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=== Nacionalismo de esquerda ===
=== Nacionalismo de esquerda ===
O nacionalismo de [[esquerda (política)|esquerda]] (às vezes conhecido como nacionalismo popular ou nacionalismo [[Socialismo|socialista]], para não ser confundido com o [[nacional-socialismo]])<ref>[http://www3.interscience.wiley.com/journal/119472227/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0 Political Science, Volume 35, Issue 2; ''Class and Nation: Problems of Socialist Nationalism'']</ref> refere-se a qualquer movimento político que combine [[esquerda política|políticas de esquerda]] com o nacionalismo. Também na revolução francesa que surge o conceito de socialismo.<ref>Maass, Alan; Zinn, Howard (2010). The Case for Socialism (Revised ed.). Haymarket Books. p. 164. ISBN 978-1608460731.</ref> O [[marxismo]] identifica o nacionalismo como um subproduto do capitalismo após a queda do [[Antigo Regime]] o que ocasionou a padronização dos mercados<ref name="Nimni, Ephraim 1991. Pp. 18">Nimni 1991, 18.</ref><ref name="Nimni, Ephraim 1991. Pp. 14">Nimni 1991, 14.</ref> e o marxismo clássico se declara internacionalista<ref>Nimni 1991, 16.</ref> apesar de Stálin apoiar a ideia de nações revolucionárias e reacionárias.<ref name="Ree, Erik 2002. Pp. 49">van Ree 2002, 49.</ref> Apesar disso, ainda em vida, [[Marx]] defendeu o nacionalismo irlandês.<ref name="Schmitt, Richard 1987, Pp. 169">Schmitt 1997 [1987], 169.</ref><ref name="Ree, Erik 2002. Pp. 60">van Ree 2002, 60.</ref>
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[[Stálin]] fez parte do movimento nacionalista [[Geórgia|georgiano]] antes de virar comunista<ref>van Ree 2002, 58-59.</ref>mas quando ele entrou no movimento bolchevique ele mudou de opinião.<ref name="Ree, Erik 2002. Pp. 64">van Ree 2002, 64.</ref>

Revisão das 22h10min de 1 de abril de 2019

O nacionalismo é uma tese ideológica, surgida após a Revolução Francesa.[1][2] Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação.

Segundo Bresser Pereira, o nacionalismo é a ideologia fundamental da terceira fase da história da humanidade, a fase industrial,[3] quando os estados nacionais se tornam a forma de organização político-cultural que substitui o império a medida que outros povos fora da Itália e Grécia podiam reivindicar um passado nacional grandioso independente da Antiguidade Clássica.[4][3]

Costuma diferenciar-se do patriotismo devido à sua definição mais estreita. O patriotismo é considerado mais uma manifestação de amor aos símbolos do Estado, como o hino, a bandeira, suas instituições ou representantes.

Já o nacionalismo apresenta uma definição política sobretudo da preservação da nação enquanto entidade, por vezes na defesa de território delineado por fronteiras terrestres, mas, acima de tudo nos campos linguístico, cultural, etc., contra processos de destruição identitária ou transformação. O historiador Lord Acton, afirma que o patriotismo prende-se com os deveres morais que temos para com a comunidade política, enquanto que o nacionalismo está mais ligado à etnia.[5][6]

História

São vários os movimentos dentro do espectro político-ideológico que se apropriam do nacionalismo, ora, como elemento programático, ora como forma de propaganda. Nomeadamente, nos finais do século XIX, em Portugal contra o iberismo. Já durante o século XX, o nacionalismo permeou movimentos radicais como o fascismo, o nacional-socialismo na Alemanha, o saudosismo e o integralismo no Brasil e em Portugal, especialmente durante o (Estado Novo no Brasil e Estado Novo em Portugal).

O nacionalismo é uma ideologia que se pode dizer moderna com antecedentes antigos, com uma definição maior das fronteiras das nações em países: surgiu numa Europa pré-moderna e pós-medieval, a partir da superação da produção e consumo feudais pelo mercado capitalista, com a submissão dos feudos aos estados modernos (ainda absolutistas ou já liberais), com as reformas religiosas protestantes e a contrarreforma católica – fatos históricos estes que permitiram, ou até mais, que produziram o surgimento de culturas diferenciadas por toda a Europa, culturas que, antes, eram conformadas, deformadas e formatadas pelo cristianismo católico, com o apoio da nobreza feudal.

