Lince-ibérico

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaLince-ibérico [1]

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Subclasse: Eutheria
Ordem: Carnivora
Subordem: Feliformia
Família: Felidae
Subfamília: Felinae
Género: Lynx
Espécie: L. pardinus
Nome binomial
Lynx pardinus
(Temminck , 1827)
Distribuição geográfica
Distribuição em 1980
Distribuição em 1980
Distribuição em 2003
Distribuição em 2003
Sinónimos
pardella (Miller, 1907)

O lince-ibérico (nome científico: Lynx pardinus) é uma espécie de mamífero da família Felidae e género Lynx. Anteriormente considerado uma subespécie do lince-euroasiático (Lynx lynx), o lince-ibérico está agora classificado como espécie separada. Ambas as espécies percorriam juntas a Europa central durante o período Pleistoceno, separadas apenas por escolhas de habitat. Acredita-se que o lince-ibérico, assim como os outros linces, evoluiu a partir do Lynx issiodorensis.

Apresenta muitas das características típicas dos linces, como orelhas peludas, pernas longas, cauda curta e um colar de pelo que se assemelha a uma barba. Ao contrário dos seus parentes mais próximos, o lince-ibérico tem uma cor castanho-amarelada com manchas. O comprimento da cabeça e do corpo é de 85 a 110 centímetros, com a pequena cauda a acrescentar um comprimento adicional de 12 a 30 centímetros. O macho é maior que a fêmea e podem pesar até cerca de 27 kg. A longevidade máxima na natureza é de treze anos.

Endémico da Península Ibérica, no sul da Europa, o lince-ibérico é especialista na caça de coelhos, os quais representam 79,5% a 86,7% da sua dieta, com fraca capacidade de se adaptar a outro tipo de alimentação. Um macho necessita de um coelho por dia; uma fêmea grávida come três coelhos por dia. A queda acentuada das populações da sua principal fonte de alimento, em resultado de duas doenças, contribuiu para o declínio do felino. O lince também foi afectado pela perda de matagal, o seu habitat principal, pelo desenvolvimento humano, incluindo mudanças no uso do solo (como o mono-cultivo de árvores) e pela construção de barragens e estradas. Os atropelamentos com veículos são a principal causa de morte não-natural do lince-ibérico.

O lince-ibérico foi uma espécie em perigo crítico até 2015, para agora ser considerada uma espécie em perigo.[2] Ainda assim, é a espécie de felino mais ameaçada no mundo e o carnívoro em maior perigo na Europa. De acordo com o grupo de conservação SOS Lynx, se o lince-ibérico desaparecesse, seria a primeira espécie de felino a ficar extinta desde os tempos pré-históricos.[3] Está categorizado como espécie em perigo por várias organizações, incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[2] A reprodução em cativeiro e os programas de reintrodução têm aumentado o seu número. Em 2013, a Andaluzia tinha uma população de 309 indivíduos em estado selvagem e em Dezembro de 2014 foram reintroduzidos os primeiros exemplares em Portugal, com previsões para mais reintroduções durante o primeiro semestre de 2015. Numa tentativa de salvar esta espécie da extinção, teve início o projecto Europeu de Vida Natural que inclui a preservação do habitat, monitorização da população do lince, e gestão das populações de coelho.

Taxonomia e evolução

Relações filogenéticas do lince-ibérico.[4]

Leopardus

Lynx rufus - lince-pardo

Lynx canadensis - lince-canadense

Lynx lynx - lince-euroasiático

Lynx pardinus - lince-ibérico

Puma

Acinonyx

Felis

Otocolobus manul

Prionailurus

Filogenia inferida a partir de estudos citogenéticos e moleculares.

O lince-ibérico foi descrito em 1827 por Coenraad Jacob Temminck, inicialmente no género Felis.[1] Já foi considerado uma subespécie do lince-euroasiático (Lynx lynx), mas estudos morfológicos e genéticos corroboram a hipótese de ser uma espécie separada.[2] Não são conhecidas subespécies do lince-ibérico.[1]

A linhagem dos linces divergiu da dos outros felídeos há cerca de 7,2 milhões de anos.[4] O género Lynx começou a diversificar-se há cerca de 3,24 milhões de anos, e o lince-ibérico separou-se do lince-euroasiático há cerca de 1,18 milhão de anos.[4]

