Ricardo de Aquino Salles

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ricardo Salles
Ricardo de Aquino Salles
Deputado Federal por São Paulo
Período 1º de fevereiro de 2023
até a atualidade
Legislatura 57ª legislatura (2023 — 2027)
21.º Ministro do Meio Ambiente do Brasil
Período 1º de janeiro de 2019
até 23 de junho de 2021
Presidente Jair Bolsonaro
Antecessor(a) Edson Duarte
Sucessor(a) Joaquim Alvaro Pereira Leite
Secretário do Meio Ambiente de São Paulo
Período 18 de julho de 2016
até 28 de agosto de 2017
Governador Geraldo Alckmin
Antecessor(a) Patricia Iglecias
Sucessor(a) Mauricio Brusadin
Dados pessoais
Nascimento 8 de junho de 1975 (48 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Presbiteriana Mackenzie
Prêmio(s)
Partido
Profissão político
advogado

Ricardo de Aquino Salles (São Paulo, 8 de junho de 1975) é um advogado, administrador e político brasileiro filiado ao Partido Liberal (PL).[2] Foi ministro do Meio Ambiente do Brasil de 2019 a 2021, no governo Bolsonaro.[3][4] Atualmente é Deputado Federal por São Paulo.

Foi secretário particular do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de 2013 a 2014, e Secretário do Meio Ambiente de São Paulo de 2016 a 2017, nomeado por Alckmin.[5] Fundou, em 2006, o Movimento Endireita Brasil (MEB), organização alinhada à chamada nova direita[6] e parceira do Instituto Millenium.[7]

Em 9 de dezembro de 2018 foi anunciado como ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro,[8] alegando ter como prioridades a agenda ambiental urbana,[9] o combate ao lixo do mar[10] e agilidade de processos de licenciamentos.[11] Em sua gestão, foram tomadas medidas apontadas por ambientalistas e pela imprensa como prejudiciais à proteção ambiental, tais como a revogação de resoluções que protegiam restingas e manguezais, suspensão de multas ambientais e interferências em órgãos de fiscalização ambiental.[12][13][14]

Foi exonerado, a pedido, em 23 de junho de 2021,[15] após acusações de suposto envolvimento em esquema de exportação ilegal de madeira do Brasil para o exterior.[16]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Proveniente de uma família de advogados paulistana,[17] Ricardo Salles formou-se em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Fez pós-graduações em direito nas universidades de Coimbra e Lisboa, além de pós-graduação em administração pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV).[18] Por quase sete anos, acreditou-se que Salles tinha um mestrado em Yale, após ele ter assinado um artigo na Folha de São Paulo com essa qualificação.[19] Em 2019, após a universidade confirmar que Salles nunca estudou lá, ele alegou que a informação fora fornecida incorretamente por um assessor.[20][21]

Foi candidato a deputado federal por São Paulo em 2006 pelo Partido da Frente Liberal (PFL), em sua estreia na vida pública. Obteve 9 466 votos, não conseguindo se eleger.[22] Em 2010, foi candidato a deputado estadual pelo Democratas (DEM), obtendo 26 552 votos, não conseguindo se eleger.[23] Entre 2012 e 2016, participou de campanhas eleitorais como apoiador de diversas candidaturas.[24] Em 2018, tentou novamente uma vaga como deputado federal por São Paulo pelo Partido Novo (NOVO). Obteve 36 603 votos, não tendo sido eleito.[25] Em 9 de dezembro de 2018, Ricardo Salles é indicado pelo então presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao cargo de Ministro do Meio Ambiente, a partir de 2019.[26] Em maio de 2020 foi expulso do Partido Novo após decisão da comissão partidária.[27][28]

Movimento Endireita Brasil[editar | editar código-fonte]

Em 2006, juntamente com quatro amigos, Ricardo Salles fundou o Movimento Endireita Brasil (MEB), e com eles fez curso de liderança no Leadership Institute,[29] um “think tank” conservador.[30]

Em sua declaração de princípios, o movimento defende o liberalismo econômico, a diminuição do Estado e o fim de mecanismos que limitem liberdades individuais. Um dos objetivos declarados do movimento é reabilitar a palavra “direita” no vocabulário político brasileiro.[31]

Uma das principais iniciativas do movimento foi a criação do Dia da Liberdade de Impostos em São Paulo, em 2010.[32] O evento ocorre anualmente ao fim do mês de maio, marcando o término do período em que o brasileiro trabalha "para pagar os tributos cobrados pelo governo".[33] Nessa data, o MEB e o Instituto Mises Brasil se unem para cobrir o valor dos impostos para quem abastecer o carro num posto de São Paulo.[34]

Já em 2007, o Movimento Endireita Brasil declarava oposição não apenas ao então presidente Lula, mas à maior parte da classe política brasileira, negando ser um movimento ligado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).[35]

Todavia, isso não impediu que Ricardo Salles tentasse por duas vezes ingressar na vida política. Em 2010, apresentando-se como representante de uma "nova direita, acima de tudo democrática", ele posicionou-se "contra o aborto, a favor da pena de morte e contra o uso de drogas". Para justificar seu posicionamento ideológico, invocou uma pesquisa Datafolha, segundo a qual, "47% dos jovens de 18 a 25 se diziam de direita". Para estes jovens, ele apresentava-se como a opção indicada.

Embora tenha deixado de investir em site próprio, o Movimento Endireita Brasil se manteve ativo em seus perfis nas redes sociais. Até o início de 2013, ainda era listado entre "mantenedores e parceiros" do Instituto Millenium.[36] Entre 2010 e 2015, participou do Dia da Liberdade de Impostos com o Instituto Mises Brasil.[37][38][39][40][41][42] Em ação polêmica, a página do Facebook do Movimento Endireita Brasil anunciou em 2016 que pagaria mil reais para quem filmasse e hostilizasse o ex-governador Ciro Gomes, do PDT, enquanto ele jantava em um restaurante de São Paulo. [43]

Pedido de impeachment de Dias Toffoli[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2012, juntamente com o advogado Guilherme Campos Abdalla, ingressou com um pedido de impeachment, na presidência do Senado, contra o ministro José Antonio Dias Toffoli, do STF, por crime de responsabilidade. Dias Toffoli foi acusado pelos advogados de agir com parcialidade (a favor dos réus) no julgamento da Ação Penal 470 ("Mensalão").[44] A denúncia foi arquivada.[45]

Governo Alckmin[editar | editar código-fonte]

Secretaria Particular[editar | editar código-fonte]

No início de 2013, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nomeou Ricardo Salles para a Secretaria Particular. Entre suas atribuições, estavam o gerenciamento da agenda do governador, entre viagens, inaugurações e compromissos do dia a dia, e sua interface com demais secretarias, prefeituras e com o Poder Legislativo.[46]

A escolha gerou reações negativas dentro do PSDB. Entre as insatisfações relatadas anonimamente por um partidário “histórico” do PSDB ao veículo de esquerda Diário do Centro do Mundo, estavam a defesa do regime militar, a abominação do Estado, a contrariedade ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao aborto, e que Ricardo Salles se definisse então como “o único direitista assumido do Brasil”.[47] Alckmin foi procurado por “Secretários de Estado e integrantes do PSDB”, preocupados com possível prejuízo à imagem do governador. À época, o então presidente estadual do PSDB, deputado Pedro Tobias, não ocultou sua insatisfação: “há um incômodo generalizado no partido”.[48]

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Ricardo Salles afirmou que nunca defendeu o regime militar, mas sim uma visão histórica mais equilibrada, que compreenda que a guerrilha também cometeu erros, e citou como exemplo dessa parcialidade histórica o caso do soldado Mário Kozel Filho, cuja morte causada pela explosão de um carro-bomba durante ataque da organização terrorista Vanguarda Popular Revolucionária, jamais teria sido investigada.[49]

Secretaria do Meio Ambiente[editar | editar código-fonte]

Em 18 de julho de 2016, Ricardo Salles retornou ao governo estadual, assumindo então a Secretaria do Meio Ambiente. Suas propostas essenciais foram reduzir os conflitos entre ambientalistas e a agricultura (“único setor da economia brasileira que vai bem”)[50] e reduzir a burocracia das decisões judiciais na área, devolvendo a responsabilidade de obedecer à lei para a sociedade civil.[51]

Entre as ações de Ricardo Salles à frente da Secretaria do Meio Ambiente, destacam-se autuações em instalações portuárias poluentes,[52] a penalização da Vale Fertilizantes após acidente com fumaça tóxica que contaminou o Rio Mogi[53] e o programa Invasão Zero, que visava a coibir a ocupação de áreas ambientais protegidas.[54] Consoante à sua convicção de redução do papel do Estado, Ricardo Salles participou do programa de concessão de 25 parques estaduais à iniciativa privada, buscando “um equilíbrio entre viabilização econômica e preservação ambiental” e visando a gerar um turismo que levaria a população a ter mais interesse pelos parques e cobrar mais fiscalização.[55]

