Populations and Cometary Dynamics |título=Encyclopedia of the Solar System |publicado=Academic Press |primeiro1 =Harold F. |último1 =Levison |primeiro2 =Luke |último2 =Donnes |name-list-style=amp |editor-nome1 =Lucy-Ann Adams |editor-sobrenome1 =McFadden |editor-nome2 =Torrence V. |editor-sobrenome2 =Johnson |editor-nome3 =Paul Robert |editor-sobrenome3 =Weissman |edição=2nd |páginas=[https://archive.org/details/encyclopediaofso0000unse_u6d1/page/575 575–588] |data=2007 |isbn=978-0-12-088589-3 |capítulourl=https://archive.org/details/encyclopediaofso0000unse_u6d1/page/575 }}</ref> até 50.000 UA (0.79 anos-luz)<ref name=Morbidelli2006/> do [[Sol]]. Essa nuvem envolve os [[corpos celestes]] que começa no meio de nosso [[Sistema Solar]], o Sol, até os limites externos do [[Cinturão de Kuiper]]. A nuvem de Oort consiste em materiais viáveis necessários para a criação de corpos celestes. Os planetas que temos hoje existem apenas por causa dos [[Planetesimal|planetesimais]] (pedaços de espaço restante que ajudaram na criação dos planetas) que foram condensados e formados pela gravidade do Sol. O excêntrico feito a partir desses planetesimais presos é a razão pela qual a Nuvem de Oort ainda existe.<ref>{{citar web|url=https://solarsystem.nasa.gov/solar-system/oort-cloud/in-depth|título=In Depth {{!}} Oort Cloud|website=NASA Solar System Exploration|acessodata=2019-12-01}}</ref> Algumas estimativas colocam a borda externa entre 100.000 a 200.000 UA (1.58 a 3.16 anos-luz).<ref name= book /> A região pode ser subdividida em uma nuvem externa esférica de Oort de 20.000 a 50.000 UA (0.32 a 0.79 anos-luz) e uma nuvem interna em forma de rosca, a [[nuvem de Hills]], de 2.000 a 20.000 UA (0.03 a 0.32 anos-luz).<ref>{{citar livro|primeiro =Lisa |último =Randall |título=Dark matter and the dinosaurs: The astounding interconnectedness of the universe |data=2015 |publicado=Harper Collins Publishers |isbn=978-0-06-232847-2 |páginas=115}}</ref> A nuvem externa está apenas fracamente ligada ao Sol e fornece os cometas de longo período (e possivelmente do tipo Halley) que caem dentro da órbita de [[Netuno (planeta)|Netuno]].<ref name=Morbidelli2006/> A nuvem interna de Oort também é conhecida como nuvem de Hills, em homenagem a [[Jack G. Hills]], que propôs sua existência em 1981.<ref name="hills1981" /> Os modelos preveem que a nuvem interna deve ter dezenas ou centenas de vezes mais [[núcleo cometário]] do que o halo externo;<ref name="hills1981">{{citar periódico|autor =Jack G. Hills |data=1981 |título=Comet showers and the steady-state infall of comets from the Oort Cloud |periódico=[[The Astronomical Journal]] |volume=86 |páginas=1730–1740 |bibcode=1981AJ.....86.1730H |doi=10.1086/113058}}</ref><ref name="levison2001">{{citar periódico|título=The Origin of Halley-Type Comets: Probing the Inner Oort Cloud |periódico=[[The Astronomical Journal]] |primeiro1 =Harold F. |último1 =Levison |primeiro2 =Luke |último2 =Dones |primeiro3 =Martin J. |último3 =Duncan |display-authors=1 |volume=121 |número=4 |páginas=2253–2267 |data=2001 |bibcode=2001AJ....121.2253L |doi=10.1086/319943|doi-access=free }}</ref><ref name="Donahue1991">{{citar livro|editor=Thomas M. Donahue |others=Kathleen Kearney Trivers, and David M. Abramson |data=1991 |título=Planetary Sciences: American and Soviet Research, Proceedings from the U.S.–U.S.S.R. Workshop on Planetary Sciences |url=http://books.nap.edu/openbook.php?record_id=1790&page=R1 |publicado=National Academy Press |página=251 |isbn=0-309-04333-6 |acessodata=18 de março de 2008|doi=10.17226/1790 }}</ref> é visto como uma possível fonte de novos cometas que reabastecem a nuvem externa relativamente tênue, à medida que o número desta última se esgota gradualmente. A nuvem de Hills explica a existência continuada da nuvem Oort depois de bilhões de anos.<ref name="Julio1997">{{citar periódico|autor =Julio A. Fernéndez |data=1997 |título=The Formation of the Oort Cloud and the Primitive Galactic Environment |url=http://www.gps.caltech.edu/classes/ge133/reading/oort.pdf |periódico=[[Icarus (journal)|Icarus]] |volume=219 |número=1 |páginas=106–119 |acessodata=18 de março de 2008 |bibcode=1997Icar..129..106F |doi=10.1006/icar.1997.5754}}</ref>
|url=http://www.cfa.harvard.edu/iau/lists/CometResolution.html
|publicado=[[Committee on Small Body Nomenclature]]
|data=1994
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> Assim o cometa de Halley, o primeiro a ser identificado como periódico, possui a designação sistemática de [[1P/1682 Q1]]. A designação do [[Cometa Halle-Bopp]] é C/1995 O1. Os cometas que recebem primeiro uma designação de asteroide mantêm esta, o que leva a alguns nomes estranhos como {{mpl|P/2004 EW|38}} (Catalina-LINEAR).


=== Exocometas ===
Existem apenas cinco objetos que aparecem tanto na lista de cometas quanto de asteroides: [[2060 Chiron]] ([[95P/Chiron]]), [[4015 Wilson-Harrington]] ([[107P/Wilson-Harrington]]), [[7968 Elst-Pizarro]] ([[133P/Elst-Pizarro]]), [[60558 Echeclus]] ([[174P/Echeclus]]), e [[118401 LINEAR]] ([[176P/LINEAR]]).
{{artigo principal|Exocometa}}
[[Exocometa]]s além do [[Sistema Solar]] também foram detectados e podem ser comuns na [[Via Láctea]].<ref name="berk">{{citar web|título=Exocomets may be as common as exoplanets |url=http://newscenter.berkeley.edu/2013/01/07/exocomets-may-be-as-common-as-exoplanets/ |data=7 de janeiro de 2013 |publicado=UC Berkeley |acessodata=30 de julho de 2013 |último =Sanders |primeiro =Robert}}</ref> O primeiro sistema com exocometa detectado foi em torno de [[Beta Pictoris]], uma [[estrela]] muito jovem de [[Estrela de classe A da sequência principal|classe A da sequência principal]], em 1987.<ref name="Space-20130107">{{citar web|título='Exocomets' Common Across Milky Way Galaxy |url=http://www.space.com/19156-exocomets-alien-solar-systems.html |data=7 de janeiro de 2013 |publicado=Space.com |acessodata=8 de janeiro de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140916085824/http://www.space.com/19156-exocomets-alien-solar-systems.html |arquivodata=16 de setembro de 2014 }}</ref><ref name="Beust1990">{{citar periódico|bibcode=1990A&A...236..202B |título=The Beta Pictoris circumstellar disk. X – Numerical simulations of infalling evaporating bodies |último1 =Beust |primeiro1 =H. |último2 =Lagrange-Henri |primeiro2 =A.M. |último3 =Vidal-Madjar |primeiro3 =A. |último4 =Ferlet |primeiro4 =R. |display-authors=1 |volume=236 |data=1990 |páginas=202–216 |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |issn=0004-6361}}</ref> Um total de 11 desses sistemas com exocometas foram identificados em 2013, usando o [[Espectroscopia de absorção|espectro de absorção]] causado pelas grandes nuvens de gás emitidas pelos cometas ao passar perto de sua estrela.<ref name="berk"/><ref name="Space-20130107" /> Por 10 anos, o [[Kepler (sonda espacial)|telescópio espacial ''Kepler'']] foi responsável pela busca de planetas e outras formas fora do Sistema Solar. Os primeiros exocometas em trânsito foram encontrados em fevereiro de 2018 por um grupo formado por astrônomos profissionais e [[Ciência cidadã|cientistas cidadãos]] em curvas de luz registradas pelo Telescópio Espacial ''Kepler''.<ref>{{citar web|url=https://www.newsweek.com/comets-detected-outside-our-solar-system-first-time-696446|título=Astronomers have detected comets outside our solar system for the first time ever|último =EDT|primeiro =Meghan Bartels On 10/30/17 at 2:24&nbsp;pm|data=2017-10-30|website=Newsweek|língua=en|acessodata=2019-12-01}}</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Rappaport|primeiro1 =S.|último2 =Vanderburg|primeiro2 =A. |último3 =Jacobs|primeiro3 =T.|último4 =LaCourse |primeiro4 =D.|último5 =Jenkins|primeiro5 =J.|último6 =Kraus|primeiro6 =A.|último7 =Rizzuto|primeiro7 =A.|último8 =Latham|primeiro8 =D. W.|último9 =Bieryla |primeiro9 =A.|último10 =Lazarevic|primeiro10 =M.|último11 =Schmitt|primeiro11 =A.|data=2018-02-21|título=Likely transiting exocomets detected by Kepler|periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society|língua=en|volume=474|número=2|páginas=1453–1468|arxiv=1708.06069 |doi=10.1093/mnras/stx2735|pmid=29755143|pmc=5943639|bibcode=2018MNRAS.474.1453R|issn=0035-8711}}</ref> Após a aposentadoria do Telescópio Espacial ''Kepler'' em outubro de 2018, um novo telescópio chamado [[Transiting Exoplanet Survey Satellite|Telescópio TESS]] assumiu a missão do ''Kepler''. Desde o lançamento do TESS, os astrônomos descobriram os trânsitos de cometas ao redor da estrela Beta Pictoris usando uma curva de luz do TESS.<ref>{{citar web|url=https://astronomy.com/news/2019/04/tess-spots-its-first-exocomet-around-one-of-the-skys-brightest-stars|título=TESS spots its first exocomet around one of the sky's brightest stars|último1 =Wednesday|primeiro1 =Jake Parks {{!}} Published|último2 =April 03|website=Astronomy.com|acessodata=2019-11-25|último3 =2019}}</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Zieba|primeiro1 =S.|último2 =Zwintz|primeiro2 =K.|último3 =Kenworthy|primeiro3 =M. A.|último4 =Kennedy|primeiro4 =G. M. |data=2019-05-01|título=Transiting exocomets detected in broadband light by TESS in the β Pictoris system|periódico=Astronomy & Astrophysics|língua=en|volume=625|páginas=L13|arxiv=1903.11071|doi=10.1051/0004-6361/201935552|bibcode=2019A&A...625L..13Z |s2cid=85529617|issn=0004-6361}}</ref> Desde que o TESS assumiu, os astrônomos têm sido capazes de distinguir melhor os exocometas com o método espectroscópico. Novos planetas são detectados pelo método da curva de luz branca, que é visto como uma queda simétrica nas leituras do gráfico quando um planeta ofusca sua estrela-mãe. No entanto, após uma avaliação mais aprofundada dessas curvas de luz, foi descoberto que os padrões assimétricos das depressões apresentadas são causados pela cauda de um cometa ou de centenas de cometas.<ref>{{citar web|url=https://www.sciencealert.com/nasa-s-new-planet-hunter-has-detected-its-first-exocomet-orbiting-an-alien-star|título=NASA's New Planet Hunter Has Detected an 'Exocomet' Orbiting an Alien Star|último =Starr |primeiro =Michelle|website=ScienceAlert|língua=en-gb|acessodata=2019-12-01}}</ref>


== História do estudo de cometas ==
== Efeitos de cometas ==
[[Imagem:PSM V18 D201 Shower of perseids sept 6 and 7.jpg|thumb|Diagrama de [[Perseidas|meteoros Perseidas]]]]
=== Primeiras observações ===
=== Conexão com chuvas de meteoros ===
[[Ficheiro:Bayeux Tapestry scene32 Halley comet.jpg|thumb|[[Cometa Halley]] representado na [[Tapeçaria de Bayeux]] que mostra o Rei Harold I sendo informado do Cometa Halley antes da [[Batalha de Hastings]] em 1066.]]
Conforme um cometa é aquecido durante passagens próximas ao [[Sol]], a [[desgaseificação]] de gases de seus componentes gelados também libera detritos sólidos grandes demais para serem varridos pela [[pressão de radiação]] e pelo [[vento solar]].<ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|p=235}}</ref> Se a [[órbita]] da [[Terra]] o enviar por essa trilha de destroços, que é composta principalmente de grãos finos de material rochoso, é provável que haja uma [[chuva de meteoros]] quando a Terra passar. Trilhas mais densas de detritos produzem chuvas de meteoros rápidas, mas intensas, e trilhas menos densas criam chuvas mais longas, porém menos intensas. Normalmente, a densidade da trilha de destroços está relacionada a quanto tempo atrás o cometa original liberou o material.<ref name="sciam19990920">{{citar web|url=https://www.scientificamerican.com/article/what-causes-a-meteor-show/ |título=What causes a meteor shower? |obra=[[Scientific American]] |primeiro =Gregory A. |último =Lyzenga |data=20 de setembro de 1999 |acessodata=21 de novembro de 2019}}</ref><ref name="natgeo20190207">{{citar web|url=https://www.nationalgeographic.com/science/space/reference/meteor-showers/ |título=Meteor showers, explained |obra=[[National Geographic (revista)|National Geographic]] |primeiro =Victoria |último =Jaggard |data=7 de fevereiro de 2019 |acessodata=21 de novembro de 2019}}</ref> A [[Perseidas|chuva de meteoros Perseidas]], por exemplo, ocorre todos os anos entre 9 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela órbita do [[109P/Swift-Tuttle|cometa Swift-Tuttle]]. O [[cometa Halley]] é a fonte da chuva [[Oriónidas|Oriónida]] em outubro.<ref name=showers>{{citar web|url=http://meteorshowersonline.com/major_meteor_showers.html |título=Major Meteor Showers |publicado=Meteor Showers Online |acessodata=31 de julho de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130724111133/http://meteorshowersonline.com/major_meteor_showers.html |arquivodata=24 de julho de 2013 |urlmorta= sim}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.weather.gov/fsd/meteor |título=Meteors and Meteor Showers |publicado=United States National Weather Service |acessodata=21 de novembro de 2019}}</ref>


=== Cometas e impacto na vida ===
Antes da invenção do telescópio, os cometas pareciam vir do nada no céu e gradualmente desaparecer de vista. Eles eram normalmente considerados mensageiros anunciando a morte de reis ou nobres, ou de desgraças por vir, ou mesmo interpretados como ataques de seres celestiais contra os habitantes da Terra.<ref>
Muitos cometas e [[asteroide]]s colidiram com a [[Terra]] em seus estágios iniciais. Muitos cientistas pensam que os cometas que bombardearam a jovem Terra cerca de 4 bilhões de anos atrás trouxeram [[Origem da água na Terra|grandes quantidades de água]] que agora enchem os [[oceano]]s da Terra, ou pelo menos uma parte significativa dela. Outros lançaram dúvidas sobre esta ideia.<ref>{{citar web|último =Muir |primeiro =Hazel |título=Earth's water brewed at home, not in space |url=https://www.newscientist.com/article/dn12693 |obra=New Scientist |data=25 de setembro de 2007 |acessodata=30 de agosto de 2013}}</ref> A detecção de moléculas orgânicas, incluindo [[hidrocarbonetos aromáticos policíclicos]],<ref name="NASA-20150210">{{citar web|último =Clavin |primeiro =Whitney |título=Why Comets Are Like Deep Fried Ice Cream |url=http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4480 |data=10 de fevereiro de 2015 |publicado=[[NASA]] |acessodata=10 de fevereiro de 2015}}</ref> em quantidades significativas em cometas levou à especulação de que cometas ou [[meteorito]]s podem ter trazido os precursores da vida - ou mesmo a própria vida - para a Terra.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Dfn0VoICrBYC&pg=PA315 |página=315 |título=Comets |isbn=978-1-4020-3495-4 |último =Fernández |primeiro =Julio A. |data=2006}}</ref> Em 2013, foi sugerido que impactos entre superfícies rochosas e geladas, como cometas, tinham o potencial de criar os [[aminoácido]]s que compõem as [[proteína]]s por meio da [[síntese de choque]].<ref>{{citar periódico|doi=10.1038/ngeo1930 |título=Shock synthesis of amino acids from impacting cometary and icy planet surface analogues |data=2013 |último1 =Martins |primeiro1 =Zita |último2 =Price |primeiro2 =Mark C. |último3 =Goldman |primeiro3 =Nir |último4 =Sephton |primeiro4 =Mark A. |último5 =Burchell |primeiro5 =Mark J. |display-authors=1 |periódico=Nature Geoscience |bibcode=2013NatGe...6.1045M |volume=6 |número=12 |páginas=1045–1049}}</ref> A velocidade com que os cometas entraram na atmosfera, combinada com a magnitude da energia criada após o contato inicial, permitiu que moléculas menores se condensassem em macromoléculas maiores que serviam como base para a vida.<ref>{{citar web|url=https://www.astrobio.net/also-in-news/did-comet-impacts-jump-start-life-on-earth/|título=Did comet impacts jump-start life on Earth?|data=2019-10-18|website=Astrobiology Magazine|língua=en-US|acessodata=2019-12-01}}</ref> Em 2015, os cientistas encontraram quantidades significativas de oxigênio molecular nos gases do cometa [[67P/Churyumov-Gerasimenko]], sugerindo que a molécula pode ocorrer com mais frequência do que se pensava e, portanto, menos um indicador de vida como se supunha.<ref>Oregonian (29 Oct 2015), "Comet's oxygen shakes theories on solar system", p. A5</ref>
{{citar web
|último =Ridpath |primeiro =I.
|título=Comet lore
|url=http://www.ianridpath.com/halley/halley1.htm
|obra=A brief history of Halley's Comet
|data=8 de julho de 2008
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> De fontes antigas, como os ossos oraculares chineses, sabe-se que suas aparições tem sido notadas pelos humanos por milênios. Algumas autoridades interpretam as "estrelas caindo" no [[Gilgamesh]], o [[Apocalipse]] e o [[Livro de Enoque]] como referências a cometas, ou possivelmente [[bólido]]s.


Suspeita-se que os impactos de cometas, ao longo de longas escalas de tempo, também entregaram quantidades significativas de água à [[Lua]] da Terra, algumas das quais podem ter sobrevivido como [[Água lunar|gelo lunar]].<ref>{{citar web|url=http://lunarscience.nasa.gov/articles/water-discovered-in-apollo-moon-rocks-likely-came-from-comets/ |título=Water Discovered in Apollo Moon Rocks Likely Came from Comets |acessodata=7 de setembro de 2013 |publicado=NASA}}</ref> Impactos de cometas e [[meteoroide]]s também são considerados responsáveis pela existência de [[tectito]]s e [[australito]]s.<ref>{{citar web|url=http://museumvictoria.com.au/discoverycentre/infosheets/australites/ |título=Australites |publicado=Museum Victoria |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref>
Em seu primeiro livro ''[[Meteorologia]]'', [[Aristóteles]] propôs que os cometas dominariam o Ocidente por cerca de dois mil anos. Ele rejeitou as ideias de vários filósofos que os cometas fossem [[planeta]]s, ou um fenômeno relacionado aos planetas, por que enquanto os planetas tinham seu movimento confinado ao círculo do [[Zodíaco]], os cometas apareciam em qualquer parte do céu.<ref>
{{citar livro
|autor =Aristotle
|tradutor=Webster, E.W. (trans.)
|capítulo=Book I, part 6
|capítulourl=http://classics.mit.edu/Aristotle/meteorology.1.i.html
|título=[[Meteorologica]]
|outros=350 BCE
}}</ref> Em vez disso, ele descreveu os cometas como sendo fenômenos da atmosfera superior da Terra, onde exalações quentes e secas se reuniam e ocasionalmente irrompiam em chamas. Aristóteles declarava que este mecanismo era responsável não só pelos cometas, mas também pelos [[meteoro]]s, a [[aurora boreal]], e mesmo a [[Via Láctea]].<ref>
{{citar livro
|autor =Aristotle
|tradutor=Webster, E.W. (trans.)
|capítulo=Book I, part 7
|capítulourl=http://classics.mit.edu/Aristotle/meteorology.1.i.html
|título=[[Meteorologica]]
|outros=350 BCE
}}</ref>


=== Medo de cometas ===
Poucos filósofos clássicos discordaram de suas ideias sobre os cometas. [[Seneca o Jovem]], em seu ''[[Questões Naturais]]'', observou que os cometas se movem com regularidade pelo céu e não sofriam perturbações dos ventos, comportamento mais típico de fenômenos celestiais que fenômenos atmosféricos. Apesar de conceder que os outros planetas não aparecem fora do Zodíaco, ele não via motivo pelo qual um objeto planetário pudesse mover-se por qualquer parte do céu, o conhecimento da humanidade das coisas celestes era bastante limitado.<ref>
O medo dos cometas como [[Caso fortuito|atos de Deus]] e sinais de destruição iminente foi maior na [[Europa]] de 1200 a 1650.{{Referências múltiplas|ley196710}} No ano seguinte ao [[1618 na ciência#Astronomia|Grande Cometa de 1618]], por exemplo, [[Gotthard Arthusius]] publicou um panfleto afirmando que era um sinal de que o [[Juízo Final|Dia do Juízo]] estava próximo.<ref>{{citar livro|url=https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b2600275q |título=Cometa orientalis: Kurtze vnd eygentliche Beschreibung deß newen Cometen, so im November deß abgelauffenen 1618 |via=Gallica.fr |publicado=Sigismund Latomus |local=[[Frankfurt on Main |Franckfurt-am-Mayn]] |primeiro =Gothard |último =Arthusius |autorlink =Gotthard Arthusius |data=1619}}</ref> Ele listou dez páginas de desastres relacionados com cometas, incluindo "terremotos, inundações, mudanças nos cursos dos rios, tempestades de granizo, clima quente e seco, colheitas ruins, epidemias, guerra e traição e preços altos".{{Referências múltiplas|ley196710}}
{{citar livro
|último =Sagan |primeiro =C. |último2 =Druyan |primeiro2 =A.
|título=Comet
|páginas=23–24
|publicado=[[Random House]]
|ano=1985
|isbn=0-394-54908-2
}}</ref> Entretanto, o ponto de vista aristotélico teve mais influências, e só após o século XVI que foi demonstrado que os cometas deveriam existir fora da atmosfera terrestre.


