Guerra de Secessão

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Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana
Data 12 de abril de 1861 - 9 de abril de 1865 (último tiro disparado 22 de junho de 1865)[carece de fontes?]
Local Região Sul dos Estados Unidos, Região Nordeste dos Estados Unidos, Região Oeste dos Estados Unidos, Oceano Atlântico
Desfecho Vitória da União
Beligerantes
Estados Unidos
Estados Unidos
Estados Confederados da América
Estados Confederados da América
Comandantes
Estados Unidos Abraham Lincoln
Estados Unidos Winfield Scott
Estados Unidos George B. McClellan
Estados Unidos Henry Wager Halleck
Estados Unidos Ulysses S. Grant
Estados Unidos Gideon Welles
Estados Confederados da América Jefferson Davis

Estados Confederados da América P.G.T. Beauregard
Estados Confederados da América Joseph E. Johnston
Estados Confederados da América Robert E. Lee

Estados Confederados da América Stephen Mallory
Forças
2 100 000[carece de fontes?] 1 064 000[carece de fontes?]
Baixas
140 414 mortos em ação
~ Total de 365 000 mortos
275 200 feridos[carece de fontes?]
72 524 mortos em ação
Total de ~260 000 mortos
137 000+ feridos[carece de fontes?]

A Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra de Secessão ou Guerra Civil dos Estados Unidos (ver os nomes atribuídos ao evento), foi uma guerra civil travada entre 1861 e 1865 nos Estados Unidos depois de vários estados esclavagistas do sul declararem sua secessão e formarem os Estados Confederados da América (conhecidos como "Confederação" ou "Sul"). Os estados que não se rebelaram ficaram conhecidos como "União" ou simplesmente "Norte". A guerra teve sua origem na controversa questão da escravidão, especialmente nos territórios ocidentais. As potências estrangeiras não intervieram na época. Após quatro anos de sangrentos combates que deixaram mais de 600 mil soldados mortos e destruíram grande parte da infraestrutura do sul do país, a Confederação entrou em colapso, a escravidão foi abolida, um complexo processo de reconstrução começou, a unidade nacional retornou e a garantia de direitos civis aos escravos libertos começou.

Na eleição presidencial de 1860, os republicanos, liderados por Abraham Lincoln, se opuseram à expansão da escravidão em territórios sob a jurisdição dos Estados Unidos. Lincoln venceu, mas antes de sua posse em 4 de março de 1861, sete estados escravistas com economias baseadas na produção de algodão formaram a Confederação. O então presidente democrata, James Buchanan, e os republicanos rejeitaram a secessão do sul como ilegal. Em seu discurso de posse, Lincoln declarou que sua administração não iria iniciar uma guerra civil. Os oito estados escravistas restantes continuaram a rejeitar os pedidos de secessão. As forças confederadas tomaram vários fortes federais no território reivindicado pela Confederação. Uma conferência de paz em 1861 não alcançou qualquer resultado e ambos os lados prepararam-se para a guerra. Os confederados assumiram que os países europeus eram tão dependentes do comércio de algodão que iriam acabar por intervir no conflito; no entanto, nenhum país interveio ou reconheceu a existência dos novos Estados Confederados da América.

As hostilidades começaram em 12 de abril de 1861, quando as forças confederadas tomaram Fort Sumter, um forte chave mantido por tropas da União na Carolina do Sul. Lincoln conclamou cada estado a fornecer tropas para retomar o forte e, consequentemente, mais quatro estados escravistas aderiram à Confederação, elevando o total de membros para onze. A União, no entanto, logo controlou os estados fronteiriços e estabeleceu um bloqueio naval que aleijou a economia sulista. A frente leste estava inconclusivo entre 1861 e 1862. No outono de 1862 campanha confederada em Maryland (um estado da União) terminou com o recuo confederado na Batalha de Antietam, dissuadindo uma intervenção britânica. [1] Lincoln emitiu a Proclamação de Emancipação, que tornou o fim da escravidão um objetivo de guerra.[2] No oeste, no verão de 1862, a União destruiu a marinha confederada, então muito de seus exércitos ocidentais cercaram Vicksburg e dividiram a Confederação em dois a partir do rio Mississippi. Em 1863, a incursão confederada ao norte, liderada por Robert E. Lee, terminou na Batalha de Gettysburg. Os sucessos no front ocidental levaram Ulysses S. Grant ao comando de todos os exércitos da União em 1864. No front ocidental, as tropas da União lideradas por William T. Sherman seguiram a leste para capturar a cidade de Atlanta e marcharam para o mar, destruindo a infraestrutura da Confederação ao longo do caminho. A União usou muitos recursos materiais e humanos para atacar a Confederação em todas as direções e pôde se dar ao luxo de promover uma guerra de exaustão na cidade de Richmond, a então capital confederada. O exército confederado falhou em sua defesa, levando à rendição de Lee à Grant durante a Batalha de Appomattox Court House, em 9 de abril de 1865. Todos os generais confederados renderam-se nesse verão.

A Guerra Civil Americana foi uma das primeiras verdadeiras guerras industriais. Estradas de ferro, o telégrafo, navios a vapor e armas produzidas em massa foram utilizados extensivamente. A mobilização de fábricas, minas, estaleiros, bancos, transportes e alimentos civis prenunciavam a Primeira Guerra Mundial. O conflito foi a guerra mais mortal na história dos Estados Unidos, resultando na morte de cerca de 750 mil americanos[3] e um número indeterminado de vítimas civis. O historiador John Huddleston estima o número de mortos em dez por cento de todos os homens do norte com idades entre os 20 e 45 anos e 30 por cento de todos os homens brancos do sul com idades entre 18 e 40 anos.[4]

Causas da secessão

Raízes históricas

A origem da divisão dos Estados Unidos em "Norte" e "Sul" data dos tempos coloniais, quando a área que atualmente constitui os Estados Unidos ainda era colónia de três países - Espanha, França e Reino Unido. Primariamente, tais diferenças começaram devido a diferenças geográficas na região das Treze Colônias britânicas. No sul, os primeiros ocupantes da região encontraram um clima quente e um solo fértil, ideal para o cultivo de tabaco. Grandes plantações de tabaco foram cultivadas, e mão-de-obra escrava foi trazida em grande quantidade do continente africano. Posteriormente, algodão e cana-de-açúcar passaram a ser cultivados também nestes Estados. Rapidamente, a agricultura sob o sistema de Plantation e um estilo de vida primariamente rural passou a dominar os estados do Sul.[carece de fontes?]

Enquanto isto, o clima frio e o solo rochoso dos Estados do Norte mostraram-se pouco adequados à prática da agricultura. Isto forçou os colonos desta região a procurarem outras fontes de renda como o comércio e a manufatura, favorecendo assim a criação de grandes cidades comerciais como Boston, Filadélfia e Nova Iorque - e, apesar de, no ano do início da Revolução Americana de 1776, a maioria da população do Norte ainda vivia em áreas rurais, a economia destes Estados já era baseada primariamente no comércio e na manufatura.[carece de fontes?]

Após a independência dos Estados Unidos, e até a década de 1850, as diferenças entre o Norte, cada vez mais industrializado, e o Sul agropecuário aumentavam gradativamente. Na década de 1850, os Estados Unidos já haviam se expandido até seus atuais limites territoriais na América do Norte. Posteriormente, adquiriria o Alasca, da Rússia, Havaí e outros territórios ultramarinos. Então, os Estados Unidos já estavam em uma fase de rápida industrialização. Porém, o rápido crescimento econômico do país esteve concentrado primariamente nos Estados do Norte. Este crescimento causou o rápido crescimento populacional das cidades da região, gerando grandes avanços na área de transportes e comunicações. Apesar do Sul também ter passado por este processo, o progresso ocorreu muito mais lentamente do que no Norte.[carece de fontes?]

Diferenças culturais

A crença de que a população do Norte era mais receptiva à tecnologia e modernização do que a população do Sul é equívoca. A procura de novas tecnologias de produção era característica tanto da manufatura nortista quanto da agropecuária sulista; foi no Sul que surgiram as primeiras universidades agrícolas do mundo, com o objetivo principal de procurar inovações que melhorassem a eficiência do campo; isto possibilitou que no século XIX os produtores de algodão conseguissem maiores margens de lucros apesar da decadência do preço deste produto no mercado mundial. Pode-se considerar como uma diferença marcante entre Norte e Sul a distribuição da renda, pois no Norte ela era mais equitativa, mais bem distribuída, enquanto que no Sul havia uma concentração de renda nas mãos dos latifundiários e uma grande parcela da população desprovida de renda formal - os escravos.[carece de fontes?]

As elites intelectuais das duas regiões eram muito diferentes entre si; porém, ambas eram defensoras do liberalismo, mas com significados diferentes. No Norte o liberalismo era visto como a defesa do "solo livre", do "trabalho livre", do "homem livre". Já no Sul, o liberalismo significava a defesa da propriedade privada (escravo era tido como propriedade privada) e do livre comércio em oposição ao protecionismo nortista.[5]

Os desentendimentos entre sulistas e nortistas remontam à Revolução Americana de 1776-1783, pois o Sul, no início da democracia americana, era menos favorecido economicamente; basicamente era uma população mais pobre, mais miscigenada e rústica, portanto, mais sensível aos preceitos do "ter" e do "ser". A cultura nortista era menos tradicionalista, menos aristocrática, muito trabalhadora e ambiciosa. Esta cultura foi o principal fator do desenvolvimento econômico espetacular do Norte desde a independência dos Estados Unidos até à década de 1850.[carece de fontes?]

Plantação de algodão na Geórgia.

Escravidão

Uma foto de 1863 de Gordon, um escravo açoitado, distribuída no Norte durante a guerra.[6]

Em tempos coloniais, os americanos viam a escravidão como algo necessário. Quando os Estados Unidos tornaram-se independentes, os poucos abolicionistas da época pressionaram o governo do país a abolir a escravidão na Constituição do país, mas não tiveram sucesso.[carece de fontes?]

No período imediatamente após a independência é clara a hegemonia dos Estados do Sul, sendo relevante destacar que durante 32 dos primeiros 36 anos após a independência, a presidência é ocupada por proprietários de escravos provenientes da Virgínia, estado onde estavam 40% dos escravos do país, sendo que 12 das primeiras 16 eleições presidenciais, entre 1788 e 1848, colocaram um proprietário de escravos do Sul na Casa Branca.[7]

Tal hegemonia devia-se em parte ao peculiar Compromisso dos Três Quintos, segundo o qual, para efeito de determinação do números de representantes dos Estados no Colégio Eleitoral que elegia o presidente, levava-se em conta a população de escravos, que não eram eleitores, reduzida a três quintos.[8][9]

No começo do século XIX, vários nortistas começaram a ver a escravidão como errada, desnecessária e imoral para o país, e muitos deles começaram a advocar ideias abolicionistas. Uma minoria dos sulistas, por sua vez, também possuía ideias abolicionistas. Porém, a maioria da população livre do Sul apoiava a abolição da escravatura.[10] Cerca de metade da população dos Estados do Sul era composta por afro-americanos e seus descendentes, considerados mão de obra forte, saudável e obediente[carece de fontes?]. A maioria dos sulistas lucrava muito com a escravidão e esta fazia parte da cultura local[carece de fontes?]. Cerca de um terço da população branca do Sul era um membro de uma família dona de escravos. Cerca de metade destas famílias tinham entre um a cinco escravos, e 1% tinham mais de cem. Mesmo muitos sulistas que não possuíam escravos eram a favor da escravidão[carece de fontes?], o que caracteriza o conceito de Sociedade Escravista criado pelo professor Douglas Colle Libby da Universidade Federal de Minas Gerais, que significa: aquela sociedade em que ocorre a escravidão e que esta é de tal forma impregnada na sociedade que determina como as demais pessoas se relacionam ao trabalho.[carece de fontes?]

