Uruguai: diferenças entre revisões

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O Uruguai não tem [[religião oficial]] e, portanto, a [[Estado laico|igreja e o estado estão oficialmente separados]]<ref name="dept-state">{{cite web |url=http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/2091.htm |title= Background Note: Uruguay |author=Bureau of Western Hemisphere Affairs |date= |work= |publisher=US Department of State |accessdate=23 de fevereiro de 2011}}</ref> e a [[liberdade religiosa]] é garantida. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística do Uruguai apontou o [[catolicismo]] como a principal religião, com 45,7% da população, 9,0% são [[cristãos]] não-católicos, 0,6% são [[Animismo|animistas]] ou [[Umbanda|umbandistas]] (uma [[religião afro-brasileira]]) e 0,4% [[Judaísmo|judeus]]. 30,1% declararam acreditar em um [[Deus]], mas que não pertencem a nenhuma [[religião]], enquanto 14% declararam ser [[ateu]] ou [[agnóstico]].<ref name="ine-rel">{{cite web|url=http://www.ine.gub.uy/anda/ddibrowser/?id=11&section=variable&varid=V157 |title=Encuesta Continua de Hogares 2008 — Religion |format= |date= |publisher=Instituto Nacional de Estadística |accessdate=02/12/2010}}</ref> Entre a grande comunidade [[armênia]] em [[Montevidéu]], a religião dominante é o [[cristianismo]], especificamente a [[Igreja Apostólica Armênia]].<ref>{{cite web|author=1/0 Technology Corp. – Paul R. Williams,John BUDDAY Running |url=http://www.agbu.org/publications/article.asp?A_ID=533 |title=Armenian General Benevolent Union – Publications |publisher=Agbu.org |date= |accessdate=02/12/2010}}</ref>
O Uruguai não tem [[religião oficial]] e, portanto, a [[Estado laico|igreja e o estado estão oficialmente separados]]<ref name="dept-state">{{cite web |url=http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/2091.htm |title= Background Note: Uruguay |author=Bureau of Western Hemisphere Affairs |date= |work= |publisher=US Department of State |accessdate=23 de fevereiro de 2011}}</ref> e a [[liberdade religiosa]] é garantida. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística do Uruguai apontou o [[catolicismo]] como a principal religião, com 45,7% da população, 9,0% são [[cristãos]] não-católicos, 0,6% são [[Animismo|animistas]] ou [[Umbanda|umbandistas]] (uma [[religião afro-brasileira]]) e 0,4% [[Judaísmo|judeus]]. 30,1% declararam acreditar em um [[Deus]], mas que não pertencem a nenhuma [[religião]], enquanto 14% declararam ser [[ateu]] ou [[agnóstico]].<ref name="ine-rel">{{cite web|url=http://www.ine.gub.uy/anda/ddibrowser/?id=11&section=variable&varid=V157 |title=Encuesta Continua de Hogares 2008 — Religion |format= |date= |publisher=Instituto Nacional de Estadística |accessdate=02/12/2010}}</ref> Entre a grande comunidade [[armênia]] em [[Montevidéu]], a religião dominante é o [[cristianismo]], especificamente a [[Igreja Apostólica Armênia]].<ref>{{cite web|author=1/0 Technology Corp. – Paul R. Williams,John BUDDAY Running |url=http://www.agbu.org/publications/article.asp?A_ID=533 |title=Armenian General Benevolent Union – Publications |publisher=Agbu.org |date= |accessdate=02/12/2010}}</ref>


Os observadores políticos consideram o Uruguai o país mais [[Secularismo|secular]] nas [[Américas]].<ref>{{cite web|url=http://www.morris.umn.edu/academic/laas/Uruguay.html |title=UMM &#124; Latin American Area Studies – Countries |publisher=Morris.umn.edu |date=27/08/2009 |accessdate=26/06/2010}}</ref> A secularização do Uruguai começou com o papel relativamente menor da igreja na época colonial, em comparação com outras partes do [[Império Espanhol]]. O pequeno número de índios do Uruguai e sua feroz resistência ao [[proselitismo]] reduziu a influência das autoridades eclesiásticas.<ref name="rel-cs"/>
'''A rosca do ricci''' considera o Uruguai o país mais [[Secularismo|secular]] nas [[Américas]].<ref>{{cite web|url=http://www.morris.umn.edu/academic/laas/Uruguay.html |title=UMM &#124; Latin American Area Studies – Countries |publisher=Morris.umn.edu |date=27/08/2009 |accessdate=26/06/2010}}</ref> A secularização do Uruguai começou com o papel relativamente menor da igreja na época colonial, em comparação com outras partes do [[Império Espanhol]]. O pequeno número de índios do Uruguai e sua feroz resistência ao [[proselitismo]] reduziu a influência das autoridades eclesiásticas.<ref name="rel-cs"/>


