Carla Zambelli

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Carla Zambelli
Carla Zambelli
Zambelli em 2022
Deputada federal por São Paulo
Período 1º de fevereiro de 2019
até a atualidade
Legislatura 56ª (2019–2023)
57ª (2023–2027)
Dados pessoais
Nome completo Carla Zambelli Salgado de Oliveira
Nascimento 3 de julho de 1980 (43 anos)
Ribeirão Preto, SP
Nacionalidade brasileira
Prêmio(s)
Partido PEN (2016-2017)
NOVO (2017-2018)
PSL (2018-2022)
UNIÃO (2022)
PL (2022-presente)
Ocupação política
Website https://www.carlazambelli.com.br/

Carla Zambelli Salgado de Oliveira (Ribeirão Preto, 3 de julho de 1980)[3] é uma política brasileira, filiada ao Partido Liberal (PL). Foi uma das fundadoras do movimento Nas Ruas[4], tendo obtido notoriedade por integrar o grupo feminista Femen no início dos anos 2010 e depois ter se atrelado ao movimento ultraconservador e de extrema-direita no Brasil.[5][6] Nas eleições de 2018, elegeu-se deputada federal por São Paulo, pelo Partido Social Liberal (PSL).[7] Em 2022, foi eleita novamente deputada federal pelo referido estado.[8]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Carla alega não ter, atualmente, ligação alguma com o grupo Femen[9], embora tenha participado de protestos do grupo[10] e sido identificada como fundadora e porta-voz do coletivo em reportagem da época[11], ou mesmo ser feminista, inclusive explicando que a confusão se deve ao fato Sara Giromini, com quem ali ela protestava ser do grupo e não ter esclarecido os pontos que o movimento radical defendia, causando um rompimento das partes, que só viria a ser restabelecida quando Sara passasse a defender pautas mais conservadoras e da direita. Começou a trabalhar como gerente de projetos na empresa KPMG Consultoria em 2015, ano em que o movimento Nas Ruas ganhou notoriedade por causa dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff, tornando-se conhecida do grande público a partir das redes sociais e passando a transitar mais pela Câmara dos Deputados.[12]

Ao longo de sua militância, se envolveu em alguns momentos conturbados.

Em julho de 2016, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski se irritou com um boneco inflável gigante que fazia referência a ele, durante protesto organizado pelo grupo Nas Ruas. O Supremo Tribunal Federal enviou ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, pedindo que providências fossem tomadas contra os responsáveis pelo ato, citando Carla como suposta líder da manifestação.[13]

Em junho de 2017, Carla se envolveu em um conflito com Paulo Pimenta (PT-RS) ao acusá-lo de roubo. O vídeo em que o petista lhe dá voz de prisão foi publicado nas redes pela própria ativista, que chegou a ser encaminhada para a delegacia do Congresso.[14][15] O deputado petista, contudo, não formalizou nenhuma queixa contra ela.[16]

Zambelli tem um perfil alinhado à direita, sendo liberal na economia e conservadora nos costumes.[17] Em 2017 se declarou monarquista, após conversas com membros da família imperial.[18] É contra a política de cotas, exceto para pessoas com deficiência.[7]

Deputada federal[editar | editar código-fonte]

Zambelli ao lado do presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2022.

Nas eleições de 2018, foi eleita deputada federal pelo PSL.[19][20] Afirmou que sua linha de atuação na Câmara dos Deputados continuaria sendo o combate à corrupção. De acordo com Zambelli, isso seria feito por meio de três pilares: "menos Estado, mais justiça e educação de verdade".[7]

Em 2019, foi convidada a viajar à China, a fim de conhecer o novo sistema de reconhecimento facial produzido pelos chineses.[21][22]

No dia 25 de agosto de 2022, foi eleita melhor deputada pelo público na categoria "Melhores na Câmara", no prêmio Congresso em Foco.[23]

Em 2 de outubro de 2022, foi reeleita deputada federal, sendo a segunda mais votada do estado de São Paulo e a terceira mais votada do país.[24]

Polêmicas[editar | editar código-fonte]

Indenização a Jean Wylllys[editar | editar código-fonte]