A nomeação não agradou a todos. O ex-governador Alberto Goldman se disse “enojado” com a escolha. A declaração veio logo após o partido de Salles — então, o PP — ter aderido à pré-candidatura de João Doria para a eleição municipal de São Paulo em 2016. Para Goldman, esse seria “mais um motivo para não votar em Dória.”[56] Veículos de esquerda como a revista CartaCapital e o site Brasil 247 se posicionaram contra Ricardo Salles[57] chamando-o entre outras coisas de “reaça-mor”.[58]

Após os pedidos de afastamento do cargo e indenização de 50 milhões,[59] o Secretário saiu de licença para tratar de assuntos particulares[60] e foi depois afastado pelo governador, por supostas pressões do partido do próprio Secretário.[61] Em carta enviada ao Governador, afirmou ter pautado sua passagem pela pasta pela desburocratização, pela livre iniciativa e pelo respeito à propriedade.[62] Segundo o governador, a saída de Ricardo Salles já era planejada, em vista das eleições vindouras.[63]

Eleições em 2018[editar | editar código-fonte]

Ricardo Salles se candidatou, em 2018, ao cargo de deputado federal por São Paulo pelo Partido Novo, tendo se destacado por ter usado as redes sociais para difundir mensagens que incitam a violência[64], associando o uso da munição ao combate à esquerda e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), levando o perfil oficial do partido a alertar que não compactuava com qualquer insinuação ou apologia à violência, de qualquer tipo, contra quem quer que seja.[65][66] Salles recebeu 36.603 votos, não conseguido se eleger ao cargo.[67]

Ministro do Meio Ambiente (2019–2021)[editar | editar código-fonte]

Em 9 de dezembro de 2018, Ricardo Salles foi anunciado Ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro.[8] Para ambientalistas em geral, o ministro não era uma pessoa adequada para sua função, mas se alinhava com o programa de governo de Jair Bolsonaro,Ver nota: [68] que agiu extinguindo ou enxugando órgãos e conselhos reguladores e fiscalizadores e retirando uma série de atribuições do Ministério do Meio Ambiente, segundo o ministro, em nome de mais eficiência.[69] Entre os críticos do projeto de governo que vem sendo implantado e de promessas já feitas para a área do ambiente se incluem ex-ministros do Meio Ambiente como Marina Silva e Izabella Teixeira,[70] Alessandro Molon, presidente da Frente Parlamentar Ambientalista,[71] lideranças indígenas,[72] e representantes de destacadas ONGs e instituições como o Observatório do Clima, Instituto Socioambiental, World Wildlife Fund-Brasil, Serviço Florestal Brasileiro, e Greenpeace Brasil.Ver nota [73]

Sua nomeação repercutiu negativamente também no exterior,[74][75][76][77] mas foi festejada pelos representantes do agronegócio,[78][79] e em mais uma manifestação polêmica, Bolsonaro disse: "Quando vi entidades do setor [ambiental] criticando a indicação de Ricardo Salles, vi que acertamos na decisão".[80]

Segundo Vanessa Barbosa, em matéria para a revista Exame, "durante a gestão da pasta verde no governo estadual, Salles foi constantemente criticado por pesquisadores e ambientalistas por tomar decisões sem levar em consideração aspectos técnico-científicos".[81] Foi diretor da Sociedade Rural Brasileira[82] e desde muitos anos é comprometido com o agronegócio,[79][83] setor que exerce vasta influência política e tem sido responsável por grandes retrocessos nas políticas ambientais nos últimos anos, segundo ambientalistas.[84][85][86][87] Salles diz acreditar no aquecimento global, mas se diz incerto sobre a influência humana no mesmo,[88][89] que é reconhecida pelo consenso dos climatologistas.[90] Adiantou que o Brasil não se comprometerá com novas metas climáticas,[70] extinguiu a Secretaria de Mudanças do Clima e Floresta, transferindo a agenda climática para uma assessoria especial com menor estrutura,[91] disse que há demarcação "excessiva" de terras indígenas e Unidades de Conservação, defendeu a agricultura comercial nas terras indígenas.[89] em entrevista defendeu o fim dos alegados "boicotes" à instalação de atividades econômicas em áreas protegidas e declarou que pretende rever os critérios de conservação a fim de permitir alguns tipos de atividade, "como a passagem de linhas de trem e a instalação de linhas de transmissão onde hoje é proibido",[92] e prometeu acabar com a "festa" de multas ambientais aplicadas pelo Ibama.[83] O ministro indicou para a presidência do Ibama Eduardo Fortunato Bim, que já se manifestou a favor da revisão completa das regras de regulação ambiental, qualificando-as de precárias e artesanais, e pretende autorizar os produtores rurais a emitirem seu próprio licenciamento.[93][94] Suely Araújo, que ocupava o cargo, declarou que Salles e Bolsonaro demonstram "completo desconhecimento" da magnitude do órgão e das suas atribuições.[95]

Segundo o Observatório do Clima, em várias oportunidades o ministro divulgou dados falsos ou enganosos para justificar suas posições.[96][97] Em uma das matérias que dedicou ao assunto, o Observatório afirmou: "Nas suas primeiras duas semanas no cargo, Salles deu uma série de declarações do tipo que se esperaria ouvir de alguns membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (que homologou sua indicação), mas que nunca antes na história deste país saíram da boca de um ministro do Meio Ambiente. Algumas delas refletem desconhecimento da pasta, outras pouca informação sobre a realidade ambiental brasileira – e outras, ainda, estão simplesmente erradas".[98] Em matéria publicada pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos, Maurício Ângelo, tratando dos problemas ambientais, disse que "o cenário se agrava ainda mais diante dos ataques permanentes – ou desinformação proposital – do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que tem demonstrado sistematicamente que desconhece as regras mínimas de licenciamento".[99] O ministro disse pretender criar um sistema de monitoramento em tempo real do desmatamento no valor de 100 milhões, mas o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou uma nota contestando o ministro e mostrando que esse sistema já existe há muitos anos.[100]

Na visão do Observatório do Clima, Salles foi o promotor do desmonte da governança ambiental durante sua gestão como secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e divulgou nota dizendo que "ao nomeá-lo, Bolsonaro faz exatamente o que prometeu na campanha e o que planejou desde o início: subordinar o Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. Se por um lado contorna o desgaste que poderia ter com a extinção formal da pasta, por outro garante que o MMA deixará de ser, pela primeira vez desde sua criação, em 1992, uma estrutura independente na Esplanada. Seu ministro será um ajudante de ordens da ministra da Agricultura".[101] Para Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil, "Jair Bolsonaro já deixou claro que deseja reduzir o Ministério do Meio Ambiente a uma espécie de subsede do Ministério da Agricultura. A escolha do novo ministro segue esta lógica".[102] Para a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, "Bolsonaro não fez a política de fundição [com o Ministério da Agricultura], e na prática está fazendo a política de demolição, está demolindo o ministério. O ministro [Ricardo Salles] não assumiu para ser o ministro da proteção, mas para ser o ministro da liquidação do Ministério do Meio Ambiente. [...] E não dá nem para dizer que é uma pessoa bem intencionada, ele faz o jogo, sabe o que está fazendo".[103] Em nota oficial, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo lamentou a nomeação de Salles e disse que ela "constitui um ataque do futuro governo federal às políticas ambientais no Brasil, uma vez que o gestor já provou ser incapaz de entender a importância da ciência para o desenvolvimento nacional e demonstrou ter ligações estreitas com representantes de setores que não têm qualquer compromisso com a educação ambiental, a bioecologia e a conservação da natureza".[104]

Foi muito criticado por minimizar a importância do ambientalista Chico Mendes - em entrevista, criticou o ambientalista por, em sua visão, ter usado seringueiros para "promover seus próprios interesses".[105] Segundo Claudio Angelo, em matéria para a Revista Época, sua fala "incendiou as redes sociais".[106] Depois defendeu-se alegando que a polêmica era causada por "esquerdopatas".[107] Após a política ambiental de Bolsonaro e ele próprio serem duramente criticados em matéria publicada pela agência alemã Deutsche Welle,[108] Salles considerou a crítica muito exagerada e defendeu-se comparando a descrição da agência com a Alemanha nazista, o que desencadeou ampla repercussão e inúmeras reações contra o ministro.[109][110] Um manifesto popular exigindo sua saída do ministério recolheu mais de 285 mil assinaturas.[111] Em maio de 2019 todos os antigos ministros do Meio Ambiente ainda vivos se reuniram para publicar um manifesto supra-partidário onde acusaram Salles e Bolsonaro de promoverem ativa e deliberadamente um programa sistemático de anulação de todas as conquistas ambientais das últimas décadas, o que inclui o desmantelamento de instituições de importância central como o Ibama e o ICMBio.[112]