Após a independência, idéias anticlericais se espalharam para o Uruguai, em particular da [[França]], minando ainda mais a influência da igreja. Em 1837, o [[casamento civil]] foi reconhecido e em 1861 o Estado assumiu a gestão dos [[cemitério]]s públicos. Em 1907 o [[divórcio]] foi legalizado e em 1909 toda e qualquer educação religiosa foi banida das escolas públicas.<ref name="rel-cs"/> Sob a influência do radical reformador [[Partido Colorado (Uruguai)|Colorado]], [[José Batlle y Ordóñez]] (1903-1911), a completa [[Separação Igreja-Estado|separação entre Igreja e Estado]] foi introduzida com a nova Constituição da 1917.<ref name="rel-cs">{{cite web |url=http://countrystudies.us/uruguay/43.htm |title=Religion — Uruguay |author= |date= |work= |publisher=Library of Congress Country Studies |accessdate=23 de fevereiro de 2011}}</ref>
Após a independência, idéias anticlericais se espalharam para o Uruguai, em particular da [[França]], minando ainda mais a influência da igreja. Em 1837, o [[casamento civil]] foi reconhecido e em 1861 o Estado assumiu a gestão dos [[cemitério]]s públicos. Em 1907 o [[divórcio]] foi legalizado e em 1909 toda e qualquer educação religiosa foi banida das escolas públicas.<ref name="rel-cs"/> Sob a influência do radical reformador [[Partido Colorado (Uruguai)|Colorado]], [[José Batlle y Ordóñez]] (1903-1911), a completa [[Separação Igreja-Estado|separação entre Igreja e Estado]] foi introduzida com a nova Constituição da 1917.<ref name="rel-cs">{{cite web |url=http://countrystudies.us/uruguay/43.htm |title=Religion — Uruguay |author= |date= |work= |publisher=Library of Congress Country Studies |accessdate=23 de fevereiro de 2011}}</ref>

Revisão das 18h19min de 29 de maio de 2013

 Nota: Para outros significados, veja Uruguai (desambiguação).

República Oriental do Uruguai
República Oriental del Uruguay
Bandeira do Uruguai
Escudo das Armas do Uruguai
Escudo das Armas do Uruguai
Bandeira Brasão de armas
Lema: Libertad o Muerte
Hino nacional: Himno Nacional
Gentílico: Uruguaio(a) ou Oriental

Localização Uruguai
Localização Uruguai

Capital Montevidéu
Cidade mais populosa Montevidéu
Língua oficial Espanhol [1]
Governo República presidencialista
• Presidente José Mujica
• Vice-presidente Danilo Astori
Independência do Império do Brasil 
• Declarada 25 de agosto de 1825 
• Reconhecida 27 de agosto de 1828 
Área  
  • Total 176.215 km² (88.º)
 • Água (%) 1,5
 Fronteira Brasil e Argentina.
População  
  • Estimativa para 2010 3 424 595 hab. (128.º)
 • Censo 2002 3.399.236 hab. 
 • Densidade 19,8 hab./km² (157.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2011
 • Total US$ 52,111 bilhões* USD[2] (88.º)
 • Per capita US$ 15.469[2] (61.º)
PIB (nominal) Estimativa de 2011
 • Total US$ 49,423 bilhões* USD[2] (79.º)
 • Per capita US$ 14.671[2] (49.º)
IDH (2012) 0,792 (51.º) – alto[3]
Gini (2009) 42,4[4] 
Moeda Peso uruguaio (UYU)
Fuso horário (UTC-3)
Cód. Internet .uy
Cód. telef. +598
Website governamental http://www.presidencia.gub.uy/
1 A língua portuguesa também goza de estatuto diferenciado, sendo idioma obrigatório nas escolas uruguaias [5]

Uruguai,[6][7] oficialmente República Oriental do Uruguai (em castelhano: República Oriental del Uruguay, pron. [reˈpuβlika oɾjenˈtal del uɾuˈɣwai]), é um país localizado na parte sudeste da América do Sul. É a casa de cerca de 3,3 milhões de pessoas,[8] dos quais 1,8 milhão vivem na capital, Montevidéu e sua área metropolitana. De acordo com uma estimativa, entre 88% e 94% da população possui ascendência principalmente de europeus ou mista.[9]

A única fronteira terrestre do Uruguai é com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no norte. Para o oeste encontra-se o rio Uruguai e a sudoeste situa-se o estuário do rio da Prata. O país faz fronteira com a Argentina apenas em alguns bancos de qualquer um dos rios citados acima, enquanto que a sudeste fica o Oceano Atlântico. O Uruguai é o segundo menor país da América do Sul, sendo somente maior que o Suriname.

