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'''Manuel de Oliveira Lima''' ([[Recife]], {{dtlink|lang=br|25|12|1867}} — [[Washington, D.C.|Washington]], {{dtlink|lang=br|24|3|1928}}) foi um [[escritor]], [[Crítica literária|crítico]], [[embaixador]] do [[Brasil]] em diversos países e professor-visitante na [[Universidade Harvard]]. Membro-fundador da [[Academia Brasileira de Letras]].
'''Manoel de Oliveira Lima''' ([[Recife]], {{dtlink|lang=br|25|12|1867}} — [[Washington, D.C.|Washington]], {{dtlink|lang=br|24|3|1928}}) foi um [[escritor]], [[Crítica literária|crítico]], [[embaixador|diplomata , historiador e jornalista. Representou]] o [[Brasil]] em diversos países e foi professor-visitante na [[Universidade Harvard]]. Membro-fundador da [[Academia Brasileira de Letras]].


Apaixonado por livros, colecionou-os ao longo de sua vida e montou o terceiro maior acervo sobre o Brasil, perdendo somente para a [[Biblioteca Nacional do Brasil]] e para a biblioteca da [[Universidade de São Paulo]]. A ''Biblioteca Oliveira Lima'', situada na Universidade Católica de [[Washington]], [[Estados Unidos]], tem 58 mil livros além de correspondência trocada com intelectuais, mais de seiscentos quadros e incontáveis álbuns de recortes com notícias de jornais. Faz parte da coleção ainda um dos três bustos de ''dom'' [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] esculpido por Marc Ferrez (tio do [[Marc Ferrez|fotógrafo homônimo]]), o único dos três feito em bronze.
Apaixonado por livros, colecionou-os ao longo de sua vida e montou o terceiro maior acervo sobre o Brasil, perdendo somente para a [[Biblioteca Nacional do Brasil]] e para a biblioteca da [[Universidade de São Paulo]]. A ''Biblioteca Oliveira Lima'', situada na Universidade Católica de [[Washington]], [[Estados Unidos]], tem 58 mil livros além de correspondência trocada com intelectuais, mais de seiscentos quadros e incontáveis álbuns de recortes com notícias de jornais. Faz parte da coleção ainda um dos três bustos de ''dom'' [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] esculpido por Marc Ferrez (tio do [[Marc Ferrez|fotógrafo homônimo]]), o único dos três feito em bronze.


==Biografia==
==Biografia==
Oliveira Lima começou a trabalhar como jornalista com catorze anos de idade. Em seus artigos constantemente criticava o domínio das [[oligarquia]]s sobre a recém-fundada República e por isso ganhou fama de monarquista.
Oliveira Lima começou a atuar como jornalista com catorze anos de idade no Correio do Brazil, jornal fundado por ele em Lisboa.


Formou-se em letras na Faculdade de [[Lisboa]] em 1887, e em 1890 começou a trabalhar para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Atuou como diplomata em [[Portugal]], [[Bélgica]], [[Alemanha]], [[Japão]] e Estados Unidos.
Formou-se no Curso Superior de Letras de [[Lisboa]], que mais tarde se transformaria na Faculdade de Letras de Lisboa, em 1887, e em 1890 começou a trabalhar para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Atuou como diplomata em [[Portugal]], [[Bélgica]], [[Alemanha]], [[Japão]], Venezuela, Inglaterra e Estados Unidos.