Em junho de 2020, ex-ministros do Meio Ambiente assinaram uma carta criticando a atuação Ricardo Salles. Essa iniciativa pode colocar o cargo do ministro em risco, segundo análise feita no Jornal da USP, pelo professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP). Afirmando que o Brasil passa por "inédito momento histórico de aviltamento e ameaça à democracia (…) de parte do próprio Poder Executivo por ela constituído." Os que assinaram o documento são: Carlos Minc, Edson Duarte, Gustavo Krause, Izabella Teixeira, José Carlos Carvalho, José Goldemberg, Marina Silva, Rubens Ricupero e Sarney Filho.[113][114][115]

Pedidos de afastamento por improbidade administrativa[editar | editar código-fonte]

Em 15 de janeiro de 2019, foi ajuizada, na 10ª Vara Cível Federal de São Paulo, uma ação popular contra Ricardo Salles e a União Federal,[116] postulando, em caráter liminar, a suspensão da nomeação de Salles para o exercício do cargo de Ministro do Meio Ambiente ou de qualquer outro cargo da Administração Pública Federal, em razão da falta de condições jurídicas para assumir o posto, dado que fora condenado, em primeira instância, por improbidade administrativa, além de também responder a uma ação civil pública ambiental, ainda pendente. Todavia, o juiz negou a liminar, considerando que a aplicação da Lei da Ficha Limpa exigiria o trânsito em julgado ou, pelo menos, a condenação por órgão judiciário colegiado"". Segundo o magistrado, “gostando ou não da escolha, parece que ainda foi feita dentro do espaço de discricionariedade política próprio do cargo de Presidente da República, não se revelando justificável, pelo menos em princípio, a intervenção judicial”.[117]

Em 24 de janeiro do mesmo ano, o Ministério Público do Estado de São Paulo, em apelação enviada ao Tribunal de Justiça de São Paulo, solicitou a imediata perda da função pública de Ricardo Salles, considerando as “gravíssimas consequências” ambientais dos atos que levaram à condenação do ministro, em primeira instância.[118]

Em julho de 2020 o Ministério Público Federal (MPF) pediu afastamento de Ricardo do cargo de ministro do Meio Ambiente por improbidade administrativa, por considerá-lo responsável direto pelo desmonte do sistema de proteção ambiental do país, que causou aumento do desmatamento, das queimadas, dos garimpos ilegais e da grilagem de terras.[119] Posteriormente, Salles afirmou que o pedido de afastamento era uma tentativa de interferir em politicas públicas.[120]

Ainda em janeiro de 2019, uma outra ação popular, ajuizada na 6ª Vara Cível Federal de São Paulo, requereu à Justiça Federal a decretação de nulidade da nomeação de Ricardo Salles para o cargo de Ministro do Meio Ambiente. No seu despacho, a juíza Ana Lúcia Petri Betto lembrou o precedente firmado pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos da Reclamação Constitucional 29.508/DF ("Caso Cristiane Brasil"), e decidiu remeter os autos ao Supremo Tribunal Federal, em 22 de janeiro.[121][122]

Recebimento do prêmio "Exterminador do Futuro"[editar | editar código-fonte]

Em 9 de outubro de 2019, o ministro foi alvo de um protesto na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Ricardo Salles havia sido convocado por parlamentares para dar explicações sobre a falta de ação do governo federal perante ao vazamento de óleo no litoral nordestino brasileiro[123]. A estatueta produzida pelo artista reconhecido internacionalmente por seus trabalhos de artes visuais e plásticas, Mundano[124], se consistia em um boneco do personagem "Terminator", interpretado por Arnold Schwarzenegger na série de filmes Exterminador do Futuro, com adaptações que fizessem referência ao ministro Ricardo Salles, juntamente com uma base que simulava um tronco de madeira cortado e uma placa que dizia "Prêmio Exterminador do Futuro Ministro Ricardo Salles"[125]. A entrega do prêmio foi realizada pelo estudante e ativista socioambiental Ian Coêlho de 17 anos. O ativista ao entregar o prêmio proferiu:

"[sic] Ministro, eu queria fazer uma entrega pra você, ministro, esse prêmio aqui. É o prêmio do Exterminador do Futuro, pro ministro Salles. É um prêmio que o ministro tanto merece, ele se esforçou muito pra conseguir"[123]

Em nota ao Greenpeace Brasil, Ian conta que foi um dos primeiros mobilizadores do Fridays for Future (adaptado no Brasil para Jovens pelo Clima ou Greve pelo Clima), movimento iniciado após as mobilizações da ativista sueca Greta Thunberg, na capital federal.[126]

Acusações sem provas ao Greenpeace e vídeo falso[editar | editar código-fonte]

Em 23 de outubro de 2019, ativistas da organização realizaram um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, simulando um derramamento de óleo, em crítica ao governo sobre a falta de ações em resposta ao desastre ambiental no Nordeste.[127] No mesmo dia, Ricardo Salles compartilhou em redes sociais um vídeo adulterado que dava a entender que a organização de preservação ambiental Greenpeace não estava ajudando na limpeza das praias afetadas pelo vazamento de óleo no Nordeste do Brasil, o que não era verdade.[128] Também os chamou, sem apresentar provas, de "ecoterroristas", dizendo que o protesto realizado em Brasília fora um ataque ao patrimônio público.[129][130] Em resposta, o Greenpeace afirmou que o ministro “mente e espalha falácias sobre a atuação de ONGs”, mostrando fotos da atuação de seus voluntários na limpeza.[128]

Dois dias depois, Salles insinuou, novamente sem mostrar provas, em postagem na rede social Twitter, que o Greenpeace seria a responsável pelo vazamento.[131] Além disso, publicou uma foto de um navio registrada em 2016, dando a entender que ela seria atual.[131] O Greenpeace respondeu ao ministro[132]:

"Enquanto o presidente Bolsonaro viaja para o exterior e o ministro Ricardo Salles tenta desviar a atenção do problema, voluntários se mobilizam para limpar as praias do Nordeste atingidas pelo óleo. Voluntários do Greenpeace ajudaram em trabalhos de combate ao óleo, visitaram e documentaram locais atingidos, conversaram com pessoas impactadas, e realizaram atividades em quatro cidades neste fim de semana"
(…)
"Esse já é o maior desastre ambiental de vazamento de petróleo do país em extensão e o governo pouco fez para combater e mitigar os impactos. O governo e o Ministro devem focar em resolver o problema com eficiência em vez de jogar a responsabilidade para a população."
— Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace

Reunião ministerial e a declaração de "passar a boiada"[editar | editar código-fonte]

Após a saída de Sergio Moro do governo de Bolsonaro, Moro disse que havia provas sobre a uma suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.[133] Após a saída de Moro, o mesmo acionou o Supremo Tribunal Federal dizendo que em uma reunião ministerial ficaria claro uma possível interferência do presidente na superintendência da polícia.[134] O ministro do Supremo, Celso de Mello optou por liberar o vídeo da reunião ministerial para o público, enquanto a suposta interferência de Bolsonaro seguia sendo investigada.[135]

Na reunião, Ricardo Salles fez uma declaração considerada polêmica:[136][137][138]

Posteriormente a divulgação do vídeo, a fala foi duramente criticada por vários setores da sociedade.[139] O Greenpeace, disse que o ministro deveria "sair imediatamente do cargo".[140] A ativista sueca Greta Thunberg, também criticou a fala e disse "imagine as coisas que foram ditas longe da câmera".[141][142] A fundação SOS Mata Atlântica, também criticou a fala do ministro.[143] A organização não governamental, Observatório do Clima, pediu a saída de Salles da pasta.[144] A ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), criticou a fala de Salles e disse que Bolsonaro interferiu no órgão por interesse de Luciano Hang e Flávio Bolsonaro.[145][146]

Notícia-crime e pedido de investigação da PGR[editar | editar código-fonte]

Em 14 de abril de 2021, Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota, do PROS. De acordo com o documento, Salles pode ter cometido os crimes de advocacia administrativa, organização criminosa e obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais.[147] Tanto Salles quanto Mota defenderam, em diversas ocasiões, madeireiros que tiveram mais de duzentos mil de madeira avaliados em 130 milhões de reais, retiradas de áreas de grilagem apreendidos pela Polícia Federal no âmbito da operação Handroanthus GLO, no final de 2020.[148][149] Conforme o delegado responsável pelo caso, o ministro dificultou a fiscalização ambiental e defendeu, enquanto ministro, interesses privados.[150] Em entrevista, ele afirmou que Salles "promove a defesa de infratores ambientais" e que a relação de parceria entre o Ibama e a Polícia Federal no combate ao desmatamento na Amazônia cessou de existir.[151]

