Avianca Brasil

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Avianca Brasil
Avianca Brasil
IATA O6
ICAO ONE
Indicativo de chamada OCEANAIR
Fundada em 1998 (como OceanAir)
Encerrou atividades em 24 de maio de 2019 (suspensão das operações)
Falência decretada em 14 de julho de 2020
Principais centros
de operações
Outros centros
de operações
Programa de milhagem Amigo
Aliança comercial Star Alliance (2015–2019)
Frota 0 (todas as aeronaves foram devolvidas)
Destinos 0
Sede São Paulo, São Paulo,  Brasil
Pessoas importantes Frederico Pedreira (Presidente)
José Efromovich (Chairman)

Avianca Brasil, anteriormente OceanAir Linhas Aéreas, foi uma companhia aérea brasileira sediada em São Paulo, fazendo parte do Synergy Group, que é proprietário da Avianca Holdings, porém com operações independentes. Embora com a mesma marca da Avianca colombiana, a companhia possui identidade jurídica distinta. Seu atual CEO, Frederico Pedreira assumiu o posto em abril de 2016.[1] José Efromovich, irmão mais novo de Germán Efromovich, chairman da Avianca Holdings, que vinha liderando a empresa desde 2008, assumiu a presidência do Conselho de Administração na mesma data.

Seus hubs principais em junho de 2019 eram os aeroportos de São Paulo–Guarulhos e Brasília.[2] De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), em 2017, a Avianca Brasil tinha 12,9% das rotas domésticas, tornando-se a quarta maior companhia aérea do Brasil, atrás da Gol, LATAM Airlines Brasil e Azul.[3]

Era também revendedora exclusiva dos aviões Bombardier e Pilatus no Brasil e operava também como táxi aéreo.[4]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Fokker 100 da OceanAir em 2012.

A Avianca (Brasil) iniciou suas atividades em 1998 como empresa de táxi aéreo, denominada OceanAir.[5] Atendia executivos e operários da indústria petrolífera de Macaé e Campos dos Goytacazes. Em 2002 recebeu autorização do DAC (atual ANAC) para operar linhas em colaboração com a Rio Sul, do antigo grupo VARIG, de quem herdou rotas e aeronaves. Passou a operar cidades rejeitadas pela antiga parceira, operando apenas voos regionais, porém ampliou rapidamente sua malha.[6]

Destacou-se no início por utilizar cores variadas e vistosos em seus aviões. Os Embraer Brasília foram pintados de azul claro, branco, vermelho, amarelo, rosa, laranja e cinza. Em 2003 reforçou sua frota com a chegada dos três Fokker 50, que foram pintados de vermelho, bege e rosa.[7]

Em 2004 Germán Efromovich (75%), em conjunto com a Federación Nacional de Cafeteros de Colombia (de 50% passou a 25%), comprou e reestruturou a empresa colombiana Avianca, a mais antiga companhia das Américas e segunda mais antiga do mundo e que estava em recuperação judicial, junto a Julio Mario Santo Domingo e seu grupo empresarial Baviera, de onde surgiu a Synergy Aerospace, que posteriormente compraria a Vipsa do Equador, Aerogal do Equador, SAM da Colômbia e se fundiria com a TACA em 2010.

Ao final do mesmo ano iniciou o projeto Super 100, com a aquisição de jatos Fokker 100 desativados pela American Airlines. A frota iniciou as operações em 2006, já no padrão de cores da Avianca, mas curiosamente foram denominados de MK-28.

Em seguida iniciou um agressivo plano de expansão, trazendo dois Fokker 50 adicionais da frota da Avianca e dando início às rotas internacionais, operadas com dois modelos Boeing 767-300ER adquiridos da United Airlines e um Boeing 757-200 adquirido na França, este posteriormente equipado com winglets.