Foi encarregado de negócios da primeira missão diplomática brasileira no [[Japão]]. Em 1901 deu parecer contrário ao projeto brasileiro de recebimento de [[Imigração japonesa no Brasil|imigrantes japoneses]]. Escreveu então ao Ministério das Relações Exteriores alertando sobre o perigo de o brasileiro se misturar com "raças inferiores"<ref name="suzuki">[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2004200804.htm SUZUKI Jr, Matinas. História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo ''in'' Folha de S.Paulo, 20 de abril de 2008(visitada em 17 de agosto de 2008)]</ref>.
Foi encarregado de negócios da primeira missão diplomática brasileira no [[Japão]]. Em 1901 deu parecer contrário ao projeto brasileiro de recebimento de [[Imigração japonesa no Brasil|imigrantes japoneses]]. Escreveu então ao Ministério das Relações Exteriores alertando sobre o perigo de o brasileiro se misturar com "raças inferiores"<ref name="suzuki">[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2004200804.htm SUZUKI Jr, Matinas. História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo ''in'' Folha de S.Paulo, 20 de abril de 2008(visitada em 17 de agosto de 2008)]</ref>.
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Chegou a ser falado para a embaixada brasileira em [[Londres]] mas o Senado não aprovou sua indicação. Oliveira Lima era mal-visto pelo governo britânico por defender que o ideal de que o Brasil permanecesse neutro na [[Primeira Guerra Mundial]] e por sua proximidade intelectual com a Alemanha.
Chegou a ser falado para a embaixada brasileira em [[Londres]] mas o Senado não aprovou sua indicação. Oliveira Lima era mal-visto pelo governo britânico por defender que o ideal de que o Brasil permanecesse neutro na [[Primeira Guerra Mundial]] e por sua proximidade intelectual com a Alemanha.


Também fez inimigos dentro do país, em parte por não aprovar a atitude expansionista da República em situações como a anexação do [[Acre]] realizada pelo [[Barão do Rio Branco]]. Ele dizia que o território nacional já era vasto e muito mal fiscalizado e que a verdadeira expansão do Brasil só viria através do comércio.
Também fez inimigos dentro do país, em parte por não aprovar a atitude expansionista da República em situações como a anexação do [[Acre]] realizada pelo [[Barão do Rio Branco]].


Oliveira Lima sempre gostou de ler e escrever. Parte de sua fama de germanófilo vem dos elogios que dedicou a obras de filosofia alemãs quando era crítico literário. Foi autor do terceiro livro brasileiro sobre o Japão, publicado em 1903. A biografia que escreveu sobre o rei [[Dom (título)|D.]] [[João VI de Portugal|João VI]] é tida como uma das principais obras sobre essa figura histórica. Também foi amigo de escritores, sendo que era íntimo de [[Gilberto Freyre]] e trocara cartas na juventude com [[Machado de Assis]].
Oliveira Lima sempre gostou de ler e escrever. Parte de sua fama de germanófilo vem dos elogios que dedicou a obras de filosofia alemãs quando era crítico literário. Foi autor do terceiro livro brasileiro sobre o Japão, publicado em 1903. A biografia que escreveu sobre o rei [[Dom (título)|D.]] [[João VI de Portugal|João VI]] é tida como uma das principais obras sobre essa figura histórica. Também foi amigo de escritores, sendo que era íntimo de [[Gilberto Freyre]] e trocara cartas com [[Machado de Assis]].


Em 1913 quando já morava nos Estados Unidos, Oliveira Lima doou sua descomunal biblioteca à Universidade Católica de Washington por temer que a coleção não recebesse os cuidados adequados no Brasil. Impôs a condição de que ele próprio fosse o primeiro bibliotecário e organizador do acervo, função que desempenhou por quatro anos.
Em 1916, Oliveira Lima doou sua descomunal biblioteca à Universidade Católica da América, em Washington, e para se mudou em 1920. Impôs a condição de que ele próprio fosse o primeiro bibliotecário e organizador do acervo, função que desempenhou até sua morte, quando foi sucedido pela esposa Flora de Oliveira Lima.


Em 1924 foi apontado professor honorário da [[Faculdade de Direito do Recife]].
Em 1924 tornou-se professor de Direito Internacional na Universidade Católica da América. No mesmo ano foi apontado professor honorário da [[Faculdade de Direito do Recife]].