Apenas um dia depois de solicitar a investigação do ministro, Alexandre Saraiva foi exonerado do cargo pelo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, nomeado pouco mais de uma semana antes pelo presidente Jair Bolsonaro.[152][153] A demissão só foi comunicada ao superintendente depois de ele apresentar a notícia-crime, de acordo com ele.[154] Com efeito, Saraiva era alvo de madeireiros há, pelo menos, um ano, como mostraram mensagens apreendidas pela operação Arquímedes.[155]

A ministra Cármen Lúcia foi sorteada relatora do caso no STF, em 16 de abril, podendo determinar o início de uma investigação contra Salles, o arquivamento do pedido da Polícia Federal ou remeter a decisão ao plenário da casa.[156] Em 27 de abril, a juíza determinou que a Procuradoria-Geral da República, o órgão responsável por pedir investigação de pessoas com prerrogativa de foro, se manifestasse sobre o caso, uma vez que enxergou "gravidade incontestável" nas duas notícias-crime.[157] No início de maio, a PGR pediu esclarecimentos a Salles sobre a acusação.[158]

A resposta do ministro, porém, foi considerada insuficiente. Por isso, em 31 de maio de 2021, a Procuradoria-Geral da República pediu a investigação de Ricardo Salles pelos supostos crimes de advocacia administrativa, dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolva organização criminosa.[159] O pedido foi enviado à ministra do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia.

Pedidos de afastamento[editar | editar código-fonte]

No dia 15 de abril, o subprocurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, pediu à corte o afastamento de Salles após a apresentação da denúncia pela Polícia Federal.[160] No documento, Furtado solicita o afastamento cautelar do ministro alegando que se deve preservar a integridade do interesse público subjacente, e, para isso, devem ser cessadas, imediatamente, as ameaças que a continuidade dos possíveis atos por parte do ministro representam à operação Handroanthus GLO.[161]

Quatro dias depois, o subprocurador voltou a representar junto ao TCU pelo afastamento do ministro por causa do aumento do desmatamento na Amazônia. Conforme o subprocurador, há omissão e descaso do Governo Federal na realização de políticas de proteção ambiental e indícios de irregularidades na gestão ambiental. O pedido também é de afastamento cautelar de Salles, até que o mérito das acusações contra o ministro seja analisado.[162]

No mesmo dia, o senador Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade, apresentou petição ao STF pelo afastamento imediato de Salles, baseando-se na denúncia de Alexandre Saraiva sobre o envolvimento do ministro na operação Handroanthus GLO.[163]

Pedido de investigação por improbidade administrativa[editar | editar código-fonte]

Em 3 de maio, de 2021, o Ministério Público de Contas fez uma representação para a direção do Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a investigação de Ricardo Salles pelo crime de improbidade administrativa. No documento, o procurador Lucas Furtado reuniu todas as irregularidades do Ministério do Meio Ambiente ao longo da gestão de Salles que encaminhara anteriormente para investigação anterior do TCU.[164]

Investigação da Polícia Federal[editar | editar código-fonte]

Em 19 de maio, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Ricardo Salles, o afastamento do presidente do IBAMA, Eduardo Bim, e mais nove agentes públicos que ocupam cargos estratégicos na estatal. Eles são alvos de uma operação da Polícia Federal que investiga a exportação de madeira ilegal apreendida em abril de 2021 para os Estados Unidos e a Europa.[165] Foram mandados de busca e apreensão e afastados dez servidores do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente.[166] Salles ainda teve seu telefone celular, tablet e outros aparelhos eletrônicos apreendidos pela polícia.[167]

Conforme a investigação, Salles agiu para favorecer empresas madeireiras com sede no Pará para suspender uma normativa do IBAMA que exigia autorização para exportação de madeira nativa.[167] O ministro e o presidente do IBAMA, de acordo com a Polícia Federal, ignoraram recomendações técnicas contrárias ao fim da normativa e legalizaram retroativamente milhares de cargas enviadas ao exterior sem autorização para comercialização.[167]

A situação que se apresenta é de grave esquema criminoso de caráter transnacional. Essa empreitada criminosa não apenas realiza o patrocínio do interesse privado de madeireiros e exportadores em prejuízo do interesse público, mas também tem criado sérios obstáculos à ação fiscalizatória do Poder Público no trato das questões ambientais com inegáveis prejuízos a toda a sociedade
— Relatório da Polícia Federal

 https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/05/4927935-cerco-se-fecha-contra-salles-e-situacao-esta--cada-vez-mais-insustentavel.html

Ricardo Salles teve os sigilos bancário e fiscal quebrados por autorização do ministro Moraes, uma vez que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontou operações suspeitas em suas contas.[166] Um dos relatórios do COAF demonstrou haver "movimentação extremamente atípica" de mais de quatorze milhões de reais no escritório de advocacia do qual o ministro é sócio junto a sua mãe, entre janeiro de 2012 e junho de 2020.[166]

O ministro negou o envolvimento na exploração de madeira.[168] Um dia após a operação, o presidente Jair Bolsonaro elogiou Salles, qualificando como um "excepcional ministro".[169] O relatório da operação policial, no entanto, apontou haver "fortes indícios" da participação de Salles em atividades ilícitas.[170]

Deputado Federal (2022-)[editar | editar código-fonte]

Salles se elegeu como deputado federal nas eleições de 2022 pelo PL com 440.918 votos (2,70%).[171]

No dia 18 de maio de 2023, foi nomeado o relator da CPI do MST.[172]

Investigações e condenação[editar | editar código-fonte]

Condenação por fraude ambiental[editar | editar código-fonte]

No início de 2017, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil para apurar supostas interferências no zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Várzea do Rio Tietê. De acordo com o MP, Salles e a Fiesp teriam modificado mapas elaborados pela Universidade de São Paulo, alterado minuta do decreto do plano de manejo e promovido perseguição a funcionários da Fundação Florestal, com o propósito de beneficiar setores empresariais - em especial, empresas da área de mineração, filiadas à Fiesp.[173][174] De acordo com Salles, essa seria uma polemização da indústria da consultoria de meio ambiente, que se viu atingida quando a atual gestão propôs uma reformulação na realização dos planos de manejo. Antes realizados sob uma "mentalidade ideológica" que impunha "restrição ao desenvolvimento" e tratava o setor produtivo como "persona non grata", passaram a ser feitos com recursos internos da própria Secretaria, estancando gastos que nos últimos três anos totalizaram R$ 18 milhões, em contratos com consultorias que iam de R$ 100 mil a R$ 3,6 milhões.[175]

Como resultado, em 19 de dezembro de 2018, a Justiça de São Paulo condenou Ricardo Salles por improbidade administrativa, à perda dos direitos políticos por três anos e a um pagamento de multa, afirmando que além da violação de normas legais e regulamentares, tolhendo a participação de outros setores que compunham o sistema ambiental, Salles atendia a interesses econômicos de um grupo restrito em detrimento da defesa do meio ambiente, violando os princípios constitucionais administrativos da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.[176] Salles declarou que recorreria da decisão.[177][178] Segundo Maurício Fernandes, do blog DireitoAmbeintal, alguns fatos trouxeram questionamentos sobre a motivação ideológica da condenação, como ela ter sido emitida logo antes do recesso do judiciário e da nomeação de Salles como Ministro do Meio Ambiente, além de uma suposta ideologia marxista na sentença condenatória.[179]

Investigação de atividade ilícita na Junta Comercial de São Paulo[editar | editar código-fonte]

Desde setembro de 2018, Salles é investigado pelo Ministério Público Estadual por intermediar processos administrativos e outras atividades supostamente ilícitas na Junta Comercial de São Paulo. Segundo a Ministério Público: "nota-se a presença de outros inquéritos instaurados para apurar as práticas criminosas envolvendo a empresa BNE Administração de Imóveis S/A que contratou o advogado Ricardo de Aquino Salles, ex-Secretário do Meio Ambiente da atual gestão executiva, para atuar junto a Jucesp, facilitando os procedimentos internos em benefício da empresa supracitada." Em sua defesa, o ex-secretário afirmou que o autor das denúncias, Eduardo Bottura, seria um "litigante profissional", com o hábito de ajuizar ações temerárias contra aqueles que tomam decisões que o contrariam.[180]

Acusação de improbidade administrativa[editar | editar código-fonte]