Segundo Werdelin (1981), os linces evoluíram a partir do Lynx issiodorensis.[5] O lince-ibérico e o lince euroasiático eram endémicos da Europa Central durante o Pleistoceno. O isolamento do ancestral comum entre essas duas espécies, no sul da Península Ibérica em refúgios na Era do Gelo, culminou no surgimento do lince-ibérico, resultado de uma diminuição do porte desta espécie.[6] Tal diminuição no tamanho é observada no registo fóssil e provavelmente deu-se pela especialização do felídeo em caçar coelhos.[6]

Distribuição geográfica e habitat

Até ao século XIX, o lince-ibérico encontrava-se distribuído por toda a Península Ibérica, excepto ao longo de uma estreita faixa no norte e noroeste peninsular.[6] O registo fóssil aponta para uma distribuição muito mais ampla do lince-ibérico no fim do Pleistoceno, ocorrendo numa área de até 650 000 km² que se prolongava até ao sul da França.[6] Por volta de 1950, a sua distribuição foi dividida em duas populações; uma nortenha, desde a Galiza e partes do norte de Portugal estendendo-se até ao Mediterrâneo, e a população sulista, em várias zonas de Espanha.[6][7] Estima-se que houve uma regressão de cerca de 80% na área de distribuição entre 1960 e 1990, tendência que se manteve até à actualidade. Na década de oitenta, a espécie apresentava uma distribuição localizada na zona central e sudoeste da Península Ibérica, com uma área de distribuição estimada em 11 000 km².[8][6][9]

Actualmente, a distribuição do lince pode estar restrita a duas áreas na Península Ibérica onde existem populações reprodutoras – Doñana e Andújar-Cardeña. Poderá também existir presença residual de indivíduos nas regiões dos Montes Toledo Oriental, Sistema central Ocidental e algumas áreas da Serra Morena. Mantêm-se populações estáveis em cerca de 350 km², constatando-se reprodução somente em 14000 ha.[9]

Este felino prefere um ambiente heterogéneo de pastagem aberto, com arbustos densos como o medronheiro, a aroeira e zimbros, e árvores como a azinheira e o sobreiro. Está agora em grande parte restrito a áreas montanhosas, com apenas alguns grupos encontrados na floresta de várzea ou em densos matagais maquis.[10][11][12] No Parque Nacional de Doñana, prefere a floresta mediterrânea de bosques e arbustos, na maior parte das vezes, associada a algum curso de água.[13] Geralmente, evita plantações de Pinus e Eucalyptus.[13]

Descrição

Um espécime no Parque Nacional de Doñana.

O lince-ibérico apresenta muitas das características típicas dos linces, como orelhas peludas, pernas longas, cauda curta e um colar de pelo que se assemelha a uma barba.[14] Ao contrário dos seus parentes euroasiáticos, o lince-ibérico tem uma cor castanho-amarelada com manchas.[15] O pelo também é mais curto que o de outros linces, que geralmente estão adaptados a ambientes mais frios.[16] Algumas populações ocidentais não tinham manchas, no entanto acredita-se estarem extintas.[14] Geralmente as manchas têm uma cor mais intensa durante os meses do Verão.[17] Tem havido recentemente estudos sobre a configuração das manchas e a determinação do grau de diversidade genética dentro da espécie.[11]

A cabeça e o corpo medem de 85 a 110 centímetros, com a pequena cauda a acrescentar um comprimento adicional de 12 a 30 centímetros. O tamanho dos ombros é de 60 a 70 centímetros). O macho é maior e mais pesado que a fêmea; estes apresentam um peso médio de 12,9 kg e um máximo de 26,8 kg, enquanto que as fêmeas apresentam um peso médio de 9,4 kg; tal é cerca de metade do peso do lince-euroasiático (Lynx lynx).[18][19]

O lince-ibérico é um caçador muito especializado e que apresenta certas adaptações que melhoram a sua capacidade de capturar e matar pequenas presas. Têm um crânio encurtado, o que maximiza a força da mordidela dos caninos. Os seus focinhos são mais estreitos e têm mandíbulas mais longas e caninos menores do que animais que se alimentam de presas maiores.[11]

Como todos os felídeos, o lince-ibérico tem pupilas verticais e uma visão excelente, especialmente quando há pouca visibilidade. Têm também reflexos apurados; os bigodes fornecem dados táteis muito detalhados e as orelhas proporcionam uma excelente audição. A maioria dos gatos solitários são silenciosos, excepto quando se sentem ameaçados ou quando os juvenis se encontram em perigo.[11]

