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Rede Tupi: diferenças entre revisões

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Quando a [[TV Cultura]], canal 2, foi lançada pelos [[Diários Associados]], suas imagens interferiam no canal 3, onde a TV Tupi era sintonizada e vice-versa. Por essa razão, em 1960, a PRF-3 TV Tupi de São Paulo passou a ocupar o canal de número 4, onde ficaria até o fechamento. Isso se explica assim; os canais 2 e 3 são "adjacentes" ou seja, vizinhos, onde termina a freqüência de um, ou "espaço" deste, começa a freqüência ou espaço do outro, por essa razão, há a interferência mútua, assim, um interfere no outro. Já entre canais 4 e 5, há um "espaço" de 4 megahertz (os canais do padrão da nossa tv ([[PAL-M]]) ocupa um "espaço" de 6 megahertz cada um) desta maneira, os canais 4 e 5 não se interferem. Nos primórdios da tv, estava previsto o canal 1, porém antes da sua popularização, os radioamadores ocuparam o "espaço" do canal 1, então para um melhor aproveitamento da faixa 1 ou seja dos canais 1 ao 6, foi feito um arranjo, para um melhor aproveitamento destes canais, sem que ninguém sofresse com interferências.
Quando a [[TV Cultura]], canal 2, foi lançada pelos [[Diários Associados]], suas imagens interferiam no canal 3, onde a TV Tupi era sintonizada e vice-versa. Por essa razão, em 1960, a PRF-3 TV Tupi de São Paulo passou a ocupar o canal de número 4, onde ficaria até o fechamento. Isso se explica assim; os canais 2 e 3 são "adjacentes" ou seja, vizinhos, onde termina a freqüência de um, ou "espaço" deste, começa a freqüência ou espaço do outro, por essa razão, há a interferência mútua, assim, um interfere no outro. Já entre canais 4 e 5, há um "espaço" de 4 megahertz (os canais do padrão da nossa tv ([[PAL-M]]) ocupa um "espaço" de 6 megahertz cada um) desta maneira, os canais 4 e 5 não se interferem. Nos primórdios da tv, estava previsto o canal 1, porém antes da sua popularização, os radioamadores ocuparam o "espaço" do canal 1, então para um melhor aproveitamento da faixa 1 ou seja dos canais 1 ao 6, foi feito um arranjo, para um melhor aproveitamento destes canais, sem que ninguém sofresse com interferências.


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==Programação==
==Programação==

Revisão das 11h38min de 31 de março de 2009

Rede Tupi de Televisão
S/A Rádio Tupi

Antiga sede da Tv Tupi, na Urca (Rio de Janeiro/RJ).
País  Brasil
Fundação 18 de setembro de 1950
por Assis Chateaubriand
Extinção 18 de julho de 1980
Pertence a Diários Associados
Cidade de origem São Paulo, SP
Sede São Paulo, SP
Rio de Janeiro, RJ
Estúdios São Paulo, SP
Av. Prof. Alfonso Bovero, 52, Sumaré
Rio de Janeiro, RJ
Rua João Luis Alves, 13, Urca
Slogan A pioneira (Anos 50/60)
Do tamanho do Brasil(anos 70/80)
Tupi, mais calor humano(1979/1980)
Afiliações Diários Associados
Cobertura Nacional
Emissoras próprias São Paulo São Paulo
Rio de Janeiro Rio de Janeiro
BahiaSalvador
Distrito Federal (Brasil) Brasília
Minas Gerais Belo Horizonte
Rio Grande do Sul Porto Alegre
Pará Belém
Pernambuco Recife

A Televisão Tupi de São Paulo, canal 3, foi a primeira emissora de televisão do Brasil e da América do Sul. Fundada em 18 de setembro de 1950 por Assis Chateaubriand, fazia parte do Grupo Diários Associados. Em 18 de julho de 1980, devido aos vários problemas administrativos e financeiros, a concessão foi declarada perempta (não-renovável) pelo governo brasileiro, e além dela, mais 6 emissoras pertencentes aos Associados também saíam do ar.

Primeiros passos

Depois de poucos meses de treinamento, alguns radialistas escolhidos por Assis Chateaubriand, o Chatô, lançaram-se à aventura de fazer TV. Os estúdios eram pequenos, o equipamento precário, mas o nascimento da TV Tupi foi solene. Chateaubriand presidiu a cerimômia que contou com a participação de um frade cantor mexicano, Frei José Mojica, que entoou "A canção da TV", hino composto pelo poeta Guilherme de Almeida, que contou também com a atriz Lolita Rodriguez, especialmente para a ocasião. Um balé de Lia Marques e declamação da poetisa Rosalina Coelho Lisboa, nomeada madrinha do "moderno equipamento" fizeram parte do show. A jovem atriz Yara Lins foi convocada especialmente para dizer o prefixo da emissora — PRF-3 — e o de uma série de rádios que transmitiam em cadeia o acontecimento. A seguir entrou a programação na tela dos cinco aparelhos instalados no saguão do prédio dos Diários Associados.

