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O humanismo é uma postura de vida democrática e ética, que afirma que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas.^[1] É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas morais que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico contemporâneo destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior.^[2]^[3]

O significado do termo "humanismo" mudou de acordo com os sucessivos movimentos intelectuais que com ele se identificaram. Durante a Renascença italiana, obras antigas inspiraram os estudiosos italianos, dando origem ao movimento do humanismo renascentista. Durante a Era do Iluminismo, os valores humanísticos foram reforçados pelos avanços da ciência e da tecnologia, dando confiança aos humanos na sua exploração do mundo. No início do século XX, organizações dedicadas ao humanismo floresceram na Europa e nos Estados Unidos e, desde então, expandiram-se por todo o mundo. No início do século XXI, o termo geralmente denota um foco no bem-estar humano e defende a liberdade, a autonomia e o progresso humanos. Vê a humanidade como responsável pela promoção e desenvolvimento dos indivíduos, defende a dignidade igual e inerente de todos os seres humanos e enfatiza a preocupação pelos seres humanos em relação ao mundo.

Desde o século XIX, o humanismo tem sido erroneamente associado ao anticlericalismo, quando na verdade se associa ao antropocentrismo renascentista e ao laicismo dos filósofos iluministas.^[4] A partir do século XX, os movimentos humanistas são tipicamente não religiosos e alinhados com o secularismo (humanismo secular). Mais frequentemente, o humanismo refere-se a uma visão não-teísta centrada na agência humana e a uma confiança na ciência e na razão, em vez de na revelação de uma fonte sobrenatural para compreender o mundo. Os humanistas tendem a defender os direitos humanos, a liberdade de expressão, as políticas progressistas e a democracia. Pessoas com uma visão de mundo humanista sustentam que a religião não é uma pré-condição da moralidade e se opõem ao excessivo envolvimento religioso com a educação e o Estado.

As organizações humanistas contemporâneas trabalham sob a égide da Humanistas Internacional. Associações humanistas bem conhecidas são a dos Humanistas do Reino Unido e a Associação Humanista Americana.

Etimologia

A palavra "humanismo" deriva da palavra latina humanitas, que foi usada pela primeira vez na Roma antiga por Cícero e outros pensadores para descrever valores relacionados à educação liberal.^[5] Esta etimologia sobrevive no conceito universitário moderno de humanidades – artes, filosofia, história, literatura e disciplinas relacionadas. A palavra reapareceu durante o Renascimento italiano como umanista.^[6] A palavra "humanista" foi usada para descrever um grupo de estudantes de literatura clássica e aqueles que defendiam uma educação clássica.^[7]

Em 1755, no influente A Dictionary of the English Language, de Samuel Johnson, a palavra "humanista" é definida como filólogo ou gramático, derivado da palavra francesa humaniste. Em uma edição posterior do dicionário, o significado "um termo usado nas escolas da Escócia" foi adicionado.^[8] Na década de 1780, foi utilizada na teologia por Thomas Howes, que foi um dos muitos oponentes de Joseph Priestley durante as célebres disputas unitaristas.^[9] Por causa dos diferentes significados doutrinários de unitariano e unitarismo, Howes usou "as denominações mais precisas de humanistas e humanismo" ao se referir a aqueles como Priestley "que mantêm a mera humanidade de Cristo".^[10]^[6] Esta origem teológica do humanismo é considerada obsoleta.^[11]^{[nota 1]}

No início do século XIX, o termo humanismus foi usado na Alemanha com diversos significados e a partir daí voltou a repercutir em outros idiomas com duas denotações distintas; um termo acadêmico ligado ao estudo da literatura clássica e outro de uso mais comum que significava uma abordagem não religiosa da vida contrária ao teísmo.^[15] É provável que o teólogo bávaro Friedrich Immanuel Niethammer tenha cunhado o termo humanismus para descrever o novo currículo clássico que planejava oferecer nas escolas secundárias alemãs.^[16] Logo, outros estudiosos como Georg Voigt e Jacob Burckhardt adotaram o termo.^[17] No século XX, a palavra foi ainda mais refinada, adquirindo o seu significado contemporâneo de uma abordagem naturalista da vida e com foco no bem-estar e na liberdade dos humanos.^[18]

Definição

Não existe uma definição única e amplamente aceita de humanismo, e os estudiosos deram significados diferentes ao termo.^[19] Para o filósofo Sidney Hook, escrevendo em 1974, os humanistas se opõem à imposição de uma cultura em algumas civilizações, não pertencem a uma igreja ou religião estabelecida, não apoiam ditaduras e não justificam o uso da violência para reformas sociais. Hook também disse que os humanistas apoiam a erradicação da fome e melhorias na saúde, habitação e educação.^[20] Na mesma coleção editada, o filósofo humanista H. J. Blackham argumentou que o humanismo é um conceito que se concentra na melhoria das condições sociais da humanidade, aumentando a autonomia e a dignidade de todos os seres humanos.^[21] Em 1999, Jeaneane D. Fowler disse que a definição de humanismo deveria incluir a rejeição da divindade e uma ênfase no bem-estar e na liberdade humanos. Ela também observou que há uma falta de sistema de crenças ou doutrina partilhada, mas que, em geral, os humanistas visam a felicidade e a autorrealização.^[22]

Em 2015, o proeminente humanista Andrew Copson tentou definir o humanismo da seguinte forma:

O humanismo é naturalista na sua compreensão do universo; a ciência e a livre investigação nos ajudarão a compreender mais sobre o universo.
Esta abordagem científica não reduz os humanos a nada menos que seres humanos.
Os humanistas dão importância à busca de uma vida autodefinida, significativa e feliz.
O humanismo é moral; a moralidade é uma maneira de os humanos melhorarem suas vidas.
Os humanistas se envolvem em ações práticas para melhorar as condições pessoais e sociais.^[23]

De acordo com a União Humanista e Ética Internacional:

"O humanismo é uma postura de vida democrática e ética, que afirma que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas. Representa a construção de uma sociedade mais humana através de uma ética baseada em valores humanos e outros valores naturais, no espírito da razão e na investigação livre através das capacidades humanas. Não é teísta e não aceita visões sobrenaturais da realidade."^[1]

Os dicionários definem o humanismo como uma visão de mundo ou postura filosófica. De acordo com o Dicionário Merriam Webster, humanismo é "... uma doutrina, atitude ou modo de vida centrado em interesses ou valores humanos; especialmente: uma filosofia que geralmente rejeita o sobrenaturalismo e enfatiza a dignidade, o valor e a capacidade de autorrealização de um indivíduo através da razão".^[24]

História

Antecessores

Traços de humanismo podem ser encontrados na filosofia grega antiga.^[25] Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros filósofos ocidentais a tentar explicar o mundo em termos da razão humana e da lei natural, sem depender de mitos, tradições ou religião.^[26] Protágoras, que viveu em Atenas (c. 440 a.C.), apresentou algumas ideias humanistas fundamentais, embora apenas fragmentos de sua obra tenham sobrevivido. Ele fez uma das primeiras declarações agnósticas; de acordo com um fragmento: "Sobre os deuses não posso saber nem se eles existem, nem que não existem, nem de que tipo são em forma: pois muitas coisas me impedem de saber isso, sua obscuridade e a brevidade da vida do homem".^[27] Sócrates falou da necessidade do "conhecer a si mesmo"; seu pensamento mudou o foco da filosofia então contemporânea da natureza para os humanos e seu bem-estar.^[28] Ele foi um teísta executado por ateísmo, que investigou a natureza da moralidade pelo raciocínio.^[29] Aristóteles ensinou o racionalismo e um sistema de ética baseado na natureza humana que também é paralelo ao pensamento humanista.^[30] No terceiro século a.C., Epicuro desenvolveu uma filosofia influente e centrada no ser humano que se concentrava em alcançar a eudaimonia. Os epicuristas continuaram a teoria atomista de Demócrito – uma teoria materialista que sugere que a unidade fundamental do universo é um átomo indivisível. A felicidade humana, viver bem, a amizade e evitar excessos foram os ingredientes-chave da filosofia epicurista que floresceu dentro e fora do mundo pós-helênico.^[30] É uma opinião repetida entre os estudiosos que as características humanísticas do pensamento grego antigo são as raízes do humanismo 2.000 anos depois.^[31]

Outros movimentos antecessores que às vezes usam o mesmo vocabulário ou equivalente ao humanismo ocidental moderno podem ser encontrados na filosofia chinesa e suas religiões como o taoísmo e o confucionismo.^[32]

As traduções árabes da literatura grega antiga durante o califado abássida nos séculos VIII e IX influenciaram os filósofos islâmicos. Muitos pensadores muçulmanos medievais perseguiram o discurso humanístico, racional e científico na sua busca por conhecimento, significado e valores. Uma ampla gama de escritos islâmicos sobre amor, poesia, história e teologia filosófica mostram que o pensamento islâmico medieval estava aberto a ideias humanistas de individualismo, secularismo ocasional, ceticismo, liberalismo e liberdade de expressão; escolas foram estabelecidas em Bagdá, Basra e Isfahã.^[33]

Renascimento

O movimento intelectual mais tarde conhecido como humanismo renascentista apareceu pela primeira vez na Itália e influenciou grandemente a cultura ocidental contemporânea e moderna.^[34] O humanismo renascentista surgiu na Itália e um interesse renovado pela literatura e pelas artes ocorreu na Itália do século XIII.^[35] Estudiosos italianos descobriram o pensamento grego antigo, particularmente o de Aristóteles, através de traduções árabes da África e da Espanha.^[36] Outros centros foram Verona, Nápoles e Avinhão.^[37] Petrarca, frequentemente referido como o pai do humanismo, é uma figura significativa.^[38] Petrarca foi criado em Avinhão; ele se inclinou para a educação desde muito jovem e estudou ao lado de seu pai bem-educado. O entusiasmo de Petrarca pelos textos antigos levou-o a descobrir manuscritos como Pro Archia, de Cícero, e De Chorographia, de Pompônio Mela, que foram influentes no desenvolvimento da Renascença.^[39] Petrarca escreveu poemas em latim como Canzoniere e De viris illustribus, nos quais descreveu ideias humanistas.^[40] Sua contribuição mais significativa foi uma lista de livros descrevendo as quatro disciplinas principais—retórica, filosofia moral, poesia e gramática—que se tornaram a base dos estudos humanísticos (studia humanitatis). A lista de Petrarca baseava-se fortemente em escritores antigos, especialmente Cícero.^[41]