Morreu em 1928 e foi enterrado no cemitério Mont Olivet, Washington. Em sua lápide não consta seu nome, mas a frase "''Aqui jaz um amigo dos livros''".
Morreu em 1928 e foi enterrado no cemitério Mont Olivet, Washington. Em sua lápide não consta seu nome, mas a frase "''Aqui jaz um amigo dos livros''".
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* Historia diplomatica do Brazil: O Reconhecimento do Imperio {{ebook|29377}}
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O embaixador do Brasil, escritor e crítico Oliveira Lima publicou numerosas obras de história, entre elas: ''Memória sobre o descobrimento do Brasil'', ''História do reconhecimento do Império'', ''Elogio de F. A. Varnhagen'', ''No Japão'', ''Secretário Del-Rei'', ''Dom João VI no Brasil''. Sobre esta última obra de história que Oliveira Lima publicou é importante destacar sua importância para o rearranjo da historiografia brasileira, pois ela é considerada como sendo um clássico da historiografia nacional segundo o Lima um intelectual que têm variadas conferências sobre a formação da nacionalidade brasileira. A ilustre obra “Dom João VI no Brasil” é considerada como sendo uma das grandes obras do autor Oliveira Lima. Essa avaliação é feita por muitos estudiosos e autores relacionados a questões significativas sobre o Brasil. Alguns autores e escritores como Gilberto Freyre, Octavio Tarquínio de Souza e Wilson Martins já tiveram a oportunidade de escrever sobre os relatos de Oliveira Lima contidos nesta obra de grande prestígio para a historiografia brasileira. Nesta há fatos importantíssimos sobre a situação internacional de Portugal em 1808, a chegada da corte no Brasil, a formação do primeiro ministério e as primeiras providências, a respeito da emancipação intelectual, sobre a vida privada com sua esposa Carlota Joaquina e entre outros tópicos debatidos ao longo da obra. O último tópico “A rainha D. Carlota” é o foco aqui analisado sobre esta obra.
O diplomata, escritor e crítico Oliveira Lima publicou numerosas obras de história, entre elas: ''Memória sobre o descobrimento do Brasil'', ''História do reconhecimento do Império'', , ''No Japão'', ''Secretário Del-Rei'', ''Dom João VI no Brasil''. Sobre esta última obra de história que Oliveira Lima publicou é importante destacar sua importância para o rearranjo da historiografia brasileira, pois ela é considerada como sendo um clássico da historiografia nacional segundo o Lima um intelectual que têm variadas conferências sobre a formação da nacionalidade brasileira. A ilustre obra “Dom João VI no Brasil” é considerada como sendo uma das grandes obras do autor Oliveira Lima. Essa avaliação é feita por muitos estudiosos e autores relacionados a questões significativas sobre o Brasil. Alguns autores e escritores como Gilberto Freyre, Octavio Tarquínio de Souza e Wilson Martins já tiveram a oportunidade de escrever sobre os relatos de Oliveira Lima contidos nesta obra de grande prestígio para a historiografia brasileira. Nesta há fatos importantíssimos sobre a situação internacional de Portugal em 1808, a chegada da corte no Brasil, a formação do primeiro ministério e as primeiras providências, a respeito da emancipação intelectual, sobre a vida privada com sua esposa Carlota Joaquina e entre outros tópicos debatidos ao longo da obra. O último tópico “A rainha D. Carlota” é o foco aqui analisado sobre esta obra.