Ecologia

O lince-ibérico é especialista em caçar coelhos — o coelho-europeu (Oryctolagus cuniculus) constitui a maior parte da sua dieta (79,5–86,7%), a qual é também composta por lebres (Lepus granatensis — 5,9%) e os roedores de uma maneira menos comum (3,2%).[18] Um macho necessita de um coelho por dia; uma fêmea grávida come três coelhos por dia.[20] A espécie ibérica não é capaz de mudar a sua dieta significativamente se as populações de coelhos diminuírem acentuadamente.[21][22]

O lince-ibérico é especialista em caçar coelhos; o coelho-europeu constitui a maior parte da sua dieta (79,5–86,7%).

O lince continua a necessitar dos coelhos para a maioria da sua dieta, 75%, mesmo depois de a sua presa favorita ter sido dizimada por duas doenças: a mixomatose, que se espalhou para a Península Ibérica depois de um médico a ter introduzido intencionalmente em França em 1952, e a doença hemorrágica dos coelhos que começou em 1988.[21][22] Houve dois grandes surtos e o último surgiu em 2011 e 2012.[23]

A recuperação tem ocorrido em algumas áreas durante o ano de 2013, a sobre-população de coelhos ocorreu em Córdoba, causando danos em transportes e propriedades agrícolas.[24] Em Dezembro de 2013, no entanto, foi reportado que as autoridades estavam preocupados com uma nova estirpe de doença hemorrágica, afectando principalmente os coelhos mais novos.[25]

O lince-ibérico também caça outros mamíferos (incluindo roedores e insectívoros), aves, répteis e anfíbios, mais activamente durante o crepúsculo e à noite.[26] Por vezes também caça jovens veados, gamos, corças, muflões e patos. Compete pela caça com a raposa vermelha, o sacarrabos (Herpestes ichneumon) e o gato-bravo. É uma espécie solitária e caça sozinha; persegue a presa ou deita-se à espera durante horas por detrás de um arbusto ou de uma pedra até a presa estar suficientemente perto para poder atacar com poucos passos.[15][10][11]

O lince-ibérico é menor que os seus parentes do norte, e caça tipicamente pequenos animais, geralmente nunca maiores que uma lebre. Também é diferente na escolha do seu habitat, preferindo matagais abertos, enquanto que o lince-euroasiático prefere as florestas.[18]

Um lince, especialmente os animais mais novos, vagueia em áreas muito amplas, chegando a mais de 100 km. O seu território (~ 10 a 20 km2) depende da comida disponível.[20] Um adulto necessita de pelo menos um espaço de 5 a 20 km2, e uma população de 50 fêmeas em fase de reprodução precisa de 500 km2 de área de habitat.[26] Todavia, uma vez estabilizado, as distâncias tendem também a estabilizar por vários anos, em que os limites são feitos pelo homem, como estradas ou caminhos de ferro. O lince-ibérico marca o seu território com urina, excrementos deixados pela vegetação e com marcas de arranhões nas cascas de árvores.[16]

Em Maio de 2013 foi avistado perto de Vila Nova de Milfontes (costa sudoeste de Portugal) um lince-ibérico pertencente ao Parque Nacional de Doñana. O seu trajecto de mais de 250 km demonstrou a grande capacidade de deslocação dos linces e a possibilidade de conectividade entre o Sul de Espanha e Portugal.[27]

Reprodução

Uma fêmea e a sua cria.

A época do cio ocorre de Janeiro a Julho, predominantemente em Janeiro-Fevereiro. Durante a época de acasalamento a fêmea deixa o seu território à procura de um macho. O típico período de gestação dura cerca de dois meses; as crias nascem entre Março e Setembro, com o ponto alto de nascimentos em Março e Abril. Uma ninhada consiste em duas ou três crias (raramente uma, quatro ou cinco). As crias pesam entre 200 e 250 gramas.[18][19]

