Kim Kataguiri
Kim Kataguiri | |
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Kim Kataguiri proferindo discurso em sessão na Câmara dos Deputados | |
Deputado Federal por São Paulo | |
Período | 1º de fevereiro de 2019 até a atualidade |
Dados pessoais | |
Nome completo | Kim Patroca Kataguiri |
Nascimento | 28 de janeiro de 1996 (25 anos) Salto, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Partido | DEM (2018-presente) |
Religião | cristão (episcopal) |
Ocupação | político conferencista |
Kim Patroca Kataguiri (Salto, 28 de janeiro de 1996) é um político, ativista,[1] conferencista[2] e ex-colunista da Folha de S. Paulo[3] e do The Huffington Post Brasil.[4] É mais conhecido por ter sido um dos cofundadores e coordenadores do Movimento Brasil Livre, sendo uma das principais figuras do movimento liberal brasileiro moderno.[5][6][7] Segundo Kataguiri, ele foi apresentado ao pensamento liberal depois de ler obras de Ludwig von Mises.[8]
Em outubro de 2015, a revista americana TIME classificou Kataguiri como um dos jovens mais influentes do mundo naquele ano.[9][10][11] Nas eleições de 2018, foi eleito deputado federal por São Paulo pelo DEM. Foi o quarto candidato mais votado.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Kataguiri é neto de imigrantes japoneses.[12] Nascido na cidade de Salto, no interior de São Paulo, e cresceu em Indaiatuba. É filho de um metalúrgico e de uma dona de casa. Mudou-se para Santo André para cursar economia na Universidade Federal do ABC, porém abandonou o curso antes de concluir o primeiro ano, alegando que "sabia mais que o professor, que não conhecia nem Milton Friedman", e que os colegas o chamavam de "reacinha",[13][14] Kataguiri também declarou que, no curso, ensinavam Marx e Keynes, e que haviam professores que sequer conheciam pensadores liberais como Milton Friedman, Friedrich Hayek, Carl Menger e Ludwig von Mises; no entanto o coordenador do curso de economia da UFABC, Ramon Fernandez, afirmou que o aluno não tivera contato com nenhum professor de economia na faculdade, e que disciplinas como História do Pensamento Econômico passam pelos economistas liberais.[1]
Em 2013, postou um vídeo no YouTube questionando o Bolsa Família, e assim, tornou-se amigo de críticos do governo da presidente Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores, como o apresentador Danilo Gentili.[1] Em 2014, em contexto de crise política e econômica no país, foi co-fundador do Movimento Brasil Livre, onde militou principalmente a favor do impeachment de Dilma Rousseff e do combate à corrupção.[15] Em 16 de março de 2018, afirmou que concorreria ao cargo de deputado federal pelo DEM nas eleições de 2018.[16] Concorreu e elegeu-se para o cargo por São Paulo pelo DEM, sendo o quarto mais votado.[17] Poucos dias depois da eleição anunciou que pretendia se candidatar à presidência da Câmara.[18]
Em dezembro de 2015, postou em seu Twitter uma foto ao lado de Ney Matogrosso, no qual dizia que o cantor apoiava as manifestações pró-impeachment de Dilma Rousseff. No dia seguinte, Ney Matogrosso desmentiu Kataguiri, qualificou-o como "imbecil" e alegou que Kataguiri o havia abordado em lanchonete, dizendo que era seu fã e pedindo para tirar foto com o cantor, sem mencionar nada sobre manifestação alguma.[19] Em outubro de 2016, uma decisão judicial ordenou a retirada de toda postagem que envolvesse o nome de Ney Matogrosso com o MBL, bem como de seu líder, do Facebook, Google, Twitter e do site do MBL.[20]
Em março de 2020, defendeu o corte de 50% dos salários dos deputados — o que inclui seu próprio salário — para captar recursos para combater o novo coronavírus.[21]
Manifestações[editar | editar código-fonte]
Marcha para Brasília[editar | editar código-fonte]