Em 1850, um conjunto de atos, reunidos no Compromisso de 1850, foram aprovados pelo Congresso americano, numa tentativa de solucionar os atritos entre o Norte e o Sul. Os Compromissos permitiriam a continuação da escravidão, mas proibiriam-na no Distrito de Columbia. O Compromisso também admitiria a Califórnia à União como um estado livre (onde a escravidão seria proibida), mas permitiria a escravidão em territórios recentemente adquiridos ou criados, bem como o direito de decisão entre a permissão ou a proibição da escravidão.[carece de fontes?]

Membros de uma aristocracia agrária e escravocrata dominavam a sociedade e a política no Sul dos Estados Unidos.

Em 1854, o Ato de Kansas-Nebraska foi aprovado pelo Congresso, novamente, numa tentativa do governo americano de tentar solucionar os atritos entre o Norte e o Sul. O Acto criou os territórios de Kansas e de Nebraska, e permitia a escravidão nestes dois territórios. O Acto também especificava que, caso um território fosse elevado à categoria de Estado, a sua população teria o direito de votar a favor ou contra a continuação da escravidão. Porém, muitos nortistas opuseram-se a este Acto, alegando que, uma vez que a escravidão estivesse bem fincada num território, estaria ali para ficar. Em 1856, a maioria da população de Kansas votou contra a escravidão, mas grupos pró-escravidão recusaram-se a aceitar a decisão, e, logo, revoltas populares surgiram no estado. Ainda no mesmo ano, o senador abolicionista Charles Sumner foi espancado até ficar inconsciente por um representante do Sul. Em 1861, o Kansas juntou-se à União como um estado livre.[carece de fontes?]

A Decisão Dred Scott foi um caso judicial julgado pela Suprema Corte. No caso, Dred Scott, um escravo, reivindicava a liberdade, alegando que já havia morado em um território livre. Porém, a Suprema Corte decidiu que ele, como escravo, era propriedade. Além disso, a Suprema Corte alegou que negros não podiam ser considerados cidadãos americanos. Esta decisão gerou grande controvérsia e raiva no Norte.[11]

Em 1858, o senador William Seward, que posteriormente tornar-se-ia o Secretário de Estado de Abraham Lincoln, caracterizou as diferenças entre o Norte e o Sul como um "conflito irreparável". O motivo deste conflito, segundo Seward, era a escravidão. Em 1859, um abolicionista extremista, chamado John Brown, e seguidores, tentaram iniciar uma rebelião de escravos num vilarejo da Virgínia Ocidental. Brown, porém, foi capturado um dia depois. Foi julgado e condenado à morte por enforcamento, culpado de traição. Vários sulistas viram esta rebelião como uma ação do Norte para tentar acabar com a escravidão através da força.[carece de fontes?]

A escravidão e a política

"Patrulhadores de escravos", compostos majoritariamente de brancos pobres, tinham a autoridade de parar, revistar, torturar e até matar escravos que violassem os códigos do escravo americano. Acima, caricatura nortista dos patrulhadores capturando um escravo fugitivo, num almanaque abolicionista.

O Ato de Kansas e Nebraska gerou raiva e discórdia entre a população do Norte, especialmente entre republicanos, que eram contra a escravidão, bem como sua expansão a outros territórios dos Estados Unidos. Entre os principais membros do partido estava Abraham Lincoln.[carece de fontes?]

Em 1858, o Partido Democrata ficou dividido na criação de uma Constituição de que habitantes pró-escravidão do território de Kansas esperavam adoptar quando o Kansas se tornasse um Estado. Porém, os líderes do partido tomaram posições opostas na Constituição. Alguns eram a favor da escravidão, outros contra. Esta controvérsia fez com que o partido fosse dividido em dois ramos em 1860, um nortista, pró-abolicionismo, e outro sulista, pró-escravidão.[carece de fontes?]

Os republicanos escolheram Lincoln como seu candidato nas eleições presidenciais de 1860. Abraham Lincoln, em sua campanha eleitoral, afirmou que os Estados Unidos não podiam viver eternamente, "metade livre, metade escrava", desencadeando sentimentos havia muito reprimidos pelos sulistas e nortistas. O partido democrata, dividido em dois, tinha dois candidatos, um a favor da escravidão e outro contra. Lincoln acabou vencendo as eleições em todos os estados livres excepto na Nova Jérsei. Porém, apenas 39% da população do país havia votado em Lincoln, tendo vencido por ter uma pluralidade de votos do colégio eleitoral americano. Quase nenhum dos votos do colégio eleitoral era procedente do Sul. Lincoln não foi nem colocado na votação como candidato em nove estados da região. Os sulistas temiam que Lincoln impusesse mais restrições à prática da escravidão, ou mesmo sua abolição.[carece de fontes?]

Por fim, durante o final da década de 1850, a maioria do Senado americano passou a ser formada por nortistas. O balanço político entre o Norte e o Sul, anteriormente balanceado somente por causa do número igual de Estados escravistas e abolicionistas, fora quebrado ao longo da década de 1850, após a sucessiva elevação de três territórios à categoria de Estado abolicionista. Uma vez que os sulistas já eram minoria na Câmara dos Representantes, por causa da maior população do Norte, os sulistas enfrentavam o risco de tornarem-se numa minoria perpétua em ambas as câmaras do Congresso, e assim, não mais podendo combater tarifas protecionistas, que provocariam estragos na economia do Sul, dependente de material industrializado procedente do Reino Unido, nem mais defender o uso da escravidão.[carece de fontes?]

Secessão e formação dos Estados Confederados da América

Ver artigo principal: Estados Confederados da América
Estados Unidos em 1861.
  Estados que se separaram da União antes de 15 de abril de 1861
  Estados que se separaram após 15 de abril de 1861
  Estados da União que permitiam a escravidão
  Estados da União que baniram a escravidão
   Territórios

Pouco antes das eleições presidenciais, líderes sulistas começaram a pedir pela secessão do Sul da União, caso Lincoln vencesse as eleições. Muitos sulistas aprovavam a secessão, através da ideia de que os Estados possuem direitos e poderes que o governo federal não poderia proibir através de métodos legais. Os sulistas alegaram que os Estados Unidos por si mesmo eram uma liga de estados independentes, e que qualquer destes estados possuía o direito de tornar-se independente.[carece de fontes?]

Em dezembro de 1860, a Carolina do Sul tornou-se o primeiro estado a sair da União. Logo ela foi acompanhada por outros cinco estados - Alabama, Flórida, Geórgia, Louisiana e Mississippi. Os principais líderes políticos e senhores de escravos, em sucessivas reuniões ainda em dezembro de 1860, aprovaram a Constituição confederada, formalizando a criação dos Estados Confederados da América. Tais Estados elegeram Jefferson Davis, do Mississippi, como presidente do país, estabelecendo em 7 de fevereiro de 1860 uma Constituição, e a capital em Montgomery.[carece de fontes?]

Em seu primeiro discurso após ter sido empossado como presidente dos Estados Unidos, Lincoln afirmou que a Confederação era um movimento sem fundamentos legais, e que "a União ficaria unida para sempre, e que a União faria uso de todos os meios possíveis para garantir a possessão de propriedades da União localizados nos Estados do Sul". Houve uma tentativa de reconciliação, que os rebeldes não aceitaram. Os confederados ofereceram uma indenização à União pelas propriedades da última em território confederado, oferta que foi recusada por Lincoln.[carece de fontes?]

Em 12 de abril, os sulistas atacaram Fort Sumter, na baía de Charleston, Carolina do Sul. Três dias depois, o forte rendeu-se. Lincoln começou a juntar tropas para recuperar o forte, e este movimento nortista foi visto como uma declaração de guerra pela Confederação. Mais cinco estados juntar-se-iam aos Estados Confederados da América - Arkansas, Carolina do Norte, Tennessee, Virgínia e Texas. Richmond, a capital da Virgínia, foi escolhida como a capital dos Estados Confederados da América.[carece de fontes?]

As federações

Mapa dos Estados Unidos em 1863:
  Estados da União
  Territórios da União que proibiam a escravidão
  Estados fronteiriços que permitiam a escravidão
  Estados da Confederação
  Territórios da União que permitiam a escravidão

Ambos os lados - a União, composta primariamente por estados e territórios contra a escravidão, e a Confederação, que primariamente era contra a abolição da escravidão - possuíam "Estados de fronteira" (border states), estados que localizavam-se na fronteira entre a União e a Confederação. Arkansas, Carolina do Norte, Tennessee e Virgínia eram os estados de fronteira da Confederação, fazendo fronteira com estados da União. Delaware, Kentucky, Maryland e Missouri eram os estados de fronteira da União, fazendo fronteira com a Confederação. Parte da população destes estados acreditava na causa dos nortistas, e outra parte na causa dos sulistas. Isto fez com que movimentos separatistas surgissem em vários destes Estados, levando à divisão entre diversas famílias. Muitas pessoas destas famílias lutaram pela União, enquanto parentes lutaram pela Confederação. Diversos casos de familiares lutando entre si em batalha foram registados ao longo da guerra.[carece de fontes?]

A União

Ver artigo principal: União (Guerra Civil Americana)

A União é os Estados Unidos propriamente dito. Os estados que compunham a União eram Califórnia, Connecticut, Delaware, Illinois, Indiana, Iowa, Kentucky, Maine, Maryland, Massachusetts, Michigan, Minnesota, Missouri, Nova Hampshire, Nova Jérsei, Nova Iorque, Ohio, Oregon, Pensilvânia, Rhode Island, Vermont e Wisconsin, mais os territórios de Colorado, Dakota, Nebraska, Nevada, Novo México, Utah e Washington. Cerca de 22 milhões de pessoas viviam na União no início da guerra, com mais de quatro milhões delas sendo homens entre 15 a quarenta anos de idade - a faixa etária adequada para serviço militar.[carece de fontes?]

O Kansas foi elevado à categoria de estado da União logo no início da guerra. Na região oeste e noroeste do estado confederado de Virgínia, a maior parte da população era maioritariamente leal à União. Em 1863, esta região da Virgínia separou-se da última, assim criando o estado de Virgínia Ocidental, que logo aderiu à União. O Nevada foi adicionado à lista de estados da União em 1864.[carece de fontes?]

