Sindicalismo: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:FORA Demonstration.jpg|miniaturadaimagem|Manifestação do movimento sindical argentino "FORA" em 1915.]]
[[Ficheiro:FORA Demonstration.jpg|miniaturadaimagem|Manifestação do movimento sindical argentino "FORA" em 1915.]]
O '''sindicalismo''' é um [[movimento social]] de associação de [[trabalhador]]es [[assalariado]]s em [[sindicato]]s visando à proteção dos seus interesses.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 590.</ref> Ao mesmo tempo, é também uma doutrina [[política]] segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da [[sociedade]].
O '''sindicalismo''' é um [[movimento social]] de associação de [[trabalhador]]es [[assalariado]]s em [[sindicato]]s visando à proteção dos seus interesses.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 590.</ref> Ao mesmo tempo, é também uma doutrina [[política]] segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da [[sociedade]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/XfyxHZNgSCBtvV3t9rWhFpt/?lang=pt |título=Sindicalismo e política: a trajetória da CUT |data=1999-02-04 |acessodata=2024-04-16 |periódico=Revista Brasileira de Ciências Sociais |ultimo=Ramalho |primeiro=José Ricardo |lingua=pt |doi=10.1590/S0102-69091998000100015 |issn=0102-6909 |citacao=A preocupação principal de Rodrigues é mostrar como o movimento sindical brasileiro das últimas duas décadas se constituiu em fator decisivo na luta por direitos e pela democracia no país e influenciou de forma significativa o sistema político}}</ref>


== História ==
== História ==
O sindicalismo tem origem nas [[corporação de ofício|corporações de ofício]] da [[Idade Média|Europa medieval]].<ref>{{Citar periódico |url=https://revistas.usp.br/revhistoria/article/view/124022 |título=As origens das Corporações de Ofício: as corporações em Roma |data=1966-03-12 |acessodata=2024-04-16 |periódico=Revista de História |número=65 |ultimo=Paula |primeiro=Eurípedes Simões de |paginas=3–68 |lingua=pt |doi=10.11606/issn.2316-9141.rh.1966.124022 |issn=2316-9141}}</ref> Jesse Benedict Carter, primeiro diretor da Academia Americana em Roma, faz essa ligação em ''The Religion of Numa'':<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/The_Religion_of_Numa.html?id=gJdLAAAAIAAJ&redir_esc=y|título=The Religion of Numa: And Other Essays on the Religion of Ancient Rome|ultimo=Carter|primeiro=Jesse Benedict|data=1906|editora=Macmillan and Company, limited|página=48-46|lingua=en}}</ref>
O sindicalismo tem origem nas [[corporação de ofício|corporações de ofício]] da [[Europa]] [[Idade Média|medieval]]. No [[século XVIII]], durante a [[Revolução Industrial|revolução industrial]] na [[Inglaterra]], os trabalhadores oriundos das indústrias têxteis, doentes e desempregados juntavam-se nas [[sociedade de socorro mútuo|sociedades de socorro mútuos]].{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


{{Blockquote|texto=A sociedade que testemunhou a vinda de Minerva para a Etrúria [...] não podia imaginar que em seu templo no Aventino, moldava-se a idéia dos sindicatos.}}
Esta [[revolução]] teve um papel crucial no advento do [[capitalismo]], pois, devido à constante concorrência que os fabricantes capitalistas faziam entre si, as máquinas foram ganhando cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o lugar de muitos operários, estes tornaram-se o que é chamado "excedente de mão de obra", logo o capitalista tornou-se dono da situação e tinha o poder de pagar o salário que quisesse ao [[operário]].{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


Durante a [[Revolução Francesa|revolução francesa]] surgiram ideias liberais, que estimulavam a aprovação de leis proibitivas à atividade sindical, a exemplo da [[Isaac Le Chapelier|Lei Chapelier]], que, em nome da liberdade dos Direitos do Homem, considerou ilegais as associações de trabalhadores e patrões.<ref>{{citar web|ultimo=Saltz Gensas|primeiro=Rafael|url=https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-evolucao-historica-da-liberdade-sindical/1830605655|titulo=A evolução histórica da liberdade sindical|website=Jusbrasil}}</ref> As organizações sindicais, contudo, reergueram-se clandestinamente no [[século XIX]]. No [[Reino Unido]], em [[1871]], e na [[França]], em [[1884]], foi reconhecida a legalidade dos sindicatos e associações.<ref>{{Citar livro|título=Direito sindical|ultimo=Nascimento|primeiro=Amauri Mascaro|data=1991|editora=Editora Saraiva|edicao=2a. ed., rev. e ampliada|local=São Paulo, SP|página=26|isbn=8502005413|citacao=Da simples tolerância para com o movimento sindical, os Estados passaram a reconhece – lo, de modo expresso, através de leis ordinárias ou constitucionais, como o Trade Unions Act (1871) da Inglaterra, a Lei Waldeck Rousseau (1884), da França, o Clayton Act (1914) dos Estados Unidos, a Constituição do México (1917), a Constituição de Weimar, da Alemanha (1919) etc. O reconhecimento, significando a atividade do Poder Público não repressiva, mas de acolhimento, em suas leis, da realidade sindical, desenvolveu – se, no entanto, em duas diferentes dimensões, de acordo com a postura estatal, de controle do movimento sindical, em alguns casos, de autonomia aos sindicatos, em outros casos, daí resultando o sindicalismo corporativo ou estatal, de um lado, e o sindicalismo fundado no princípio da liberdade sindical, de outro lado.}}</ref>
É neste momento que surgem duas novas classes sociais: o capitalista e o [[proletário]], onde o capitalista é o proprietário dos meios de produção ([[fábrica]]s, [[máquina]]s, [[matéria-prima]]) e o proletário era proprietário apenas de sua [[força de trabalho]].<ref name="Burnham">{{citar livro|autor =Burnham, Peter|título=Capitalism: The Concise Oxford Dictionary of Politics|publicado=Oxford University Press|ano=2003}}</ref><ref>{{citar livro|último =Zimbalist, Sherman and Brown|primeiro = Andrew, Howard J. and Stuart|título= Comparing Economic Systems: A Political-Economic Approach|publicado=Harcourt College Pub|data=outubro de 1988|isbn= 978-0-15-512403-5|páginas=6–7|citação=Pure capitalism is defined as a system wherein all of the means of production (physical capital) are privately owned and run by the capitalist class for a profit, while most other people are workers who work for a salary or wage (and who do not own the capital or the product).}}</ref>


Nos séculos [[Século XVIII|XVIII]] e [[Século XIX|XIX]], durante a [[Revolução Industrial|revolução industrial]] na [[Inglaterra]], os trabalhadores oriundos das indústrias têxteis, doentes e desempregados juntavam-se nas [[sociedade de socorro mútuo|sociedades de socorro mútuo]].<ref>{{citar periódico |url=https://digitalcollections.wesleyan.edu/object/govtfp-46 |título=Understanding Mutual Benefit Societies at the Turn of the Twentieth Century |periódico=Journal of Health Politics, Policy and Law |publicado=Duke University Press |número=3 |ultimo=Glenn |primeiro=Brian J. |ano=2001 |pagina=639 |lingua=en |volume=26}}</ref>
É através desta situação que o proletariado percebe a necessidade de se associarem e, juntos, tentarem negociar as suas condições de trabalho. Com isso, surgem os [[sindicato]]s, associações criadas pelos operários, buscando lhes equiparar de alguma maneira aos capitalistas no momento de negociação de salários e condições de trabalho, e impedir que o operário seja obrigado a aceitar o que lhe for imposto pelo empregador.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