Em 2018, a associação Brasil nas Ruas, presidida por Zambelli, foi processada por danos morais ao publicar Fake News insinuando que o Deputado Jean Wyllys cometia crime de pedofilia.[25] Após ser condenada a pagar R$ 40 mil reais, a deputada recém-eleita afirmou que o valor seria pago com crowdfunding de seus eleitores, pois ela já tinha destino para seu novo salário de deputada.[26]

Ingresso do filho em Colégio Militar[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 2019, a revista Veja divulgou que o filho de Carla Zambelli foi matriculado no ensino fundamental do Colégio Militar de Brasília sem passar pelo processo tradicional da seleção de candidatos.[27] Nas redes sociais, a deputada negou irregularidades e relatou que seu filho de 11 anos vinha sofrendo ameaças em São Paulo e que ele estaria seguro ingressando em uma escola militarizada.[28]

Twite sobre a morte de Gustavo Bebianno[editar | editar código-fonte]

Após o ex-secretário-geral da Presidência Gustavo Bebianno morrer vítima de um infarto fulminante, Carla Zambelli publicou um tweet polêmico em alusão à sua morte. A parlamentar havia postado uma passagem bíblica.

O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.

Isaías 14:24.

Todos que se colocarem contra o projeto de Deus serão flechados e voltarão, naturalmente, às suas origens
— Carla Zambelli em seu Twitter, 14 de março de 2020

Após a repercussão, a deputada apagou o tweet e disse que foi mal interpretada. "Eu li que já estão fazendo conjecturas, ligando a morte dele (Bebianno) ao presidente Jair Bolsonaro. Eu só quis dizer que a morte foi natural", disse a parlamentar. Ela também confirmou que a publicação fazia mesmo referência à morte do ex-ministro.[29][30]

Acusações éticas[editar | editar código-fonte]

Carla Zambelli foi alvo de uma representação do PSL por quebra de decoro, o que poderia levar a sua cassação, por ter ofendido a deputada Joice Hasselmann ao publicar no Twitter a hashtag "#DeixedeSeguirAPepa", uma referência à personagem de desenho animado Peppa Pig. A defesa da deputada argumentou que "…um meme não será jamais motivo de falta de decoro ou ética com o colega, visto que a própria vítima neste caso, em suas publicações, e mais graves e sem apoio, já alegou de seu lado, contra a representada, sem provas que Carla Zambelli teria ‘abortado’, que seria 'prostituta'…". Em fevereiro de 2020, o Conselho de Ética arquivou a representação por 13 votos a 0. O relator da representação, Márcio Marinho (Republicanos) afirmou que os deputados têm imunidade parlamentar, o que garante que eles não possam serem processados por emitirem suas opiniões.[31][32][33]

Boatos sobre o Ceará[editar | editar código-fonte]

Em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, a deputada federal sugeriu que o estado do Ceará estaria inflando o número de mortos por COVID-19.[34]

No Ceará, tem caixão sendo enterrado vazio, tem uma foto de uma moça carregando caixão com os dedinhos.
— Carla Zambelli, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

O governo do estado do Ceará, administrado por Camilo Santana (PT), divulgou nota repudiando as declarações, chamando-as de um insulto aos profissionais de saúde cearenses e um desrespeito às famílias das vítimas, além de informar que entraria com uma ação por denunciação caluniosa por espalhar fake news.[35][35] O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) também anunciou que acionaria a Justiça contra a deputada Carla Zambelli por esse caso.[36]

Indicação de Sérgio Moro ao STF[editar | editar código-fonte]

Em mensagens reveladas no Jornal Nacional, fornecidas pelo ex-juiz Sergio Moro, a deputada federal aparece tentando manter Moro como Ministro da Justiça e Segurança Pública em troca de buscar convencer o Presidente da República Jair Bolsonaro a indicá-lo a uma vaga para o Supremo Tribunal Federal.[37] Diante do ocorrido, o PSOL protocolou um pedido de cassação da deputada federal, acusada pelo partido de abusar de suas prerrogativas, configurando quebra de decoro parlamentar, além de acusá-la de advocacia administrativa e prevaricação.[38] A executiva nacional do PT também entrou com uma notícia-crime no STF contra Carla Zambelli, por suspeita de tráfico de influência e de advocacia administrativa.[39]