Há muitas histórias a respeito desse dia. Uma delas é que, empolgado, Chateaubriand teria quebrado uma garrafa de champanhe numa das duas câmeras RCA, fazendo com que a TV no Brasil entrasse em cena com apenas metade de sua capacidade, isto é: com apenas uma câmera. Outra é que, acabada a inauguração, a equipe se deu conta de que não havia o que colocar no ar no dia seguinte, pois ninguém havia pensado nisso.

O então radialista Cassiano Gabus Mendes que, aos 23 anos, assumiu a direção artística da Tupi, não podia ouvir essas histórias, desmentia quantas vezes fosse preciso. "É tudo invenção do Lima Duarte. Como ele é muito engraçado, as pessoas acabam se convencendo." dizia ele pouco antes de morrer, em 1993. "Chateaubriand era um homem esclarecido, não ia danificar equipamento e tínhamos programação para as três semanas seguintes".

Quando a TV Cultura, canal 2, foi lançada pelos Diários Associados, suas imagens interferiam no canal 3, onde a TV Tupi era sintonizada e vice-versa. Por essa razão, em 1960, a PRF-3 TV Tupi de São Paulo passou a ocupar o canal de número 4, onde ficaria até o fechamento. Isso se explica assim; os canais 2 e 3 são "adjacentes" ou seja, vizinhos, onde termina a freqüência de um, ou "espaço" deste, começa a freqüência ou espaço do outro, por essa razão, há a interferência mútua, assim, um interfere no outro. Já entre canais 4 e 5, há um "espaço" de 4 megahertz (os canais do padrão da nossa tv (PAL-M) ocupa um "espaço" de 6 megahertz cada um) desta maneira, os canais 4 e 5 não se interferem. Nos primórdios da tv, estava previsto o canal 1, porém antes da sua popularização, os radioamadores ocuparam o "espaço" do canal 1, então para um melhor aproveitamento da faixa 1 ou seja dos canais 1 ao 6, foi feito um arranjo, para um melhor aproveitamento destes canais, sem que ninguém sofresse com interferências.


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Programação

Acostumados à improvisação e rapidez do rádio, os pioneiros não tiveram problemas em se adaptar ao moderno veículo e aprenderam muito: ator virava sonoplasta, autor dirigia, diretor entrava em cena. A TV Tupi dos primeiros anos era uma verdadeira escola. Dois dias depois da primeira emissão, em 20 de setembro de 1950, estreou o primeiro programa humorístico, chamado Rancho Alegre com Mazzaropi. Aos poucos, outros programas ganharam forma: o primeiro telejornal, a primeira telenovela.

O programa TV de Vanguarda revelou a primeira geração de atores, atrizes e diretores. Foram apresentadas peças como Hamlet, de Shakespeare, e Crime e Castigo, de Dostoiévski. Alguns programas dos primeiros tempos da TV Tupi tornaram-se campeões de audiência e permanência no ar: Alô Doçura, Sítio do Picapau Amarelo, O céu é o limite, Clube dos Artistas (que existiu de 1952 a 1980) e o famoso telejornal Repórter Esso (que ficou dezoito anos no ar).

A telenovela foi uma invenção da TV Tupi, que as exibia em capítulos semanais e era capaz de ousadias como mostrar beijo na boca. Foi em 1951, na novela "Sua vida me pertence", que Vida Alves deixou-se beijar pelo galã Walter Forster.

No jornalismo a emissora repetiu na tela o sucesso do Repórter Esso, que marcou época no rádio brasileiro a partir de 1941. Os locutores Heron Domingues e Gontijo Teodoro entravam no ar com as últimas noticias nacionais e internacionais ao som de um dos mais famosos prefixos musicais da história do rádio e televisão brasileiros.

Se durante a primeira década de sua existência a Tupi foi líder absoluta, nos anos 60 as emissoras concorrentes aprimoraram sua programação para lutar pela audiência. Em 1968, a novela "Beto Rockfeller", de Bráulio Pedroso, revoluciona a linguagem da televisão. A partir da figura de um anti-herói, surge um novo estilo de interpretação, mais natural. A TV Tupi revela mais uma geração de talentos.

Também na programação infantil a TV Tupi se destacou com o Clube do Capitão Aza, criado em 1966, onde clássicos do desenho animado como Speed Racer e séries como Ultraman e Ultraseven foram apresentadas.