A União enfrentou o separatismo em diversos Estados de fronteira. Grupos separatistas foram criados em Kentucky e em Missouri. Estes grupos enviaram representantes à Confederação, mas os Estados continuaram oficialmente na União. A maioria da população de Maryland e da capital americana, Washington, DC, também apoiava a causa dos sulistas. Porém, o facto de que o governo da União estava localizado em Washington, DC - por direito, o governo dos Estados Unidos controla directamente a cidade - impediu a saída de Washington da União. Já medidas tomadas pelo governo da União impediram a secessão de Maryland aos estados Confederados. Isto foi tomado primariamente como uma medida de protecção - a capital americana Washington, DC está localizada entre Virgínia e Maryland.[carece de fontes?]

A bandeira dos Estados Unidos entre 1861 e 1863. Os estados do sul continuaram representados no número de estrelas na bandeiras, visto que a secessão foi considerada ilegal pelo norte. Em 1863, uma estrela foi adicionada para representar o novo estado da Virgínia Ocidental.

Lincoln, como comandante-chefe das forças da União, foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a assumir vastos poderes não estabelecidos na Constituição americana. Lincoln suspendeu o direito ao habeas corpus - o direito da pessoa presa a ser ouvida na Corte Judicial. Lincoln recebeu duras críticas por causa desta acção. O Partido Republicano e o governo de Lincoln receberam duras críticas do Partido Democrático da União, que queria o fim imediato da guerra. Mesmo alguns membros do próprio Partido Republicano, que formavam a ala extremista do Partido, criticaram Lincoln, pedindo por esforços de guerra mais agressivos, a imediata abolição da escravatura e mudanças imediatas na estrutura sócio-económica dos Estados do Sul dos Estados Unidos.[carece de fontes?]

O financiamento dos esforços de guerra foi difícil. Ao longo da guerra, a União gastou cerca de 2,16 bilhões de dólares. Cerca de 20% deste total foram arrecadados através da arrecadação de impostos já existentes. Papéis governamentais - comprados a um preço fixo por uma pessoa, que seria posteriormente, após a guerra, reembolsada juntamente com os juros - arrecadaram 40%. 30% foram tomados emprestados de instituições financeiras. Os 10% restantes foram impressos na forma de papel moeda, impresso em casos de emergência, o que causou grande inflação, na ordem dos 40% ao ano, na União. O crescimento anual dos salários dos trabalhadores não acompanhava o mesmo passo do crescimento da inflação, resultando em greves e revoltas por melhores salários e condições de trabalho. Ironicamente, muitas destas revoltas foram iniciadas por sindicatos dominados por brancos, que se opuseram ao uso de afro-americanos não afiliados a sindicatos por parte das fábricas.[carece de fontes?]

Apesar destes problemas, a Guerra Civil Americana trouxe prosperidade económica para a União. As necessidades de guerra - armas, roupas, alimentos - estimularam bastante a agricultura e a indústria de manufaturação. A indústria de mineração cresceu drasticamente - a produção de carvão e ferro, especialmente - bem como a produção de aço. O crescimento da produção agropecuária da União - primariamente , algodão, milho, trigo e carne - fez com que exportações para países europeus dobrassem - à época, alimentos na Europa estavam em falta, devido a sucessivas plantações mal-sucedidas - assim compensando pela drástica queda nas exportações destes produtos por parte da Confederação, que estava sob bloqueio em terra e mar durante a guerra.[carece de fontes?]

Alguns atos econômicos instituídos pelo governo da União ajudaram neste período de crescimento económico. Tais actos estabeleceram um banco central, uma moeda padrão e o Departamento Governamental de Agricultura, em 1861. Actos instituídos em 1862 foram os responsáveis pela aprovação da construção da primeira ferrovia transcontinental americana, pelo fornecimento de lotes de terras no oeste americano a preços nulos ou muito baixos, e o estabelecimento de instituições de ensino superior. Em 1863, o primeiro imposto de renda nacional foi instituído. A forte economia da União não somente foi um dos motivos primários da vitória desta sobre a Confederação, mas como também o principal motivo do grande crescimento econômico dos Estados Unidos após o fim da guerra, que fez do país a maior potência industrial por volta da década de 1890.[carece de fontes?]

Confederação

Ver artigo principal: Estados Confederados da América
Bandeira dos Estados Confederados da América

Os estados que compunham a Confederação eram o Alabama, Arkansas, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississippi, Tennessee, Texas e Virgínia. Quando a Guerra Civil Americana começou, a Confederação tinha cerca de 9,5 milhões de habitantes - incluindo 3,5 milhões de afro-americanos. Cerca de um milhão de pessoas brancas do sexo masculino, entre 15 a quarenta anos de idade viviam na Confederação.[carece de fontes?]

O presidente da União, Abraham Lincoln, possuía vários poderes não estabelecidos na Constituição. Isto não aconteceu na Confederação. Isto porque muitos sulistas sempre se opuseram a um governo central, onde uma única pessoa possui enormes poderes. Por causa disto, o Congresso da Confederação tornou-se dividido, com alguns membros apoiando o poder concentrado nas mãos de uma única pessoa, e com outros membros se opondo a isso. As relações de alguns estados da Confederação com o governo da última, bem como entre alguns destes estados, tornaram-se difíceis. Jefferson Davis, o presidente da Confederação, pediu ao Congresso da Confederação permissão ao exercimento dos poderes exercidos por Lincoln, mas seu pedido foi atendido apenas em parte, e Davis recebeu apenas alguns poderes limitados.[carece de fontes?]

Desde o início da Guerra Civil Americana, o financiamento da guerra mostrou-se extremamente difícil para a Confederação. Ao longo da guerra, a Confederação gastou cerca de 2,5 bilhões de dólares. Cerca de 1% deste total foram arrecadados através da elevação de impostos já existentes. Esta percentagem é muito pequena porque os confederados temiam que uma drástica elevação nos impostos pudesse causar revoltas da elite do país. 39% foram tomados emprestados de instituições financeiras e arrecadados na forma de papéis governamentais. Os 60% restantes foram impressos na forma de papel moeda, gerando, assim, inflação descontrolada, na ordem dos 250% o ano, na Confederação. No final da guerra, os preços em geral estavam cerca de mil vezes mais altos do que no início da guerra. Na Confederação, em 1861, um par de sapatos custava 1,8 dólar e um barril de trigo custava dois dólares. Em 1864, estes itens custavam 200 e 275 dólares, respectivamente, e no final da guerra, o barril de trigo custava mais de mil dólares. Os sulistas passaram a fabricar roupas com tecido de carpete e cortinas e a imprimir jornais em papel de parede.[carece de fontes?]

Ao longo da Guerra Civil Americana, a Confederação tentou adaptar-se às necessidades dos esforços de guerra. Fábricas civis passaram a fabricar armas. A produção de algodão caiu drasticamente, e a produção de cereais aumentou. Mas as condições dos soldados da Confederação eram sensivelmente piores do que a dos soldados da União - em matéria de alimentos e armas. Em desespero, um ato instituído em 1863 permitiu a agentes federais da Confederação o confisco de propriedade civil que pudesse ser utilizada nos esforços de guerra, como cavalos, alimentos, roupas e armas. Os civis eram pagos com o que os agentes decidissem pagar.[carece de fontes?]

Forças armadas

Comparação da União e da CSA[12]
União CSA
População total 22.100.000 (71%) 9.100.000 (29%)
População livre 21.700.000 5.600.000
Escravos em estados de
fronteira em 1860
400.000 N/A
Escravos sulistas em 1860 N/A 3.500.000
Soldados 2.100.000 (67%) 1.064.000 (33%)
Ferrovias 31.064 km (71%) 14.223.km (29%)
Manufatura 90% 10%
Produção de armas 97% 3%
Produção de algodão em 1860 Negligível 4.500.000
Produção de algodão em 1864 Negligível 300.000
Exportações pré-guerra 30% 70%

Quando a Guerra Civil Americana começou, com o ataque sulista ao Fort Sumter, nem a União nem a Confederação possuíam um plano de recrutamento de soldados. O exército da União, no início da guerra, era composto de apenas aproximadamente 11 mil soldados. O exército da Confederação era ainda menor, por volta de seis mil soldados. Em abril de 1861, o Congresso americano aprovou uma convocação inicial de 65 mil homens - todos voluntários - para fazer frente ao ataque sulista. No começo da guerra, tanto a União quanto a Confederação utilizavam apenas voluntários como soldados - participava da guerra quem quisesse. Isto funcionou bem no início da guerra.[carece de fontes?]

Porém, à medida que a guerra foi estendendo-se, e o número de baixas em ambos os lados começou a aumentar, mais recrutas passaram a ser necessários. A duração da guerra e os números de baixas, porém, diminuíram muito o entusiasmo pela população de ambos os lados pela guerra, e assim sendo, o número de voluntários acabou por cair. O alistamento forçado acabou por ser instituído em ambos os lados ao longo da guerra. Na Confederação, o alistamento forçado foi instituído em abril de 1862, forçando todas as pessoas brancas do sexo masculino entre 18 a 35 anos de idade e em boas condições de saúde a servirem no exército por três anos. Em fevereiro de 1864, tais limites haviam sido estendidos para 17 a cinquenta anos. Já a União instituiu o alistamento forçado em março de 1863, para pessoas, sem distinção de raça, do sexo masculino, entre 20 a 45 anos de idade. Mulheres, em momento algum, foram autorizadas a lutar em ambos os lados, embora algumas tivessem se disfarçado como homens, e lutado por suas federações.[carece de fontes?]

A guerra foi cognominada por vários soldados como "guerra entre homens ricos, lutas entre homens pobres". Isto porque este recrutamento forçado possuía suas excepções. Em ambos os lados, homens que, pelas regras do recrutamento forçado, teriam de servir no exército, poderiam contratar um substituto - geralmente, um homem pobre e sem trabalho - para lutar em seu lugar. Na União, pessoas podiam pagar ao governo 300 dólares (uma grande soma de dinheiro na época) para não ser forçado a alistar-se. Estas excepções fizeram com que o sistema de recrutamento forçado fosse mal visto por soldados de origem humilde, tanto na União quanto na Confederação. Na cidade de Nova Iorque, em julho de 1863, alguns meses após o alistamento militar forçado ter sido instituído, uma grande revolta popular tomou curso. Os revoltados estavam armados, e exigiam o fim do alistamento forçado. Esta revolta foi suprimida com o uso de força policial e militar. Apesar dos problemas, o recrutamento forçado em ambos os lados foram bem-sucedidos em seu principal objetivo, o de aumentar o número de soldados nas forças armadas.[carece de fontes?]

Outra medida também contribuiu nos esforços de guerra - ambos os lados permitiam que qualquer homem formasse um pequeno regimento ou uma força mercante a serviço de sua federação, sendo que tais grupos recebiam uma soma do governo. O Norte também instituiu um tipo especial de pagamento, bounty payments. Quando uma pessoa entrasse à força militar da União voluntariamente, ele era recompensado com uma soma em dinheiro. Esta medida, porém, também causou um problema: várias pessoas alistavam-se voluntariamente, usando nomes falsos, recebiam a soma em dinheiro, e após isto, desertavam. Muitos deles inclusive alistavam-se e desertavam seguidamente, usando vários nomes falsos.[carece de fontes?]

Após o fim da guerra, duas organizações fraternais foram abertas - uma aberta a ex-soldados da União e suas famílias, e a outra para ex-soldados da Confederação e suas famílias. Em 1905, o governo americano instituiu uma medalha de campanha válida a todos os soldados que lutaram na guerra - seja ao lado da União ou da Confederação. O último veterano vivo da guerra, Albert Woolson, da União, morreu em 2 de agosto de 1956, aos 109 anos de idade.[carece de fontes?]