Esta [[revolução]] teve um papel crucial no advento do [[capitalismo]], pois, devido à constante concorrência entre os fabricantes capitalistas e o avanço tecnológico, as máquinas foram ganhando cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o lugar de muitos operários e estes tornaram-se o que é chamado "excedente de mão de obra".<ref>{{Citar web|url=https://www.significados.com.br/revolucao-industrial/|titulo=Revolução Industrial: o que é, consequências e fases|acessodata=2024-04-16|website=Enciclopédia Significados|lingua=pt-br}}</ref> Logo, estes empresários tinham controle da situação e o poder de pagar o salário que quisessem aos [[Trabalhador|operários]], que trabalhavam em condições péssimas, vulneráveis a doenças e a miséria que atingia toda a classe.<ref>{{Citar periódico |url=https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/7/17/o-contexto-da-revoluccedilatildeo-industrial |título=O contexto da revolu&ccedil;&atilde;o industrial |data=2007-05-02 |acessodata=2024-04-16 |periódico=Revista Educação Pública |número=17 |lingua=pt-br |issn=1984-6290}}</ref><ref name=":0">{{Citar periódico |url=https://www.nucleodoconhecimento.com.br/historia/revolucao-industrial-na-inglaterra |título=Revolução Industrial na Inglaterra: Um Novo Cenário na Idade Moderna |data=2017-10-14 |acessodata=2024-04-16 |periódico=Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento |número=7 |ultimo=Oliveira |primeiro=Rosane Machado de |paginas=89–116 |lingua=pt-BR}}</ref>
Durante a revolução francesa surgiram ideias liberais, que estimulavam a aprovação de leis proibitivas à atividade sindical, a exemplo da Lei Chapelier, que, em nome da liberdade dos Direitos do Homem, considerou ilegais as associações de trabalhadores e patrões. As organizações sindicais, contudo, reergueram-se clandestinamente no [[século XIX]]. No [[Reino Unido]], em [[1871]], e na [[França]], em [[1884]], foi reconhecida a legalidade dos sindicatos e associações. Com a [[Segunda Guerra Mundial]], as ideias [[Comunismo|comunistas]] e [[Socialismo|socialistas]] predominaram nos movimentos sindicais espanhóis,italianos, americanos e africanos.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


Diante deste cenário, surgem duas novas classes sociais: a classe dominante, que controla o Estado e se apropria do excedente econômico na forma de lucros e juros,<ref>{{citar web|ultimo=Bresser-Pereira|primeiro=Luiz Carlos|url=https://repositorio.fgv.br/bitstreams/f1c77c63-cd81-4743-b28d-d0beee6a03d7/download#:~:text=Duas%20classes%20b%C3%A1sicas%20existem%20no,da%20divis%C3%A3o%20social%20do%20trabalho.|titulo=Classes e Estratos Sociais No Capitalismo Contemporâneo|website=Repositório FGV}}</ref> e o [[proletariado]]. A classe dominante é a proprietária dos meios de produção ([[fábrica]]s, [[máquina]]s, [[matéria-prima]]) e o proletário possui apenas de sua [[força de trabalho]].<ref name="Burnham">{{citar livro|autor =Burnham, Peter|título=Capitalism: The Concise Oxford Dictionary of Politics|publicado=Oxford University Press|ano=2003}}</ref><ref>{{citar livro|título=Comparing Economic Systems: A Political-Economic Approach|último=Zimbalist, Sherman and Brown|primeiro=Andrew, Howard J. and Stuart|data=outubro de 1988|publicado=Harcourt College Pub|páginas=6–7|isbn=978-0-15-512403-5|citação=O capitalismo puro é definido como um sistema em que todos os meios de produção (capital físico) são de propriedade privada e administrados pela classe capitalista com fins lucrativos, enquanto a maioria das outras pessoas são trabalhadores que trabalham por um salário (e que não possuem o capital ou o produto).}}</ref>
Nos [[Estados Unidos]], o sindicalismo nasceu por volta de 1827 e, em 1886, foi constituída a [[Federação Americana do Trabalho]] (AFL), contrária à reforma ou mudança da sociedade. Defendia o sindicalismo de resultados e não se vinculava a correntes doutrinárias e políticas.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


Em 1838, a comissão da [[Cartismo|Carta do Povo]] resultou de um processo que visava a democratização do Estado, mobilizando trabalhadores em toda a [[Inglaterra]] ao receber mais de um milhão de assinaturas.<ref name=":1">{{citar web|url=https://www.parliament.uk/about/living-heritage/transformingsociety/electionsvoting/chartists/overview/chartistmovement/|titulo=The Chartist movement|website=UK Parliament}}</ref> O [[Parlamento do Reino Unido|Parlamento]] se recusou a discutir as demandas e movimentos de resistência foram desencadeados em todo o país, como resultado, houve prisões, julgamentos e muitas execuções.<ref>{{Citar web|url=https://www.historic-uk.com/HistoryUK/HistoryofBritain/Chartist-Movement/|titulo=The Chartist Movement|acessodata=2024-04-17|website=Historic UK|lingua=en-GB}}</ref> Ainda assim, o movimento não foi desarticulado e, por volta de 1848, uma segunda petição com propostas menos radicais foi enviada ao Parlamento.<ref name=":1" /> Nela – que contava com quase 3,5 milhões de assinaturas – os trabalhadores exigiam aumento de salário e redução da jornada de trabalho, tendo novamente resultados inócuos.<ref name=":0" />

Experiências como esta levaram a classe trabalhadora para posições mais radicais, e, aos poucos, surgiram as ''trade unions'', equivalentes aos [[Sindicato|sindicatos]].<ref>{{Citar web|ultimo=Cartwright|primeiro=Mark|url=https://www.worldhistory.org/article/2212/trade-unions-in-the-british-industrial-revolution/|titulo=Trade Unions in the British Industrial Revolution|acessodata=2024-04-16|website=World History Encyclopedia|lingua=en}}</ref> Nestas reuniões, os trabalhadores discutiam problemas referentes à sua situação na sociedade, buscando lhes equiparar de alguma maneira aos capitalistas no momento de negociação de salários e condições de trabalho, e impedir que o operário seja obrigado a aceitar o que lhe for imposto pelo empregador.<ref name=":0" />

Nos [[Estados Unidos]], o sindicalismo nasceu por volta de 1827 e, em 1886, foi constituída a [[AFL-CIO|Federação Americana do Trabalho]] (AFL),<ref>{{Citar web|ultimo=Terrell|primeiro=Ellen|url=https://guides.loc.gov/this-month-in-business-history/december/american-federation-of-labor|titulo=Research Guides: This Month in Business History: Formation of the American Federation of Labor|acessodata=2024-04-17|website=guides.loc.gov|lingua=en}}</ref> contrária à reforma ou mudança da sociedade. Defendia o sindicalismo de resultados e não se vinculava a correntes doutrinárias e políticas.<ref>{{Citar web|url=http://sindeclubes.com.br/inf/art/44-outros/104-o-que-e-um-sindicato#:~:text=Nos%20Estados%20Unidos,%20o%20sindicalismo,a%20correntes%20doutrin%C3%A1rias%20e%20pol%C3%ADticas.|titulo=O que é um Sindicato?|acessodata=2024-04-17|website=sindeclubes.com.br}}</ref>