Segundo denúncia, em julho de 2017, Salles teria autorizado um processo administrativo para a manifestação de interesse da Sociedade de Propósito Específico (SPE) Vila Mariana JT Empreendimento Imobiliário, na aquisição de um prédio do Instituto Geológico, que faz parte da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A empresa teria como sócio, um amigo seu, Marco Fabio Turazzi Forte. A SPE pagaria mensalmente R$ 120 000 ao governo durante cinco anos, e mais R$ 5 milhões em 36 parcelas. Para a concretização da venda, Salles concordou em alienar o imóvel. No entanto, um parecer da consultoria jurídica não foi favorável ao negócio, por inviabilidade econômica. A negociação não seguiu, Salles demitiu-se do governo no mês seguinte, e o processo foi arquivado em agosto de 2018. Com a sua saída do cargo, o suposto ato de improbidade administrativa seria anulado. Assim, a ação foi arquivada pela Promotoria de Patrimônio Público e Social, que julgou que "se não havia informações no sentido de existência de efetivo prejuízo da administração, não havia sido ultrapassada a fase de meros atos preparatórios de eventual ato de improbidade administrativa que deixaram de ocorrer em face da pronta atuação da Promotoria de Justiça".[181]

Investigação de enriquecimento ilícito[editar | editar código-fonte]

O Ministério Público do Estado de São Paulo investiga Ricardo Salles em ação que trata de suposto enriquecimento ilícito durante os anos de 2012 a 2018. Em 2012, Salles declarou possuir R$ 1,4 milhão. Em 2018, quando já estava filiado ao partido Novo, fez uma nova declaração à Justiça no valor de 8,8 milhões de reais, aumentando, assim, o seu patrimônio em 335% durante 5 anos. A suspeita levantada pelo promotor do caso é de que ele tenha recebido recursos para fraudar o plano de manejo de área de proteção ambiental quando foi secretário em São Paulo.[182][183]

Investigação por tráfico de influência[editar | editar código-fonte]

Em inquérito do Ministério Público do Estado de São Paulo, Ricardo Salles é investigado por fazer pressão em policiais, delegados, juízes e usar relações pessoais e cargo político para tentar direcionar inquéritos e processos, segundo o MP, o atual ministro também tentou influenciar investigações na Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e comandou um esquema que falsificou documentos em processos judiciais por conta dos interesses de uma construtora.[184] Existem pelo menos 14 situações, entre os anos de 2014 e 2016, onde Salles é suspeito de incorrer no que pode ser considerado tráfico de influência, advocacia administrativa ou exploração de prestígio. Salles afirmou que trata-se de uma acusação mentirosa e sem qualquer fundamento.[185]

Denúncia por exportação de madeira ilegal[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2023, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra Ricardo Salles pela suposta prática de exportação de madeira ilegal foi aceita pela 4ª Vara Federal Criminal do Pará. Além de Salles, também o ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim, e outros servidores do instituto são acusados de integrar um esquema de contrabando para os Estados Unidos e para a Europa de madeira extraída ilegalmente na Amazônia, sob a liderança do ex-ministro do Meio Ambiente.[186][187]