Números

Não se sabe o número exacto de soldados que lutaram na Guerra Civil Americana - factores como alistamento por um curto período de tempo, pessoas que se alistaram mais de uma vez na Guerra (por exemplo, quando eram removidos do serviço militar por causa de ferimentos, voltando após recuperação), pessoas que lutaram na guerra sem registo de soldado, e desertores. Estima-se que o número de soldados que lutaram pela União seja de dois milhões - metade da população masculina dentro da faixa etária militar - e em aproximadamente um milhão o número de soldados que lutaram pela Confederação - quatro quintos da população masculina branca dentro da faixa etária militar.[carece de fontes?]

O número de soldados no exército da União cresceu desde o início da Guerra Civil Americana. O exército da União tinha pouco mais de 13.000 homens em atividade quando a guerra se iniciou em 12 de Abril de 1861.[13] No final da guerra, o exército da União tinha cerca de 1,12 milhão de soldados. O exército da Confederação atingiu seu máximo em 1863, quando o número de soldados nas forças militares chegou a quase 500 mil. A partir de 1863, o número de soldados no exército da Confederação passou a diminuir gradativamente. No final da guerra, o exército da Confederação tinha menos de 200 mil soldados. Altas taxas de deserção foram a principal causa desta diminuição - especialmente nos meses finais da guerra, quando a Confederação não tinha mais nenhuma hipótese de vitória.[carece de fontes?]

O salário de um soldado branco da União era de treze dólares mensais, mais um incentivo anual de 42 dólares, para a compra de roupas. O salário mensal de soldados da confederação, até 1864, era de onze dólares mensais. Em julho de 1864, devido à inflação, o salário foi aumentado para dezoito dólares mensais.[carece de fontes?]

Principais líderes

Os presidentes da União e da Confederação, Abraham Lincoln e Jefferson Davis, como Comandantes-em-Chefe de suas respectivas nações, tinham a responsabilidade de escolher as pessoas que iriam ocupar os maiores postos militares de suas federações.[carece de fontes?]

Os principais líderes da União foram Abraham Lincoln, William H. Seward, Edwin M. Stanton, Ulysses S. Grant, William Tecumseh Sherman, George H. Thomas, George B. McClellan, Henry W. Halleck, Joseph Hooker, Ambrose Burnside, Irvin McDowell, Philip Sheridan, George Crook, George Armstrong Custer, Christopher Carson, John E. Wool, George Gordon Meade, Winfield Hancock, Elihu B. Washburne, Winfield Scott, Abner Read e Robert Gould Shaw.[carece de fontes?]

Os principais líderes da Confederação foram Jefferson Davis, Robert E. Lee, Joseph E. Johnston, Thomas J. Jackson, James Longstreet, Pierre Gustave Toutant de Beauregard, John Mosby, Braxton Bragg, John Bell Hood, James Ewell Brown Stuart, William Mahone, Judah P. Benjamin, Jubal Early, Nathan Bedford Forrest e Ambrose Powell Hill.[carece de fontes?]

Cinco oficiais da União que lutaram na guerra tornar-se-iam futuramente Presidente dos Estados Unidos: Grant, Hayes, James Garfield, Benjamin Harrison e McKinley.[carece de fontes?]

Pelo lado da União combateu, liderando a Brigada Excelsior na Campanha de Gettysburgh, o general luso-americano Francis Barretto Spinola.[carece de fontes?]

Participação dos afro-americanos na guerra

Em 1863, o exército da União aceitava escravos libertos. Na imagem, jovens soldados negros e brancos

A Proclamação de Emancipação de Lincoln aprovou o uso de afro-americanos no exército da União - tanto que todos os homens do Norte, que tinham entre 20 a 45 anos de idade, incluindo afro-americanos, foram obrigados a lutar pela União. Cerca de 180 mil afro-americanos lutaram pela União, e cerca de dois terços deles eram ex-escravos sulistas que fugiram para o Norte, em busca de liberdade. Mais 25 mil afro-americanos actuaram na marinha de guerra da União, aberta aos afro-americanos anos antes da Guerra da Secessão. Lincoln certa vez disse que a "participação dos negros na guerra foi muito importante, se não indispensável".[carece de fontes?]

Cerca de 170 regimentos afro-americanos foram formados, dos quais a maioria era liderada por brancos. Os Confederados, por sua vez, não permitiram o uso de afro-americanos até semanas antes do final do conflito, quando o exército confederado precisava desesperadamente de mais soldados.[carece de fontes?]

Ao longo da Guerra Civil Americana, regimentos afro-americanos participaram de mais de 39 batalhas, onde cerca de 35 mil afro-americanos perderam a vida. 23 afro-americanos tiveram a honra de serem condecorados com a Medalha de Honra. Inicialmente, os afro-americanos eram mal-vistos pela população como soldados, recebendo apenas metade do salário de um branco. Após 1864, porém, tanto brancos quanto afro-americanos passaram a ser pagos com a mesma quantia de dinheiro. Apesar disto, outros tipos de discriminação continuaram. A maioria dos afro-americanos trabalhava em tarefas não-militares, como limpeza, cozinha e manutenção de armas. Mesmo assim, vários regimentos afro-americanos participaram de batalhas primárias, surpreendendo a população branca do Norte, que acreditava que os afro-americanos não seriam bons soldados.[carece de fontes?]

Ironicamente, quando Richmond, a capital confederada, foi capturada, foi um regimento afro-americano que teve a distinção de ser o primeiro a entrar na capital confederada capturada. Lincoln, posteriormente, no mesmo dia, visitou a cidade, protegido por cavalaria formada por afro-americanos.[carece de fontes?]

A vida dos soldados

Soldados da União em seu acampamento.

As condições de vida dos soldados que lutaram na Guerra Civil Americana eram precárias, embora melhores do que em guerras pré-Secessão. Os soldados eram muito mal pagos. As roupas eram precárias, feitas de crua, não processada. Tais roupas costumavam desfacelar-se na primeira chuva. Muitos soldados também não recebiam calçados - especialmente na Confederação, onde a grande maioria dos soldados lutou descalça. A alimentação dos soldados consistia primariamente em trigo, milho, carnes e frutas secas. Estes alimentos muitas vezes não eram estocados ou preparados de forma segura. Além disso, a higiene dos soldados da guerra era precária. Como consequência, mortes devido a cólera, disenteria e outras doenças do sistema intestinal foram comuns ao longo da guerra, tanto quanto o número de mortes causadas por ferimentos de batalha. Inicialmente, cada soldado era responsável por preparar e cozinhar seu próprio alimento. Rapidamente, porém, ambos os lados organizaram companhias cuja única responsabilidade era cozinhar para os soldados de um dado regimento.[carece de fontes?]

A maioria dos soldados usava rifles capazes de atirar apenas um tiro por vez, tendo de ser então recarregados. O processo de atirar, recarregar e atirar novamente tomava um tempo médio de aproximadamente meio minuto, tempo no qual o portador da arma ficava em uma situação extremamente vulnerável. Estes rifles, porém, tinham um mira razoável e um bom alcance, para os padrões da época - permitiam o acerto de alvos localizados até 375 metros de distância. Em muitas batalhas, os soldados caminhavam uns próximos aos outros, em formação, tornando-os um alvo fácil para o inimigo. Os soldados da União, porém, eram mais bem equipados. Enquanto tendas eram comuns em acampamentos militares da União, eram um item de luxo para os confederados. A falta de suprimentos na Confederação era grande, e muitos soldados confederados usavam uniformes, calçados e armas coletados de soldados mortos. Outros foram forçados a lutar com uniformes gastos e sem calçados. Muitos soldados confederados morreram por causa da fome. Estes problemas não existiam nas tropas da União. A taxa de mortalidade caso um dado soldado sofresse um ferimento qualquer era de 1 em 7. Na Guerra da Coreia, estas taxas eram 1 em 50.[carece de fontes?]

O número de baixas por batalha era muito alto, cerca de um quinto a um quarto de uma força militar. Estas baixas incluem mortos, feridos, soldados capturados ou desaparecidos. Por causa disto, muitos soldados da Guerra da Secessão começaram a usar crachás contendo seu nome inscrito, para o caso de, caso morressem, pudessem ser identificados após a batalha. Tais crachás eram rústicos, feitos de papel, escrito a caneta, e simplesmente colados ou colocados em bolsas.[carece de fontes?]

Saúde

A saúde dos soldados era precária. Para cada soldado que morria em batalha morriam dois por causa de doenças tais como cólera, disenteria, febre tifoide, malária e tuberculose. Os principais fatores da disseminação destas doenças eram as péssimas condições de estoque e preparo de alimentos, falta de higiene e de uma dieta balanceada, e do não-conhecimento da importância da esterilização de certos itens de uso médico. Fratura e especialmente deslocamentos nos braços e/ou nas pernas resultava quase sempre em amputação.[carece de fontes?]

Ao longo da guerra, vários feridos e soldados doentes foram tratados em hospitais localizados em cidades, tanto na União como na Confederação. A maioria, porém, recebia tratamento em facilidades sanitárias temporárias, tais como acampamentos hospitalários localizados próximos das frentes de batalha, navios-hospitais e estruturas comerciais convertidas para uso médico. O uso de cavalos para o transporte de feridos a hospitais foi grande durante a guerra por ambos os lados. Organizações não-governamentais também contribuíram nos cuidados médicos. Uma delas, a United States Sanitary Commission, cuidou de soldados de ambos os lados.[carece de fontes?]

As mulheres tiveram um papel essencial nos hospitais e outros institutos de saúde. Entre elas, está Mary Walker, uma cirurgiã, e única mulher a receber a Medalha de Honra dos Estados Unidos. Milhares de mulheres atuaram como voluntárias, trabalhando como enfermeiras, tanto nas forças da União quanto nas forças da Confederação.[carece de fontes?]

O conflito

Aproximadamente dez mil confrontos militares ocorreram durante a guerra, 40% deles na Virgínia e no Tennessee.

Início

Representação da Batalha de Fort Sumter

A Batalha de Fort Sumter foi a primeira batalha da Guerra Civil Americana. As forças confederadas sob o comando do General Pierre Beauregard submeteram ao fogo de artilharia o Fort Sumter, um forte da União que defendia a entrada do porto de Charleston, Carolina do Sul. As tropas da União dentro do forte renderam-se em 15 de abril, e foram transportadas no dia seguinte ao território da União. Esta batalha não registrou baixas.[carece de fontes?]

Após a captura de Fort Sumter, quatro estados do norte do Sul americano (Tennessee, Arkansas, Carolina do Norte e Virgínia), que até então haviam repetidamente declinado as ofertas de adesão à Confederação, recusaram ordens da União de fornecer regimentos para o exército da União, declararam secessão, e juntaram-se à Confederação. Para recompensar Virgínia, a capital da Confederação foi movida para Richmond. O estado densamente povoado poderia fornecer uma quantidade considerável de soldados e material bélico, mas a localização geográfica tornava a cidade altamente vulnerável aos ataques da União.[carece de fontes?]