A rainha Carlota Joaquina, Carlota Joaquina de Bourbon, ou neste caso a Carlota Joaquina de Oliveira Lima (utilizo este termo, pois a relato a partir da visão e dos estudos do intelectual Lima), veio morar no Brasil, juntamente com o seu esposo Dom João VI, em 1808. O rei e a rainha que aqui me refiro casaram-se em 1790. A partir da data de chegada no Brasil presenciasse no imaginário brasileiro e já presenciado pelo espanhol e português uma mulher com desejos e vontades inúmeras e também com feitio de causar conflitos em meio a relações políticas diplomáticas. Seria esta rainha, segundo Oliveira Lima, a responsável pela difamação de Dom João VI. Ela foi capaz de aumentar ou gerar novas complicações à monarquia portuguesa. No olhar do autor aqui tratado, Oliveira Lima, o maior desejo ou um dos maiores desejos da rainha Carlota Joaquina era ocupar o lugar do rei, ou seja, de seu marido, Dom João VI. Não seria ela uma mulher que nascera para ser uma princesa consorte. É uma mulher da realeza com traços masculinizados e com atitudes que não cabiam a sua ossada, dotada de uma alma masculina. Carlota Joaquina foi tão terrível que conseguiu implantar no ideário da política diplomática que seu esposo endoidecera como sua mãe, D. Maria I e isso fez com que os conselheiros repensassem a autoridade sobre o trono das terras brasileiras. Era vista como uma mãe “alucinada” e uma mulher “impudica”. Importante ressaltar que D. Carlota tivera filhos e em meio a estes encontrasse o Dom Miguel, considerado por ela o filho predileto e muito dócil. Em muitas cartas de D. Carlota à D. João VI são redigidas de forma irônica o chamando muitas vezes de queridinho do meu coração. Algumas destas cartas podem ser encontradas no arquivo do Museu Imperial no Rio de Janeiro e também no livro “Carlota Joaquina cartas inéditas” escrita pela historiadora e escritora Francisca Azevedo.
A rainha Carlota Joaquina, Carlota Joaquina de Bourbon, ou neste caso a Carlota Joaquina de Oliveira Lima (utilizo este termo, pois a relato a partir da visão e dos estudos do intelectual Lima), veio morar no Brasil, juntamente com o seu esposo Dom João VI, em 1808. O rei e a rainha que aqui me refiro casaram-se em 1790. A partir da data de chegada no Brasil presenciasse no imaginário brasileiro e já presenciado pelo espanhol e português uma mulher com desejos e vontades inúmeras e também com feitio de causar conflitos em meio a relações políticas diplomáticas. Seria esta rainha, segundo Oliveira Lima, a responsável pela difamação de Dom João VI. Ela foi capaz de aumentar ou gerar novas complicações à monarquia portuguesa. No olhar do autor aqui tratado, Oliveira Lima, o maior desejo ou um dos maiores desejos da rainha Carlota Joaquina era ocupar o lugar do rei, ou seja, de seu marido, Dom João VI. Não seria ela uma mulher que nascera para ser uma princesa consorte. É uma mulher da realeza com traços masculinizados e com atitudes que não cabiam a sua ossada, dotada de uma alma masculina. Carlota Joaquina foi tão terrível que conseguiu implantar no ideário da política diplomática que seu esposo endoidecera como sua mãe, D. Maria I e isso fez com que os conselheiros repensassem a autoridade sobre o trono das terras brasileiras. Era vista como uma mãe “alucinada” e uma mulher “impudica”. Importante ressaltar que D. Carlota tivera filhos e em meio a estes encontrasse o Dom Miguel, considerado por ela o filho predileto e muito dócil. Em muitas cartas de D. Carlota à D. João VI são redigidas de forma irônica o chamando muitas vezes de queridinho do meu coração. Algumas destas cartas podem ser encontradas no arquivo do Museu Imperial no Rio de Janeiro e também no livro “Carlota Joaquina cartas inéditas” escrita pela historiadora e escritora Francisca Azevedo.