Programas

Ver artigo principal: Programas exibidos pela Rede Tupi

A formação da rede e a crise

A longa crise dos Diários Associados já havia começado bem antes da morte de Assis Chateaubriand, em 4 de abril de 1968. Abalada por problemas financeiros, mal administrada, sem investimentos, a Tupi perde qualidade e audiência.

Em 1972, a Rede Tupi de Televisão começa a ser formada. Houve várias divergências sobre qual canal seria a "cabeça da rede": o canal 4 paulistano ou o canal 6 carioca. Houve duas tentativas para que ambas comandassem a Rede Associada. Na primeira, a estação carioca comandaria as emissoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto que a emissora de São Paulo controlaria os canais do Sul e Sudeste. Na segunda, a Tupi paulista ficaria responsável pela produção de telenovelas, e a Tupi do Rio se encarregaria pelos shows e programas de auditório. Mas as duas idéias não vingaram, e a rixa entre as diretorias das duas estações agravaram a situação da Tupi. O único ponto positivo nestas duas tentativas foi que a Tupi foi a primeira rede de TV da América Latina a possuir duas cabeças geradoras de programação.

As emissoras concorrentes vão ocupando os espaços vazios deixados pela pioneira. Ano após ano, a crise se aprofunda. E com a Rede Globo impondo seu domínio avassalador, a Tupi se enfraquece. Ainda assim, a emissora pioneira consegue emplacar sucessos na década como "Mulheres de areia" (1973), "Meu rico português" (1975) e "A Viagem" (1975). No fim dos anos 70 a situação piora. Os salários atrasam cada vez mais. Há dívidas astronômicas junto à Previdência Social. Proliferam muitos escândalos financeiros. Em agosto de 1977, "Éramos seis", "Cinderela 77" e "Um sol maior" registravam os mais baixos índices de audiência da história do canal. Além da audiência, a publicidade também escapolia para as concorrentes, o caixa se esvaziava, os salários deixavam de ser pagos e a greve era questão de tempo. Em outubro de 1977, com três meses de salários atrasados, os funcionários iniciaram a primeira greve, mas ela é interrompida com o pagamento parcelado dos débitos.

O fim da "pioneira"

Os constantes atrasos dos salários mantinham o clima tenso na emissora pioneira. As perspectivas de pagamento dos atrasados eram cada vez mais remotas e as explicações dadas aos funcionários, cada vez mais inconsistentes. Para piorar ainda mais a situação, em outubro de 1978 um incêndio no prédio da emissora, em São Paulo, tirou a Tupi do ar por alguns minutos e destruiu os novos equipamentos adquiridos pela emissora no mesmo ano, e que nem chegaram a entrar em funcionamento. Ainda em 1978, iniciou a construção de sua nova antena transmissora, que seria a maior torre de TV da América do Sul(essa torre seria concluída pelo SBT alguns anos depois). No ano seguinte, o elenco de "O Espantalho", de Ivani Ribeiro (uma produção dos Estúdios Silvio Santos feita em 1977), processou a Tupi por não pagar os direitos conexos aos atores que trabalharam na trama. Entre 1979 e 1980, nova greve. A crise chegou a Brasília. O então presidente da República, João Figueiredo. se dispôs a receber uma comissão de dirigentes dos sindicatos envolvidos. Muito se discutia, pouco se fazia.

A greve persistiu até o início de fevereiro de 1980, quando a emissora fechou seu departamento de dramaturgia e dispensou os 250 funcionários que trabalhavam nesse setor. Foram interrompidas as novelas "Drácula", que só teve 4 capítulos exibidos, e "Como salvar meu casamento", a 20 episódios de seu desfecho. Além disso, outra trama, "Maria Nazaré" estava em fase de pré-produção e 32 cenas já estavam gravadas na época, mas não chegou a entrar no ar. Para substituir a novela "Drácula", foi colocada a reprise da novela "A Viagem", que, no entanto, foi inacabada.

Em 16 de julho de 1980, antes de completar 30 anos no ar, a Rede Tupi tem 7 de suas 10 concessões declaradas peremptas (termo jurídico que significa "não-renovável") pelo Governo Federal, a decisão foi publicada no Diário Oficial, no dia seguinte. Minutos antes do meio-dia de 17 de julho de 1980, três engenheiros do Departamento Nacional de Telecomunicações então (Dentel) subiram ao décimo andar do edifício-sede da TV Tupi de São Paulo, na avenida Professor Alfonso Bovero nº 52, no bairro do Sumaré, e lacraram o transmissor da emissora. Saíam também do ar a TV Tupi do Rio, a TV Itacolomi, de Belo Horizonte, a TV Marajoara de Belém, a TV Piratini de Porto Alegre, a TV Ceará de Fortaleza, e a TV Rádio Clube do Recife.

