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Antônio Cabrera Mano Filho

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Antonio Cabrera
Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento de São Paulo
Períodojaneiro de 1995
a maio de 1996
GovernadorMário Covas
99.º Ministro da Agricultura e Reforma Agrária do Brasil
Período3 de abril de 1990
a 2 de outubro de 1992
PresidenteFernando Collor
Antecessor(a)Bernardo Cabral
Sucessor(a)Lázaro Barbosa
Dados pessoais
Nascimento28 de setembro de 1960 (64 anos)
São José do Rio Preto, SP
Nacionalidadebrasileiro
Alma materUniversidade Estadual Paulista (UNESP)
Prêmio(s)Ordem do Mérito Militar[1]
PartidoPFL (1998–2002)
PTB (2002–2023)
PRD (2023–presente)
Profissãomédico veterinário

Antonio Cabrera Mano Filho GOMM (São José do Rio Preto, 28 de setembro de 1960) é um médico veterinário brasileiro. Durante o governo Collor, fez história ao tornar-se, aos 29 anos, o mais jovem Ministro de Estado da República Brasileira, comandando o Ministério da Agricultura. Por São Paulo, foi secretário da Agricultura durante o governo Mário Covas.

Neto de um imigrante espanhol,[2] Antonio foi ministro da Agricultura no governo Fernando Collor, entre 3 de abril de 1990 a 2 de outubro de 1992. Em agosto de 1990, como ministro, Mano Filho foi admitido por Collor à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]

Em 2002, candidatou-se ao governo de São Paulo, pelo PTB, tendo sido o 7° colocado com 200.839 votos (1% dos válidos).

Formação e atuação profissional

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Antonio Cabrera Mano Filho é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Jaboticabal, e possui especialização em produção animal realizada na Índia. Atuou como consultor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), tendo visitado o Vietnã em 1988, onde produziu um documentário exibido pela extinta Rede Manchete.

Pertencente a uma tradicional família de produtores rurais do interior de São Paulo (estado), Cabrera assumiu desde jovem a gestão das Fazendas Reunidas Cabrera, um conglomerado agropecuário com atuação em cinco estados brasileiros. O grupo se destacou na produção de café, comércio de gado e na criação de búfalos, sendo considerado um dos maiores do país nesse segmento. Por sua atuação, Cabrera presidiu a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos(ABCB).

Vida pública

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Sua entrada na política ocorreu durante a eleição presidencial no Brasil em 1989, quando coordenou a campanha do então candidato Fernando Collor de Mello na região de São José do Rio Preto. Em abril de 1990, foi nomeado Ministro da Agricultura, tornando-se, aos 29 anos, o mais jovem Ministro de Estado da história da República Federativa do Brasil.

Uma das primeiras medidas do novo governo, ainda antes de sua posse, foi uma ampla reforma administrativa voltada à redução dos gastos públicos e do tamanho do Estado. A reforma extinguiu órgãos vinculados ao ministério, como a Embrater, e transferiu outros para o Ministério da Economia.

Contrário à intervenção estatal na economia, Cabrera implementou uma política de abertura do setor agrícola, reduzindo alíquotas de importação para produtos, insumos e equipamentos. Foi um crítico do excesso de tributação sobre o produtor rural e defensor do fim dos subsídios estatais, defendendo a liberação de preços como mecanismo para estimular a concorrência e a produtividade no campo.

Na condução da política agrária, sempre defendeu um “tratamento técnico” e a “despolitização” do tema. Resistiu a promover desapropriações em áreas invadidas, o que gerou oposição de entidades de trabalhadores rurais e de organizações de esquerda, que viam com desconfiança a atuação de um grande produtor rural à frente da pasta. Em julho de 1990, divulgou uma lista de supostos “falsos sem-terra”, acusando o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) de liderarem uma “indústria de invasões” de propriedades no país. O PT respondeu divulgando os nomes de 33 trabalhadores mortos em conflitos agrários no primeiro semestre daquele ano, 23 deles durante o governo Collor.

Ainda em 1990, liderou a criação da primeira Lei Agrícola do governo Collor, com destaque para o sistema de financiamento por equivalência-produto, no qual as dívidas rurais passaram a ser corrigidas com base no preço mínimo dos produtos contratados — medida que considerou a maior vitória de sua gestão.

Durante o processo de impeachment de Fernando Collor, em 1992, recusou-se a usar o ministério para interceder politicamente, alegando não liberar recursos públicos com fins eleitorais. Com a saída de Collor, deixou o governo em outubro de 1992, sendo sucedido por Lázaro Barbosa.

Posteriormente, manifestou oposição ao programa de combate à miséria lançado pelo governo Itamar Franco, liderado pelo sociólogo Herbert de Sousa (“Betinho”). Criticou a ausência de representantes do setor agrícola no Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, qualificando o fato como um “descaso injustificável”.

Nota: Apesar de ter sido filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL) e ao Partido Trabalhista Brasileiro, Antônio Cabrera Mano Filho não possui atualmente filiação ao Partido da Renovação Democrática, conforme incorretamente citado em algumas fontes.

Pós-política

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Após deixar a vida pública, Antônio Cabrera Mano Filho retornou à administração das propriedades da família, liderando a modernização das atividades agroindustriais, como a substituição da pecuária leiteira pela produção de cana-de-açúcar a partir de 2006. Em reconhecimento à sua contribuição para o setor, foi eleito membro da Academia Brasileira de Agricultura, onde ocupa a cadeira de número 25.

Também tem dedicado sua vida à fé cristã, sendo o primeiro tesoureiro da Igreja Presbiteriana de São José do Rio Preto.

Mais recentemente, passou a atuar como comunicador e educador digital por meio do canal Fé & Trabalho, onde compartilha conteúdos voltados à economia, política, liberdade individual e à fé cristã. Defensor de uma visão de mundo pautada pela cosmovisão cristã, Cabrera promove temas como liberdade econômica, responsabilidade pessoal, combate ao estatismo e ética cristã aplicada à vida pública.

Em 2024, foi agraciado com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, uma das mais altas condecorações concedidas pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em reconhecimento à sua contribuição à agricultura nacional, à integridade na vida pública e ao papel que exerce como formador de opinião nas áreas de política e fé.

Referências

  1. a b Brasil, Decreto de 9 de agosto de 1990.
  2. Caceres, Michael (2 de agosto de 2021). «"A luta da desigualdade é uma armadilha que visa a destruição da família"». Gospel Prime. Consultado em 8 de fevereiro de 2023 

Ligações externas

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Precedido por
José Bernardo Cabral
Ministro da Agricultura do Brasil
1990 — 1992
Sucedido por
Lázaro Ferreira Barboza
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