Larrousse

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França Larrousse
Nome completo Larrousse & Calmels
Sede Antony, Paris, França
Fundador(es) França Gérard Larrousse
Pessoal notável Eric Broadley
Ralph Bellamy
Robin Herd
James Allison
Didier Calmels
Pilotos
Chassis
Motor Ford e Lamborghini
Pneus Goodyear
Histórico na Fórmula 1
Estreia San Marino GP de San Marino, 1987
Último GP Austrália GP da Austrália, 1994
Grandes Prêmios 127 (126 largadas)
Campeã de construtores 0 (6º em 1990)
Campeã de pilotos 0 (12º em 1990, com Aguri Suzuki)
Vitórias 0 (3º no GP do Japão de 1990, com Suzuki)
Pole Position 0 (5ª posição: GP da Espanha de 1989)
Voltas rápidas 0
Pontos 23
Posição no último campeonato
(1994)
11º (2 pontos)

A Larrousse foi uma equipe de automobilismo que competiu na Fórmula 1 entre 1987 e 1994[1], usando chassis da Lola (1987 a 1991) e da Venturi (1992), utilizando chassi próprio entre 1993 e 1994.

Foi fundada em 1987 por Didier Calmels e Gérard Larrousse, com o nome de Larrousse & Calmels. Em 1989, depois que Didier Calmels foi preso por atirar em sua mulher com uma arma de fogo, a escuderia passou a chamar-se apenas Larrousse.

Larrousse com chassis Lola (1987–1991)[editar | editar código-fonte]

Em 1987, Didier Calmels e Gérard Larrousse (ex-piloto de F-1), fundaram a Larrousse & Calmels. Os chassis eram da Lola, e os motores seriam o Ford Cosworth DFZ V8 aspirado. No início da temporada, o francês Philippe Alliot foi contratado para conduzir o carro número 30 com o chassi LC87. Na antepenúltima prova, o GP do México, o time convoca o piloto de turismo no carro número 29: o também francês Yannick Dalmas, que deveria ter marcado 2 pontos com o 5º lugar no GP da Austrália, não computados na classificação, uma vez que a equipe inscreveu no campeonato apenas Alliot e Dalmas estava inelegível. Na temporada de estreia, a Larrousse marcou 3 pontos, todos com Alliot, que chegaria em 6º lugar em três etapas: Alemanha, Espanha e México.

Na temporada de 1988, Alliot mantém-se no time, e Dalmas disputa a temporada normalmente até o GP da Espanha, quando é afastado ao descobrir que era portador da doença do legionário (espécie de pneumonia). Ele cede o lugar ao japonês Aguri Suzuki, que estrearia na categoria no seu país natal (Japão), repassando sua vaga a outro francês, Pierre-Henri Raphanel (nascido na Argélia, então colônia francesa), na Austrália (última etapa do campeonato). Infelizmente ele não conseguiu vaga para o grid de largada, terminando na 29ª posição no treino classificatório e ficando por 0.4 décimos de segundo acima da 26ª e última posição.

Pela primeira vez a equipe termina o campeonato sem ponto algum e tendo apenas os dois 7ºs lugares de Dalmas como melhores resultados na temporada.

O acidente de Alliot na curva Peraltada, no México[editar | editar código-fonte]

Nos treinos para o GP do México, Alliot sofreu um grave acidente, quando seu carro, vindo da veloz curva Peraltada do Autódromo Hermanos Rodríguez, perdeu o controle, subiu numa zebra mal-localizada e bateu com violência no muro. O Lola LC88 dá seguidas capotagens, caindo "de cabeça" na pista, e deu mais duas capotagens na grama, completamente destruído. Apesar da violência do acidente, Alliot saiu ileso, e o carro foi consertado a tempo de disputar a etapa do México (os mecânicos passaram a noite inteira consertando o carro). Na prova, Alliot não chega a completar a primeira volta, com problema na suspensão.