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Revisão das 03h35min de 1 de outubro de 2017

Oliveira Lima
Oliveira Lima
Nome completo Manoel de Oliveira Lima
Nascimento 25 de dezembro de 1867
Recife
Morte 24 de março de 1928 (60 anos)
Washington
Nacionalidade  Brasileiro
Ocupação Escritor, crítico, embaixador e professor

Manoel de Oliveira Lima (Recife, 25 de dezembro de 1867Washington, 24 de março de 1928) foi um escritor, crítico, diplomata , historiador e jornalista. Representou o Brasil em diversos países e foi professor-visitante na Universidade Harvard. Membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Apaixonado por livros, colecionou-os ao longo de sua vida e montou o terceiro maior acervo sobre o Brasil, perdendo somente para a Biblioteca Nacional do Brasil e para a biblioteca da Universidade de São Paulo. A Biblioteca Oliveira Lima, situada na Universidade Católica de Washington, Estados Unidos, tem 58 mil livros além de correspondência trocada com intelectuais, mais de seiscentos quadros e incontáveis álbuns de recortes com notícias de jornais. Faz parte da coleção ainda um dos três bustos de dom Pedro I esculpido por Marc Ferrez (tio do fotógrafo homônimo), o único dos três feito em bronze.

Biografia

Oliveira Lima começou a atuar como jornalista com catorze anos de idade no Correio do Brazil, jornal fundado por ele em Lisboa.

Formou-se no Curso Superior de Letras de Lisboa, que mais tarde se transformaria na Faculdade de Letras de Lisboa, em 1887, e em 1890 começou a trabalhar para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Atuou como diplomata em Portugal, Bélgica, Alemanha, Japão, Venezuela, Inglaterra e Estados Unidos.

Foi encarregado de negócios da primeira missão diplomática brasileira no Japão. Em 1901 deu parecer contrário ao projeto brasileiro de recebimento de imigrantes japoneses. Escreveu então ao Ministério das Relações Exteriores alertando sobre o perigo de o brasileiro se misturar com "raças inferiores"[1].

Chegou a ser falado para a embaixada brasileira em Londres mas o Senado não aprovou sua indicação. Oliveira Lima era mal-visto pelo governo britânico por defender que o ideal de que o Brasil permanecesse neutro na Primeira Guerra Mundial e por sua proximidade intelectual com a Alemanha.

Também fez inimigos dentro do país, em parte por não aprovar a atitude expansionista da República em situações como a anexação do Acre realizada pelo Barão do Rio Branco.

Oliveira Lima sempre gostou de ler e escrever. Parte de sua fama de germanófilo vem dos elogios que dedicou a obras de filosofia alemãs quando era crítico literário. Foi autor do terceiro livro brasileiro sobre o Japão, publicado em 1903. A biografia que escreveu sobre o rei D. João VI é tida como uma das principais obras sobre essa figura histórica. Também foi amigo de escritores, sendo que era íntimo de Gilberto Freyre e trocara cartas com Machado de Assis.

Em 1916, Oliveira Lima doou sua descomunal biblioteca à Universidade Católica da América, em Washington, e para lá se mudou em 1920. Impôs a condição de que ele próprio fosse o primeiro bibliotecário e organizador do acervo, função que desempenhou até sua morte, quando foi sucedido pela esposa Flora de Oliveira Lima.

Em 1924 tornou-se professor de Direito Internacional na Universidade Católica da América. No mesmo ano foi apontado professor honorário da Faculdade de Direito do Recife.

Morreu em 1928 e foi enterrado no cemitério Mont Olivet, Washington. Em sua lápide não consta seu nome, mas a frase "Aqui jaz um amigo dos livros".

