Lúcia Murat: diferenças entre revisões
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'''Lúcia Maria Murat de Vasconcelos''' ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[24 de outubro]] de [[1948]]) é uma [[cineasta]] [[brasil]]eira trabalhou como jornalista nos principais veículos do país na segunda metade dos anos 70., como Jornal do Brasil e O Globo. Foi editor-chefe do jornal da manchete e diretora de programas de documentários na TVE. Seu primeiro [[longa-metragem]], o semi-documentário ''[[Que Bom Te Ver Viva]]'' (1989), estreou internacionalmente no Festival de Toronto e revelou uma cineasta dedicada a temas políticos e femininos. Nele depoimentos de mulheres torturadas durante a ditadura militar se intercalam com cenas ficcionais protagonizadas por Irene Ravache. Entre muitos prêmios, o longa foi escolhido melhor filme do júri oficial, do júri popular e da crítica no Festival de Brasília de 1989. |
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Com o fim do cinema no Governo Collor volta a trabalhar em televisão dirigindo os programas “Testemunho” e “O caso eu conto como o caso foi”. Ao retornar ao cinema , a preocupação política é retomada no longa “Doces poderes” (1995), desta vez sob o ponto de vista do marketing das campanhas eleitorais. O filme estreou no Festival de Sundance e, em seguida, foi exibido no Festival de Berlim. |
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Filha de um [[médico]] ligado a saúde pública, entrou para a faculdade em 1967 e como estudante de [[economia]] participou do movimento estudantil; com a edição do [[AI-5]], em dezembro de 1968, entrou para a luta armada integrando o [[MR-8]]. Presa pela repressão do regime em 1971, passou três anos e meio encarcerada na [[Vila Militar (bairro do Rio de Janeiro)|Vila Militar]] e no [[Complexo Penitenciário de Gericinó|Presídio Talavera Bruce]] no Rio de Janeiro.<ref>{{citar web|url=http://www.torredasdonzelas.com.br/vozes-da-memoria-videos/lucia-murat-2/|título=Lúcia Murat|publicado=Torre das Donzelas|acessodata=10 de agosto de 2017}}</ref> A experiência da prisão e das torturas durante a [[ditadura militar no Brasil|ditadura militar]] exerceu forte influência em sua obra. Seu [[longa-metragem]] ''[[Que Bom Te Ver Viva]]'' (1989) é um compêndio de histórias, relatos e lembranças dos tempos de prisão. Em 2004, retomou o tema com ''[[Quase Dois Irmãos]]'', que lhe valeu o Prêmio de Melhor Filme Ibero-Americano do júri oficial e de Melhor filme do júri popular do [[Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata]].<ref>{{citar web|url=http://www.taigafilmes.com/quase/premios.html|título=taigafilmes.com|publicado=Quase Dois Irmãos|acessodata=10 de agosto de 2017}}</ref> |
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No Festival do Rio de 2005 estreou o documentário “O olhar estrangeiro” e, na edição de 2007, “Maré, nossa história de amor”, uma coprodução Brasil-França, também exibido no Festival de Berlim. |
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Em 2011, ganhou diversos prêmios no [[Festival de Cinema de Gramado|Festival de Gramado]] com o filme ''[[Uma Longa Viagem]]'', que narra as viagens do irmão da diretora ao retor do mundo na [[década de 1970]], enquanto ela estava presa durante a ditadura militar .<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/08/uma-longa-viagem-e-o-grande-vencedor-do-festival-de-gramado.html |título='Uma longa viagem' é o grande vencedor do Festival de Gramado |acessodata=1/11/2011 |autor= |autorlink= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Portal g1 |paginas= |arquivourl= |arquivodata= |citação= }}</ref> Em 2013 lançou ''[[A Memória que me Contam]]'', mais uma obra sobre os [[Anos de Chumbo]]. |
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Em 2000 lançou “Brava gente brasileira”, sobre a relação entre colonizadores e índios no interior do Brasil. Em 2004, retomou o tema com ''[[Quase Dois Irmãos]]'', um drama político sobre o conflito entre a classe média e a favela que lhe valeu o Prêmio de melhor direção e melhor filme latino americano pela Fipresci no Festival do Rio 2004 e Melhor Filme Ibero-Americano do júri oficial e de Melhor filme do júri popular do [[Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata]].<ref>{{citar web|url=http://www.taigafilmes.com/quase/premios.html|título=taigafilmes.com|publicado=Quase Dois Irmãos|acessodata=10 de agosto de 2017}}</ref> No Festival do Rio de 2005 estreou o documentário “O olhar estrangeiro” e, na edição de 2007, “Maré, nossa história de amor”, uma coprodução Brasil-França, também exibido no Festival de Berlim. |
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Em 2011, ganhou diversos prêmios no [[Festival de Cinema de Gramado|Festival de Gramado]] com o documentário/ensaio ''[[Uma Longa Viagem]]'', Em 2013 lançou o filme ''[[A Memória que me Contam]] que ganhou o prêmio da critica internacional (Fipresci) no festival Internacional de Moscou. Em 2015 lançou no festival “É tudo verdade” o documentário “A nação que não esperou por Deus” e no mesmo ano o filme “em três atos”, uma coprodução francesa com textos de Simone de Beauvoir no Festival do rio. Em 2017 ganhou no Festival do Rio os prêmios de melhor direcão e melhor atriz para o filme Praça Paris, que teve mais sete prêmios internacionais, inclusive o de melhor filme da critica internacional (Fipresci). Em 2021 vai lançar no segundo semestre seu mais novo trabalho: “Ana. Sem título”, filmado em cuba, México, chile, argentina e brasil.'' |