O renascimento dos autores classicistas continuou após a morte de Petrarca. O chanceler e humanista de Florença, Coluccio Salutati, fez de sua cidade um centro proeminente do humanismo renascentista; seu círculo incluía outros humanistas notáveis—incluindo Leonardo Bruni, que redescobriu, traduziu e popularizou textos antigos.^[42] Os humanistas influenciaram fortemente a educação.^[43] Vittorino da Feltre e Guarino Veronese criaram escolas baseadas em princípios humanísticos; o seu currículo foi amplamente adotado e, no século XVI, apaideia humanística era a perspectiva dominante da educação pré-universitária.^[44] Paralelamente aos avanços na educação, os humanistas da Renascença fizeram progressos em áreas como filosofia, matemática e religião. Na filosofia, Angelo Poliziano, Nicolau de Cusa e Marsilio Ficino contribuíram ainda mais para a compreensão dos antigos filósofos clássicos e Giovanni Pico della Mirandola minou o domínio da filosofia aristotélica ao revitalizar o ceticismo de Sexto Empírico.^[45] Pico della Mirandola, que teve influência sobre o humanismo francês do século XVI, escreveu a Oração da Dignidade do Homem, que, embora fosse uma exaltação antropocêntrica atrelada ao discurso religioso teísta, enfatizava a autonomia e potencialidade de transformação do sujeito; serviu, assim, à construção moderna do conceito de dignidade humana, em uma transição que saía do antigo modelo cosmocêntrico.^[46]

Os estudos religiosos foram afetados pelo crescimento do humanismo renascentista quando o Papa Nicolau V iniciou a tradução de textos bíblicos hebraicos e gregos, e outros textos nessas línguas, para o latim contemporâneo.^[45]

Os valores humanistas se espalharam pela Itália no século XV. Estudantes e acadêmicos foram para a Itália estudar antes de retornarem às suas terras natais levando mensagens humanísticas. Editoras dedicadas a textos antigos foram estabelecidas em Veneza, Basileia e Paris.^[44] No final do século XV, o centro do humanismo mudou da Itália para o norte da Europa, sendo Erasmo de Roterdão o principal estudioso humanista.^[47] O efeito mais duradouro do humanismo renascentista foi o seu currículo e métodos educacionais. Os humanistas insistiram na importância da literatura clássica no fornecimento de disciplina intelectual, padrões morais e um gosto civilizado para a elite—uma abordagem educacional que alcançou a era contemporânea.^[48]

Iluminação

Durante a Era do Iluminismo, as ideias humanísticas ressurgiram, desta vez mais distantes da religião e da literatura clássica.^[49] A ciência e o intelectualismo avançaram e os humanistas argumentaram que a racionalidade poderia substituir o teísmo como meio de compreender o mundo. Valores humanísticos, como a tolerância e a oposição à escravatura, começaram a tomar forma.^[50] Novas ideias filosóficas, sociais e políticas surgiram. Alguns pensadores rejeitaram completamente o teísmo; e o ateísmo, o deísmo e a hostilidade à religião organizada foram formados.^[51] Durante o Iluminismo, Baruch Spinoza redefiniu Deus como significando a totalidade da natureza; Spinoza foi acusado de ateísmo, mas permaneceu em silêncio sobre o assunto.^[52] O naturalismo também foi promovido por proeminentes Enciclopedistas. O Barão d'Holbach escreveu o polêmico Sistema da Natureza, alegando que a religião foi construída sobre o medo e ajudou tiranos ao longo da história.^[53] Diderot e Helvétius combinaram seu materialismo com uma crítica política contundente.^[53]

Também durante o Iluminismo, a concepção abstrata de humanidade começou a se formar—um momento crítico para a construção da filosofia humanista. Os apelos anteriores aos "homens" agora se voltaram para o "homem" em geral; para ilustrar este ponto, o estudioso Tony Davies aponta para documentos políticos como Do Contrato Social (1762) de Rousseau, no qual diz "O homem nasce livre, mas está em toda parte acorrentado". Da mesma forma, Rights of Man, de Thomas Paine, usa a forma singular da palavra, revelando uma concepção universal de "homem".^[54] Paralelamente, o empirismo baconiano—embora não o humanismo em si—levou ao materialismo de Thomas Hobbes.^[55]

O estudioso J. Brent Crosson argumenta que, embora exista uma crença amplamente difundida de que o nascimento do humanismo foi apenas um assunto europeu, o pensamento intelectual da África e da Ásia também contribuiu significativamente. Ele também observa que durante o Iluminismo, o homem universal não abrangia todos os humanos, mas era moldado por gênero e raça. De acordo com Crosson, a mudança de homem para humano começou durante o Iluminismo e ainda está em andamento.^[56] Crosson também argumenta que o Iluminismo, especialmente na Grã-Bretanha, produziu não apenas uma noção de homem universal, mas também deu origem a ideias pseudocientíficas, como as sobre diferenças entre raças, que moldaram a história europeia.^[57]

De Darwin à era atual

O filósofo francês Auguste Comte (1798-1857) introduziu a ideia—que às vezes é atribuída a Thomas Paine—de uma "religião da humanidade". De acordo com o estudioso Tony Davies, esta pretendia ser um culto ateu baseado em alguns princípios humanísticos e tinha alguns membros proeminentes, mas logo entrou em declínio. Mesmo assim, foi influente durante o século XIX, e seu humanismo e rejeição ao sobrenaturalismo são ecoados nas obras de autores posteriores como Oscar Wilde, George Holyoake—que cunhou a palavra secularismo—George Eliot, Émile Zola e E. S. Beesly. A Idade da Razão de Paine, juntamente com a crítica bíblica do século XIX aos hegelianos alemães David Strauss e Ludwig Feuerbach, também contribuíram para novas formas de humanismo.^[58]^[59]

Os avanços na ciência e na filosofia proporcionaram aos estudiosos outras alternativas à crença religiosa. A teoria da seleção natural de Charles Darwin ofereceu aos naturalistas uma explicação para a pluralidade das espécies.^[60] A teoria de Darwin também sugeria que os humanos são simplesmente uma espécie natural, contradizendo a visão teológica tradicional dos humanos como mais do que animais.^[61] Os filósofos Ludwig Feuerbach, Friedrich Nietzsche e Karl Marx atacaram a religião por vários motivos, e os teólogos David Strauss e Julius Wellhausen questionaram a Bíblia.^[60] Paralelamente, o utilitarismo foi desenvolvido na Grã-Bretanha através dos trabalhos de Jeremy Bentham e John Stuart Mill. O utilitarismo, uma filosofia moral, centra a sua atenção na felicidade humana, visando eliminar a dor humana e animal através de meios naturais.^[62] Na Europa e nos EUA, à medida que cresciam as críticas filosóficas às crenças teístas, grandes partes da sociedade distanciaram-se da religião. Sociedades éticas foram formadas, levando ao movimento humanista contemporâneo.^[63]

A ascensão do racionalismo e do método científico foi seguida no final do século XIX na Grã-Bretanha pelo início de muitas associações racionalistas e éticas, como a Sociedade Secular Nacional, a União Ética e a Associação de Imprensa Racionalista.^[59] No século XX, o humanismo foi promovido ainda mais pelo trabalho de filósofos como A. J. Ayer, Antony Flew e Bertrand Russell, cuja defesa do ateísmo em Why I Am Not a Christian popularizou ainda mais as ideias humanistas. Em 1963, a Associação Humanista Britânica evoluiu a partir da União Ética e fundiu-se com muitos grupos éticos e racionalistas menores. Noutras partes da Europa, as organizações humanistas também floresceram. Nos Países Baixos, a Aliança Humanista Holandesa ganhou uma ampla base de apoio após a Segunda Guerra Mundial; na Noruega, a Associação Humanista Norueguesa ganhou apoio popular.^[64]

Nos EUA, o humanismo evoluiu com a ajuda de figuras significativas da Igreja Unitarista. Começaram a aparecer revistas humanistas, incluindo The New Humanist, que publicou o Humanist Manifesto I em 1933. A União Ética Americana emergiu de sociedades éticas pequenas e recém-fundadas.^[59] A Associação Humanista Americana (AHA) foi criada em 1941 e tornou-se tão popular como algumas de suas homólogas europeias. A AHA se espalhou por todos os estados, e algumas figuras públicas proeminentes como Isaac Asimov, John Dewey, Erich Fromm, Paul Kurtz, Carl Sagan, e Gene Roddenberry tornaram-se membros.^[64] Organizações humanistas de todos os continentes formaram a União Humanista e Ética Internacional (IHEU), que hoje é conhecida como Humanistas Internacional, e promove a agenda humanista através das organizações das Nações Unidas UNESCO e UNICEF.^[65]

Variedades de humanismo

Os naturalistas do início do século XX, que viam o seu humanismo como uma religião e participavam de congregações semelhantes a igrejas, usaram o termo "humanismo religioso". O humanismo religioso apareceu principalmente nos EUA e agora é raramente praticado.^[18] A Associação Humanista Americana surgiu do humanismo religioso.^[66] O mesmo termo tem sido usado por grupos religiosos como os quakers para descrever a sua teologia humanística.^[67]

O termo "humanismo renascentista" foi dado a uma tradição de reforma cultural e educacional realizada por chanceleres cívicos e eclesiásticos, colecionadores de livros, educadores e escritores que se desenvolveu durante o século XIV e início do século XV. No final do século XV, esses acadêmicos começaram a ser chamados de umanisti (humanistas).^[68] Embora as raízes do humanismo moderno possam ser atribuídas à Renascença, o humanismo da Renascença difere enormemente dele.^[69]^[70]

Outros termos que usam "humanismo" em seu nome incluem:

Humanismo cristão: uma corrente histórica no final da Idade Média em que os estudiosos cristãos combinavam a fé cristã com o interesse pela antiguidade clássica e o foco no bem-estar humano.^[71]
Humanismo ético: sinônimo de cultura ética, teve destaque nos EUA no início do século XX e focou nas relações entre os humanos.^[72]
Humanismo científico: enfatiza a crença no método científico como um componente do humanismo conforme descrito nas obras de John Dewey e Julian Huxley; o humanismo científico é em grande parte sinônimo de humanismo secular.^[73]
Humanismo secular: cunhado em meados do século XX, foi inicialmente uma tentativa de denegrir o humanismo, mas algumas associações humanistas abraçaram o termo.^[74] O humanismo secular é sinônimo do movimento humanista contemporâneo.^[75]
Humanismo marxista: uma das várias escolas rivais do pensamento marxista que aceita princípios humanísticos básicos, como o secularismo e o naturalismo, mas difere de outras vertentes do humanismo devido à sua posição vaga sobre a democracia e à rejeição do livre arbítrio.^[76]
Humanismo digital: uma estrutura filosófica e ética emergente que procura preservar e promover os valores humanos, a dignidade e o bem-estar no contexto de rápidos avanços tecnológicos, particularmente no domínio digital.^[77]^[78]

Escola literária

Também há a escola literária chamada humanismo,^[79] que surgiu no século XIV, perdurando até o final do século XV, através do humanismo que surge o Renascimento. Nesse período, destacam-se as prosas doutrinárias, dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por fidalgos, utilizavam o verso de sete e de cinco silabas, respectivamente a redondilha maior e menor. Entre os autores dessa poesia palaciana,^[80] reunida no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, destacam-se Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, Jorge de Aguiar, João Roiz de Castel-Branco, Jorge d' Aguiar, Aires Teles, Gil Vicente, entre outros.^[81]^[82]

Ver também

Notas

↑ A ligação etimológica da palavra humanismo com a humanidade ou natureza humana de Cristo tem sido frequentemente repetida, mas normalmente a associação é com Coleridge, a quem é atribuído seu primeiro uso em 1812.^[11]^[12]^[13]^[14]

Referências

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Ligações externas

[15] A ligação etimológica da palavra humanismo com a humanidade ou natureza humana de Cristo tem sido frequentemente repetida, mas normalmente a associação é com Coleridge, a quem é atribuído seu primeiro uso em 1812.^[11]^[12]^[13]^[14]

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[28] Law 2011, capítulo History of Humanism, #Ancient Greece ":fragment (80B4 DK)"

[FOOTNOTELamont199734–35Freeman2015124–125-29] Lamont 1997, pp. 34–35; Freeman 2015, pp. 124–125.