Surgiu como uma ideologia da Revolução Francesa, pois ajudou a convocar soldados mais leais e baratos do que os mercenários[7] e foi contrária ao domínio imperialista político-cultural do cristianismo católico que se apoiava nos nobres feudais e ajudava a sustentar a superada, limitada e limitante economia feudal, mas também como uma ideologia burguesa, pois as massas camponesas e o pequeno proletariado que também surgia passavam do domínio da nobreza feudal para o da burguesia industrial – e a ideologia dominante em uma sociedade é a ideologia das classes dominantes.

Após a definitiva vitória político-cultural dos burgueses sobre a nobreza feudal – a qual foi submetida pela destruição ou pela absorção pela cultura e pela política burguesa – foi parcial e progressivamente deixado para trás, como uma ideologia que teria sido importante, mas que já não seria mais do que uma lembrança histórica.

O nacionalismo ressurgiu nas colônias europeias do Novo Mundo, nas Américas, e principalmente na América Latina, antes mesmo do surgimento da ideologia comunista europeia, como um renovado nacionalismo, um "nacionalismo revolucionário" já com alguns elementos socializantes; Simón Bolívar foi o líder maior desse nacionalismo revolucionário latino-americano, ao lado de figuras como Tupac Amaru, San Martín, José Martí.[8] e José Artigas.

Ressurgiu na Europa, pouco antes do surgimento da ideologia comunista, como um outro nacionalismo, como um nacionalismo revolucionário socializante, ou até mesmo socialista, e anti-imperialista, contrário ao imperialismo europeu, o qual, além de explorar as colônias americanas, asiáticas e africanas, explorava ainda as nações europeias mais pobres; Giuseppe Mazzini foi o líder maior desse nacionalismo revolucionário na Europa.

O nacionalismo revolucionário europeu, como uma ideologia anti-imperialista, também influenciou o pensamento dos latino-americanos que souberam apreender dos europeus aquilo que fosse interessante e útil, desenvolvendo, no Novo Mundo, uma prática e uma luta anticolonialista, a qual se traduziu na ação e no discurso de homens como Tiradentes, San Martín e Giuseppe Garibaldi.

O nacionalismo revolucionário latino-americano, numa inversão do colonialismo cultural, também influenciou a luta anti-imperialista na Europa: as colônias latino-americanas muito ensinaram às nações mais pobres da Europa. Giuseppe Garibaldi e sua mulher, a brasileira Anita Garibaldi, são considerados revolucionários e heróis tanto no Novo quanto do Velho Mundo – que continuaram (e venceram) a luta antes comandada por Giuseppe Mazzini.

Os diversos nacionalismos

Mural nacionalista irlandês em Belfast, mostrando solidariedade com o nacionalismo basco. Pode-se observar ali, também, um mapa de Euskal Herria e uma representação da foto de Che Guevara intitulada Guerrilheiro Heroico.

Ainda que frequentemente assente sobre um ponto de vista etnocêntrico, o nacionalismo não implica necessariamente a crença na superioridade de uma etnia em detrimento de outras. Algumas correntes nacionalistas, entretanto, defendem o protecionismo étnico ou mesmo uma supremacia étnica.[9]

Certos movimentos nacionalistas possuem caráter excludente e, ao definir a comunidade nacional em termos étnicos, linguísticos, culturais, históricos ou religiosos (ou uma combinação destes), podem considerar determinadas minorias como não sendo verdadeiramente uma parte da "nação".

Não raro, uma pátria mítica ou um mito fundador é mais importante para a identidade nacional do que o território ocupado pela nação.[10]

Nacionalismo cívico

A Liberdade guiando o povo (Eugène Delacroix, 1830) é um exemplo famoso de arte nacionalista.

