Benim

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 Nota: Para outras cidades com este nome, veja Benim (desambiguação).

República do Benim
République du Bénin
Bandeira do Benim
Brasão de armas do Benim
Brasão de armas do Benim
Bandeira Brasão de armas
Lema: "Fraternité, Justice, Travail " ("Fraternidade, Justiça, Trabalho")
Hino nacional: "L'Aube Nouvelle" ("A Nova Alvorada")
Gentílico: beninês(a), beninense[1]

Localização República do Benim
Localização República do Benim

Capital Porto-Novo (constitucional)
Cotonou (sede do governo)
Cidade mais populosa Cotonou
Língua oficial Francês
Governo República presidencialista
• Presidente Thomas Yayi Boni
• Primeiro-ministro Lionel Zinsou
Independência da França 
• Data 1 de agosto de 1960 
Área  
  • Total 112.622 km² (99.º)
 • Água (%) 1,8
 Fronteira Burkina Faso, Níger (N), Nigéria (E), e Togo (W)
População  
  • Estimativa para 2008 8.532.547[2] (2009) hab. (90.º)
 • Densidade 66 hab./km² (104.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 • Total US$ : 12,180 bilhões (134.º)
 • Per capita US$ : 1.541 (149.º)
IDH (2014) 0,480 (166.º) – baixo[3]
Gini (2003) 36,5[4] 
Moeda Franco CFA (XOF)
Fuso horário (UTC+1)
 • Verão (DST) não observado (UTC+1)
Cód. ISO BEN
Cód. Internet .bj
Cód. telef. +229
Website governamental http://www.gouv.bj/

O Benim[5][6][7][8][9][10][11], oficialmente República do Benim[12] (em francês: République du Bénin), é um país da região ocidental da África limitado a norte pelo Burkina Faso e pelo Níger, a leste pela Nigéria, a sul pela Enseada do Benim e a oeste pelo Togo.

A capital constitucional é a cidade de Porto-Novo, mas Cotonou é a sede do governo e a maior cidade do país. O país tem 112 622 km² e uma população de quase 9 milhões de habitantes[2] (2009). Do século XVII ao século XIX, Benin foi governada pelo Reino de Daomé. Esta região foi referida como a Costa dos Escravos, desde as do século XVII devido ao grande número de escravos embarcados para o Novo Mundo durante o tráfico negreiro transatlântico. Após a escravidão ser abolida, a França tomou conta do país e rebatizou Daomé francês. Em 1960, Daomé ganhou a independência total da França, trazendo um governo democrático para os próximos 12 anos[13]. Antiga colónia francesa, o país alcançou independência em 1 de agosto de 1960, com o nome de República de Daomé. Em 1975 o país adotou o atual nome de Benim, em razão de o país ser banhado a sul pela Baía de Benim.

Etimologia

Durante o período colonial e no momento da independência, o país foi conhecido como "Dahomey". Foi rebatizado em 30 de novembro de 1975 para Benin, [14][15] refletindo o corpo de água em que o país se encontra - o golfo de Benin - que, por sua vez, tinha ganho o nome do Império do Benim. O estado moderno do Benin não tem ligação direta com a Benin City da Nigéria moderna, nem com os bronzes do Benin.

O novo nome, Benin, foi escolhido pela sua neutralidade. Dahomey foi o nome do ex-Reino do Daomé, que cobria apenas o terço sul do país atual e, portanto, não representa o setor noroeste (Atakora), nem o Reino de Borgu, que cobria o terço nordeste do Benim atual.[16]

História

Ver artigo principal: História do Benim

O território onde o Benim se situa era ocupado no período pré-colonial por pequenas monarquias tribais, das quais a mais poderosa foi a do reinado Fon de Daomé. A partir do século XVII, os portugueses estabelecem entrepostos no litoral, conhecido então como Costa dos Escravos. Os negros capturados eram vendidos no Brasil e no Caribe. No século XIX, a França, em campanha para abolir o comércio de escravos, entra em guerra com reinos locais. Em 1892, o reinado Fon é subjugado e o país torna-se protetorado francês, com o nome de Daomé.

No tratado franco-alemão de 1897 e no anglo-francês de 1898 ficaram fixos os limites definitivos da colónia. Em 1904 integra-se na África Ocidental Francesa. O atual país é o resultado artificial da expansão colonial francesa que uniu os antigos reinos do povo Fon (Daomé e Porto Novo) com numerosos povos do interior, formando a colónia de Dahomey (Daomé).

Independência

O país conseguiu a independência da França em 1 de agosto de 1960 (tal como muitos outros países africanos nessa década), sob a denominação de Daomé ("Dahomey"). O seu primeiro presidente foi Hubert Maga, que foi destituído três anos depois. A partir de 1963, o país mergulha na instabilidade política, com seis sucessivos golpes militares.