As crias tornam-se independentes quando têm sete a dez meses, mas permanecem com a mãe até aos vinte meses de idade. Entre os 8 e os 23 meses os machos dispersam-se (as fêmeas dispersam-se mais tarde). A distância de dispersão máxima verificada foi de 42 km.[9] A sobrevivência dos mais novos depende muito da população de coelhos no seu habitat.[17] No estado selvagem, tanto os machos como as fêmeas alcançam a maturidade sexual com um ano de idade, embora na prática raramente se reproduzam sem que um território fique vago e tenha qualidade suficiente;[11] foi conhecida uma fêmea que só criou aos cinco anos de idade, quando a sua mãe morreu. A longevidade máxima na natureza é de treze anos.[18][19] A reprodução não é anual, pois no melhor habitat de Doñana, registou-se o valor de 0,8 ninhada/fêmea/ano.[9]

Os irmãos tornam-se violentos uns para com os outros entre os 30 e os 60 dias, com o ponto máximo nos 45 dias. Uma cria normalmente mata o seu irmão numa violenta luta. Desconhece-se por que razão ocorrem estes episódios agressivos. Muitos cientistas acreditam que têm a ver com mudanças hormonais, quando a cria muda do leite da mãe para a carne. Outros julgam que têm a ver com padrões de hierarquia, e de "sobrevivência do mais apto." Os tratadores separam as crias antes de chegar o período de 60 dias.[12]

A dificuldade em encontrar parceiros leva a um maior número de casos de endogamia, que resulta em menos crias e uma maior taxa de morte não traumática.[28] A endogamia leva a uma menor qualidade de sémen e a maiores taxas de infertilidade entre os machos, dificultando os esforços para aumentar a aptidão da espécie.[29]

Conservação

Pormenor da cabeça.

O lince-ibérico foi uma espécie em perigo crítico até 2015,[2][30][31] para agora ser considerada uma espécie em perigo,[2][31] sendo ainda assim o felino mais ameaçado do mundo,[10][15] e o carnívoro em maior perigo na Europa.[32] Esteve categorizado como espécie em perigo crítico de conservação por várias organizações incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[2] Se o lince-ibérico for considerado extinto, será o primeiro felino a desaparecer desde o Smilodon populator, há 10 000 anos.[3]

A população reduzida torna o animal especialmente vulnerável à extinção, o que pode acontecer através de eventos inesperados, como doenças ou desastres naturais.[33] As medidas de conservação incluem o restauro do seu habitat nativo, a manutenção da população de coelhos selvagens, a redução de causas não naturais de morte e a reprodução em cativeiro para posterior libertação na natureza.[33] A Comissão Nacional Espanhola para a Protecção da Natureza endossou um programa de conservação e reprodução ex-situ, para servir como "rede de segurança" ao manter a população em cativeiro e também para ajudar a "estabelecer novas populações de lince-ibérico livres na natureza, através de programas de reintrodução."[33] Antes da libertação dos indivíduos criados em cativeiro, é possível simular o seu habitat natural com o intuito de prepará-los para a vida em estado selvagem.[33] Um estudo de 2006 usou um sistema de monitorização não invasivo que envolve câmaras para monitorizar os dados demográficos das populações de linces e coelhos na Serra Morena.[34] Na eventualidade de a população de coelhos selvagens entrar em declínio, podem ser fornecidos alimentos complementares.[34]

Um adulto do Programa Ex Situ.

O lince e o seu habitat estão totalmente protegidos e a sua caça é proibida. As principais ameaças ao animal incluem a perda de habitat, atropelamentos por veículos, envenenamento, cães selvagens, caça ilegal e surtos ocasionais de leucemia felina (um retro-vírus que infecta gatos).[35] Alguns animais em cativeiro são afectados por doenças do trato urinário.[36] A perda de habitat é em grande parte consequência da construção de infraestruturas, do desenvolvimento urbano e do monocultivo de árvores, factores que fragmentam a distribuição do lince.[37] Ao longo do século XX, a população de coelhos sofreu um declínio dramático em consequência de vários surtos de mixomatose e de doença hemorrágica, reduzindo assim a disponibilidade da principal fonte de alimentação do lince-ibérico.[38][23] Os atropelamentos com veículos são a principal causa de morte não natural,[30][39][40] tendo morrido 14 indivíduos em estradas espanholas durante o ano de 2013.[41] Outra das principais causas de morte não natural são as armadilhas ilegais para coelhos e raposas.[42]