O nacionalismo cívico (também conhecido como nacionalismo liberal) define a nação como uma associação de pessoas que se identificam como pertencentes à nação, que têm direitos políticos iguais e compartilhados, e fidelidade a procedimentos políticos semelhantes.[11] De acordo com os princípios do nacionalismo cívico, a nação não se baseia em uma ascendência étnica comum, mas é uma entidade política cujo núcleo de identidade não é étnico. Esse conceito cívico de nacionalismo é exemplificado por Ernest Renan em sua palestra de 1882 "O que é uma Nação?", onde ele definiu a nação como um "referendo diário" (frequentemente traduzido como "plebiscito diário") dependente da vontade de seu povo para continuarem a viver juntos".[11]

Nacionalismo de esquerda

O nacionalismo de esquerda (às vezes conhecido como nacionalismo socialista, para não ser confundido com o nacional-socialismo)[12] refere-se a qualquer movimento político que combine políticas de esquerda com o nacionalismo. Também na revolução francesa que surge o conceito de socialismo.[13] O marxismo identifica o nacionalismo como um subproduto do capitalismo após a queda do Antigo Regime o que ocasionou a padronização dos mercados[14][15] e o marxismo clássico se declara internacionalista[16] apesar de Stálin apoiar a ideia de nações revolucionárias e reacionárias.[17] Apesar disso, ainda em vida, Marx defendeu o nacionalismo irlandês.[18][19]

Stálin fez parte do movimento nacionalista georgiano antes de virar comunista[20]mas quando ele entrou no movimento bolchevique ele mudou de opinião.[21]

Muitos movimentos nacionalistas são dedicados à libertação nacional,[22] baseados na visão de que suas nações estão sendo perseguidas por outras nações e, portanto, necessitam exercer a autodeterminação liberando-se eles próprios dos supostos perseguidores. O marxismo-leninismo antirrevisionista está intimamente ligado com esta ideologia.

Exemplos práticos incluem o trabalho inicial de Stalin, O marxismo e a questão nacional, e seu edital Socialismo num só país, que declara que o nacionalismo pode ser usado em um contexto internacionalista, lutando pela libertação nacional, sem divisões raciais ou religiosas. Outros exemplos de nacionalismo de esquerda incluem o Movimento 26 de Julho, de Fidel Castro, que, em 1959, liderou a Revolução Cubana e pôs fim ao governo de Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos que por sua vez tinha um forte nacionalismo anticomunista;[23] o Sinn Féin, da Irlanda, e o Plaid Cymru, do País de Gales, além do Partido Nacional Escocês, a Liga Popular de Bangladesh e o Congresso Nacional Africano, da África do Sul.

A Primeira Guerra Mundial foi causada pela intenção das elites de desviar o foco das críticas efetuadas pelo movimento socialista e para isso usaram o nacionalismo como substituto.[24] A irmandade muçulmana via o nacionalismo arabista e o socialismo como anti-islâmicos, é baseada em donos de pequenas empresas que acreditam em um tipo de capitalismo islâmico e vê o nacionalismo árabe secular, os radicais xiitas, Israel, os socialistas e os comunistas como inimigos,[25][26] muito embora seja patrocinada pela CIA e mobilizada principalmente contra o nasserismo.[27][28][29] Comunistas e nacionalistas se combateram mutuamente na China ao longo deste século, as vezes com apoio externo.[30][31] O sionismo também é descrito por um ex-presidente de Israel - Chaim Weizmann - como uma forma de distrair os socialistas judeus mediante uma efusão nacionalista herdeira do século XIX.[32][33][34] A Síria nesse período tem sido um exemplo de triunfo do nacionalismo e do socialismo mediante a inclusão das mulheres, de minorias étnicas e religiosas no Estado e na sociedade locais além da igualdade perante a lei em uma região carente disso, recebendo refugiados de países vizinhos.[35] Grupos nazistas foram financiados pela Skull and Bones[36] e o nacionalismo e socialismo em reação a ocupação ocidental-sionista cresceram no Oriente Médio nos anos 50 chegando ao ápice na década de 60 com as revoluções pan-árabes na Síria e Iraque.[37] Nos Estados Unidos o nacionalismo negro foi muito associado ao socialismo.[38][39] A Birmânia também praticou uma via para o nacionalismo e socialismo.[40] Durante o Holodomor, houve combates este socialistas e nacionalistas ucranianos.[41] O pacto entre Adolf Hitler e Josef Stálin foi visto como uma ameaça ao nazismo por alguns nazistas como Alfred Rosenberg.[42] Os nacionalistas árabes eram descritos como “comunistas árabes” na Síria pelos norte-americanos.[43] O nacionalismo e o socialismo árabes e de regiões islâmicas[44] no Oriente Médio evitaram que hovesse uma penetração maior das petroleiras na região[45] e além disso, o Nazismo rejeita tanto o comunismo ocidental marxista quanto o comunismo oriental leninista.[46] O nazismo é tradicionalmento descrito como um movimento de extrema direita.[47] O nazismo sempre foi descrito como uma tríade de socialismo, racismo e imperialismo, sendo que o termo socialismo é usado na ascepção de combate a democracia e ao liberalismo mediante a criação de uma elite eleita para administrar a nação.[48] Che Guevara afirmou que as revoluções latino-americanas não podem ser exportáveis por conta de suas vicissitudes nacionais.[49]