Criado pelo General da União Winfield Scott, o Plano Anaconda entrou em uso em 1862. Instituiu um cerco da Confederação por parte da União, através de um bloqueio naval, do controle do Rio Mississippi e do Rio Tennessee, assim, cercando e dividindo totalmente a Confederação. O bloqueio naval da Confederação - cujo objetivo era bloquear a exportação de algodão, tabaco e alimentos a países europeus, e a importação de armamentos - implicou a constante vigilância de 4,8 mil quilômetros de litoral sulista, uma tarefa de início considerada impossível. Porém, o bloqueio atingiu bons resultados nos primeiros seis meses de operação e era quase inexpugnável após dois anos do início da guerra. Já os rios Mississippi e Tennessee forneciam fácil e direto acesso a várias cidades importantes da Confederação. Além destes três objetivos primários, o Plano Anaconda também tinha como objetivo a captura da capital da Confederação, Richmond. Esta não tinha valor estratégico, exceto os bons efeitos no moral da população da União, e do choque desferido ao moral da população da Confederação.[carece de fontes?]

Frente marítima

A tomada de Nova Orleans por couraçados da União, que afundaram a frota confederada

A União dispunha de uma grande vantagem desde o início da guerra, que era o controle da Marinha americana. No início da guerra, alguns navios da União atracados ou fundeados em portos confederados foram capturados, mas a grande maioria permaneceu sob controle da União. A capacidade industrial da União, além disso, permitiu que esta construísse rápida e eficientemente vários navios de guerra. Em 1861, a Marinha da União tinha cerca de nove mil marinheiros, 90 navios (42 em comissão) e um orçamento anual de 12 milhões de dólares. No final da guerra, esta Marinha tinha 56 mil marinheiros, 626 navios, dos quais 65 eram encouraçados, e um orçamento anual de 123 milhões de dólares. O bloqueio econômico e militar em mar da Confederação tornou-se eficiente, porém, somente a partir do final de 1863. Falta de alimentos e outros itens causados pelo bloqueio, em conjunto com o fato de que boa parte da produção agropecuária sulista era desviada para uso militar, criou hiperinflação e distúrbios.[14]

A Marinha dos Estados Confederados, no início da guerra, possuía poucas unidades navais de combate, sendo formada basicamente por aqueles navios capturados em portos confederados. Os confederados, porém, conseguiram construir uma Marinha através da compra de navios europeus, da captura de navios da União e também pela construção própria. A primeira batalha entre navios encouraçados da história ocorreu em 9 de março de 1862, onde o USS Monitor da União enfrentou o CSS Virginia da Confederação. Estes também produziram submarinos. Um deles, o Hunley, afundou o USS Housatonia, em meados de 1863. Foi a primeira vez na história militar que um submarino afundara outra embarcação naval.[carece de fontes?]

Diversos navios confederados destacaram-se por seus feitos. O CSS Sumter afundou 18 navios nortistas em 1862, e o CSS Florida capturou 37 navios em 1863, no Oceano Atlântico. O CSS Shenandoah capturou 38 navios do norte no Oceano Pacífico. O navio mais famoso da Confederação foi o CSS Alabama, que afundou 69 navios da União entre 1862 e 1864, até ser afundado pelo USS Keargage, em junho de 1864. O aumento dos preços de seguros nos Estados Unidos levou à séria deterioração da marinha mercante americana, cujos efeitos perdurariam até meados do século XX.[carece de fontes?]

O bloqueio econômico e militar da Confederação começou a surtir grande efeito a partir de 1864. Navios da Confederação não conseguiam mais quebrar este bloqueio com sua Marinha. Gradualmente, cidades portuárias importantes da Confederação foram capturadas pela União. Ao final da guerra, apenas o porto de Galveston, Texas, permanecia livre e nas mãos dos confederados.[carece de fontes?]

Frente diplomática

Os pacificadores no navio River Quenn, março de 1865. Sherman, Grant, Lincoln e Porter representados discutindo planos para as últimas semanas da guerra civil.

O governo da Confederação estava confiante que diversos países europeus reconheceriam a sua independência, principalmente o Reino Unido e possivelmente a França, e estes, iriam ajudar financeiramente, politicamente e militarmente a Confederação, já que a indústria têxtil desses países dependiam do algodão produzido nos estados sulistas que compunham a Confederação. Esta política de diplomacia foi a "diplomacia do algodão" - ou estes países vinham em ajuda à Confederação, ou corriam o risco de sofrer grandes crises econômicas por causa da falta de matéria-prima - à época, a indústria têxtil era uma das bases das economia da França e do Reino Unido.[carece de fontes?]

Os primeiros conflitos diplomáticos entre a União e o Reino Unido teriam início em 8 de novembro de 1861, quando navios militares da União interceptaram um navio britânico e forçadamente aprisionaram dois diplomatas confederados, indo em direção ao Reino Unido. A crise agravar-se-ia após o governo britânico ter permitido à Confederação o direito de construir navios no país. Quando o governo americano soube que os confederados estavam construindo dois grandes ironclads no Reino Unido, o embaixador americano no Reino Unido disse que "isto é guerra". O Reino Unido confiscou os dois navios pouco antes do término da construção de ambos.[carece de fontes?]

O clímax da crise diplomática aconteceu em agosto de 1862, quando os confederados invadiram Maryland, tendo derrotado os nortistas na Segunda Batalha de Bull Run. O Reino Unido, então, estava pronto para anunciar sua disposição de fazer uma mediação entre a União e a Confederação, que geraria ou a independência da Confederação ou da entrada do Reino Unido na guerra, caso os confederados conseguissem mostrar serem capazes de vencer a guerra. Porém, a derrota confederada na Batalha de Antietam, bem como na batalha subsequente de Gettysburg, fez com que o Reino Unido assumisse uma posição de neutralidade deste então. Napoleão III ofereceu mediação em janeiro de 1863, oferta recusada por William Seward.[carece de fontes?]

Nenhum país reconheceu a independência da Confederação, reconhecendo-a como um novo país, com exceção do reino alemão de Saxe-Coburgo-Gota. Diplomatas da União persuadiram as potências europeias a não reconhecer a independência da Confederação. O bloqueio em terra e mar da Confederação, por parte da União, reduziu ao mínimo a importação de armas da Europa e a exportação de algodão e de alimentos. Além disto, o algodão necessário à indústria têxtil europeia começou a vir da União, do Brasil e das colônias britânicas de Egito e Índia, e os alimentos passaram a ser fornecidos diretamente pela União e pelo Canadá, então ainda colônia britânica. Próximo ao final da guerra, em novembro de 1864, Jefferson enviou Duncan F. Kenner à Europa para propor a abolição da escravatura na Confederação em reconhecimento da independência da mesma por parte do Reino Unido e/ou da França. Ambos os países rejeitaram a proposta.[carece de fontes?]

Frente Oriental (1861 - 1863)

Representação da Batalha de Antietam em 1862

Logo após a captura de Fort Sumter, tropas da União compostas de aproximadamente 18 mil soldados, asseguraram posse do trecho norte do rio Shenandoah - a oeste das capitais da União e da Confederação - enquanto forças confederadas comandadas pelo General Joseph Johnston controlavam as partes inferiores do rio. O número total de soldados confederados à época era de 35 mil soldados.[carece de fontes?]

Enquanto isto, outra tropa da União, composta de aproximadamente 30 mil soldados e comandada pelo General Irwin McDowell, moveu-se em direção ao sul, em território confederado. McDowell decidiu atacar as forças de Beauregard em Manassas - localizado a 25 quilômetros de Washington, DC. Ao mesmo tempo 18.000 soldados da União, sob comando de Robert Patterson materiam ocupadas as forças do general confederado Joseph Johnston, evitando que viesse em auxílio de Beauregard. A Primeira Batalha de Bull Run começou em 21 de julho com encontro de duas forças compostas primariamente de soldados mal-treinados e recrutados às pressas. As forças da União atacaram as posições dos confederados por diversas vezes, mas não obtiveram sucesso - em parte, graças aos esforços do General confederado Thomas J. Jackson, que foi apelidado posteriormente de "Stonewall" Jakson. Porém, com a chegada dos homens de Johnston que haviam conseguido esquivar-se de Patterson, Beauregard viu-se em condições de contra-atacar. As forças da União recuaram às pressas para Washington. Alguns líderes sulistas cogitaram após a batalha um ataque contra Washington - uma vez que as tropas sulistas estavam a apenas alguns quilômetros da capital da União, por cima, mal-defendida [carece de fontes?]. . Posteriormente, alguns sulistas lamentariam o fato de não terem aproveitado esta oportunidade em atacar Washington, juntamente com o estado de Maryland - uma vez que a maioria da população de ambas era pró-confederação[carece de fontes?]. .

Após esta batalha, a previsão dos nortistas que a guerra terminaria em apenas três meses mostrou-se incorreta. Uma longa guerra era esperada. Por mais de dois anos, a auto-estima dos confederados ficaria em alta.[carece de fontes?]

Primeira invasão nortista da Virgínia

Imagem do confronto entre os encouraçados CSS Virginia, da Confederação, e do USS Monitor da União.

Após a derrota em Bull Run, Lincoln fez do General George McClellan o comandante do principal contingente de tropas Federais no teatro leste. Essa força receberia o nome de Exército do Potomac, e seria até o fim da guerra o mais importante e mais numerosos dos exércitos da União. Ao longo do inverno de 1861-1862, McClellan gradualmente juntou uma força com a qual ele planejava tomar a capital sulista, Richmond. A cidade, localizada a apenas 100 quilômetros do Oceano Atlântico, era diretamente acessível pelo Rio James. Porém, a presença do ironclad confederado, o Virginia, que era muito superior aos navios de madeira da União, inibia qualquer tentativa de operação anfíbia. Essa ameaça foi removida na Batalha de Hampton Roads quando o Virgínia, após ter afundado dois navios de madeira da União, confrontou-se com um ironclad da União, o Monitor. Foi a primeira batalha entre ironclads do mundo. Eventualmente, o Virgina bateria em retirada, não ousando mais hostilizar a frota Federal. A supremacia naval da União fora restabelecida para não mais perder-se.[carece de fontes?]

Após a batalha, McClellan e suas tropas desembarcaram no litoral da Virgínia, capturando rapidamente Yorktown, iniciando o que seria a Campanha da Península. No final de maio de 1862, McClellan estava a apenas dez quilômetros da capital confederada. Os confederados realizaram um contra-ataque em 31 de maio, na Batalha de Seven Pines. Porém, os confederados foram mal-sucedidos, e após dois dias, recuaram. Johnston, ferido, foi substituído pelo General Robert Lee. Este renomeou a força de Johnston de Exército da Virgínia do Norte. Apesar do ataque ter malogrado, ele atingiu um importante efeito: temendo novos ataques, o cauteloso McClellan, estancou por cerca de um mês o seu já lento avanço para fortificar as posições.[carece de fontes?]