Antecipação de operação da PF[editar | editar código-fonte]

No dia 25 de maio de 2020, em meio a polêmica sobre interferência da presidência na Polícia Federal e após a divulgação do vídeo da reunião ministerial em que Bolsonaro aparece se queixando de que a PF não o antecipava informações[40] e após o empresário Paulo Marinho revelar que a família Bolsonaro já recebera informações sigilosas de investigações da Polícia Federal no caso Queiroz,[41] a deputada, que é forte interlocutora do presidente Jair Bolsonaro, declarou que haveria uma operação da Polícia Federal contra governadores por investigações de corrupção e lavagem de dinheiro nas medidas de combate ao coronavírus.[42]

A gente já teve operações da Polícia Federal que estavam na agulha para sair, mas não saíam. E a gente deve ter nos próximos meses o que a gente vai chamar talvez de Covidão, ou de, não sei qual é o nome que eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal
— Carla Zambelli em entrevista à Rádio Gaúcha, em 25 de maio de 2020

No dia seguinte, em 26 de maio, a Polícia Federal deflagrou a Operação Placebo, no Rio de Janeiro, contra corrupção e lavagem de dinheiro em ações do governo estadual, em que foi realizadas ações de busca e apreensão contra o governador e rival político de Bolsonaro, Wilson Witzel e contra a primeira-dama do estado, Helena Witzel tanto nos endereços oficiais quanto no escritório de advocacia de Helena. Horas após a operação, Witzel declarou, em nota oficial, que era clara a intervenção da presidência no inquérito e sobre antecipação de informações por parte de deputados bolsonaristas.[43]

Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada.
— Wilson Witzel, 26 de maio de 2020

Incitação de ataques a deputado[editar | editar código-fonte]

Após o deputado Rogério Correia (PT) divulgar o envio ao ministro Alexandre de Moraes um pedido de retenção do passaporte de Abraham Weintraub, que sendo investigado, dava indícios de que queira deixar o Brasil, Carla Zambelli respondeu a uma publicação de Correia nas redes sociais:

Hoje vc vai sentir o tsunami Bolsonarista em suas redes. Seu ato é uma afronta ao povo brasileiro que votou em Bolsonaro e Vc não respeita o PROCESSO DEMOCRÁTICO! DITADORZINHO!

Após isso, o deputado começou a receber diversas ameças, e respondeu a Zambeli:

Não é possível. A deputada faz uma ameaça dessas e depois chegam até ameaças de morte. Recebi ameaças de morte horas depois. Vou pedir uma investigação à polícia e ao STF, para o gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Percebi muitos robôs, muitas mensagens, com muitos xingamentos e ódios. Isso só comprova como os bolsonaristas agem de fato

Procurada para comentar, Zambeli tentou minimizar o caso, dizendo que também recebe "ameaças petistas".[44]

Falsa infecção por COVID-19[editar | editar código-fonte]

Em 19 de agosto de 2020, Zambelli anunciou publicamente estar com COVID-19 e que faria uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia cientificamente comprovada para tratar a doença.[45]. Dois dias depois, ela escreveu na rede social Facebook que estava "sem conseguir dormir com dor no corpo" e pedia orações. A deputada deixou um comentário na mesma postagem desejando "força e muita força!" a si mesma, para concluir com o autoelogio "você é nossa representante". Posteriormente, Zambelli responsabilizou uma assessora pelo comentário deixado para si mesma[46][47]

Em 24 de agosto, a deputada foi internada no hospital particular DF Star, em Brasília, para supostamente se tratar de COVID-19.[48] Dois dias depois, ela postou no Twitter uma imagem em que afirmava estar curada da COVID-19 e ter se tratado com hidroxicloroquina, medicamento do qual fez propaganda diversas vezes enquanto estava dizia estar doente.[49] Contudo, em 28 de agosto, o hospital em que Zambelli havia sido internada divulgou uma nota para esclarecer que a parlamentar jamais havia sido infectada pelo vírus SARS-Cov-2, tendo sido internada para o tratamento de endometriose.[50] Zambelli defendeu-se dizendo que o diagnóstico inicial havia sido de falso positivo, informação não confirmada pelo hospital.[51]