O governo chinês adota uma vertente do comunista de um nacionalismo anti-corrupção a partir da liderança mais ideológica de Xi Jinping.[50] O governo polonês em 2017 bateu de frente com a União Europeia descrito pelo movimento social local que emula o Podemos como tendo um viés mais nacionalista e socialista.[51] Donald Trump é descrito como um líder nacionalista e populista beirando ao socialismo para alguns, perpetuando o modelo de socialismo para os ricos.[52][53] O BREXIT em 2016 foi guiado para que não houvesse uma guinada nacionalista e socialista na época.[54] A guerrilha curda do PKK é descrita como um misto de "anarquismo" de Murray Bookchin, comunismo e nacionalismo curdo,[55][56][57] assim como o KLA do Kosovo é descrito como maoísta e posteriormente nacionalista.[58] Na Croácia, a transição de um socialismo de Estado quase democrático plenamente para um ultranacionalismo fascistizante foi efetuada com apoio da Igreja Católica.[59] Em 2011 no Egito, Mohamed ElBaradei recebeu treinamento de uma empresa terceirizada do governo norte-americano para atuar no partido de esquerda Frente de Salvação Nacional para combater a Irmandade Muçulmana[60] e além disso o Benigno Aquino declarou em 2016 que o governo chinês era nazista.[61] A eleição de Trump também elevou a popularidade do nacionalismo de esquerda no México.[62] No entre-guerras, socialistas fizeram uma grande mobilização antifa para que os Estados Unidos entrassem na guerra contra os nazistas, liderados por Alfred Emanuel Smith em associação aos comunistas apesar das divergências internas.[63][64] Segundo Noberto Bobbio,[65] o totalitarismo nacionalista surge em sociedades de Estado consolidado onde é necessário a presença dele nas obras públicas.

Nacionalismo de direita

Tanto no ocidente como no oriente o globalismo está acuado tanto pelos nacionalistas de direita como pelos socialistas de esquerda, havendo uma tentativa do primeiro de desviar o foco como um apelo a xenofobia anti-russa e anti-chinesa como uma tentativa de angariar apoio dos nacionalistas.[66] No século XXI, as políticas com discurso ultranacionalista e fascistizante tendem na prática a estarem submetida ao "globalismo".[67]

O nacionalista Kuomitang baniu o Partido Comunista Chinês do país durante seu governo de 1911 até 1949 na China continental, fazendo lobby para que os Estados Unidos entrassem na Segunda Guerra Mundial.[68][69]

Nacionalismo étnico

Uma das mais recorrentes formas de nacionalismo percebidas na história humana é o nacionalismo étnico ou etnonacionalismo. Ora imbuída de sentimentos nativistas, ora carregada de anseios irredentistas, esta forma de nacionalismo tem raízes muito antigas que remontam à formação dos primeiros Estados-nação, tendo sido estudada já no século XVIII pelo filósofo alemão Johann Gottfried von Herder.