O confuso ano de 2008 marcou também um codeshare e aquisição das operações da BRA Transportes Aéreos, o que variou ainda mais a diversificada frota da empresa, que ia dos pequenos Brasília até Boeing 767. Assim com baixa rentabilidade e aumento nos custos operacionais, a OceanAir manteve apenas os Fokker, eliminando rotas regionais e internacionais.[8]

Em 26 de abril de 2010 o nome foi definitivamente trocado para Avianca (Brasil), com a imediata padronização de cores. Em 7 de maio de 2013 recebeu a segunda aeronave, um Airbus A319. Em sua história ainda houve o capítulo de uma sociedade formada pela OceanAir (49%) e de um Fundo de investimento (51%), que criou uma nova companhia aérea chamada Wayraperú, com pouca duração.[9]

Em novembro de 2013, a Avianca (Brasil) recebeu o primeiro Airbus A320 equipado com sharklets, se tornando a segunda companhia aérea brasileira a operar esta variante do A320.[carece de fontes?]

Projeção da pintura dos novos aviões da Avianca Brasil, implantado durante o ano de 2014.

Em 2013, foi anunciada a fusão entre Avianca (Brasil) e Avianca Internacional (Avianca Holdings), formando uma só companhia e adotando uma marca única, integrando também a Star Alliance.[10] A fusão e a adoção de uma nova imagem estavam previstas para o ano de 2014. Também para o ano de 2014, estava previsto o recebimento de três aeronaves Airbus A330-200 e a substituição dos Fokker 100 por novas aeronaves Airbus A320 equipadas com sharklets.

Em 14 de dezembro de 2013 foi confirmado que a Avianca Brasil fará parte da Star Alliance a partir de 2014, trazendo mudanças dentro da empresa, como unificação da marca com a Avianca International, mudança do sistema e migração do Programa Amigo para o LifeMiles.[11]

No dia 6 de abril de 2014, a Avianca Brasil lançou oficialmente sua nova marca e operações, ambas, unificadas com a AviancaTaca. Ainda no mês de abril, ocorreu o lançamento da Avianca Cargo Brasil, com o recebimento da primeira aeronave, um Airbus A330-200F, que será utilizado inicialmente na rota entre Guarulhos e Manaus.

Em 21 de junho de 2015, a Synergy encomendou até agora à Airbus 10 unidades de seu novo avião A350,[12] seis da versão de passageiros do A330-200, uma da versão de transporte de mercadorias desse mesmo modelo e 20 da família A320.[13]

No dia 1 de julho de 2015, a tripulação da Avianca Brasil passa a utilizar, a partir de hoje, um novo modelo de uniforme. Os trajes femininos trazem um tom vermelho vibrante, característico da marca, além do lenço e chapéu para complementar a produção das tripulantes comerciais.[14]

Ainda em julho de 2015, a Avianca Brasil ingressou na Star Alliance e apresentou o Airbus A320 PR-AVR na pintura da Star Alliance. Logo depois o A320 PR-OCQ também nas cores da aliança.

Entre 2017 e 2018, marcou a expansão de rotas nacionais e internacionais da Avianca Brasil; estreou voos para Miami e Nova York, nos Estados Unidos, e Santiago, no Chile. A companhia também reestreou voos para a região Norte que havia deixado de operar anos antes para Belém.[15]

Recuperação judicial e falência[editar | editar código-fonte]

Airbus A320 da Avianca Brasil estacionado no Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos.

Em 11 de dezembro de 2018, a Avianca Brasil entrou com pedido de recuperação judicial perante a 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, visando a renegociar dívidas e evitar a perda de outras aeronaves para empresas credoras.[16] No início de dezembro de 2018 a Constitution Aircraft Leasing, a BOC Aviation e outras empresas entraram na justiça contra a Avianca Brasil exigindo o pagamento por 11 aeronaves arrendadas. A Avianca Brasil, que vinha acumulando prejuízos nos meses anteriores, informou através de nota que tudo era parte das negociações, e negou rumores de um possível pedido de recuperação judicial. A decisão do juiz proibiu a empresa de levantar voo com as aeronaves, que foram alvo de busca e apreensão.[3]

