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Direita (política): diferenças entre revisões

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O termo refere-se geralmente ao [[conservadorismo]] e ao [[liberalismo]] na sua faceta [[economia|econômica]] de [[livre mercado]] (que abrange desde o [[liberalismo clássico]] ao [[libertarianismo]]). Muitos libertários e liberais, porém, recusam o enquadramento (ver [[espectro político]]). O termo “conservador” denota a adesão a princípios e valores atemporais que devem ser conservados a despeito de toda mudança histórica, quando mais não seja porque somente neles e por eles a História adquire uma forma inteligível. Por exemplo, a noção de uma ordem divina do cosmos ou a de uma natureza humana universal e permanente.<ref>http://www.midiasemmascara.org/artigos/conservadorismo/10776-por-tras-das-palavras.html</ref>
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A partir do [[século XX]], o termo ''extrema-direita'' passou também a ser utilizado por alguns para o [[fascismo]], bem como para grupos ultranacionalistas. No entanto, [[Erik von Kuehnelt-Leddihn]], nos seus livros "''Liberty or Equality''" e "''Leftism, From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse''", defendeu a tese de que o nacional-socialismo e o fascismo são de esquerda<ref>Leftism: from de Sade and Marx to Hitler and Marcuse,Erik von Kuehnelt-Leddihn,Arlington House (1974)</ref>, baseado na política econômica centralmente planejada, característica de tais regimes. Essa tese tem pouco crédito para determinados acadêmicos
A partir do [[século XX]], o termo ''extrema-direita'' passou também a ser utilizado por alguns para o [[fascismo]], bem como para grupos ultranacionalistas. um considerável consenso a respeito do caráter direitista dos fascismos ocidentais.<ref>{{Citar web |url=http://books.google.com.br/books?id=tP2wXl5nzboC&pg=PA79&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título= "A Spectral-Syncretic Approach to Fascism", The Fascism Reader, Routledge |língua= |autor=Eatwell, Roger |obra= |data= 2003 |acessodata=}}</ref>
<ref>{{Citar web |url=http://oxforddictionaries.com/definition/fascism?view=uk|título= Fascism |língua= |autor= Oxford Dictionary |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Benito Mussolini, líder do fascismo italiano, declarava-se de direita.<ref>Benito Mussolini. Fascism: Dctrine and Institutions. (Rome, Italy: Ardita Publishers, 1935) p. 26. Quote from the Doctrine of Fascism: "We are free to believe that this is the century of authority, a century tending to the 'right,' a fascist century."</ref> No entanto, [[Erik von Kuehnelt-Leddihn]], nos seus livros "''Liberty or Equality''" e "''Leftism, From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse''", defendeu a tese de que o nacional-socialismo e o fascismo são de esquerda<ref>Leftism: from de Sade and Marx to Hitler and Marcuse,Erik von Kuehnelt-Leddihn,Arlington House (1974)</ref>, baseado na política econômica centralmente planejada, característica de tais regimes. Essa tese tem pouco crédito perante o consenso acadêmico
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Revisão das 23h56min de 22 de janeiro de 2012

 Nota: Para pela posição relativa, veja Esquerda e direita.

Direita é o termo geralmente utilizado para designar indivíduos e grupos relacionados com partidos políticos ou ideais considerados conservadores (em relação aos costumes) e/ou liberais (em relação à Economia), por oposição à esquerda política.

Deve a sua designação ao facto de, nos Estados Gerais franceses reunidos em 1789 (ver Revolução Francesa), os monárquicos, que apoiavam o Antigo Regime, tomarem o lugar à direita do rei. Com o tempo, o sentido de direita e esquerda foi-se relativizando para se tornar mais adequado às ideologias comparadas e ao ponto de vista de quem usa tais termos. Por exemplo, os girondinos, por serem também revolucionários, estavam à esquerda do regime social e econômico estabelecido por ocasião da revolução, mas, com o derrube do regime, passaram a ser "a direita", por oposição aos jacobinos, revolucionários mais radicais.