Em 2013, verificou-se a presença de uma bactéria resistente a antibióticos no trato digestivo do lince-ibérico, o que pode levar a que infecções perigosas sejam de difícil tratamento e à diminuição da aptidão física do animal.[43][44] Outro estudo de 2013 sugere que as alterações climáticas podem vir a ameaçar o lince-ibérico devido à sua fraca adaptabilidade a novos climas. A sua deslocação para áreas com um clima mais favorável, mas com menor número de coelhos, aumentaria a sua mortalidade.[45]

Estão a ser desenvolvidos esforços de gestão no sentido de conservar e restaurar a escala nativa do animal.[7] Os conservacionistas com a função de libertar o lince do cativeiro para o estado selvagem têm a preocupação de escolher áreas de habitat adequado, com abundância de coelhos e aceitação pelas comunidades locais.[46] Entre 1994 e 2013 foram gastos cerca de 90 milhões de euros em medidas de conservação.[47] A União Europeia contribuiu com cerca de 61% dos fundos.[25][35] O SOS Lynx é uma organização não-governamental portuguesa que trabalha para evitar a extinção do lince-ibérico.[48][49][10]

População selvagem e reintroduções

Gráfico que a mostra a população selvagem do lince-ibérico em Espanha, 1960–2011.

A espécie de lince-ibérico diminuiu 80% nos últimos vinte anos. É estimado que havia em 1960 cerca de 4 000 indivíduos,[50] cerca de 400 em 2000, menos de 200 em 2002, e possivelmente menos de 100 em Março de 2005.[51] O Parque Nacional de Doñana e a Serra de Andújar, Jaén, tinham as únicas populações reprodutoras, até que em 2007 foi descoberta uma população de 15 indivíduos em Castela-La Mancha (Espanha central).[52][53] Em 2008, a população de Doñana estava avaliada em 24 a 33, enquanto que o grupo da Sierra Morena tinha de 60 a 110 adultos. A população total está estimada em 99 a 158 adultos, incluindo a população de La Mancha. O lince-ibérico foi, assim, listado como criticamente ameaçado na categoria C2a(i) (i), na Lista Vermelha do IUCN.[2][54]

A partir de 2009, o lince tem sido reintroduzido em Guadalmellato, resultando numa população de 23 indivíduos em 2013.[55] Desde 2010, a espécie tem também sido libertada em Guarrizas.[56][46] Tem havido discussões junto do Ministro do Ambiente para ser solto também na área de Campanarios de Azaba, junto a Salamanca.[57] Em Abril de 2013, foi reportado que a população selvagem total da Andaluzia (apenas 94 em 2002) tinha triplicado para 309 individuos.[58][55]

Um recém-nascido do Programa Ex Situ a ser alimentado.

A presença de linces-ibéricos em Portugal (particularmente no sul) tem sido verificada,[59][27] mas sem haver provas de reprodução. A Quercus (uma associação portuguesa para a conservação da natureza), considerou a espécie inexistente em Portugal em 2007, em resposta à criação do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal pelo governo português, embora existam testemunhas que reportaram terem avistado alguns linces perto da fronteira.[60]

Em Julho de 2013, grupos ambientalistas observaram uma ninhada selvagem na província de Cáceres (Extremadura).[61] Possíveis locais de libertação em Portugal, Extremadura e Castilla-La Mancha estão sob discussão desde 2013.[62] Um estudo publicado em 2013 em Nature Climate Change aconselhou que os programas de reintrodução ocorram no norte ibérico, o que sugere que a mudança climática poderia ameaçar os coelhos no sul.[47][63] Entretanto, Portugal fez as suas primeiras reintroduções em Dezembro de 2014. Num terreno com cerca de 2000 ha no Parque Natural do Vale do Guadiana,[64] foram colocados em liberdade um casal de linces que estão permanentemente monitorizados por uma equipa do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).[65][66][67][68] A 7 de Fevereiro de 2015 foi libertado outro par, mas a fêmea, de nome Kayakweru, foi encontrada morta perto de Mértola, vitima de envenenamento.[69] As autoridades portuguesas esperam colocar mais exemplares em liberdade durante o primeiro semestre de 2015.[70]

Desde 2007, devido a um surto do vírus da leucemia felina (FeLV), os linces selvagens foram testados periodicamente. As amostras retiradas entre Setembro–Dezembro de 2013 deram resultado negativo para o FeLV, mas um macho tornou-se o primeiro da sua espécie a ter uma análise positiva ao vírus da imunodeficiência felina (FIV), tendo sido colocado em quarentena.[71]

Em 2016 o Governo Português volta a permitir a caça na Reserva Natural da Serra da Malcata, colocando em risco a recuperação de espécies como o lince-ibérico, o abutre-preto ou o lobo (o abate a tiro parece ser uma das principais causas de morte não natural do lince ibérico e do lobo-ibérico)[72].