Por volta de 1700, a maioria dos estudiosos concluiu que tais eventos ocorreram quer um cometa tenha sido visto ou não. Usando os registros de avistamentos de cometas de [[Edmond Halley]], no entanto, [[William Whiston]] em 1711 escreveu que o [[Grande Cometa de 1680]] tinha uma periodicidade de 574 anos e foi responsável pelo [[Narrativa do dilúvio em Gênesis|dilúvio mundial no Livro do Gênesis]], derramando água na [[Terra]]. Seu anúncio reviveu por mais um século de medo dos cometas, agora como ameaças diretas ao mundo em vez de sinais de desastres.<ref name="ley196710">{{citar revista|url=https://archive.org/stream/Galaxy_v26n01_1967-10_modified#page/n83/mode/2up |título=The Worst of All the Comets |departamento=For Your Information |revista=[[Galaxy Science Fiction]] |último =Ley |primeiro =Willy |volume=26 |número=1 |páginas=96–105 |data=outubro de 1967}}</ref> A análise espectroscópica em 1910 encontrou o gás tóxico [[cianogênio]] na cauda do [[cometa Halley]],<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1910/02/08/archives/comets-poisonous-tail-yerkes-observatory-finds-cyanogen-in-spectrum.html |título=Yerkes Observatory Finds Cyanogen in Spectrum of Halley's Comet |obra=[[The New York Times]] |data=8 de fevereiro de 1910 |acessodata=8 de janeiro de 2018}}</ref> causando a compra em pânico de máscaras de gás e "pílulas anti-cometa" e "guarda-chuva anti-cometa" pelo público.<ref>{{citar jornal|url=https://www.universetoday.com/40778/interesting-facts-about-comets/ |título=Interesting Facts About Comets |obra=Universe Today |primeiro =Jerry |último =Coffey |data=20 de setembro de 2009 |acessodata=8 de janeiro de 2018}}</ref>
Em 1577, um cometa brilhante permaneceu visível por vários meses. O astrônomo dinamarquês [[Tycho Brahe]] usou medidas da posição do cometa feitas por ele e outros observadores, geograficamente separados, para determinar que o cometa não possuía uma [[paralaxe]] mensurável. Dentro da precisão das medições, isto implicava que o cometa deveria estar pelo menos quatro vezes mais distante da Terra do que a Lua.<ref name="ESO part I">
{{citar web
|título=A Brief History of Comets I (until 1950)
|url=http://www.eso.org/public/events/astro-evt/hale-bopp/comet-history-1.html
<!--Archive of an old version of this page: http://web.archive.org/web/20060517025651/http://www.eso.org/outreach/info-events/hale-bopp/comet-history-1.html-->
|publicado=[[European Southern Observatory]]
|data=17 de outubro de 2003
|acessodata=2009-04-27
|arquivourl=http://archive.is/OQxt|arquivodata=2012-12-09}}</ref>


== Destino dos cometas ==
Um registro antigo famoso da aparição de um cometa é a aparição do cometa Halley na [[Tapeçaria de Bayeux]], que registra a [[Conquista Normanda]] da [[Inglaterra]] em 1066.<ref>
=== Partida (ejeção) do Sistema Solar ===
{{citar web
Se um cometa estiver viajando rápido o suficiente, ele pode deixar o [[Sistema Solar]]. Esses cometas seguem o caminho aberto de uma hipérbole e, como tal, são chamados de cometas hiperbólicos. Os cometas solares são ejetados apenas pela interação com outro objeto no Sistema Solar, como [[Júpiter (planeta)|Júpiter]].<ref>{{citar periódico|bibcode=1991JBAA..101..119H |título=On hyperbolic comets |último1 =Hughes |primeiro1 =D. W. |volume=101 |data=1991 |páginas=119 |periódico=Journal of the British Astronomical Association}}</ref> Um exemplo disso é o cometa [[C/1980 E1 (Bowell)|C/1980 E1]], que foi deslocado de uma [[órbita]] de 7.1 milhões de anos ao redor do [[Sol]] para uma [[trajetória hiperbólica]], após uma passagem próxima pelo planeta Júpiter em 1980.<ref name=barycenter>{{citar web|autor =[[JPL Horizons On-Line Ephemeris System|Horizons]] output |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/horizons.cgi?find_body=1&body_group=sb&sstr=C/1980+E1 |título=Barycentric Osculating Orbital Elements for Comet C/1980 E1 |acessodata=9 de março de 2011}} (Solution using the Solar System [[Center of mass#Barycenter in astrophysics and astronomy|Barycenter]] and [[Barycentric coordinates (astronomy)|barycentric coordinates]]. Select Ephemeris Type:Elements and Center:@0)</ref> Cometas interestelares como [[1I/ʻOumuamua]] e [[2I/Borisov]] nunca orbitaram o Sol e, portanto, não requerem uma interação de terceiro corpo para serem ejetados do Sistema Solar.
|título=Long Live the King – Scene 1
|url=http://www.bayeuxtapestry.org.uk/Bayeux14.htm
|obra=[[Bayeux tapestry]]
|publicado=[[Museum of Reading]]
|acessodata=2009-04-17
}}</ref>


=== Estudos orbitais ===
=== Voláteis exauridos ===
{{artigo principal|Cometa extinto}}
[[Ficheiro:Newton Comet1680.jpg|thumb|300px|A órbita do cometa de 1680, desenhado em uma [[parábola]], como mostrada no ''[[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica|Principia]]'' de [[Isaac Newton]].]]
Os cometas da família de Júpiter (JFC) e os cometas de longo período parecem seguir leis de desvanecimento muito diferentes. Os JFC estão ativos durante uma vida de cerca de 10.000 anos ou cerca de ~1.000 [[órbita]]s, enquanto os cometas de longo período desaparecem muito mais rápido. Apenas 10% dos cometas de longo período sobrevivem a mais de 50 passagens até o pequeno [[periélio]] e apenas 1% deles sobrevive a mais de 2.000 passagens.<ref name=dormant/> Eventualmente, a maior parte do material volátil contido no [[Núcleo cometário|núcleo do cometa]] evapora, e o cometa se torna um pequeno pedaço escuro e inerte de rocha ou entulho que pode se assemelhar a um [[asteroide]].<ref>{{citar web|último =Lyzenga |primeiro =Greg |título=If comets melt, why do they seem to last for long periods of time |url=http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=if-comets-melt-why-do-the |obra=[[Scientific American]] |data=16 de novembro de 1998 |acessodata=13 de agosto de 2013}}</ref> Alguns asteroides em órbitas elípticas são agora identificados como cometas extintos.<ref>{{citar periódico|url=http://www.boulder.swri.edu/~hal/PDF/asteroids3.pdf |título=Evolution of Comets into Asteroids |periódico=Asteroids III |último1 =Bottke Jr |primeiro1 =William F. |último2 =Levison |primeiro2 =Harold F. |name-list-style=amp |página=669 |data=2002 |bibcode=2002aste.book..669W}}</ref><ref>{{citar periódico|título=Are the IRAS-detected Apollo asteroids extinct comets? |periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society |primeiro =J. K. |último =Davies |volume=221 |páginas=19P–23P |data=julho de 1986 |doi=10.1093/mnras/221.1.19P |bibcode=1986MNRAS.221P..19D|doi-access=free }}</ref><ref>{{citar livro|capítulo=The Comet-Asteroid Transition: Recent Telescopic Observations |título=Asteroids, Comets, Meteors 1993: Proceedings of the 160th Symposium of the International Astronomical Union, Held in Belgirate, Italy, June 14–18, 1993 |periódico=Asteroids |volume=160 |publicado=Springer |primeiro =L. A. |último =McFadden |editor-nome1 =Andrea |editor-sobrenome1 =Milani |editor-nome2 =Michel |editor-sobrenome2 =Di Martino |editor-nome3 =A. |editor-sobrenome3 =Cellino |página=95 |data=1994 |bibcode=1994IAUS..160...95M}}</ref><ref>{{citar periódico|título=The enigmatic object 2201 Oljato: Is it an asteroid or an evolved comet? |periódico=Journal of Geophysical Research |primeiro1 =L. A. |último1 =McFadden |primeiro2 =A. L. |último2 =Cochran |primeiro3 =E. S. |último3 =Barker |primeiro4 =D. P. |último4 =Cruikshank |primeiro5 =W. K. |último5 =Hartmann |display-authors=1 |volume=98 |número=E2 |páginas=3031–3041 |data=fevereiro de 1993 |doi=10.1029/92JE01895 |bibcode=1993JGR....98.3031M}}</ref> Acredita-se que cerca de 6% dos asteroides próximos à [[Terra]] sejam núcleos de cometas extintos.<ref name=dormant/>


=== Separação e colisões ===
Apesar de já ter sido demonstrado que os cometas pertenciam aos céus, a questão de como eles se moviam pelos céus foi debatida pela maior parte do século seguinte. Mesmo depois de [[Johannes Kepler]] ter determinado em 1609 que os planetas se movem em torno do Sol em órbitas [[elipse|elípticas]], ele estava relutante em crer que as [[Leis de Kepler|leis que governam o movimento dos planetas]] deveria também influenciar o movimento de outros corpos—ele acreditava que os cometas viajavam entre os planetas segundo linhas retas. [[Galileu Galilei]], apesar de aceitar as ideias de Copérnico, rejeitou as medidas de paralaxe de Tycho e mantinha a noção aristotélica que os cometas moviam-se em linhas retas na atmosfera superior, conforme escreveu em ''[[Il Saggiatore]]''.
O [[Núcleo cometário|núcleo]] de alguns cometas pode ser frágil, uma conclusão apoiada pela observação de cometas se separando.<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/2153650.stm |título=Astronomers see comet break-up |data=26 de julho de 2002 |obra=BBC News |último =Whitehouse |primeiro =David}}</ref> Uma perturbação cometária significativa foi a do [[Cometa Shoemaker-Levy 9]], que foi descoberto em 1993. Um encontro próximo em julho de 1992 o quebrou em pedaços, e durante um período de 6 dias em julho de 1994, esses pedaços caíram na [[atmosfera de Júpiter]], a primeira vez que astrônomos observaram uma colisão entre dois objetos no [[Sistema Solar]].<ref>{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=D/1993 F2 Shoemaker–Levy 9 |url=http://cometography.com/pcomets/1993f2.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=27 de abril de 2009 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080509145539/http://cometography.com/pcomets/1993f2.html |arquivodata=9 de maio de 2008 }}</ref><ref>{{citar web|url=http://www2.jpl.nasa.gov/sl9/background.html |título=Comet Shoemaker–Levy Background |publicado=JPL |acessodata=23 de setembro de 2013}}</ref> Outros cometas que se dividem incluem [[3D/Biela]] em 1846 e [[73P/Schwassmann-Wachmann]] de 1995 a 2006.<ref name=spitzer2006>{{citar web|data=10 de maio de 2006 |título=Spitzer Telescope Sees Trail of Comet Crumbs |último =Whitney |primeiro =Clavin |url=http://www.spitzer.caltech.edu/news/239-ssc2006-13-Spitzer-Telescope-Sees-Trail-of-Comet-Crumbs |acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref> O historiador grego [[Éforo de Cime]] relatou que um cometa se dividiu já no inverno de 372-373 a.C.<ref name="great">{{citar web|título=Great Comets in History |primeiro =Donald K. |último =Yeomans |publicado=JPL |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/?great_comets |data=abril de 2007 |acessodata=16 de agosto de 2013}}</ref> Suspeita-se que os cometas se dividam devido ao estresse térmico, pressão interna do gás ou impacto.<ref name=split>{{citar periódico|bibcode=2004come.book..301B |url=http://www.lpi.usra.edu/books/CometsII/7011.pdf |título=Split comets |último1 =Boehnhardt |primeiro1 =H. |data=2004 |páginas=301 |periódico=Comets II|doi=10.2307/j.ctv1v7zdq5.25 }}</ref>


Os cometas [[42P/Neujmin]] e [[53P/Van Biesbroeck]] parecem ser fragmentos de um mesmo cometa. As integrações numéricas mostraram que ambos os cometas se aproximaram bastante de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] em janeiro de 1850 e que, antes de 1850, as duas órbitas eram quase idênticas.<ref name="DPS35">{{citar periódico|bibcode=2003DPS....35.4705P |título=Are Comets 42P/Neujmin 3 and 53P/Van Biesbroeck Parts of one Comet? |último1 =Pittichova |primeiro1 =Jand |último2 =Meech |primeiro2 =Karen J. |último3 =Valsecchi |primeiro3 =Giovanni B. |último4 =Pittich |primeiro4 =Eduard M. |display-authors=1 |volume=35 |data=2003 |páginas=1011 |periódico=Bulletin of the American Astronomical Society}}</ref>
A primeira sugestão de que as leis de Kepler para o movimento dos planetas também se aplicavam aos cometas foi feita por [[William Lower]] em 1610.<ref name="ESO part I"/> Nas décadas seguintes, outros astrônomos, incluindo Pierre Petit, [[Giovanni Borelli]], [[Adrien Auzout]], [[Robert Hooke]], [[Johann Baptist Cysat]], e [[Giovanni Domenico Cassini]] todos discutiram cometas curvando-se em direção ao Sol em caminhos elípticos ou parabólicos, enquanto outros, como [[Christian Huygens]] e [[Johannes Hevelius]] apoiavam o movimento linear dos cometas.{{carece de fontes|data=Abril de 2009}}


Foi observado que alguns cometas se separaram durante a passagem do periélio, incluindo os grandes cometas [[Cometa West|West]] e [[Cometa Ikeya-Seki|Ikeya-Seki]]. O cometa 3D/Biela foi um exemplo significativo quando se partiu em dois pedaços durante a passagem pelo periélio em 1846. Esses dois cometas foram vistos separadamente em 1852, mas nunca mais depois. Em vez disso, [[chuva de meteoros]] espetaculares foram vistas em 1872 e 1885, quando o cometa deveria estar visível. Uma pequena chuva de meteoros, os [[Andromedídeos]], ocorre anualmente em novembro, e é causada quando a [[Terra]] cruza a órbita do cometa 3D/Biela.<ref>{{citar web|url=http://meteorshowersonline.com/showers/andromedids.html |título=The Andromedids |publicado=Meteor Showers Online |acessodata=27 de abril de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130122144223/http://meteorshowersonline.com/showers/andromedids.html |arquivodata=22 de janeiro de 2013 |urlmorta= sim}}</ref>
O assunto foi resolvido pelo [[C/1680 V1|cometa brilhante]] descoberto por [[Gottfried Kirch]] em 14 de novembro de 1680. Astrônomos por toda a Europa anotaram sua posição por vários meses. Em 1681, o pastor saxão [[Georg Samuel Doerfel]] apresentou suas provas que os cometas eram corpos celestes em movimento parabólico com o Sol no foco. Então [[Isaac Newton]] em seu ''[[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica|Principia Mathematica]]'' de 1687, provou que um objeto movendo-se segundo a influência de sua lei do inverso quadrado da [[gravidade|gravitação universal]] deveria seguir uma órbita com forma segundo uma secção de cônica, e demonstrou como ajustar a órbita do cometa a uma órbita parabólica, usando o cometa de 1680 como exemplo.<ref>
{{citar livro
|último =Newton |primeiro =I.S.
|capítulo=Lib. 3, Prop. 41
|título=[[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica]]
|publicado=[[Royal Society of London]]
|ano=1687
}}</ref>


Alguns cometas encontram um fim mais espetacular, caindo no [[Sol]]<ref>{{citar web|título=SOHO analyses a kamikaze comet |url=http://sci.esa.int/soho/26188-soho-analyses-a-kamikaze-comet/ |publicado=European Space Agency |data=23 de fevereiro de 2001 |acessodata=30 de agosto de 2013}}</ref> ou colidindo com um planeta ou outro corpo. Colisões entre cometas e planetas ou luas eram comuns no início do Sistema Solar: algumas das muitas [[Crateras lunares|crateras da Lua]], por exemplo, podem ter sido causadas por cometas. Uma recente colisão de um cometa com um planeta ocorreu em julho de 1994, quando o [[Cometa Shoemaker-Levy 9]] se partiu em pedaços e colidiu com [[Júpiter (planeta)|Júpiter]].<ref>{{citar web|url=http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/comet.html |título=Comet Shoemaker–Levy 9 Collision with Jupiter |acessodata=30 de agosto de 2013 |publicado=National Space Science Data Center}}</ref>
Em 1705, [[Edmond Halley]] aplicou o método de Newton a vinte e três aparições cometárias que aconteceram entre 1337 e 1698. Ele notou que três delas, os cometas de 1531, 1607 e 1682 possuíam [[elementos orbitais]] similares, e conseguiu relacionar as pequenas diferenças em suas órbitas com perturbações gravitacionais causadas por [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Saturno (planeta)|Saturno]]. Confiante que estas três aparições eram três aparições do mesmo cometa, ele predisse que ele deveria aparecer novamente em 1758-9.<ref name="Halley">
{{citar periódico
|último =Halleio |primeiro =E.
|título=Astronomiæ Cometicæ Synopsis
|periódico=Philosophical Transactions
|volume=24 |páginas=1882–1899
|ano=1705
|doi=10.1098/rstl.1704.0064
}}</ref> (Antes, [[Robert Hooke]] identificou o cometa de 1664 com o de 1618,<ref>
{{citar livro
|último =Pepys |primeiro =S.
|capítulo=March 1st
|capítulourl=http://en.wikisource.org/wiki/Diary_of_Samuel_Pepys/1665/March#March_1st
|título=Diary of Samuel Pepys
|ano=1665
}}</ref> enquanto [[Jean-Dominique Cassini]] suspeitou da identidade dos cometas de 1577, 1665, e 1680.<ref>
{{citar livro
|último =Sagan |primeiro =C. |último2 =Druyan |primeiro2 =A.
|título=Comet
|páginas=42–43
|publicado=[[Random House]]
|ano=1985
|isbn=0-394-54908-2
}}</ref> Os dois estavam errados.) A data de retorno predita por Halley foi mais tarde refinada por uma equipe com três matemáticos franceses: [[Alexis Clairaut]], [[Jérôme Lalande]], e [[Nicole-Reine Nepaute]], que predisse a data do periélio do cometa de 1759 com precisão de um mês.<ref>
{{citar livro
|último =Sagan |primeiro =C. |último2 =Druyan |primeiro2 =A.
|título=Comet
|página=83
|publicado=[[Random House]]
|ano=1985
|isbn=0-394-54908-2
}}</ref> Quando o cometa retornou conforme predito, tornou-se conhecido como o [[Cometa Halley]] ou cometa de Halley (sua designação oficial é '''1P/Halley'''). Sua próxima aparição será em 2061.


{{multiple image |direction=horizontal |align=center |total_width=800
Entre os cometas com períodos curtos o suficiente que foram observados várias vezes dentro do registro histórico, o cometa Halley é o único que consistentemente tem sido brilhante o suficiente para ser visível a olho nu. Desde a confirmação da periodicidade do cometa Halley, muitos outros cometas periódicos tem sido descobertos através do [[telescópio]]. O segundo cometa a ser descoberto que tinha uma órbita periódica foi o [[Cometa encke]] (designação oficial '''2P/Encke'''). No período de 1819-1821 o matemático e físico alemão [[Johann Franz Encke]] computou as órbitas de uma série de aparições de cometas observadas em 1786, 1795, 1805, e 1818, concluindo que se tratava do mesmo cometa, e predisse sua aparição em 1822.<ref name="KronkEncke"/> Em 1900, dezessete cometas foram observados em mais de uma passagem pelo periélio e reconhecidos como cometas periódicos. Em abril de 2006, 175 cometas receberam esta distinção, apesar de vários terem sido destruídos ou perdidos. Nas efemérides, os cometas são geralmente denotados pelos símbolo {{unicode|☄}}.
|image1 =Jupiter showing SL9 impact sites.jpg
|image2 =Schwassman-Wachmann3-B-HST.gif
|image3 =C2015D1-SOHO.jpg
|image4 =14060-Asteroid-P2013R3-Disintegration-20140306.jpg
|caption1 =Manchas marrons marcam os locais de impacto do [[Cometa Shoemaker-Levy 9]] em [[Júpiter (planeta)|Júpiter]]
|caption2 =O desmembramento do [[73P/Schwassmann-Wachmann]] em três dias (1995)
|caption3 =[[Cauda cometária|Cauda]] fantasma do C/2015 D1 (SOHO) após passagem no [[Sol]]
|caption4 =Desintegração de [[Asteróide ativo#P/2013 R3|P/2013 R3]] (2014)<ref name="NASA-20140306">{{citar web|url=http://www.nasa.gov/press/2014/march/nasas-hubble-telescope-witnesses-asteroids-mysterious-disintegration-1 |título=Release 14-060: NASA's Hubble Telescope Witnesses Asteroid's Mysterious Disintegration |publicado=[[NASA]] |último1 =Harrington |primeiro1 =J.D. |último2 =Villard |primeiro2 =Ray |name-list-style=amp |data=6 de março de 2014 |acessodata=6 de março de 2014}}</ref>}}
{{clear}}


== Nomenclatura ==
=== Estudos das características físicas ===
[[Imagem:Halley's Comet, 1910.JPG|thumb|[[Cometa Halley]] em 1910]]
[[Ficheiro:Comet tails.gif|thumb|300px|Cometas possuem órbitas elípticas. Note as duas caudas distintas: azul para a cauda de gás, e cinza para a cauda de poeira]]
{{artigo principal|Nomenclatura de cometas}}
Os nomes dados aos cometas seguiram várias convenções diferentes nos últimos dois séculos. Antes do início do século XX, a maioria dos cometas era simplesmente referida pelo ano em que apareceram, às vezes com adjetivos adicionais para cometas particularmente brilhantes; assim, o "[[Grande Cometa de 1680]]", o "[[Grande Cometa de 1882]]" e o "[[Grande Cometa de Janeiro de 1910]]". Depois que [[Edmond Halley]] demonstrou que os cometas de 1531, 1607 e 1682 eram o mesmo corpo e previu com sucesso seu retorno em 1759 calculando sua [[órbita]], esse cometa ficou conhecido como o [[cometa Halley]].<ref>{{citar web|último =Ridpath |primeiro =Ian |autorlink =Ian Ridpath |título=Halley and his Comet |url=http://www.ianridpath.com/halley/halley4.htm |obra=A brief history of Halley's Comet |data=3 de julho de 2008 |acessodata=14 de agosto de 2013}}</ref> Da mesma forma, o segundo e o terceiro cometas periódicos conhecidos, o [[cometa Encke]]<ref name="KronkEncke">{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=2P/Encke |url=http://cometography.com/pcomets/002p.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=14 de agosto de 2013}}</ref> e o [[3D/Biela|cometa Biela]],<ref name="KronkBiela">{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=3D/Biela |url=http://cometography.com/pcomets/003d.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=14 de agosto de 2013}}</ref> foram nomeados em homenagem aos astrônomos que calcularam suas órbitas ao invés de seus descobridores originais. Mais tarde, os cometas periódicos geralmente recebiam o nome de seus descobridores, mas os cometas que apareceram apenas uma vez continuaram a ser referidos pelo ano em que surgiram.<ref name="harvcom"/>


No início do século XX, a convenção de nomear cometas após seus descobridores tornou-se comum, e isso permanece até hoje. Um cometa pode receber o nome de seus descobridores ou de um instrumento ou programa que ajudou a encontrá-lo.<ref name="harvcom">{{citar web|url=http://www.icq.eps.harvard.edu/cometnames.html |título=Comet Names and Designations; Comet Naming and Nomenclature; Names of Comets |publicado=Harvard University |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref> Por exemplo, em 2019, o astrônomo [[Gennadiy V. Borisov]] observou um cometa que parecia ter se originado fora do [[Sistema Solar]]; o cometa foi nomeado [[2I/Borisov|C/2019 Q4 (Borisov)]] em sua homenagem.
[[Isaac Newton]] descreveu os cometas como corpos sólidos duráveis movendo-se em órbitas oblíquas, e suas caudas como finas nuvens de vapor emitidas pelo seu núcleo, incendiadas ou aquecidas pelo Sol. Newton suspeitava que os cometas eram a origem do componente que suporta a vida no ar. Newton também acreditava que os vapores liberados pelos cometas poderiam recuperar as massas de água dos planetas (que seriam gradualmente convertidas em solo pelo crescimento e apodrecimento das plantas), e a fonte de combustível do Sol.