O termo refere-se geralmente ao conservadorismo e ao liberalismo na sua faceta econômica de livre mercado (que abrange desde o liberalismo clássico ao libertarianismo). Muitos libertários e liberais, porém, recusam o enquadramento (ver espectro político). O termo “conservador” denota a adesão a princípios e valores atemporais que devem ser conservados a despeito de toda mudança histórica, quando mais não seja porque somente neles e por eles a História adquire uma forma inteligível. Por exemplo, a noção de uma ordem divina do cosmos ou a de uma natureza humana universal e permanente.[1]

A partir do século XX, o termo extrema-direita passou também a ser utilizado por alguns para o fascismo, bem como para grupos ultranacionalistas. Há um considerável consenso a respeito do caráter direitista dos fascismos ocidentais.[2] [3] Benito Mussolini, líder do fascismo italiano, declarava-se de direita.[4] No entanto, Erik von Kuehnelt-Leddihn, nos seus livros "Liberty or Equality" e "Leftism, From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse", defendeu a tese de que o nacional-socialismo e o fascismo são de esquerda[5], baseado na política econômica centralmente planejada, característica de tais regimes. Essa tese tem pouco crédito perante o consenso acadêmico [6] [7] [8] [9] [10], embora os especialistas concordem que a definição do fascismo no espectro político é complexa.[11] [12] [13] [14] [15]

A Direita e os costumes

Os direitistas podem ser divididos em quatro tipos básicos: libertários, liberais clássicos, democratas-cristãos, conservadores.

Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido e Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, símbolos da Direita no cenário mundial.

Os primeiros são liberais em relação à economia e nos costumes,alguns podendo defender algumas bandeiras comuns a parte da esquerda. Os democratas-cristãos podem ser moderadamente liberais em relação à Economia (defendendo a chamada economia social de mercado) mas conservadores nos costumes. Os conservadores tendem a combinar o conservadorismo nos costumes com uma grande diversidade de posições na área econômica, que vão do liberalismo econômico ao neomercantilismo.

Ficheiro:William F. Buckley, Jr.jpg
O conservador William F. Buckley Jr.

O pensador britânico Edmund Burke é tido como o símbolo do início do movimento conservador anglo-saxônico,tendo sido contra a Revolução Francesa e O Terror. Mas a defesa das tradições, frente à mudança radical, data de muito antes.Os pensadores chineses Confúcio e Lao Zi ,já encarnavam, este espírito de preservação da tradição e dos costumes,além da defesa da consciência individual frente à tirania coletiva.Em seu Analectos,Confúcio afirma que "A prudência é o olho de todas as virtudes" e que "O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros."[16].Esta visão de mundo foi perseguida durante a revolução chinesa por ser considerada reacionária.[17]

No pensamento de Hillel, o ancião já aparecia a idéia de que fins não justificam os meios: "Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti" era segundo Hilel a regra principal.É desta linha de pensamento, confirmada também no cristianismo pelos dez mandamentos, que aparece a idéia de que a violência imediata,ou revolucionária, não é uma forma adequada de se conquistar o bem.[18]

Segundo Aristóteles,no livro cinco de Ética a Nicômaco, a justiça é a própria totalidade da virtude. Lembrando que uma das virtudes é a prudência[19]. Em São Tomás de Aquino a prudência também é reconhecida como virtude.O verdadeiro justa para São Tomás é a ordem criada por Deus, e a preocupação central expressa no Suma Teológica é a estrutura da realidade como criada por Deus, assim como em Santo Agostinho.É interessante notar que ,para ambos, o reino do céus nunca seria realizável na história, estando o sentido da história na meta-história.[20][21]Esta rejeição ao milenarismo antecipado,e este apego a uma ordem transcendente e imutável seriam uma das bases do pensamento conservador, segundo Russell Kirk[22].