Um delegado da Polícia Federal e mais quatro agentes davam proteção aos engenheiros. Era o fim da TV Tupi. A emissora saía do ar exatamente 29 anos e dez meses depois de sua inauguração.

Permanece, entretanto, um acervo de duzentos mil rolos de filmes, 6.100 fitas de videotape e textos de telejornais que contam 30 anos de muitas histórias do Brasil e do mundo.

Das sete concessões declaradas peremptas, a última que saiu do ar foi a Tupi do Rio. No dia 17 de julho, os funcionários da estação iniciaram uma vigília de 18 horas, comandada pelo apresentador Jorge Perlingeiro, com o objetivo de impedir que o canal 6 carioca fosse fechado. Várias personalidades, como o cantor Agnaldo Timóteo e o humorista Costinha deram apoio aos funcionários. Mas nada adiantou. Às 12:36 de 18 de julho, logo após a exibição de um video da missa do Papa João Paulo II realizada no Aterro do Flamengo e a leitura, feita pelo ator e locutor Cévio Cordeiro, de uma mensagem dirigida ao presidente João Figueiredo pedindo para que a estação não fosse fechada, o sinal da TV Tupi do Rio de Janeiro era definitivamente cortado. Durante o video e a mensagem citados, os funcionários puseram na tela os dizeres "Até Breve, Telespectadores Amigos. Rede Tupi".

Os Diários Associados ganharam na Justiça em 1998 ação indenizatória contra o Governo Federal, e terão de ser indenizados pela intervenção que resultou na perda de 5 dos 7 canais das Emissoras Associadas, que não enfrentavam dificuldades financeiras na época. Somente a TV Tupi de São Paulo e a TV Tupi do Rio estavam com salários atrasados. No caso do canal 6 carioca, boa parte de suas contas eram pagas pela Super Rádio Tupi do Rio, uma vez que a rádio e a TV faziam parte da mesma razão social(S/A Rádio Tupi). Na época, a lei previa que o governo federal teria de nomear um interventor para assumir a administração das empresas em dificuldades, afastando com isso os seus controladores, que a levaram a crise que estavam enfrentado, e somente em caso de falência, que não houve, é que caberia a decisão que foi tomada, o que não era o caso de TV Tupi de São Paulo, e nem da TV Tupi do Rio, pois seus patrimônios, imóveis, equipamentos, instalações, etc., cobriam as dívidas existentes.

Terminava assim a primeira emissora de televisão do Brasil.

Divisão do ativo

Após o fechamento da TV Tupi em São Paulo, o governo federal passou o ativo da emissora para empresários afim de formalizar um lobby com o governo militar.

Neste jogo, estava no páreo o Grupo Abril, a TVS (atual SBT) e o Grupo Bloch . Como na época a Revista Veja estava incomodando o governo com críticas, eles decidiram passar uma nova licença do canal 4 para a TVS, o canal 6 para o Grupo Bloch e os outros ativos da emissora "prédio, equipamentos e outro canal não utilizado" para o Grupo Abril, toda está história pode ser conferida no documentário britânico Muito Além do Cidadão Kane.

Atualmente o prédio da emissora é a sede da Abril Radiodifusão, que gera o canal MTV Brasil.

Apesar de não conseguir a licença do canal 4 em VHF, necessário para realizar o projeto de criação de sua rede de televisão, depois de algum tempo o Grupo Abril conseguiu o seu canal em UHF.

Após conseguir seu canal próprio, e com a maturidade da MTV Brasil no mercado, a Abril Radiodifusão efetuou em 2003 o pedido de várias licenças de RTV (retransmissão de canal) em várias localidades do país.

Geradoras da rede associada

Outras emissoras próprias

Emissoras afiliadas

Desmembramento e venda da extinta Tupi

Precedido por
TV Tupi São Paulo
1950 - 1980
Sucedido por
SBT
Precedido por
TV Tupi Rio de Janeiro
1950 - 1980
Sucedido por
Rede Manchete

Referências bibliográficas

  • GILDER, George. A Vida após a televisão: tudo sobre os últimos progressos em torno da televisão interativa. Trad. Ivo Korytowski. R. Janeiro: Ediouro, s.d.
  • HOINEFF, Nelson. A Nova televisão, desmassificação e o impasse das grandes redes. Rio de Janeiro: Relume Dumára, s.d.
  • MORAIS, Fernando. Chatô: Rei do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
  • RAMOS, José Mário Otiz. Televisão, publicidade e cultura de massa. Petrópolis: Vozes, 1995.

Ver também

Ligações externas