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[FOOTNOTELamont199745-54] Lamont 1997, p. 45.

[FOOTNOTEDavies199725-55] Davies 1997, p. 25.

[FOOTNOTEDavies1997108–09-56] Davies 1997, pp. 108–09.

[FOOTNOTECrosson20201–3-57] Crosson 2020, pp. 1–3.

[FOOTNOTECrosson20205–6-58] Crosson 2020, pp. 5–6.

[FOOTNOTEDavies199726–30-59] Davies 1997, pp. 26–30.

[FOOTNOTEHardie200019th_Century-60] Hardie 2000, 19th Century.

[FOOTNOTELaw201136-61] Law 2011, p. 36.

[FOOTNOTELamont199775-62] Lamont 1997, p. 75.

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[FOOTNOTELaw201139-64] Law 2011, p. 39.

[FOOTNOTEHardie200020th_Century-65] Hardie 2000, 20th Century.

[FOOTNOTEMorainMorain1998100-66] Morain & Morain 1998, p. 100.

[FOOTNOTEWilson197415Copson20153–4-67] Wilson 1974, p. 15; Copson 2015, pp. 3–4.

[FOOTNOTEFowler199920-68] Fowler 1999, p. 20.

[FOOTNOTEMann19961–2-69] Mann 1996, pp. 1–2.

[FOOTNOTENorman200414-70] Norman 2004, p. 14.

[FOOTNOTECopson20152–3-71] Copson 2015, pp. 2–3.

[FOOTNOTEWilson197415-72] Wilson 1974, p. 15.

[FOOTNOTEWilson197415–16-73] Wilson 1974, pp. 15–16.

[FOOTNOTEWilson197416-74] Wilson 1974, p. 16.

[FOOTNOTECopson20152-75] Copson 2015, p. 2.

[FOOTNOTEFowler199921–22-76] Fowler 1999, pp. 21–22.

[FOOTNOTELamont199728–29Davies199756–57-77] Lamont 1997, pp. 28–29; Davies 1997, pp. 56–57.

[78] Schmölz, Alexander (13 de novembro de 2020). «Die Conditio Humana im digitalen Zeitalter: Zur Grundlegung des Digitalen Humanismus und des Wiener Manifests». MedienPädagogik: Zeitschrift für Theorie und Praxis der Medienbildung (em alemão): 208–234. ISSN 1424-3636. doi:10.21240/mpaed/00/2020.11.13.X

[79] Werthner, Hannes; Prem, Erich; Lee, Edward A.; Ghezzi, Carlo. Werthner; Prem, Erich; Lee, Edward A.; Ghezzi, Carlo, eds. Perspectives on Digital Humanism. [S.l.]: Springer. ISBN 978-3-030-86144-5. doi:10.1007/978-3-030-86144-5. Consultado em 17 de setembro de 2023 |publicadopor= e |editora= redundantes (ajuda)

[80] «Resumo de Humanismo (Literatura Brasileira)». Resumos de Literatura. Março de 2014. Consultado em 12 de junho de 2016. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2015

[81] Teoria literária - A Poesia palaciana.

[82] Humanismo - Literatura e Arte

[83] Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende (resenha).