== História de estudo ==
{{cquote|<poem>
[[Imagem:Bayeux Tapestry scene32 Halley comet.jpg|thumb|235px|O [[cometa Halley]] apareceu em 1066, antes da [[Batalha de Hastings]], e é retratado na [[Tapeçaria de Bayeux]]]]
From his huge vapouring train perhaps to shake
[[Imagem:Tychonis Brahe De mundi aetherei recentioribus phaenomenis liber secundus.png|thumb|Página de um tratado de [[Tycho Brahe]] que descreve sua visão [[Geocentrismo|geocêntrica]] do [[Grande Cometa de 1577]]]]
Reviving moisture on the numerous orbs,
{{artigo principal|História observacional dos cometas}}
Thro' which his long ellipsis winds; perhaps
=== Primeiras observações e pensamentos ===
To lend new fuel to declining suns,
De fontes antigas, como [[Osso oráculo|ossos de oráculos]] chineses, sabe-se que os cometas são notados pelos humanos há milênios.<ref>{{citar web|url=http://www.lib.cam.ac.uk/mulu/oracle.html |título=Chinese Oracle Bones |publicado=Cambridge University Library |acessodata=14 de agosto de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131005100532/http://www.lib.cam.ac.uk/mulu/oracle.html |arquivodata=5 de outubro de 2013 |urlmorta= sim}}</ref> Até o século XVI, os cometas eram geralmente considerados maus [[presságio]]s de morte de reis ou homens nobres, ou de catástrofes vindouras, ou mesmo interpretados como ataques de seres celestiais contra habitantes terrestres.<ref>{{citar web|último =Ridpath|primeiro =Ian|autorlink =Ian Ridpath|data=8 de julho de 2008|título=Comet lore |url=http://www.ianridpath.com/halley/halley1.htm|acessodata=14 de agosto de 2013|obra=A brief history of Halley's Comet}}</ref><ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|p=14}}</ref>
To light up worlds, and feed th' ethereal fire."
</poem>
|[[James Thomson (poeta)|James Thomson]]
|"The Seasons" (1730; 1748)
}}


[[Aristóteles]] (384-322 a.C.) foi o primeiro cientista conhecido a utilizar várias teorias e fatos observacionais para empregar uma teoria cosmológica de cometas consistente e estruturada. Ele acreditava que os cometas eram fenômenos atmosféricos, devido ao fato de que eles podiam aparecer fora do [[zodíaco]] e variar em brilho ao longo de alguns dias. A teoria cometária de Aristóteles surgiu de suas observações e da teoria cosmológica de que tudo no cosmos está organizado em uma configuração distinta.<ref>{{citar livro|último =Heidarzadeh|primeiro =Tofigh|url=https://books.google.com/books?id=Fo-GY4J1h4cC&pg=PA1|título=A History of Physical Theories of Comets, From Aristotle to Whipple|data=2008|publicado=[[Springer Science+Business Media]]|isbn=978-1-4020-8323-5|página=1|lccn=2008924856}}</ref> Parte dessa configuração era uma separação clara entre o celeste e o terrestre, acreditando-se que os cometas estivessem estritamente associados a terrestre. De acordo com Aristóteles, os cometas devem estar dentro da esfera da lua e claramente separados do céu. Também no século IV a.C., [[Apolônio de Mindo]] apoiou a ideia de que os cometas se moviam como os planetas.{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|p=48}} A teoria aristotélica sobre cometas continuou a ser amplamente aceita ao longo da [[Idade Média]], apesar de várias descobertas de vários indivíduos desafiando seus aspectos.<ref name=":0">{{citar periódico|último1 =Barker|primeiro1 =Peter|último2 =Goldstein|primeiro2 =Bernard R.|name-list-style=amp|data=setembro de 1988|título=The role of comets in the Copernican revolution|periódico=Studies in History and Philosophy of Science Part A|volume=19|número=3|páginas=299–319|doi=10.1016/0039-3681(88)90002-7}}</ref>
No início do século XVIII, alguns cientistas fizeram a hipótese correta da composição física dos cometas. Em 1755, [[Immanuel Kant]] fez a hipótese de que os cometas fossem compostos de uma substância volátil, cuja vaporização dava origem a suas aparições brilhantes próximo do periélio.<ref>
{{citar livro
|último =Sagan |primeiro =C. |último2 =Druyan |primeiro2 =A.
|título=Comet
|página=77
|publicado=[[Random House]]
|ano=1985
|isbn=0-394-54908-2
}}</ref> Em 1836, o matemático alemão [[Friedrich Wilhelm Bessel]], depois de observar jatos de vapor na aparição de 1835 do Cometa Halley, propôs que as forças do jato do material evaporado poderiam ser grandes o suficiente para alterar de forma significante a órbita do cometa e alegou que os movimentos não gravitacionais do [[Cometa Encke]] resultavam deste mecanismo.<ref>
{{citar livro
|último =Sagan |primeiro =C. |último2 =Druyan |primeiro2 =A.
|título=Comet
|páginas=117
|publicado=[[Random House]]
|ano=1985
|isbn=0-394-54908-2
}}</ref>


No século I d.C., [[Séneca]], questionou a lógica de Aristóteles a respeito dos cometas. Por causa de seu movimento regular e impermeabilidade ao vento, eles não podem ser atmosféricos,{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|p=26}} e são mais permanentes do que o sugerido por seus breves flashes no céu.{{efn|"Não acho que um cometa seja apenas um fogo repentino, mas que está entre as obras eternas da natureza." {{harv|Sagan|Druyan|1997|p=26}}}} Ele ressaltou que apenas as caudas são transparentes e, portanto, semelhantes a nuvens, e argumentou que não há razão para confinar suas órbitas ao zodíaco.{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|p=26}} Ao criticar Apolônio, Sêneca argumenta: "Um cometa corta as regiões superiores do universo e finalmente se torna visível quando atinge o ponto mais baixo de sua órbita".{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|pp=26–27}} Embora Sêneca não tenha sido o autor de uma teoria substancial própria,<ref>{{citar livro|último =Heidarzadeh|primeiro =Tofigh|url=https://books.google.com/books?id=Fo-GY4J1h4cC&q=a+history+of+physical+theories+on+comets&pg=PR8|título=A History of Physical Theories of Comets, From Aristotle to Whipple|data=2008-05-23|publicado=Springer Science & Business Media|isbn=978-1-4020-8323-5|língua=en}}</ref> seus argumentos geraram muitos debates entre os críticos de Aristóteles nos séculos XVI e XVII.<ref name=":0" />{{efn|Séneca é citado como afirmando: "Por que ... estamos surpresos que os cometas, um espetáculo tão raro no universo, ainda não foram captados por leis fixas e que seu início e fim não são conhecidos, quando seu retorno ocorre em grandes intervalos? ... Chegará o tempo em que pesquisas diligentes por longos períodos de tempo trarão à luz coisas que agora estão ocultas".{{sfn|Sagan|Druyan|1997|pp=37–38}}}}
Entretanto, outra descoberta relativa a cometas colocou na sombra estas ideias por quase um século. Durante o período de 1864-1866 o astrônomo italiano [[Giovanni Schiaparelli]] calculou a órbita dos meteoros perseidas, e baseado em similaridades orbitais, corretamente hipotetizou que os perseidas eram fragmentos do [[Cometa Swift-Tuttle]]. A ligação entre os cometas e as chuvas de meteoros foi dramaticamente apontada quando em 1872, uma chuva de meteoros aconteceu na órbita do [[3D/Biela|Cometa Biela]], que foi observado se partindo em dois pedaços durante sua aparição de 1846, e nunca mais foi visto novamente após 1852.<ref name="KronkBiela"/> Um modelo de estrutura de cometas tipo "bolo de pedregulhos" surgiu, de acordo com o qual os cometas consistem de grumos de objetos rochosos, cobertos com uma camada de gelo.


Também no século I d.C., [[Plínio, o Velho]], acreditava que os cometas estavam relacionados com agitação política e morte.<ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|pp=27–28}}</ref> Plínio observou os cometas como "semelhantes aos humanos", muitas vezes descrevendo suas caudas com "cabelo comprido" ou "barba comprida".<ref>{{citar livro|último =Hellman|primeiro =C. Doris |url=https://books.google.com/books?id=1_MVAwAAQBAJ&pg=PA36|título=The Comet of 1577: Its Place in the History of Astronomy |publicado=AMS Press|ano=1971|isbn=0-404-51510-X|series=Columbia University Studies in the Social Sciences No. 510 |página=36 |lccn=72-110569|anooriginal=1944}}</ref> Seu sistema de classificação de cometas de acordo com sua cor e forma foi usado durante séculos.<ref name=":2" />
No meio do século vinte, este modelo sofreu com algumas limitações: em particular, ele falhou em explicar como um corpo que continha apenas um pouco de gelo continuava a apresentar uma vapor brilhante após várias passagens pelo periélio. Em 1950, [[Fred Lawrence Whipple]] propôs que, em vez de serem objetos rochosos contendo algum gelo, os cometas eram objetos de gelo contendo alguma poeira e rochas.<ref name="Whipple">
{{citar periódico
|último =Whipple |primeiro =F.L.
|título=A Comet Model I. The Acceleration of Comet Encke
|periódico=[[Astrophysical Journal]]
|volume=111 |páginas=375–394
|ano=1950
|doi=10.1086/145272
}}</ref> Este modelo da "bola de gelo sujo" logo tornou-se aceito. Ele foi confirmado quando uma armada de [[espaçonave]]s (incluindo a ''[[missão Giotto]]'' da [[Agência Espacial Europeia]], e a ''[[Vega 1]]'' e ''[[Vega 2]]'' da [[União Soviética]]) passaram pela coma do cometa Halley em 1986 para fotografar o núcleo e observar os jatos de material evaporante (veja também o "debate sobre a composição do cometa" abaixo). A sonda americana ''[[Deep Space 1]]'' passou próximo do núcleo do [[cometa Borrelly]] em 21 de setembro de 2001, e confirmou que as características do cometa Halley eram comuns a outros cometas também.


Na [[Astronomia indiana|Índia]], no século VI, os astrônomos acreditavam que os cometas eram corpos celestes que reapareciam periodicamente. Esta foi a opinião expressa no século VI pelos astrônomos [[Varahamihira]] e [[Bhadrabahu III]], e o astrônomo do século X, [[Utpala (astrônomo)|Bhaṭṭotpala]] listou os nomes e períodos estimados de certos cometas, mas não se sabe como esses números foram calculados ou quão precisos eram.<ref>{{citar livro|último1 =Kelley|primeiro1 =David H.|url=https://books.google.com/books?id=ILBuYcGASxcC&pg=PA293|título=Exploring Ancient Skies: A Survey of Ancient and Cultural Astronomy|último2 =Milone|primeiro2 =Eugene F.|data=2011|publicado=[[Springer Science+Business Media]]|isbn=978-1-4419-7624-6|edição=2nd|página=293|doi=10.1007/978-1-4419-7624-6|oclc=710113366|name-list-style=amp}}</ref>
Supondo que os cometas se formaram no Sistema Solar exterior, acredita-se que a mistura radial de material durante o início da formação do Sistema Solar redistribuiu material pelo disco proto-planetário,<ref>
{{citar periódico
|último =van Boekel |primeiro =R. |primeiro2 =Min |último2 =M. |último3 =Leinert |primeiro3 =Ch. |último4 =Waters |primeiro4 =L.B.F.M.
|último5 =Richichi |primeiro5 =A. |último6 =Chesneau |primeiro6 =O. |último7 =Dominik |primeiro7 =C. |último8 =Jaffe |primeiro8 =W.
|último9 =Dutrey |primeiro9 =A. |último10 =Graser |primeiro10 =U. |último11 =Henning |primeiro11 =Th. |último12 =de Jong |primeiro12 =J.
|último13 =Köhler |primeiro13 =R. |último14 =de Koter |primeiro14 =A. |último15 =Lopez |primeiro15 =B. |último16 =Malbet |primeiro16 =F.
|último17 =Morel |primeiro17 =S. |último18 =Paresce |primeiro18 =F. |último19 =Perrin |primeiro19 =G. |último20 =Preibisch |primeiro20 =Th.
|último21 =Przygodda |primeiro21 =F. |último22 =Schöller |primeiro22 =M. |último23 =Wittkowski |primeiro23 =M.
|título=The building blocks of planets within the ‘terrestrial’ region of protoplanetary disks
|periódico=Nature
|volume= 432|páginas=479
|ano=2004
|doi=10.1038/nature03088
}}</ref> assim os cometas também contém grãos cristalinos que foram formados nas regiões quentes do Sistema Solar interior. Isto tem sido visto tanto no espectro dos cometas como nas missões que coletam amostras.


Na [[Tapeçaria de Bayeux]] do século XI, o [[Cometa Halley]] é retratado prenunciando a morte de [[Haroldo II de Inglaterra|Harold II]] e o triunfo dos [[Ducado da Normandia|normandos]] na [[Batalha de Hastings]].<ref name=":1">{{citar periódico|último =Olson |primeiro =Roberta J.M.|data=1984|título=... And They Saw Stars: Renaissance Representations of Comets and Pretelescopic Astronomy |periódico=Art Journal|volume=44|número=3|páginas=216–224|doi=10.2307/776821|jstor=776821}}</ref>
[[Ficheiro:Comet wild 2.jpg|thumb|300px|[[Cometa Wild 2]] exibe jatos no lado luminoso e no lado escuro, relevos sólidos e é seco.]]


De acordo com a [[mitologia nórdica]], os cometas eram na verdade uma parte do crânio do gigante [[Ímer]]. De acordo com a história, [[Odin]] e seus irmãos mataram Ímer e começaram a construir o mundo ([[Terra]]) de seu cadáver. Eles moldaram os oceanos de seu sangue, o solo de sua pele e músculos, a vegetação de seu cabelo, as nuvens de seu cérebro e o céu de seu crânio. Quatro anões, correspondendo aos quatro pontos cardeais, seguraram o crânio de Ímer no alto, acima da terra. Seguindo essa história, cometas no céu, como acreditavam os nórdicos, eram lascas do crânio de Ímer caindo do céu e depois se desintegrando.<ref>Simek, Rudolf. 1993. Dictionary of Northern Mythology. Translated by Angela Hall. p. 47.</ref>
A ''[[Stardust (sonda espacial)|Stardust]]'', lançada em fevereiro de 1999, coletou partículas da coma do [[Cometa Wild 2]] em janeiro de 2004, e retornou as amostras para a Terra em uma cápsula em janeiro de 2006. [[Claudia Alexander]], uma cientista do programa [[Roseta]] do [[Jet Propulsion Laboratory]] da [[Nasa]], que modelou os [[cometa]]s por anos, relatou a space.com sobre seu espanto com o número de jatos, seu aspecto no lado escuro do cometa bem como no lado claro, sua capacidade de levantar grandes blocos de pedra da superfície do cometa e o fato que o cometa Wild 2 não é um bolo de sujeira levemente cimentadas.<ref>
{{citar web
|primeiro =R.R. |último =Britt
|título=Strange Comet Unlike Anything Known
|url=http://www.space.com/scienceastronomy/stardust_results_040617.html
|publicado=[[Space.com]]
|data=17 de junho de 2004
|acessodata=2006-03-05
}}</ref>


Em 1301, o pintor italiano [[Giotto di Bondone]] foi a primeira pessoa a retratar com precisão e anatomicamente um cometa. Em sua obra ''Adoration of the Magi'', a representação de Giotto do cometa Halley no lugar da [[Estrela de Belém]] teria uma precisão incomparável até o século XIX e seria superada apenas com a invenção da fotografia.<ref name=":1" />
Missões espaciais futuras acrescentarão mais detalhes à nossa compreensão do que os cometas são feitos. Em julho de 2005, a sonda ''[[Deep Impact (sonda espacial)|Deep Impact]]'' fez uma cratera no [[Cometa Tempel 1]] para estudar seu interior. E em 2014, a sonda europeia ''[[Rosetta]]'' irá orbitar o [[cometa Churyumov-Gerasimenko]] e pousar uma pequena sonda em sua superfície.


As interpretações astrológicas dos cometas começaram a ter precedência clara no século XV, apesar da presença da astronomia científica moderna começando a criar raízes. Os cometas continuaram a advertir sobre desastres, como visto nas crônicas de ''[[Luzerner Schilling]]'' e nas advertências do [[Papa Calisto III]].<ref name=":1" /> Em 1578, o bispo [[Luteranismo|luterano]] alemão Andreas Celichius definiu os cometas como "a fumaça densa dos pecados humanos ... acesa pela raiva ardente do [[Deus|Supremo Juiz Celestial]]". No ano seguinte, Andreas Dudith afirmou que "Se os cometas fossem causados pelos pecados dos mortais, eles nunca estariam ausentes do céu".{{sfn|Sagan|Druyan|1997|pp=32–33}}
A sonda Rosetta observou o evento da Deep Impact e com seu conjunto de instrumentos sensíveis para investigações cometárias, ele usou para observar o Tempel 1 antes, durante e após o impacto. A uma distância de cerca de 80 milhões de quilômetros do cometa, Rosetta era a única espaçonave além da própria Deep Impact a ver o cometa.


=== Metodo cientifico ===
=== Discussão sobre a composição dos cometas ===
Tentativas grosseiras de uma medição [[paralaxe]] do [[cometa Halley]] foram feitas em 1456, mas foram erradas.{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|p=36}} Regiomontanus foi o primeiro a tentar calcular a paralaxe diurna observando o [[Grande Cometa de 1472]]. Suas previsões não eram muito precisas, mas foram conduzidas na esperança de estimar a distância de um cometa da [[Terra]].<ref name=":2">{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=CcSUeymd-14C&q=regiomontanus+on+comets&pg=PR7|título=Introduction to Comets|último1 =Brandt|primeiro1 =John C.|último2 =Chapman|primeiro2 =Robert D.|data=2004-03-11|publicado=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-00466-4|língua=en}}</ref>
[[Ficheiro:Comet borrelly.jpg|thumb|O [[Cometa Borrelly]] apresenta jatos de gás, mas é quente e seco.]]


No século XVI, [[Tycho Brahe]] e [[Michael Maestlin]] demonstraram que os cometas devem existir fora da [[atmosfera da Terra]] medindo a paralaxe do [[Grande Cometa de 1577]].<ref>{{citar periódico|último =Barker|primeiro =Peter|data=2002-06-01|título=Constructing Copernicus|periódico=Perspectives on Science|volume=10|número=2|páginas=208–227|doi=10.1162/106361402321147531|s2cid=57563317|issn=1063-6145}}</ref> Dentro da precisão das medições, isso implicava que o cometa deve estar pelo menos quatro vezes mais distante do que da Terra à [[Lua]].<ref name="ESO part I">{{citar web|título=A Brief History of Comets I (until 1950) |url=http://www.eso.org/public/events/astro-evt/hale-bopp/comet-history-1.html |publicado=[[European Southern Observatory]] |acessodata=14 de agosto de 2013}}</ref><ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|p=37}}</ref> Com base em observações em 1664, [[Giovanni Alfonso Borelli]] registrou as longitudes e latitudes dos cometas que observou e sugeriu que as órbitas cometárias podem ser parabólicas.<ref>{{citar periódico|título=Giovanni Borelli and the Comets of 1664–65 |periódico=Journal for the History of Astronomy |primeiro =Luciano |último =Boschiero |volume=40 |número=1 |páginas=11–30 |data=fevereiro de 2009 |doi=10.1177/002182860904000103|bibcode=2009JHA....40...11B |s2cid=118350308 }}</ref> [[Galileo Galilei]], um dos astrônomos mais renomados até hoje, até tentou escrever sobre cometas no ''[[Il Saggiatore]]''. Ele rejeitou as teorias de Brahe sobre a paralaxe dos cometas e afirmou que eles podem ser uma mera ilusão de ótica. Intrigado como os primeiros cientistas estavam sobre a natureza dos cometas, Galileu não pôde deixar de lançar suas próprias teorias, apesar de pouca observação pessoal.<ref name=":2" /> O aluno de Maestlin, [[Johannes Kepler]], respondeu a essas críticas injustas em sua obra ''Hyperaspistes''. [[Jakob Bernoulli]] publicou outra tentativa de explicar os cometas (''Conamen Novi Systematis Cometarum'') em 1682.
Prossegue o debate sobre quanto gelo há em um cometa. Em 2001, a equipe da Nasa do [[Deep Space 1]], trabalhando com o [[Jet Propulsion Lab]] da Nasa, obteve imagens de alta resolução da superfície do [[Cometa Borrelly]]. Eles anunciaram que o cometa Borrely exibia jatos distintos, mas ainda assim possuía uma superfície quente e seca. A presunção de que o cometa contém água e gelo levou o Dr. Laurence Soberblom do U. S. Geological Survey a dizer "O espectro sugere que a superfície é quente e seca. É surpreendente que não vimos traços de gelo". Entretanto, ele sugeriu que o gelo está provavelmente escondido abaixo da crosta já que "ou a superfície foi seca pelo aquecimento solar e maturação ou talvez o material extremamente escuro que cobre a superfície do Borrelly mascara qualquer traço de gelo superficial".<ref>
{{citar web
|título=NASA Spacecraft Finds Comet Has Hot, Dry Surface
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|publicado=[[JPL]]
|data=5 de abril de 2002
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}}
</ref>


Também ocorrendo no [[Idade Moderna|início do período moderno]] foi o estudo dos cometas e seu significado astrológico nas disciplinas médicas. Muitos curandeiros dessa época consideravam a medicina e a astronomia interdisciplinares e empregavam seus conhecimentos sobre cometas e outros signos astrológicos para diagnosticar e tratar pacientes.<ref>{{citar periódico|último =Lanuza Navarro|primeiro =Tayra M. C.|data=2006|título=Medical astrology in Spain during the seventeenth century|periódico=Cronos (Valencia, Spain)|volume=9|páginas=59–84|issn=1139-711X|pmid=18543450}}</ref>
A recente missão [[Deep Impact (sonda espacial)|Deep Impact]] também apresentou resultados sugerindo que a maioria da água do cometa estava abaixo da superfície, e que estes reservatórios alimentam os jatos de água vaporizada que formam a cauda do Tempel 1.<ref>
{{citar web
|título=NASA's 'Deep Impact' Team Reports First Evidence of Cometary Ice
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}}</ref>


[[Isaac Newton]], na obra ''[[Princípios Matemáticos da Filosofia Natural]]'' de 1687, provou que um objeto que se move sob a influência da [[gravidade]] por uma lei do inverso do quadrado deve traçar uma órbita em forma de uma das [[Cónica|seções cônicas]] e demonstrou como ajustar a trajetória de um cometa no céu a uma [[órbita parabólica]], usando o [[Grande Cometa de 1680]] como exemplo.<ref>{{citar livro|último =Newton |primeiro =Isaac |autorlink =Isaac Newton |capítulo=Lib. 3, Prop. 41 |título=Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica |publicado=[[Royal Society of London]] |data=1687 |isbn=0-521-07647-1 |títulolink=Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica}}</ref> Ele descreve os cometas como corpos sólidos compactos e duráveis que se movem em órbita oblíqua e suas caudas como finos fluxos de vapor emitidos por seus núcleos, inflamados ou aquecidos pelo [[Sol]]. Ele suspeitava que os cometas eram a origem do componente de sustentação da vida do ar.<ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|pp=306–307}}</ref> Ele também apontou que os cometas geralmente aparecem perto do Sol e, portanto, muito provavelmente o orbitam.{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|p=26}} Sobre sua luminosidade, ele afirmou, "Os cometas brilham pela luz do Sol, que eles refletem", com suas caudas iluminadas pela "luz do Sol refletida por uma fumaça que surge [do [[Coma cometária|coma]]]".{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|p=26}}
Entretanto, dados mais recentes da missão [[Stardust (sonda espacial)|Stardust]] mostraram que o material recuperado da cauda do cometa [[81P/Wild|Wild 2]] era cristalino e só poderia ter "nascido no fogo".<ref>
{{citar web
|último =Rincon |primeiro =P.
|título=Comets 'are born of fire and ice' 
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|título=NASA's Stardust Comet Samples Contain Minerals Born in Fire
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|título=Stardust comet dust resembles asteroid materials
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|publicado=[[Lawrence Livermore National Laboratory]]
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}}
</ref> Estes novos resultados forçaram os cientistas a repensar a natureza dos cometas e sua distinção dos asteroides.<ref>
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|título=Dust samples prompt rethink about comets
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|publicado=[[Reuters]]
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[[Imagem:Newton Comet1680.jpg|thumb|290px|A órbita do [[Grande Cometa de 1680]], encaixada em uma parábola, conforme mostrado nos ''[[Princípios Matemáticos da Filosofia Natural]]'']]
== Cometas notáveis ==