A Colonia del Sacramento, o mais antigo assentamento europeu no Uruguai, foi fundada pelos portugueses em janeiro de 1680. Em 1777, com o tratado de Santo Ildefonso, a colônia tornou-se possessão espanhola. Montevidéu foi fundada pelos espanhóis no século XVIII como uma fortaleza militar. O Uruguai conquistou sua independência entre 1810 e 1828 após guerras que envolveram Espanha, Portugal, Argentina e Brasil. O país é uma democracia constitucional, onde o presidente cumpre o papel de chefe de estado e chefe de governo.

O Uruguai é um dos países economicamente mais desenvolvidos da América do Sul, com um dos maiores PIB per capita, em 48º lugar no índice de qualidade de vida (2011) e o 1º em qualidade de vida/desenvolvimento humano na América Latina, quando a desigualdade é considerada.[10][11] Segundo a Transparência Internacional, o Uruguai é classificado como o segundo país menos corrupto da América Latina (atrás do Chile), embora a pontuação do Uruguai seja consideravelmente melhor do que a do Chile em pesquisas de percepção de corrupção doméstica.[12] Foi o país latino-americano melhor classificado no Índice de Prosperidade Legatum.[13] A Reader's Digest classificou o Uruguai como o nono país "mais habitável e verde" do mundo e o primeiro nas Américas.[14]

O Uruguai foi o primeiro país sul-americano a legalizar uniões civis do mesmo sexo e de sexos opostos a nível nacional,[15] o primeiro a permitir a adoção gay[16] e a testar o cultivo de cânhamo.[17] Entre os anos de 2007 e 2009, O Uruguai foi o único país das Américas que não passou por uma recessão econômica técnica (2 trimestres consecutivos de retração).[18] O Uruguai é reembolsado pela Organização das Nações Unidas pela maioria dos seus gastos militares, visto que a maior parte desses gastos é implantada nas forças de paz da ONU. Em 2009, o Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a oferecer um laptop e internet grátis sem fio para cada criança do ensino primário.[19] .

História

Ver artigo principal: História do Uruguai
Colônia do Sacramento.

Colonização

Os primeiros europeus chegaram à área no início do século XVI. Tanto a Espanha como Portugal tentaram colonizar o futuro Uruguai. Portugal tinha por base a Colônia do Sacramento (na margem oposta a Buenos Aires, no rio da Prata), enquanto a Espanha ocupava Montevidéu, fundada no século XVIII e que veio a tornar-se a capital do futuro país.

Independência

O início do século XIX viu o surgimento de movimentos de independência por toda a América do Sul, incluindo o Uruguai, então conhecido como a Banda Oriental del Uruguay (isto é, "faixa a leste do rio Uruguai"), cujo território foi disputado pelos estados nascentes do Brasil, herdeiro de Portugal, e da República Argentina, com capital em Buenos Aires, herdeira do Vice-reinado do Prata da Espanha.

O juramento dos Trinta e Três Orientais.

Portugal havia recuperado a área a partir de 1816, através de intervenção militar, apoiada pela oligarquia bonaerense, contra a independência de forte cunho social comandada por José Artigas, e anexou-a formalmente em 1821 (ler Incorporação da Cisplatina em História do Brasil). A Banda Oriental passou a fazer parte do Brasil como seu território mais austral, quando em 1822 o país obtém a sua independência de Portugal (vide independência do Brasil). A região passou a fazer parte do nascente império, havendo o cabildo de Montevidéu jurado a Constituição Imperial de 1824, sem ter o direito de o fazer. A 23 de Agosto de 1825, no entanto, setores descontentes com a política agrária em favor dos grandes proprietários de Montevidéu e do Brasil, organizaram movimento de libertação nacional do Uruguai e de sua incorporação às províncias argentinas.

A província austral se tornaria independente com a assinatura do Tratado de Montevidéu, em 1828. As negociações para a independência tiveram a mediação de George Canning, então chefe do Ministério do Exterior britânico, que visava consolidar a livre-navegação do rio da Prata.