Durante as duas primeiras décadas do [[século XX]], um número cada vez maior de uniões sindicalistas, comprometidas em eliminar o capitalismo por meio da ação industrial direta e da luta sindical revolucionária, foi surgindo à medida que organizações existentes eram conquistadas para os princípios sindicalistas. Entre os maiores e mais famosos sindicatos influenciados pelas ideias e práticas do [[sindicalismo revolucionário]] estão a [[Confederação Geral do Trabalho (França)|Confédération Générale du Travail]] (CGT), na [[França]], a [[Confederação Nacional do Trabalho|Confederación Nacional de Trabajo]] (CNT), na [[Espanha]], e a [[Unione Sindacale Italiana]] (USI), na [[Itália]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/43302707 |título=Syndicalism and Strikes, Leadership and Influence: Britain, Ireland, France, Italy, Spain, and the United States |data=2013 |acessodata=2024-04-17 |periódico=International Labor and Working-Class History |número=83 |ultimo=Darlington |primeiro=Ralph |paginas=37–53 |issn=0147-5479}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/syndicalism|titulo=Syndicalism {{!}} Political Economics & Labor Movements {{!}} Britannica|acessodata=2024-04-17|website=www.britannica.com|lingua=en}}</ref>
=== Sindicalismo no Brasil ===
=== Sindicalismo no Brasil ===
No [[Brasil]], com a [[Abolicionismo|abolição da escravatura]] e a [[Proclamação da República do Brasil|proclamação da República]], a economia se diversificou, e as atividades [[Manufatura|manufatureiras]] surgiram nos centros urbanos e no litoral brasileiro, atraindo levas de [[Imigração no Brasil|imigrantes]] vindos da Europa. Os imigrantes que chegavam tinham experiência de trabalho assalariado e de um leque de [[Direito do trabalho|direitos trabalhistas]] adquirido. Chegando ao Brasil, se deparavam com uma sociedade atrasada no quesito direitos e com práticas escravocratas. Rapidamente, esses homens começaram a se organizar, formando o que viriam a ser os sindicatos. O movimento sindical brasileiro efetivou-se basicamente no [[século XX]], em decorrência do processo de industrialização, e esteve ligado a correntes ideológicas como o [[positivismo]], o [[marxismo]], o [[socialismo]], o [[anarquismo]], o [[anarcossindicalismo]], o trabalhismo vanguardista e o [[populismo]].{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}
No [[Brasil]], com a [[Abolicionismo|abolição da escravatura]] e a [[Proclamação da República do Brasil|proclamação da República]], a economia se diversificou, e as atividades [[Manufatura|manufatureiras]] surgiram nos centros urbanos e no litoral brasileiro, atraindo levas de [[Imigração no Brasil|imigrantes]] vindos da Europa.<ref>{{citar web|ultimo=Nassyrios|primeiro=Gabriela|url=https://www.jusbrasil.com.br/artigos/sindicalismo-no-brasil/339332671|titulo=Sindicalismo no Brasil|website=Jusbrasil}}</ref> Os imigrantes que chegavam tinham experiência de trabalho assalariado e de um leque de [[Direito do trabalho|direitos trabalhistas]] adquirido. Chegando ao Brasil, se deparavam com uma sociedade atrasada no quesito direitos trabalhistas e com práticas escravocratas.<ref>{{Citar web|url=https://sindis.com.br/posts/historia-dos-sindicatos-no-brasil|titulo=SINDIS - Historia dos sindicatos no Brasil|acessodata=2024-04-17|website=sindis.com.br|lingua=pt-br}}</ref>


Rapidamente, esses operários começaram a se organizar, formando o que seriam os sindicatos. Em 1890, alguns trabalhadores socialistas fundam o Partido Operário, procurando organizar a pequena classe trabalhadora (urbana e fabril) para exercerem, organizadamente, reivindicações que levassem à melhoria das condições de trabalho e de vida.<ref name=":2">{{Citar livro|título=Introdução à história do movimento sindical|ultimo=Goettert|primeiro=Jones Dari|data=2011-08-15|editora=Cnte|series=Formação de Dirigentes Sindicais|lingua=pt-BR|isbn=978-85-64766-08-2}}</ref>
O movimento sindical mais forte no Brasil ocorreu em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das fábricas e indústrias. Os sindicalistas mais ativos eram os anarquistas italianos, que, surpreendendo os governantes, desencadearam uma onda de rebeliões, ulteriormente contida mediante violenta repressão policial. No [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], o movimento sindicalista foi diferente do ocorrido em São Paulo. Suas preocupações estavam em causas mais imediatas, tais como a melhoria de salários e a redução do horário de trabalho. Portanto, tal movimento não visava a uma transformação da sociedade através dos sindicatos, princípio básico do anarcossindicalismo.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


O movimento sindical brasileiro efetivou-se basicamente no [[século XX]], em decorrência do processo de industrialização, e esteve ligado a correntes ideológicas como o [[positivismo]], o [[marxismo]], o [[socialismo]], o [[anarquismo]], o [[anarcossindicalismo]], o trabalhismo vanguardista e o [[populismo]].<ref>{{Citar livro|título=Sindicalismo E Estado No Brasil|ultimo=Jr|primeiro=Armando Boito|data=2005-11-29|editora=Ifch - Unicamp|página=54-59|lingua=pt-BR|isbn=85-86572-17-9}}</ref>
Além disso, o movimento sindical no Brasil se divide em dois momentos: o Velho e o Novo Sindicalismo. O Velho Sindicalismo tinha um enfoque maior nas relações de mão de obra e mais-valia, ou seja, em análises sobre classe social. E o novo sindicalismo, surgido em 1978 a partir das agitações operárias no ABC paulista, ampliou a discussão, dando maior ênfase as relações de raça e classe. Sendo assim, ao aspecto feminista de uma perspectiva racial e interseccional dentro dos movimentos.<ref>{{Citar periódico |url=https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/34726 |titulo=Mulher, educação e movimento sindical no Brasil: reflexões interseccionais |data=2021-02-26 |acessodata=2021-04-07 |jornal=Linhas Críticas |publicado= |ultimo=Bessa Ferreira de Oliveira |primeiro=Carolina |ultimo2=Mendes |primeiro2=Gilene Pinheiro da Silva |paginas=1–19 |lingua=pt-BR |doi=10.26512/lc.v27.2021.34726 |issn=1516-4896}}</ref>


A [[Greve geral de 1917|primeira greve geral brasileira]] ocorreu em 1917 e teve duração de 30 dias. Na fábrica têxtil [[Cotonifício Rodolfo Crespi|Cotonifício Crespi]], quatrocentos operários exigiram 20% de aumento salarial em troca do aumento de carga horária imposto pela empresa. O pedido foi prontamente negado pelo proprietário da fábrica, e a resposta dos operários foi uma greve que se alastrou para outras indústrias da época.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-39740614 |título=1ª greve geral do país, em 1917, foi iniciada por mulheres e durou 30 dias |acessodata=2024-04-17 |periódico=BBC News Brasil |lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":2" />
==== Década de 1930 ====
Em [[1930]], o Governo Federal criou o [[Ministério do Trabalho]] e em [[1931]] regulamentou, por decreto, a sindicalização das classes patronais e operárias. Criou as Juntas de Conciliação e Julgamento e, com a promulgação da Constituição do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]], a unicidade sindical.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


O movimento sindical mais forte no Brasil ocorreu em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das fábricas e indústrias.<ref name=":2" /> Os sindicalistas mais ativos eram os anarquistas italianos, que, surpreendendo os governantes, desencadearam uma onda de rebeliões, ulteriormente contida mediante violenta repressão policial.<ref>{{Citar web|url=https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=334078|titulo=História da repressão ao movimento sindical durante ditadura deve ser resgatada|acessodata=2024-04-17|website=www.al.sp.gov.br|lingua=pt-br}}</ref>
A regulamentação do trabalho e os institutos de previdência social ocorreram também naquele momento histórico. As organizações sindicais passaram a ter caráter paraestatal, a greve foi proibida e foi instituído o imposto sindical. Em [[1955]], o movimento sindical brasileiro voltou a expandir-se, havendo sido formados, em 1961, o [[Comando Geral dos Trabalhadores]] (CGT) e o Pacto de Unidade e Ação (PUA).{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}

Além disso, o movimento sindical no Brasil se divide em dois momentos: o Velho e o Novo Sindicalismo. O Velho Sindicalismo tinha um enfoque maior nas relações de mão de obra e [[mais-valia]], ou seja, em análises sobre classe social. E o novo sindicalismo, surgido em 1978 a partir das agitações operárias no ABC paulista, ampliou a discussão, dando maior ênfase as relações de raça e classe. Sendo assim, ao aspecto feminista de uma perspectiva racial e interseccional dentro dos movimentos.<ref>{{Citar periódico |url=https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/34726 |titulo=Mulher, educação e movimento sindical no Brasil: reflexões interseccionais |data=2021-02-26 |acessodata=2021-04-07 |jornal=Linhas Críticas |publicado= |ultimo=Bessa Ferreira de Oliveira |primeiro=Carolina |ultimo2=Mendes |primeiro2=Gilene Pinheiro da Silva |paginas=1–19 |lingua=pt-BR |doi=10.26512/lc.v27.2021.34726 |issn=1516-4896}}</ref>