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+[[Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg|miniaturadaimagem|[[Homem Vitruviano (desenho de Leonardo da Vinci)|''Homem Vitruviano'']] (c. 1490) de [[Leonardo da Vinci]]]]
-{{Mais notas|data=junho de 2021}}
-'''Humanismo'''<ref>{{citar web |url=http://m.baguete.com.br/news/readnews/4/93146 |titulo=Gartner: é hora do humanismo digital |autor=Maurício Renner |publicado=baguete |data=10/06/2016 |acessodata=12 de junho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160612202154/http://m.baguete.com.br/news/readnews/4/93146 |arquivodata=2016-06-12 |urlmorta=no }}</ref> é a [[filosofia]] [[moral]] que coloca os [[humano]]s como os principais numa escala de importância, no centro do mundo. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas [[ética]]s que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a [[racionalidade]]. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao [[sobrenatural]] ou a uma [[autoridade]] superior.<ref>{{citar livro|título=Compact Oxford English Dictionary|publicado=Oxford University Press|data=2007|citação=humanism ''n.'' 1 a rationalistic system of thought movement that turned away from medieval scholasticism and revived interest in ancient Greek and Roman thought.}} Typically, abridgments of this definition omit all senses except #1, such as in the [http://dictionary.cambridge.org/define.asp?key=38402&dict=CALD Cambridge Advanced Learner's Dictionary], [http://www.thefreedictionary.com/humanism Collins Essential English Dictionary], and {{citar livro|título=Webster's Concise Dictionary|publicado=RHR Press|data= 2001|local=New York|páginas=177}}</ref><ref>{{citar web|título=Definitions of humanism (subsection)|publicado=Institute for Humanist Studies|url=http://humaniststudies.org/humphil.html|acessodata=16 de janeiro de 2007|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070118050402/http://humaniststudies.org/humphil.html|arquivodata=2007-01-18|urlmorta=yes}}</ref>
+O '''humanismo''' é uma postura de vida [[democrática]] e [[ética]], que afirma que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas.<ref name="IHEU96">IHEU (1996) [https://humanists.international/policy/iheu-minimum-statement-on-humanism/ IHEU Minimum Statement on Humanism]. Humanists International, General Assembly.</ref> É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas morais que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a [[racionalidade]]. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico contemporâneo destaca-se por contraposição ao apelo ao [[sobrenatural]] ou a uma [[autoridade]] superior.<ref>{{citar livro|título=Compact Oxford English Dictionary|data=2007|publicado=Oxford University Press|citação=humanism ''n.'' 1 a rationalistic system of thought movement that turned away from medieval scholasticism and revived interest in ancient Greek and Roman thought.}} Typically, abridgments of this definition omit all senses except #1, such as in the [http://dictionary.cambridge.org/define.asp?key=38402&dict=CALD Cambridge Advanced Learner's Dictionary], [http://www.thefreedictionary.com/humanism Collins Essential English Dictionary], and {{citar livro|título=Webster's Concise Dictionary|data=2001|publicado=RHR Press|local=New York|páginas=177}}</ref><ref>{{citar web|url=http://humaniststudies.org/humphil.html|título=Definitions of humanism (subsection)|acessodata=16 de janeiro de 2007|publicado=Institute for Humanist Studies|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070118050402/http://humaniststudies.org/humphil.html|arquivodata=2007-01-18|urlmorta=yes}}</ref>
+O significado do termo "humanismo" mudou de acordo com os sucessivos movimentos intelectuais que com ele se identificaram. Durante a [[Renascença italiana]], obras antigas inspiraram os estudiosos italianos, dando origem ao movimento do [[humanismo renascentista]]. Durante a [[Iluminismo|Era do Iluminismo]], os valores humanísticos foram reforçados pelos avanços da ciência e da tecnologia, dando confiança aos humanos na sua exploração do mundo. No início do século XX, organizações dedicadas ao humanismo floresceram na Europa e nos Estados Unidos e, desde então, expandiram-se por todo o mundo. No início do século XXI, o termo geralmente denota um foco no bem-estar humano e defende a [[liberdade]], a [[autonomia]] e o [[progresso]] humanos. Vê a [[humanidade]] como responsável pela promoção e desenvolvimento dos [[indivíduos]], defende a [[dignidade]] igual e inerente de todos os seres humanos e enfatiza a preocupação pelos seres humanos em relação ao mundo.
-Desde o século XIX, o humanismo tem sido erroneamente associado ao [[anticlericalismo]], onde, na verdade se associa ao [[antropocentrismo]] [[Renascença|renascentista]] e o [[laicismo]] dos filósofos [[Iluminismo|iluministas]]. O termo abrange diversos tipos de pensadores [[Não-teísmo|não teístas]], o [[humanismo secular]] e uma das posturas de vida humanista.<ref>{{citar web|título=What Is Humanism?|autor=Edwords, Fred|url=http://www.americanhumanist.org/who_we_are/about_humanism/What_is_Humanism|data=1989|publicado=American Humanist Association|acessodata=19 de agosto de 2009|citação=Secular and Religious Humanists both share the same worldview and the same basic principles... From the standpoint of philosophy alone, there is no difference between the two. It is only in the definition of religion and in the practice of the philosophy that Religious and Secular Humanists effectively disagree.|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100130233229/http://www.americanhumanist.org/who_we_are/about_humanism/What_is_Humanism|arquivodata=2010-01-30|urlmorta=yes}}</ref>
+Desde o século XIX, o humanismo tem sido erroneamente associado ao [[anticlericalismo]], quando na verdade se associa ao [[antropocentrismo]] [[Renascença|renascentista]] e ao [[laicismo]] dos filósofos [[Iluminismo|iluministas]].<ref>{{citar web|url=http://www.americanhumanist.org/who_we_are/about_humanism/What_is_Humanism|título=What Is Humanism?|data=1989|acessodata=19 de agosto de 2009|publicado=American Humanist Association|autor=Edwords, Fred|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100130233229/http://www.americanhumanist.org/who_we_are/about_humanism/What_is_Humanism|arquivodata=2010-01-30|urlmorta=yes|citação=Secular and Religious Humanists both share the same worldview and the same basic principles... From the standpoint of philosophy alone, there is no difference between the two. It is only in the definition of religion and in the practice of the philosophy that Religious and Secular Humanists effectively disagree.}}</ref> A partir do século XX, os movimentos humanistas são tipicamente [[Humanismo secular|não religiosos]] e alinhados com o [[secularismo]] ([[humanismo secular]]). Mais frequentemente, o humanismo refere-se a uma visão [[Não-teísmo|não-teísta]] centrada na agência humana e a uma confiança na ciência e na [[razão]], em vez de na [[Revelação divina|revelação]] de uma fonte sobrenatural para compreender o mundo. Os humanistas tendem a defender os [[direitos humanos]], a [[liberdade de expressão]], as [[Progressismo|políticas progressistas]] e a democracia. Pessoas com uma visão de mundo humanista sustentam que a religião não é uma pré-condição da moralidade e se opõem ao excessivo envolvimento religioso com a educação e o Estado.
-A primeira organização humanista no Brasil é a Organização Humanista Internacional, fundada sob posturas iluministas, se tornando os herdeiros do iluminismo histórico no país e sendo os responsáveis por desenvolver tal herança, tanto para essa quanto para as gerações seguintes.<ref>{{Citar web|url=http://www.souhumanista.org|titulo=humanista|acessodata=2017-03-25|obra=humanista}}</ref>
+As organizações humanistas contemporâneas trabalham sob a égide da [[Humanistas Internacional]]. Associações humanistas bem conhecidas são a dos [[Associação Humanista Britânica|Humanistas do Reino Unido]] e a [[Associação Humanista Americana]].
-== Vertentes do humanismo ==
-[[Imagem:Zaccaria in the temple by dghirlandaio.jpg|thumb|esquerda|[[Marsílio Ficino]] (esq.), [[Cristoforo Landino]], [[Angelo Poliziano]] e Demetrio Calcondila, [[Santa Maria Novella]] ([[Florença]]).]]
-Os '''humanistas''', como o nome indica, são mais [[empirismo|empiristas]] e menos espirituais; são geralmente associados a [[cientista]]s e académicos, embora a [[filosofia]] não se limite a esses grupos. Têm preocupação com a [[ética]] e afirmam a dignidade do ser humano, recusando explicações transcendentais e preferindo o [[racionalismo]]. Geralmente são humanistas os [[Deísmo|deístas]], [[Panteísmo|panteístas]], [[Agnosticismo|agnósticos]], [[ignosticismo|ignósticos]] ou ainda [[Ateísmo|ateus]].
+== Etimologia ==
-* '''Humanismo cristão:''' o [[humanismo cristão]], também chamado de religiosismo, é uma corrente em que a liberdade e o individualismo humanos são partes intrínsecas (naturais), ou pelo menos compatíveis com, a doutrina e a prática cristãs. É uma união filosófica de princípios cristãos e humanistas.
+A palavra "humanismo" deriva da palavra [[Latim|latina]] ''[[humanitas]]'', que foi usada pela primeira vez na Roma antiga por [[Cícero]] e outros pensadores para descrever valores relacionados à [[educação liberal]].{{Sfn|Kristeller|1978|p=3}} Esta etimologia sobrevive no conceito universitário moderno de [[humanidades]] – artes, filosofia, história, literatura e disciplinas relacionadas. A palavra reapareceu durante o [[Renascimento]] italiano como ''umanista''.{{Sfn|Harper}} A palavra "humanista" foi usada para descrever um grupo de estudantes de [[Estudos clássicos|literatura clássica]] e aqueles que defendiam uma educação clássica.{{sfnm|1a1=Mann|1y=1996|pp=1–2|2a1=Copson|2y=2015|2pp=1–2}}
-* '''Humanismo renascentista:''' o [[humanismo renascentista]]<ref>{{citar web |url=http://www.todamateria.com.br/humanismo/ |titulo=Humanismo |publicado=TodaMatéria |acessodata=12 de junho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160506043952/http://www.todamateria.com.br/humanismo/ |arquivodata=2016-05-06 |urlmorta=no }}</ref> propõe o antropocentrismo. O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro do pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a ideia de "Deus no centro do pensamento filosófico". O antropocentrismo surgiu a partir do renascimento cultural.
-* '''Humanismo positivista:''' o humanismo [[Positivismo|positivista]] [[Auguste Comte|comtiano]] afirma o ser humano e rejeita a teologia e a metafísica. A forma mais profunda e coerente do humanismo comtiano é sua vertente religiosa, ou seja, a [[Religião da Humanidade]], que propõe a substituição [[moral]], [[Filosofia|filosófica]], [[política]] e [[Epistemologia|epistemológica]] das entidades supranaturais (os deuses ou as entidades abstratas da metafísica) pela concepção de [[Humanidade]]. Além disso, afirma a historicidade do ser humano e a necessidade de uma percepção totalizante do homem, ou seja, que o perceba como afetivo, [[racionalidade|racional]] e prático ao mesmo tempo.