Uma grande preocupação para os Confederados era que parte das tropas dedicadas a defesa de Washington, sob comando de Irwin McDowell pudesse ser enviada em reforço ao McClellan. Num gesto arriscado, Gal. Stonewall Jackson avançou pelo Vale do Rio Shenandoah rumo ao norte. Jackson queria confundir o comando nortista, fazendo-no pensar que estava por atacar Washington. Jackson e seus 17 mil soldados avançaram entre 4 de maio a 9 de junho 560 quilômetros em direção ao Rio Potomac, a fronteira entre Virgínia e a capital da União, derrotando quatro vezes tropas nortistas. Após ter alcançado o Rio Potomac, logo ao sul de Washington, Jackson recuou. Este movimento confederado resultou no cancelamento do envio de reforços que a União destinava a McClellan.[carece de fontes?]

Ainda em junho, uma tropa confederada de 1,2 mil cavaleiros, comandados pelo General Jeb Stuart, galopou em torno das tropas de McClellan, perdendo apenas um único soldado. Este feito repercutiu positivamente entre a população confederada, e deu às forças confederadas importantes informações sobre as forças de McClellan. Em 25 de junho, Robert Lee atacou, ao comando de 95 mil soldados, as forças de McClellan. A batalha perdurou até 1 de julho. McClellan decidiu recuar em 2 de julho, acreditando estar em desvantagem numérica. McClellan foi ordenado a juntar-se com as tropas do General John Pope, localizado em Manassas.[carece de fontes?]

Maryland

Canhões da União bombardeiam posições confederadas.

Os sulistas souberam dos planos da União. Assim sendo, as forças de Lee moveram-se em direção ao norte, com o objetivo de atacar Pope, antes que as forças de McClellan pudessem juntar-se. Enquanto isto, novas tropas confederadas sob o comando de Jackson, recuperado de seus ferimentos, moveram-se à frente de Lee, e ao norte de Pope, com o propósito de atrair o último para uma armadilha. Em 29 de agosto de 1862, a Segunda Batalha de Bull Run teve início. Pope atacou Jackson. No mesmo dia, as tropas de McClellan chegaram e foram imediatamente ordenadas a atacar Jackson. Ainda no mesmo dia, Lee, juntamente com forças do General confederado James Longstreet, atacou Pope e McClellan, ao sul. Em 30 de agosto, Pope e McClellan, cercados por duas frentes, foram obrigados a recuar definitivamente para Washington.[carece de fontes?]

Após esta vitória, forças sulistas, um total de 45 mil soldados comandados por Lee e Jackson, atacaram Maryland em setembro, esperando que uma vitória confederada em território sulista iria atrair a atenção e o reconhecimento das potências européias. McClellan e seus 87 mil soldados foram de encontro às forças de Lee. Em 15 de setembro, as forças confederadas de Jackson uniram-se com as de Lee. Este tomou a defensiva, ao saber que a União havia encontrado um documento importante confederado, detalhando posições e estratégias. Em 17 de setembro, na Batalha de Antietam, McClellan realizou uma série de ataques que destruiu as formações de defesa de Lee, que foi forçado a recuar. 17 de setembro de 1862 foi o dia mais sangrento da Guerra Civil Americana e de toda a história dos Estados Unidos. Morreram cerca de 2,1 mil nortistas e 1,5 mil sulistas. O sucesso na batalha permitiu a Abraham Lincoln, que aguardava uma grande vitória para que a medida não parecesse um ato de desespero,[15] emitir a Proclamação de Emancipação.[carece de fontes?]

Fredericksburg e Gettysburg

Pintura da Batalha de Gettysburg.

McClellan venceu em Antietam mas desperdiçou a oportunidade de tornar a vitória decisiva. Pelo seu habitual excesso de cautela, recusou-se a comprometer as suas numerosas reservas que, se acionadas no momento certo, poderiam ter esmagado a tropas de Lee. Por isto, Lincoln decidiu substituir McClellan pelo General Ambrose Burnside. Burnside decidiu atacar Lee em Fredericksburg, Virgínia. Na Batalha de Fredericksburg, 100 mil soldados nortistas encontraram-se com 70 mil soldados confederados. Porém, os confederados possuíam uma vantagem estratégica, por estarem posicionados defensivamente no alto de morros fortificados. Burnside lançou um ataque em 13 de dezembro, mas falhou largamente. A União sofreu mais de 12,600 baixas. Quase 1,300 nortistas foram mortos. Burnside decidiu renunciar do cargo de comandante do Exército do Potomac.[carece de fontes?]

Burnside foi substituído pelo General Joseph Hooker. Comandante de 138 mil soldados, Hooker decidiu atacar Lee, que ainda mantinha a defensiva em Fredericksburg. Hooker planejava atacar fixar os defensores na posição por meio de um ataque frontal, enquanto uma segunda força investiria sobre as linhas confedreradas por meio de uma manobra de flanco. Estes movimentos começaram em 27 de abril de 1863, iniciando assim a Batalha de Chancellorsville, e estava como o planejado, mas Hooker, inexplicavelmente, decidiu recuar a força secundária para uma posição defensiva em Chancellorsville. Lee dividiu então suas forças em três: uma sob o comando de Stonewall, encarregado de atacar a força secundária, outra comandada pelo próprio Lee, que atacou a força principal de Hooker, e uma terceira força, que continuou a defender os morros fortificados. O ataque sulista, realizado em 2 de maio, dividiu as forças nortistas em duas. Hooker decidiu recuar alguns dias depois. Os sulistas obtiveram sucesso, mas pagaram um preço por ela: o braço esquerdo de Jackson foi atingido por um tiro, e teve de ser amputado. Jackson morreria em 10 de maio. Lee disse posteriormente a um dos serventes de Jackson, antes da morte do último:[carece de fontes?]

Em junho, Lee e suas tropas moveram-se ao norte, bem dentro de território da União, até a Pensilvânia. O Exército do Potomac seguiu as tropas de Lee. Eventualmente, Lee moveu-se em direção à pequena vila de Gettysburg, Pensilvânia. Lincoln substituiu então Hooker por George Meade, um General nativo da Pensilvânia. A Batalha de Gettysburg teve início em 1 de julho, e prosseguiu por três dias. 85 mil nortistas e 65 mil sulistas enfrentaram-se no que é considerada a maior batalha já realizada no continente americano. No terceiro dia de combates, Lee cometeu um dos erros que decidiria a guerra: no episódio conhecido como Pickett’s Charge (A Carga de Pickett), enviou 15,000 soldados num assalto frontal contra o centro das posições Federais. O resultado foi uma derrota acachapante, e Lee foi forçado a recuar definitivamente. Tendo perdido mais de 25 mil soldados, a partir deste ponto Lee não teria mais força suficiente para lançar um ataque de porte, ficando apenas na defensiva. Meade, por outro lado, com grande vantagem numérica , optou por não seguir as tropas confederadas em retirada, para o desgosto de Lincoln. Meade foi mantido na posição de comandante do Exército do Potomac, mas sem muita autonomia. O comando efetivo seria exercido por Ulysses S. Grant, um agressivo general que havia sido transferido do teatro ocidental para assumir o posto de comandante-em-chefe.[carece de fontes?]

Frente Ocidental (1861 - 1863)

Batalha de Chickamauga.

Desde o início da Guerra Civil Americana, a iniciativa do ataque na região central dos Estados Unidos esteve sempre do lado da União. Segundo o plano Anaconda, dois dos principais objetivos da guerra era a captura e o controle do Rio Mississippi e do Rio Tennessee, assim dividindo efetivamente a Confederação em quatro. As tropas da União na frente ocidental totalizavam aproximadamente 100 mil soldados durante seu pico, no final da guerra, e eram controladas pelos Generais Henry W. Halleck e Don Carlos Buell. As forças sulistas no ocidente totalizaram cerca de 70 mil soldados durante seu máximo, em 1863. Estas forças eram controladas pelo General Albert Sidney Johnston.[carece de fontes?]

Kentucky e Alabama

A União decidiu primeiramente remover a ameaça confederada nos Estados de Kentucky e Missouri, ambos estados da União, mas com uma considerável parcela da população apoiando os confederados. Para isto, a União atacou os fortes de Fort Henry, no rio Tennessee, e o Fort Donelson, no rio Cumberland. Ambos os ataques nortistas foram liderados pelo General Ulysses S. Grant. Grant conquistou facilmente Fort Henry em 6 de fevereiro de 1862, na Batalha de Fort Henry. Na Batalha de Fort Donelson, Grant possuía grande superioridade numérica sobre as forças confederadas. O General confederado, Simon Bolivar Buckner, pediu por "termos aceitáveis de rendição" - Buckner anteriormente era um amigo de Grant, inclusive tendo emprestado dinheiro a Grant em 1854 - mas Grant respondeu que "apenas a rendição completa e incondicional das tropas confederadas seria aceita". Buckner rendeu-se em 16 de fevereiro, e cerca de 13 mil soldados confederados foram capturados. A Batalha de Pea Ridge, que durou de 6 até 8 de março, foi vencida pelo general nortista Samuel Curtis, acabou definitivamente com a ameaça confederada em Kentucky e Missouri, e fez com que Grant - cujas iniciais eram U.S. - fosse cognomeado de Unconditional Surrender ("Rendição Incondicional"), e um herói, pela mídia americana.[carece de fontes?]

Rio Mississippi

O General Halleck tornou-se ainda em março líder das forças da União no ocidente. Ele ordenou a Buell que juntasse suas forças com os aproximadamente 40 mil soldados sob o comando de Grant. O confederado Sidney e seu comandante, Beauregard - comandantes de uma tropa de 45 mil soldados - decidiram atacar Grant antes que Buell juntasse suas forças. A Batalha de Shiloh, em Corinth, Tennessee, teve início em 6 de abril, e durou até o dia seguinte. As tropas confederadas pegaram Grant desprevenido, e as forças deste foram quase aniquiladas. Graças às tropas de Buell - 18 mil soldados - e outros reforços, Grant contra-atacou, e os sulistas foram obrigados a recuar. Cerca de 13 mil nortistas e 11 mil sulistas morreram. Halleck tomou controle das forças de Grant e Buell. Vários nortistas exigiram que Grant fosse dispensado como general, por causa das grandes baixas, mas Lincoln recusou.[carece de fontes?]

Militares confederados mortos em combate, em 1863.

Após a vitória em Corinth, Halleck moveu suas forças em direção ao sul, forçando gradualmente as forças sulistas a recuarem. Em junho, os nortistas já haviam conquistado Memphis, uma cidade de importância primária aos confederados. Além disso, forças navais da União começaram a avançar, partindo do Golfo do México, rumo ao norte. Em 25 de abril de 1862, um esquadrão naval comandado pelo Capitão David Farragut conquistou New Orleans, localizada próxima ao estuário do rio Mississippi, com relativa facilidade.[carece de fontes?]

Halleck deixou suas tropas pouco depois da conquista de New Orleans e foi a Washington, DC, para servir como conselheiro militar de Lincoln. Halleck deu à Grant e à Buell o controle das forças do ocidente, e ordenou a Buell que invadisse Chattanooga. O General confederado Braxton Bragg, porém, invadiu Kentucky antes que Buell pudesse atacar, e Buell foi de encontro às forças de Bragg. Na Batalha de Chattanooga, ocorrida em 8 de outubro, nenhum lado venceu, mas Buell recuou, permitindo a Bragg o controle temporário de parte do Kentucky. Lincoln substituiu Buell por William Rosecrans. Este atacou Bragg em 31 de dezembro, na Batalha de Stones River, forçando-o a recuar.[carece de fontes?]