==== Período de 1930 à 1959 ====
Por certo tempo, o sindicalismo no Brasil era ditado por iniciativas dos trabalhadores ou de grupos com perfil político-ideológico mais definido, como os partidos políticos. De forma geral, essas iniciativas eram tomadas pelos trabalhadores em sua heterogeneidade, concebido por uma inspiração autônoma.<ref name=":4">{{Citar web|url=https://www.politize.com.br/sindicalismo-no-brasil-e-no-mundo/|titulo=História do sindicalismo no Brasil e no mundo {{!}} Politize!|data=2017-04-26|acessodata=2024-04-18|lingua=pt-BR}}</ref> Essa dinâmica muda com a ascensão de [[Getúlio Vargas]] ao poder em 1930, quando o presidente passa a submeter os sindicatos ao controle do Estado.<ref>{{Citar web|url=https://www.camara.leg.br/noticias/143034-saiba-mais-sobre-o-modelo-sindical-brasileiro/|titulo=Saiba mais sobre o modelo sindical brasileiro - Notícias|acessodata=2024-04-18|website=Portal da Câmara dos Deputados|lingua=pt-br}}</ref>

Em [[1930]], o Governo Federal criou o [[Ministério do Trabalho e Emprego|Ministério do Trabalho]] e em [[1931]] regulamentou, por decreto, a sindicalização das classes patronais e operárias.<ref name=":3">{{Citar web|url=https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/conselho-nacional-do-trabalho/institucional/historico/historico|titulo=Histórico|acessodata=2024-04-18|website=Ministério do Trabalho e Emprego|lingua=pt-br}}</ref> Criou as Juntas de Conciliação e Julgamento e, com a promulgação da [[Constituição brasileira de 1937|Constituição]] do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]], a unicidade sindical.<ref name=":3" />

Em janeiro de 1931, um Manifesto da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) conclamou os brasileiros a não ficarem passivos e a se unirem para protestar contra o desemprego e as condições degradantes em que viviam.<ref>{{citar web|ultimo=Bonfim|primeiro=João Bosco Bezerra|url=https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/100/texto8%20-%20fome.pdf?sequence=4&isAllowed=y|titulo=As Políticas Públicas Sobre A Fome No Brasil|website=Consultoria Legislativa do Senado Federal|pagina=11}}</ref> A CGTB defendia a centralização do movimento sindical, sem romper com a tradição beneficente das associações de ofício anarquistas. O manifesto ficou conhecido como Marcha da Fome e foi duramente reprimido por forças policiais.<ref>{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/manifesto-contra-a-miseria-e-a-fome|titulo=Polícia reprime a Marcha da Fome|acessodata=2024-04-18|website=Memorial da Democracia}}</ref>

Criado no governo de Getúlio Vargas para sustentar os sindicatos atrelados ao Estado, o [[Contribuição sindical|imposto sindical]] foi regulamentado em 1940 pelo decreto lei 2 377.<ref>{{Citar web|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2377-8-julho-1940-412315-publicacaooriginal-1-pe.html|titulo=Decreto-lei 2.377 de 8 de julho de 1940|acessodata=2024-04-20|website=Portal da Câmara dos Deputados}}</ref> Em 1943, quando foi publicada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ele foi incorporado a esse conjunto de leis.<ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1510200905.htm|titulo=Folha de S.Paulo - Saiba mais: Imposto foi criado nos anos 40 por Vargas - 15/10/2009|acessodata=2024-04-18|website=www1.folha.uol.com.br}}</ref> O imposto seria um dos fatores fundamentais para a criação de um grupo de sindicalistas mais interessados em conquistar benefícios próprios e manter boas relações com o governo do que em lutar pelos trabalhadores. Esses dirigentes ficariam conhecidos como “[[Pelego|pelegos]]” — nome dado no Sul do país à pele de ovelha colocada entre a sela e o lombo do cavalo.<ref>{{Citar web|ultimo=|primeiro=|url=https://www18.fgv.br/CPDOC/acervo/dicionarios/verbete-tematico/pelego|titulo=Pelego|acessodata=2024-04-20|website=CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/getulio-cria-o-imposto-sindical|titulo=Governo institui o imposto sindical|acessodata=2024-04-18|website=Memorial da Democracia}}</ref>

Durante o [[Governo Getúlio Vargas (1951-1954)|segundo governo Vargas]], a questão das "minorias atuantes", inspirada na definição de [[Gaetano Mosca]] (''Elementos di scienza política'', 1923) é frequentemente retomada pelos defensores do trabalhismo, associada aos "insufladores de greves".<ref>{{Citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/98753 |título=Trabalho e trabalhadores no segundo governo Vargas: as greves como um "antidireito" (1951-1954) |data=2015-06-30 |acessodata=2024-04-18 |periódico=Revista de História |número=172 |ultimo=Alves |primeiro=Juliana Martins |paginas=367–396 |lingua=pt |doi=10.11606/issn.2316-9141.rh.2015.98753 |issn=2316-9141}}</ref> Entre os anos 1951-54, os inúmeros processos julgados pela Justiça confirmam esta afirmação. Um libelo contra as greves políticas e seu "caráter subversivo", que não poderiam ser permitidas no Brasil, porque nada seria "mais insólito" que admitir que pudesse "intervir na máquina do Estado" a "vontade de uma minoria".<ref>{{citar periódico |título=Publicação nacional de doutrina, jurisprudência e legislação |periódico=Revista Forense |número=51 |anooriginal=1954 |pagina=504 |volume=154}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/onda-de-greves-em-sao-paulo-santos-e-na-capital-da-republica|titulo=Santos, São Paulo e Rio têm dia de greve|acessodata=2024-04-18|website=Memorial da Democracia}}</ref>


==== Década de 1960 ====
==== Década de 1960 ====
Em novembro de 1960, marítimos, portuários e ferroviários dão início a greve por equiparação dos vencimentos dos funcionários civis da União com os dos militares, que obtiveram reajustes não concedidos aos demais servidores federais.<ref>{{citar periódico |url=https://memoria.bn.br/pdf/093092/per093092_1960_09930.pdf |título=Prossegue a greve pela paridade em todo o Brasil |data=1960-11-10 |periódico=Diário Carioca |número=9930 |volume=XXXIII}}</ref> Essas categorias, representadas por 56 sindicatos, totalizavam mais de 1,6 milhão de trabalhadores no país. Foram interrompidas assim as atividades de portos, balsas de transporte interestaduais e estações de trem. [[Juscelino Kubitschek]], então presidente do Brasil, declarou a ilegalidade da greve e as polícias civil e militar reprimiram a manifestação.<ref name=":5">{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/greve-paralisa-pais-e-conquista-paridade|titulo=Greve da paridade paralisa o país|acessodata=2024-04-18|website=Memorial da Democracia}}</ref>
A década de 1960 é um período de particular importância para a história do sindicalismo no Brasil sobretudo por causa do [[golpe militar de 1964]], que reprimiu duramente a atuação de sindicatos e sindicalistas<ref>[http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/38816/cnv+sistema+da+volkswagen+para+vigiar+funcionarios+na+ditadura+foi+criado+por+criminoso+nazista.shtml CNV: Sistema da Volkswagen para vigiar funcionários na ditadura foi criado por criminoso nazista]</ref>, limitou a Lei de Greve e substituiu a estabilidade no emprego pelo Fundo de Garantia, entre outras medidas. Contudo, a atividade sindical persistiu nos anos após o golpe militar, e algumas organizações de trabalhadores da região sudeste do país assumiram um certo protagonismo.