Informações falsas e ataques ao STF[editar | editar código-fonte]

Segundo o levantamento do Aos Fatos de maio de 2020, Carla Zambeli e um grupo de sete deputados investigados no inquérito das fake news publicaram em média duas postagens por dia em rede social em um período de três meses, com desinformação ou mencionando o STF de forma crítica.[52]

Em maio de 2023, Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro foram multados, pela divulgação de vídeo descontextualizado sobre Lula durante as eleições de 2022. Segundo a decisão do TSE, os acusados compartilharam informações falsas em suas redes sociais com o intuito de prejudicar a candidatura do ex-presidente Lula. O vídeo, produzido por Ferreira e partilhado pelos parlamentares, associou o slogan “Faz o L” com o incentivo ao uso de drogas por crianças e adolescentes, a associação desses comportamentos à criminalidade e a propostas de censura de redes sociais.[53][54][55]

Processo de Xuxa Meneghel[editar | editar código-fonte]

A apresentadora Xuxa Meneghel entrou com um processo de danos morais negado contra Zambelli. A ação era movida contra a deputada federal após críticas ao livro "Maya", direcionado ao público infantil sobre uma menina que está no céu aguardando a família ideal para descer à Terra. Maya passa a ter uma família formada por duas mães e Xuxa mostra como as crianças nascem puras e livres de qualquer tipo de preconceito. A história, segundo a apresentadora, foi inspirada em um casal de amigas e a filha delas, que dá nome à obra, é afilhada de Xuxa.

Zambelli publicou nas redes sociais críticas ao livro, que nem havia sido publicado ainda. Em vídeo, ela alegou que poderia levar a "destruição de valores humanos das crianças". Xuxa pedia indenização por dano moral fixada em R$ 150 mil, mas a juíza Carolina Pereira de Castro da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou o pedido improcedente e extinguiu o processo.[56] Xuxa ainda foi obrigada a pagar pelas custas processuais.[57]

Processo contra a Wikimedia Foundation[editar | editar código-fonte]

No dia 6 de julho de 2022, foi noticiado que Zambelli processou a Wikimedia Foundation, fundação responsável por administrar a enciclopédia livre e colaborativa Wikipédia. Segundo a deputada, ela já "tentou argumentar com os gestores do site", e não obteve sucesso. Ela afirma "nunca ter integrado o movimento Femen Brazil", e questiona a informação sobre o uso de uma "vaquinha" on-line feita por eleitores para ajudá-la a pagar o ex-deputado Jean Wyllys, que a processou por danos morais. Zambelli quer que a Justiça obrigue a Wikipédia a retirar as duas informações de sua biografia, limite as edições das informações e identifique aqueles que buscam alterar dados.[58]

Processo de Manuela d'Ávila[editar | editar código-fonte]

Em 2022 o Tribunal de Justiça do estado do Rio Grande do Sul (TJRS) condenou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a pagar R$ 20 mil à ex-deputada Manuela d'Ávila (PSOL-RS) por ter postado uma montagem de uma foto da ex-parlamentar com chifres em alusão ao diabo.[59][60]

Na legenda, a deputada criticava a postura das colegas por terem celebrado a legalização do aborto na Colômbia. Zambelli as acusou “genocidas”, conduta tipificada como crime no ordenamento nacional e internacional. Em primeira instância, o pedido indenizatório protocolado por Manuela havia sido julgado improcedente. Na sentença, o magistrado entendeu que não havia sido demonstrado prejuízo ou dano a imagem e reputação da ex-deputada. No entanto, por decisão unânime, a 10ª Câmara Cível do TJRS contrariou o entendimento do juiz e condenou Zambelli ao pagamento de 20 mil reais de indenização por danos morais.[61][62]

Perseguição armada a eleitor e porte ilegal de arma[editar | editar código-fonte]

Em 29 de outubro de 2022, após uma discussão com eleitores em uma rua situada no bairro dos Jardins, em São Paulo, Zambelli persegue um deles, apontando uma arma de fogo contra ele.[63] Ela alegou ter sido agredida fisicamente, acusando seus opositores de usarem "um homem negro para vir em cima de mim".[63] Porém, a alegação foi desmentida com a divulgação de vídeos que mostram o momento em que ela discute com os eleitores, tropeça sozinha e, armada, persegue um dos homens, acompanhada de seguranças pessoais dela.[63][64]