Histórico eleitoral[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Partido Candidato a Votos % Resultado Ref
2006 Eleições estaduais em São Paulo em 2006 PFL Deputado Federal 9.466 0,05% Suplente [188]
2010 Eleições estaduais em São Paulo em 2010 DEM Deputado Estadual 26.552 0,15% Suplente [189]
2012 Eleição municipal de São Paulo em 2012 PSDB Vereador - - Renúncia [190]
2018 Eleições estaduais em São Paulo em 2018 NOVO Deputado Federal 36.603 0,17% Suplente [191]
2022 Eleições estaduais em São Paulo em 2022 PL Deputado Federal 640.918 2,70% Eleito [171]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Edição Extra | Nº 82-B, terça-feira, 30 de abril de 2019». Imprensa Nacional. 30 de abril de 2019. p. 8. Consultado em 15 de fevereiro de 2024 
  2. «Salles, Silveira, Ramagem e 'Capitã Cloroquina': ala 'ideológica' do bolsonarismo prepara filiação em peso ao PL». O Globo. 4 de fevereiro de 2022. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  3. Matoso, Filipe; Gomes, Pedro Henrique (23 de junho de 2021). «Cai o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente». G1. Consultado em 23 de junho de 2021 
  4. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Ricardo de Aquino Salles». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 22 de março de 2021 
  5. Redação do Brasil 247 (19 de julho de 2016). «Alckimin nomeia como secretário advogado que já defendeu a ditadura». Brasil 247. Consultado em 20 de julho de 2016 
  6. Movimento Endireita Brasil (site oficial)
  7. Silveira, Luciana. Fabricação de ideias, produção de consenso: estudo de caso do Instituto Millenium . Campinas, Unicamp:2013, p. 85
  8. a b Vinhal, Gabriela (9 de dezembro de 2018). «Bolsonaro anuncia Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente». Correio Braziliense. Consultado em 30 de setembro de 2020 
  9. Amaral, Ana Carolina (17 de abril de 2019). «Gestão Salles tem foco urbano, exonerações e fim de políticas do passado». Folha de S. Paulo. Consultado em 13 de maio de 2019 
  10. «Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana». Ministério do Meio Ambiente. Consultado em 13 de maio de 2019 
  11. «Futuro ministro Ricardo Salles defende mais agilidade no licenciamento ambiental». IstoÉ. 1 de janeiro de 2019. Consultado em 13 de maio de 2019 
  12. «Ricardo Salles: 10 'canetadas' e polêmicas que marcaram a gestão no Meio Ambiente». G1. 23 de junho de 2021. Consultado em 24 de junho de 2021 
  13. «Ministro do Meio Ambiente exonera o diretor de Proteção Ambiental do Ibama». G1. 14 de abril de 2020. Consultado em 24 de junho de 2021 
  14. «As acusações que pesam sobre Ricardo Salles». Deutsche Welle Brasil. 8 de julho de 2020. Consultado em 24 de junho de 2020 
  15. «Cai o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente». G1. 23 de junho de 2021. Consultado em 23 de junho de 2021 
  16. «Ricardo Salles é investigado por esquema de exportação ilegal de madeira; entenda». G1. 23 de junho de 2021. Consultado em 24 de junho de 2021 
  17. Por que os políticos mentem em seus currículos? Por Flávio Moura. Época, 23 de fevereiro de 2019.
  18. ricardosalles.com.br, ed. (18 de maio de 2018). «A experiência de Ricardo Salles na vida pública». Consultado em 23 de fevereiro de 2019 
  19. «Folha de S.Paulo - Opinião - Privatização, ainda que tardia - 11/02/2012». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  20. Demori, Leandro (23 de fevereiro de 2019). «Quem inventou a mentira de que o ministro Ricardo Salles estudou em Yale?». The Intercept (em inglês). Consultado em 23 de setembro de 2020 
  21. «Ministro do Meio Ambiente não estudou em Yale». Folha de S.Paulo. 26 de fevereiro de 2019. Consultado em 23 de setembro de 2020 
  22. uol.com.br (ed.). «Ricardo Salles (2006)». Consultado em 23 de abril de 2018 
  23. uol.com.br (ed.). «Ricardo Salles (2010)». Consultado em 23 de abril de 2018 
  24. ricardosalles.com.br (ed.). «Ricardo Salles (2006)». Consultado em 23 de abril de 2018 
  25. «Ricardo Salles – 3006». Consultado em 5 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2019 
  26. «Bolsonaro anuncia ex-secretário de São Paulo para Ministério do Meio Ambiente». Extra Online. Consultado em 9 de dezembro de 2018 
  27. «Comissão de Ética do partido Novo decide pela expulsão do ministro Ricardo Salles». G1. Consultado em 5 de junho de 2020 
  28. «Ricardo Salles diz que foi expulso do NOVO e que fica com Bolsonaro». Exame. 7 de maio de 2020. Consultado em 5 de junho de 2020 
  29. MEB, ed. (23 de setembro de 2009). «Estudante do Leadership Intitute, desmascarando esquerdistas». Consultado em 7 de maio de 2013 
  30. «The Leadership Institute» (em inglês). Consultado em 7 de maio de 2018 
  31. Folha de S.Paulo, ed. (14 de março de 2011). «Jovens de São Paulo fundam grupo para "endireitar" o país». Consultado em 26 de abril de 2018 
  32. Estadão, ed. (29 de maio de 2010). «Contra o excesso de impostos». Consultado em 7 de maio de 2018 
  33. Instituto Mises Brasil, ed. (23 de maio de 2010). «Dia da liberdade de impostos». Consultado em 26 de abril de 2018 
  34. Instituto Mises Brasil, ed. (31 de maio de 2015). «Dia da liberdade de impostos - 7ª edição». Consultado em 7 de maio de 2018 
  35. MEB, ed. (13 de agosto de 2007). «O Endireita Brasil é apenas um movimento anti-Lula?». Consultado em 26 de abril de 2018 
  36. Instituto Millenium (ed.). «Mantenedores e Parceiros». Consultado em 16 de maio de 2018 
  37. Instituto Mises Brasil, ed. (25 de maio de 2010). «Dia da liberdade de impostos». Consultado em 16 de maio de 2018 
  38. Instituto Mises Brasil, ed. (24 de maio de 2011). «Dia da liberdade de impostos - 3ª edição». Consultado em 16 de maio de 2018 
  39. Instituto Mises Brasil, ed. (24 de maio de 2012). «Dia da liberdade de impostos - 4ª edição». Consultado em 16 de maio de 2018 
  40. Instituto Mises Brasil, ed. (23 de maio de 2013). «Dia da liberdade de impostos - 5ª edição». Consultado em 16 de maio de 2018 
  41. Instituto Mises Brasil, ed. (27 de maio de 2014). «Dia da liberdade de impostos - 6ª edição». Consultado em 16 de maio de 2018 
  42. Instituto Mises Brasil, ed. (31 de maio de 2015). «Dia da liberdade de impostos - 7ª edição». Consultado em 16 de maio de 2018 
  43. «Grupo oferece R$1.000 por hostilidade contra Ciro Gomes». Exame. 2 de abril de 2016. Consultado em 14 de setembro de 2020 
  44. Rosa Costa (22 de agosto de 2012). Exame (Brasil), ed. «Senado recebe denúncia contra ministro do STF Dias Toffoli». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  45. Senado do Brasil, ed. (16 de outubro de 2012). «Mesa arquiva pedido de impeachment contra ministros do STF». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  46. Jornal da Gazeta, ed. (25 de abril de 2014). «Maria Lydia entrevista Ricardo Salles, secretário do governador Geraldo Alckmin». Consultado em 30 de abril de 2018 
  47. Kiko Nogueira (4 de abril de 2013). Diário do Centro do Mundo, ed. «Endireita, São Paulo: o depoimento de um pessedebista histórico sobre o governo Alckmin». Consultado em 27 de outubro de 2013 
  48. Folha de S.Paulo, ed. (5 de abril de 2013). «Aliados querem que Alckmin demita secretário». Consultado em 29 de abril de 2018 
  49. Folha de S.Paulo, ed. (18 de julho de 2016). «Advogado que relativizou crimes da ditadura volta ao governo de SP». Consultado em 26 de abril de 2018 
  50. Folha de S.Paulo, ed. (18 de julho de 2016). «Advogado que relativizou crimes da ditadura volta ao governo de SP». Consultado em 1 de maio de 2018 
  51. Folha de S.Paulo, ed. (21 de julho de 2016). «Novo secretário de Ambiente em SP quer lançar licenciamento eletrônico». Consultado em 1 de maio de 2018 
  52. A Tribuna, ed. (4 de agosto de 2017). «Cetesb multa terminais portuários em mais de R$ 1 milhão». Consultado em 26 de abril de 2018 
  53. A Tribuna, ed. (18 de janeiro de 2017). «Vale Fertilizantes é multada em R$ 8 milhões pelo sinistro com nitrato de amônio». Consultado em 26 de abril de 2018 
  54. A Tribuna, ed. (18 de janeiro de 2017). «Equipes tentam identificar ocupações irregulares na Vila Esperança». Consultado em 26 de abril de 2018 
  55. Folha de S.Paulo, ed. (9 de fevereiro de 2017). «Parques estaduais de São Paulo estão em lista de concessão para empresas». Consultado em 26 de abril de 2018 
  56. Brasil 247, ed. (19 de junho de 2016). «Ex-governador se diz enojado com novo secretário de Alckmin». Consultado em 1 de maio de 2018 
  57. Rodrigo Martins (5 de abril de 2013). CartaCapital, ed. «Ricardo Salles, secretário particular de Alckmin, o perfeito idiota paulistano». Consultado em 1 de maio de 2018 
  58. Brasil 247, ed. (28 de agosto de 2017). «Reaça-mor do Governo Alckmin pede demissão». Consultado em 1 de maio de 2018 
  59. Revista Fórum, ed. (1 de junho de 2017). «MP pede afastamento de secretário de Alckmin e indenização de 50 milhões». Consultado em 4 de maio de 2018 
  60. Revista Fórum, ed. (2 de junho de 2017). «Secretário de Alckmin acusado pelo MP tira licença e vai para Paris». Consultado em 4 de maio de 2018 
  61. «Após pressão partidária, Alckmin troca secretário do Meio Ambiente». Estadão. 28 de agosto de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 7 de abril de 2018 
  62. G1, ed. (28 de agosto de 2017). «Secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo entrega cargo». Consultado em 4 de maio de 2018 
  63. Jovem Pan, ed. (30 de agosto de 2017). «Alckmin minimiza pedido de demissão de secretário do Meio Ambiente». Consultado em 4 de maio de 2018 
  64. «Ricardo Salles: de ministro que queria "passar a boiada" a "RÉUlator" que pode ser preso». revistaforum.com.br (em spanish). 3 de setembro de 2023. Consultado em 5 de setembro de 2023 