+Em 1755, no influente ''[[Um Dicionário da Língua Inglesa|A Dictionary of the English Language,]]'' de [[Samuel Johnson]], a palavra "humanista" é definida como [[Filologia|filólogo]] ou gramático, derivado da palavra francesa ''humaniste''. Em uma edição posterior do dicionário, o significado "um termo usado nas escolas da [[Escócia]]" foi adicionado.<ref>Johnson, Samuel (1785) [[iarchive:dictionaryofengl01johnuoft/page/n981/mode/1up|A Dictionary of the English language]]. Sixth Edition, Volume 1, p. 981.</ref> Na década de 1780, foi utilizada na teologia por [[Thomas Howes (clérigo)|Thomas Howes]], que foi um dos muitos oponentes de [[Joseph Priestley]] durante as célebres disputas unitaristas.<ref>Chandler, D. (2001) ''A Bibliographical History of Thomas Howes' "Critical Observations" (1776–1807) and His Dispute with Joseph Priestley''. [https://www.jstor.org/stable/40372255 Studies in Bibliography], Vol. 54, pp. 285–295.</ref> Por causa dos diferentes significados doutrinários de unitariano e [[unitarismo]], Howes usou "as denominações mais precisas de ''humanistas'' e ''humanismo''" ao se referir a aqueles como Priestley "que mantêm a ''mera humanidade'' de [[Jesus|Cristo]]".<ref>Howes, T. (1776–1800) [[iarchive:bim_eighteenth-century_critical-observations-on_howes-thomas-rev-of-_1776-1800_4|Critical Observations on Books, Antient and Modern. Vol IV.]], pp. 17–18.</ref>{{Sfn|Harper}} Esta origem teológica do humanismo é considerada obsoleta.<ref name="gibbs">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/24544107 |título=Of Time and Pages |data=2015 |periódico=College Literature |número=2 |ultimo=Gibbs |primeiro=Robert |paginas=259–260 |issn=0093-3139 |jstor=24544107 |volume=42}}</ref>{{Nota de rodapé|nota=A ligação etimológica da palavra humanismo com a humanidade ou natureza humana de Cristo tem sido frequentemente repetida, mas normalmente a associação é com [[Samuel Taylor Coleridge|Coleridge]], a quem é atribuído seu primeiro uso em 1812.<ref name="gibbs" /><ref>Schafer, R. (1930) [http://www.jstor.org/stable/26433563 What is Humanism?]. The Virginia Quarterly Review, vol. 6, no. 2, p. 198. JSTOR.</ref>{{sfn|Giustiniani|1985|p=173}}<ref>{{cite journal | doi=10.7202/1064841ar | title=Hendrik Birus's "The Archeology of 'Humanism'" | date=2019 | last1=Adams | first1=Hazard | last2=Behler | first2=Ernst | last3=Birus | first3=Hendrik | last4=Derrida | first4=Jacques | last5=Iser | first5=Wolfgang | last6=Krieger | first6=Murray | last7=Miller | first7=Hillis | last8=Pfeiffer | first8=Ludwig | last9=Readings | first9=Bill | last10=Wang | first10=Ching-Hsien | last11=Yu | first11=Pauline | journal=Surfaces | volume=6 | s2cid=233039844 | doi-access=free }}</ref>}}
-* '''Humanismo logosófico:''' o [[Logosofia#Contribui.C3.A7.C3.A3o_Humanista|humanismo logosófico]] propõe, ao ser humano, a realização de um processo de [[Evolução espiritual|evolução]] que o leve a superar suas qualidades até alcançar a excelência de sua condição humana. [[Carlos Bernardo González Pecotche|González Pecotche]] afirma que o humanismo [[Logosofia|logosófico]] "parte do próprio ser sensível e pensante, que busca consumar, dentro de si, o processo evolutivo que toda a humanidade deve seguir. Sua realização nesse sentido haverá, depois, de fazer, dele, um exemplo real daquilo que cada integrante da grande família humana pode alcançar".<ref name="cbgp">González Pecotche, Carlos Bernardo (2007). "O Mecanismo da Vida Consciente". Editora Logosófica, 14ª edição, Cap. 12.</ref>
-* '''Humanismo marxista:''' o humanismo marxista é a linha interpretativa de textos de [[Karl Marx]], geralmente oposta ao [[materialismo dialético]] de [[Friedrich Engels]] e de outras linhas de interpretação que entendem o [[marxismo]] como ciência da [[economia]] e da [[história]]. É baseado nos manuscritos da adolescência de Marx, nos quais ele critica o [[idealismo]] [[Georg Wilhelm Friedrich Hegel|hegeliano]] que apresenta a história da Humanidade como realização do espírito. Para Marx, o Homem é antes de tudo parte da Natureza mas, diferentemente de [[Ludwig Feuerbach|Feuerbach]], considera que o ser humano possui uma característica que lhe é particular, a [[consciência]] - que se manifesta como saber. Segundo Salvatore Puledda, em  ''Interpretaciones del Humanismo'', "através de sua atividade consciente o ser humano se objetiva no mundo natural, aproximando-o sempre mais de si, fazendo-o cada vez mais parecido com ele: o que antes era simples natureza, agora se transforma em um produto humano. Portanto, se o homem é um ser natural, a natureza é, por sua vez, natureza humanizada, ou seja, transformada conscientemente pelo homem."
+No início do século XIX, o termo ''humanismus'' foi usado na [[Alemanha]] com diversos significados e a partir daí voltou a repercutir em outros idiomas com duas denotações distintas; um termo acadêmico ligado ao estudo da literatura clássica e outro de uso mais comum que significava uma abordagem não religiosa da vida contrária ao [[teísmo]].{{sfnm|1a1=Copson|1y=2015|1pp=1–2|2a1=Fowler|2y=1999|2pp=18–19}} É provável que o teólogo bávaro [[Friedrich Immanuel Niethammer]] tenha cunhado o termo ''humanismus'' para descrever o novo currículo clássico que planejava oferecer nas escolas secundárias alemãs.{{Sfn|Davies|1997|p=9}} Logo, outros estudiosos como [[Georg Voigt]] e [[Jacob Burckhardt]] adotaram o termo.{{Sfn|Davies|1997|pp=9–10}} No século XX, a palavra foi ainda mais refinada, adquirindo o seu significado contemporâneo de uma abordagem [[Naturalismo|naturalista]] da vida e com foco no bem-estar e na liberdade dos humanos.{{Sfn|Copson|2015|pp=3–4}}
-* '''Humanismo universalista:''' o '''humanismo universalista''' do [[Movimento Humanista]] possui como um dos principais valores o de ser internacionalista, aspira uma nação humana universal, porém não quer um mundo uniforme, mas sim um mundo múltiplo, múltiplo em etnias, línguas e costumes; múltiplos nas crenças, no [[ateísmo]] e na religiosidade; o humanismo universalista não quer dirigentes nem chefes, nem ninguém que se sinta representante de nada. Outro valor de suma importância pertencente ao humanismo universalista é a não-violência ativa como meio de atuação no mundo. O fundador desta vertente humanista ([[Mario Rodrigues Luis Cobos]]) diz: "Nada acima do ser humano e nenhum humano abaixo de outro".
+== Definição ==
+Não existe uma definição única e amplamente aceita de humanismo, e os estudiosos deram significados diferentes ao termo.{{Sfn|Davies|1997|p=3–5}} Para o filósofo [[Sidney Hook]], escrevendo em 1974, os humanistas se opõem à imposição de uma cultura em algumas civilizações, não pertencem a uma igreja ou religião estabelecida, não apoiam [[ditaduras]] e não justificam o uso da [[violência]] para reformas sociais. Hook também disse que os humanistas apoiam a erradicação da fome e melhorias na saúde, habitação e educação.{{Sfn|Hook|1974|pp=31–33}} Na mesma coleção editada, o filósofo humanista [[H. J. Blackham]] argumentou que o humanismo é um conceito que se concentra na melhoria das condições sociais da humanidade, aumentando a autonomia e a dignidade de todos os seres humanos.{{Sfn|Blackham|1974|pp=35–37}} Em 1999, [[Jeaneane D. Fowler]] disse que a definição de humanismo deveria incluir a rejeição da divindade e uma ênfase no bem-estar e na liberdade humanos. Ela também observou que há uma falta de sistema de crenças ou doutrina partilhada, mas que, em geral, os humanistas visam a felicidade e a [[autorrealização]].{{Sfn|Fowler|1999|p=9}}
+Em 2015, o proeminente humanista [[André Copson|Andrew Copson]] tentou definir o humanismo da seguinte forma:
+* O humanismo é naturalista na sua compreensão do universo; a [[ciência]] e a livre investigação nos ajudarão a compreender mais sobre o universo.
+* Esta abordagem científica não reduz os humanos a nada menos que seres humanos.
+* Os humanistas dão importância à busca de uma vida autodefinida, significativa e feliz.
+* O humanismo é moral; a moralidade é uma maneira de os humanos melhorarem suas vidas.
+* Os humanistas se envolvem em ações práticas para melhorar as condições pessoais e sociais.{{Sfn|Copson|2015|pp=6–24}}
+De acordo com a [[Humanistas Internacional|União Humanista e Ética Internacional]]:<blockquote>"O humanismo é uma postura de vida democrática e ética, que afirma que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas. Representa a construção de uma sociedade mais humana através de uma ética baseada em valores humanos e outros valores naturais, no espírito da razão e na investigação livre através das capacidades humanas. Não é teísta e não aceita visões sobrenaturais da realidade."<ref name="IHEU96" /></blockquote>Os dicionários definem o humanismo como uma visão de mundo ou postura filosófica. De acordo com o Dicionário Merriam Webster, humanismo é "... uma doutrina, atitude ou modo de vida centrado em interesses ou valores humanos; especialmente: uma filosofia que geralmente rejeita o [[Sobrenatural|sobrenaturalismo]] e enfatiza a dignidade, o valor e a capacidade de autorrealização de um indivíduo através da razão".{{Sfn|Cherry|2009|p=26}}
+== História ==
+=== Antecessores ===
+Traços de humanismo podem ser encontrados na [[Filosofia da Grécia Antiga|filosofia grega antiga]].{{sfnm|1a1=Law|1y=2011|1loc=chapter History of Humanism, #Ancient Greece|2a1=Freeman|2y=2015|pp=119–122|2ps=See also Foreword of the book, p xi|3a1=Lamont|3y=1997|3p=68|4a1=Davies|4y=1997|4p=9}} [[Pré-socráticos|Os filósofos pré-socráticos]] foram os primeiros filósofos ocidentais a tentar explicar o mundo em termos da razão humana e da lei natural, sem depender de mitos, tradições ou religião.{{sfnm|1a1=Law|1y=2011|1loc=capítulo History of Humanism, #Ancient Greece|1ps=: Segundo Law, citação: "Three early Greek philosophers – Thales, Anaximander, and Anaximenes – are of particular interest. The manner in which these Milesian philosophers thought critically and independently, largely putting aside mythological and religious explanations and instead attempting to develop their own ideas and theories grounded in observation and reason, obviously makes them particularly important from a humanist point of view. They collectively exhibit several of the key ideas and values of humanism." No próximo parágrafo ele também menciona Protagoras.|2a1=Lamont|2y=1997|2p=41–42|2ps=:Lamont cita Tales, Anaximandro e Heráclito por se inclinarem ao materialismo e ao naturalismo, mas, para Lamont, o primeiro filósofo materialista sólido foi Demócrito com sua teoria atômica|3a1=Barnes|3y=1987|3pp=17–18|ps=:O acadêmico [[Jonathan Barnes]] escreve: "First, and most simply, the Presocratics invented the very idea of science and philosophy. They hit upon that special way of looking at the world which is the scientific or rational way. They saw the world as something ordered and intelligible, its history following an explicable course and its different parts arranged in some comprehensible system. The world was not a random collection of bits, its history was not an arbitrary series of events. Still less was it a series of events determined by the will- or the caprice – of the gods." Ver o subcapítulo inteiro "First philosophy", pp. 17–25|4a1=Curd|4y=2020|loc=intro}} [[Protágoras]], que viveu em Atenas (c. 440 a.C.), apresentou algumas ideias humanistas fundamentais, embora apenas fragmentos de sua obra tenham sobrevivido. Ele fez uma das primeiras declarações [[Agnosticismo|agnósticas]]; de acordo com um fragmento: "Sobre os deuses não posso saber nem se eles existem, nem que não existem, nem de que tipo são em forma: pois muitas coisas me impedem de saber isso, sua obscuridade e a brevidade da vida do homem".<ref>{{Harvnb|Law|2011|loc=capítulo History of Humanism, #Ancient Greece}} ":fragment (80B4 DK)"</ref> [[Sócrates]] falou da necessidade do "[[Conhece a ti mesmo|conhecer a si mesmo]]"; seu pensamento mudou o foco da filosofia então contemporânea da [[Physis|natureza]] para os humanos e seu [[bem-estar]].{{sfnm|1a1=Lamont|1y=1997|1pp=34–35|2a1=Freeman|2y=2015|2pp=124–125}} Ele foi um teísta executado por ateísmo, que investigou a natureza da moralidade pelo raciocínio.{{Sfn|Lamont|1997|pp=34–35}} [[Aristóteles]] ensinou o racionalismo e um sistema de ética baseado na natureza humana que também é paralelo ao pensamento humanista.{{Sfn|Law|2011|loc=capítulo History of Humanism, #Ancient Greece}} No terceiro século a.C., [[Epicuro]] desenvolveu uma filosofia influente e centrada no ser humano que se concentrava em alcançar a [[eudaimonia]]. Os [[epicuristas]] continuaram a teoria atomista de [[Demócrito]] – uma teoria materialista que sugere que a unidade fundamental do universo é um átomo indivisível. A felicidade humana, viver bem, a amizade e evitar excessos foram os ingredientes-chave da filosofia epicurista que floresceu dentro e fora do mundo pós-helênico.{{Sfn|Law|2011|loc=capítulo History of Humanism, #Ancient Greece}} É uma opinião repetida entre os estudiosos que as características humanísticas do pensamento grego antigo são as raízes do humanismo 2.000 anos depois.{{sfnm|1a1=Grayling|1y=2015|1p=87|2a1=Crosson|2y=2020|2p=4}}