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''Em 1967 entrou na faculdade de Economia da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) e se ligou ao movimento estudantil, tendo sido presa pela primeira vez em 1968 no Congresso estudantil de Ibiúna. Com o Ato Institucional numero 5, se juntou ã resistência armada . Em 1971 foi presa e passou três meses e meio sendo torturada no DOI-CODI da PE da Rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro. Depois de 3 anos e meio de prisão foi solta e começou sua carreira profissional, que refletiu muito essa sua experiência.'' |
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== Filmografia == |
== Filmografia == |
Revisão das 21h47min de 16 de abril de 2021
Lúcia Murat | |
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Lúcia em fevereiro de 2014. | |
Nascimento | 24 de outubro de 1948 (75 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | Cineasta |
Outros prêmios | |
Kikito de melhor filme – Festival de Gramado (2011) |
Lúcia Maria Murat de Vasconcelos (Rio de Janeiro, 24 de outubro de 1948) é uma cineasta brasileira trabalhou como jornalista nos principais veículos do país na segunda metade dos anos 70., como Jornal do Brasil e O Globo. Foi editor-chefe do jornal da manchete e diretora de programas de documentários na TVE. Seu primeiro longa-metragem, o semi-documentário Que Bom Te Ver Viva (1989), estreou internacionalmente no Festival de Toronto e revelou uma cineasta dedicada a temas políticos e femininos. Nele depoimentos de mulheres torturadas durante a ditadura militar se intercalam com cenas ficcionais protagonizadas por Irene Ravache. Entre muitos prêmios, o longa foi escolhido melhor filme do júri oficial, do júri popular e da crítica no Festival de Brasília de 1989.
Com o fim do cinema no Governo Collor volta a trabalhar em televisão dirigindo os programas “Testemunho” e “O caso eu conto como o caso foi”. Ao retornar ao cinema , a preocupação política é retomada no longa “Doces poderes” (1995), desta vez sob o ponto de vista do marketing das campanhas eleitorais. O filme estreou no Festival de Sundance e, em seguida, foi exibido no Festival de Berlim.
No Festival do Rio de 2005 estreou o documentário “O olhar estrangeiro” e, na edição de 2007, “Maré, nossa história de amor”, uma coprodução Brasil-França, também exibido no Festival de Berlim.
Em 2000 lançou “Brava gente brasileira”, sobre a relação entre colonizadores e índios no interior do Brasil. Em 2004, retomou o tema com Quase Dois Irmãos, um drama político sobre o conflito entre a classe média e a favela que lhe valeu o Prêmio de melhor direção e melhor filme latino americano pela Fipresci no Festival do Rio 2004 e Melhor Filme Ibero-Americano do júri oficial e de Melhor filme do júri popular do Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata.[1] No Festival do Rio de 2005 estreou o documentário “O olhar estrangeiro” e, na edição de 2007, “Maré, nossa história de amor”, uma coprodução Brasil-França, também exibido no Festival de Berlim.
Em 2011, ganhou diversos prêmios no Festival de Gramado com o documentário/ensaio Uma Longa Viagem, Em 2013 lançou o filme A Memória que me Contam que ganhou o prêmio da critica internacional (Fipresci) no festival Internacional de Moscou. Em 2015 lançou no festival “É tudo verdade” o documentário “A nação que não esperou por Deus” e no mesmo ano o filme “em três atos”, uma coprodução francesa com textos de Simone de Beauvoir no Festival do rio. Em 2017 ganhou no Festival do Rio os prêmios de melhor direcão e melhor atriz para o filme Praça Paris, que teve mais sete prêmios internacionais, inclusive o de melhor filme da critica internacional (Fipresci). Em 2021 vai lançar no segundo semestre seu mais novo trabalho: “Ana. Sem título”, filmado em cuba, México, chile, argentina e brasil.
Em 1967 entrou na faculdade de Economia da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) e se ligou ao movimento estudantil, tendo sido presa pela primeira vez em 1968 no Congresso estudantil de Ibiúna. Com o Ato Institucional numero 5, se juntou ã resistência armada . Em 1971 foi presa e passou três meses e meio sendo torturada no DOI-CODI da PE da Rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro. Depois de 3 anos e meio de prisão foi solta e começou sua carreira profissional, que refletiu muito essa sua experiência.
Filmografia
- Praça Paris (2018)
- A Nação Que Não Esperou por Deus (2015) [2]
- A memória que me contam (2013) [3]
- Uma Longa Viagem (2011)
- Maré, Nossa História de Amor (2007)
- Olhar Estrangeiro (2006)
- Quase Dois Irmãos (2004)
- Brava Gente Brasileira (2000)
- Doces Poderes (1997)
- Oswaldianas (1992) (segmento "Daisy das Almas Deste Mundo")
- Que Bom Te Ver Viva (1989)
- O Pequeno Exército Louco (1984)
Referências
- ↑ «taigafilmes.com». Quase Dois Irmãos. Consultado em 10 de agosto de 2017
- ↑ «A Nação Que Não Esperou por Deus». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 6 de abril de 2020
- ↑ «Matéria do jornal O Globo sobre a estreia do filme "A memória que me contam"». Consultado em 14 de junho de 2013
Ligações externas
- Lúcia Murat. no IMDb.