Em 1705, [[Edmond Halley]] aplicou o método de Newton a 23 aparições cometárias que ocorreram entre 1337 e 1698. Ele notou que três deles, os cometas de 1531, 1607 e 1682, tinham [[elementos orbitais]] muito semelhantes, e ele foi ainda capaz de explicar as pequenas diferenças em suas órbitas em termos de [[Perturbação|perturbação gravitacional]] causada por [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Saturno (planeta)|Saturno]]. Confiante de que essas três aparições foram três aparições do mesmo cometa, ele previu que ele apareceria novamente em 1758-1759.<ref name="Halley">{{citar periódico|doi=10.1098/rstl.1704.0064 |bibcode=1704RSPT...24.1882H |título=Astronomiae Cometicae Synopsis, Autore Edmundo Halleio apud Oxonienses. Geometriae Professore Saviliano, & Reg. Soc. S |data=1704 |último1 =Halleio |primeiro1 =E. |periódico=Philosophical Transactions of the Royal Society of London |volume=24 |número=289–304 |páginas=1882 |s2cid=186209887 |url=http://rstl.royalsocietypublishing.org/content/24/289-304/1882.full.pdf|doi-access=free }}</ref> A data prevista de retorno do Halley foi posteriormente refinado por uma equipe de três matemáticos franceses: [[Alexis Claude de Clairaut]], [[Jérôme Lalande]] e [[Nicole-Reine Lepaute]], que previu a data do [[periélio]] do cometa em 1759 com a precisão de um mês.<ref>On 1758 November 14, Alexis Clairaut announced to the Royal Academy of Sciences in Paris his prediction of the date at which Halley's comet would return:
* Clairaut (January 1759) [https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=ucm.5324346563;view=1up;seq=44 "Mémoire sur la cométe de 1682,"] ''Le Journal des Sçavans'', pp. 38–45. On p. 44, Clairaut predicts that Halley's comet would return in mid April 1759. From [https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=ucm.5324346563;view=1up;seq=50 p. 44] (translated from French): " <!-- ... ''il me paroît que la Cométe attendue doit passer à son périhélie vers le milieu du mois d'Avril prochain."'' ( --> ... it seems to me that the expected comet must pass its perihelion towards the middle of next April." On p. 40, Clairaut states that his prediction might be slightly incorrect due to the presence of unknown planets beyond Saturn: "<!-- ''Un corps qui passe dans des régions aussi éloignées, & qui échappe à nos yeux pendant des intervalles aussi longs, pourroit être soumis à des forces totalement inconnues; telles que l'action d'autres Cométes, ou même de quelque planéte toujours trop distante du Soleil pour être jamais apperçue."'' ( -->A body [i.e., Halley's comet] which passes into regions so remote, and which escapes our eyes during such long intervals, might be subjected to totally unknown forces; such as the action of other comets, or even of some planet always too far from the sun to ever be perceived."
On 1759 April 7, the French astronomer [[Joseph-Nicolas Delisle]] announced to the Royal Academy of Sciences in Paris that he and his assistant [[Charles Messier]] had observed the return of Halley's comet, as predicted:
* de l'Isle (June 1759) [https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=ucm.5324346563;view=1up;seq=360 "Lettre de M. de l'Isle ... contenant la découverte du retour de la Comète de 1682, ... "] (Letter from Mr. de l'Isle ... containing the discovery of the return of the comet of 1682), ''Le Journal des Sçavans'', pp. 356–364.
De l'Isle subsequently admitted that the comet's return had first been seen by a German amateur astronomer and farmer, [[Johann Georg Palitzsch|Georg Palitzsch]]:
* de l'Isle (August 1759) [https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=ucm.5324346563;view=1up;seq=527 "Seconde lettre de M. de l'Isle,"] ''Le Journal des Sçavans'', pp. 523–529. From p. 526 (translated from French): " <!-- ... ''j'ai reçu une Lettre d'Heidelberg le premier Avril au soir, dans laquelle l'on m'écrit que l'on a publié à Leipsick le 24 Janvier de cette année un Mémoire Allemand dans lequel il est dit que cette Comète a été vue en Saxe par un Paysan, nommé Palisch, le 25 & 26 Décembre de l'année dernière; j'ai bien de la peine à concevoir comment ce Paysan aura pû la découvrir, cette Comète, ... "'' ( --> ... I received a letter from Heidelberg on the first of April in the evening, in which it is written to me that there had been published at Leipzig on the 24th of January of this year a German memoir in which it is said that this comet had been seen in Saxony by a peasant, named Palisch, on the 25th and 26th of December of last year; I can hardly conceive how this peasant could have discovered it, this comet ... "
The story behind the rediscovery of Halley's comet was given by Joseph Lalande in:
* Delalande, ''Tables astronomiques de M. Halley, ... Et l'Histoire de la Comete de 1759.'' [Astronomical tables of Mr. Halley, ... and the history of the comet of 1759.] (Paris, France: Durand, 1759), [https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=mdp.39015006990892;view=1up;seq=105 pp. 91 ff.] Lalande acknowledged the contributions of Madame Lepaute to predicting the return of Halley's comet on p. 110. From [https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=mdp.39015006990892;view=1up;seq=124 p. 110] (translated from French): "<!-- ''... mais il faut convenir que cette suite immense de détails m'eût semblé effrayante, si ''Madame LEPAUTE'', appliquée depuis long-temps & avec succès aux calculs Astronomiques, n'en eût partagé le travail."'' ( --> ... but it must be admitted that this immense series of details would have seemed frightening to me if ''Madame LEPAUTE'', [who has] long applied [herself] successfully to astronomical calculations, had not shared in the work."
See also:
* Broughton, Peter (1985) "The first predicted return of comet Halley", ''Journal for the History of Astronomy'', '''16''' : 123–132. Available at: [http://adsabs.harvard.edu/full/1985JHA....16..123B Astrophysics Data System]
* Clairaut, [https://books.google.com/books?id=WQRbq4SA_zkC&pg=PP7''Théorie du mouvement des comètes,'' ...] [Theory of the movement of comets, ...] (Paris, France: Michel Lambert, 1760); see especially the preface.</ref>{{sfn|Sagan|Druyan|1997|p=93}} Quando o cometa retornou conforme previsto, ele se tornou conhecido como Cometa Halley.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DFgMAaU3vA8C&pg=PA35 |página=35 |título=The Greatest Comets in History: Broom Stars and Celestial Scimitars |isbn=978-0-387-09513-4 |último =Wong |primeiro =Yau-Chuen |data=2008}}</ref>

{{Quote box
|quote=De seu enorme vapor, talvez para sacudir<br />Revivendo a umidade nas numerosas orbes,<br />Thro' que sua longa elipse enrola; possivelmente<br />Para emprestar novo combustível aos sóis decadentes,<br />Para iluminar mundos e alimentar o fogo etéreo.
|source=[[James Thomson (poeta, nascido em 1700)|James Thomson]] ''[[The Seasons (James Thomson)|The Seasons]]'' (1730; 1748)<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=F--di9y22yUC&pg=PA67 |título=The Background of Thomson's Seasons |isbn=978-0-8166-5950-0 |página=67 |último =McKillop |primeiro =Alan Dugald |data=1942}}</ref>
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}}

Já no século XVIII, alguns cientistas haviam feito hipóteses corretas sobre a composição física dos cometas. Em 1755, [[Immanuel Kant]] formulou a hipótese em sua ''[[Universal Natural History and Theory of the Heavens]]'' que os cometas foram condensados da "matéria primitiva" além dos planetas conhecidos, que é "fracamente movida" pela gravidade, então orbita em inclinações arbitrárias e são parcialmente vaporizados pelo calor do Sol enquanto eles próximo ao periélio.{{Sfn|Sagan|Druyan|1997|pp=84–87}} Em 1836, o matemático alemão [[Friedrich Wilhelm Bessel]], após observar fluxos de vapor durante o aparecimento do Cometa Halley em 1835, propôs que as [[Força do jato|forças do jato]] do material em evaporação poderiam ser grandes o suficiente para alterar significativamente a órbita de um cometa, e ele argumentou que o não os movimentos gravitacionais do [[Cometa Encke]] resultaram desse fenômeno.<ref>{{harvnb|Sagan|Druyan|1997|p=126}}</ref>

No século XIX, o Observatório Astronômico de Pádua foi um epicentro no estudo observacional de cometas. Liderado por [[Giovanni Sante Gaspero Santini]] e seguido por Giuseppe Lorenzoni, este observatório foi dedicado à astronomia clássica, principalmente para o cálculo da órbita de novos cometas e planetas, com o objetivo de compilar um catálogo de quase 10.000 estrelas. Situado na parte norte da [[Itália]], as observações deste observatório foram fundamentais no estabelecimento de cálculos geodésicos, geográficos e astronômicos importantes, como a diferença de longitude entre [[Milão]] e [[Pádua]], bem como entre Pádua e Fiume.<ref>{{citar periódico|último =Pigatto|primeiro =Luisa|data=dezembro de 2009|título=The correspondence of Giovanni Santini and Giuseppe Lorenzoni, directors of the Astronomical Observatory of Padua in the 19th Century|periódico=Annals of Geophysics|volume=52 |páginas=595–604}}</ref> Além dessas observações geográficas, correspondência dentro do observatório, particularmente entre Santini e outro astrônomo Giuseppe Toaldo, sobre a importância das observações cometas e orbitais planetários.<ref>Pigatto, L. (1988): Santini e gli strumenti della Specola, in Giovanni Santini astronomo, "Atti e Memorie dell’Accademia Patavina di Scienze, Lettere ed Arti", (Padova), XCIX (1986–1987), 187–198.</ref>

Em 1950, [[Fred Whipple]] propôs que, em vez de serem objetos rochosos contendo algum gelo, os cometas eram objetos congelados contendo um pouco de poeira e rocha.<ref name="Whipple">{{citar periódico|doi=10.1086/145272 |título=A comet model. I. The acceleration of Comet Encke |data=1950 |último1 =Whipple |primeiro1 =F. L. |periódico=The Astrophysical Journal |volume=111 |páginas=375 |bibcode=1950ApJ...111..375W}}</ref> Este modelo de "bola de neve suja" logo foi aceito e parecia ser apoiado pelas observações de uma armada de [[sondas espaciais]] (incluindo a sonda [[Giotto (sonda espacial)|''Giotto'']] da [[Agência Espacial Europeia]] (ESA) e as ''[[Vega 1]]'' e ''[[Vega 2]]'' da [[União Soviética]]) que voaram pelo [[Coma cometária|coma]] do Cometa Halley em 1986, fotografou o [[Núcleo cometário|núcleo]] e observou jatos de material em evaporação.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=E4NfZ9FDcc8C&pg=PA156 |página=156 |título=Magic Universe:A Grand Tour of Modern Science |isbn=978-0-19-162235-9 |último1 =Calder |primeiro1 =Nigel |data=13 de outubro de 2005}}</ref>

Em 22 de janeiro de 2014, os cientistas da ESA relataram a detecção, pela primeira vez definitiva, de [[vapor de água]] no [[planeta anão]] [[Ceres (planeta anão)|Ceres]], o maior objeto do [[cinturão de asteroides]].<ref name="KüppersO’Rourke2014">{{citar periódico|último1 =Küppers |primeiro1 =Michael |último2 =O'Rourke |primeiro2 =Laurence |último3 =Bockelée-Morvan |primeiro3 =Dominique |último4 =Zakharov |primeiro4 =Vladimir |último5 =Lee |primeiro5 =Seungwon |último6 =von Allmen |primeiro6 =Paul |último7 =Carry |primeiro7 =Benoît |último8 =Teyssier |primeiro8 =David |último9 =Marston |primeiro9 =Anthony |último10 =Müller |primeiro10 =Thomas |último11 =Crovisier |primeiro11 =Jacques |último12 =Barucci |primeiro12 =M. Antonietta |último13 =Moreno |primeiro13 =Raphael |título=Localized sources of water vapour on the dwarf planet (1) Ceres |periódico=Nature |volume=505 |número=7484 |data=2014 |páginas=525–527 |issn=0028-0836 |doi=10.1038/nature12918 |bibcode=2014Natur.505..525K |pmid=24451541|s2cid=4448395 }}</ref> A detecção foi feita usando as [[Astronomia de infravermelho distante|habilidades de infravermelho distante]] do [[Observatório Espacial Herschel]].<ref name="NASA-20140122">{{citar web|último1 =Harrington |primeiro1 =J.D. |título=Herschel Telescope Detects Water on Dwarf Planet – Release 14-021 |url=http://www.nasa.gov/press/2014/january/herschel-telescope-detects-water-on-dwarf-planet |data=22 de janeiro de 2014 |publicado=[[NASA]] |acessodata=22 de janeiro de 2014}}</ref> A descoberta é inesperada porque os cometas, e não [[asteroide]]s, são normalmente considerados "jatos e plumas". De acordo com um dos cientistas, "as linhas estão ficando cada vez mais difusas entre cometas e asteroides".<ref name="NASA-20140122" /> Em 11 de agosto de 2014, astrônomos divulgaram estudos, usando o [[Atacama Large Millimeter Array|Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA)]] pela primeira vez, que detalhavam a distribuição de [[Cianeto de hidrogênio|HCN]], [[Ácido isocianídrico|HNC]], [[Metanal|{{chem2|H2CO}}]] e poeira dentro do coma dos cometas [[C/2012 F6 (Lemmon)]] e [[C/2012 S1|C/2012 S1 (ISON)]].<ref name="NASA-20140811">{{citar web|url=http://www.nasa.gov/press/2014/august/goddard/nasa-s-3-d-study-of-comets-reveals-chemical-factory-at-work |título=Release 14-038: NASA's 3-D Study of Comets Reveals Chemical Factory at Work |publicado=[[NASA]] |último1 =Zubritsky |primeiro1 =Elizabeth |último2 =Neal-Jones |primeiro2 =Nancy |name-list-style=amp |data=11 de agosto de 2014 |acessodata=12 de agosto de 2014}}</ref><ref name="AJL-20140811">{{citar periódico|autor =Cordiner, M.A. |título=Mapping the Release of Volatiles in the Inner Comae of Comets C/2012 F6 (Lemmon) and C/2012 S1 (ISON) Using the Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array |data=11 de agosto de 2014 |periódico=[[The Astrophysical Journal]] |volume=792 |número=1 |doi=10.1088/2041-8205/792/1/L2 |display-authors=etal |arxiv=1408.2458 |bibcode=2014ApJ...792L...2C |páginas=L2|s2cid=26277035 }}</ref>

=== Missões espaciais ===
{{VT|Lista de cometas visitados por sondas espaciais}}
* A [[Armada Halley]] descreve a coleção de missões de [[sondas espaciais]] que visitaram e/ou fizeram observações do [[periélio]] do [[Cometa Halley]] na década de 1980. O [[ônibus espacial]] [[Challenger (ônibus espacial)|''Challenger'']] pretendia fazer um estudo do Cometa Halley em 1986, mas [[Acidente do ônibus espacial Challenger|explodiu logo após ser lançado]].
* '''Deep Impact'''. O debate continua sobre a quantidade de gelo existente em um cometa. Em 2001, a sonda espacial ''[[Deep Space 1]]'' obteve imagens de alta resolução da superfície do [[Cometa Borrelly]]. Verificou-se que a superfície do Cometa Borrelly é quente e seca, com uma temperatura entre 26 a 71 °C, e extremamente escura, sugerindo que o gelo foi removido por aquecimento solar e maturação, ou está oculto pelo material semelhante a fuligem que cobre o Borrelly.<ref>{{citar web|título=NASA Spacecraft Finds Comet Has Hot, Dry Surface |url=http://www.jpl.nasa.gov/releases/2002/release_2002_80.html |publicado=JPL |data=5 de abril de 2002 |acessodata=22 de agosto de 2013}}</ref> Em julho de 2005, a sonda [[Deep Impact (sonda espacial)|''Deep Impact'']] explodiu uma cratera no [[9P/Tempel 1|Cometa Tempel 1]] para estudar seu interior. A missão produziu resultados que sugerem que a maior parte do gelo de água de um cometa está abaixo da superfície e que esses reservatórios alimentam os jatos de água vaporizada que formam a [[Coma cometária|coma]] do Tempel 1.<ref>{{citar web|título=NASA's 'Deep Impact' Team Reports First Evidence of Cometary Ice |url=http://www.brown.edu/Administration/News_Bureau/2005-06/05-072.html |publicado=Brown University |data=2 de fevereiro de 2006 |acessodata=22 de agosto de 2013}}</ref> Renomeado como ''[[EPOXI]]'', ele sobrevoou o [[103P/Hartley|Cometa Hartley 2]] em 4 de novembro de 2010.
* '''Ulysses'''. Em 2007, a sonda [[Ulysses (sonda espacial)|''Ulysses'']] passou inesperadamente pela cauda do cometa [[Cometa McNaught|C/2006 P1 (McNaught)]] que foi descoberto em 2006. O ''Ulysses'' foi lançado em 1990 e a missão pretendida era que o ''Ulysses'' orbitasse ao redor do [[Sol]] para um estudo mais aprofundado em todas as latitudes.
* '''Stardust'''. Dados da missão [[Stardust (sonda espacial)|''Stardust'']] mostram que os materiais recuperados da [[Cauda cometária|cauda]] do cometa [[81P/Wild|Wild 2]] eram cristalinos e só poderiam ter "nascido no fogo", em temperaturas extremamente altas de mais de 1.000 °C.<ref>{{citar jornal|último =Rincon |primeiro =Paul |título=Comets 'are born of fire and ice' |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/4801968.stm |obra=BBC News |data=14 de março de 2006 |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref><ref>{{citar web|último =Malik |primeiro =T. |título=NASA's Stardust Comet Samples Contain Minerals Born in Fire |url=http://www.space.com/scienceastronomy/060313_stardust_update.html |publicado=Space.com |data=13 de março de 2006 |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref> Embora os cometas tenham se formado na parte externa do [[Sistema Solar]], acredita-se que a mistura radial de material durante a formação inicial do Sistema Solar tenha redistribuído o material por todo o [[disco protoplanetário]].<ref>{{citar periódico|doi=10.1038/nature03088 |título=The building blocks of planets within the 'terrestrial' region of protoplanetary disks |data=2004 |último1 =Van Boekel |primeiro1 =R. |último2 =Min |primeiro2 =M. |último3 =Leinert |primeiro3 =Ch. |último4 =Waters |primeiro4 =L.B.F.M. |último5 =Richichi |primeiro5 =A. |último6 =Chesneau |primeiro6 =O. |último7 =Dominik |primeiro7 =C. |último8 =Jaffe |primeiro8 =W. |último9 =Dutrey |primeiro9 =A. |último10 =Graser |primeiro10 =U. |último11 =Henning |primeiro11 =Th. |último12 =De Jong |primeiro12 =J. |último13 =Köhler |primeiro13 =R. |último14 =De Koter |primeiro14 =A. |último15 =Lopez |primeiro15 =B. |último16 =Malbet |primeiro16 =F. |último17 =Morel |primeiro17 =S. |último18 =Paresce |primeiro18 =F. |último19 =Perrin |primeiro19 =G. |último20 =Preibisch |primeiro20 =Th. |último21 =Przygodda |primeiro21 =F. |último22 =Schöller |primeiro22 =M. |último23 =Wittkowski |primeiro23 =M. |display-authors=1 |periódico=Nature |volume=432 |número=7016 |páginas=479–82 |pmid=15565147 |bibcode=2004Natur.432..479V|s2cid=4362887 }}</ref> Como resultado, os cometas também contêm grãos cristalinos que se formaram no início do Sistema Solar interior quente. Isso é visto em espectros de cometas, bem como em missões de retorno de amostra. Mais recente ainda, os materiais recuperados demonstram que a "poeira do cometa se assemelha a materiais de [[asteroide]]s".<ref>{{citar web|título=Stardust comet dust resembles asteroid materials |url=https://publicaffairs.llnl.gov/news/news_releases/2008/NR-08-01-05.html |publicado=Lawrence Livermore National Laboratory |data=24 de janeiro de 2008 |acessodata=7 de setembro de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100528001619/https://publicaffairs.llnl.gov/news/news_releases/2008/NR-08-01-05.html |arquivodata=28 de maio de 2010 }}</ref> Esses novos resultados forçaram os cientistas a repensar a natureza dos cometas e sua distinção dos asteroides.<ref>{{citar jornal|último =Dunham |primeiro =Will |título=Dust samples prompt rethink about comets |url=https://www.reuters.com/article/us-comet-idUSN2537011620080126 |obra=Reuters |data=25 de janeiro de 2008 |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref>
* '''Rosetta'''. A sonda ''[[Rosetta]]'' orbitou o cometa [[67P/Churyumov-Gerasimenko]]. Em 12 de novembro de 2014, seu módulo de pouso [[Philae (sonda espacial)|''Philae'']] pousou com sucesso na superfície do cometa, a primeira vez que uma sonda espacial pousou em tal objeto na história.<ref>{{citar web|url=http://sci.esa.int/rosetta/34479-rosetta-ready-to-explore-a-comet-s-realm/ |título=Rosetta Ready To Explore A Comet's Realm |publicado=European Space Agency |data=12 de janeiro de 2004 |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref>

== Classificação ==
[[Imagem:Von einem Schrecklichen vnd Wunderbarlichen Cometen so sich den Dienstag nach Martini dieses lauffenden M. D. Lxxvij. Jahrs am Himmel erzeiget hat (grayscale).png|thumb|300px|[[Xilogravura]] do [[Grande Cometa de 1577]]]]
=== Grandes cometas ===
=== Grandes cometas ===
{{artigo principal|Grande cometa}}
Apesar de centenas de pequenos cometas passarem pelo sistema solar interior todos os anos, bem poucos são notados pelo público em geral. A cada década, aproximadamente, um cometa se torna brilhante o suficiente para ser notado por um observador casual. Estes cometas geralmente são chamados de [[Grandes Cometas]]. No passado, cometas brilhantes geralmente causavam pânico e histeria na população, sendo considerados como mensageiros de más notícias. Mais recentemente, durante a passagem de 1910 do [[Cometa Halley]], a Terra atravessou a cauda do cometa, e erroneamente várias reportagens de jornais inspiraram o medo que o [[cianogênio]] na cauda poderia envenenar milhões,<ref>
{{VT|Grande Cometa de 1577}}
{{citar web
Aproximadamente uma vez por década, um cometa torna-se brilhante o suficiente para ser notado por um observador casual, levando esses cometas a serem designados como [[grandes cometas]].<ref name="great"/> Prever se um cometa se tornará um grande cometa é notoriamente difícil, pois muitos fatores podem fazer com que o brilho de um cometa se afaste drasticamente das previsões.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=vQwwAAAAMAAJ |página=274 |título=The World Almanac and Book of Facts 1996 |isbn=978-0-88687-780-4 |último =Famighetti |primeiro =Robert |data=1995}}</ref> Em termos gerais, se um cometa tiver um [[Núcleo cometário|núcleo]] grande e ativo, passará perto do [[Sol]] e não será obscurecido pelo Sol como visto da [[Terra]] quando em seu mais brilhante, ele tem a chance de se tornar um grande cometa. No entanto, o [[Cometa Kohoutek]] em 1973 atendeu a todos os critérios e esperava-se que se tornasse espetacular, mas não conseguiu.<ref>{{citar web|url=http://www.universetoday.com/97561/new-sun-skirting-comet-could-provide-dazzling-display-in-2013/ |título=New 'Sun-Skirting' Comet Could Provide Dazzling Display in 2013 |obra=Universe Today |acessodata=7 de setembro de 2013 |último =Atkinson |primeiro =Nancy|data=25 de setembro de 2012 }}</ref> O [[Cometa West]], que apareceu três anos depois, tinha expectativas muito menores, mas se tornou um cometa extremamente impressionante.<ref>{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=C/1975 V1 (West) |url=http://cometography.com/lcomets/1975v1.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=7 de setembro de 2013}}</ref>
|último =Ridpath |primeiro =Ian
|título=Awaiting the Comet
|obra=A brief history of Halley's Comet
|url=http://www.ianridpath.com/halley/halley11.htm
|data=3 de julho de 2008
|acessodata=2008-08-11
}}</ref> enquanto que a aparição do [[Cometa Hale-Bopp]] serviu de motivo para o suicídio em massa do culto [[Heaven's Gate (seita)|Heaven's Gate]]. Para a maioria das pessoas, entretanto, um grande cometa é simplesmente um belo espetáculo.