+Outros movimentos antecessores que às vezes usam o mesmo vocabulário ou equivalente ao humanismo ocidental moderno podem ser encontrados na [[filosofia chinesa]] e [[Religião na China|suas religiões]] como [[Taoismo|o taoísmo]] e [[Confucionismo|o confucionismo]].<ref>{{Citar web|ultimo=Bingming|primeiro=Xiong|url=https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000088086?posInSet=4&queryId=b5ee372a-fc25-4416-9878-1d64119df97d|titulo=At peace with the past|data=abril de 1991|acessodata=2023-09-13|publicado=[[UNESCO]]|series=Perceptions of Time|pagina=20}}</ref>
+As traduções árabes da [[literatura grega antiga]] durante o [[Califado Abássida|califado abássida]] nos séculos VIII e IX influenciaram os filósofos islâmicos. Muitos pensadores muçulmanos medievais perseguiram o discurso humanístico, racional e científico na sua busca por conhecimento, significado e [[Valor (ética)|valores]]. Uma ampla gama de escritos islâmicos sobre amor, poesia, história e teologia filosófica mostram que o pensamento islâmico medieval estava aberto a ideias humanistas de individualismo, secularismo ocasional, ceticismo, liberalismo e liberdade de expressão; escolas foram estabelecidas em Bagdá, Basra e Isfahã.{{sfnm|1a1=Goodman|1y=2003|1p=155|2a1=Ljamai|2y=2015|2pp=153–56}}
+=== Renascimento ===
+{{Artigo principal|Humanismo renascentista}}{{anexo|Lista de humanistas do Renascimento}}
+[[Ficheiro:Ritratto_di_francesco_petrarca,_altichiero,_1376_circa,_padova.jpg|miniaturadaimagem|Retrato de [[Francisco Petrarca|Petrarca]] pintado por [[Altichiero]] em 1376]]
+[[Ficheiro:'David'_by_Michelangelo_JBU0001.JPG|miniaturadaimagem|''[[David (Michelangelo)|Davi]]'' de [[Michelangelo]], 1501–1504. O trabalho artístico durante a Renascença ilustra a ênfase dada aos detalhes anatômicos dos humanos.]]
+O movimento intelectual mais tarde conhecido como humanismo renascentista apareceu pela primeira vez na Itália e influenciou grandemente a cultura ocidental contemporânea e moderna.{{Sfn|Monfasani|2020|p=1}} O humanismo renascentista surgiu na Itália e um interesse renovado pela literatura e pelas artes ocorreu na Itália do século XIII.{{sfnm|1a1=Monfasani|1y=2020|1p=4|2a1=Nederman|2y=2020}} Estudiosos italianos descobriram o pensamento grego antigo, particularmente o de Aristóteles, através de traduções árabes da África e da Espanha.{{Sfn|Mann|1996|pp=14–15}} Outros centros foram [[Verona]], [[Nápoles]] e [[Avinhão]].{{Sfn|Mann|1996|p=8}} [[Francisco Petrarca|Petrarca]], frequentemente referido como o pai do humanismo, é uma figura significativa.{{sfnm|1a1=Mann|1y=1996|1p=8|2a1=Monfasani|2y=2020|2p=1}} Petrarca foi criado em Avinhão; ele se inclinou para a educação desde muito jovem e estudou ao lado de seu pai bem-educado. O entusiasmo de Petrarca pelos textos antigos levou-o a descobrir manuscritos como ''[[Pró Archia|Pro Archia]]'', de Cícero, e ''[[De Chorographia]]'', de [[Pompônio Mela]], que foram influentes no desenvolvimento da Renascença.{{sfnm|1a1=Mann|1y=1996|1pp=8–14|1ps=:Mann escreve: "This enthusiasm is reflected in his search for new texts, first manifested in a journey to the north in 1333, when he found a manuscript of Cicero's forgotten Pro Archia in Liege, and one of Propertius in Paris, stemming from the 13th-century scholar Richard of Fournival. Both these texts he studied assiduously and transmitted to posterity with his annotations and emendations, as he did also with De chorographia of Pomponius Mel"|2a1=Monfasani|2y=2020|2pp=8–10|2ps=:Tanto Mann quanto Monfasani observam que Petrarca falhou em sua tentativa de aprender grego, ele não foi o verdadeiro tradutor de textos antigos.}} Petrarca escreveu poemas em latim como ''[[Il Canzoniere|Canzoniere]]'' e ''[[De viris illustribus]]'', nos quais descreveu ideias humanistas.{{Sfn|Mann|1996|pp=8–14}} Sua contribuição mais significativa foi uma lista de livros descrevendo as quatro disciplinas principais—retórica, filosofia moral, poesia e gramática—que se tornaram a base dos estudos humanísticos (''studia humanitatis''). A lista de Petrarca baseava-se fortemente em escritores antigos, especialmente Cícero.{{Sfn|Monfasani|2020|p=8|ps=: Essa foi a razão pela qual Cícero foi nomeado avô do humanismo pelo estudioso classicista [[Berthold Ullman]].}}
+O renascimento dos autores classicistas continuou após a morte de Petrarca. O chanceler e humanista de Florença, [[Coluccio Salutati|Coluccio Salutati,]] fez de sua cidade um centro proeminente do humanismo renascentista; seu círculo incluía outros humanistas notáveis—incluindo [[Leonardo Bruni]], que redescobriu, traduziu e popularizou textos antigos.{{Sfn|Monfasani|2020|pp=9–10|ps=:Outros notórios humanistas foram [[Poggio Bracciolini]] and [[Niccolò Niccoli]]}} Os humanistas influenciaram fortemente a educação.{{Sfn|Monfasani|2020||ps=:"The two most fundamental aspects of the victory of Renaissance Humanism was its conquest of pre-university education and its concomitant success in changing the consciousness of educated Western society".}} [[Vittorino da Feltre]] e [[Guarino de Verona|Guarino Veronese]] criaram escolas baseadas em princípios humanísticos; o seu currículo foi amplamente adotado e, no século XVI, ''[[Paideia|apaideia]]'' humanística era a perspectiva dominante da educação pré-universitária.{{Sfn|Monfasani|2020|p=10}} Paralelamente aos avanços na educação, os humanistas da Renascença fizeram progressos em áreas como filosofia, matemática e religião. Na filosofia, [[Angelo Poliziano]], [[Nicolau de Cusa]] e [[Marsílio Ficino|Marsilio Ficino]] contribuíram ainda mais para a compreensão dos antigos filósofos clássicos e [[Giovanni Pico della Mirandola]] minou o domínio da filosofia aristotélica ao revitalizar o ceticismo de [[Sexto Empírico]].{{Sfn|Monfasani|2020|pp=10–11}} Pico della Mirandola, que teve influência sobre o [[Humanismo na França|humanismo francês]] do século XVI, escreveu a ''Oração da Dignidade do Homem'', que, embora fosse uma exaltação antropocêntrica atrelada ao discurso religioso teísta, enfatizava a autonomia e potencialidade de transformação do sujeito; serviu, assim, à construção moderna do conceito de [[dignidade]] humana, em uma transição que saía do antigo modelo cosmocêntrico.<ref>{{Citar periódico |url=https://revistaplura.emnuvens.com.br/plura/article/view/713/pdf_73 |título=A contribuição do humanismo renascentista para a construção da ideia de dignidade humana |data=2013-06-05 |periódico=PLURA, Revista de Estudos de Religião |número=1, jan-jun |ultimo=Weyne |primeiro=Bruno Cunha |paginas=213–225 |lingua=pt |issn=2179-0019}}</ref>
+Os estudos religiosos foram afetados pelo crescimento do humanismo renascentista quando o [[Papa Nicolau V]] iniciou a tradução de textos bíblicos hebraicos e gregos, e outros textos nessas línguas, para o latim contemporâneo.{{Sfn|Monfasani|2020|pp=10–11}}
+Os valores humanistas se espalharam pela Itália no século XV. Estudantes e acadêmicos foram para a Itália estudar antes de retornarem às suas terras natais levando mensagens humanísticas. Editoras dedicadas a textos antigos foram estabelecidas em Veneza, Basileia e Paris.{{Sfn|Monfasani|2020|p=10}} No final do século XV, o centro do humanismo mudou da Itália para o norte da Europa, sendo [[Erasmo de Roterdão]] o principal estudioso humanista.{{Sfn|Monfasani|2020|pp=12–13}} O efeito mais duradouro do humanismo renascentista foi o seu currículo e métodos educacionais. Os humanistas insistiram na importância da literatura clássica no fornecimento de disciplina intelectual, padrões morais e um gosto civilizado para a [[elite]]—uma abordagem educacional que alcançou a era contemporânea.{{Sfn|Kristeller|2008|p=114}}
+=== Iluminação ===
+Durante a [[Iluminismo|Era do Iluminismo]], as ideias humanísticas ressurgiram, desta vez mais distantes da religião e da literatura clássica.{{Sfn|Fowler|1999|p=16}} A ciência e o intelectualismo avançaram e os humanistas argumentaram que a racionalidade poderia substituir o teísmo como meio de compreender o mundo. Valores humanísticos, como a tolerância e a oposição à [[escravatura]], começaram a tomar forma.{{Sfn|Fowler|1999|pp=16–18}} Novas ideias filosóficas, sociais e políticas surgiram. Alguns pensadores rejeitaram completamente o teísmo; e o ateísmo, o [[deísmo]] e a hostilidade à religião organizada foram formados.{{Sfn|Fowler|1999|p=18}} Durante o Iluminismo, [[Baruch Espinoza|Baruch Spinoza]] redefiniu Deus como significando a totalidade da natureza; Spinoza foi acusado de ateísmo, mas permaneceu em silêncio sobre o assunto.{{Sfn|Lamont|1997|p=74}} O naturalismo também foi promovido por proeminentes [[Enciclopedistas]]. O [[Barão d'Holbach]] escreveu o polêmico ''[[Sistema da Natureza]]'', alegando que a religião foi construída sobre o medo e ajudou tiranos ao longo da história.{{Sfn|Lamont|1997|p=45}} [[Denis Diderot|Diderot]] e [[Claude-Adrien Helvétius|Helvétius]] combinaram seu materialismo com uma crítica política contundente.{{Sfn|Lamont|1997|p=45}}
+Também durante o Iluminismo, a concepção abstrata de humanidade começou a se formar—um momento crítico para a construção da filosofia humanista. Os apelos anteriores aos "homens" agora se voltaram para o "homem" em geral; para ilustrar este ponto, o estudioso Tony Davies aponta para documentos políticos como ''[[Do Contrato Social]]'' (1762) de [[Jean-Jacques Rousseau|Rousseau]], no qual diz "O homem nasce livre, mas está em toda parte acorrentado". Da mesma forma, ''[[Rights of Man|Rights of Man,]]'' de [[Thomas Paine]], usa a forma singular da palavra, revelando uma concepção universal de "homem".{{Sfn|Davies|1997|p=25}} Paralelamente, o empirismo [[Francis Bacon|baconiano]]—embora não o humanismo ''em si—''levou ao materialismo de [[Thomas Hobbes]].{{Sfn|Davies|1997|pp=108–09}}
+O estudioso J. Brent Crosson argumenta que, embora exista uma crença amplamente difundida de que o nascimento do humanismo foi apenas um assunto europeu, o pensamento intelectual da África e da Ásia também contribuiu significativamente. Ele também observa que durante o Iluminismo, o homem universal não abrangia todos os humanos, mas era moldado por [[gênero]] e [[raça]]. De acordo com Crosson, a mudança de homem para humano começou durante o Iluminismo e ainda está em andamento.{{Sfn|Crosson|2020|pp=1–3}} Crosson também argumenta que o Iluminismo, especialmente na Grã-Bretanha, produziu não apenas uma noção de homem universal, mas também deu origem a ideias pseudocientíficas, como as sobre diferenças entre raças, que moldaram a história europeia.{{Sfn|Crosson|2020|pp=5–6}}
+=== De Darwin à era atual ===
+O filósofo francês [[Auguste Comte]] (1798-1857) introduziu a ideia—que às vezes é atribuída a [[Thomas Paine]]—de uma "[[Religião da Humanidade|religião da humanidade]]". De acordo com o estudioso Tony Davies, esta pretendia ser um culto [[ateu]] baseado em alguns princípios humanísticos e tinha alguns membros proeminentes, mas logo entrou em declínio. Mesmo assim, foi influente durante o século XIX, e seu humanismo e rejeição ao sobrenaturalismo são ecoados nas obras de autores posteriores como [[Oscar Wilde]], [[George Holyoake]]—que cunhou a palavra ''secularismo''—[[George Eliot]], [[Émile Zola]] e [[Edward Spencer Beesly|E. S. Beesly]]. ''[[The Age of Reason: Being an Investigation of True and Fabulous Theology|A Idade da Razão]]'' de Paine, juntamente com a [[Exegese bíblica (teologia)|crítica bíblica]] do século XIX aos [[Georg Wilhelm Friedrich Hegel|hegelianos]] alemães [[David Friedrich Strauss|David Strauss]] e [[Ludwig Feuerbach]], também contribuíram para novas formas de humanismo.{{Sfn|Davies|1997|pp=26–30}}{{Sfn|Hardie|2000|loc=19th Century}}