Reprodução em cativeiro

O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), perto de Silves, Portugal.

Em 2002, o Zoo de Jerez confirmou que tinha três fêmeas e estava a desenvolver um plano para reprodução em cativeiro.[3] Uma dessas fêmeas era Saliega, capturada ainda em cria em Abril de 2002.[3] Ela tornou-se a primeira fêmea do lince-ibérico a reproduzir em cativeiro, dando luz a três crias saudáveis em 29 de Março de 2005, no centro de reprodução El Acebuche, no Parque Nacional de Doñana Huelva, Espanha.[73] Nos anos seguintes, o número de nascimentos foi aumentando e centros de reprodução foram sendo criados. Em Março de 2009, foi reportado que 27 crias já tinham nascido desde o começo do programa.[74] Em 2009, o governo espanhol planeou construir um centro de reprodução, com um custo de €5,5 milhões, em Zarza de Granadilla.[74] Portugal estabeleceu um centro de reprodução em Silves, o Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI).[75][76]

Havia 14 crias sobreviventes em 2008 e 15 em 2009.[77] Em 2010, o excesso de pluviosidade e questões de saúde fizeram com que os resultados de reprodução fossem mais baixos — 14 nascimentos e 8 sobreviventes[77] — mas no ano seguinte, os centros de reprodução registaram 45 nascimentos, com 26 crias sobreviventes.[78] Em 2012, os centros de Portugal e Espanha registaram um total de 44 sobreviventes e 59 nascimentos,[78][79] enquanto 2013 viu um total de 44 sobreviventes e 53 nascimentos.[80]

Em Março de 2013, foi reportado que tinham sido conservados pela primeira vez embriões e óvulos de lince-ibérico.[81] Foram retirados de Saliega e de outra fêmea (ambas esterilizadas e retiradas do programa de reprodução) pelo Instituto Leibniz de Berlim para Zoos e Pesquisa de Vida Selvagem, e armazenados em nitrogénio líquido no Museo Nacional de Ciencias Naturales de Madrid (CSIC) para possíveis reproduções futuras.[81] Em Julho de 2014, o MNCN-CSIC anunciou que tinha reproduzido células de esperma retiradas do tecido testicular de um lince sexualmente imaturo.[82]

O lince-ibérico pode ser visto em cativeiro apenas no Zoo de Jerez,[83] e desde Dezembro de 2014, no Zoo de Lisboa.[84][85] Os animais de Jerez pertencem ao programa de reprodução, enquanto que o casal de Lisboa fazia parte do centro de reprodução português, mas no entanto já não são adequados, visto que a fêmea falhou vários partos normais e o macho tem uma forma de epilepsia.[86]

Estudos genéticos

Em Agosto de 2012, pesquisadores anunciaram que o genoma do lince-ibérico tinha sido sequenciado.[87] Também planeiam fazer testes genéticos em restos mortais de lince, para quantificar a perda de diversidade genética e melhorar os programas de conservação.[88] Em dezembro de 2012, foi relatado que os investigadores tinham localizado restos mortais de 466 linces-ibéricos em colecções particulares e museus.[88] No entanto, ficou estimado que 40% dos espécimes armazenados em museus foram perdidos ao longo dos últimos 20 anos.[88]

A diversidade genética do lince-ibérico é mais baixa que a de outros felinos conhecidos por serem geneticamente pobres, incluindo a chita (Acinonyx jubatus), leões da cratera de Ngorongoro e o lince-euroasiático da Escandinávia.[89] Os investigadores acreditam que esta pode ser uma das consequências da diminuição do tamanho das populações e isolamento.[89] Um estudo publicado em 2013 indicou forte diferenciação genética entre as populações de Doñana e Andújar, tanto nas frequências e composições alélicas. Os linces de Doñana diferenciaram mais da população ancestral, devido a serem mais isolados e terem um índice baixo de população.[89] Os investigadores sugeriram colocar os dois grupos em conjunto, a fim de diminuir o grau de endogamia.[89]

Notas

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  • Documento do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal

Referências

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Bibliografia

Ligações externas

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