São Tomás e Aristóteles foram influências centrais para dois pensadores que ajudaram a formar o conservadorismo americano de hoje: Eric Voegelin e Leo Strauss.Ambos eram amigos, e foram perseguidos na Alemanha nazista, o pensamento de Leo Strauss no entanto teria ideias de expansão da democracia sobre o mundo das quais Voegelin não compartilhava. Assim Strauss ajudou a inspirar o neoconservadorismo,de pensadores como Irving Kristol já Voegelin influenciou conservadores mais tradicionais como Russell Kirk e William F. Buckley Jr..[23]

Alexis de Tocqueville.
Ficheiro:Carlos lacerda.jpg
Carlos Lacerda

Este ressurgimento conservador dos anos cinquenta, nos Estados Unidos, teria como um dos representantes políticos Barry Goldwater,que ajudaria a lançar Ronald Reagan à proeminência política.[24]Esta direita anglo-saxônica além dos próprios Leo Strauss e Eric Voegelin foi bastante influenciada,segundo Russell Kirk, por autores como Samuel Taylor Coleridge, Sir Walter Scott, Alexis de Tocqueville, Gilbert Keith Chesterton, Edmund Burke, James Russell Lowell, John Henry Newman, George Santayana, Robert Frost, e T. S. Eliot.[25].

Segundo Olavo de Carvalho o conservadorismo funda-se na admissão de que a ordem divina não pode nem ser conhecida na sua totalidade nem muito menos realizada sobre a Terra, é, em essência, um freio às ambições prometéicas do movimento revolucionário e, mais genericamente, de todos os governantes. A modéstia e a prudência, a rejeição de toda mudança radical que não possa ser revertida em caso de necessidade, a recusa de elaborar grandes projetos de futuro que impliquem um controle do processo histórico, a concentração nos problemas mais imediatos e nas iniciativas de curto prazo, tais são os caracteres permanentes da política conservadora.[26]

No Brasil, Carlos Lacerda foi uma forte resistência às varias tentativas de instalação de um regime revolucionário[27]. Nelson Rodrigues,Roberto Campos,Bruno Tolentino,José Pedro Galvão de Sousa,José Guilherme Merquior,José Osvaldo de Meira Penna,Jackson de Figueiredo,Gustavo Corção e Paulo Francis foram outros adversários de ideologias como o marxismo.Atualmente Ives Gandra Martins[28],Dom Bertrand Maria José de Orléans e Bragança[29] e Olavo de Carvalho[30] são exemplos de pensadores brasileiros contrários à mentalidade revolucionária.

Em geral a direta tem uma visão positiva ,como Chesterton, no que tange a tradição.Segundo o pensador inglês:[31]

Temas da Direita

Adam Smith

No século XX, excetuando os Estados Unidos, onde o capitalismo foi geralmente apoiado pela maioria dos políticos e intelectuais, a mais visível distinção entre esquerda e direita aconteceu a nível da política econômica. A direita defendia o capitalismo, enquanto a esquerda defendia o socialismo e o comunismo (ou pelo menos a social-democracia, na qual o Estado outorga uma significativa distribuição da renda).

A defesa do livre mercado na direita foi amplamente influenciada pelos economistas Friedrich Hayek, Ludwig von Mises e Murray Rothbard. Von Mises se notabilizou pela tesa da impossibilidade do socialismo, como economia organizada, pela falta de um cálculo de preço.A chamada escola austríaca de economia reviveu e o liberalismo econômico, anteriormente defendido por intelectuais como Adam Smith, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. Justamente por esta influência, é muito comum entre a direita hoje a defesa da liberdade econômica.No entanto outros conservadores mais antigos como Benjamin Disraeli alternavam entre o liberalismo e o protecionismo econômico.[32][33]

O pensamento dominante da direita moderna é a preocupação com os valores tradicionais, a defesa da lei e da ordem, a preservação dos direitos individuais e a restrição do poder do Estado. Esta última prioridade está associada ao liberalismo, mas uma parte da direita rejeita as afirmações mais radicais dessa ideologia. Além disso, uma pequena parcela dos liberais não se considera de direita.

Uma outra tendência da direita, geralmente associada à direita originária dos tempos monárquicos, apoia a manutenção da ordem tradicional estabelecida, num sistema com estabilidade estrutural, ambição e solidariedade nacional.

Ambas estas tendências do pensamento de direita assumem várias formas, de modo que um indivíduo que apoia alguns dos objetivos de uma delas não apoia necessariamente todos os outros. Na política prática, há inúmeras variações na maneira como a direita se organiza para conseguir os seus objetivos básicos, e por vezes há tantas querelas no seio da direita como entre ela e a esquerda.