Baseado na presunção de uma identidade comum partilhada por todos os membros de uma mesma etnia, falantes de uma mesma língua, professantes de uma mesma ou participantes de uma mesma cultura, o nacionalismo étnico costuma dar vazão a anseios coletivos irredentistas e, em casos extremos, a revanchismos internacionais.

Na história recente, o nacionalismo étnico flertou com ideias etnocêntricas e conceitos de pureza nacional, tendo alimentado conflitos armados, políticas de limpeza étnica, migrações forçadas, deslocamentos e transferências populacionais. O nazismo, ideologia formulada por Adolf Hitler e adotada na Alemanha, de 1933 a 1945, é uma forma de nacionalismo étnico. Contudo, de uma forma completamente diferente, o sionismo também tem sido referido como um nacionalismo étnico e religioso.[70][71][72]

A maioria dos acadêmicos identificam o nazismo como uma política de direita.[73] O nazismo também defende o direito de dominar "subraças"[74] e além disso o nazismo coloca a "raça" nacional acima da luta de classes[75][76] o Hitler apontava também três vícios do judaísmo: democracia, pacifismo e internacionalismo.[77][78] Os líderes nazistas Joseph Goebbels e Hitler diferenciavam ao máximo nazismo de marxismo.[79][80] Anticomunistas do mundo todo deram suporte para o nazismo durante o período no poder.[81] O Hitler também denunciava o materialismo histórico e dialético com Mamon e como opostos ao socialismo que ele defendia.[82]

Nacionalismo territorial

Bordão nacionalista usado pelo governo militar do Brasil, nos anos 1970.

Os nacionalistas territoriais assumem que todos os habitantes de uma nação em particular devem lealdade ao seu país de nascimento ou adoção.[83] Uma qualidade sagrada é procurada no país e nas memórias populares que ela evoca.[84] A cidadania é idealizada pelos nacionalistas territoriais.[84] Um critério do nacionalismo territorial é o estabelecimento de uma cultura pública de massa baseada em valores comuns e tradições da população.[84]

Ultranacionalismo

Ver artigo principal: Ultranacionalismo

O ultranacionalismo é um nacionalismo fervoroso que expressa o seu apoio extremista pelos ideais nacionalistas de alguém. Muitas vezes, é caracterizado pelo autoritarismo, esforços para a redução ou proibição da imigração, expulsão e opressão de populações não-nativas dentro da nação ou de seu território, liderança demagógica, emocionalismo, bodes expiatório em crises socioeconômicas, discurso de fomento de inimigos reais ou imaginários, previsão de ameaças à sobrevivência nacional, etnicidade nacional dominante ou idealizada ou grupo populacional, esforços para limitar o comércio internacional por meio de tarifas, controle rígido sobre as empresas e a produção, militarismo, populismo e propaganda.

O ultranacionalismo prevalente normalmente conduz ou é o resultado de um conflito que ocorre dentro do Estado, ou entre Estados, e é identificado como uma condição de pré-guerra na política nacional. Em suas formas extremistas, o ultranacionalismo é caracterizado como uma chamada para a guerra contra os inimigos da nação/estado, secessão ou, no caso de ultranacionalismo etnocêntrico, genocídio.[85][86]

O fascismo é uma forma de ultranacionalismo palingenético,[87] que promove a "colaboração entre classes" (em oposição à luta de classes), um estado totalitário e o irredentismo ou expansionismo para unificar e permitir o crescimento de uma nação. Os fascistas, por vezes, defendem o nacionalismo étnico ou cultural. O fascismo salienta a subserviência do indivíduo ao Estado e a lealdade absoluta e inquestionável a um governante rígido.[88]

Nacionalismo anticolonial

Esta forma de nacionalismo surgiu durante a descolonização do período pós-guerra. Foi uma reação, principalmente na África e na Ásia, contra a subjugação por potências estrangeiras. Este tipo de nacionalismo tomou muitas formas, incluindo o movimento de resistência pacífica, liderado por Mahatma Gandhi, no subcontinente indiano.[89]