O [[Grande Cometa de 1577]] é um exemplo bem conhecido de um grande cometa. Ele passou perto da Terra como um [[Lista de cometas quase parabólicos|cometa não periódico]] e foi visto por muitos, incluindo os astrônomos conhecidos [[Tycho Brahe]] e [[Taqi ad-Din Muhammad ibn Ma'ruf|Taqi ad-Din]]. As observações deste cometa levaram a várias descobertas significativas sobre a ciência cometária, especialmente para Brahe.
Predizer se um cometa será um grande cometa é notoriamente difícil, já que muitos fatores podem fazer com que o brilho do cometa seja drasticamente diferente do previsto. Em termos gerais, se um cometa possui um núcleo grande e ativo, irá passar perto do Sol, e não será obscurecido pelo Sol conforme é visto da Terra quando estiver no máximo do brilho, ele tem uma chance de se tornar um grande cometa. Entretanto, o [[Cometa Kohoutek]] em 1973 atendia a todos os critérios e esperava-se que fosse espetacular, mas falhou para tal. O [[Cometa West]], que aparece três anos mais tarde, gerou bem menos expectativas (talvez por que os cientistas estavam mais cautelosos em relação a predições do brilho depois do fiasco do Kohoutek), mas acabou sendo um cometa bastante impressionante.<ref>
{{citar web
|último =Kronk |primeiro =Gary W.
|título=C/1975 V1 (West)
|url=http://cometography.com/lcomets/1975v1.html
|obra=Gary W. Kronk's Cometography
|acessodata=2006-03-05
}}</ref>


O final do século XX viu um intervalo bem grande sem a aparição de nenhum grande cometa, seguido pela chegada de dois em rápida sucessão - [[Cometa Hyakutake]] em 1996, seguido pelo [[Cometa Hale-Bopp]], que atingiu o brilho máximo em 1997, tendo sido descoberto dois anos antes. O primeiro grande cometa do século XXI foi o [[C/2006 P1|Cometa McNaught]], que se tornou visível ao olho nu em janeiro de 2007. Ele foi o mais brilhante em mais de 40 anos.
O final do século XX viu um longo intervalo sem o aparecimento de quaisquer grandes cometas, seguido pela chegada de dois em rápida sucessão, [[Cometa Hyakutake]] em 1996, seguido por [[Hale-Bopp]], que atingiu brilho máximo em 1997 tendo sido descoberto dois anos antes. O primeiro grande cometa do século XXI foi [[Cometa McNaught|C/2006 P1 (McNaught)]], que se tornou visível para observadores a [[olho nu]] em janeiro de 2007. Foi o mais brilhante em mais de 40 anos.<ref>{{citar web|url=http://hubblesite.org/hubble_discoveries/comet_ison/blogs/great-moments-in-comet-history-comet-mcnaught |título=Great Moments in Comet History: Comet McNaught |publicado=Hubblesite |acessodata=15 de agosto de 2013}}</ref>


=== Cometas rasantes ===
=== Cometas rasantes ===
{{main|Cometa rasante}}
{{artigo principal|Cometa rasante}}
Um [[cometa rasante]] é aquele que passa extremamente próximo ao [[Sol]] no [[periélio]], geralmente dentro de alguns milhões de quilômetros.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=qU95h4yKia4C&pg=PA34 |página=34 |título=Hunting and Imaging Comets |isbn=978-1-4419-6905-7 |último =Mobberley |primeiro =Martin |data=2010}}</ref> Embora os pequenos cometas rasantes possam ser completamente evaporados durante uma aproximação tão próxima do Sol, os maiores cometas rasantes podem sobreviver a muitas passagens do periélio. No entanto, as fortes [[forças das marés]] que experimentam geralmente levam à sua fragmentação.<ref>{{citar periódico|bibcode=1966IrAJ....7..141O |título=Sun-Grazing Comets and Tidal Disruption |último =Opik |primeiro =E. J. |volume=7 |data=1966 |páginas=141 |periódico=Irish Astronomical Journal}}</ref>
[[Ficheiro:Great Comet of 1882.jpg|thumb|O [[Grande Cometa de 1882]] é um membro do [[Cometas rasantes Kreutz|grupo Kreutz]]]]


Cerca de 90% dos cometas rasantes do Sol observados com [[Solar and Heliospheric Observatory]] (SOHO) são membros do [[Cometas rasantes Kreutz|grupo Kreutz]], todos originados de um cometa gigante que se dividiu em muitos cometas menores durante sua primeira passagem pelo [[Sistema Solar]] interno.<ref name="Bailey">{{citar periódico|último1 =Hahn |primeiro1 =M. E. |último2 =Chambers |primeiro2 =J. E. |último3 =Hahn |primeiro3 =G. |display-authors=1 |título=Origin of sungrazers: a frequent cometary end-state |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |volume=257 |número=1 |páginas=315–322 |data=1992 |bibcode=1992A&A...257..315B}}</ref> O restante contém alguns cometas rasantes esporádicos, mas 4 outros grupos relacionados de cometas foram identificados entre eles: os grupos Kracht, Kracht 2a, Marsden e Meyer. Os grupos Marsden e Kracht parecem estar relacionados ao [[96P/Machholz|Cometa 96P/Machholz]], que também é o pai de duas [[chuvas de meteoros]], os [[Quadrântidas]] e os [[Ariétidas]].<ref name="Ohtsuka">{{citar periódico|último1 =Yoshikawa |primeiro1 =K. |último2 =Nakano |primeiro2 =S. |último3 =Yoshikawa |primeiro3 =M. |display-authors=1 |título=On the Association among Periodic Comet 96P/Machholz, Arietids, the Marsden Comet Group, and the Kracht Comet Group |url=http://pasj.asj.or.jp/v55/n1/550127/55012319.pdf |periódico=Publications of the Astronomical Society of Japan |volume=55 |número=1 |páginas=321–324 |data=2003 |doi=10.1093/pasj/55.1.321 |bibcode=2003PASJ...55..321O|doi-access=free }}</ref>
Um [[cometa rasante]] é um cometa que passa muito perto do Sol no [[periélio]], algumas vezes a poucos milhares de quilômetros da superfície do Sol. Enquanto pequenos cometas rasantes podem evaporar completamente durante uma passagem próxima ao [[Sol]], cometas rasantes maiores podem sobreviver a muitas passagens ao periélio. Entretanto, as [[Força de maré|forças de maré]] extremas a que eles são submetidos geralmente causam sua fragmentação.

Cerca de 90% dos cometas rasantes observados pelo [[Sonda Soho|SOHO]] são membros do [[Cometas rasantes Kreutz|grupo Kreutz]], todos eles se originando de um cometa gigante que se partiu em muitos cometas menores em sua primeira passagem pelo [[sistema solar interior]].<ref name="Bailey">
{{citar periódico |url=http://articles.adsabs.harvard.edu/full/1992A%26A…257..315B |título=Origin of sungrazers: a frequent cometary end-state |periódico=[[Astronomy and Astrophysics]] |número=1 |último=Bailey |primeiro=M. E. |primeiro2=J. E. |ano=1992 |páginas=315–322 |primeiro3=G. |volume=257 |último2=Chambers |último3=Hahn}}</ref> Os 10% restantes contém alguns cometas rasantes esporádicos, mas quatro outros grupos de cometas relacionados foram identificados entre eles: o grupo Kracht, grupo Kracht 2a, grupo Marsden e grupo Meyer. Os grupos Marsden e Kracht parecem estar ambos relacionados ao [[96P/Machholz|Comet 96P/Machholz]], que também é parente de duas [[chuvas de meteoros]], os [[Quadrantídeos]] e os [[Arietídeos]].<ref name="Ohtsuka">
{{citar periódico |url=http://pasj.asj.or.jp/v55/n1/550127/55012319.pdf |título=On the Association among Periodic Comet 96P/Machholz, Arietids, the Marsden Comet Group, and the Kracht Comet Group |periódico=[[Publications of the Astronomical Society of Japan]] |número=1 |último=Ohtsuka |primeiro=K. |primeiro2=S. |ano=2003 |páginas=321–324 |primeiro3=M. |volume=55 |último2=Nakano |último3=Yoshikawa}}</ref>


=== Cometas incomuns ===
=== Cometas incomuns ===
[[Imagem:Euler diagram of solar system bodies.svg|thumb|300px|[[Diagrama de Euler]] mostrando os tipos de corpos no [[Sistema Solar]]]]
[[Ficheiro:29P-orbit.png|thumb|left|450px|A órbita quasi-circular do cometa 29P/Schwassmann-Wachmann comparada com [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Saturno (planeta)|Saturno]].]]
{{VT|#Destino dos cometas|Suástica#Hipótese do cometa/pássaro}}
Dos milhares de cometas conhecidos, alguns exibem propriedades incomuns. O [[Cometa Encke]] (2P/Encke) orbita de fora do [[cinturão de asteroides]] para dentro da órbita do planeta [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]], enquanto o cometa [[29P/Schwassmann-Wachmann]] atualmente viaja em uma órbita quase circular inteiramente entre as órbitas de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Saturno (planeta)|Saturno]].<ref>{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=29P/Schwassmann–Wachmann 1 |url=http://cometography.com/pcomets/029p.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=22 de setembro de 2013}}</ref> [[2060 Quíron]], cuja órbita instável é entre Saturno e [[Urano (planeta)|Urano]], foi originalmente classificado como um [[asteroide]] até que um leve [[Coma cometária|coma]] foi notado.<ref>{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=95P/Chiron |url=http://cometography.com/pcomets/095p.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=27 de abril de 2009}}</ref> Da mesma forma, o Cometa Shoemaker-Levy 2 foi originalmente designado como asteroide {{mp|1990 UL|3}}.<ref>{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=137P/Shoemaker–Levy 2 |url=http://cometography.com/pcomets/137p.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=27 de abril de 2009}}</ref>


O maior cometa conhecido é o [[C/2014 UN271 (Bernardinelli-Bernstein)|Cometa Bernardinelli-Bernstein]]. O objeto foi inicialmente observado em 2014, após o qual cresceu uma [[Cauda cometária|cauda]]. Ele tem um [[período orbital]] superior a 3 milhões de anos e fará sua maior aproximação do [[Sol]], cerca da distância solar de Saturno, em 2031.<ref>{{citar web|último =Strickland |primeiro =Ashley|data=27 de julho de 2021|título=Largest known comet is heading close enough to us to become visible |url=https://www.cnn.com/2021/07/26/world/largest-comet-discovery-scn/index.html|urlmorta= não|acessodata=2021-07-30 |website=CNN}}</ref>
Dos milhares de cometas conhecidos, alguns são bastante incomuns. O [[Cometa Encke]] tem sua órbita saindo de fora do cinturão de asteroides principais, indo para dentro da órbita do planeta [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]], enquanto o cometa [[29P/Schwassmann-Wachmann]] atualmente está em uma órbita quase circular totalmente entre as órbitas de Júpiter e Saturno.<ref>
{{citar web
|último =Kronk |primeiro =Gary W.
|título=29P/Schwassmann-Wachmann 1
|url=http://cometography.com/pcomets/029p.html
|obra=Gary W. Kronk's Cometography
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> [[2060 Chiron]], cuja órbita instável está entre Saturno e Urano, originalmente foi classificado como um asteroide até que uma tênue cauda foi detectada.<ref>
{{citar web
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}}</ref> De forma semelhante, o [[137P/Shoemaker-Levy|Cometa Shoemaker-Levy 2]] originalmente foi designado como um asteroide {{mpl|1990 UL|3}}.<ref>
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}}</ref> Acredita-se que aproximadamente 6% dos asteroides próximos da Terra sejam [[Cometa extinto|núcleos de cometas extintos]] que não apresentam mais jatos de gás.<ref name="dormant">
{{citar arXiv
|último1 =Whitman |primeiro1 =K. |último2 =Morbidelli |primeiro2 =Alessandro |último3 =Jedicke |primeiro3 =Robert
|título=The Size-Frequency Distribution of Dormant Jupiter Family Comets
|class=astro-ph
|eprint=astro-ph/0603106v2
|ano=2006
}}</ref>


=== Centauros ===
Alguns cometas foram observados se partindo durante sua passagem pelo periélio, incluindo os grandes cometas [[Cometa West|West]] e [[Cometa Ikeya-Seki|Ikeya-Seki]]. O [[3D/Biela|cometa Biela]] foi um exemplo significante, partindo-se em dois durante sua passagem no periélio em 1846. Os dois cometas foram vistos separadamente em 1852, mas nunca mais depois disto. Em vez disso, uma [[chuva de meteoros]] espetacular foi vista em 1872 e em 1885 quando o cometa deveria estar visível. Um chuva de meteoros mais fraca, os [[Andromedídeos]], acontece anualmente em Novembro, e é causada pela passagem da Terra pela órbita do Biela.<ref>
{{artigo principal|Centauro (astronomia)}}
{{citar web
[[Centauro (astronomia)|Centauros]] normalmente se comportam com características de [[asteroide]]s e cometas.<ref name=Horner2004a>{{citar periódico|último1 =Horner |primeiro1 =J. |último2 =Evans |primeiro2 =N.W. |último3 =Bailey |primeiro3 =M. E. |display-authors=1 |título=Simulations of the Population of Centaurs I: The Bulk Statistics |ano=2004 |arxiv=astro-ph/0407400 |doi=10.1111/j.1365-2966.2004.08240.x |periódico=[[Monthly Notices of the Royal Astronomical Society]] |volume=354 |número=3 |páginas=798–810 |bibcode=2004MNRAS.354..798H |s2cid=16002759 }}</ref> Centauros podem ser classificados como cometas, como [[60558 Echeclus]] e [[166P/NEAT]]. 166P/NEAT foi descoberto enquanto exibia um [[Coma cometária|coma]] e, portanto, é classificado como um cometa apesar de sua [[órbita]], e 60558 Echeclus foi descoberto sem coma, mas mais tarde tornou-se ativo,<ref name="Choietal2006">
|url=http://meteorshowersonline.com/showers/andromedids.html
Y-J. Choi, P.R. Weissman, and D. Polishook ''(60558) 2000 EC_98'', IAU Circ., '''8656''' (Jan. 2006), 2.</ref> e foi classificado como um cometa e um asteroide (174P/Echeclus). Um plano para a [[Cassini-Huygens|''Cassini'']] envolvia enviá-lo a um centauro, mas a [[NASA]] decidiu destruí-lo.<ref name="usra_0903">{{citar web|último1 =Pappalardo |primeiro1 =Bob |último2 =Spiker |primeiro2 =Linda |name-list-style=amp |url=http://www.lpi.usra.edu/opag/march09/presentations/pappalardo.pdf |título=Cassini Proposed Extended-Extended Mission (XXM) |publicado=Lunar and Planetary Institute |data=15 de março de 2009 |urlmorta= não|arquivodata=18 de julho de 2012 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120718145449/http://www.lpi.usra.edu/opag/march09/presentations/pappalardo.pdf}}</ref>
|título=The Andromedids
|publicado=[[Meteor Showers Online]]
|data=
|acessodata=2009-04-27
|arquivourl=https://www.webcitation.org/6H3h9McO4?url=http://meteorshowersonline.com/showers/andromedids.html
|arquivodata=2013-06-01
|urlmorta=yes
}}
</ref>

Outra disrupção cometária significante foi a do [[Cometa Shoemaker-Levy 9]], que foi descoberto em 1993. Na época de sua descoberta, o cometa estava orbitando em torno de Júpiter, tendo sido capturado pelo planeta durante uma passagem próxima em 1992.<ref>
{{citar web
|último = Foust
|primeiro = J.
|título = Comet Shoemaker–Levy 9 – Collision with Jupiter
|url = http://seds.lpl.arizona.edu/sl9/sl9.html
|publicado = [[Students for the Exploration and Development of Space]]
|data =
|acessodata = 2009-04-27
|arquivourl = https://web.archive.org/web/19961225224945/http://seds.lpl.arizona.edu/sl9/sl9.html
|arquivodata = 1996-12-25
|urlmorta = yes
}}
</ref> Esta passagem próxima partiu o cometa em centenas de pedaços, e em um período de 6 dias em julho de 1994, estes pedaços atingiram a atmosfera de Júpiter - a primeira vez que os astrônomos observaram a colisão entre dois objetos no Sistema Solar.<ref>
{{citar web
|último =Kronk |primeiro =Gary W.
|título=D/1993 F2 Shoemaker-Levy 9
|url=http://cometography.com/pcomets/1993f2.html
|obra=Gary W. Kronk's Cometography
|acessodata=2009-04-27
}}</ref> Existe também a suspeita que o objeto responsável pelo [[Evento Tunguska]] em 1908 tenha sido um fragmento do Cometa Encke.<ref>
{{citar periódico
|último =Kresk |primeiro =L.
|título=The Tunguska object: a fragment of Comet Encke?
|url=http://articles.adsabs.harvard.edu/full/1978BAICz..29..129K
|periódico=[[Bulletin of the Astronomical Institutes of Czechoslovakia]]
|volume=29 |número=3 |páginas=129–134
|ano=1978
|bibcode=1978BAICz..29..129K
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== Observação ==
== Observação ==
Um cometa pode ser descoberto fotograficamente usando um [[telescópio]] de amplo campo ou visualmente com [[binóculo]]s. No entanto, mesmo sem acesso a equipamentos ópticos, ainda é possível ao astrônomo amador descobrir online um [[cometa rasante]] ao [[Sol]], baixando imagens acumuladas por alguns observatórios de satélites, como o [[Solar and Heliospheric Observatory]] (SOHO).<ref name=soho2>{{citar web|último =Farmer |primeiro =Steve E. Jr. |título=Getting Started – SOHO Comet Hunting Techniques/Instructions |url=http://www.cometary.net/searching_for_soho_comets.htm |publicado=Red Barn Observatory |acessodata=25 de agosto de 2013 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130404234938/http://www.cometary.net/searching_for_soho_comets.htm |arquivodata=4 de abril de 2013}}</ref> O 2.000.º cometa SOHO foi descoberto pelo [[Astronomia amadora|astrônomo amador]] polonês Michał Kusiak em 26 de dezembro de 2010<ref>{{citar web|url=http://sohowww.nascom.nasa.gov/hotshots/2010_12_28/ |título=SOHO |data=28 de dezembro de 2010 |publicado=NASA |acessodata=25 de agosto de 2013}}</ref> e ambos os descobridores de [[Hale-Bopp]] usaram equipamento amador (embora [[Alan Hale]] não fosse um amador).
[[Ficheiro:Comet 2006 VZ13 linear orbital element example.jpg|thumb|300px|Exemplo do caminho de um cometa desenhado por um software planetário (Sky Map Pro)]]


=== Perdido ===
Um novo cometa pode ser descoberto fotograficamente usando um [[telescópio]] de grande abertura ou visualmente com um [[binóculo]]. Entretanto, mesmo sem ter acesso a equipamento ópticos, ainda é possível ao astrônomo amador descobrir um cometa rasante baixando imagens acumuladas por algum observatório em órbita como a [[Sonda Soho]].<ref name="soho">
{{artigo principal|Cometa perdido}}
{{citar web
Vários cometas periódicos descobertos em décadas anteriores ou em séculos anteriores são agora [[cometas perdidos]]. Suas [[órbita]]s nunca foram conhecidas o suficiente para prever aparições futuras ou os cometas se desintegraram. No entanto, ocasionalmente, um "novo" cometa é descoberto e o cálculo de sua órbita mostra que ele é um antigo cometa "perdido". Um exemplo é o Cometa [[11P/Tempel-Swift-LINEAR]], descoberto em 1869, mas não observável depois de 1908 por causa das perturbações de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]]. Não foi encontrado novamente até ser acidentalmente redescoberto pelo [[Lincoln Near-Earth Asteroid Research]] (LINEAR) em 2001.<ref name="kronk">{{citar web|último =Kronk |primeiro =Gary W. |título=11P/Tempel–Swift–LINEAR |url=http://cometography.com/pcomets/011p.html |obra=Gary W. Kronk's Cometography |acessodata=27 de abril de 2009}}</ref> Existem pelo menos 18 cometas que se enquadram nesta categoria.<ref name="Meyer">{{citar web|url=http://www.comethunter.de/lost.html |título=Lost periodic comets |obra=The Catalogue of Comet Discoveries |último =Meyer |primeiro =M. |data=2013 |acessodata=18 de julho de 2015}}</ref>
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|título=Getting Started--SOHO Comet Hunting Techniques/Instructions
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}}
</ref>


== Na cultura popular ==
Cometas visíveis a olho nu são bem pouco frequentes, mas cometas que ficam bem visíveis em telescópios de amadores (50 mm a 100 cm) acontecem com bastante frequência—geralmente várias vezes por ano, ocasionalmente com mais de um visível no céu ao mesmo tempo. Os programas astronômicos disponíveis podem desenhar a órbita destes cometas conhecidos. Entretanto, de noite para noite, eles podem se mover vários graus, que é a razão pela qual os observadores acham útil ter um mapa do céu como o que está ilustrado.
{{VT|Cometas na ficção|Categoria:Eventos de impacto na ficção}}
A representação de cometas na [[cultura popular]] está firmemente enraizada na longa tradição ocidental de ver os cometas como arautos da desgraça e como presságios de mudanças que alteram o mundo.<ref name="Van Riper 29">{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=JADiKdzkJqsC&pg=PA27 |páginas=27–29 |título=Science in Popular Culture: A Reference Guide |isbn=978-0-313-31822-1 |último1 =Bowdoin Van Riper |primeiro1 =A |data=2002}}</ref> O [[Cometa Halley]] sozinho causou uma série de publicações sensacionalistas de todos os tipos em cada uma de suas reaparições. Foi especialmente observado que o nascimento e a morte de algumas pessoas notáveis coincidiram com aparições separadas do cometa, como os escritores [[Mark Twain]] (que corretamente especularam que ele "sairia com o cometa" em 1910)<ref name="Van Riper 29" /> e [[Eudora Welty]], a cuja vida [[Mary Chapin Carpenter]] dedicou a canção "[[Halley Came to Jackson]]".<ref name="Van Riper 29" />


No passado, cometas brilhantes costumavam inspirar pânico e histeria na população em geral, sendo considerados maus presságios. Mais recentemente, durante a passagem do Cometa Halley em 1910, a [[Terra]] passou pela [[Cauda cometária|cauda]] do cometa, e reportagens de jornais errôneas inspiraram o medo de que o [[cianogênio]] na cauda pudesse envenenar milhões,<ref>{{citar web|último =Ridpath |primeiro =Ian |autorlink =Ian Ridpath |título=Awaiting the Comet |obra=A brief history of Halley's Comet |url=http://www.ianridpath.com/halley/halley11.htm |data=3 de julho de 2008 |acessodata=15 de agosto de 2013}}</ref> enquanto o aparecimento do cometa [[Hale-Bopp]] em 1997 desencadeou o [[suicídio coletivo]] do culto [[Heaven's Gate (seita)|Heaven's Gate]].<ref>{{citar jornal|primeiro =B. Drummond |último =Ayres Jr |título=Families Learning of 39 Cultists Who Died Willingly |url=https://www.nytimes.com/1997/03/29/us/families-learning-of-39-cultists-who-died-willingly.html |citação=According to material the group posted on its Internet site, the timing of the suicides were probably related to the arrival of the Hale–Bopp comet, which members seemed to regard as a cosmic emissary beckoning them to another world |obra=[[The New York Times]] |data=29 de março de 1997 |acessodata=20 de agosto de 2013}}</ref>
O tipo de imagem apresentada pelo cometa depende de sua composição e do quão perto ele chega do Sol. Como a volatilidade do material cometário diminui conforme ele fica mais distante do Sol, o cometa fica cada vez mais difícil de observar como função não apenas da distância, mas da diminuição progressiva e eventual desaparecimento de sua cauda e dos elementos refletivos que ela carrega. Os cometas são mais interessantes quando seu núcleo é brilhante e eles apresentam uma longa cauda, que para ser vista às vezes exige um campo grande de vista melhor provido pro telescópios menores. Desta forma, muitos instrumentos amadores grandes (aberturas de 25 cm ou maior) que possuem um alcance maior para luz mais fraca não necessariamente conferem vantagem na hora de ver cometas. A oportunidade para ver cometas espetaculares com instrumentos de abertura relativamente pequena, no intervalo de 8 cm a 15 cm é mais frequente do que se poderia pensar a partir da pouca atenção que eles recebem da imprensa.


Na [[ficção científica]], o [[Evento de impacto|impacto dos cometas]] foi descrito como uma ameaça superada pela tecnologia e heroísmo (como nos filmes ''[[Impacto Profundo]]'' e [[Armageddon (filme)|''Armageddon'']] de 1998), ou como um gatilho do apocalipse global (''[[Lucifer's Hammer]]'', 1979) ou [[zumbi]]s (''[[Night of the Comet]]'', 1984).<ref name="Van Riper 29" /> Em ''[[Hector Servadac]]'', de [[Júlio Verne]], um grupo de pessoas está preso em um cometa orbitando o [[Sol]], enquanto uma grande expedição espacial tripulada visita o Cometa Halley no romance ''[[2061: Odyssey Three]]'' de [[Arthur C. Clarke]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.latimes.com/archives/la-xpm-1987-12-06-bk-26609-story.html |título=The View From Halley's Comet – 2061: Odyssey Three by Arthur C. Clarke |obra=Los Angeles Times |último =Brin |primeiro =David |data=6 de dezembro de 1987}}</ref>
Em resumo, ao longo do ano sempre existem cometas para serem observados. No entanto muitos deles possuem brilho fraco, que só pode ser detectados através de instrumentos com objectiva superior a 20 cm. Quando um cometa atinge magnitude 10, ele já pode ser visível através de instrumentos com abertura de 15 cm. Cometas com magnitude visual entre 5 e 9 são observados por meio de binóculos. Já os cometas mais brilhantes que magnitude 5 podem ser vistos a olho nu, mas deve-se ter o cuidado de escolher locais longe da poluição luminosa das grandes cidades para poder detectar o cometa. Em séculos passados os cometas eram muito bem observados pelo fato de não haver poluição luminosa. Era possível observar cometas a olho nu no centro de Paris, por exemplo, onde há o Observatório nesta cidade. Atualmente mesmo os cometas mais brilhantes tem seu brilho ofuscado pelas luzes das cidades.