Enquanto isto, por diversas vezes Grant tentara capturar Vicksburg, a última cidade-chave confederada que faltava para ser capturada pelos nortistas no rio Mississippi. Estes ataques, no setor norte da cidade, resultaram em falha, graças às condições geográficas da região. Em abril de 1863, Grant decidiu mudar sua estratégia, e, na noite de 18 de maio, Grant e parte de suas forças moveram-se em direção ao sul, através de barcos. Quando os confederados descobriram, já era tarde demais, e os nortistas cercavam completamente a cidade, que rendeu-se em 4 de julho. O rio Mississippi estava totalmente em mãos nortistas.[carece de fontes?]

Rio Tennessee

Em setembro, Rosecrans e seus 55 mil soldados atacaram Chattanooga, e Bragg foi novamente forçado a recuar. Porém, Rosecrans continuou a perseguir Bragg. Este recebeu reforços vindos da Virgínia por ferrovias, e o número de soldados sob o comando de Bragg subira de 30 mil para mais de 65 mil. Na Batalha de Chickamauga, em 20 de setembro, a Confederação teve sua última vitória importante em toda a Guerra de Secessão. Bragg e suas forças recuaram para Chattanooga, a cidade mais importante no rio Tennessee, enquanto Rosecrans foi afastado, e o comando supremo da Frente Ocidental foi dado a Grant. Entre 23 e 25 de novembro, tropas nortistas comandadas por Grant enfrentaram as tropas de Bragg na Batalha de Chattanooga, e os sulistas recuaram no dia 26. A conquista da cidade significava que o rio Tennesse estava em mãos nortistas, dividindo o leste da Confederação em dois.[carece de fontes?]

Frente do Pacífico: 1861 - 1865

Embora geograficamente isolado das batalhas do centro-leste dos Estados Unidos (a oeste do Rio Mississippi), o oeste americano foi o palco de batalha de um número de ações militares. Em 1861, os confederados lançaram uma campanha bem-sucedida no Território do Novo México. Os habitantes do sul deste território apoiavam os confederados, e pediram a tropas confederadas em Texas que removessem tropas da União ainda presentes na região. O território confederado de Arizona foi proclamado pelo Coronel John Baylor, após as Batalhas de Mesilla e a captura de diversas forças nortistas, porém as tentativas da Confederação em gradualmente avançar em direção ao norte e ao oeste do país foram mal-sucedidas - especialmente após a Batalha de Glorieta Pass, onde dois mil nortistas travaram o avanço confederado em direção a Denver e a Fort Union, tendo um texano dito inclusive que "se não fosse por estes demônios de "Pike's Peak", este país teria sido nosso."[carece de fontes?]

O Arizona foi recapturado pela União em 1862 por forças nortistas procedentes da Califórnia. O resultado da batalha de Glorieta Pass acabou com qualquer possibilidade da Confederação de tomar o Novo México e outros territórios no extremo ocidente dos Estados Unidos.[carece de fontes?]

A União por diversas vezes tentou capturar as regiões confederadas de Texas e de Louisiana, localizadas além do Mississippi, desde 1862 até o final da guerra. Com todos os portos confederados no Atlântico bloqueados pelo Plano Anaconda, o Texas e a Louisiana continuavam a alimentar as reservas monetárias da Confederação, uma vez que o algodão - ao menos, parte dele - continuou a ser exportado para a Europa, sendo transportado via o México para a Europa, e comercializado por dinheiro ou diretamente por suprimentos. Os nortistas tentaram por diversas vezes acabar com isto, através de sucessivos ataques contra estes dois estados. Porém, os confederados defenderam bravamente estes estados, na Batalha de Galveston e na Segunda Batalha de Sabine Pass. A última batalha da Guerra Civil Americana ocorreu em Texas, na Batalha de Palmito Ranch - que resultou, ironicamente, em uma vitória confederada.[carece de fontes?]

Queda da Confederação

Mapa das perdas territoriais da Confederação por ano.

Em 1864, já estava claro que a Confederação havia perdido a guerra. Suas forças gradualmente diminuíam, graças a baixas em batalhas e à conquista de território confederado por parte da União, assim diminuindo o número de recrutas. Além disso, equipamentos estavam em falta, e a maioria do sistema de transportes da Confederação ou havia passado ao controle da União (caso da bacia hidrográfica do Rio Mississippi e do Rio Tennessee) ou havia sido sabotado (ferrovias). Porém, os sulistas continuaram a resistir bravamente contra os ataques da União.[carece de fontes?]

Em 9 de março de 1864, Lincoln deu a Grant o comando de todas as forças da União. Em maio, Grant e o Exército do Potomac, comandado por Meade, moveram-se para uma região nomeada Wilderness - uma região de florestas e arbustos - atraindo assim o confederado Lee e suas forças. Grant, comandante direto de 118 mil soldados, achava que, com quase o dobro de soldados (Lee tinha apenas 60 mil soldados), venceria facilmente a batalha. A Batalha de Wilderness iniciou-se em 5 de maio e perdurou por dois dias. A vegetação densa deu a vantagem para Grant. A cavalaria e os canhões nortistas mostraram-se inúteis na região. Além disso, eventualmente, os arbustos pegaram fogo, e vários soldados morreram queimados. Ambos os lados eventualmente recuaram, tendo sofrido enormes perdas.[carece de fontes?]

Em maio de 1864, William T. Sherman, comandante de uma tropa de 97.500 soldados, por ordens de Grant, invadiu e conquistou muito do sudeste da Confederação. Sherman conquistou Atlanta ainda em Setembro, tendo enfrentado resistência de uma força confederada de aproximadamente 60 mil soldados, comandadas por Joseph Eggleton Johnston. Este eventualmente recuou, e foi substituído por John Hood. Hood decidiu invadir o Tennessee, esperando que Sherman fizesse o mesmo. Hood acreditava que podia vencer Shreman no terreno montanhoso do Tennessee. Entretanto, Sherman destacou 60.000 soldados, sob George H. Thomas e John Schofield para lidar com o Hood, seguindo com o restante das forças rumo ao sul. Na Batalha de Franklin, em 30 de novembro, Schofield venceu Hood. Os confederados recuaram para Nashville, Tennessee, e foram derrotados definitivamente pelo Gal. Maj. George H. Thomas e seus 55 mil soldados na Batalha de Nashville, em 16 de dezembro.[carece de fontes?]

Um soldado confederado morto, em abril de 1865.

Enquanto isto, ao longo de maio de 1864, Grant tentou em uma série de ataques "tudo-ou-nada" contra a capital confederada, Richmond. A Batalha de Spotsylvania Court, ocorrida em 8 de maio, teve os mesmos resultados de Wilderness. Em 3 de junho, Grant, ao comando de 50 mil soldados, ordenou um ataque a Cold Habor e seus 30 mil soldados, localizada imediatamente ao norte de Richmond. Os confederados, bem entrincheirados, conseguiram desferir aproximadamente 7,5 mil baixas em apenas alguns minutos contra Grant, que foi forçado a recuar. Grant foi apelidado de "açougueiro" pela mídia nortista, tendo perdido 45 mil soldados em apenas um mês.[carece de fontes?]

Sabendo que um ataque frontal e direto contra Richmond seria desastroso, Grant moveu suas forças em direção ao sul, ao sul do Rio James, para atacar Petersburg, um pólo ferroviário que abastecia Richmond com suprimentos. A captura de Petersburg forçaria Lee a sair da cidade para defender a capital confederada. Ao invés de um ataque direto, Grant desta vez preferiu cercar Petersburg e lentamente estagná-la com a falta de suprimentos. Assim sendo, trincheiras foram cavadas em torno da cidade e ferrovias alimentando a cidade foram cortadas.[carece de fontes?]

Por um ano Petersburg ficou cercada, até que nos primeiros dias de abril de 1865 as instalações ferroviárias de Petersburg foram finalmente capturadas pelas forças de Grant. Lee foi forçado então a fugir da cidade, e forças nortistas capturaram Richmond em 10 de abril. Grant continuou a perseguir Lee e sua força, que batia em retirada, tendo conseguindo cercá-lo em Appomattox. Lee, ao controle de 50 mil soldados, viu que uma vitória era impossível contra os aproximadamente 120 mil soldados de Grant, e Lee pediu por termos da rendição em 8 de abril.[16] No dia seguinte, Grant e Lee encontraram-se na corte judicial de Appomattox, onde Grant ofereceu termos relativamente generosos de rendição.[carece de fontes?]

A Guerra Civil Americana não acabara oficialmente, mas a rendição da principal tropa confederada significava que o fim da guerra era uma questão de tempo. Em 14 de abril, Lincoln foi assassinado por um extremista sulista, mas isto em nada afetaria o rumo da guerra. Gradualmente, outros generais confederados renderam-se. As últimas tropas sulistas renderam-se em 28 de junho de 1865.[carece de fontes?]

Consequências

Mortos e refugiados

Um em cada treze veteranos de guerra foram amputados.

Oficialmente, um total de 558 052 soldados morreram durante a Guerra Civil Americana. Considerando os soldados desaparecidos, o total sobe para aproximadamente 620 mil. O número de feridos é de aproximadamente 275 mil na União e de 137 mil na Confederação. Estes números fazem da Guerra Civil Americana a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos. Aproximadamente 360 mil soldados da União e 198 mil da Confederação morreram. O número de americanos mortos na Guerra Civil Americana é maior do que a soma de americanos mortos durante todos os outros eventos da história militar dos Estados Unidos, desde a Revolução Americana de 1776 até tempos atuais. Três quintos de todas as mortes foram causados por doenças, um quinto por lesões e ferimentos e apenas um quinto morreu diretamente em combate.[carece de fontes?]

A guerra terminou com a rendição incondicional das forças confederadas. Não houve conflitos de guerrilha significante. Muitos oficiais do alto escalão da Confederação escaparam para a Europa, o México e o Brasil, entre outros países. Davis foi capturado e aprisionado por dois anos, e libertado em seguida. Nenhum oficial confederado foi processado por traição.[carece de fontes?]

Capela localizada no Cemitério do Campo em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo, Brasil.

Após a derrota e a recessão político-econômica que se seguiu no Sul, muitos confederados migraram para outras regiões dos Estados Unidos (primariamente, para o Norte e o Oeste americano). Os Estados confederados em conjunto (com exceção da Flórida e do Texas) sofreram em conjunto um decréscimo populacional de cerca de 300 mil habitantes na década de 1870, 450 mil habitantes na década de 1880 e 550 mil habitantes na década de 1890. Muitos dos confederados que abandonaram o Sul americano emigraram para outros países, entre eles o Brasil, buscando fugir não somente da recessão econômica, bem como da perseguição e discriminação que se seguiu contra a população confederada. Essa fuga consistiu no maior êxodo populacional da história dos Estados Unidos.[carece de fontes?]