Em maio de 2015, organizou e liderou a marcha para Brasília para pressionar os congressistas para o impeachment de Dilma Rousseff.[22] No dia 24 do mesmo mês, durante a marcha, foi atropelado por um motorista embriagado. Segundo Kim, “o motorista estava dirigindo com duas vezes mais álcool que o limite", acrescentando que "todo mundo ficou indignado" e que "foi uma irresponsabilidade tremenda dirigir nessas condições e acima do limite de velocidade”.[23]
Contra o governo Dilma[editar | editar código-fonte]

Em 13 de março de 2016, em entrevista à Jovem Pan, Kim falou sobre os protestos contra o governo Dilma Rousseff,[24] tendo sido o maior protesto da história do Brasil.[25] Apesar de a mídia televisiva ter noticiado pouco sobre sua participação, a enorme adesão às manifestações se deram pela convocação de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), que teve Kim como coordenador, e o Vem Pra Rua. De acordo com institutos de pesquisa, com a Polícia Militar e com historiadores consultados pelo jornal Estadão, a manifestação superou, em termos de adesão, as manifestações das Diretas Já e do movimento conhecido como Jornadas de Junho, em 2013, organizado pelo Movimento Passe Livre. A maior concentração de manifestantes ocorreu em São Paulo, assim como já havia acontecido em março do ano passado, no primeiro grande protesto contra a gestão Dilma e o PT. Segundo a PM, 1,4 milhão de pessoas foram à Avenida Paulista. Os protestos tiveram forte apelo contra a corrupção, pela ética pública e pelo fim da impunidade.[25]
Contra as ocupações das escolas[editar | editar código-fonte]
Em novembro de 2016, Kim Kataguiri participou de um protesto contra as ocupações nas escolas, que ele chama de invasões, no pátio da reitoria da universidade UFRGS, em Porto Alegre. Kim, e o MBL já haviam se mostrado contrários às ocupações.[26][27]
Contra o Facebook[editar | editar código-fonte]
Em 26 de julho de 2018, os coordenadores do MBL fizeram uma manifestação em frente ao prédio de onde fica a sede do Facebook, no Itaim Bibi, em São Paulo. A manifestação foi feita porque "foram derrubadas páginas que defendem ideias liberais e conservadoras em plena eleição", segundo Kim. Foram removidas 196 páginas e 87 perfis na rede social como parte da política de combate à disseminação de notícias falsas.[28]
Publicações[editar | editar código-fonte]
Em 2017, lançou um livro chamado Quem É Esse Moleque para Estar na Folha?, em referência a sua contratação como colunista no jornal Folha de S. Paulo. Kim afirma que ser liberal de direita é a nova contracultura, e que esse movimento não pertence mais à esquerda.[29] O livro é um compilado de suas colunas para a Folha, escritas entre janeiro de 2016 e março de 2017. O prefácio do livro foi assinado pela jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.[30]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b c Ney, Thiago (12 de março de 2015). «Roqueiro e ativista na web, líder anti-Dilma defende privatizar saúde e educação». Último segundo. iG São Paulo. Consultado em 16 de março de 2015. Arquivado do original em 13 de março de 2015
- ↑ Agência Pública (25 de Junho de 2015). «A Roupa Nova da Direita». Carta Capital. Consultado em 15 de Julho de 2015
- ↑ «Colunistas kim kataguiri». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ «Kim Kataguiri Coordenador Nacional do Movimento Brasil Livre». Huff Post Brasil. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ «Kim Kataguiri, criador do Movimento Brasil Livre, está entre os jovens mais influentes do mundo». Gazeta do Povo. Consultado em 9 de fevereiro de 2017. Arquivado do original em 11 de fevereiro de 2017
- ↑ Lawrence W. Reed (5 de junho de 2015). «Millions in Brazil Follow a Teen Leader to Freedom» (em inglês). FEE - Foundation for Economic Education. Consultado em 15 de julho de 2015