O caso ocorreu na véspera do segundo turno das eleições, data em que a legislação eleitoral proíbe o transporte de armas e munições, configurando porte ilegal de arma.[64]

Após o ocorrido, diversos deputados anunciaram que pediriam a cassação da deputada.[65] Em fevereiro de 2024, ela foi intimada a prestar esclarecimentos ao STF.[66]

Proibição das redes sociais[editar | editar código-fonte]

No dia 2 de novembro de 2022, O juiz Marco Antonio Martins Vargas, do TSE, proibiu a deputada Carla Zambelli de utilizar ou criar novos perfis em redes sociais, até a posse do então presidente eleito: Lula (PT). Desde o final das eleições, o TSE suspendeu contas nas redes sociais que apoiam ou estão envolvidas na organização das manifestações golpistas que paralisaram ilegalmente estradas em protesto contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL), apoiadas por Carla Zambelli nas redes sociais.[67]

Zambelli criou novas contas, que também foram derrubadas.[68] Então, disse que denunciaria o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).[69] A rede social Gettr pediu ao STF acesso ao processo que determinava o bloqueio de Zambelli na plataforma.[70]

Hackeamento do CNJ[editar | editar código-fonte]

Em julho de 2023, o hacker Walter Delgatti Neto foi preso por uma operação da Polícia Federal que investiga a tentativa de invasão nos sistemas do Judiciário. Durante a investigação, ele revelou o envolvimento de Zambelli no hackeamento para inserção de documentos falsos no CNJ, incluindo uma falsa ordem de prisão de Alexandre de Moraes, ministro do STF. O envolvimento dois dois teria incluído até um pagamento de R$40 mil e uma conversa com Jair Bolsonaro a respeito de urnas eletrônicas.[71]

Em 29 de fevereiro de 2024, a Polícia Federal concluiu o inquérito sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), registrada em 4 de janeiro de 2023, e indiciou o Delgatti Neto e a deputada por suspeita de terem cometido diversas vezes os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O relatório da PF será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia ou não Carla Zambelli ao STF. Uma eventual denúncia, se recebida pelo Judiciário, marcaria o início da ação penal que pode levar à condenação ou absolvição. O relator dessa investigação no STF é Moraes.[72]

A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que é necessário apurar as circunstâncias de uma internação do hacker Walter Delgatti Neto na Santa Casa de Guaratinguetá (SP) em 2023. A PF destacou que as conversas apreendidas ao longo das investigações indicam que houve uma tentativa de ocultar a identidade dele, possivelmente para evitar expor a relação existente entre os dois. Ainda segundo a corporação, o episódio precisa ser investigado porque o hacker disse em depoimento que ficou na ala particular do hospital sem pagar nada, ou seja, teve privilégios no atendimento. Além disso, de acordo com a PF, Zambelli enviou recursos de emendas parlamentares para o hospital, o que levantou a suspeita de que tenha influência política no local.[73]

Em 23 de abril de 2024, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambeli e o hacker Walter Delgatti Neto no âmbito da investigação da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. Zambelli foi denunciada como mandante do crime.[74]

Condenações judiciais[editar | editar código-fonte]

No dia 19 de maio de 2023, Carla, Mara Gabrilli e Flávio Bolsonaro foram condenados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a pagar R$ 10 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por espalhar a notícia falsa que o petista pagou para não ser relacionado ao assassinato de Celso Daniel.[75]

No dia 25 do mesmo mês, Carla foi multada em R$ 30 mil por divulgar a notícia falsa sobre a manipulação de urnas eletrônicas, publicada nas redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.[76]

No dia 20 de fevereiro de 2024, o Tribunal Superior Eleitoral multou Carla em R$ 30 mil por propagação de desinformação contra o então candidato Lula durante as eleições presidenciais de 2022.[77]

Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Partido Candidata a Votos % Resultado Ref
2018 Eleições estaduais em São Paulo PSL Deputada federal 76.306 0,36% Eleita [78]
2022 Eleições estaduais em São Paulo PL 946.244 3,99% Eleita [78]

Referências

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