Segundo Benedict Anderson, o nacionalismo anticolonial se baseia na experiência de intelectuais indígenas - alfabetizados e fluentes na língua da metrópole, educados segundo sua história "nacional" - e do quadro de pessoal administrativo da colônia (exceto os seus níveis mais elevados). Os governos nacionais pós-coloniais têm sido essencialmente versões indígenas da anterior administração imperial.[90]

Ver também

Referências

  1. Práticas organizacionais em escolas de movimentos sociais
  2. Nacionalismo. In Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2012 (Consult. 2012-07-25).
  3. a b BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Nacionalismo no Centro e na Periferia do Capitalismo. São Paulo: Revista Estudos Avançados, 22 62, janeiro-abril 2008 pp.177-178, no dossiê Nação e Nacionalismo. Instituto de Estudos Avançados da USP.
  4. Memorandum, Beijing to Foreign Office “A Final Report on China,” October 1951, in “Extension of Power of the Chinese Communists,” FO371/92206; telegram, Beijing to Foreign Office, 19 January 1951, ibid., FO371/92192; telegrams, Beijing to Foreign Office 3 and 6 March 1951, ibid., FO371/92194; as well as telegram, Foreign Office to Embassies, 11 May 1951, “China: Political Situation,” DO133/27; and Telegram, Beijing to Foreign Office, 7 April 1952, ibid, DO133/28, all at TNA. Also, see Strauss, “Morality, Coercion, and State Building by Campaign in the Early PRC,” 46–48.
  5. Samuel de Paiva Pires, «Do patriotismo e da nação portuguesa». Diário Digital.
  6. Patriotism, Stanford Encyclopedia of Philosophy, (Acton 1972, 163)
  7. Elliot N. Dorff e Danya Ruttenberg (2010). «Jewish Choices, Jewish Voices: War and National Security» (em inglês). The Jewish Publication Society. Consultado em 12 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 12 de setembro de 2016 
  8. Many Happy Returns Fidel
  9. Bar-Haim, Yair; Yair Bar-Haim, Talee Ziv, Dominique Lamy, Richard M. Hodes (2008). «Nature and Nurture in Own-Race Face Processing». Psychological Science. 17 (2): 159–163. PMID 16466424. doi:10.1111/j.1467-9280.2006.01679.x 
  10. Smith, Anthony D. 1986. The Ethnic Origins of Nations London: Basil Blackwell. pp 6–18. ISBN 0-631-15205-9.
  11. a b Nash, Kate (2001). The Blackwell companion to political sociology. [S.l.]: Wiley-Blackwell. p. 391. ISBN 0631210504 
  12. Political Science, Volume 35, Issue 2; Class and Nation: Problems of Socialist Nationalism
  13. Maass, Alan; Zinn, Howard (2010). The Case for Socialism (Revised ed.). Haymarket Books. p. 164. ISBN 978-1608460731.
  14. Nimni 1991, 18.
  15. Nimni 1991, 14.
  16. Nimni 1991, 16.
  17. van Ree 2002, 49.
  18. Schmitt 1997 [1987], 169.
  19. van Ree 2002, 60.
  20. van Ree 2002, 58-59.
  21. van Ree 2002, 64.
  22. Aleppo: the frenzied media response and the stakes for Syria
  23. Noam Chomsky and Edward S. Herman, The Washington Connection and Third World Fascism (South End Press, 1979); Gabriel Kolko, Confronting the Third World: United States Foreign Policy 1945-1980 (Pantheon Books, 1988); and Audrey R. Kahin and George McTurnan Kahin, Subversion as Foreign Policy: The Secret Eisenhower and Dulles Debacle in Indonesia (The New Press, 1995).; Jonathan Kwitny, Endless Enemies: The Making of an Unfriendly World (1984), p.57
  24. The Great Class War 1914-1918 by Jacques R. Pauwels
  25. Executive Orders & Airport Protests: Trump Clashes With The CIA
  26. Oil, Qatar, China & The Global Conflict
  27. The destructive legacy of Arab liberals
  28. Tariq Ali, “The Uprising in Syria”, www.counterpunch.com, September 12, 2012