No dia 10 de novembro do mesmo ano, os dois lados do conflito acabariam cedendo. Os trabalhadores, convencidos de que a lei seria aprovada, acabaram encerrando a greve a partir da primeira hora do dia 11. A polícia desinterditou os sindicatos e a Lei da Paridade entre Civis e Militares foi aprovada dia 12.<ref>{{citar web|url=https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l3780.htm#:~:text=LEI%20No%203.780%2C%20DE%2012%20DE%20JULHO%20DE%201960.&text=Disp%C3%B5e%20s%C3%B4bre%20a%20Classifica%C3%A7%C3%A3o%20de,correspondentes%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.,Classifica%C3%A7%C3%A3o%20estabelecida%20na%20presente%20lei.|titulo=Lei nº 3.780 de 12 de julho de 1960|publicado=Presidência da República Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos}}</ref><ref name=":5" />
O ano de [[1968]] é marcado por paralisações e estratégias de alianças internacionais. Já em Janeiro, o sindicato dos sapateiros do [[São Paulo (estado)|estado de São Paulo]], presidido por Estevão Spósito, passa a buscar alianças com organizações estadunidenses.<ref>The Lynn Daily Evening Item (MA), ''Mayor Greets Brazilian Visitor'', 31 de Janeiro de 1968</ref> Também nesse ano, liderados por [[José Ibrahim‎]], trabalhadores de [[Osasco]] e [[Contagem]], levantaram-se em greve de grande envergadura.
[[Ficheiro:Material apreendido sobre a Confederação Nacional dos Trabalhadores cropped.tif|miniaturadaimagem|Material do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)]]
Mas é durante os anos 1960 que a luta sindical atinge seu ápice no Brasil até então, com imensas manifestações grevistas e a realização do IV Congresso Sindical Nacional, quando foi criado o [[Comando Geral dos Trabalhadores]] (CGT).<ref>{{Citar web|ultimo=Kornis|primeiro=Mônica|url=https://www18.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/comando-geral-dos-trabalhadores-cgt|titulo=Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)|acessodata=2024-04-20|website=CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil|lingua=pt-br}}</ref> No campo, as lutas também se intensificaram com a criação das ligas camponesas, onde aos poucos cresciam os sindicatos rurais.<ref>{{Citar web|url=https://www.ligascamponesas.org.br/?page_id=99|titulo=História das Ligas Camponesas – Memorial das Ligas e Lutas Camponesas|data=2013-11-09|acessodata=2024-04-20|lingua=pt-BR}}</ref>


A ação política por parte das classes trabalhadoras apresentou como resultado a criação do [[Reformas de base|Estatuto do Trabalhador Rural]] (lei promulgada em 2 de março de 1963),<ref>{{Citar web|url=https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4214-2-marco-1963-353992-publicacaooriginal-1-pl.html|titulo=Legislação Informatizada - Lei nº 4.214, de 2 de Março de 1963 - Publicação Original|acessodata=2024-04-18|website=Portal da Câmara dos Deputados}}</ref> que:
[[File:1968-01-31-Irving E Kane and Estevao Sposito-Lynn-Massachusetts-USA.png|thumb|Recorte do jornal estadunidense The Lynn Daily Evening Item, edição de 31 de Janeiro de 1968. A foto mostra o prefeito de Lynn (US-MA), Irving E. Kane, posicionado do lado esquerdo, recebendo o sindicalista brasileiro Estevão Spósito.]]
{{Blockquote|texto=estendeu o âmbito da CLT até o campo, submetendo os trabalhadores rurais às mesmas obrigações e direitos a que estava sujeito o operariado urbano. Na verdade, com o Estatuto [...] o governo procurou, do mesmo modo que a legislação trabalhista montada por Vargas fez com os operários na cidade, canalizar para dentro do aparelho estatal os conflitos oriundos do campo, visando a manter sob seu controle os trabalhadores rurais. Uma das principais falhas do Estatuto foi a de não incluir a questão da reforma agrária e da propriedade da terra|autor=Sérgio Amad Costa|fonte=<ref>Costa, Sérgio Amad. ''O CGT e as lutas sindicais brasileiras (1960-64)''. São Paulo, Editora do Grêmio Politécnico, 1981. p. 77</ref>}}
Como havia acontecido em 1935 com o estado de guerra, o mesmo estancamento do movimento sindical brasileiro volta a ocorrer em abril de 1964, com a tomada do poder pelo grupo militar que comandou o [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de Esta­do]]. Seguiu-se um período de repreensão da atuação de sindicatos e sindicalistas.<ref>{{Citar web|url=https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/cnv-sistema-da-volkswagen-para-vigiar-funcionarios-na-ditadura-foi-criado-por-criminoso-nazista/|titulo=CNV: Sistema da Volkswagen para vigiar funcionários na ditadura foi criado por criminoso nazista - Opera Mundi|data=2014-12-12|website=operamundi.uol.com.br|lingua=pt-BR}}</ref> limitação da Lei de Greve e substituição da estabilidade no emprego pelo Fundo de Garantia. Sérgio Amad Costa discorre sobre esse período em sua obra ''O CGT e as lutas sindicais brasileiras (1960-64)'':<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/O_C_G_T_e_as_lutas_sindicais_brasileiras.html?id=03xFAAAAYAAJ&redir_esc=y|título=O C.G.T. e as lutas sindicais brasileiras (1960-64)|ultimo=Costa|primeiro=Sérgio Amad|data=1981|editora=Editora do Grêmio Politécnico|página=148|lingua=pt-BR}}</ref>
{{Blockquote|texto=Durante o mês de abril, sindicatos, federações e confederações vinculados ao CGT sofreram intervenção das novas forças que assumiram o comando do país. Cerca de 350 sindicatos, 22 federações e as seis confederações de trabalhadores tiveram nesse período suas diretorias destituídas, sendo que muitos dos antigos dirigentes sindicais foram presos, outros se exilaram e houve mesmo os que desapareceram sem deixar vestígio}}[[File:1968-01-31-Irving E Kane and Estevao Sposito-Lynn-Massachusetts-USA.png|thumb|Recorte do jornal estadunidense The Lynn Daily Evening Item, edição de 31 de Janeiro de 1968. A foto mostra o prefeito de Lynn (US-MA), Irving E. Kane, posicionado do lado esquerdo, recebendo o sindicalista brasileiro Estevão Spósito.]]Contudo, a atividade sindical persistiu nos anos após o golpe militar, e algumas organizações de trabalhadores da região sudeste do país assumiram um certo protagonismo. No fim de 1967, foi organizado em São Paulo o Movimento Sindical Anti-Arrocho (MIA), para conduzir a mobilização dos trabalhadores contra a política econômica.<ref>{{Citar web|url=https://memoriasindical.com.br/formacao-e-debate/o-1o-de-maio-de-1968-na-se-em-sao-paulo/|titulo=O 1º de Maio de 1968 na Sé, em São Paulo|acessodata=2024-04-18|website=Memória Sindical|lingua=pt-BR}}</ref>


O ano de 1968 foi marcado por paralisações e estratégias de alianças internacionais. Já em Janeiro, o sindicato dos sapateiros do [[São Paulo (estado)|estado de São Paulo]], presidido por Estevão Spósito, passa a buscar alianças com organizações estadunidenses.<ref>The Lynn Daily Evening Item (MA), ''Mayor Greets Brazilian Visitor'', 31 de Janeiro de 1968</ref> Também nesse ano, liderados por [[José Ibrahim‎]], 22 mil trabalhadores de [[Osasco]] e [[Contagem]], levantaram-se em greve de grande envergadura.<ref>{{Citar web|url=https://memoriasdaditadura.org.br/personagens/jose-ibrahim/|titulo=José Ibrahim – Memorias da Ditadura|acessodata=2024-04-18|lingua=pt-BR}}</ref>
==== Década de 1970 ====
Em [[1970]], surgiram novas lideranças sindicais e, a partir de [[1980]], os trabalhadores rurais das usinas de [[açúcar]] e [[álcool]], no Nordeste e São Paulo, e das plantações de [[laranja]] do interior de São Paulo, juntaram-se aos desempregados, e sob a influência da [[Central Única dos Trabalhadores]] (CUT), de partidos de [[Esquerdismo|esquerda]] e de poucos parlamentares progressistas, organizaram-se em movimentos a exemplo do [[Movimento dos Sem Terra]] (MST).{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