De modo a se criar símbolos nacionais ao novo país independente, o sentimento separatista foi vinculado ao General Artigas, que sustentou as lutas contra a anexação da Banda Oriental, seja por Portugal ou pelas Províncias Unidas do Rio da Prata, entre 1810 e 1820. Após 1822, já sob controle do recém-criado Império do Brasil (e não mais da Coroa Portuguesa), o Uruguai inicia o processo final que leva à sua própria independência, que foi satisfatória para os partidários blancos, vinculados aos estancieiros do interior, a separação não desagradou aos colorados de Montevidéu, que tiveram o primeiro presidente constitucional entre seus quadros e se entendiam mal governados pela corte brasileira.

Imigração em massa e desenvolvimento

No final do século XIX o país havia completado sua organização, e durante a etapa batllista consolidou sua democracia e alcançou altos níveis de bem-estar, comparados aos europeus. Devido a isso, o Uruguai começou a ser conhecido internacionalmente como "A Suíça da América". Uruguai foi o primeiro país a estabelecer por lei o direito ao divórcio (1907) e um dos primeiros países do mundo a estabelecer o direito das mulheres a votar.

Praça Independência em Montevidéu.

Até a década de 1960, o Uruguai era chamado de "a Suíça sul-americana" por ter um perfil de país desenvolvido, com altos índices sociais e estabilidade política. Após a década de 1970, a escassez de recursos minerais e energéticos, a carência de tecnologia e a queda do preço da lã e da carne no mercado internacional, contribuíram para a desestabilização econômica no Uruguai. Em 1973, ocorreu um golpe militar com dura repressão por parte do governo e que favoreceu o surgimento de movimentos de oposição e de guerrilha, como o dos tupamaros.

Retorno à democracia

O Uruguai experimentou uma série de presidentes eleitos e nomeados e entrou em conflitos com estados vizinhos, flutuações e modernizações políticas e econômicas e grandes fluxos de imigrantes, provenientes especialmente da Europa. Os militares tomaram o controle da administração em 1973 e o governo civil só regressou em 1985, um ano depois de vastos e violentos protestos contra os regimes militares na América do Sul, inclusive no Uruguai. A ditadura militar durou até o ano de 1984 e, mesmo com o restabelecimento democrático, os problemas econômicos continuaram. O declínio econômico e a instabilidade política provocaram uma grande emigração de jovens.

A década de 1990 foi marcada por privatizações, diminuição dos gastos públicos e elevação da taxa de desemprego. E, em tentativa de melhorar esta crise e diversificar as atividades econômicas no Uruguai, o governo criou uma legislação favorável à implantação de instituições financeiras, que acabou atraindo várias empresas do setor, transformando o Uruguai em país de destaque no setor bancário.

Seguiram-se presidentes dos partidos tradicionais, blancos e colorados, até as eleições de 2004, vencidas pelo candidato Tabaré Vázquez, apoiado pela coligação de centro-esquerda Frente Amplio. O mandato de Vázquez teve início em 15 de março de 2005. Em 2010 chegou à presidência José Mujica, ex-guerrilheiro e da mesma coligação.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Uruguai
Imagem de satélite do território uruguaio.

O Uruguai é o segundo menor país da América do Sul e a sua paisagem é constituída principalmente por planícies e colinas baixas (coxilhas), com uma planície costeira fértil. A terra está ocupada na sua maior parte por pradarias, ideais para a criação de bovinos e ovinos. O ponto mais elevado do país é o Cerro Catedral, com 514 m. Ao sul situa-se o rio de la Plata (rio da Prata), onde está o Porto de Montevidéu. O Rio da Prata é o estuário formado pelo rio Uruguai, que constitui a fronteira ocidental do país, e pelo rio Paraná, fora do Uruguai, formador da mesopotâmia argentina. O país tem apenas um rio importante que o atravessa, o rio Negro, com hidrelétricas. Tem ainda parte da Lagoa Mirim, que divide com o Brasil e de algumas lagoas na costa do Atlântico.

Clima

Ver artigo principal: Clima do Uruguai
Entardecer em Maldonado.

O clima do Uruguai é temperado, mas relativamente quente, visto que temperaturas negativas, bastante frequentes nas noites de inverno, não descem muito abaixo de zero, enquanto os verões são amenos no extremo sul do país (nas regiões de Montevidéu e de Punta del Este), tornando-se mais quentes em direção ao norte. O terreno plano fica de certo modo vulnerável a rápidas mudanças nas frentes meteorológicas e também ao pampero, um vento frio e ocasionalmente violento que sopra para norte desde as planícies das pampas na Argentina.

A temperatura média anual varia dos 16 °C em Montevidéu aos 19,5 °C em Salto e Artigas, e a precipitação média anual varia dos 1.000 mm no sul do país aos 1.400 mm no norte. Em Montevidéu, o mês mais quente é janeiro, com temperatura média de 22 °C, enquanto o mês mais frio é julho, com média de 10 °C. As temperaturas máxima e mínima recordes registradas no país são de 44 °C, em Paysandú (em 20 de janeiro de 1943), e de -11 °C, em Melo (em 14 de junho de 1967).[20] As geadas são bastante frequentes no inverno, mas a queda de neve registrou-se apenas em ocasiões muito esparsas.