  65. Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (16 de agosto de 2018). «Partido Novo reprova publicações de candidato a deputado federal no Twitter» 
  66. «Candidato do Partido Novo incita violência contra sem-terra em redes sociais» 
  67. «Ricardo Salles 3006» 
  68. Críticas de ambientalistas incluem,
  69. Girardi, Giovana. "Mudança do clima e combate ao desmatamento somem no Meio Ambiente de Bolsonaro". Programa Estadual de Mudanças Climáticas do Estado de São Paulo, 02/01/2019
  70. a b "Indefinição sobre política de clima e de controle do desmatamento preocupa representantes da área". Programa Estadual de Mudanças Climáticas do Estado de São Paulo, 02/01/2019
  71. Alencastro, Catarina. "Ambientalistas reclamam de desinformação da equipe de Bolsonaro". O Globo, 08/11/2018
  72. Phillips, Dom. "Jair Bolsonaro launches assault on Amazon rainforest protections". The Guardian, 02/01/2019
  73. Exemplos incluem
  74. Phillips, Dom. "Climate change a 'secondary' issue, says Brazil's environment minister". The Guardian, 10/12/2018
  75. Branford, Sue; Borges, Thais; Torres, Mauricio. "Bolsonaro shapes administration: Amazon, indigenous and landless at risk". Mongabay, 18/12/2018
  76. "Brazil's incoming environment minister found guilty of improper conduct". Reuters, 20/12/2018
  77. Maisonnave, Fabiano. "Brazil to review Paris Agreement status, says Bolsonaro environment minister". Climate Change News, 09/12/2018
  78. Alves, Lise. "Brazil’s New Environment Minister Both Criticized and Praised". The Rio Times, 11/12/2018
  79. a b Nassif, Lourdes. "Quem são os principais financiadores de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente". Jornal GGN, 17/12/2018
  80. "Bolsonaro disse que as críticas à indicação de Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente serviram para mostrar que a escolha foi acertada". O Sul, 12/12/2018
  81. Barbosa, Vanessa. "Quem é Ricardo Salles, novo ministro do Meio Ambiente". Exame, 27/12/2018
  82. Roxo, Sérgio. "Ambientalistas criticam escolha de novo ministro do Meio Ambiente". O Globo, 09/12/2018
  83. a b Blecher, Bruno. "Futuro ministro do Meio Ambiente é afinado com o agronegócio". Globo Rural, 09/12/2018
  84. Weissheimer, Marco Aurélio. "Expansão do agronegócio oculta pesado custo ambiental para o país". Repórter Brasil, 06/01/2006
  85. Machado, Ricardo. "O negacionismo pueril contra as evidências científicas é a nova trincheira da guerra cultural no Brasil". Revista do Instituto Humanitas — Unisinos, 04/04/2017
  86. Peres, João. "De olho na eleição, ruralistas criticam políticas contra o aquecimento global". Rede Brasil Atual, 31/03/2010
  87. "Em nota, entidades denunciam retrocessos do governo Temer pautados pelo agronegócio". Brasil de Fato, 11/05/2017
  88. Spring, Jake. "Brasil deve permanecer no Acordo de Paris, diz futuro ministro do Meio Ambiente". Reuters, 11/12/2018
  89. a b "Ministro critica fiscalização ambiental mais uma vez e é contestado em evento no MPF". Instituto Socioambiental, 23/01/2019
  90. IPCC. Climate Change 2013: The Physical Science Basis: Technical Summary. Contribution of Working Group I (WGI) to the Fifth Assessment Report (AR5) of the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), 2013, p. 60
  91. Alencastro, Catarina. Governo acaba com secretaria dedicada a mudanças climáticas e gera temor entre cientistas". O Globo, 07/01/2019
  92. Camargo, Suzana. "Ministro do Meio Ambiente diz que pode rever Unidades de Conservação e liberar ferrovias nessas áreas protegidas". Conexão Planeta, 09/01/2019
  93. "Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, exonera 21 superintendentes do Ibama". Envolverde, 01/03/2019
  94. "Agronegócio terá licença ambiental automática". O Estado de São Paulo, 21/12/2018
  95. Sardinha, Edson. "Presidente do Ibama pede exoneração um dia após criticar Bolsonaro e ministro". Congresso em Foco, 07/01/2019
  96. "Agromitômetro: Ricardo Salles". Observatório do Clima, 12/01/2019
  97. "Agromitômetro edição extra: Ricardo Salles no Roda Viva". Observatório do Clima, 19/02/2019
  98. «Observatório do Clima | Agromitômetro: Ricardo Salles». Observatório do Clima (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2021 
  99. Ângelo, Maurício. "O que a agenda do Ministro de Minas e Energia revela sobre as prioridades do setor energético". Instituto de Estudos Socioeconômicos, 01/03/2019
  100. Bragança, Daniele & Rodrigues, Sabrina. "Após declarações de Ricardo Salles, INPE divulga as diferenças entre os sistemas de monitoramento". O Eco, 17/01/2019
  101. "Ruralista e réu por improbidade, Ricardo Salles comandará a subpasta do Meio Ambiente". Observatório do Clima, 09/12/2018
  102. "Posicionamento do Greenpeace sobre nomeação de Ricardo Salles para ministro do Meio Ambiente". Greenpeace, 09/12/2018
  103. Peron, Isadora & Zaia, Cristiano. "Salles assumiu para liquidar ministério, afirma Marina". Valor Econômico, 21/01/2019
  104. "Nota oficial da APqC sobre a indicação de Ricardo Salles para o cargo do Ministro do Meio Ambiente". Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, 10,12/2018
  105. [6]
  106. Angelo, Claudio. [A ignorância de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, sobre Chico Mendes"]. Época, 15/02/2019
  107. Grandelle, Renato. "Salles culpa 'esquerdopatas' ao ser criticado por afirmar que 'não é relevante conhecer Chico Mendes'." O Globo, 12/02/2019
  108. Lichterbeck, Philipp. "O projeto de Mefistófeles". Deutsche Welle, 06/03/2019
  109. "O caso do ministro que comparou crítica de jornal ao nazismo". 'Diário da Amazônia, 08/03/2019
  110. "Ministro evoca nazismo para responder a colunista da DW". Terra Notícias, o07/03/2019
  111. "Manifesto pela saída de Ricardo Salles já tem mais de 285 mil assinaturas". Rede Brasil Atual, 17/02/2019
  112. Gortázar, Naiara & Betim, Felipe. "Uma inédita frente de ex-ministros do Meio Ambiente contra o desmonte de Bolsonaro". El País, 09/05/2019
  113. «Carta de ex-ministros pode ameaçar estabilidade de Ricardo Salles». Jornal da USP. 20 de junho de 2020. Consultado em 20 de junho de 2020. Cópia arquivada em 20 de junho de 2020 
  114. Trigueiro, André (9 de maio de 2020). «Em carta, oito ex-ministros do Meio Ambiente pedem a não votação da MP da Grilagem». G1. G1. Consultado em 20 de junho de 2020 
  115. «Ex-ministros do Meio Ambiente divulgam carta em defesa da democracia e da sustentabilidade - Política». Estadão. 18 de junho de 2020. Consultado em 20 de junho de 2020 
  116. Justiça Federal da 3ª Região. Ação Popular (66) Nº 5032146-90.2018.4.03.6100. 10ª Vara Cível Federal de São Paulo. Autor: Ricardo Amin Abrahão Nacle. Réu: Ricardo Aquino de Salles, União Federal.
  117. Juiz nega liminar e mantém Salles no Meio Ambiente de Bolsonaro. Por Luiz Vassallo e Fausto Macedo. Estadão, 15 janeiro 2019.
  118. Lara, Walace. "MP pede à Justiça que ministro do Meio Ambiente deixe pasta devido a condenação em 1ª instância. Pedido se baseia em condenação de Ricardo Salles por improbidade administrativa quando ele chefiou secretaria em SP. Ministro não comentou o caso, pois está em Brumadinho G1, 26 de janeiro de 2019.
  119. «MPF pede afastamento de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente por improbidade administrativa». MPF. Consultado em 7 de julho de 2020 
  120. «Juiz pede à Procuradoria que apresente cópia de processos contra Salles para evitar 'decisões conflitantes'». Fausto Macedo. Consultado em 7 de julho de 2020 
  121. Poder Judiciário. Justiça Federal de Primeiro Grau. Ação Popular (66) Nº 5032186-72.2018.4.03.6100 / 6ª Vara Cível Federal de São Paulo. Réus: União Federal, Jair Messias Bolsonaro, Ricardo de Aquino Salles
  122. STF vai decidir sobre saída do ministro Ricardo Salles do Meio Ambiente. Sem competência para decidir, Justiça Federal de São Paulo transfere ação popular para a Corte Suprema. Por Cida de Oliveira. Rede Brasil Atual, 24 de janeiro de 2019.
  123. a b «Ricardo Salles recebe 'prêmio Exterminador do Futuro' na Câmara». ((o))eco. 9 de outubro de 2019. Consultado em 22 de abril de 2021 
  124. «Ricardo Salles recebe prêmio 'Exterminador do Futuro' em audiência pública na Câmara dos Deputados». Conexão Planeta. 9 de outubro de 2019. Consultado em 22 de abril de 2021 
  125. «Ricardo Salles recebe "prêmio" de Exterminador do Futuro na Câmara». Congresso em Foco. 9 de outubro de 2019. Consultado em 22 de abril de 2021 
  126. «Os bastidores da entrega do "Prêmio Exterminador do Futuro" a Ricardo Salles». Greenpeace Brasil. Consultado em 22 de abril de 2021 
  127. «Greenpeace derrama óleo no Palácio do Planalto em ato contra manchas de petróleo no Nordeste». Folha de S.Paulo. Grupo Folha. 23 de outubro de 2019. Consultado em 23 de outubro de 2019 
  128. a b «Vídeo do Greenpeace é editado para sustentar que ONG negou ajuda ao Nordeste | Aos Fatos». aosfatos.org. Consultado em 15 de abril de 2021 
  129. «Membros do Greenpeace presos por atividades nocivas ao meio ambiente». Correio Braziliense. 23 de outubro de 2019. Consultado em 23 de outubro de 2019 
  130. «Salles chama manifestantes do Greenpeace de 'ecoterroristas' após ato na porta do Planalto». O Globo. Rede Globo. 23 de outubro de 2019. Consultado em 22 de outubro de 2019 
  131. a b Welle (www.dw.com), Deutsche. «Sem provas, Salles insinua que Greenpeace é culpado por manchas de óleo | DW | 24.10.2019». DW.COM. Consultado em 15 de abril de 2021 
  132. Johanns Eller (22 de outubro de 2019). «Ricardo Salles ironiza atuação do Greenpeace no Nordeste, e ONG cobra ação para conter crise do óleo». O Globo. Rede Globo. Consultado em 22 de outubro de 2019 