==== Nos dias atuais ====
==== Final do século XX ====
A violenta carga repressiva que se abateu sobre toda a oposição a partir do [[Ato Institucional n.º 5|Ato Institucional nº 5]] (AI-5),<ref>{{Citar web|ultimo=Cavalcanti Filho|primeiro=José Paulo|url=https://veja.abril.com.br/coluna/noblat/50-anos-do-ai-5/|titulo=50 anos do AI-5|data=2018-12-14|acessodata=2024-04-18|website=VEJA|lingua=pt-BR}}</ref> em 13 de dezembro de 1968, atingiu fortemente o movimento sindical e somente dez anos depois, em 1978, com a paralisação da Scania, em [[São Bernardo do Campo]] (SP), o movimento operário voltaria a realizar mobilizações expressivas.<ref>{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/exercito-reprime-a-greve-de-osasco|titulo=Exército reprime a greve de Osasco|acessodata=2024-04-18|website=Memorial da Democracia}}</ref> No dia 12 de maio de 1978, os trabalhadores da fábrica de caminhões da Scania exigiram um aumento salarial de 20%, acima do reajuste estipulado pelo governo.<ref>{{Citar livro|título=A Rebeldia Do Trabalho: o confronto operário no ABC paulista : as greves de 1978/80|ultimo=Antunes|primeiro=Ricardo|data=1996-03-13|editora=Editora da Unicamp|lingua=pt-BR}}</ref> O movimento se alastrou no ABC paulista e ficou conhecido por muitos estudiosos como "novo sindicalismo".<ref>{{Citar web|ultimo=Almeida|primeiro=Maria Hermínia Tavares de|url=https://www18.fgv.br/CPDOC/acervo/dicionarios/verbete-tematico/sindicalismo|titulo=SINDICALISMO|acessodata=2024-04-18|website=CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/novo-sindicalismo|titulo=Novo Sindicalismo (1978 - 1983)|acessodata=2024-04-18|website=Memorial da Democracia}}</ref>
Atualmente, o sindicalismo brasileiro passa por um momento de renovação por conta das novas demandas, como a [[emprego|empregabilidade]], a [[globalização]] dos serviços e, cada vez mais, a luta por condições dignas de trabalho.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}


O 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT) aconteceu entre os dias 26 a 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo. Durante o congresso, foi fundada a CUT ([[Central Única dos Trabalhadores]]).<ref>{{Citar web|url=https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/siglas/siglario2/c/CUT.html|titulo=Sigla - CUT|acessodata=2024-04-20|website=Portal da Câmara dos Deputados|lingua=pt-br}}</ref> As principais resoluções do congresso foram: organização de uma campanha nacional de luta em torno das reivindicações imediatas, a luta pelas [[Diretas Já]] e a definição da greve geral como principal instrumento de luta dos trabalhadores.<ref>{{Citar web|url=https://cedoc.cut.org.br/cedoc/resolucoes-de-congressos/114|titulo=1º Congresso Nacional da CUT (1º CONCUT - 24 a 26/08/1984)|acessodata=2024-04-20|website=cedoc.cut.org.br}}</ref>
Existe uma proposta de sindicalismo por Organização por Local de Trabalho (OLT) que objetiva resgatar o papel ativo dos trabalhadores na construção de uma militância que seja capaz de fazer uma leitura crítica da realidade, buscando transformá-la. Esta é uma forma contra-hegemônica de atuação sindical pois propõe ir além das questões meramente econômicas.{{Carece de fontes|data=junho de 2021}}

Na década de 1990, a trajetória ascendente do novo sindicalismo sofreu um significativo influxo. Sidney Jard da Silva, professor titular do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da [[Universidade Federal do ABC|UFABC]], faz a seguinte observação sobre o sindicalismo nos últimos anos do século XX:<ref>{{Citar periódico |url=https://e-revista.unioeste.br/index.php/tempodaciencia/article/view/450 |título=Sindicalismo do setor público nos anos 90: persistência da lógica do conflito |data=2005 |acessodata=2024-04-20 |periódico=Tempo da Ciência |número=24 |ultimo=Silva |primeiro=Sidney Jard da |pagina= |paginas=123-143 |lingua=pt |doi=10.48075/rtc.v12i24.450 |issn=1981-4798}}</ref>

{{Blockquote|texto=No plano econômico, o processo de reestruturação produtiva, a flexibilização das relações de trabalho e o aumento do desemprego colocaram o movimento sindical na defensiva. No plano político, a inspiração [[Neoliberalismo|neoliberal]] do governo [[Collor de Mello]] (1990-1992), o sucesso do [[Plano Real]] no governo [[Itamar Franco]] (1992-1994) e a continuidade das reformas estruturais no governo [[Fernando Henrique Cardoso]] (1995-2002) alteraram o contexto político e institucional que dera origem ao novo sindicalismo.}}

==== Atualmente ====
O sindicalismo brasileiro passa por um momento de renovação por conta das novas demandas, como a [[emprego|empregabilidade]], a [[globalização]] dos serviços e, cada vez mais, a luta por condições dignas de trabalho.<ref>{{Citar web|url=https://www.sintcon.com.br/vernoticias.php?idn=325|titulo=O sindicalismo no Brasil e no mundo: ontem, hoje e sempre|acessodata=2024-04-20|website=SINTCON-RJ}}</ref>

Existe uma proposta de sindicalismo por Organização por Local de Trabalho (OLT)<ref>{{Citar periódico |url=http://periodicos.pucminas.br/index.php/Direito/article/view/8446 |título=A Organização Dos Trabalhadores No Local De Trabalho: Análise Da Disciplina Jurídica No Brasil e na Itália |data=2014-12-24 |acessodata=2024-04-20 |periódico=Revista da Faculdade Mineira de Direito |número=34 |ultimo=Azevedo |primeiro=Anna Carolina De Oliveira |doi=10.5752/P.2318-7999.2014v17n34p50 |issn=2318-7999}}</ref> que objetiva resgatar o papel ativo dos trabalhadores na construção de uma militância que seja capaz de fazer uma leitura crítica da realidade, buscando transformá-la. Esta é uma forma contra-hegemônica de atuação sindical pois propõe ir além das questões meramente econômicas.<ref>{{Citar web|ultimo=Belmudes|primeiro=Marcelo|url=https://gentejornal.com.br/noticia/893/os-sindicatos-brasileiros-apos-a-redemocratizacao.html|titulo=Os Sindicatos Brasileiros Após a Redemocratização|data=2020-04-27|acessodata=2024-04-20|website=Gente Jornal|lingua=pt-BR}}</ref>

=== Sindicalismo em Portugal ===
Em [[Portugal]], os sindicatos foram fundamentais na organização da classe operária e nas lutas sociopolíticas de finais do século XIX até 1926, mas foram sempre objeto de forte repressão e controle por parte do Estado.<ref name=":6" /> Porém, mesmo o sindicalismo corporativo do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] não impediu o trabalho clandestino de ativistas e militantes na defesa dos trabalhadores.<ref>{{Citar periódico |url=https://repositorio.ul.pt/handle/10451/7351 |título=O sindicalismo português entre 1933 e 1974:orientações políticas e estratégicas do Partido Comunista Português para a luta sindical |data=2010 |acessodata=2024-04-20 |ultimo=Lopes |primeiro=Maria Filomena Rocha}}</ref> Só após [[Revolução de 25 de Abril de 1974|25 de Abril de 1974]] o campo sindical atingiu o seu apogeu, tendo porém, caído de imediato numa nova cisão, resultante da rivalidade política entre o [[Coligação Democrática Unitária|PCP]] e o PS, que permanece até hoje com a divisão entre as duas confederações sindicais: a [[Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional|CGTP]] e a [[União Geral de Trabalhadores|UGT]].<ref name=":6">{{Citar web|ultimo=Estanque|primeiro=Elísio|url=https://www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/ces.uc.pt/eventos/index.php?id=&id_lingua=|titulo=Observatório sobre crises e alternativas|acessodata=2024-04-20|website=Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra|lingua=}}</ref>

A organização do movimento sindical português é pautada pelos seguintes níveis de estruturação: sindicatos, federações, uniões e confederações.<ref>{{citar livro|título=Sociologia do Trabalho - uma introdução|ultimo=Freire|primeiro=João|editora=Edições Afrontamento|ano=2001|local=Porto|isbn=972-98823-4-7}}</ref> Atualmente, a CGTP tem um discurso menos radical do que no passado. Ainda assim continua defendendo que a crescente acumulação e centralização do capital, tal como o aumento do desemprego e desproteção social são algumas das consequências políticas neoliberais.<ref>{{citar web|ultimo=Ribeiro|primeiro=Vera da Conceição Pires|url=https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/71837/2/28590.pdf|titulo=Sindicalismo em Portugal: limites e desafios|website=Repositório aberto - Universidade do Porto|ano=2013|pagina=42}}</ref>


== Ver também ==
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== Ligações externas ==

* [https://sinbraf.com.br/conheca-oito-conquistas-historicas-do-sindicalismo-brasileiro/ Oito conquistas históricas do sindicalismo brasileiro - Sinbraf/RS]
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Revisão das 12h49min de 22 de abril de 2024

Manifestação do movimento sindical argentino "FORA" em 1915.