Período marxista

Em 1972 um grupo de oficiais subalternos tomou o poder e instituiu um regime esquerdista, liderado pelo major Mathieu Kérékou, que governaria até 1990. Kérékou nacionalizou companhias estrangeiras, estatizou empresas privadas de grande porte e criou programas populares de saúde e educação. A doutrina oficial do Estado nessa altura foi o marxismo-leninismo, mas a agricultura e o comércio permaneceram em mãos privadas. Em 1975, o país passaria a designar-se República Popular do Benim. O regime político entra em crise na década de 1980, e o governo recorre a empréstimos estrangeiros. Uma onda de protestos, em 1989, leva Kérékou a promover uma abertura política e econômica. Com a instituição do pluripartidarismo, surgem mais de cinquenta partidos. Nicéphore Soglo, chefe do governo de transição formado em 1990, é eleito presidente em 1991.

Tempos recentes

Em 5 de março de 2006 realizaram-se eleições presidenciais consideradas livres e justas. A corrida foi a uma segunda volta, disputada entre Yayi Boni e Adrien Houngbédji. A segunda volta realizou-se em 19 de março, e foi ganha por Boni, que tomou posse em 6 de abril. O êxito do sistema multipartidário no Benim foi louvado internacionalmente. O país é considerado como um modelo de democracia em África, mas a sua instituição é ainda muito recente.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Benim
Cena urbana de Cotonou, maior cidade e onde se localiza a sede do governo nacional.

Em seu estreito de norte a sul da África Ocidental é cortado pela Linha do Equador e o Trópico de Câncer. O país tem uma área de 112 620 km² que estende desde o rio Níger a norte com o Oceano Atlântico, no sul, com uma distância de 700 km. seu ponto mais largo de leste a oeste é de 325 km e sua faixa litorânea é de 121 km. É um dos menores países do continente africano, oito vezes menor que seu vizinho a leste, a Nigéria mas é o dobro que seu vizinho a oeste, o Togo.

A altitude do Benim é quase a mesma para todo o país com uma média de 200 m. A maior parte da população vive nas planícies costeiras do sul, onde se localizam também as maiores cidades, incluindo Porto-Novo e Cotonou. O norte do país consiste principalmente de savana e de terras altas semiáridas.

O clima é quente e úmido, com relativamente pouca chuva anual, se bem que existam duas estações chuvosas (abril a julho e setembro a novembro).

Demografia

Ver artigo principal: Demografia do Benim

A maioria da população do Benin vive no sul A população é jovem, com uma expectativa de vida de 59 anos. Cerca de 42 grupos e subgrupos étnicos africanos vivem neste país, esses vários grupos liquidados no Benim em tempos diferentes e também migraram dentro do país. Os grupos étnicos incluem o iorubá no sudeste (migrado da Nigéria no século XII), o Dendi na região norte-central (eles vieram de Mali no século XVI), o Bariba e Fula (em francês: Peul; Fula: Fulɓe) no nordeste, o Betammaribe e o Somba na Faixa de Atacora, o Fon na área em torno de Abomey no Sul Central e da Mina, Xueda, e Aja. (que veio de Togo), na costa[17].

Alguns dados sobre a demografia do país:

Religião

Ver artigo principal: Religião no Benim
Batismo em Cotonou. Cinco por cento da população do Benim é fiel da Igreja Celestial de Cristo.

Segundo o Censo de 2002, 27,1% da população do Benim é católica romana, 24,4% é muçulmana, 17.3% pratica vodun, 5% é celestial cristã, 3,2% metodista, 7,5% segue outras denominações cristãs, 6% outros grupos religiosos tradicionais locais, 1,9% outros grupos religiosos, e 6,5% reivindicam não ter filiação religiosa.[19]

Religiões indígenas locais incluem religiões animistas em Atakora (províncias Atakora e Donga) e Vodun e Orixá ou Orisa venerados entre os povos Yoruba e Tado no centro e sul do país. A cidade de Ouidah na costa central é o centro espiritual do Vodun beninense.

As maiores religiões introduzidas são o Islamismo, pelo Império Songhai e comerciantes Hausa, e agora seguido por todo Alibori, Borgou, e províncias Donga, bem como entre os Yoruba (que também seguem o cristianismo), e Cristianismo, seguido por todo o sul e centro do Benim e em Otammari país no Atakora. Muitos, contudo, continuam mantendo crenças dos Voduns e Orixás e incorporaram no Cristianismo o panteão de Vodun e Orixá.

Acredita-se que vodun (ou "voodoo", como é vulgarmente conhecido nos Estados Unidos) tem origem no Benim e foi introduzido nas ilhas do Caribe e em partes da América do Norte por escravos tomados desta área específica da Costa dos Escravos. A religião indígena é praticada por cerca de 60% da população. Desde 1992 o vodun tem sido reconhecido como uma das religiões oficiais do país e é comemorado em 10 de janeiro, como um feriado nacional, o Dia Nacional do Vodun.

Cidades mais populosas

Política

Ver artigo principal: Política do Benim
Assembleia Nacional do Benim em Cotonou.

A política do Benim realiza-se em um quadro de uma república democrática representativa presidencial, pelo qual o Presidente da República é tanto chefe de estado como o chefe do governo, e de um sistema multipartidário[20]. O poder executivo é exercido pelo governo, o poder legislativo é atribuído a ambos governo e Assembleia Legislativa do Benim. O poder judiciário é independente do executivo e da Assembleia Legislativa. O atual sistema político é derivado da Constituição do Benim de 1990 e da posterior transição para a democracia em 1991[21].