Os confederados encontraram no Brasil terra produtiva para o plantio de culturas das quais eles tinham ampla experiência, como algodão, milho e melancia. Não se sabe ao certo o número de confederados que abandonaram os Estados Unidos e se instalaram no Brasil. Estimativas variam entre quatro mil a vinte mil confederados que imigraram para o Brasil, onde se instalaram primariamente em Santa Bárbara d'Oeste, e Americana, que leva no nome a marca da imigração.[17]

Prisioneiros de guerra

Prisioneiros confederados esperando para serem levados a prisões.

Cerca de 211 mil soldados da União e 215 mil soldados da Confederação foram capturados pelo inimigo, que ficaram presos em aproximadamente 30 prisões ou em acampamentos temporários. Dos 211 mil nortistas capturados, 16 mil foram soltos com a condição que prometessem não lutar contra a Confederação novamente. Soldados afro-americanos nortistas capturados por forças sulistas eram frequentemente torturados e/ou assassinados pelos soldados confederados.[carece de fontes?]

Nem a União quanto os confederados tinham as facilidades necessárias para acomodar grandes números de prisioneiros. A Guerra Civil Americana foi a primeira vez onde o país teve que lidar com grandes números de prisioneiros, e por isto, o tratamento dado por ambos os lados aos seus prisioneiros variavam bastante. As condições de vida dos prisioneiros de guerra eram péssimas, por causa de prisões lotadas e falta de cuidados sanitários adequados. Os prisioneiros de guerra da União enfrentaram as piores condições, visto que os próprios soldados da Confederação enfrentavam a falta de alimentação e de vestuário. Muitos prisioneiros morreram na prisão. Estas prisões seriam atualmente consideradas inabitáveis, em padrões atuais. O sofrimento entre os prisioneiros de guerra era universal e severo, como muitos posteriormente testemunhariam.[carece de fontes?]

As principais prisões sulistas foram Libby e Castle Thunder, duas prisões que eram anteriormente depósitos antes da guerra, localizados em Richmond; Belle Isle em Columbia, Carolina do Sul, e Camp Sumter, em Andersonville, Geórgia. As principais prisões nortistas foram Elmira, em Point Look, sul de Nova Iorque, John's Island, na Baía de Chesapeake, Camp Douglas em Chicago, Illinois; e Rock Island em Iowa.[carece de fontes?]

Efeitos econômicos

Ver artigo principal: Reconstrução dos Estados Unidos
A economia do Sul foi arruinada durante a guerra. Na imagem, a Broad Street em Charleston, Carolina do Sul

A Guerra Civil Americana drenou os recursos financeiros do Norte e arruinou completamente a economia do Sul. O custo total da guerra foi de 115 bilhões de dólares. Grande destruição ocorreu no Sul por causa da guerra. Inúmeras fábricas, estabelecimentos comerciais e residências foram destruídos e campos foram queimados pelos soldados do Norte. O monopólio mundial do algodão sulista foi destruído. Imediatamente após a guerra houve o aparecimento de grandes ressentimentos e atritos entre a população do Sul e do Norte dos Estados Unidos, que perduraram por várias gerações. Ressentimentos da população sulista contra o Partido Republicano, o partido de Abraham Lincoln, também surgiram. Os republicanos teriam grandes dificuldades em vencer quaisquer eleições federais até a década de 1970, quando o balanço partidário foi alterado com o apoio do partido democrata ao fim da segregação racial nos estados sulistas.[carece de fontes?]

Nenhum programa governamental foi previsto para a integração profissional e econômica do Sul aos Estados Unidos. O Sul perdeu toda sua influência política, econômica e cultural nos Estados Unidos. Os ideais tradicionais do Sul passaram a não ter nenhuma influência no governo federal. Enquanto o conflito assolava os estados americanos, a exportação de algodão pelos estados do Sul ao Reino Unido ficou altamente prejudicada - o setor têxtil inglês a importar algodão de duas de suas colônias - o Egito e a Índia, e também incentivando outros países produtores de algodão - inclusive, o setor algodoeiro no Brasil. Foi o "surto nas exportações brasileiras de algodão".[carece de fontes?]

A Guerra Civil Americana causou a urbanização das terras do oeste e das áreas centrais norte-americanas, contribuindo ainda mais para o crescimento da economia, a expansão industrial e o desenvolvimento do capitalismo dos Estados Unidos.[carece de fontes?]

Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela União ao longo da guerra, graças ao esforço de guerra, o Norte cresceu de maneira surpreendente, principalmente na metalurgia, transporte ferroviário, armamentos e naval. Além do desenvolvimento tecnológico, houve ganhos no campo da medicina, escolas e instituições de ensino superior. O comércio cresceu de maneira exponencial, espalhando-se para todo o território americano. O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de "trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos", e que eventualmente, faria dos Estados Unidos a maior potência econômica do mundo.[carece de fontes?]

Mais de 60 mil livros e artigos foram escritos sobre a Guerra Civil Americana, fazendo desta guerra uma das guerras sobre as quais mais se escreveu na história da literatura. O poeta americano Walt Whitman predisse, corretamente, após o fim da guerra:[carece de fontes?]

Desenvolvimento militar

A Confederação foi abolida pela União, e os Estados rebeldes foram ocupados por tropas da União até 1877. A Guerra Civil Americana é considerada por vários historiadores como a primeira guerra moderna[carece de fontes?].

O conflito gerou vários avanços na área militar. Pela primeira vez, rifles de repetição foram utilizados em escala significativa. Armas de fogo de cadência rápida, precursoras das modernas metralhadoras, foram aprimoradas. A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra onde balões foram utilizados com o propósito de reconhecimento aéreo.[carece de fontes?]

Pela primeira vez, encouraçados foram utilizados em guerra, bem como submarinos capazes de destruir outros navios. minas terrestres e aquáticas ganharam uso em quantidade sem precedentes no mundo ocidental. Além disso, as ferrovias, que já haviam sido utilizadas nas guerras Mexicano-Americana e da Crimeia, foram empregadas pela primeira vez em massa, para movimentar um grande número de soldados de uma região para outra, em questão de poucos dias. A Guerra Civil Americana é considerada uma guerra moderna por causa da grande destruição gerada.[carece de fontes?]

Foi a primeira guerra total do mundo, onde todos os recursos disponíveis foram usados por ambos os lados para os esforços de guerra [carece de fontes?].

Fim da escravidão

Primeira Leitura da Proclamação de Emancipação do Presidente Lincoln, por Francis Bicknell Carpenter

A Constituição americana de 1787 dizia que "todos os homens são iguais". Ironicamente, após a independência ter sido alcançada, e até o fim da Guerra Civil Americana, os Estados Unidos eram o maior país escravista do mundo. Após o fim da guerra, os americanos tentaram tornar real essa igualdade, através da aprovação da 13ª Emenda à Constituição americana, a qual foi ratificada no final de 1865, acabando oficialmente com a escravidão no país. A 14ª Emenda, aprovada em 1868, definia cidadania e dava ao governo federal amplos poderes para forçar os estados a oferecerem proteção legal igualitária a todos. A 15ª Emenda foi aprovada em 1870 e dava o direito de voto aos afro-americanos do sexo masculino e maiores de idade .[carece de fontes?]

Porém, o lugar dos afro-americanos na sociedade americana continuou indefinido, e eles continuaram a ser marginalizados, uma vez que leis antidiscriminação ainda não existiam na época. O sul seria ocupado por tropas do Norte até 1877, e diversos afro-americanos foram colocados em posições importantes do governo dos Estados sulistas, pelo governo da União. A maior parte da população sulista sentiu-se humilhada com essas medidas, favorecendo o surgimento de sociedades secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan, que empregavam a violência para perseguir os afro-americanos e defender a segregação racial.[carece de fontes?]

Impacto cultural

Representações no cinema

Ver também

Referências

  1. Howard Jones, Abraham Lincoln and a New Birth of Freedom: The Union and Slavery in the Diplomacy of the Civil War (1999), p. 154.
  2. «Abraham Lincoln: Proclamation 83 – Increasing the Size of the Army and Navy». Presidency.ucsb.edu. Consultado em 23 de janeiro de 2014 
  3. J. David Hacker (December 2011). «A Census-Based Count of the Civil War Dead». Civil War History. 57 (4): 307–348. doi:10.1353/cwh.2011.0061. Consultado em 4 de abril de 2012  Verifique data em: |data= (ajuda)
  4. "Killing ground: photographs of the Civil War and the changing American landscape". John Huddleston (2002). Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-6773-6. Retrieved 2012-11-28.
  5. Berlin, Ira. Generations of Captivity: A History of African American Slaves. (2003) ISBN 0-674-01061-2.
  6. Miriam Forman-Brunell, Leslie Paris (2010) "The Girls' History and Culture Reader: The Nineteenth Century". University of Illinois Press. p.136. ISBN 978-0-252-07765-4. "Recognized as a searing indictment of slavery, Gordon's portrait was presented as the latest evidence in the abolitionist campaign. ... Abolitionist leaders such as William Lloyd Garrison referred to it repeatedly in their work."
  7. Losurdo, Domenico in Contra-História do Liberalismo, 2006, p. 24
  8. Izecksohn, Vitor Escravidão, federalismo e democracia: a luta pelo controle do Estado nacional norte-americano antes da Secessão p.8 Topoi. Revista de História ISSN 1518-3319 Revista semestral do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ nº 6 Janeiro-Junho de 2003 Volume 04
  9. Losurdo, Domenico in Contra-História do Liberalismo, 2006, p. 108
  10. Ward, Geoffrey C (1990). Civil War. An Illustrated History (em inglês). New York: Knopf. p. 24. 425 páginas. ISBN 0-394-56285-2 
  11. «Presidents from Zachary Taylor to Ulysses S. Grant: debating the issues». Consultado em 15 de novembro de 2009 
  12. Quilometragem de ferrovias vem de: Chauncey Depew (ed.), One Hundred Years of American Commerce 1795–1895, p. 111; Para outras informações ver 1860 US census e Carter, Susan B., ed. The Historical Statistics of the United States: Millennial Edition (5 vols), 2006.
  13. Davis, William C (2000). Brothers in Arms. The Lives and Experiences of the Men who Fought the Civil War - In their Own Words (em inglês). Nova Iorque: Salamander Books. p. 12. 144 páginas. ISBN 0-8317-0768-2 
  14. Heidler, 1651–53
  15. Holland, J. G., Life of Abraham Lincoln, Read Books, 2008, ISBN 1-4097-3071-9, p.393 - Lincoln apresentou a proclamação ao gabinete de governo em Julho de 1862, mas foi demovido da publicação imediata pelo Secretário de Estado William Seward, sob argumento que, emitido num momento de reveses militares o documento pareceria uma medida desesperada.
  16. Davis, To Appomattox - Nine April Days, 1865, pp. 298, 322, 331-333, 359
  17. BIANCO, Jessyr Americana – Edição Histórica. Americana: Editora Focus, 1975

Bibliografia

  • Catton, Bruce (1981). Reflections on the Civil War. [S.l.]: Doubleday Books. ISBN 0-385-06347-4  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda);
  • Kirchberger, Joe H (1991). Civil War and Reconstruction: an Eyewitness History. [S.l.]: Facts on File. ISBN 0-8160-2171-6  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda);
  • Barney, William L (1990). Battleground for the Union: the Era of the Civil War and Reconstruction. [S.l.]: Prentice Hall. ISBN 0-13-069386-3  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda);

Ligações externas

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