Vegetação

Ver artigo principal: Vegetação do Uruguai

Originalmente a região apresentava, em termos de vegetação, nas nascentes do rio Uruguai, os Campos, e na direção sudoeste, a Mata do Alto Uruguai (Mata Atlântica). Atualmente a região se encontra intensamente desmatada e apenas áreas restritas conservam a vegetação original. As principais alterações são consequência da expansão agrícola, notadamente das lavouras de arroz irrigado na região da Campanha, soja e trigo no Planalto. Nas áreas de minifúndio, localizados juntos aos vales, se desenvolveram intensamente a suinocultura e avicultura.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia do Uruguai
Pirâmide populacional do Uruguai em 2005.

Segundo os resultados do último censo de 2004, a população uruguaia ascendia a 3 241 203 habitantes, com uma taxa de crescimento anual de 3,2 % em relação ao censo de 1996, onde a população era de 3 163 763. A baixa taxa de crescimento populacional observada entre 1996 e 2004 é ainda inferior à registrada entre 1985 e 1996, quando a taxa era de 6,4 %. O baixo crescimento da população corresponde a uma diminuição progressiva da taxa de fecundidade e nos câmbios migratórios. A população estimada para 30 de junho de 2010 é de 3 356 584, com uma densidade demográfica de 19 habitantes por quilômetro quadrado.[21]

A conformação e estrutura da população uruguaia se distingue em relação aos demais países da América Latina. O Uruguai se antecipou ao menos trinta anos antes do resto dos países latino-americanos quanto à transição demográfica, onde em sua maioria o processo se iniciou entre as décadas de 1950 e 1960. Há se estimado que em 1900 a taxa de fecundidade era de seis filhos por mulher, em 1950 esta média teria caído para três e em 2008 esta média seria ainda menor (2,1 filhos por mulher), segundo o INE. Por sua vez, destaca-se por ser o país com a maior população longeva na região onde o coletivo de pessoas com mais de 60 anos era de 17,7 % em 2008. Os câmbios de fecundidade também se vislubram pelo aumento da esperança de vida que atinge os 76 anos (72,4 para os homens e 79,7 para as mulheres). A taxa da urbanização é alta e chega a 96,1 % da população.[22][23]

Outro fator chave para compreender o dinamismo da população uruguaia é a migração. A imigração europeia de radicou no Uruguai, desde os finais do século XIX até mediados dos anos 60. Desde a perspectiva da imigração internacional, na segunda metade do século XX, o Uruguai começa a se consolidar como um país emigratório, seja por motivos políticos ou econômicos, fenômeno que tem influenciado o crescimento populacional do país nas últimas décadas. A emigração é principalmente até a Europa, Argentina e Estados Unidos. Na Europa, o principal destino dos uruguaios é a Espanha, mas também emigram para a Itália, França e Alemanha.[24][25]

Em novembro de 2007 Uruguai se tornou o primeiro país latino-americano e o segundo de todas as Américas (depois do Canadá) a reconhecer a união civil de pessoas do mesmo sexo em nível nacional.[26]

Etnias

Segundo publicações da CIA (The World Factbook), a população uruguaia é fundamentalmente de origem europeia, representando 88% da população, seguida por mestiços (8%) e afro-uruguaios (4%). Ademais esta fonte, sustenta-se que a população indígena é praticamente inexistente.[27] As sucessivas ondas migratórias que viveram no país têm conformado a população atual, composta principalmente de espanhóis, seguidos por italianos[28] e com um importante número de franceses, alemães, portugueses, britânicos, suíços, russos, polacos, entre outros. A população de origem asiática é muito escassa.

Um estudo genético de 2009, publicado no American Journal of Human Biology, revelou que a composição genética do Uruguai é principalmente europeia, mas com contribuição indígena (que varia de 1% a 20% em diferentes partes do país) e significativa contribuição africana (7% a 15% em diferentes partes do país).[29]

A contribuição indígena no Uruguai foi estimada em 10%, em média, para a população inteira. Esse número sobe a 20% no departamento de Tacuarembó, e desce a 2% em Montevidéu. O DNA mitoncondrial indígena chega a 62% em Tacuarembó.[30]