O sindicalismo é um movimento social de associação de trabalhadores assalariados em sindicatos visando à proteção dos seus interesses.[1] Ao mesmo tempo, é também uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da sociedade.[2]

História

O sindicalismo tem origem nas corporações de ofício da Europa medieval.[3] Jesse Benedict Carter, primeiro diretor da Academia Americana em Roma, faz essa ligação em The Religion of Numa:[4]

A sociedade que testemunhou a vinda de Minerva para a Etrúria [...] não podia imaginar que em seu templo no Aventino, moldava-se a idéia dos sindicatos.

Durante a revolução francesa surgiram ideias liberais, que estimulavam a aprovação de leis proibitivas à atividade sindical, a exemplo da Lei Chapelier, que, em nome da liberdade dos Direitos do Homem, considerou ilegais as associações de trabalhadores e patrões.[5] As organizações sindicais, contudo, reergueram-se clandestinamente no século XIX. No Reino Unido, em 1871, e na França, em 1884, foi reconhecida a legalidade dos sindicatos e associações.[6]

Nos séculos XVIII e XIX, durante a revolução industrial na Inglaterra, os trabalhadores oriundos das indústrias têxteis, doentes e desempregados juntavam-se nas sociedades de socorro mútuo.[7]

Esta revolução teve um papel crucial no advento do capitalismo, pois, devido à constante concorrência entre os fabricantes capitalistas e o avanço tecnológico, as máquinas foram ganhando cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o lugar de muitos operários e estes tornaram-se o que é chamado "excedente de mão de obra".[8] Logo, estes empresários tinham controle da situação e o poder de pagar o salário que quisessem aos operários, que trabalhavam em condições péssimas, vulneráveis a doenças e a miséria que atingia toda a classe.[9][10]

Diante deste cenário, surgem duas novas classes sociais: a classe dominante, que controla o Estado e se apropria do excedente econômico na forma de lucros e juros,[11] e o proletariado. A classe dominante é a proprietária dos meios de produção (fábricas, máquinas, matéria-prima) e o proletário possui apenas de sua força de trabalho.[12][13]

Em 1838, a comissão da Carta do Povo resultou de um processo que visava a democratização do Estado, mobilizando trabalhadores em toda a Inglaterra ao receber mais de um milhão de assinaturas.[14] O Parlamento se recusou a discutir as demandas e movimentos de resistência foram desencadeados em todo o país, como resultado, houve prisões, julgamentos e muitas execuções.[15] Ainda assim, o movimento não foi desarticulado e, por volta de 1848, uma segunda petição com propostas menos radicais foi enviada ao Parlamento.[14] Nela – que contava com quase 3,5 milhões de assinaturas – os trabalhadores exigiam aumento de salário e redução da jornada de trabalho, tendo novamente resultados inócuos.[10]

Experiências como esta levaram a classe trabalhadora para posições mais radicais, e, aos poucos, surgiram as trade unions, equivalentes aos sindicatos.[16] Nestas reuniões, os trabalhadores discutiam problemas referentes à sua situação na sociedade, buscando lhes equiparar de alguma maneira aos capitalistas no momento de negociação de salários e condições de trabalho, e impedir que o operário seja obrigado a aceitar o que lhe for imposto pelo empregador.[10]

Nos Estados Unidos, o sindicalismo nasceu por volta de 1827 e, em 1886, foi constituída a Federação Americana do Trabalho (AFL),[17] contrária à reforma ou mudança da sociedade. Defendia o sindicalismo de resultados e não se vinculava a correntes doutrinárias e políticas.[18]

Durante as duas primeiras décadas do século XX, um número cada vez maior de uniões sindicalistas, comprometidas em eliminar o capitalismo por meio da ação industrial direta e da luta sindical revolucionária, foi surgindo à medida que organizações existentes eram conquistadas para os princípios sindicalistas. Entre os maiores e mais famosos sindicatos influenciados pelas ideias e práticas do sindicalismo revolucionário estão a Confédération Générale du Travail (CGT), na França, a Confederación Nacional de Trabajo (CNT), na Espanha, e a Unione Sindacale Italiana (USI), na Itália.[19][20]

Sindicalismo no Brasil

No Brasil, com a abolição da escravatura e a proclamação da República, a economia se diversificou, e as atividades manufatureiras surgiram nos centros urbanos e no litoral brasileiro, atraindo levas de imigrantes vindos da Europa.[21] Os imigrantes que chegavam tinham experiência de trabalho assalariado e de um leque de direitos trabalhistas adquirido. Chegando ao Brasil, se deparavam com uma sociedade atrasada no quesito direitos trabalhistas e com práticas escravocratas.[22]

Rapidamente, esses operários começaram a se organizar, formando o que seriam os sindicatos. Em 1890, alguns trabalhadores socialistas fundam o Partido Operário, procurando organizar a pequena classe trabalhadora (urbana e fabril) para exercerem, organizadamente, reivindicações que levassem à melhoria das condições de trabalho e de vida.[23]

O movimento sindical brasileiro efetivou-se basicamente no século XX, em decorrência do processo de industrialização, e esteve ligado a correntes ideológicas como o positivismo, o marxismo, o socialismo, o anarquismo, o anarcossindicalismo, o trabalhismo vanguardista e o populismo.[24]

A primeira greve geral brasileira ocorreu em 1917 e teve duração de 30 dias. Na fábrica têxtil Cotonifício Crespi, quatrocentos operários exigiram 20% de aumento salarial em troca do aumento de carga horária imposto pela empresa. O pedido foi prontamente negado pelo proprietário da fábrica, e a resposta dos operários foi uma greve que se alastrou para outras indústrias da época.[25][23]

O movimento sindical mais forte no Brasil ocorreu em São Paulo, onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das fábricas e indústrias.[23] Os sindicalistas mais ativos eram os anarquistas italianos, que, surpreendendo os governantes, desencadearam uma onda de rebeliões, ulteriormente contida mediante violenta repressão policial.[26]

Além disso, o movimento sindical no Brasil se divide em dois momentos: o Velho e o Novo Sindicalismo. O Velho Sindicalismo tinha um enfoque maior nas relações de mão de obra e mais-valia, ou seja, em análises sobre classe social. E o novo sindicalismo, surgido em 1978 a partir das agitações operárias no ABC paulista, ampliou a discussão, dando maior ênfase as relações de raça e classe. Sendo assim, ao aspecto feminista de uma perspectiva racial e interseccional dentro dos movimentos.[27]

Período de 1930 à 1959

Por certo tempo, o sindicalismo no Brasil era ditado por iniciativas dos trabalhadores ou de grupos com perfil político-ideológico mais definido, como os partidos políticos. De forma geral, essas iniciativas eram tomadas pelos trabalhadores em sua heterogeneidade, concebido por uma inspiração autônoma.[28] Essa dinâmica muda com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder em 1930, quando o presidente passa a submeter os sindicatos ao controle do Estado.[29]

Em 1930, o Governo Federal criou o Ministério do Trabalho e em 1931 regulamentou, por decreto, a sindicalização das classes patronais e operárias.[30] Criou as Juntas de Conciliação e Julgamento e, com a promulgação da Constituição do Estado Novo, a unicidade sindical.[30]

Em janeiro de 1931, um Manifesto da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) conclamou os brasileiros a não ficarem passivos e a se unirem para protestar contra o desemprego e as condições degradantes em que viviam.[31] A CGTB defendia a centralização do movimento sindical, sem romper com a tradição beneficente das associações de ofício anarquistas. O manifesto ficou conhecido como Marcha da Fome e foi duramente reprimido por forças policiais.[32]

Criado no governo de Getúlio Vargas para sustentar os sindicatos atrelados ao Estado, o imposto sindical foi regulamentado em 1940 pelo decreto lei 2 377.[33] Em 1943, quando foi publicada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ele foi incorporado a esse conjunto de leis.[34] O imposto seria um dos fatores fundamentais para a criação de um grupo de sindicalistas mais interessados em conquistar benefícios próprios e manter boas relações com o governo do que em lutar pelos trabalhadores. Esses dirigentes ficariam conhecidos como “pelegos” — nome dado no Sul do país à pele de ovelha colocada entre a sela e o lombo do cavalo.[35][36]

