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Revisão das 14h08min de 14 de setembro de 2009
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís do Maranhão, 14 de abril de 1857 — Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913). Novelista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro.
Biografia
Era filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Seu pai era viúvo e a mãe era separada do marido, algo que configurava grande escândalo na sociedade da época. Foi irmão do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo.
Desde cedo dedicou-se ao desenho através de caricaturas e à pintura. Em 1876 viaja ao Rio de Janeiro, a fim de estudar Belas Artes, obtendo desde então sustento com seus desenhos para jornais.
Com o falecimento do pai em 1879, volta para o Maranhão, onde começa finalmente a escrever. E em 1881, publica O Mulato, obra que choca a sociedade pela sua forma crua ao desnudar a questão racial. O autor já era abolicionista convicto.
O sucesso desta habilita-o a voltar para a Capital do Império, onde escreve incessantemente novos romances, contos, crônicas e até peças teatrais.
Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre o Romantismo açucarado, com cunho comercial e direcionado ao grande público, e outras mais elaboradas, pois deixava a sua marca de grande escritor naturalista.
Feito diplomata, em 1895, serve em diversos países, inclusive o Japão. Chega finalmente, em 1910, a Buenos Aires, cidade onde veio a falecer menos de três anos depois.
Importância
- Foi o responsável por inaugurar a estética naturalista no Brasil com o romance "O mulato" (1881). É também autor dos romances "Casa de pensão" (1884) e "O cortiço" (1890), entre vários outros.
- A influência de Aluísio Azevedo são os escritores naturalistas europeus, entre eles, o mais importante foi Émile Zola. Através dessa ótica naturalista, capta a mediocridade da rotina, os sestros e mesmo as taras do indivíduo, uma opção contrária dos românticos que o precederam.
- As características fundamentais do naturalismo, quais sejam influência do meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, além do fatalismo, estão presentes nas obras de Aluísio de forma veemente. Nele "a natureza humana afigura-se-lhe uma certa selvageria onde os fortes comem os fracos", afirma o estudioso Alfredo Bosi.
- Quando jovem, fazia caricaturas e poesias como colaborador para jornais e revistas do Rio de Janeiro. Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880.
- Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e crítico social, este escritor naturalista foi autor de diversos livros, entre eles estão: "O Mulato", que provocou escândalo na época de seu lançamento, "Casa de Pensão", que o consagrou e "O Cortiço", conhecido como sua obra mais importante.
- O autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade brasileira e com suas regras, escreveu ainda outros títulos: "Condessa Vésper", "Girândola de Amores", "Filomena Borges", "O Coruja", "O Homem", "O Esqueleto", "A Mortalha de Alzira", "O livro de uma Sogra" e contos como: "Demônios".
- Durante grande parte de sua vida, Aluísio Azevedo viveu do pouco que ganhava como escritor. Ao entrar para a vida diplomática, desiludido, abandonou a produção literária.
- Faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de janeiro de 1913
Obras
- 1880 Uma Lágrima de Mulher, novela;
- 1881 O Mulato, novela;
- 1882 Mistério da Tijuca ou Girândola de amores, novela;
- 1882 Memórias de Um Condenado ou Condessa Vésper, novela;
- 1884 Casa de Pensão, novela;
- 1884 Filomena Borges, novela;
- 1887 O homem, novela;
- 1890 O Cortiço, novela;
- 1890 O coruja, novela;
- 1894 A Mortalha de Alzira, novela;
- 1895 Demônios, contos;
- 1895 O livro de uma sogra, novela;
- 1984 O Japão, publicado, a partir de manuscritos encontrados na Academia Brasileira de Letras.
- O Bom Negro, crônica
- Os Doidos, peça
- Casa de Orates, peça
- Flor de Lis, peça
- Em Flagrante, peça
- Caboclo, peça
- Um Caso de Adultério, peça
- Venenos que Curam, peça
- República, peça
- O esqueleto, apesar de ter saído em suas obras completas, organizadas por Nogueira Jr., não é de autoria de Aluísio Azevedo, mas sim de Olavo Bilac e Pardal Mallet.
Referência
- COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.
Academia Brasileira de Letras
Aluísio Azevedo foi um dos fundadores do Sodalício Brasileiro, onde ocupou a Cadeira número 4 - que tem por Patrono Basílio da Gama.
Ligações externas
- Biografia de Aluísio Azevedo no sítio Patrimônio da Humanidade, São Luís do Maranhão
- Livro de Uma Sogra, texto integral
- - O Cortiço - Portal Domínio Público
Precedido por Basílio da Gama (patrono) |
ABL - fundador da cadeira 4 1897 — 1913 |
Sucedido por Alcides Maya |
Rafaella a Gatt'