Obras

  • Aspectos da literatura colonial brasileira, 1896
  • La Langue portugaise, La Littérature brésilienne, 1909
  • Machado de Assis et son oeuvre littéraire, 1909
  • O movimento da Independência; Aspectos da história e da cultura do Brasil, 1923
  • Obra seleta, 1971
  • Historia diplomatica do Brazil: O Reconhecimento do Imperio (eBook)

O diplomata, escritor e crítico Oliveira Lima publicou numerosas obras de história, entre elas: Memória sobre o descobrimento do Brasil, História do reconhecimento do Império, , No Japão, Secretário Del-Rei, Dom João VI no Brasil. Sobre esta última obra de história que Oliveira Lima publicou é importante destacar sua importância para o rearranjo da historiografia brasileira, pois ela é considerada como sendo um clássico da historiografia nacional segundo o Lima um intelectual que têm variadas conferências sobre a formação da nacionalidade brasileira. A ilustre obra “Dom João VI no Brasil” é considerada como sendo uma das grandes obras do autor Oliveira Lima. Essa avaliação é feita por muitos estudiosos e autores relacionados a questões significativas sobre o Brasil. Alguns autores e escritores como Gilberto Freyre, Octavio Tarquínio de Souza e Wilson Martins já tiveram a oportunidade de escrever sobre os relatos de Oliveira Lima contidos nesta obra de grande prestígio para a historiografia brasileira. Nesta há fatos importantíssimos sobre a situação internacional de Portugal em 1808, a chegada da corte no Brasil, a formação do primeiro ministério e as primeiras providências, a respeito da emancipação intelectual, sobre a vida privada com sua esposa Carlota Joaquina e entre outros tópicos debatidos ao longo da obra. O último tópico “A rainha D. Carlota” é o foco aqui analisado sobre esta obra. A rainha Carlota Joaquina, Carlota Joaquina de Bourbon, ou neste caso a Carlota Joaquina de Oliveira Lima (utilizo este termo, pois a relato a partir da visão e dos estudos do intelectual Lima), veio morar no Brasil, juntamente com o seu esposo Dom João VI, em 1808. O rei e a rainha que aqui me refiro casaram-se em 1790. A partir da data de chegada no Brasil presenciasse no imaginário brasileiro e já presenciado pelo espanhol e português uma mulher com desejos e vontades inúmeras e também com feitio de causar conflitos em meio a relações políticas diplomáticas. Seria esta rainha, segundo Oliveira Lima, a responsável pela difamação de Dom João VI. Ela foi capaz de aumentar ou gerar novas complicações à monarquia portuguesa. No olhar do autor aqui tratado, Oliveira Lima, o maior desejo ou um dos maiores desejos da rainha Carlota Joaquina era ocupar o lugar do rei, ou seja, de seu marido, Dom João VI. Não seria ela uma mulher que nascera para ser uma princesa consorte. É uma mulher da realeza com traços masculinizados e com atitudes que não cabiam a sua ossada, dotada de uma alma masculina. Carlota Joaquina foi tão terrível que conseguiu implantar no ideário da política diplomática que seu esposo endoidecera como sua mãe, D. Maria I e isso fez com que os conselheiros repensassem a autoridade sobre o trono das terras brasileiras. Era vista como uma mãe “alucinada” e uma mulher “impudica”. Importante ressaltar que D. Carlota tivera filhos e em meio a estes encontrasse o Dom Miguel, considerado por ela o filho predileto e muito dócil. Em muitas cartas de D. Carlota à D. João VI são redigidas de forma irônica o chamando muitas vezes de queridinho do meu coração. Algumas destas cartas podem ser encontradas no arquivo do Museu Imperial no Rio de Janeiro e também no livro “Carlota Joaquina cartas inéditas” escrita pela historiadora e escritora Francisca Azevedo.

Academia Pernambucana de Letras

Oliveira Lima ocupou a cadeira 11 da Academia Pernambucana de Letras, tendo sido, após sua morte, lembrado como patrono da cadeira 31, na expansão de vagas daquela Academia.

Academia Brasileira de Letras

Em 1897, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, como fundador da cadeira 39, que tem por patrono Francisco Adolfo de Varnhagen.

Referências

Ligações externas

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-15122012-115510/pt-br.php

Precedido por
Francisco Adolfo de Varnhagen
(patrono)
ABL - fundador da cadeira 39
1897 — 1928
Sucedido por
Alberto de Faria
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