Na semana seguinte, a Avianca Brasil entrou com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Em nota, a empresa afirmou que suas operações não seriam afetadas, embora houvesse ameaça de retomada das aeronaves pelos credores, fato que prejudicaria cerca de 77 mil passageiros e implicaria na redução de 30% de sua frota.[5]

Em março de 2019 a Azul fez uma proposta para comprar parte das operações da Avianca, incluindo aeronaves e direitos de pouso e decolagem. A Avianca seria desmembrada em duas partes como parte do plano de recuperação judicial da empresa. Segundo a Avianca, parte de seus ativos seriam colocados em leilão, permitindo que outras empresas além da Azul pudessem participar.[6] No início de abril, Latam e Gol também fizeram ofertas. A Avianca informou que o plano de recuperação judicial, revisado e a ser analisado pelos credores, previa a divisão da empresa em 7 áreas de operação a serem leiloadas. A Azul informou que, caso adquirisse uma das unidades, ofereceria oportunidade de contratação aos empregados que lá trabalhassem, mas com novos contratos de trabalho.[7]

Por volta das 20h de quinta-feira, 4 de abril, um oficial de justiça retirou passageiros e tripulação do voo 6173 da Avianca que partiria de Brasília com destino a Congonhas. A aeronave havia sido penhorada e um dos credores exigiu judicialmente sua recuperação. A Avianca conseguiu a suspensão da liminar às 21h30, mas a ação já havia sido executada. O voo foi remarcado para 0:30 com pouso desviado para Guarulhos.[8][9] O plano de recuperação da Avianca foi aprovado pelos credores no dia 8, prevendo um leilão dos ativos da empresa e a retomada de 15 aviões pelas empresas de arrendamento.[10][11]

A partir do sábado, 13 de abril, a Avianca deu início ao cancelamento de vários voos pelo Brasil, em virtude da tomada de suas aeronaves pelos credores. Na segunda-feira, a quantidade de voos cancelados para o decorrer da semana chegava a 180.[12] Na quinta-feira, véspera do feriado de Páscoa, a quantidade de voos cancelados chegou a 437, e havia a previsão de devolução de 29 aeronaves para os credores: 10 para a Aircastle, 10 para a Celestial e 9 para Aviation Capital Group. Além disso, a Justiça autorizou a tomada de um motor de avião pela Sumisho. Desta forma, a frota da Avianca Brasil caiu de 25 para 5 aeronaves até ao final de semana.[13] Na semana seguinte, a quantidade de voos cancelados chegou a 1045.[14]

Na última semana de abril a Avianca anunciou o fechamento de praticamente todas as bases em operação no Brasil e decidiu operar em apenas quatro aeroportos a partir da semana seguinte (29 de abril de 2019). A empresa concentrou seus voos em Congonhas, Santos Dumont, Brasília e Salvador. No início de abril, os credores aprovaram o plano de recuperação judicial da empresa. O leilão dos ativos da companhia ocorreu em 10 de julho.

Em 24 de maio de 2019, a ANAC suspendeu as operações e todos os voos da Avianca, até que a empresa comprove que possui condições de manter suas atividades.[17]

No dia 6 de julho de 2020 a Avianca Brasil entrou com pedido de falência na Justiça.[18]

No dia 14 de julho de 2020, a justiça decretou falência da Avianca Brasil.[19]

Acordos interline[editar | editar código-fonte]

O acordo Interline[20] permite utilizar voos operados por outras companhias parceiras.