O conservador Benjamin Disraeli e a Rainha Vitória

Os valores e interesses políticos da direita variam com os países e com as épocas. Por outro lado, alguns políticos e pensadores de direita têm prioridades idiossincráticas. Nem sempre é possível ou sequer útil descobrir qual de dois conjuntos de crenças ou políticas está mais à direita.

Os opositores dos direitistas chamam-lhes geralmente, em sentido pejorativo, "reacionários", termo cuja origem remonta aos que reagiram contra O Terror e a Revolução Francesa.

A direita e as guerras

Razões para apoio

A Teoria da Guerra Justa, dentro dos ensinamentos de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino(que inspiraram muito o pensamento conservador e liberal clássico)constitui-se quando se verificam que:

Ronald Reagan foi uma importante figura da direita moderna

“a) o dano infligido pelo agressor à nação ou à comunidade de nações seja durável, grave e certo;

b) todos os outros meios de pôr fim a tal dano se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes;

c) estejam reunidas as condições sérias de êxito;

d) o emprego das armas não acarrete males e desordens mais graves do que o mal a eliminar. O poderio dos meios modernos de destruição pesa muito na avaliação desta condição”.[34]

Nos Estados Unidos, a maior parte da direita política apoia o uso de medidas militares contra organizações terroristas – termo que não se refere apenas a grupos paramilitares, como a Al-Qaeda, mas também a grupos como o Hamas e a Estados que apoiam o terrorismo, incluindo algumas ditaduras do mundo árabe. Contudo, muitos conservadores opõem-se a algumas destas campanhas, e há indivíduos considerados de esquerda que aprovam uma linha de ação mais preventiva contra o terrorismo e a ditadura, ao mesmo tempo que questionam se uma guerra, como a do Iraque, é válida.

Durante a Guerra Fria os grupos de esquerda,especialmente da chamada New Left, eram contrários as guerras contra regimes socialistas.A área de intervenção militar americana na Coréia,durante a chamada Guerra da Coréia (guerra amplamente apoiada pela direita americana) corresponde hoje à Coréia do Sul,enquanto a área da intervenção militar chinesa corresponde hoje à Coréia do Norte.[35]

O argumento utilizado pelos favoráveis à guerra,especialmente os neoconservadores, é que a linha dura é a única forma de negociar com terroristas e ditadores.No caso da Guerra do Iraque, mais de 600.000 civis iraquianos morreram no regime de Saddam Hussein antes da guerra[36],enquanto 66.081 morreram durante a guerra com os Estados Unidos, segundo arquivos divulgados por Wikileaks[37]. A direita americana apoiou durante a Guerra Fria diversos grupos autoritários anticomunistas, como a Unita, em Angola, e o regime de Augusto Pinochet, no Chile para evitar uma revolução socialista como a de Cuba, e limitar a influência imperialista soviética.[38]

Partidos e agremiações políticas de direita

Alemanha

Áustria

Brasil

Pesquisa Datafolha divulgada em 13 de agosto de 2006 revela que 47% do eleitorado brasileiro se define como sendo de direita, 23% de centro e 30% de esquerda[39].

Contemporâneos

No Brasil não há partidos que se identifiquem abertamente como parte da "direita", porém baseando-se no senso comum, costuma-se classificar como direitistas os seguintes:

Também há a volta de movimentos conservadores, como a Frente Integralista Brasileira (FIB), que reivindica a herança da extinta Ação Integralista Brasileira.

Extintos

Chile

Colômbia

Coréia do Sul

Espanha

Estados Unidos da América

Segundo o instituto de pesquisa Gallup, 41% dos americanos se identificam como conservadores, 36% como moderados e 21% como liberais(nos Estados Unidas o termo liberal é usado para se referir à esquerda).[40]

França

Israel

Segundo pesquisa da fundação Friedrich Ebert 62% dos jovens israelenses (de 15 a 24 anos) se consideram de direita, contra 25% de indecisos e 12% de esquerdistas.[41]