Renascimento de Benim (RB), Partido da Renovação Democratica (PRD), Movimento Africano pela Redemocratização e o Progresso (Madep), entre outros.

Subdivisões

Departamentos do Benim.
Ver artigo principal: Subdivisões do Benim

O Benim está dividido em 12 departamentos:

Economia

Ver artigo principal: Economia do Benim
Cena típica beninense.

A economia é pouco desenvolvida e depende da agricultura de subsistência. O cultivo do algodão corresponde a 40% do PIB e aproximadamente 80% do volume de exportação. O país também exporta produtos têxteis, produtos artesanais e cacau[22].

Os principais produtos agrícolas, cultivados sobretudo para subsistência, são o milho, feijão, arroz, amendoim, caju, abacaxi e mandioca.

O país começou a produzir uma quantidade modesta de petróleo em outubro de 1982. A produção foi cessada em anos recentes devido ao esgotamento das reservas, mas a exploração de locais novos é questão de tempo[23].

Uma frota modesta de barcos fornece peixes e outros alimentos marinhos para a subsistência local e para exportação, principalmente para a Europa.

As atividades comerciais antes controladas pelo governo foram privatizadas. As empresas de pequeno porte do Benim estão nas mãos de conterrâneos enquanto as de grande porte, em sua maioria, estão nas mãos de estrangeiros, principalmente franceses e libaneses[24].

Cultura

Celebração em Abomei, em 1908.
Ver artigo principal: Cultura do Benim

Referências

  1. Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Benin
  2. a b Department of Economic and Social Affairs Population Division (2009). «World Population Prospects, Table A.1» (.PDF). United Nations. 2008 revision. Consultado em 12 de março de 2009 
  3. «Human Development Report 2015» (PDF) (em inglês). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 14 de dezembro de 2015. Consultado em 24 de dezembro de 2015 
  4. CIA World Factbook, Lista de Países por Coeficiente de Gini (em inglês)
  5. «Vocabulário Ortográfico Comum da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa» 
  6. Código de Redacção Interinstitucional da União Europeia
  7. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora (disponível na Infopédia)
  8. Lusa, Agência de Notícias de Portugal. «Prontuário Lusa» (PDF). Consultado em 10 de outubro de 2012 
  9. «Dicionário Priberam» 
  10. «Folha de S. Paulo» 
  11. «Benim - Itamaraty - Portal Consular (Governo brasileiro)» 
  12. «Código de Redação da União Europeia» 
  13. Ibp Usa. Global Logistics Assessments Reports Handbook: Strategic Transportation and Customs Information for Selected Countries, p85. Int'l Business Publications, 2008. ISBN 0-7397-6603-1
  14. Annamarie Rowe. A political chronology of Africa, p33. Taylor & Francis, 2001. ISBN 1-85743-116-2
  15. Página do www.ibge.gov.br
  16. Bonnie G. Smith. The Oxford encyclopedia of women in world history, Volume 1, p535. Oxford University Press, 2008. ISBN 0-19-514890-8
  17. "Background Note: Benin". U.S. Department of State (Junho de 2008) Página visitada em 19 de junho de 2012.
  18. «Dicionário de Gentílicos da Língua Portuguesa». Consultado em 8 de dezembro de 2009 
  19. International Religious Freedom Report 2007: Benin. United States Bureau of Democracy, Human Rights and Labor (14 de setembro de 2007). Este artigo incorpora textos a partir desta fonte, o que é de domínio público.
  20. Benin ranks 15th out of 53 African countries in latest assessment of African Governance Media release at Mo Ibrahim Foundation
  21. Corruption by country at NationMaster Página visitada em 19 de junho de 2012.
  22. «Background Note: Benin». State.gov. 3 de fevereiro de 2010. Consultado em 21 de junho de 2012 
  23. MFW4A: Benin Financial Sector profile
  24. Benin at Millennium Challenge Corporation Página visitada em 21 de junho de 2012.

Esporte

O Futebol é um dos esportes mais populares do mundo, e é muito apreciado no Benim. Os principais campeonatos de futebol disputados no país são: o Campeonato Beninense de Futebol e a Copa do Benim de Futebol. Mas apesar da prática no país, os principais jogadores desse esporte jogam em equipes estrangeiras. Fato esse comprovado pela lista de atletas convocados para atuar pela seleção do país, onde raramente encontra-se nomes de atletas que atuam no país.

Ver também

Predefinição:Portal-Benim

Bibliografia

  • Butler, S., Benin (Bradt Travel Guides), (Bradt Travel Guides, 2006)
  • Caulfield, Annie, Show Me the Magic: Travels Round Benin by Taxi, (Penguin Books Ltd., 2003)
  • Kraus, Erika and Reid, Felice, Benin (Other Places Travel Guide), (Other Places Publishing, 2010)
  • Seely, Jennifer, The Legacies of Transition Governments in Africa: The Cases of Benin and Togo, (Palgrave Macmillan, 2009)

Ligações externas

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