Frota[editar | editar código-fonte]

Em 28 de abril de 2019 a frota da Avianca Brasil contava com as seguintes aeronaves listadas abaixo:[21]

Airbus A318 da Avianca Brasil
Airbus A320 da Avianca Brasil
Frota operada pela Avianca Brasil, porém retomada pelos arrendadores
Aeronaves Quantidade Passageiros Notas
Business Econômica Total
Airbus A318 120 120 (AVJ, AVL, ONC e ONI. PR-ONR parado em Brasília)
Airbus A319
132 132 AVD
Airbus A320 162 162
Airbus A320neo 165 165
Airbus A330-200 32 206 238
Airbus A350[10]
Total de aeronaves
Airbus A330F da Avianca Brasil Cargo
Avianca Cargo
Aeronave Total Pedidos Capacidade Notas
Airbus A330F
Total de aeronaves

Frota aposentada[editar | editar código-fonte]

Frota aposentada da Avianca Brasil
Aeronave Total Anos de operação Notas
Embraer EMB-120 Brasília 07 2002–2008 Ex-Rio Sul
Fokker 50 03 2003–2008
Boeing 737-300 03 2007–2008 Ex-BRA
Boeing 757-200 01 2007–2008 Equipado com winglets.
Boeing 767-300ER 03 2007–2008 2 Ex-BRA
Fokker 100 015 2005–2015 [22] PR-OAF desmontado em Brasília e PR-OAS devolvido para Fokker

Referências

  1. «Avianca Brasil anuncia Frederico Pedreira como novo presidente da companhia». Avianca Brasil. 11 de abril de 2016. Consultado em 23 de fevereiro de 2018 
  2. «Avianca Brazil Part 1: slowing domestic expansion amid political uncertainty. Efromovich interview». Centre for Aviation (em inglês). 1 de julho de 2017. Consultado em 19 de dezembro de 2018 
  3. a b «Empresas aéreas brasileiras transportam 98,9 milhões de passageiros pagos em 2017». Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Consultado em 19 de dezembro de 2018 
  4. «Avianca. Centros operacionais, taxi-aéreo e formas de contato». www.faq.inf.br. Consultado em 23 de maio de 2016 
  5. a b «Avianca Brasil é intimada a devolver aviões que pertencem à Airbus». Aeroflap. 16 de outubro de 2019 
  6. a b «Portal Brasil - Avianca» 
  7. a b «Avianca começou com 2 aviões dados por cliente devedor, diz dono da empresa - Notícias - UOL Economia». UOL Economia. Consultado em 23 de maio de 2016 
  8. a b Terra Notícias
  9. a b «AVIAÇÃOPAULISTA.COM - HISTÓRIA DA AVIANCA BRASIL». www.aviacaopaulista.com. Consultado em 23 de maio de 2016 
  10. a b c «Avianca Brazil to slow down expansion in 2013; to benefit from TAP acquisition and Star membership». Center for aviation. Consultado em 20 de dezembro de 2012 
  11. a b «Star Alliance maintains presence in Brazil thorough Avianca Brazil» (em inglês). Star Alliance. 13 de dezembro de 2013. Consultado em 16 de setembro de 2014 
  12. a b «Synergy Aerospace firma un contrato para diez A350 XWB». Consultado em 8 de julho de 2015 
  13. a b «Mercado e Eventos | Notícia > Avianca Brasil deve renovar frota com 62 novas aeronaves A320neo». www.mercadoeeventos.com.br. Consultado em 5 de julho de 2015 
  14. a b «Tripulação da Avianca Brasil tem novos uniformes; confira». Consultado em 5 de julho de 2015 
  15. «Com voo para Belém, Avianca estreia na região norte do Brasil». Universo Online. Airway. 22 de junho de 2018 
  16. Avianca entra com pedido de recuperação judicial, acessado em 11 de dezembro de 2018
  17. G1 (24 de maio de 2019). «Anac anuncia suspensão das operações da Avianca Brasil». G1. Consultado em 24 de maio de 2019 
  18. «Avianca Brasil pede falência à Justiça». UOL Notícias. 6 de julho de 2020. Consultado em 6 de julho de 2020 
  19. «Justiça decreta falência da Avianca Brasil». G1. 14 de julho de 2020. Consultado em 14 de julho de 2020 
  20. «Companhias Aéreas Parceiras Interline». Consultado em 10 de junho de 2016 
  21. Brasil. «Consultas ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB)». Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Consultado em 28 de fevereiro de 2015  templatestyles stripmarker character in |autor= at position 1 (ajuda)
  22. [1]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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