Um estudo genético de 2006 encontrou os seguintes resultados para a população de Cerro Largo: contribuição européia de 82%, contribuição indígena de 8% e contribuição africana de 10%. Esse foi o resultado para o DNA autossômico, o que se herda tanto do pai quanto da mãe e permite inferir toda a ancestralidade de um indivíduo. Na linhagem materna, DNA mitocondrial, os resultados encontrados para Cerro Largo foram: contribuição européia de 49%, contribuição indígena de 30%, e contribuição africana de 21%.[31]

Religião

Religião no Uruguai (2008)[32]
Religião Porcentagem
Catolicismo romano
  
45,7%
Não-sectarismo
  
30,1%
Ateísmo ou Agnosticismo
  
14,0%
Cristãos não-católicos
  
9,0%
Outros
  
1,2%

O Uruguai não tem religião oficial e, portanto, a igreja e o estado estão oficialmente separados[33] e a liberdade religiosa é garantida. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Instituto Nacional de Estatística do Uruguai apontou o catolicismo como a principal religião, com 45,7% da população, 9,0% são cristãos não-católicos, 0,6% são animistas ou umbandistas (uma religião afro-brasileira) e 0,4% judeus. 30,1% declararam acreditar em um Deus, mas que não pertencem a nenhuma religião, enquanto 14% declararam ser ateu ou agnóstico.[32] Entre a grande comunidade armênia em Montevidéu, a religião dominante é o cristianismo, especificamente a Igreja Apostólica Armênia.[34]

A rosca do ricci considera o Uruguai o país mais secular nas Américas.[35] A secularização do Uruguai começou com o papel relativamente menor da igreja na época colonial, em comparação com outras partes do Império Espanhol. O pequeno número de índios do Uruguai e sua feroz resistência ao proselitismo reduziu a influência das autoridades eclesiásticas.[36]

Após a independência, idéias anticlericais se espalharam para o Uruguai, em particular da França, minando ainda mais a influência da igreja. Em 1837, o casamento civil foi reconhecido e em 1861 o Estado assumiu a gestão dos cemitérios públicos. Em 1907 o divórcio foi legalizado e em 1909 toda e qualquer educação religiosa foi banida das escolas públicas.[36] Sob a influência do radical reformador Colorado, José Batlle y Ordóñez (1903-1911), a completa separação entre Igreja e Estado foi introduzida com a nova Constituição da 1917.[36]

Idioma

Ver artigo principal: Espanhol rioplatense

O espanhol uruguaio tem algumas modificações devido ao número considerável de imigrantes italianos. Como é o caso com a vizinha Argentina, Uruguai e emprega tanto o voseo quanto o yeismo (com [ʃ] ou [ʒ]). O inglês é comum no mundo dos negócios e seu estudo tem aumentado significativamente nos últimos anos, especialmente entre os jovens. No entanto, ainda é uma língua minoritária, como são o francês e o italiano. Outras línguas incluem português e o "portuñol" (uma mistura de espanhol e português). Ambos são falados nas regiões norte, perto da fronteira brasileira.[37][38] O Uruguai é o único país não lusófono em que o ensino da língua portuguesa é obrigatório. O português é ensinado a partir do 6º ano de escolaridade.[39] Como poucos povos indígenas existem na população, as línguas indígenas são pouco presentes no Uruguai.[40]

Indicadores socioeconômicos

Departamentos do Uruguai:
  IDH elevado
  IDH médio

Segundo dados publicados pelas Nações Unidas o índice Gini do Uruguai em 2003 era de 0,449. Uma pontuação de 1,000 nessa escala significaria um estado de máxima inequalidade entre classes sociais, e uma pontuação de 0,000 representaria uma distribuição igual da riqueza.

Um recente relatório[41] usou dois indicadores para estimar o número de pessoas vivendo em estado de pobreza no país. Esses indicadores são a "linha de indigência", o salário da família não é o suficiente para o consumo básico de alimentos, e a "linha da pobreza", o salário da família não é o suficiente para o consumo básico de alimentos, de roupas, saúde e transporte.

Os números obtidos dependem da metodologia usada, o relatório citado usa três diferentes métodos. De acordo com um proposto pelo Regional Workshop sobre medição de pobreza em 1996, que produziu os maiores valores dentre os três. o resultado para o primeiro quarto de 2006 foi: 3,01% da população abaixo da linha de indigência e 18% da população abaixo da linha de pobreza.