Durante o segundo governo Vargas, a questão das "minorias atuantes", inspirada na definição de Gaetano Mosca (Elementos di scienza política, 1923) é frequentemente retomada pelos defensores do trabalhismo, associada aos "insufladores de greves".[37] Entre os anos 1951-54, os inúmeros processos julgados pela Justiça confirmam esta afirmação. Um libelo contra as greves políticas e seu "caráter subversivo", que não poderiam ser permitidas no Brasil, porque nada seria "mais insólito" que admitir que pudesse "intervir na máquina do Estado" a "vontade de uma minoria".[38][39]

Década de 1960

Em novembro de 1960, marítimos, portuários e ferroviários dão início a greve por equiparação dos vencimentos dos funcionários civis da União com os dos militares, que obtiveram reajustes não concedidos aos demais servidores federais.[40] Essas categorias, representadas por 56 sindicatos, totalizavam mais de 1,6 milhão de trabalhadores no país. Foram interrompidas assim as atividades de portos, balsas de transporte interestaduais e estações de trem. Juscelino Kubitschek, então presidente do Brasil, declarou a ilegalidade da greve e as polícias civil e militar reprimiram a manifestação.[41]

No dia 10 de novembro do mesmo ano, os dois lados do conflito acabariam cedendo. Os trabalhadores, convencidos de que a lei seria aprovada, acabaram encerrando a greve a partir da primeira hora do dia 11. A polícia desinterditou os sindicatos e a Lei da Paridade entre Civis e Militares foi aprovada dia 12.[42][41]

Material do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)

Mas é durante os anos 1960 que a luta sindical atinge seu ápice no Brasil até então, com imensas manifestações grevistas e a realização do IV Congresso Sindical Nacional, quando foi criado o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).[43] No campo, as lutas também se intensificaram com a criação das ligas camponesas, onde aos poucos cresciam os sindicatos rurais.[44]

A ação política por parte das classes trabalhadoras apresentou como resultado a criação do Estatuto do Trabalhador Rural (lei promulgada em 2 de março de 1963),[45] que:

estendeu o âmbito da CLT até o campo, submetendo os trabalhadores rurais às mesmas obrigações e direitos a que estava sujeito o operariado urbano. Na verdade, com o Estatuto [...] o governo procurou, do mesmo modo que a legislação trabalhista montada por Vargas fez com os operários na cidade, canalizar para dentro do aparelho estatal os conflitos oriundos do campo, visando a manter sob seu controle os trabalhadores rurais. Uma das principais falhas do Estatuto foi a de não incluir a questão da reforma agrária e da propriedade da terra
— Sérgio Amad Costa

 [46]

Como havia acontecido em 1935 com o estado de guerra, o mesmo estancamento do movimento sindical brasileiro volta a ocorrer em abril de 1964, com a tomada do poder pelo grupo militar que comandou o golpe de Esta­do. Seguiu-se um período de repreensão da atuação de sindicatos e sindicalistas.[47] limitação da Lei de Greve e substituição da estabilidade no emprego pelo Fundo de Garantia. Sérgio Amad Costa discorre sobre esse período em sua obra O CGT e as lutas sindicais brasileiras (1960-64):[48]

Durante o mês de abril, sindicatos, federações e confederações vinculados ao CGT sofreram intervenção das novas forças que assumiram o comando do país. Cerca de 350 sindicatos, 22 federações e as seis confederações de trabalhadores tiveram nesse período suas diretorias destituídas, sendo que muitos dos antigos dirigentes sindicais foram presos, outros se exilaram e houve mesmo os que desapareceram sem deixar vestígio
Recorte do jornal estadunidense The Lynn Daily Evening Item, edição de 31 de Janeiro de 1968. A foto mostra o prefeito de Lynn (US-MA), Irving E. Kane, posicionado do lado esquerdo, recebendo o sindicalista brasileiro Estevão Spósito.

Contudo, a atividade sindical persistiu nos anos após o golpe militar, e algumas organizações de trabalhadores da região sudeste do país assumiram um certo protagonismo. No fim de 1967, foi organizado em São Paulo o Movimento Sindical Anti-Arrocho (MIA), para conduzir a mobilização dos trabalhadores contra a política econômica.[49]

O ano de 1968 foi marcado por paralisações e estratégias de alianças internacionais. Já em Janeiro, o sindicato dos sapateiros do estado de São Paulo, presidido por Estevão Spósito, passa a buscar alianças com organizações estadunidenses.[50] Também nesse ano, liderados por José Ibrahim‎, 22 mil trabalhadores de Osasco e Contagem, levantaram-se em greve de grande envergadura.[51]

Final do século XX

A violenta carga repressiva que se abateu sobre toda a oposição a partir do Ato Institucional nº 5 (AI-5),[52] em 13 de dezembro de 1968, atingiu fortemente o movimento sindical e somente dez anos depois, em 1978, com a paralisação da Scania, em São Bernardo do Campo (SP), o movimento operário voltaria a realizar mobilizações expressivas.[53] No dia 12 de maio de 1978, os trabalhadores da fábrica de caminhões da Scania exigiram um aumento salarial de 20%, acima do reajuste estipulado pelo governo.[54] O movimento se alastrou no ABC paulista e ficou conhecido por muitos estudiosos como "novo sindicalismo".[55][56]

O 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT) aconteceu entre os dias 26 a 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo. Durante o congresso, foi fundada a CUT (Central Única dos Trabalhadores).[57] As principais resoluções do congresso foram: organização de uma campanha nacional de luta em torno das reivindicações imediatas, a luta pelas Diretas Já e a definição da greve geral como principal instrumento de luta dos trabalhadores.[58]

Na década de 1990, a trajetória ascendente do novo sindicalismo sofreu um significativo influxo. Sidney Jard da Silva, professor titular do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da UFABC, faz a seguinte observação sobre o sindicalismo nos últimos anos do século XX:[59]

No plano econômico, o processo de reestruturação produtiva, a flexibilização das relações de trabalho e o aumento do desemprego colocaram o movimento sindical na defensiva. No plano político, a inspiração neoliberal do governo Collor de Mello (1990-1992), o sucesso do Plano Real no governo Itamar Franco (1992-1994) e a continuidade das reformas estruturais no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) alteraram o contexto político e institucional que dera origem ao novo sindicalismo.

Atualmente

O sindicalismo brasileiro passa por um momento de renovação por conta das novas demandas, como a empregabilidade, a globalização dos serviços e, cada vez mais, a luta por condições dignas de trabalho.[60]

Existe uma proposta de sindicalismo por Organização por Local de Trabalho (OLT)[61] que objetiva resgatar o papel ativo dos trabalhadores na construção de uma militância que seja capaz de fazer uma leitura crítica da realidade, buscando transformá-la. Esta é uma forma contra-hegemônica de atuação sindical pois propõe ir além das questões meramente econômicas.[62]

Sindicalismo em Portugal

Em Portugal, os sindicatos foram fundamentais na organização da classe operária e nas lutas sociopolíticas de finais do século XIX até 1926, mas foram sempre objeto de forte repressão e controle por parte do Estado.[63] Porém, mesmo o sindicalismo corporativo do Estado Novo não impediu o trabalho clandestino de ativistas e militantes na defesa dos trabalhadores.[64] Só após 25 de Abril de 1974 o campo sindical atingiu o seu apogeu, tendo porém, caído de imediato numa nova cisão, resultante da rivalidade política entre o PCP e o PS, que permanece até hoje com a divisão entre as duas confederações sindicais: a CGTP e a UGT.[63]

A organização do movimento sindical português é pautada pelos seguintes níveis de estruturação: sindicatos, federações, uniões e confederações.[65] Atualmente, a CGTP tem um discurso menos radical do que no passado. Ainda assim continua defendendo que a crescente acumulação e centralização do capital, tal como o aumento do desemprego e desproteção social são algumas das consequências políticas neoliberais.[66]

Ver também

Referências

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Ligações externas