Itália

México

Países Baixos

Paraguai

Portugal

Sérvia

Suíça

Associações e Institutos de Direita no Brasil

Referências

  1. http://www.midiasemmascara.org/artigos/conservadorismo/10776-por-tras-das-palavras.html
  2. Eatwell, Roger (2003). «"A Spectral-Syncretic Approach to Fascism", The Fascism Reader, Routledge» 
  3. Oxford Dictionary. «Fascism» 
  4. Benito Mussolini. Fascism: Dctrine and Institutions. (Rome, Italy: Ardita Publishers, 1935) p. 26. Quote from the Doctrine of Fascism: "We are free to believe that this is the century of authority, a century tending to the 'right,' a fascist century."
  5. Leftism: from de Sade and Marx to Hitler and Marcuse,Erik von Kuehnelt-Leddihn,Arlington House (1974)
  6. Robert O. Paxton (2011). «The Anatomy of Fascism» 
  7. Peter Davies, Derek Lynch. «The Routledge Companion to Fascism and the Far Right» 
  8. H. Betz. «Right Wing Populism» 
  9. Brian Jenkins. «France in the era of fascism: essays on the French authoritarian right» 
  10. Martin Blinkhorn (2000). «Fascism and the right in Europe, 1919-1945» 
  11. Roger Eatwell (2011). «Fascism: A History» 
  12. Zeev Sternhell, Mario Sznajder, Maia Ashéri (1995). «From Cultural Rebellion to Political Revolution» 
  13. Richards Griffins. «Fascism» 
  14. Stanley G. Payne. «Fascism» 
  15. Stanley G. Payne. «A History of Fascism» 
  16. Os Analectos,Confucio,Editora: MARTINS FONTES Ano de Edição: 2005
  17. http://www.religiondispatches.org/archive/culture/4046/mao,_meet_confucius%3A_china%E2%80%99s_religious_revolution
  18. Hillel: If Not Now, When?,Rabino Joseph Telushkin,editora Schocken (September 14, 2010)
  19. Ética a Nicômaco,Aristóteles,EDIPRO,2007
  20. Suma Teologica Volume I Parte I - Quest 1-43 Suma Teologica Volume I Parte I - Quest 1-43 ,São Tomás de Aquino. de Editora: Loyola,2006
  21. City of God,Saint Augustine,Penguin Classics (May 1, 1984)
  22. The Conservative Mind: From Burke to Eliot, Russell Kirk, Regnery Publishing; Seventh Edition,Seventh Edition edition (September 1, 2001)
  23. http://www.nationalreview.com/articles/205119/immanent-corrections/jonah-goldberg#more
  24. http://www.americanrhetoric.com/speeches/ronaldreaganatimeforchoosing.htm
  25. The Conservative Mind: From Burke to Eliot, Russell Kirk, Regnery Publishing; Seventh Edition,Seventh Edition edition (September 1, 2001)
  26. http://www.olavodecarvalho.org/semana/100208dc.html
  27. Carlos Lacerda: 10 Anos Depois,Cláudio Lacerda,1987,Editora: Nova Fronteira
  28. http://www.ipco.org.br/home/tag/ives-gandra
  29. http://www.ipco.org.br/home/tag/dom-bertrand
  30. http://www.endireitar.org/site/artigos/endireitar/249-sobre-o-medo-de-ser-flagrado-lendo-olavo-de-carvalho
  31. Orthodoxy - página 85, Gilbert Keith Chesterton - John Lane Company, 1909 - 287 páginas
  32. The Austrian School: Market Order and Entrepreneurial Creativity,Jesus Huerta De Soto,Edward Elgar Pub (August 8, 2008)
  33. The Wealth of Nations,Adam Smith,Modern Library (January 25, 1994)
  34. Catecismo da Igreja Católica, § 2309
  35. The Korean War,Max Hastings,Simon & Schuster (October 15, 1988)
  36. http://wais.stanford.edu/Iraq/iraq_deathsundersaddamhussein42503.html
  37. http://www.guardian.co.uk/news/datablog/2010/oct/23/wikileaks-iraq-data-journalism
  38. Russian Imperialism: Development and Crisis,Ariel Cohen,Praeger (August 23, 1996)
  39. 47% dos brasileiros dizem ser de Direita
  40. http://www.gallup.com/poll/148745/political-ideology-stable-conservatives-leading.aspx
  41. http://www.haaretz.com/print-edition/news/poll-young-israelis-moving-much-farther-to-the-right-politically-1.353187

Ver também

Ligações externas

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