  133. «Moro sai e acusa Bolsonaro de interferência política e ignorar carta branca». UOL. 24 de abril de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  134. «'Verdade foi dita, exposta em vídeo', diz Moro após divulgação de reunião ministerial». G1. 22 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  135. «Ministro Celso de Mello autoriza acesso a vídeo de reunião ministerial» (em inglês). Supremo Tribunal Federal. 22 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  136. «Entidades repudiam fala de Ricardo Salles em reunião ministerial | DW | 23.05.2020». Deutsche Welle. 23 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  137. Colombari, Emanuel (22 de maio de 2020). «Salles cita foco da imprensa na covid para 'passar boiada' e aprovar leis». UOL. Consultado em 28 de maio de 2020 
  138. Camila Belizário Ribeiro; Maria Clotilde Almeida (28 de julho de 2021), «"Passando a boiada": aspectos dialógicos e interdiscursivos em textos relacionados ao discurso do Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles», Revista de Estudos da Linguagem, ISSN 0104-0588, 29 (4): 2335-2366, doi:10.17851/2237-2083.29.4.2335-2366, Wikidata Q108064009 
  139. «Entidades ligadas ao meio ambiente criticam fala de Ricardo Salles durante reunião ministerial». G1. 22 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  140. «Ricardo Salles deve ser retirado imediatamente do Ministério de Meio Ambiente». Greenpeace Brasil. 23 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  141. «'Imagine as coisas que foram ditas longe da câmera', diz Greta Thunberg sobre fala de Ricardo Salles em reunião ministerial». G1. 24 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  142. «Greta Thunberg critica fala de Ricardo Salles sobre Amazônia em reunião ministerial». Catraca Livre. 23 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  143. «ONGs da Mata Atlântica repudiam decreto proposto por Salles». Direto da Ciência. 27 de abril de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  144. «Observatório do Clima pede saída de Salles da pasta do Meio Ambiente». Vermelho. 25 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  145. «Ministério Público Federal pede suspensão da nomeação de nova presidente do Iphan». O Globo. 27 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  146. «Ex-chefe do Iphan diz que perdeu o cargo por pressão de Flávio Bolsonaro». Estado de Minas. Estado de Minas. 25 de maio de 2020. Consultado em 28 de maio de 2020 
  147. «PF atribui a Ricardo Salles obstrução de investigação ambiental, favorecimento de madeireiros e organização criminosa». Fausto Macedo. Consultado em 19 de abril de 2021 
  148. «Polícia Federal aciona o Supremo contra Ricardo Salles e diz que ministro dificultou ação de órgãos ambientais». G1. Consultado em 15 de abril de 2021 
  149. «'Duas caixas de documentos': entenda denúncia feita por superintendente da PF contra ministro Ricardo Salles». BBC News Brasil. Consultado em 19 de abril de 2021 
  150. «PF diz ao STF que Salles atrapalha fiscalização ambiental e pede que ministro seja investigado». Folha de S. Paulo. 14 de abril de 2021. Consultado em 15 de abril de 2021 
  151. «Ex-superintendente da PF no Amazonas diz que ministro Ricardo Salles 'defende infratores ambientais'». G1. Consultado em 16 de abril de 2021 
  152. Vascocellos, Jorge (16 de abril de 2021). «Acusação contra Salles provoca demissão na PF no Amazonas». Correio Braziliense. Consultado em 24 de junho de 2021 
  153. «Novo chefe da PF, Paulo Maiurino atuou no mensalão e é próximo de Toffoli». noticias.uol.com.br. Consultado em 16 de abril de 2021 
  154. «'Não fui comunicado', diz chefe da PF no Amazonas que imputou crimes a Ricardo Salles e caiu». Fausto Macedo. Consultado em 19 de abril de 2021 
  155. Oliveira, Cleber (16 de abril de 2021). «Chefe da PF no Amazonas era o 'alvo a ser abatido', disseram madeireiros». AMAZONAS ATUAL. Consultado em 19 de abril de 2021 
  156. «Cármen Lúcia será relatora de pedido de investigação do ministro Ricardo Salles». G1. Consultado em 19 de abril de 2021 
  157. «Cármen Lúcia vê 'gravidade incontestável' e manda para a PGR notícias-crime contra Salles». G1. Consultado em 5 de maio de 2021 
  158. «PGR pede esclarecimentos a Salles sobre acusações de favorecimento a madeireiros». G1. Consultado em 5 de maio de 2021 
  159. «PGR pede abertura de inquérito para investigar Salles». Folha de S.Paulo. 31 de maio de 2021. Consultado em 1 de junho de 2021 
  160. «Ministério Público junto ao TCU pede afastamento de Ricardo Salles». Poder360. 16 de abril de 2021. Consultado em 20 de abril de 2021 
  161. Furtado, Lucas Rocha (14 de abril de 2021). «REPRESENTAÇÃO COM PEDIDO DE ADOÇÃO DE MEDIDA CAUTELAR» (PDF). Tribunal de Contas da União. Consultado em 20 de abril de 2021 
  162. «Subprocurador do TCU volta a pedir afastamento de Ricardo Salles, agora por avanço do desmatamento na Amazônia». Fausto Macedo. Consultado em 20 de abril de 2021 
  163. Neto, Nelson Lima. «Senador pede que STF afaste imediatamente Ricardo Salles após denúncias de delegado da PF». Ancelmo - O Globo. Consultado em 20 de abril de 2021 
  164. Leitão, Míriam. «MP de Contas quer Salles investigado por improbidade administrativa». Míriam Leitão - O Globo. Consultado em 5 de maio de 2021 
  165. «Ricardo Salles e presidente do Ibama são alvos de operação que investiga exportação ilegal de madeira». G1. Consultado em 20 de maio de 2021 
  166. a b c «Ricardo Salles: entenda operação contra exportação ilegal de madeira que mira ministro do Meio Ambiente». G1. Consultado em 28 de maio de 2021 
  167. a b c Fernandes, Augusto (31 de maio de 2021). «Cerco se fecha contra Salles e situação está cada vez mais insustentável». Correio Braziliense. Consultado em 24 de junho de 2021 
  168. «Brazilian police raid environment ministry over 'illegal' timber sales». the Guardian (em inglês). 19 de maio de 2021. Consultado em 20 de maio de 2021 
  169. «Bolsonaro diz que Salles é um ministro excepcional, mas enfrenta setores aparelhados do MP». economia.uol.com.br. Consultado em 28 de maio de 2021 
  170. «PF diz que crimes do presidente do Ibama estão 'já configurados' e cita 'fortes indícios' contra ministro Ricardo Salles». O Globo. 25 de maio de 2021. Consultado em 28 de maio de 2021 
  171. a b «Veja os candidatos a deputado federal mais votados pelo estado de São Paulo». G1. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  172. «Câmara instala CPI do MST com Ricardo Salles na relatoria». Nexo Jornal. 18 de maio de 2023. Consultado em 19 de maio de 2023. Cópia arquivada em 19 de maio de 2023 
  173. Como Ricardo Salles adulterou um mapa ambiental para beneficiar mineradoras. Por Tatiana Dias e Rosângela Lotfi. The Intercept, 4 de Fevereiro de 2019.
  174. «MP abre inquérito de improbidade contra secretário de Meio Ambiente». Estadão. 17 de fevereiro de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 5 de maio de 2018 
  175. «Secretário de Meio Ambiente critica ambientalistas e defende 'reequilíbrio de oportunidades' para o setor produtivo». Estadão. 21 de março de 2017. Consultado em 10 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 6 de maio de 2018 
  176. «Justiça de SP condena futuro ministro do Meio Ambiente por improbidade administrativa» 
  177. Ricardo Salles: o ministro que pode ser o primeiro "ficha suja" do governo Bolsonaro. Por Fernando Cesarotti. Vice Brasil, 4 de janeiro de 2019.
  178. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Comarca de São Paulo. Foro Central - 3ª Vara da Fazenda Pública.Sentença. Processo Digital nº: 1023452-67.2017.8.26.0053. Classe - Assunto: Ação Civil de Improbidade Administrativa - Violação aos Princípios Administrativos. Requerente: Ministério Público do Estado de São Paulo.
  179. DireitoAmbiental.Com (20 de dezembro de 2018). «Sentença contra Salles cita doutrina marxista e desdenha de seu objetivo de desburocratizar processos». Direito Ambiental. Consultado em 27 de abril de 2019 
  180. «Cotado para Meio Ambiente, Ricardo Salles tem denúncia por improbidade». revistagloborural.globo.com/. Consultado em 12 de dezembro de 2018 
  181. «Ricardo Salles já foi acusado de tentar vender prédio público para amigo | Poder SP». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 12 de dezembro de 2018 
  182. «MP investiga Ricardo Salles por suposto enriquecimento ilícito». 18 de agosto de 2019 
  183. «Promotoria investiga ministro do Meio Ambiente por enriquecimento ilícito». 17 de agosto de 2019 
  184. «MP investiga Salles por acossar perito; relatos citam uso indevido de cargo» 
  185. «Salles é investigado por tráfico de influência em SP, diz site». 13 de dezembro de 2019 
  186. «Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles vira réu por exportação ilegal de madeira». CNN Brasil. 28 de agosto de 2023. Consultado em 30 de setembro de 2023 
  187. «Ricardo Salles se torna réu no Pará; a acusação é de ter facilitado o contrabando de madeira ilegal para os EUA e para a Europa». G1. 29 de agosto de 2023. Consultado em 30 de setembro de 2023 
  188. «Eleição Estadual São Paulo 2006 - Resultados». Estadão. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  189. «Apuração 1º Turno 2010 - São Paulo». Estadão. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  190. «RICARDO SALLES». Poder360 
  191. «Ricardo Salles 3006 NOVO/SP». Estadão. Consultado em 8 de outubro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Edson Duarte

21º Ministro do Meio Ambiente do Brasil

2019 – 2021
Sucedido por
Joaquim Alvaro Pereira Leite
Precedido por
Patricia Iglecias

Secretário do Meio Ambiente de São Paulo

2016 – 2017
Sucedido por
Mauricio Brusadin