1989–1991: pódio no Japão e o término da parceria[editar | editar código-fonte]

Em 1989, depois das malsucedidas passagens de Suzuki e Raphanel, Yannick Dalmas é repatriado, mas depois de quatro não-classificações, é afastado novamente da Larrousse, dando lugar a outro francês, Eric Bernard, que só disputa duas corridas, também sem resultados de destaque. A Larrousse deixa os motores Ford Cosworth V8 e vai de Lamborghini V12 na temporada.

O italiano Michele Alboreto, recém-dispensado da Tyrrell, é contratado no lugar de Bernard, enquanto Alliot permanece intocável no posto de titular. Depois de não se classificar para três corridas, Alboreto abandona o time. Enquanto isso, Alliot, responsável pelo único ponto do time na temporada, deixa o time pela primeira vez após ter abandonado a etapa da Austrália. Fora das pistas, Didier Calmels, um dos donos, é preso por atirar em sua esposa. Depois da prisão, a Larrousse & Calmels passa a se chamar apenas de Larrousse.

A equipe termina o campeonato na 16ª e última posição com 1 ponto, conquistado por Alliot na Espanha.

Em 1990, Aguri Suzuki retorna à Larrousse depois de fracassar na equipe Zakspeed (não conseguiu largar em nenhuma corrida), e Bernard volta ao time, desta vez em tempo integral (um contrato para disputar a temporada inteira). Durante boa parte do campeonato, o francês estava na frente do nipônico. Mas, no GP do Japão, Suzuki, que largara na 9ª posição, chega em 3º, atrás de Nelson Piquet (vencedor da prova) e Roberto Pupo Moreno (segundo colocado), da Benetton. Foi o único pódio de Suzuki - o primeiro de um piloto japonês na categoria - e o único da Larrousse. No final da temporada, o time termina na 6ª posição com 11 pontos (6 de Suzuki e 5 pontos de Bernard).

No ano de 1991, a dupla Bernard-Suzuki é mantida, mas a equipe perde o motor Lamborghini por causa de problemas de dinheiro[2] e o time francês vai novamente de Ford Cosworth. Bernard se lesiona nos treinos para o GP do Japão e o belga Bertrand Gachot (nascido em Luxemburgo, após permanecer dois meses de prisão por causa do incidente do spray de pimenta em Londres), é escalado para pilotar o LC91. O então recém-chegado termina na 30ª posição no treino classificatório e ficando por quase 1 segundo acima da última vaga (26ª) e não se qualificou para o GP da Austrália, juntamente com Suzuki - a única vez que os 2 carros da Larrousse não conseguem vaga no grid. No final da temporada, 11º lugar e 2 pontos marcados - um do francês e outro do japonês, que foi o último da equipe equipada com chassis da Lola.

1992: única temporada com chassis da Venturi[editar | editar código-fonte]

Para 1992, a Larrousse passa a utilizar chassis da Venturi e o retorno dos motores Lamborghini. Gachot renova o contrato com a equipe, e passa a ter como seu companheiro um outro japonês e estreante, Ukyo Katayama. No total, o belga (que teve como ponto baixo a desclassificação no GP do Canadá, no qual chegou a se envolver num incidente com Katayama) marcou um ponto (último dele na categoria), conquistado no GP de Mônaco, terminando em décimo-nono lugar na classificação. Katayama não pontua, encerra sua primeira temporada na Fórmula 1 em 25º lugar e a equipe termina a temporada na 13ª e última posição, com 1 ponto. No final do ano, a Venturi vendeu suas ações para o grupo Comstock, liderado pelo alemão Rainer Walldorf, que era procurado por seu envolvimento em quatro assassinatos e foi morto após um tiroteio com policiais em um hotel[3].