O relatório mostra que os indicadores estão melhorando conforme o país se recupera da última crise em 2002; em 2004 o indicador de pobreza atingiu o valor mais alto de todos os tempos.[42]

O salário médio da mulher em 2002 no Uruguai equivalia a 71,8% do salário do homem da mesma atividade.[43] O salário médio dos descendentes africanos equivalia a 65% dos descendentes europeus.[44]

Apesar do aluguel em lugares que não possuem tanta demanda não serem tão caros, é normalmente necessário que a pessoa tenha uma outra propriedade para servir de garantia para o contrato, ou um depósito que muitos não conseguem pagar.[41] A primeira condição torna o aluguel especialmente difícil para os setores menos favorecidos da população. De acordo com o INE, 23,3% da população vive em lugares que não são nem deles nem são alugados. Alguns deles são casas construídas propriamente, enquanto outros são construções precárias construídas ilegalmente em terras públicas ou provadas ao redor das cidades. Assim, novas comunidades inteiras foram criadas nas últimas décadas. Elas são chamadas de "Asentamientos". O fenômeno é similar às "Favelas" no Brasil, "Villas Miseria" na Argentina, "Barrios" na Venezuela, "Invasiones" na Colômbia, "Arrabales" na Espanha, "Poblaciones Callampa" no Chile, ou "Jacales" no México.[41]

Política

Ver artigo principal: Política do Uruguai

O Uruguai é uma república democrática representativa, com um sistema presidencial[45] Os membros do governo são eleitos para um mandato de cinco anos por um sistema de sufrágio universal.[45] O Uruguai é um Estado unitário: justiça, educação, saúde, segurança externa, política, a defesa são administradas em todo o país.[45] O poder executivo é exercido pelo presidente e por um gabinete de 13 ministros.[45]

Palácio legislativo, Montevidéu.

O poder legislativo é constituído pela Assembleia Geral, composta por duas câmaras: a Câmara dos Deputados com 99 membros que representam os 19 departamentos, eleitos com base na representação proporcional; e a Câmara dos Senadores, composta por 31 membros, dos quais 30 são eleitos por um mandato de cinco anos por representação proporcional e pelo vice-presidente que a preside.[45]

O poder judiciário é exercido pelo Supremo Tribunal Federal, a bancada e juízes em todo o país. Os membros da Suprema Corte são eleitos pela Assembleia Geral, os membros da Magistratura do Tribunal Supremo, com o consentimento do Senado, e os juízes são diretamente afetados pelo Supremo Tribunal Federal.[45]

O Uruguai adotou sua atual Constituição em 1967. Muitas das suas disposições foram suspensas em 1973, mas restabelecidas em 1985. A Constituição uruguaia permite aos cidadãos revogar as leis ou alterar a Constituição por referendo. Durante os últimos 15 anos, este método tem sido utilizado várias vezes: para confirmar uma lei de renúncia dos membros do Ministério Público dos militares que violaram direitos humanos durante o regime militar (1973-1985); parar a privatização das empresas de serviços públicos; para defender rendimentos de pensionistas e para proteger os recursos hídricos.[46]

Durante a maior parte da história do Uruguai, o Partido Colorado esteve no governo. A outra parte "tradicional" do Uruguai, o Partido Blanco, governou apenas duas vezes. As eleições de 2004 trouxeram a Frente Ampla (coalizão de socialistas, comunistas, tupamaros, ex-comunistas e social-democratas, entre outros) a governar com maioria nas duas casas do parlamento e da eleição do presidente Tabaré Vázquez, por maioria absoluta.[47]

O Latinobarómetro de 2010 constatou que, na América Latina, os uruguaios estão entre os que mais apóiam ​a democracia e, de longe, os mais satisfeitos com o funcionamento da democracia em seu país.[48] O Uruguai ficou em 27º no índice "Freedom in the World" da Freedom House. De acordo com a Economist Intelligence Unit, em 2010, o Uruguai alcançou a 21ª posição no Índice de Democracia, entre os 30 países considerados "democracias plenas" no mundo.[49] O Uruguai se classificou em 24º lugar no Índice de Percepções de Corrupção feito pela Transparência Internacional.[50]

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões do Uruguai

O Uruguai é dividido em 19 departamentos cujo administrações locais replicam a divisão dos poderes executivo e legislativo. Cada departamento elege suas autoridades por meio de um sistema de sufrágio universal.[45] O poder executivo departamental reside em um superintendente e na autoridade legislativa de um conselho departamental.[45]

Departamentos do Uruguai.
Departamento Área (km²) População* Capital
Artigas 11.928 78,019 Artigas
Canelones 4.536 485,028 Canelones
Cerro Largo 13.648 86,564 Melo
Colônia 6.106 119,266 Colônia do Sacramento
Durazno 11.643 58,859 Durazno
Flores 5.144 25,104 Trinidad
Florida 10.417 68,181 Florida
Lavalleja 10.016 60,925 Minas
Maldonado 4.793 140,192 Maldonado
Montevidéu 530 1,326,064 Montevidéu
Paysandú 13.922 113,244 Paysandú
Río Negro 9.282 53,989 Fray Bentos
Rivera 9.370 104,921 Rivera
Rocha 10.551 69,937 Rocha
Salto 14.163 123,120 Salto
San José 4.992 103,104 San José de Mayo
Soriano 9.008 84,563 Mercedes
Tacuarembó 15,438 90,489 Tacuarembó
Treinta y Tres 9.676 49,318 Treinta y Tres

Economia

Ver artigo principal: Economia do Uruguai
Torre sede da empresa uruguaia ANTEL, em Montevideo.