== Galeria ==
== Cometas na cultura popular ==
<gallery mode="packed" heights="175">
[[Ficheiro:Comet McNaught at Paranal.jpg|right|thumb|[[Cometa McNaught]], o primeiro grande cometa do século XXI.]]
Imagem:Comet_C2020F3_NEOWISE_over_California_desert_landscape.png|[[C/2020 F3 (NEOWISE)|Cometa C/2020 F3 NEOWISE]]
A maneira que os cometas são representados na [[cultura popular]] está firmemente ligada à longa tradição ocidental de vê-los como mensageiros da destruição e como presságios de mudanças mundiais.<ref name="Van Riper 29">
Imagem:Comet P1 McNaught02 - 23-01-07-edited.jpg|Cometa [[Cometa McNaught|C/2006 P1 (McNaught)]] fotografado em [[Victoria (Australia)|Victoria]], [[Austrália]], 2007
{{citar livro
Imagem:Great Comet of 1882.jpg|[[Grande Cometa de 1882]] é membro do [[Cometas rasantes Kreutz|grupo Kreutz]]
|último =Van Riper |primeiro =A. B.
Imagem:Great Comet 1861.jpg|[[C/1861 J1|Grande Cometa de 1861]]
|título=Science in popular culture: a reference guide
Imagem:X-rays from Hyakutake.jpg|[[Cometa Hyakutake]] (satélite [[ROSAT]], [[raio-X]])
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Imagem:Asteroid P2013 P5 v2.jpg|"[[Asteroide ativo]]" [[P/2013 P5|311P/PANSTARRS]] com várias [[Cauda cometária|caudas]]<ref>{{citar web|url=https://hubblesite.org/contents/news-releases/2013/news-2013-52.html |título=NASA's Hubble Sees Asteroid Spout Six Comet-like Tails |publicado=NASA |website=Hubblesite.org |data=7 de novembro de 2013 |acessodata=21 de novembro de 2019}}</ref>
|publicado=[[Greenwood Press]]
Imagem:NASA-14090-Comet-C2013A1-SidingSpring-Hubble-20140311.jpg|[[C/2013 A1|Cometa Siding Spring]] ([[Telescópio Espacial Hubble|Hubble]]; 11 de março de 2014)
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Imagem:Comets WISE.jpg|Mosaico de 20 cometas descobertos pelo telescópio espacial [[Wide-field Infrared Survey Explorer|WISE]]
|isbn=0313318220
Imagem:PIA22419-Neowise-1stFourYearsDataFromDec2013-20180420.gif|[[NEOWISE]], primeiros quatro anos de dados a partir de dezembro de 2013
}}</ref> O [[Cometa Halley]] sozinho causou publicações temerosas ou excitadas de todos os tipos em cada uma das vezes que apareceu. Tem sido especialmente notado que o nascimento e morte de alguma personalidade notável coincide com aparecimentos separados do cometa, como o escritor [[Mark Twain]] (que especulou corretamente que ele "iria embora com o cometa" em 1910)<ref name="Van Riper 29" /> e [[Eudora Welty]], à cuja vida [[Mary Chapin Carpenter]] dedicou a música ''[[Halley Came to Jackson]]''.<ref name="Van Riper 29" />
Imagem:Lovejoy-hi1a srem dec12 14.gif|[[C/2011 W3 (Lovejoy)]] indo para o [[Sol]]
Imagem:ITS Impact.gif|Vista do impactador em seus últimos momentos antes de atingir o Cometa [[9P/Tempel 1]] durante a missão [[Deep Impact (sonda espacial)|''Deep Impact'']]
</gallery>


;Vídeos
Na [[ficção científica]], o impacto de cometas tem sido apresentado como uma ameaça a ser vencida pela tecnologia e heroísmo (''[[Deep Impact (filme)]]'', 1998), ou como o gatilho de um [[Cenário apocalíptico|apocalipse global]] (''[[Lucifer's Hammer]]'', 1979) ou por [[apocalipse zumbi|hordas de zumbis]] (''[[Night of the Comet]]'', 1984).<ref name="Van Riper 29" /> Quase impactos foram usados por [[Júlio Verne]] em ''[[Off on a Comet]]'' e [[Tove Jansson]] em ''[[Comet in Moominland]]'', enquanto uma expedição humana visita o Cometa Halley na novela de [[Arthur C. Clarke]] ''[[2061: Odisseia três]]''.
<gallery mode="packed" heights="175">
Imagem:NASA Developing Comet Harpoon for Sample Return.ogv|A [[NASA]] está desenvolvendo um arpão de cometa para devolver amostras à [[Terra]]
Imagem:Encke tail rip off.ogg|O [[Cometa Encke]] perdendo a [[Cauda cometária|cauda]]
</gallery>


== Ver também ==
== Veja também ==
* [[The Big Splash (livro)|''The Big Splash'']]
* [[Lista de cometas periódicos]]
* [[Lista de cometas não periódicos]]
* [[Safras de cometas]]
* [[Sondas para cometas e asteroides]]
* [[Lista de crateras de impacto na Terra]]
* [[Lista de possíveis estruturas de impacto na Terra]]
* [[Listas de cometas]]


== Referências ==
{{referências}}
'''Notas de rodapé'''
{{notelist}}

'''Citações'''
{{Reflist}}

=== Bibliografia ===
* {{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LhkoowKFaTsC |título=Comet |publicado=Random House |local=New York |primeiro1 =Carl |último1 =Sagan |author-link1=Carl Sagan |primeiro2 =Ann |último2 =Druyan |author-link2=Ann Druyan |name-list-style=amp |ano=1997 |isbn=978-0-3078-0105-0 }}

== Leitura adicional ==
* {{citar livro|título=Comets, Popular Culture, and the Birth of Modern Cosmology |publicado=[[Princeton University Press]] |primeiro =Sara J. |último =Schechner |data=1997 |isbn=978-0-691-01150-9}}
* {{citar livro|título=Introduction to Comets |publicado=[[Cambridge University Press]] |primeiro1 =John C. |último1 =Brandt |primeiro2 =Robert D. |último2 =Chapman |name-list-style=amp |edição=2nd |data=2004 |isbn=978-0-521-80863-7}}


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
* {{curlie|Science/Astronomy/Solar_System/Small_Bodies/Comets/|Comets}}
* [http://www.1minutoastronomia.org/?p=101 1 Minuto de Astronomia: Cometas]
* [https://solarsystem.nasa.gov/small-bodies/comets/overview/ Comets] at NASA's Solar System Exploration
* {{link|en|2=http://www.heavens-above.com/|3=Comets currently brighter than magnitude 10}}
* [http://www.icq.eps.harvard.edu/ International Comet Quarterly] by Harvard University
* {{link|en|2=http://www.aerith.net/comet/weekly/current.html|3=Weekly Information about Bright Comets}}
* [http://smallbodies.ru/en/ Catalogue of the Solar System Small Bodies Orbital Evolution]
* [https://web.archive.org/web/20110925222704/http://costeira1.astrodatabase.net/cometa/dez.htm Datas históricas na observação de cometas]
* [https://nationalmaglab.org/education/magnet-academy/watch-play/demos/make-a-comet Science Demos: Make a Comet] by the [[National High Magnetic Field Laboratory]]
* [https://bibnum.obspm.fr/exhibits/show/cometes Comets: from myths to reality], exhibition on [[Paris Observatory]] digital library


{{Cometas}}
{{Corpos menores do Sistema Solar}}
{{Corpos menores do Sistema Solar}}
{{controle de autoridade}}
{{sistema solar}}

[[Categoria:Cometas| ]]
[[Categoria:Cometas| ]]
[[Categoria:Objetos astronômicos conhecidos desde a antiguidade]]
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[[Categoria:Gelo]]
[[Categoria:Água extraterrestre]]

Revisão das 17h48min de 23 de setembro de 2021

 Nota: Para outros significados, veja Cometa (desambiguação).
Comet Tempel collides with Deep Impact's impactor
Comet 67P/Churyumov–Gerasimenko orbited by Rosetta
Comet 17P/Holmes and its blue ionized tail
Comet Wild 2 visited by Stardust probe
Hale–Bopp seen from Croatia in 1997
Comet Lovejoy seen from orbit
Cometas – núcleo, coma e cauda:

Um cometa é um pequeno corpo gelado do Sistema Solar que, ao passar perto do Sol, aquece e começa a liberar gases, processo que é chamado de desgaseificação. Isso produz uma atmosfera visível ou coma e, às vezes, também uma cauda. Esses fenômenos são devidos aos efeitos da radiação solar e da ação do vento solar sobre o núcleo do cometa. Os núcleos dos cometas variam de algumas centenas de metros a dezenas de quilômetros de diâmetro e são compostos de coleções soltas de gelo, poeira e pequenas partículas rochosas. O coma pode ter até 15 vezes o diâmetro da Terra, enquanto a cauda pode esticar além de uma unidade astronômica. Se suficientemente brilhante, um cometa pode ser visto da Terra sem o auxílio de um telescópio e pode subtender um arco de 30° (60 Luas) no céu. Os cometas foram observados e registrados desde os tempos antigos por muitas culturas e religiões.

Os cometas geralmente têm órbitas elípticas altamente excêntricas e uma ampla gama de períodos orbitais, variando de vários anos a potencialmente vários milhões de anos. Os cometas de curto período se originam no cinturão de Kuiper ou em seu disco espalhado associado, que fica além da órbita de Netuno. Acredita-se que os cometas de longo período se originem na nuvem de Oort, uma nuvem esférica de corpos gelados que se estende de fora do cinturão de Kuiper até a metade do caminho para a estrela mais próxima.[1] Cometas de longo período são colocados em movimento em direção ao Sol a partir da nuvem de Oort por perturbações gravitacionais causadas pela passagem de estrelas e pela maré galáctica. Os cometas hiperbólicos podem passar uma vez pelo Sistema Solar interno antes de serem lançados no espaço interestelar. O aparecimento de um cometa é denominado aparição.

Os cometas se distinguem dos asteroides pela presença de uma atmosfera estendida, gravitacionalmente não-ligada, em torno de seu núcleo central. Essa atmosfera tem partes denominadas coma (a parte central imediatamente ao redor do núcleo) e cauda (uma seção tipicamente linear que consiste em poeira ou gás expelido do coma pela leve pressão do Sol ou pelo plasma do vento solar excedente). No entanto, cometas extintos que passaram perto do Sol muitas vezes perderam quase todo o seu gelo volátil e poeira e podem vir a se parecer com pequenos asteroides.[2] Pensa-se que os asteroides têm uma origem diferente dos cometas, tendo-se formado dentro da órbita de Júpiter, e não no Sistema Solar exterior.[3][4] A descoberta de cometas do cinturão principal e de planetas menores centauros ativos turvou a distinção entre asteroides e cometas. No início do século XXI, a descoberta de alguns corpos menores com órbitas de cometas de longo período, mas com características de asteroides do Sistema Solar interno, foram chamados de cometas Manx. Eles ainda são classificados como cometas, como C/2014 S3 (PANSTARRS).[5] 27 cometas Manx foram encontrados de 2013 a 2017.[6]

Em abril de 2021, havia 4.595 cometas conhecidos,[7] um número que aumenta constantemente à medida que mais são descobertos. No entanto, isso representa apenas uma pequena fração da população potencial total de cometas, já que o reservatório de corpos semelhantes a cometas no Sistema Solar externo (na nuvem de Oort) é estimado em 1 trilhão.[8][9] Aproximadamente um cometa por ano é visível a olho nu, embora muitos deles sejam tênues e nada espetaculares.[10] Exemplos particularmente brilhantes são chamados de "grandes cometas". Os cometas foram visitados por sondas não tripuladas como a Rosetta da Agência Espacial Europeia, que se tornou a primeira a pousar uma espaçonave robótica em um cometa,[11] e a Deep Impact da NASA, que explodiu uma cratera no cometa Tempel 1 para estudar seu interior.

Etimologia

Um cometa foi mencionado na Crônica Anglo-Saxônica que supostamente apareceu em 729 d.C.

A palavra cometa deriva do inglês antigo cometa do latim comēta ou comētēs. Isso, por sua vez, é uma romanização do grego antigo κομήτης 'usar cabelo comprido', e o Oxford English Dictionary observa que o termo (ἀστὴρ) κομήτης já significava 'cometa, estrela de cabelo comprido' em grego. Κομήτης era derivado de κομᾶν (koman) 'usar o cabelo comprido', que por sua vez era derivado de κόμη (komē) 'o cabelo da cabeça' e era usado para significar 'a cauda de um cometa'.[12][13]

O símbolo astronômico para cometas (representado em Unicode) é U+2604 COMET, que consiste em um pequeno disco com três extensões semelhantes a fios de cabelo.[14]

Características físicas

Diagrama mostrando as características físicas de um cometa. a) Núcleo, b) Coma, c) Cauda de gás/íon d) Cauda de poeira, e) Envoltório de hidrogênio, f) Movimento do Cometa g) Direção ao Sol

Núcleo

Núcleo do 103P/Hartley conforme imageado durante o sobrevoo de uma sonda espacial. O núcleo tem cerca de 2 km de comprimento
Ver artigo principal: Núcleo cometário

A estrutura sólida central de um cometa é conhecida como núcleo. Os núcleos cometários são compostos de uma amálgama de rocha, poeira, gelo de água e dióxido de carbono congelado, monóxido de carbono, metano e amônia.[15] Como tal, são popularmente descritos como "bolas de neve sujas", em homenagem ao modelo de Fred Whipple.[16] Os cometas com alto teor de poeira são chamados de "bolas de sujeira geladas".[17] O termo "bolas de sujeira geladas" surgiu após a observação da colisão do Cometa 9P/Tempel 1 com uma sonda "impactadora" enviada pela missão Deep Impact da NASA em julho de 2005. Pesquisa realizada em 2014 sugere que os cometas são como "sorvete frito", em que suas superfícies são formadas por gelo cristalino denso misturado com compostos orgânicos, enquanto o gelo interior é mais frio e menos denso.[18]

A superfície do núcleo é geralmente seca, empoeirada ou rochosa, sugerindo que os gelos estão escondidos sob uma crosta superficial com vários metros de espessura. Além dos gases já mencionados, os núcleos contêm uma variedade de compostos orgânicos, que podem incluir metanol, cianeto de hidrogênio, formaldeído, etanol, etano e talvez moléculas mais complexas, como hidrocarbonetos de cadeia longa e aminoácidos.[19][20] Em 2009, foi confirmado que o aminoácido glicina foi encontrado na poeira do cometa recuperada pela missão Stardust da NASA.[21] Em agosto de 2011, um relatório, baseado em estudos da NASA de meteoritos encontrados na Terra, foi publicado sugerindo que componentes de DNA e RNA (adenina, guanina e moléculas orgânicas relacionadas) podem ter sido formados em asteroides e cometas.[22][23]

O cometa Borrelly exibe jatos, mas não tem gelo na superfície

As superfícies externas dos núcleos cometários têm um albedo muito baixo, tornando-os um dos objetos menos refletivos encontrados no Sistema Solar. A sonda espacial Giotto descobriu que o núcleo do cometa Halley (1P/Halley) reflete cerca de 4% da luz que incide sobre ele,[24] e Deep Space 1 descobriu que a superfície do cometa Borrelly reflete menos de 3%;[24] em comparação, o asfalto reflete 7%. O material escuro da superfície do núcleo pode consistir em compostos orgânicos complexos. O aquecimento solar expulsa os compostos voláteis mais leves, deixando para trás compostos orgânicos maiores que tendem a ser muito escuros, como o alcatrão ou o petróleo. A baixa refletividade das superfícies cometárias faz com que absorvam o calor que impulsiona seus processos de desgaseificação.[25]

Núcleos de cometas com raios de até 30 km foram observados,[26] mas determinar seu tamanho exato é difícil.[27] O núcleo do 322P/SOHO provavelmente tem apenas 100 a 200 metros de diâmetro.[28] A falta de cometas menores sendo detectados, apesar do aumento da sensibilidade dos instrumentos, levou alguns a sugerir que há uma falta real de cometas menores que 100 metros de diâmetro.[29] Estima-se que cometas conhecidos tenham uma densidade média de 0.6 g/cm3.[30] Devido à sua baixa massa, os núcleos dos cometas não se tornam esféricos sob sua própria gravidade e, portanto, têm formas irregulares.[31]

O cometa 81P/Wild exibe jatos no lado claro e no lado escuro, relevo total e está seco

Acredita-se que cerca de 6% dos asteroides próximos à Terra sejam núcleos extintos de cometas que não sofrem mais liberação de gases,[32] incluindo 14827 Hypnos e 3552 Don Quixote.

Os resultados das sondas Rosetta e Philae mostram que o núcleo do 67P/Churyumov-Gerasimenko não tem campo magnético, o que sugere que o magnetismo pode não ter desempenhado um papel na formação inicial dos planetesimais.[33][34] Além disso, o espectrógrafo ALICE na Rosetta determinou que os elétrons, dentro de 1 km acima do núcleo cometário) produzidos a partir da fotoionização de moléculas de água por radiação solar, e não fótons do Sol como se pensava anteriormente, são responsáveis pela degradação da água e moléculas de dióxido de carbono liberadas do núcleo cometário em seu coma.[35][36] Instrumentos na sonda Philae encontraram pelo menos 16 compostos orgânicos na superfície do cometa, 4 dos quais (acetamida, acetona, isocianato de metila e propanal) foram detectados pela primeira vez em um cometa.[37][38][39]

Propriedades de alguns cometas
Nome Dimensões
(km)
Densidade
(g/cm3)
Massa
(kg)[40]
Refs
Cometa Halley 15 × 8 × 8 0.6 3×1014 [41][42]
9P/Tempel 1 7.6 × 4.9 0.62 7.9×1013 [30][43]
19P/Borrelly 8 × 4 × 4 0.3 2.0×1013 [30]
81P/Wild 5.5 × 4.0 × 3.3 0.6 2.3×1013 [30][44]
67P/Churyumov-Gerasimenko 4.1 × 3.3 × 1.8 0.47 1.0×1013 [45][46]

Coma

Imagem do Hubble do cometa ISON pouco antes do periélio.[47]
Ver artigo principal: Coma cometária

As correntes de poeira e gás assim liberadas formam uma atmosfera enorme e extremamente fina ao redor do cometa, chamada de "coma". A força exercida no coma pela pressão de radiação do Sol e pelo vento solar faz com que uma enorme "cauda" se forme apontando para longe do Sol.[48]

O coma geralmente é feito de água e poeira, com a água constituindo até 90% dos voláteis que saem do núcleo quando o cometa está dentro de 3 a 4 unidades astronômicas (450 milhões a 600 milhões de km) do Sol.[49] A molécula-mãe H
2
O
é destruída principalmente por meio da fotodissociação e, em uma extensão muito menor, da fotoionização, com o vento solar desempenhando um papel menor na destruição da água em comparação com a fotoquímica.[49] Partículas de poeira maiores são deixadas ao longo do caminho orbital do cometa, enquanto partículas menores são empurradas do Sol para a cauda do cometa pela pressão da luz.[50]

Embora o núcleo sólido dos cometas tenha geralmente menos de 60 km de diâmetro, a coma pode ter milhares ou milhões de km de diâmetro, às vezes tornando-se maior do que o Sol.[51] Por exemplo, cerca de um mês após uma explosão em outubro de 2007, o cometa 17P/Holmes teve brevemente uma tênue atmosfera de poeira maior do que o Sol.[52] O Grande Cometa de 1811 também teve um coma com aproximadamente o diâmetro do Sol.[53] Embora o coma possa se tornar muito grande, seu tamanho pode diminuir no momento em que cruza a órbita de Marte, a cerca de 1.5 unidade astronômica (220 milhões de km) do Sol.[53] A essa distância, o vento solar se torna forte o suficiente para soprar o gás e a poeira para longe do coma e, com isso, aumentar a cauda.[53] Observou-se que caudas de íons se estendem por uma unidade astronômica (150 milhões de km) ou mais.[52]

C/2006 W3 (Chistensen) emitindo gás carbônico (imagem IR)

Tanto o coma quanto a cauda são iluminadas pelo Sol e podem se tornar visíveis quando um cometa passa pelo Sistema Solar interno, a poeira reflete a luz solar diretamente enquanto os gases brilham por ionização.[54] A maioria dos cometas é tênue demais para ser visível sem o auxílio de um telescópio, mas alguns poucos a cada década tornam-se brilhantes o suficiente para serem visíveis a olho nu.[55] Ocasionalmente, um cometa pode experimentar uma explosão enorme e repentina de gás e poeira, durante a qual o tamanho do coma aumenta muito por um período de tempo. Isso aconteceu em 2007 com o cometa 17P/Holmes.[56]

Em 1996, descobriu-se que os cometas emitiam raios-X.[57] Isso surpreendeu muito os astrônomos, porque a emissão de raios-X geralmente está associada a corpos com temperaturas muito altas. Os raios-X são gerados pela interação entre cometas e o vento solar: quando íons do vento solar altamente carregados voam através de uma atmosfera cometária, eles colidem com átomos e moléculas cometárias, "roubando" um ou mais elétrons do átomo em um processo chamado "troca de carga". Essa troca ou transferência de um elétron para o íon do vento solar é seguida por sua desexcitação para o estado fundamental do íon pela emissão de raios-X e fótons ultravioleta distantes.[58]

Choque em arco

Ver artigo principal: Choque em arco

Os choques em arco se formam como resultado da interação entre o vento solar e a ionosfera cometária, que é criada pela ionização de gases do coma. À medida que o cometa se aproxima do Sol, as taxas crescentes de liberação de gases causam a expansão do coma e a luz do Sol ioniza os gases no coma. Quando o vento solar passa por esse coma de íons, surge o choque em arco.

As primeiras observações foram feitas nas décadas de 1980 e 1990, quando várias sondas sobrevoavam pelos cometas 21P/Giacobini-Zinner,[59] 1P/Halley,[60] e 26P/Grigg-Skjellerup.[61] Descobriu-se então que os choques em arco em cometas são mais largos e mais graduais do que os choques em arco planetários agudos vistos, por exemplo, na Terra. Todas essas observações foram feitas perto do periélio, quando os choques em arco já estavam totalmente desenvolvidos.

A sonda espacial Rosetta observou o choque em arco no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em um estágio inicial do desenvolvimento do choque em arco, quando a liberação de gás aumentou durante a jornada do cometa em direção ao Sol. Este choque em arco jovem foi chamado de "choque em arco infantil". O choque em arco infantil é assimétrico e, em relação à distância ao núcleo, mais largo do que os choques em arco totalmente desenvolvidos.[62]

Cauda

Ver artigo principal: Cauda cometária
Direção típica das caudas durante a órbita de um cometa perto do Sol

No Sistema Solar exterior, os cometas permanecem congelados e inativos e são extremamente difíceis ou impossíveis de detectar da Terra devido ao seu pequeno tamanho. Detecções estatísticas de núcleos de cometas inativos no cinturão de Kuiper foram relatadas a partir de observações do Telescópio Espacial Hubble,[63][64] mas essas detecções foram questionadas.[65][66] Conforme um cometa se aproxima do Sistema Solar interno, a radiação solar faz com que os materiais voláteis dentro do cometa vaporizem e fluam para fora do núcleo, levando a poeira com eles.