+Os avanços na ciência e na filosofia proporcionaram aos estudiosos outras alternativas à crença religiosa. A teoria da [[seleção natural]] de [[Charles Darwin]] ofereceu aos naturalistas uma explicação para a pluralidade das espécies.{{Sfn|Law|2011|p=36}} A teoria de Darwin também sugeria que os humanos são simplesmente uma espécie natural, contradizendo a visão teológica tradicional dos humanos como mais do que animais.{{Sfn|Lamont|1997|p=75}} Os filósofos [[Ludwig Feuerbach]], [[Friedrich Nietzsche]] e [[Karl Marx]] atacaram a religião por vários motivos, e os teólogos [[David Friedrich Strauss|David Strauss]] e [[Julius Wellhausen]] questionaram a Bíblia.{{Sfn|Law|2011|p=36}} Paralelamente, o [[utilitarismo]] foi desenvolvido na Grã-Bretanha através dos trabalhos de [[Jeremy Bentham]] e [[John Stuart Mill]]. O utilitarismo, uma filosofia moral, centra a sua atenção na felicidade humana, visando eliminar a dor humana e animal através de meios naturais.{{Sfn|Law|2011|p=37}} Na Europa e nos EUA, à medida que cresciam as críticas filosóficas às crenças teístas, grandes partes da sociedade distanciaram-se da religião. Sociedades éticas foram formadas, levando ao movimento humanista contemporâneo.{{Sfn|Law|2011|p=39}}
+A ascensão do racionalismo e do método científico foi seguida no final do século XIX na Grã-Bretanha pelo início de muitas associações racionalistas e éticas, como a [[Sociedad Nacional Secular|Sociedade Secular Nacional]], a [[Associação Humanista Britânica|União Ética]] e a [[Associação de Imprensa Racionalista]].{{Sfn|Hardie|2000|loc=19th Century}} No século XX, o humanismo foi promovido ainda mais pelo trabalho de filósofos como [[A. J. Ayer]], [[Antony Flew]] e [[Bertrand Russell]], cuja defesa do ateísmo em ''[[Why I Am Not a Christian]]'' popularizou ainda mais as ideias humanistas. Em 1963, a [[Associação Humanista Britânica]] evoluiu a partir da União Ética e fundiu-se com muitos grupos éticos e racionalistas menores. Noutras partes da Europa, as organizações humanistas também floresceram. Nos Países Baixos, a [[Verbo Humanista|Aliança Humanista Holandesa]] ganhou uma ampla base de apoio após a Segunda Guerra Mundial; na Noruega, a [[Associação Humanista Norueguesa]] ganhou apoio popular.{{Sfn|Hardie|2000|loc=20th Century}}
+Nos EUA, o humanismo evoluiu com a ajuda de figuras significativas da [[Associação Unitária Universalista|Igreja Unitarista]]. Começaram a aparecer revistas humanistas, incluindo ''[[O Novo Humanista|The New Humanist]]'', que publicou o ''[[Humanist Manifesto I]]'' em 1933. A [[Movimento ético|União Ética Americana]] emergiu de sociedades éticas pequenas e recém-fundadas.{{Sfn|Hardie|2000|loc=19th Century}} A [[Associação Humanista Americana]] (AHA) foi criada em 1941 e tornou-se tão popular como algumas de suas homólogas europeias. A AHA se espalhou por todos os estados, e algumas figuras públicas proeminentes como [[Isaac Asimov]], [[John Dewey]], [[Erich Fromm]], [[Paul Kurtz]], [[Carl Sagan]], e [[Gene Roddenberry]] tornaram-se membros.{{Sfn|Hardie|2000|loc=20th Century}} Organizações humanistas de todos os continentes formaram a [[Humanistas Internacional|União Humanista e Ética Internacional]] (IHEU), que hoje é conhecida como Humanistas Internacional, e promove a agenda humanista através das organizações das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]] e [[Fundo das Nações Unidas para a Infância|UNICEF]].{{Sfn|Morain|Morain|1998|p=100}}
+== Variedades de humanismo ==
+Os naturalistas do início do século XX, que viam o seu humanismo como uma religião e participavam de congregações semelhantes a igrejas, usaram o termo "humanismo religioso". O humanismo religioso apareceu principalmente nos EUA e agora é raramente praticado.{{Sfn|Copson|2015|pp=3–4}} A Associação Humanista Americana surgiu do humanismo religioso.{{sfnm|1a1=Wilson|1y=1974|1p=15|2a1=Copson|2y=2015|2pp=3–4}} O mesmo termo tem sido usado por grupos religiosos como os [[Quaker|quakers]] para descrever a sua [[Humanismo cristão|teologia humanística]].{{Sfn|Fowler|1999|p=20}}
+O termo "humanismo renascentista" foi dado a uma tradição de reforma cultural e educacional realizada por chanceleres cívicos e eclesiásticos, colecionadores de livros, educadores e escritores que se desenvolveu durante o século XIV e início do século XV. No final do século XV, esses acadêmicos começaram a ser chamados de ''umanisti'' (humanistas).{{Sfn|Mann|1996|pp=1–2}} Embora as raízes do humanismo moderno possam ser atribuídas à Renascença, o humanismo da Renascença difere enormemente dele.{{Sfn|Norman|2004|p=14}}{{Sfn|Copson|2015|pp=2–3}}
+Outros termos que usam "humanismo" em seu nome incluem:
+* [[Humanismo cristão]]: uma corrente histórica no final da Idade Média em que os estudiosos cristãos combinavam a fé cristã com o interesse pela antiguidade clássica e o foco no bem-estar humano.{{Sfn|Wilson|1974|p=15}}
+* Humanismo ético: sinônimo de [[Movimento ético|cultura ética]], teve destaque nos EUA no início do século XX e focou nas relações entre os humanos.{{Sfn|Wilson|1974|pp=15–16}}
+* [[Humanismo secular|Humanismo científico]]: enfatiza a crença no [[método científico]] como um componente do humanismo conforme descrito nas obras de [[John Dewey]] e [[Julian Huxley]]; o humanismo científico é em grande parte sinônimo de humanismo secular.{{Sfn|Wilson|1974|p=16}}
+* [[Humanismo secular]]: cunhado em meados do século XX, foi inicialmente uma tentativa de denegrir o humanismo, mas algumas associações humanistas abraçaram o termo.{{Sfn|Copson|2015|p=2}} O humanismo secular é sinônimo do movimento humanista contemporâneo.{{Sfn|Fowler|1999|pp=21–22}}
+* [[Humanismo marxista]]: uma das várias escolas rivais do pensamento [[Marxismo|marxista]] que aceita princípios humanísticos básicos, como o secularismo e o naturalismo, mas difere de outras vertentes do humanismo devido à sua posição vaga sobre a democracia e à rejeição do livre arbítrio.{{sfnm|1a1=Lamont|1y=1997|1pp=28–29|2a1=Davies|2y=1997|2pp=56–57}}
+* Humanismo digital: uma estrutura filosófica e ética emergente que procura preservar e promover os valores humanos, a dignidade e o bem-estar no contexto de rápidos avanços tecnológicos, particularmente no domínio digital.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.medienpaed.com/article/view/1144 |título=Die Conditio Humana im digitalen Zeitalter: Zur Grundlegung des Digitalen Humanismus und des Wiener Manifests |data=13 de novembro de 2020 |periódico=MedienPädagogik: Zeitschrift für Theorie und Praxis der Medienbildung |ultimo=Schmölz |primeiro=Alexander |paginas=208–234 |lingua=de |doi=10.21240/mpaed/00/2020.11.13.X |issn=1424-3636 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-030-86144-5|título=Perspectives on Digital Humanism|ultimo=Werthner|primeiro=Hannes|ultimo2=Prem|primeiro2=Erich|ultimo3=Lee|primeiro3=Edward A.|ultimo4=Ghezzi|primeiro4=Carlo|editora=Springer|publicadopor=2022|editor-sobrenome=Werthner|doi=10.1007/978-3-030-86144-5|isbn=978-3-030-86144-5|acessodata=17 de setembro de 2023|editor-sobrenome2=Prem|editor-nome2=Erich|editor-sobrenome3=Lee|editor-nome3=Edward A.|editor-sobrenome4=Ghezzi|editor-nome4=Carlo}}</ref>
 == Escola literária ==
-Também há a escola literária chamada humanismo,<ref>{{citar web |url=http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-humanismo-literatura.html |titulo=Resumo de Humanismo (Literatura Brasileira) |publicado=Resumos de Literatura |data=Março de 2014 |acessodata=12 de junho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20151202054856/http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-humanismo-literatura.html |arquivodata=2015-12-02 |urlmorta=no }}</ref> que surgiu no {{séc|XIV}}, perdurando até o final do {{séc|XV}}, através do humanismo que surge o [[Renascimento]]. Nesse período, destacam-se as prosas doutrinárias, dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por fidalgos, utilizavam o verso de sete e de cinco silabas, respectivamente a redondilha maior e menor. Entre os autores dessa [[poesia palaciana]],<ref>[http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2854475 Teoria literária - A Poesia palaciana.]</ref> reunida no ''[[Cancioneiro Geral]]'' de [[Garcia de Resende]], destacam-se [[Sá de Miranda]], [[Bernardim Ribeiro]], [[Jorge de Aguiar]], [[João Roiz de Castel-Branco]], Jorge d' Aguiar, Aires Teles, [[Gil Vicente]], entre outros.<ref>[http://humanismo.historico.googlepages.com Humanismo - Literatura e Arte]</ref><ref>[http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cancioneiro_geral Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende] (resenha).</ref>
+Também há a escola literária chamada humanismo,<ref>{{citar web|url=http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-humanismo-literatura.html|titulo=Resumo de Humanismo (Literatura Brasileira)|data=Março de 2014|acessodata=12 de junho de 2016|publicado=Resumos de Literatura|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151202054856/http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-humanismo-literatura.html|arquivodata=2015-12-02|urlmorta=no}}</ref> que surgiu no {{séc|XIV}}, perdurando até o final do {{séc|XV}}, através do humanismo que surge o [[Renascimento]]. Nesse período, destacam-se as prosas doutrinárias, dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por fidalgos, utilizavam o verso de sete e de cinco silabas, respectivamente a redondilha maior e menor. Entre os autores dessa [[poesia palaciana]],<ref>[http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2854475 Teoria literária - A Poesia palaciana.]</ref> reunida no ''[[Cancioneiro Geral]]'' de [[Garcia de Resende]], destacam-se [[Sá de Miranda]], [[Bernardim Ribeiro]], [[Jorge de Aguiar]], [[João Roiz de Castel-Branco]], Jorge d' Aguiar, Aires Teles, [[Gil Vicente]], entre outros.<ref>[http://humanismo.historico.googlepages.com Humanismo - Literatura e Arte]</ref><ref>[http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cancioneiro_geral Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende] (resenha).</ref>
-== Humanistas ==
+== Ver também ==
-{{anexo|Lista de humanistas do Renascimento}}
-Humanistas notórios: [[Giannozzo Manetti]], [[Marsílio Ficino]], [[Erasmo de Roterdão]], [[Guilherme de Ockham]], [[Carlos Bernardo González Pecotche]], [[Francesco Petrarca]], [[François Rabelais]], [[Giovanni Pico della Mirandola]], [[Thomas More]], [[Andrea Alciato]], [[Auguste Comte]].
+* [[Misantropia]]
-Humanistas contemporâneos: Sanderson Jones, Pippa Evans, Henrique Tabalipa, Greg Epstein, Phillip Kalmanson.
+* [[Personalismo]]
+* [[Psicologia humanista]]
+* [[Ubuntu (filosofia)|Ubuntu]]
+{{Notas}}{{Referências}}
+== Bibliografia ==
-{{Referências|col=2}}
+{{Refbegin|30em}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=Baker|first=Joseph O.|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=The Politics of Humanism|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.20|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–20}}
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+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=xmAjwS-Q9LEC|title=Humanism in Business|last=Cherry|first=Matt|publisher=Cambridge University Press|editor=Heiko Spitzeck|chapter=The Humanist Tradition|isbn=978-0-521-89893-5|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172306/https://books.google.com/books?id=xmAjwS-Q9LEC|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Julian Nida-Rümelin|others=Shiban Khan, Ernst von Kimakowitz, Michael Pirson, Wolfgang Amann|year=2009|pages=26–51|url-status=live}}
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+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Copson|first=Andrew|date=2015|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=What is Humanism?|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Andrew Copson|others=[[Andrew Copson]]|pages=1–72|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=Crosson|first=J. Brent|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=Humanism and Enlightenment|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.33|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–35}}