  29. Executive Orders & Airport Protests: Trump Clashes With The CIA
  30. Louise Young, Japan’s Total Empire: Manchuria and the Culture of Wartime Imperialism (Berkeley: University of California Press, 1998); Yoshihisa Tak Matsusaka, The Making of Japanese Manchuria, 1904-1932 (Cambridge: Harvard University Asia Center, 2001).
  31. In the mid-1940s, the Viet Minh, under Ho Chi Minh, looked to the West for help in its independence movement and got it.
  32. From Left to Right: Israel’s Repositioning in the World
  33. From Left to Right: Israel’s Repositioning in the World
  34. From Left to Right: Israel’s Repositioning in the World
  35. A Tale of Two Nakbas
  36. Sutton, Antony C. America's Secret Establishment: An Introduction to the Order of Skull & Bones. Walterville, OR: Trine Day, 2003. ISBN:0-9720207-0-5.
  37. Clearing the fog of war around Syria
  38. “The Name Negro: It’s Origins and Evil Use”, published in 1960. (p. 92)
  39. The Black Bolsheviks
  40. "The Burmese Way to Socialism
  41. Per Anders Rudling. "Memories of 'Holodomor' and National Socialism in Ukrainian Political Culture," in Yves Bizeul (ed.), Rekonstruktion des Nationalmythos?: Frankreich, Deutschland und die Ukraine im Vergleich (Göttingen: Vandenhoek & Ruprecht Verlag, 2013)
  42. Why did Nazis fail to create a Ukrainian state in 1939?
  43. The Revolutionary Distemper in Syria That Wasn’t
  44. Let us drive away the US and NATO occupiers with our unity!
  45. Sticking point in Syria truce: Washington’s support for Al Qaeda
  46. Dmytro Dontsov, Khrestom i mechom (With the cross and sword, 1956) Derzhavnist 2 and 3, Natsionalistand Golos natsii.
  47. The Neo-Nazi Question in Ukraine
  48. The Ideology Of The New Ukraine
  49. La TV cubana rescató del olvido una entrevista al Che de 1964
  50. Oil, Qatar, China & The Global Conflict
  51. NEW LEFT IN POLAND? – OUR INTERVIEW WITH RAZEM, THE POLITICAL PARTY INSPIRED BY THE SPANISH PODEMOS
  52. America's socialism for the rich
  53. Race, Gender, and Class Politics in the US Primaries
  54. Phillip Stevens, “Britain is starting to imitate Greece”, Financial Times, 30/6/2016
  55. Turks, Saudis & Kurds: What’s Going on?
  56. Sam Dagher, “Kurds fight Islamic State to claim a piece of Syria,” The Wall Street Journal, November 12, 2014.
  57. Patrick Cockburn, “War against ISIS: PKK commander tasked with the defence of Syrian Kurds claims ‘we will save Kobani’”, The Independent, November 11, 2014.
  58. The meaning of Kosovo's independence
  59. S. Barbour, C. Carmichael (eds.), Language and Nationalism in Europe, Oxford−New York: Oxford University Press, 2000, 221−239
  60. ElBaradei: A coupmonger liberal global elite / Levent Basturk
  61. China behaving like Nazi Germany in South China Sea, says Benigno Aquino
  62. What new Mexican president Andres Manuel Lopez Obrador thinks about Donald Trump
  63. Eco, Umberto (22 de junho de 1995). «Ur-Fascism». The New York Review of Books (em inglês). ISSN 0028-7504. Consultado em 7 de março de 2018 
  64. Ceplair, Larry (1987). Under the Shadow of War: Fascism, Anti-Fascism, and Marxists, 1918-1939. [S.l.]: Columbia University Press. ISBN 9780231065320 P. 190-192
  65. Totalitarismo p. 1247-1259
  66. Oil, Qatar, China & The Global Conflict
  67. Takis Fotopoulos, The NWO in Action, vol. 2, Ukraine, The attack on Russia and the Eurasian Union (under publication by Progressive Press)
  68. Henry Luce and 20th Century U.S. Internationalism
  69. Top Ten Forgotten Facts About The Second World War
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