Cada um dos fluxos de poeira e gás formam sua própria cauda distinta, apontando em direções ligeiramente diferentes. A cauda de poeira é deixada para trás na órbita do cometa de tal maneira que frequentemente forma uma cauda curva chamada de tipo II ou cauda de poeira.[54] Ao mesmo tempo, o íon ou cauda do tipo I, feito de gases, sempre aponta diretamente para longe do Sol porque esse gás é mais fortemente afetado pelo vento solar do que a poeira, seguindo as linhas do campo magnético ao invés de uma trajetória orbital.[67] Em ocasiões, como quando a Terra passa pelo plano orbital de um cometa, a anticauda, apontando na direção oposta às caudas de íons e poeira, pode ser visto.[68]

Diagrama de um cometa mostrando a trilha de poeira, a cauda de poeira e a cauda de gás iônico formada pelo vento solar

A observação de anticaudas contribuiu significativamente para a descoberta do vento solar.[69] A cauda de íons é formada como resultado da ionização por radiação ultravioleta solar de partículas do coma. Uma vez que as partículas tenham sido ionizadas, elas atingem uma carga elétrica positiva líquida, que por sua vez dá origem a uma "magnetosfera induzida" ao redor do cometa. O cometa e seu campo magnético induzido formam um obstáculo para o fluxo de partículas do vento solar. Como a velocidade orbital relativa do cometa e do vento solar é supersônica, um choque em arco é formado a montante do cometa na direção do fluxo do vento solar. Neste choque em arco, grandes concentrações de íons cometários (chamados de "íons de coleta") se reúnem e agem para "carregar" o campo magnético solar com plasma, de forma que as linhas de campo "caiam" ao redor do cometa formando a cauda do íon.[70]

Se o carregamento da cauda do íon for suficiente, as linhas do campo magnético são comprimidas até o ponto onde, a alguma distância ao longo da cauda do íon, ocorre a reconexão magnética. Isso leva a um "evento de desconexão da cauda".[70] Isso foi observado em várias ocasiões, um evento notável foi registrado em 20 de abril de 2007, quando a cauda de íons do cometa Encke foi completamente cortada enquanto o cometa passava por uma ejeção de massa coronal. Este evento foi observado pela sonda espacial STEREO.[71]

Em 2013, os cientistas da Agência Espacial Europeia relataram que a ionosfera do planeta Vênus flui para fora de uma maneira semelhante à cauda de íons vista fluindo de um cometa em condições semelhantes".[72][73]

Jatos

Jatos de gás e neve do 103P/Hartley

O aquecimento desigual pode fazer com que gases recém-gerados saiam de um ponto fraco na superfície do núcleo do cometa, como um gêiser.[74] Esses fluxos de gás e poeira podem fazer com que o núcleo gire e até mesmo se divida.[74] Em 2010, foi revelado que o gelo seco (dióxido de carbono congelado) pode alimentar jatos de material que fluem para fora do núcleo de um cometa.[75] Imagens infravermelhas do 103P/Hartley mostram esses jatos saindo e carregando grãos de poeira para o coma.[76]

Características orbitais

A maioria dos cometas são pequenos corpos do Sistema Solar com órbitas elípticas alongadas que os levam para perto do Sol em uma parte de sua órbita e depois para os confins do Sistema Solar no restante.[77] Os cometas são frequentemente classificados de acordo com a duração de seus períodos orbitais: Quanto mais longo for o período, mais alongada será a elipse.

Curto período

Cometas periódicos ou cometas de curto período são geralmente definidos como aqueles que têm períodos orbitais de menos de 200 anos.[78] Eles geralmente orbitam mais ou menos no plano da eclíptica na mesma direção que os planetas.[79] Suas órbitas normalmente os levam para a região dos planetas externos (Júpiter e além) no afélio; por exemplo, o afélio do cometa Halley está um pouco além da órbita de Netuno. Os cometas cujos afélios estão próximos à órbita de um planeta importante são chamados de "família".[80] Acredita-se que tais famílias surjam do planeta capturando cometas de período longo em órbitas mais curtas.[81]

No extremo do período orbital mais curto, o cometa Encke tem uma órbita que não atinge a órbita de Júpiter e é conhecido como um cometa do tipo Encke. Cometas de curto período com períodos orbitais menores que 20 anos e baixas inclinações (até 30 graus) para a eclíptica são chamados tradicionalmente de cometas da família de Júpiter (JFC).[82][83] Aqueles como o cometa Halley, com períodos orbitais entre 20 e 200 anos e inclinações que vão de zero a mais de 90 graus, são chamados de cometas do tipo Halley (HTC).[84][85] Em 2020, 91 HTC foram observados,[86] em comparação com 691 JFC identificados.[87]

Os cometas do cinturão principal recentemente descobertos formam uma classe distinta, orbitando em órbitas mais circulares dentro do cinturão de asteroides.[88]

Como suas órbitas elípticas frequentemente os levam para perto dos planetas gigantes, os cometas estão sujeitos a outras perturbações gravitacionais.[89] Cometas de curto período têm uma tendência de seus afélios coincidirem com o semieixo maior de um planeta gigante, com os JFC sendo o maior grupo.[83] É claro que os cometas vindos da nuvem de Oort frequentemente têm suas órbitas fortemente influenciadas pela gravidade de planetas gigantes como resultado de um encontro próximo. Júpiter é a fonte das maiores perturbações, tendo mais de duas vezes a massa de todos os outros planetas combinados. Essas perturbações podem desviar cometas de longo período para períodos orbitais mais curtos.[90][91]

Com base em suas características orbitais, acredita-se que os cometas de curto período se originem dos centauros e do cinturão de Kuiper/disco disperso,[92] um disco de objetos na região transnetuniana, ao passo que acredita-se que a fonte dos cometas de longo período ser a nuvem de Oort, muito mais distante (em homenagem ao astrônomo holandês Jan Hendrik Oort, que hipotetizou sua existência).[93] Acredita-se que grandes enxames de corpos semelhantes a cometas orbitam o Sol nessas regiões distantes em órbitas aproximadamente circulares. Ocasionalmente, a influência gravitacional dos planetas externos (no caso dos objetos do cinturão de Kuiper) ou estrelas próximas (no caso dos objetos da nuvem de Oort) pode lançar um desses corpos em uma órbita elíptica que o leva para dentro em direção ao Sol para formar um visível cometa. Ao contrário do retorno de cometas periódicos, cujas órbitas foram estabelecidas por observações anteriores, o aparecimento de novos cometas por esse mecanismo é imprevisível.[94] Quando lançados na órbita do Sol, e sendo continuamente arrastados em sua direção, toneladas de matéria são retiradas dos cometas que influenciam grandemente sua vida útil; quanto mais despojado, menos eles vivem e vice-versa.[95]

Longo período

Órbitas do cometa Kohoutek (vermelho) e da Terra (azul), ilustrando a alta excentricidade de sua órbita e seu rápido movimento quando próximo ao Sol

Os cometas de longo período têm órbitas altamente excêntricas e períodos que variam de 200 anos a milhares ou mesmo milhões de anos.[96] Uma excentricidade maior que 1 quando perto do periélio não significa necessariamente que um cometa deixará o Sistema Solar.[97] Por exemplo, o cometa McNaught tinha uma excentricidade osculante heliocêntrica de 1.000019 perto de sua época de passagem no periélio em janeiro de 2007, mas está ligado ao Sol com uma órbita de aproximadamente 92.600 anos porque a excentricidade cai abaixo de 1 conforme ele se afasta do Sol. A futura órbita de um cometa de longo período é obtida apropriadamente quando a órbita osculante é computada em uma época após deixar a região planetária e é calculada em relação ao centro de massa do Sistema Solar. Por definição, os cometas de longo período permanecem gravitacionalmente ligados ao Sol; aqueles cometas que são ejetados do Sistema Solar devido a passagens fechadas por planetas principais não são mais considerados apropriadamente como tendo "períodos". As órbitas dos cometas de longo período os levam muito além dos planetas externos em afélio, e o plano de suas órbitas não precisa ficar perto da eclíptica. Cometas de longo período como C/1999 F1 e C/2017 T2 podem ter distâncias de afélio de quase 70.000 UA (1.1 anos-luz) com períodos orbitais estimados em torno de 6 milhões de anos.

Cometas de aparição única ou não-periódicos são semelhantes aos cometas de longo período porque eles também têm trajetórias parabólicas ou ligeiramente hiperbólicas[96] quando próximos ao periélio no Sistema Solar interno. No entanto, as perturbações gravitacionais de planetas gigantes fazem com que suas órbitas mudem. Os cometas de aparição única têm uma órbita osculante hiperbólica ou parabólica que lhes permite sair permanentemente do Sistema Solar após uma única passagem do Sol.[98] A Esfera de Hill do Sol tem um limite máximo instável de 230.000 UA (3.6 anos-luz).[99] Apenas algumas centenas de cometas foram vistos atingindo uma órbita hiperbólica (e > 1) quando perto do periélio[100] que o uso de um melhor ajuste heliocêntrico não perturbado de dois-corpos sugere que eles podem escapar do Sistema Solar.

Em 2019, apenas dois objetos foram descobertos com uma excentricidade significativamente maior do que um: 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov, indicando uma origem fora do Sistema Solar. Enquanto 1I/ʻOumuamua, com uma excentricidade de cerca de 1.2, não mostrou sinais ópticos de atividade cometária durante sua passagem pelo Sistema Solar interno em outubro de 2017, mudanças em sua trajetória, que sugere desgaseificação, indicam que é provavelmente um cometa.[101] Por outro lado, 2I/Borisov, com uma excentricidade estimada de cerca de 3.36, foi observado para ter a característica de coma cometária, e é considerado o primeiro cometa interestelar detectado.[102][103] O cometa C/1980 E1 teve um período orbital de aproximadamente 7.1 milhões de anos antes da passagem do periélio de 1982, mas um encontro de 1980 com Júpiter acelerou o cometa dando-lhe a maior excentricidade (1.057) de qualquer cometa solar conhecido com um arco de observação razoável.[104] Os cometas que não devem retornar ao Sistema Solar interno incluem C/1980 E1, C/2000 U5, C/2001 Q4, C/2009 R1, C/1956 R1 e C/2007 F1.

Algumas autoridades usam o termo "cometa periódico" para se referir a qualquer cometa com uma órbita periódica (isto é, todos os cometas de curto período mais todos os cometas de longo período),[105] enquanto outros o usam para designar exclusivamente cometas de curto período.[96] Da mesma forma, embora o significado literal de "cometa não-periódico" seja o mesmo que "cometa de aparição única", alguns o usam para significar todos os cometas que não são "periódicos" no segundo sentido (ou seja, para incluir também todos os cometas com um período superior a 200 anos).

As primeiras observações revelaram algumas trajetórias genuinamente hiperbólicas (ou seja, não-periódicas), mas não mais do que poderia ser explicado pelas perturbações de Júpiter. Os cometas do espaço interestelar estão se movendo com velocidades da mesma ordem que as velocidades relativas das estrelas próximas ao Sol (algumas dezenas de km por segundo). Quando tais objetos entram no Sistema Solar, eles têm uma energia orbital específica positiva, resultando em uma velocidade positiva no infinito () E são notavelmente trajetórias hiperbólicas. Um cálculo aproximado mostra que pode haver 4 cometas hiperbólicos por século na órbita de Júpiter, com uma ou duas ordens de magnitude.[106]

Descobertas de cometas hiperbólicos[107]
Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Número 12 7 8 4 13 10 16 9 16 5 18 10 15 17

Nuvem de Oort e nuvem de Hills

A nuvem de Oort se pensada em cercar o Sistema Solar
Ver artigos principais: Nuvem de Oort e Nuvem de Hills

Acredita-se que a nuvem de Oort ocupe um vasto espaço entre 2.000 a 5.000 UA (0.03 a 0.08 anos-luz)[108] até 50.000 UA (0.79 anos-luz)[84] do Sol. Essa nuvem envolve os corpos celestes que começa no meio de nosso Sistema Solar, o Sol, até os limites externos do Cinturão de Kuiper. A nuvem de Oort consiste em materiais viáveis necessários para a criação de corpos celestes. Os planetas que temos hoje existem apenas por causa dos planetesimais (pedaços de espaço restante que ajudaram na criação dos planetas) que foram condensados e formados pela gravidade do Sol. O excêntrico feito a partir desses planetesimais presos é a razão pela qual a Nuvem de Oort ainda existe.[109] Algumas estimativas colocam a borda externa entre 100.000 a 200.000 UA (1.58 a 3.16 anos-luz).[108] A região pode ser subdividida em uma nuvem externa esférica de Oort de 20.000 a 50.000 UA (0.32 a 0.79 anos-luz) e uma nuvem interna em forma de rosca, a nuvem de Hills, de 2.000 a 20.000 UA (0.03 a 0.32 anos-luz).[110] A nuvem externa está apenas fracamente ligada ao Sol e fornece os cometas de longo período (e possivelmente do tipo Halley) que caem dentro da órbita de Netuno.[84] A nuvem interna de Oort também é conhecida como nuvem de Hills, em homenagem a Jack G. Hills, que propôs sua existência em 1981.[111] Os modelos preveem que a nuvem interna deve ter dezenas ou centenas de vezes mais núcleo cometário do que o halo externo;[111][112][113] é visto como uma possível fonte de novos cometas que reabastecem a nuvem externa relativamente tênue, à medida que o número desta última se esgota gradualmente. A nuvem de Hills explica a existência continuada da nuvem Oort depois de bilhões de anos.[114]

Exocometas

Ver artigo principal: Exocometa

Exocometas além do Sistema Solar também foram detectados e podem ser comuns na Via Láctea.[115] O primeiro sistema com exocometa detectado foi em torno de Beta Pictoris, uma estrela muito jovem de classe A da sequência principal, em 1987.[116][117] Um total de 11 desses sistemas com exocometas foram identificados em 2013, usando o espectro de absorção causado pelas grandes nuvens de gás emitidas pelos cometas ao passar perto de sua estrela.[115][116] Por 10 anos, o telescópio espacial Kepler foi responsável pela busca de planetas e outras formas fora do Sistema Solar. Os primeiros exocometas em trânsito foram encontrados em fevereiro de 2018 por um grupo formado por astrônomos profissionais e cientistas cidadãos em curvas de luz registradas pelo Telescópio Espacial Kepler.[118][119] Após a aposentadoria do Telescópio Espacial Kepler em outubro de 2018, um novo telescópio chamado Telescópio TESS assumiu a missão do Kepler. Desde o lançamento do TESS, os astrônomos descobriram os trânsitos de cometas ao redor da estrela Beta Pictoris usando uma curva de luz do TESS.[120][121] Desde que o TESS assumiu, os astrônomos têm sido capazes de distinguir melhor os exocometas com o método espectroscópico. Novos planetas são detectados pelo método da curva de luz branca, que é visto como uma queda simétrica nas leituras do gráfico quando um planeta ofusca sua estrela-mãe. No entanto, após uma avaliação mais aprofundada dessas curvas de luz, foi descoberto que os padrões assimétricos das depressões apresentadas são causados pela cauda de um cometa ou de centenas de cometas.[122]

Efeitos de cometas

Diagrama de meteoros Perseidas

Conexão com chuvas de meteoros

Conforme um cometa é aquecido durante passagens próximas ao Sol, a desgaseificação de gases de seus componentes gelados também libera detritos sólidos grandes demais para serem varridos pela pressão de radiação e pelo vento solar.[123] Se a órbita da Terra o enviar por essa trilha de destroços, que é composta principalmente de grãos finos de material rochoso, é provável que haja uma chuva de meteoros quando a Terra passar. Trilhas mais densas de detritos produzem chuvas de meteoros rápidas, mas intensas, e trilhas menos densas criam chuvas mais longas, porém menos intensas. Normalmente, a densidade da trilha de destroços está relacionada a quanto tempo atrás o cometa original liberou o material.[124][125] A chuva de meteoros Perseidas, por exemplo, ocorre todos os anos entre 9 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela órbita do cometa Swift-Tuttle. O cometa Halley é a fonte da chuva Oriónida em outubro.[126][127]

Cometas e impacto na vida

Muitos cometas e asteroides colidiram com a Terra em seus estágios iniciais. Muitos cientistas pensam que os cometas que bombardearam a jovem Terra cerca de 4 bilhões de anos atrás trouxeram grandes quantidades de água que agora enchem os oceanos da Terra, ou pelo menos uma parte significativa dela. Outros lançaram dúvidas sobre esta ideia.[128] A detecção de moléculas orgânicas, incluindo hidrocarbonetos aromáticos policíclicos,[18] em quantidades significativas em cometas levou à especulação de que cometas ou meteoritos podem ter trazido os precursores da vida - ou mesmo a própria vida - para a Terra.[129] Em 2013, foi sugerido que impactos entre superfícies rochosas e geladas, como cometas, tinham o potencial de criar os aminoácidos que compõem as proteínas por meio da síntese de choque.[130] A velocidade com que os cometas entraram na atmosfera, combinada com a magnitude da energia criada após o contato inicial, permitiu que moléculas menores se condensassem em macromoléculas maiores que serviam como base para a vida.[131] Em 2015, os cientistas encontraram quantidades significativas de oxigênio molecular nos gases do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, sugerindo que a molécula pode ocorrer com mais frequência do que se pensava e, portanto, menos um indicador de vida como se supunha.[132]

Suspeita-se que os impactos de cometas, ao longo de longas escalas de tempo, também entregaram quantidades significativas de água à Lua da Terra, algumas das quais podem ter sobrevivido como gelo lunar.[133] Impactos de cometas e meteoroides também são considerados responsáveis pela existência de tectitos e australitos.[134]

Medo de cometas

O medo dos cometas como atos de Deus e sinais de destruição iminente foi maior na Europa de 1200 a 1650.[135] No ano seguinte ao Grande Cometa de 1618, por exemplo, Gotthard Arthusius publicou um panfleto afirmando que era um sinal de que o Dia do Juízo estava próximo.[136] Ele listou dez páginas de desastres relacionados com cometas, incluindo "terremotos, inundações, mudanças nos cursos dos rios, tempestades de granizo, clima quente e seco, colheitas ruins, epidemias, guerra e traição e preços altos".[135]

Por volta de 1700, a maioria dos estudiosos concluiu que tais eventos ocorreram quer um cometa tenha sido visto ou não. Usando os registros de avistamentos de cometas de Edmond Halley, no entanto, William Whiston em 1711 escreveu que o Grande Cometa de 1680 tinha uma periodicidade de 574 anos e foi responsável pelo dilúvio mundial no Livro do Gênesis, derramando água na Terra. Seu anúncio reviveu por mais um século de medo dos cometas, agora como ameaças diretas ao mundo em vez de sinais de desastres.[135] A análise espectroscópica em 1910 encontrou o gás tóxico cianogênio na cauda do cometa Halley,[137] causando a compra em pânico de máscaras de gás e "pílulas anti-cometa" e "guarda-chuva anti-cometa" pelo público.[138]

Destino dos cometas

Partida (ejeção) do Sistema Solar

Se um cometa estiver viajando rápido o suficiente, ele pode deixar o Sistema Solar. Esses cometas seguem o caminho aberto de uma hipérbole e, como tal, são chamados de cometas hiperbólicos. Os cometas solares são ejetados apenas pela interação com outro objeto no Sistema Solar, como Júpiter.[139] Um exemplo disso é o cometa C/1980 E1, que foi deslocado de uma órbita de 7.1 milhões de anos ao redor do Sol para uma trajetória hiperbólica, após uma passagem próxima pelo planeta Júpiter em 1980.[140] Cometas interestelares como 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov nunca orbitaram o Sol e, portanto, não requerem uma interação de terceiro corpo para serem ejetados do Sistema Solar.

Voláteis exauridos

Ver artigo principal: Cometa extinto

Os cometas da família de Júpiter (JFC) e os cometas de longo período parecem seguir leis de desvanecimento muito diferentes. Os JFC estão ativos durante uma vida de cerca de 10.000 anos ou cerca de ~1.000 órbitas, enquanto os cometas de longo período desaparecem muito mais rápido. Apenas 10% dos cometas de longo período sobrevivem a mais de 50 passagens até o pequeno periélio e apenas 1% deles sobrevive a mais de 2.000 passagens.[32] Eventualmente, a maior parte do material volátil contido no núcleo do cometa evapora, e o cometa se torna um pequeno pedaço escuro e inerte de rocha ou entulho que pode se assemelhar a um asteroide.[141] Alguns asteroides em órbitas elípticas são agora identificados como cometas extintos.[142][143][144][145] Acredita-se que cerca de 6% dos asteroides próximos à Terra sejam núcleos de cometas extintos.[32]

Separação e colisões

O núcleo de alguns cometas pode ser frágil, uma conclusão apoiada pela observação de cometas se separando.[146] Uma perturbação cometária significativa foi a do Cometa Shoemaker-Levy 9, que foi descoberto em 1993. Um encontro próximo em julho de 1992 o quebrou em pedaços, e durante um período de 6 dias em julho de 1994, esses pedaços caíram na atmosfera de Júpiter, a primeira vez que astrônomos observaram uma colisão entre dois objetos no Sistema Solar.[147][148] Outros cometas que se dividem incluem 3D/Biela em 1846 e 73P/Schwassmann-Wachmann de 1995 a 2006.[149] O historiador grego Éforo de Cime relatou que um cometa se dividiu já no inverno de 372-373 a.C.[150] Suspeita-se que os cometas se dividam devido ao estresse térmico, pressão interna do gás ou impacto.[151]

Os cometas 42P/Neujmin e 53P/Van Biesbroeck parecem ser fragmentos de um mesmo cometa. As integrações numéricas mostraram que ambos os cometas se aproximaram bastante de Júpiter em janeiro de 1850 e que, antes de 1850, as duas órbitas eram quase idênticas.[152]

Foi observado que alguns cometas se separaram durante a passagem do periélio, incluindo os grandes cometas West e Ikeya-Seki. O cometa 3D/Biela foi um exemplo significativo quando se partiu em dois pedaços durante a passagem pelo periélio em 1846. Esses dois cometas foram vistos separadamente em 1852, mas nunca mais depois. Em vez disso, chuva de meteoros espetaculares foram vistas em 1872 e 1885, quando o cometa deveria estar visível. Uma pequena chuva de meteoros, os Andromedídeos, ocorre anualmente em novembro, e é causada quando a Terra cruza a órbita do cometa 3D/Biela.[153]

Alguns cometas encontram um fim mais espetacular, caindo no Sol[154] ou colidindo com um planeta ou outro corpo. Colisões entre cometas e planetas ou luas eram comuns no início do Sistema Solar: algumas das muitas crateras da Lua, por exemplo, podem ter sido causadas por cometas. Uma recente colisão de um cometa com um planeta ocorreu em julho de 1994, quando o Cometa Shoemaker-Levy 9 se partiu em pedaços e colidiu com Júpiter.[155]

Manchas marrons marcam os locais de impacto do Cometa Shoemaker-Levy 9 em Júpiter
O desmembramento do 73P/Schwassmann-Wachmann em três dias (1995)
Cauda fantasma do C/2015 D1 (SOHO) após passagem no Sol
Desintegração de P/2013 R3 (2014)[156]

Nomenclatura

Cometa Halley em 1910
Ver artigo principal: Nomenclatura de cometas

Os nomes dados aos cometas seguiram várias convenções diferentes nos últimos dois séculos. Antes do início do século XX, a maioria dos cometas era simplesmente referida pelo ano em que apareceram, às vezes com adjetivos adicionais para cometas particularmente brilhantes; assim, o "Grande Cometa de 1680", o "Grande Cometa de 1882" e o "Grande Cometa de Janeiro de 1910". Depois que Edmond Halley demonstrou que os cometas de 1531, 1607 e 1682 eram o mesmo corpo e previu com sucesso seu retorno em 1759 calculando sua órbita, esse cometa ficou conhecido como o cometa Halley.[157] Da mesma forma, o segundo e o terceiro cometas periódicos conhecidos, o cometa Encke[158] e o cometa Biela,[159] foram nomeados em homenagem aos astrônomos que calcularam suas órbitas ao invés de seus descobridores originais. Mais tarde, os cometas periódicos geralmente recebiam o nome de seus descobridores, mas os cometas que apareceram apenas uma vez continuaram a ser referidos pelo ano em que surgiram.[160]

No início do século XX, a convenção de nomear cometas após seus descobridores tornou-se comum, e isso permanece até hoje. Um cometa pode receber o nome de seus descobridores ou de um instrumento ou programa que ajudou a encontrá-lo.[160] Por exemplo, em 2019, o astrônomo Gennadiy V. Borisov observou um cometa que parecia ter se originado fora do Sistema Solar; o cometa foi nomeado C/2019 Q4 (Borisov) em sua homenagem.