+* {{cite encyclopedia|last=Curd|first=Patricia|url=https://plato.stanford.edu/entries/presocratics|title=Presocratic Philosophy|publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University|year=2020|editor=[[Edward N. Zalta]]|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116173415/https://plato.stanford.edu/entries/presocratics/|archive-date=16 de janeiro de 2023|url-status=live|encyclopedia=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]]}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=KhrwPhYqjm8C&pg=PA7|title=Humanism|last=Davies|first=Tony|publisher=Psychology Press|isbn=978-0-415-11052-5|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116173446/https://books.google.com/books?id=KhrwPhYqjm8C&pg=PA7|archive-date=16 de janeiro de 2023|year=1997|url-status=live}}
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+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=H9_uAQAACAAJ|title=Humanism: Beliefs and Practices|last=Fowler|first=Jeaneane D.|publisher=Sussex Academic Press|isbn=978-1-898723-70-7|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116173556/https://books.google.com/books?id=H9_uAQAACAAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|year=1999|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Fowler|first=Merv R|date=2015|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=Ancient China|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|others=[[Andrew Copson]]|pages=133–152|url-status=live}}
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+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Grayling|first=A.C.|date=2015|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=The Good and Worthwhile Life|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=A. C. Grayling|others=[[Andrew Copson]]|pages=87–84|url-status=live}}
+* {{cite journal |url=https://www.jstor.org/stable/2709633 |title=Homo, Humanus, and the Meanings of 'Humanism' |date=abril–junho de 1985 |journal=Journal of the History of Ideas |issue=2 |pages=167–195 |doi=10.2307/2709633 |jstor=2709633 |volume=46 |last1=Giustiniani |first1=Vito}}
+* {{cite web|last=Harper|first=Douglas|url=https://www.etymonline.com/search?q=humanism|title=Humanism|date=|website=Online Etymological Dictionary|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116173646/https://www.etymonline.com/search?q=humanism|archive-date=16 de janeiro de 2023|url-status=live}}
+* {{cite journal |url=https://go.gale.com/ps/retrieve.do?tabID=T002&resultListType=RESULT_LIST&searchResultsType=SingleTab&hitCount=1&searchType=BasicSearchForm&currentPosition=1&docId=GALE%7CA30400810&docType=Article&sort=Relevance&contentSegment=ZONE-Exclude-FT&prodId=AONE&pageNum=1&contentSet=GALE%7CA30400810&searchId=R1&userGroupName=wikipedia&inPS=true |title=Humanist history: a selective review |journal=Humanist in Canada |publisher=Gale Academic OneFile |issue=132 |last=Hardie |first=Glenn M |year=2000 |pages=24–29, 38 |archive-url=https://web.archive.org/web/20230116173703/https://galeapps.gale.com/apps/auth?userGroupName=wikipedia&da=true&origURL=https%3A%2F%2Fgo.gale.com%2Fps%2Fretrieve.do%3FtabID%3DT002%26resultListType%3DRESULT_LIST%26searchResultsType%3DSingleTab%26hitCount%3D1%26searchType%3DBasicSearchForm%26currentPosition%3D1%26docId%3DGALE%257CA30400810%26docType%3DArticle%26sort%3DRelevance%26contentSegment%3DZONE-Exclude-FT%26prodId%3DAONE%26pageNum%3D1%26contentSet%3DGALE%257CA30400810%26searchId%3DR1%26userGroupName%3Dwikipedia%26inPS%3Dtrue&prodId=AONE |archive-date=16 de janeiro de 2023 |url-status=live}}
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+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=40IbAAAAMAAJ|title=The Humanist Alternative: Some Definitions of Humanism|last=Hook|first=Sidney|publisher=Pemberton|editor=[[Paul Kurtz]]|chapter=The snare of definitions|isbn=978-0-87975-013-8|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172306/https://books.google.com/books?id=40IbAAAAMAAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Sidney Hook|year=1974|url-status=live}}
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+* {{cite journal |url=http://www.jstor.org/stable/41820353 |title=HUMANISM |journal=Minerva |publisher=Springer |issue=4 |last=Kristeller |first=Paul Oskar |year=1978 |pages=586–595 |doi=10.1007/BF01100334 |issn=0026-4695 |jstor=41820353 |archive-url=https://web.archive.org/web/20230116174446/https://www.jstor.org/stable/41820353 |archive-date=16 de janeiro de 2023 |volume=16 |eissn=1573-1871 |url-status=live}}
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+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=Xa7KOJvM2MMC&pg=PT12|title=Humanism: A Very Short Introduction|last=Law|first=Stephen|date=2011|publisher=OUP Oxford|isbn=978-0-19-161400-2|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116174510/https://books.google.com/books?id=Xa7KOJvM2MMC&pg=PT12|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Stephen Law|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Law|first=Stephen|date=2015|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=Science, Reason, and Scepticism|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Stephen Law|others=[[Andrew Copson]]|pages=55–71|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=JOpLPVHccEEC|title=The Philosophy of Humanism|last=Lamont|first=Corliss|publisher=Continuum|isbn=978-0-8044-6379-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116175043/https://books.google.com/books?id=JOpLPVHccEEC|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Corliss Lamont|year=1997|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=Nyi9_Y4375YC|title=The Cambridge Companion to Renaissance Humanism|last1=Mann|first1=Nicholas|date=1996|publisher=Cambridge University Press|editor=Jill Kraye|chapter=The origins of humanism|isbn=978-0-521-43624-3|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116175042/https://books.google.com/books?id=Nyi9_Y4375YC|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link1=Nicholas Mann (academic)|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=Masolo|first=D.A.|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=Humanism in Africa|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.28|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–30}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=uN3WAAAAMAAJ|title=Humanism as the Next Step|last1=Morain|first1=Lloyd|last2=Morain|first2=Mary|publisher=Humanist Press|isbn=978-0-931779-09-1|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116175052/https://books.google.com/books?id=uN3WAAAAMAAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link1=Lloyd Morain|author-link2=Mary Morain|year=1998|url-status=live}}
+* {{cite journal |url=https://stanford.library.sydney.edu.au/archives/spr2019/entries/humanism-civic/ |title=Civic Humanism |date=8 de setembro de 2020 |website=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]] |last=Nederman |first=Cary |archive-url=https://web.archive.org/web/20210912175044/https://stanford.library.sydney.edu.au/archives/spr2019/entries/humanism-civic/ |archive-date=12 de setembro de 2021 |editor=[[Edward N. Zalta]] |edition=Fall 2020 |url-status=dead}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=xmAjwS-Q9LEC|title=Humanism in Business|last=Nida-Rümelin|first=Julian|date=2009|publisher=Cambridge University Press|editor=Heiko Spitzeck|chapter=Philosophical grounds of humanism in economics|isbn=978-0-521-89893-5|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172306/https://books.google.com/books?id=xmAjwS-Q9LEC|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Julian Nida-Rümelin|others=Shiban Khan, Ernst von Kimakowitz, Michael Pirson, Wolfgang Amann|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=W-isAgAAQBAJ|title=On Humanism|last=Norman|first=Richard|publisher=Routledge|isbn=978-1-136-70659-2|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116175136/https://books.google.com/books?id=W-isAgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Richard Norman (philosopher)|year=2004|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=W-isAgAAQBAJ|title=On Humanism. Second Edition.|last=Norman|first=Richard|publisher=Routledge|isbn=978-1-136-70659-2|author-link=Richard Norman (philosopher)|year=2012}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Norman|first=Richard|date=2015|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=Life Without Meaning?|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|others=[[Andrew Copson]]|pages=325–246|url-status=live}}
+* {{cite web|last=Rohlf|first=Michael|url=https://plato.stanford.edu/entries/kant/|title=Immanuel Kant|publisher=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]]|year=2020|editor=[[Edward N. Zalta]]|archive-url=https://web.archive.org/web/20221023075000/https://plato.stanford.edu/entries/socrates/|archive-date=23 de outubro de 2022|url-status=live}}
+* {{cite journal |title=The Development of Non-Religious Pastoral Support in the UK |date=2021 |journal=Religions |issue=10 |last=Savage |first=David |page=812 |doi=10.3390/rel12100812 |volume=12 |doi-access=free}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=Schröder|first=Stefan|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=Humanism in Europe|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.32|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–24}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Schuhmann|first=Carmen|date=2015|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=Counselling and the Humanist Worldview|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|others=[[Andrew Copson]]|pages=173–193|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|title=The Wiley Blackwell Handbook of Humanism|last=Shook|first=John R|publisher=John Wiley & Sons|editor=[[A. C. Grayling]]|chapter=Humanism, Moral Relativism, and Ethical Objectivity|isbn=978-1-119-97717-9|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172305/https://books.google.com/books?id=8BotCgAAQBAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|others=[[Andrew Copson]]|year=2015|pages=403–425|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=brPuAAAAMAAJ|title=Humanism and Anti-humanism|last=Soper|first=Kate|publisher=Open Court|isbn=978-0-8126-9017-0|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116175400/https://books.google.com/books?id=brPuAAAAMAAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Kate Soper|year=1986|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=Trejo|first=A.G. Yasmin|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=Changing demographics of humanism|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.15|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–25}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=Walker|first=Corey D. B.|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=Humanism and the Modern Age|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.17|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–18}}
+* {{cite book|url=https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190921538.001.0001/oxfordhb-9780190921538-e-7|title=The Oxford Handbook of Humanism|last=White|first=Carol Wyene|publisher=Pemberton|editor=[[Anthony B. Pinn]]|chapter=Humanism in the Americas|doi=10.1093/oxfordhb/9780190921538.013.11|isbn=978-0-19-092153-8|year=2020|pages=1–40}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=40IbAAAAMAAJ|title=The Humanist Alternative: Some Definitions of Humanism|last=Wilson|first=Edwin H.|publisher=Pemberton|editor=[[Paul Kurtz]]|chapter=Humanism's many definitions|isbn=978-0-87975-013-8|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116172306/https://books.google.com/books?id=40IbAAAAMAAJ|archive-date=16 de janeiro de 2023|author-link=Edwin H. Wilson|year=1974|url-status=live}}
+* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=tAE2OJ9bPG0C&pg=PA45|title=An Introduction to Confucianism|last=Yao|first=Xinzhong|date=2000|publisher=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-64430-3|archive-url=https://web.archive.org/web/20230116175659/https://books.google.com/books?id=tAE2OJ9bPG0C&pg=PA45|archive-date=16 de janeiro de 2023|pages=15–25|url-status=live}}
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