1993–1994: chassis 100% Larrousse e saída da F-1[editar | editar código-fonte]

Para 1993, a Larrousse desiste de continuar usando os chassis da Venturi, e passa a usar chassis próprio. Sem Katayama, contratado pela Tyrrell, e Gachot, de mudança para a CART (mais tarde, Champ Car). A equipe novamente tem uma dupla francesa: o francês Philippe Alliot retorna ao time e contrata o compatriota Érik Comas, vindo da Ligier. Após chegar em 10º lugar no GP de Portugal, Alliot - que chegou em 5º lugar em San Marino (sua melhor posição de chegada na carreira) - é dispensado novamente do time, e Toshio Suzuki, terceiro japonês a pilotar carros da escuderia (não possui parentesco com Aguri Suzuki), entra para o seu lugar. Ao fim da temporada, 3 pontos (dois de Alliot e um de Comas) e o 10º lugar.

Em 1994, a Larrousse, que amargava uma séria crise financeira, volta a ser equipada com motores Ford, após não entrar em acordo em usar os propulsores da Peugeot, que equipariam a McLaren naquele ano, e o grupo Fast Group S/A (sediado na Suíça e liderado por Michel Golay, representante da Ferrari no país, e pelo ex-piloto Patrick Tambay) torna-se um dos novos sócios da equipe.

Comas permanece no time, enquanto Toshio Suzuki não tem o contrato renovado. O monegasco Olivier Beretta (estreante na categoria) é contratado para correr no lugar do japonês, mas depois de 10 provas, é dispensado. Alliot (então piloto de testes da McLaren, onde correu o GP da Hungria) regressa novamente à escuderia para disputar o GP da Bélgica, ocupando a vaga de Beretta, e se aposenta definitivamente da F-1 após ter abandonado a prova.

Antes do final da temporada, Yannick Dalmas retorna ao time após 5 anos e disputa os GP's da Itália e de Portugal. Nas últimas corridas, a Larrousse, visando contornar a crise financeira que vivia, contrata o japonês Hideki Noda (três corridas) e o suíço Jean-Denis Délétraz seria chamado para suceder Comas, desmotivado após um fraco desempenho nas últimas provas.

Em sua derradeira temporada, a Larrousse termina em 11º e último lugar (pela terceira temporada seguida) entre as equipes que pontuaram, com 2 pontos - após dois 6º lugares nos GPs do Pacífico e da Alemanha, obtidos por Erik Comas.

Mesmo com a crise financeira da equipe, Gérard Larrousse pretendia mantê-la em 1995. Um novo carro, batizado de LH95 e projetado por Robin Herd, não saiu do papel por falta de dinheiro. Na lista de inscritos, a Larrousse fora incluída entre as equipes participantes, e Comas seria um dos pilotos[4]. A segunda vaga seria disputada pelos também franceses Christophe Bouchut (que chegou a ser contratado para pilotar o carro #19), Eric Hélary, Éric Bernard e Emmanuel Collard, além do hispano-americano Elton Julian. Entretanto, em meio a disputas jurídicas, a equipe não logra sucesso no recurso, e dá adeus à Fórmula 1 antes do GP de San Marino, após 127 corridas, 23 pontos marcados e 1 pódio.

Especulava-se um regresso da equipe em 1996, mas os problemas jurídicos culminaram no encerramento das atividades no mesmo ano.

Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]

Classificação completa da Larrousse[editar | editar código-fonte]

Todos os Resultados da Larrousse na Fórmula 1[editar | editar código-fonte]

(legenda)

Notas[editar | editar código-fonte]

↑1 Não pontuou, porque a equipe inscreveu um carro no campeonato e pelo regulamento, o segundo carro estava inelegível.

Referências

  1. Leandro Kojima (26 de março de 2019). «Larrousse: o bom projeto francês que se esfacelou pelo tempo». Projeto Motor. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  2. «GRAND PRIX RESULTS: UNITED STATES GP, 1991» (em inglês). grandprix.com 
  3. Saward, Joe (1 de agosto de 1999). «Formula 1 and crime». grandprix.com. Consultado em 5 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 6 de janeiro de 2007 
  4. «Who goes where in 1995». grandprix.com. 6 de fevereiro de 1995. Consultado em 4 de janeiro de 2009 
  5. «SEASONS - Australia 1987» (em inglês). STATS F1