História de estudo

O cometa Halley apareceu em 1066, antes da Batalha de Hastings, e é retratado na Tapeçaria de Bayeux
Página de um tratado de Tycho Brahe que descreve sua visão geocêntrica do Grande Cometa de 1577

Primeiras observações e pensamentos

De fontes antigas, como ossos de oráculos chineses, sabe-se que os cometas são notados pelos humanos há milênios.[161] Até o século XVI, os cometas eram geralmente considerados maus presságios de morte de reis ou homens nobres, ou de catástrofes vindouras, ou mesmo interpretados como ataques de seres celestiais contra habitantes terrestres.[162][163]

Aristóteles (384-322 a.C.) foi o primeiro cientista conhecido a utilizar várias teorias e fatos observacionais para empregar uma teoria cosmológica de cometas consistente e estruturada. Ele acreditava que os cometas eram fenômenos atmosféricos, devido ao fato de que eles podiam aparecer fora do zodíaco e variar em brilho ao longo de alguns dias. A teoria cometária de Aristóteles surgiu de suas observações e da teoria cosmológica de que tudo no cosmos está organizado em uma configuração distinta.[164] Parte dessa configuração era uma separação clara entre o celeste e o terrestre, acreditando-se que os cometas estivessem estritamente associados a terrestre. De acordo com Aristóteles, os cometas devem estar dentro da esfera da lua e claramente separados do céu. Também no século IV a.C., Apolônio de Mindo apoiou a ideia de que os cometas se moviam como os planetas.[165] A teoria aristotélica sobre cometas continuou a ser amplamente aceita ao longo da Idade Média, apesar de várias descobertas de vários indivíduos desafiando seus aspectos.[166]

No século I d.C., Séneca, questionou a lógica de Aristóteles a respeito dos cometas. Por causa de seu movimento regular e impermeabilidade ao vento, eles não podem ser atmosféricos,[167] e são mais permanentes do que o sugerido por seus breves flashes no céu.[a] Ele ressaltou que apenas as caudas são transparentes e, portanto, semelhantes a nuvens, e argumentou que não há razão para confinar suas órbitas ao zodíaco.[167] Ao criticar Apolônio, Sêneca argumenta: "Um cometa corta as regiões superiores do universo e finalmente se torna visível quando atinge o ponto mais baixo de sua órbita".[168] Embora Sêneca não tenha sido o autor de uma teoria substancial própria,[169] seus argumentos geraram muitos debates entre os críticos de Aristóteles nos séculos XVI e XVII.[166][b]

Também no século I d.C., Plínio, o Velho, acreditava que os cometas estavam relacionados com agitação política e morte.[171] Plínio observou os cometas como "semelhantes aos humanos", muitas vezes descrevendo suas caudas com "cabelo comprido" ou "barba comprida".[172] Seu sistema de classificação de cometas de acordo com sua cor e forma foi usado durante séculos.[173]

Na Índia, no século VI, os astrônomos acreditavam que os cometas eram corpos celestes que reapareciam periodicamente. Esta foi a opinião expressa no século VI pelos astrônomos Varahamihira e Bhadrabahu III, e o astrônomo do século X, Bhaṭṭotpala listou os nomes e períodos estimados de certos cometas, mas não se sabe como esses números foram calculados ou quão precisos eram.[174]

Na Tapeçaria de Bayeux do século XI, o Cometa Halley é retratado prenunciando a morte de Harold II e o triunfo dos normandos na Batalha de Hastings.[175]

De acordo com a mitologia nórdica, os cometas eram na verdade uma parte do crânio do gigante Ímer. De acordo com a história, Odin e seus irmãos mataram Ímer e começaram a construir o mundo (Terra) de seu cadáver. Eles moldaram os oceanos de seu sangue, o solo de sua pele e músculos, a vegetação de seu cabelo, as nuvens de seu cérebro e o céu de seu crânio. Quatro anões, correspondendo aos quatro pontos cardeais, seguraram o crânio de Ímer no alto, acima da terra. Seguindo essa história, cometas no céu, como acreditavam os nórdicos, eram lascas do crânio de Ímer caindo do céu e depois se desintegrando.[176]

Em 1301, o pintor italiano Giotto di Bondone foi a primeira pessoa a retratar com precisão e anatomicamente um cometa. Em sua obra Adoration of the Magi, a representação de Giotto do cometa Halley no lugar da Estrela de Belém teria uma precisão incomparável até o século XIX e seria superada apenas com a invenção da fotografia.[175]

As interpretações astrológicas dos cometas começaram a ter precedência clara no século XV, apesar da presença da astronomia científica moderna começando a criar raízes. Os cometas continuaram a advertir sobre desastres, como visto nas crônicas de Luzerner Schilling e nas advertências do Papa Calisto III.[175] Em 1578, o bispo luterano alemão Andreas Celichius definiu os cometas como "a fumaça densa dos pecados humanos ... acesa pela raiva ardente do Supremo Juiz Celestial". No ano seguinte, Andreas Dudith afirmou que "Se os cometas fossem causados pelos pecados dos mortais, eles nunca estariam ausentes do céu".[177]

Metodo cientifico

Tentativas grosseiras de uma medição paralaxe do cometa Halley foram feitas em 1456, mas foram erradas.[178] Regiomontanus foi o primeiro a tentar calcular a paralaxe diurna observando o Grande Cometa de 1472. Suas previsões não eram muito precisas, mas foram conduzidas na esperança de estimar a distância de um cometa da Terra.[173]

No século XVI, Tycho Brahe e Michael Maestlin demonstraram que os cometas devem existir fora da atmosfera da Terra medindo a paralaxe do Grande Cometa de 1577.[179] Dentro da precisão das medições, isso implicava que o cometa deve estar pelo menos quatro vezes mais distante do que da Terra à Lua.[180][181] Com base em observações em 1664, Giovanni Alfonso Borelli registrou as longitudes e latitudes dos cometas que observou e sugeriu que as órbitas cometárias podem ser parabólicas.[182] Galileo Galilei, um dos astrônomos mais renomados até hoje, até tentou escrever sobre cometas no Il Saggiatore. Ele rejeitou as teorias de Brahe sobre a paralaxe dos cometas e afirmou que eles podem ser uma mera ilusão de ótica. Intrigado como os primeiros cientistas estavam sobre a natureza dos cometas, Galileu não pôde deixar de lançar suas próprias teorias, apesar de pouca observação pessoal.[173] O aluno de Maestlin, Johannes Kepler, respondeu a essas críticas injustas em sua obra Hyperaspistes. Jakob Bernoulli publicou outra tentativa de explicar os cometas (Conamen Novi Systematis Cometarum) em 1682.

Também ocorrendo no início do período moderno foi o estudo dos cometas e seu significado astrológico nas disciplinas médicas. Muitos curandeiros dessa época consideravam a medicina e a astronomia interdisciplinares e empregavam seus conhecimentos sobre cometas e outros signos astrológicos para diagnosticar e tratar pacientes.[183]

Isaac Newton, na obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural de 1687, provou que um objeto que se move sob a influência da gravidade por uma lei do inverso do quadrado deve traçar uma órbita em forma de uma das seções cônicas e demonstrou como ajustar a trajetória de um cometa no céu a uma órbita parabólica, usando o Grande Cometa de 1680 como exemplo.[184] Ele descreve os cometas como corpos sólidos compactos e duráveis que se movem em órbita oblíqua e suas caudas como finos fluxos de vapor emitidos por seus núcleos, inflamados ou aquecidos pelo Sol. Ele suspeitava que os cometas eram a origem do componente de sustentação da vida do ar.[185] Ele também apontou que os cometas geralmente aparecem perto do Sol e, portanto, muito provavelmente o orbitam.[167] Sobre sua luminosidade, ele afirmou, "Os cometas brilham pela luz do Sol, que eles refletem", com suas caudas iluminadas pela "luz do Sol refletida por uma fumaça que surge [do coma]".[167]

A órbita do Grande Cometa de 1680, encaixada em uma parábola, conforme mostrado nos Princípios Matemáticos da Filosofia Natural

Em 1705, Edmond Halley aplicou o método de Newton a 23 aparições cometárias que ocorreram entre 1337 e 1698. Ele notou que três deles, os cometas de 1531, 1607 e 1682, tinham elementos orbitais muito semelhantes, e ele foi ainda capaz de explicar as pequenas diferenças em suas órbitas em termos de perturbação gravitacional causada por Júpiter e Saturno. Confiante de que essas três aparições foram três aparições do mesmo cometa, ele previu que ele apareceria novamente em 1758-1759.[186] A data prevista de retorno do Halley foi posteriormente refinado por uma equipe de três matemáticos franceses: Alexis Claude de Clairaut, Jérôme Lalande e Nicole-Reine Lepaute, que previu a data do periélio do cometa em 1759 com a precisão de um mês.[187][188] Quando o cometa retornou conforme previsto, ele se tornou conhecido como Cometa Halley.[189]

De seu enorme vapor, talvez para sacudir
Revivendo a umidade nas numerosas orbes,
Thro' que sua longa elipse enrola; possivelmente
Para emprestar novo combustível aos sóis decadentes,
Para iluminar mundos e alimentar o fogo etéreo.

Já no século XVIII, alguns cientistas haviam feito hipóteses corretas sobre a composição física dos cometas. Em 1755, Immanuel Kant formulou a hipótese em sua Universal Natural History and Theory of the Heavens que os cometas foram condensados da "matéria primitiva" além dos planetas conhecidos, que é "fracamente movida" pela gravidade, então orbita em inclinações arbitrárias e são parcialmente vaporizados pelo calor do Sol enquanto eles próximo ao periélio.[191] Em 1836, o matemático alemão Friedrich Wilhelm Bessel, após observar fluxos de vapor durante o aparecimento do Cometa Halley em 1835, propôs que as forças do jato do material em evaporação poderiam ser grandes o suficiente para alterar significativamente a órbita de um cometa, e ele argumentou que o não os movimentos gravitacionais do Cometa Encke resultaram desse fenômeno.[192]

No século XIX, o Observatório Astronômico de Pádua foi um epicentro no estudo observacional de cometas. Liderado por Giovanni Sante Gaspero Santini e seguido por Giuseppe Lorenzoni, este observatório foi dedicado à astronomia clássica, principalmente para o cálculo da órbita de novos cometas e planetas, com o objetivo de compilar um catálogo de quase 10.000 estrelas. Situado na parte norte da Itália, as observações deste observatório foram fundamentais no estabelecimento de cálculos geodésicos, geográficos e astronômicos importantes, como a diferença de longitude entre Milão e Pádua, bem como entre Pádua e Fiume.[193] Além dessas observações geográficas, correspondência dentro do observatório, particularmente entre Santini e outro astrônomo Giuseppe Toaldo, sobre a importância das observações cometas e orbitais planetários.[194]

Em 1950, Fred Whipple propôs que, em vez de serem objetos rochosos contendo algum gelo, os cometas eram objetos congelados contendo um pouco de poeira e rocha.[195] Este modelo de "bola de neve suja" logo foi aceito e parecia ser apoiado pelas observações de uma armada de sondas espaciais (incluindo a sonda Giotto da Agência Espacial Europeia (ESA) e as Vega 1 e Vega 2 da União Soviética) que voaram pelo coma do Cometa Halley em 1986, fotografou o núcleo e observou jatos de material em evaporação.[196]

Em 22 de janeiro de 2014, os cientistas da ESA relataram a detecção, pela primeira vez definitiva, de vapor de água no planeta anão Ceres, o maior objeto do cinturão de asteroides.[197] A detecção foi feita usando as habilidades de infravermelho distante do Observatório Espacial Herschel.[198] A descoberta é inesperada porque os cometas, e não asteroides, são normalmente considerados "jatos e plumas". De acordo com um dos cientistas, "as linhas estão ficando cada vez mais difusas entre cometas e asteroides".[198] Em 11 de agosto de 2014, astrônomos divulgaram estudos, usando o Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA) pela primeira vez, que detalhavam a distribuição de HCN, HNC, H
2
CO
e poeira dentro do coma dos cometas C/2012 F6 (Lemmon) e C/2012 S1 (ISON).[199][200]

Missões espaciais

  • A Armada Halley descreve a coleção de missões de sondas espaciais que visitaram e/ou fizeram observações do periélio do Cometa Halley na década de 1980. O ônibus espacial Challenger pretendia fazer um estudo do Cometa Halley em 1986, mas explodiu logo após ser lançado.
  • Deep Impact. O debate continua sobre a quantidade de gelo existente em um cometa. Em 2001, a sonda espacial Deep Space 1 obteve imagens de alta resolução da superfície do Cometa Borrelly. Verificou-se que a superfície do Cometa Borrelly é quente e seca, com uma temperatura entre 26 a 71 °C, e extremamente escura, sugerindo que o gelo foi removido por aquecimento solar e maturação, ou está oculto pelo material semelhante a fuligem que cobre o Borrelly.[201] Em julho de 2005, a sonda Deep Impact explodiu uma cratera no Cometa Tempel 1 para estudar seu interior. A missão produziu resultados que sugerem que a maior parte do gelo de água de um cometa está abaixo da superfície e que esses reservatórios alimentam os jatos de água vaporizada que formam a coma do Tempel 1.[202] Renomeado como EPOXI, ele sobrevoou o Cometa Hartley 2 em 4 de novembro de 2010.
  • Ulysses. Em 2007, a sonda Ulysses passou inesperadamente pela cauda do cometa C/2006 P1 (McNaught) que foi descoberto em 2006. O Ulysses foi lançado em 1990 e a missão pretendida era que o Ulysses orbitasse ao redor do Sol para um estudo mais aprofundado em todas as latitudes.
  • Stardust. Dados da missão Stardust mostram que os materiais recuperados da cauda do cometa Wild 2 eram cristalinos e só poderiam ter "nascido no fogo", em temperaturas extremamente altas de mais de 1.000 °C.[203][204] Embora os cometas tenham se formado na parte externa do Sistema Solar, acredita-se que a mistura radial de material durante a formação inicial do Sistema Solar tenha redistribuído o material por todo o disco protoplanetário.[205] Como resultado, os cometas também contêm grãos cristalinos que se formaram no início do Sistema Solar interior quente. Isso é visto em espectros de cometas, bem como em missões de retorno de amostra. Mais recente ainda, os materiais recuperados demonstram que a "poeira do cometa se assemelha a materiais de asteroides".[206] Esses novos resultados forçaram os cientistas a repensar a natureza dos cometas e sua distinção dos asteroides.[207]
  • Rosetta. A sonda Rosetta orbitou o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Em 12 de novembro de 2014, seu módulo de pouso Philae pousou com sucesso na superfície do cometa, a primeira vez que uma sonda espacial pousou em tal objeto na história.[208]

Classificação

Xilogravura do Grande Cometa de 1577

Grandes cometas

Ver artigo principal: Grande cometa

Aproximadamente uma vez por década, um cometa torna-se brilhante o suficiente para ser notado por um observador casual, levando esses cometas a serem designados como grandes cometas.[150] Prever se um cometa se tornará um grande cometa é notoriamente difícil, pois muitos fatores podem fazer com que o brilho de um cometa se afaste drasticamente das previsões.[209] Em termos gerais, se um cometa tiver um núcleo grande e ativo, passará perto do Sol e não será obscurecido pelo Sol como visto da Terra quando em seu mais brilhante, ele tem a chance de se tornar um grande cometa. No entanto, o Cometa Kohoutek em 1973 atendeu a todos os critérios e esperava-se que se tornasse espetacular, mas não conseguiu.[210] O Cometa West, que apareceu três anos depois, tinha expectativas muito menores, mas se tornou um cometa extremamente impressionante.[211]

O Grande Cometa de 1577 é um exemplo bem conhecido de um grande cometa. Ele passou perto da Terra como um cometa não periódico e foi visto por muitos, incluindo os astrônomos conhecidos Tycho Brahe e Taqi ad-Din. As observações deste cometa levaram a várias descobertas significativas sobre a ciência cometária, especialmente para Brahe.

O final do século XX viu um longo intervalo sem o aparecimento de quaisquer grandes cometas, seguido pela chegada de dois em rápida sucessão, Cometa Hyakutake em 1996, seguido por Hale-Bopp, que atingiu brilho máximo em 1997 tendo sido descoberto dois anos antes. O primeiro grande cometa do século XXI foi C/2006 P1 (McNaught), que se tornou visível para observadores a olho nu em janeiro de 2007. Foi o mais brilhante em mais de 40 anos.[212]

Cometas rasantes

Ver artigo principal: Cometa rasante

Um cometa rasante é aquele que passa extremamente próximo ao Sol no periélio, geralmente dentro de alguns milhões de quilômetros.[213] Embora os pequenos cometas rasantes possam ser completamente evaporados durante uma aproximação tão próxima do Sol, os maiores cometas rasantes podem sobreviver a muitas passagens do periélio. No entanto, as fortes forças das marés que experimentam geralmente levam à sua fragmentação.[214]

Cerca de 90% dos cometas rasantes do Sol observados com Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) são membros do grupo Kreutz, todos originados de um cometa gigante que se dividiu em muitos cometas menores durante sua primeira passagem pelo Sistema Solar interno.[215] O restante contém alguns cometas rasantes esporádicos, mas 4 outros grupos relacionados de cometas foram identificados entre eles: os grupos Kracht, Kracht 2a, Marsden e Meyer. Os grupos Marsden e Kracht parecem estar relacionados ao Cometa 96P/Machholz, que também é o pai de duas chuvas de meteoros, os Quadrântidas e os Ariétidas.[216]

Cometas incomuns

Diagrama de Euler mostrando os tipos de corpos no Sistema Solar

Dos milhares de cometas conhecidos, alguns exibem propriedades incomuns. O Cometa Encke (2P/Encke) orbita de fora do cinturão de asteroides para dentro da órbita do planeta Mercúrio, enquanto o cometa 29P/Schwassmann-Wachmann atualmente viaja em uma órbita quase circular inteiramente entre as órbitas de Júpiter e Saturno.[217] 2060 Quíron, cuja órbita instável é entre Saturno e Urano, foi originalmente classificado como um asteroide até que um leve coma foi notado.[218] Da mesma forma, o Cometa Shoemaker-Levy 2 foi originalmente designado como asteroide 1990 UL3.[219]

O maior cometa conhecido é o Cometa Bernardinelli-Bernstein. O objeto foi inicialmente observado em 2014, após o qual cresceu uma cauda. Ele tem um período orbital superior a 3 milhões de anos e fará sua maior aproximação do Sol, cerca da distância solar de Saturno, em 2031.[220]

Centauros

Ver artigo principal: Centauro (astronomia)

Centauros normalmente se comportam com características de asteroides e cometas.[221] Centauros podem ser classificados como cometas, como 60558 Echeclus e 166P/NEAT. 166P/NEAT foi descoberto enquanto exibia um coma e, portanto, é classificado como um cometa apesar de sua órbita, e 60558 Echeclus foi descoberto sem coma, mas mais tarde tornou-se ativo,[222] e foi classificado como um cometa e um asteroide (174P/Echeclus). Um plano para a Cassini envolvia enviá-lo a um centauro, mas a NASA decidiu destruí-lo.[223]

Observação

Um cometa pode ser descoberto fotograficamente usando um telescópio de amplo campo ou visualmente com binóculos. No entanto, mesmo sem acesso a equipamentos ópticos, ainda é possível ao astrônomo amador descobrir online um cometa rasante ao Sol, baixando imagens acumuladas por alguns observatórios de satélites, como o Solar and Heliospheric Observatory (SOHO).[224] O 2.000.º cometa SOHO foi descoberto pelo astrônomo amador polonês Michał Kusiak em 26 de dezembro de 2010[225] e ambos os descobridores de Hale-Bopp usaram equipamento amador (embora Alan Hale não fosse um amador).

Perdido

Ver artigo principal: Cometa perdido

Vários cometas periódicos descobertos em décadas anteriores ou em séculos anteriores são agora cometas perdidos. Suas órbitas nunca foram conhecidas o suficiente para prever aparições futuras ou os cometas se desintegraram. No entanto, ocasionalmente, um "novo" cometa é descoberto e o cálculo de sua órbita mostra que ele é um antigo cometa "perdido". Um exemplo é o Cometa 11P/Tempel-Swift-LINEAR, descoberto em 1869, mas não observável depois de 1908 por causa das perturbações de Júpiter. Não foi encontrado novamente até ser acidentalmente redescoberto pelo Lincoln Near-Earth Asteroid Research (LINEAR) em 2001.[226] Existem pelo menos 18 cometas que se enquadram nesta categoria.[227]

Na cultura popular

A representação de cometas na cultura popular está firmemente enraizada na longa tradição ocidental de ver os cometas como arautos da desgraça e como presságios de mudanças que alteram o mundo.[228] O Cometa Halley sozinho causou uma série de publicações sensacionalistas de todos os tipos em cada uma de suas reaparições. Foi especialmente observado que o nascimento e a morte de algumas pessoas notáveis coincidiram com aparições separadas do cometa, como os escritores Mark Twain (que corretamente especularam que ele "sairia com o cometa" em 1910)[228] e Eudora Welty, a cuja vida Mary Chapin Carpenter dedicou a canção "Halley Came to Jackson".[228]

No passado, cometas brilhantes costumavam inspirar pânico e histeria na população em geral, sendo considerados maus presságios. Mais recentemente, durante a passagem do Cometa Halley em 1910, a Terra passou pela cauda do cometa, e reportagens de jornais errôneas inspiraram o medo de que o cianogênio na cauda pudesse envenenar milhões,[229] enquanto o aparecimento do cometa Hale-Bopp em 1997 desencadeou o suicídio coletivo do culto Heaven's Gate.[230]

Na ficção científica, o impacto dos cometas foi descrito como uma ameaça superada pela tecnologia e heroísmo (como nos filmes Impacto Profundo e Armageddon de 1998), ou como um gatilho do apocalipse global (Lucifer's Hammer, 1979) ou zumbis (Night of the Comet, 1984).[228] Em Hector Servadac, de Júlio Verne, um grupo de pessoas está preso em um cometa orbitando o Sol, enquanto uma grande expedição espacial tripulada visita o Cometa Halley no romance 2061: Odyssey Three de Arthur C. Clarke.[231]

Galeria

Vídeos

Veja também

Referências

Notas de rodapé

  1. "Não acho que um cometa seja apenas um fogo repentino, mas que está entre as obras eternas da natureza." (Sagan & Druyan 1997, p. 26)
  2. Séneca é citado como afirmando: "Por que ... estamos surpresos que os cometas, um espetáculo tão raro no universo, ainda não foram captados por leis fixas e que seu início e fim não são conhecidos, quando seu retorno ocorre em grandes intervalos? ... Chegará o tempo em que pesquisas diligentes por longos períodos de tempo trarão à luz coisas que agora estão ocultas".[170]

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    • Clairaut (January 1759) "Mémoire sur la cométe de 1682," Le Journal des Sçavans, pp. 38–45. On p. 44, Clairaut predicts that Halley's comet would return in mid April 1759. From p. 44 (translated from French): " ... it seems to me that the expected comet must pass its perihelion towards the middle of next April." On p. 40, Clairaut states that his prediction might be slightly incorrect due to the presence of unknown planets beyond Saturn: "A body [i.e., Halley's comet] which passes into regions so remote, and which escapes our eyes during such long intervals, might be subjected to totally unknown forces; such as the action of other comets, or even of some planet always too far from the sun to ever be perceived."
    On 1759 April 7, the French astronomer Joseph-Nicolas Delisle announced to the Royal Academy of Sciences in Paris that he and his assistant Charles Messier had observed the return of Halley's comet, as predicted: De l'Isle subsequently admitted that the comet's return had first been seen by a German amateur astronomer and farmer, Georg Palitzsch:
    • de l'Isle (August 1759) "Seconde lettre de M. de l'Isle," Le Journal des Sçavans, pp. 523–529. From p. 526 (translated from French): " ... I received a letter from Heidelberg on the first of April in the evening, in which it is written to me that there had been published at Leipzig on the 24th of January of this year a German memoir in which it is said that this comet had been seen in Saxony by a peasant, named Palisch, on the 25th and 26th of December of last year; I can hardly conceive how this peasant could have discovered it, this comet ... "
    The story behind the rediscovery of Halley's comet was given by Joseph Lalande in:
    • Delalande, Tables astronomiques de M. Halley, ... Et l'Histoire de la Comete de 1759. [Astronomical tables of Mr. Halley, ... and the history of the comet of 1759.] (Paris, France: Durand, 1759), pp. 91 ff. Lalande acknowledged the contributions of Madame Lepaute to predicting the return of Halley's comet on p. 110. From p. 110 (translated from French): " ... but it must be admitted that this immense series of details would have seemed frightening to me if Madame LEPAUTE, [who has] long applied [herself] successfully to astronomical calculations, had not shared in the work."
    See also:
    • Broughton, Peter (1985) "The first predicted return of comet Halley", Journal for the History of Astronomy, 16 : 123–132. Available at: Astrophysics Data System
    • Clairaut, Théorie du mouvement des comètes, ... [Theory of the movement of comets, ...] (Paris, France: Michel Lambert, 1760); see especially the preface.
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Bibliografia

Leitura adicional

Ligações externas