- ↑ The Associated Press (30 de março de 2015). «Teen Libertarian Is Face of Brazil`s Young Free-Market Right». The New York Times. Consultado em 31 de março de 2015
- ↑ Barboza, Mariana Queiroz (15 de março de 2015). «Isto É Entrevista». Consultado em 16 de janeiro de 2016
- ↑ «The 30 Most Influential Teens of 2015: Kim Kataguiri, 19». Time. 27 de outubro de 2015
- ↑ «Kim Kataguiri é um dos 30 jovens mais influentes, diz Time | EXAME.com - Negócios, economia, tecnologia e carreira». exame.abril.com.br. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ «Revista americana Time inclui Kim Kataguiri em lista de jovens mais influentes de 2015». revistaepoca.globo.com
- ↑ «Meet the Teen Spearheading Brazil's Protests Against its President». Time. 27 de outubro de 2015
- ↑ «Quais são os grupos que prometem levar 100 mil às ruas contra Dilma em 15 de março». Revista Época. Globo. 9 de março de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ «Principais líderes». Folha de S.Paulo. UOL. 9 de março de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- ↑ «Quais são e como pensam os movimentos que vão para a rua contra Dilma no domingo». abril.com.br
- ↑ «Kim Kataguiri, do MBL, diz que será candidato a deputado federal pelo DEM»
- ↑ «Kim Kataguri é eleito deputado federal em São Paulo». Huff Post. 7 de outubro de 2018. Consultado em 7 de outubro de 2018
- ↑ Kim Kataguiri anunciará candidatura à presidência da Câmara. Folha de S.Paulo.
- ↑ «Líder do MBL causa polêmica ao postar foto com Ney Matogrosso». O Estado de São Paulo. 18 de outubro de 2016
- ↑ «Justiça manda tirar do Facebook posts do líder do MBL sobre Ney Matogrosso». Diário de Pernambuco. 18 de outubro de 2016
- ↑ «Coronavírus: Kim Kataguiri sugere corte de 50% de salários de deputados». Universo Online. 24 de março de 2020. Consultado em 23 de dezembro de 2020
- ↑ «Um dos coordenadores do MBL, Kim Kataguiri, explica ato e marcha do grupo». G1. Globo.com. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ Paula Resende. «Após ser atropelado, líder do MBL critica motorista: 'Irresponsabilidade'». G1. Globo.com. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ «"Manifestantes têm perspectiva de mudança", diz Kim Kataguiri». Jovem Pan. 13 de março de 2016. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ a b O Estado de S.Paulo (13 de março de 2016). «Maior manifestação da história do País aumenta pressão por saída de Dilma». Estadão. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ «MBL monta contraofensiva para desocupar escolas no Paraná». El Pais. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ Moacir Moreira (29 de outubro de 2016). «MBL de SC promove ações para desocupação das escolas invadidas». DC. Consultado em 9 de fevereiro de 2017
- ↑ «MBL protesta na sede do Facebook: 'Vai ter publicação liberal e conservadora, sim'». HuffPost Brasil. 26 de julho de 2018
- ↑ «QUEM É ESSE MOLEQUE PARA ESTAR NA FOLHA?». Livraria Cultura. Consultado em 6 de Outubro de 2017
- ↑ «Kim Kataguiri ataca esquerda e PT em livro a ser lançado neste domingo». Folha de S. Paulo. Uol. Consultado em 6 de outubro de 2017
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Nascidos em 1996
- Alunos da Universidade Federal do ABC
- Anticomunistas do Brasil
- Ativistas do Brasil
- Brasileiros de ascendência japonesa
- Conservadores do Brasil
- Colunistas do Brasil
- Impeachment de Dilma Rousseff
- Liberalismo econômico
- Manifestações e protestos da década de 2010 no Brasil
- Movimento Brasil Livre
- Naturais de Salto (São Paulo)
- Anglicanos do Brasil
- Cristãos do Brasil
- Membros do Democratas (Brasil)
- Deputados federais do Brasil por São Paulo
- Homens