A economia do Uruguai depende fortemente do comércio, particularmente das exportações agrícolas, deixando o país vulnerável às flutuações nos preços das commodities. Após uma média de crescimento de 5% ao ano no período de 1996-1998, em 1999-2001 a economia sofreu menor demanda da Argentina e do Brasil, que combinados respondem por quase metade das exportações do Uruguai. Apesar da gravidade dos choques do comércio, os indicadores financeiros do Uruguai se mantiveram mais estáveis do que em seus vizinhos, um reflexo de sua sólida reputação entre os investidores e do seu grau de investimento soberano, um dos dois únicos na América do Sul.[51] Nos anos recentes o Uruguai passou parte de sua energia para o desenvolvimento do uso comercial de tecnologias e se tornou o primeiro exportador de software da América Latina.[52]

A condição de piora econômica teve um papel na transformação da opinião pública contra as políticas econômicas de livre mercado adotadas pelas administrações anteriores na década de 1990, levando à rejeição popular das propostas de privatização da empresa estatal de petróleo em 2003 e da empresa estatal de água em 2004. O recém-eleito governo da Frente Amplio, enquanto comprometeu-se a continuar os pagamentos da dívida externa do Uruguai,[53] também prometeu realizar um plano de emergência para atacar os problemas generalizados da pobreza e do desemprego.[54] Em maio de 2008, a taxa de desemprego ficou abaixo 7,2%. Em outubro de 2009, a taxa de desemprego foi de 6,4 por cento.[55]

Punta del Este, um importante polo turístico do país.

Em 2005, o Uruguai foi o maior exportador de software na América do Sul.[52] O governo da Frente Ampla, enquanto tem feito pagamentos contínuos da dívida externa do Uruguai,[56] comprometeu-se igualmente um plano de emergência para atacar os problemas generalizados da pobreza e do desemprego.[57] A economia cresceu a uma taxa anual de 6,7% durante o período 2004-2008.[58] Os mercados de exportações do Uruguai foram diversificados, a fim de reduzir a dependência de Argentina e Brasil.[58] A pobreza foi reduzida de 33% em 2002 para 21,7% em julho de 2008, enquanto a pobreza extrema caiu de 3,3% para 1,7%.[58]

Entre os anos de 2007 e 2009 o Uruguai foi o único país das Américas que passou por uma recessão econômica técnica (dois trimestres consecutivos de retração).[59] Em outubro de 2010, a taxa de desemprego caiu para 6,2%,[60] provocando um aumento na pressões inflacionárias,[61] embora o PIB do Uruguai tenha crescido 10,4% no primeiro semestre de 2010.[62] De acordo com estimativas do FMI, o Uruguai é susceptível de atingir um crescimento do PIB real entre 8% e 8,5% em 2010, seguido por 5% de crescimento em 2011 e 4% nos anos subsequentes.[61] A dívida bruta do setor público contraiu no segundo trimestre de 2010, depois de cinco períodos consecutivos de crescimento sustentado, atingiu 21,885 bilhões de dólares, equivalente a 59,5% do PIB.[63]

Estância histórica no interior do país.

A agricultura desempenha uma parte importante da história do Uruguai e da identidade nacional até meados do século XX, quando o país inteiro era por vezes comparado a uma única grande estancia (propriedade agrícola), centrada em torno de Montevidéu, onde a riqueza gerada no interior do país era gasta, em seu centro administrativo.

Hoje, a agricultura contribui com aproximadamente 11% do PIB do país e ainda é a principal geradora de divisas estrangeiras, colocando o Uruguai, em linha com outros exportadores agrícolas como Brasil, Canadá e Nova Zelândia. O Uruguai é um membro do Grupo Cairns de exportadores de produtos agrícolas. A agricultura do Uruguai tem entradas relativamente baixa de trabalho, tecnologia e capital em comparação com outros países semelhantes, o que resulta em rendimentos relativamente baixos por hectare, mas também abre as portas para o Uruguai para comercializar os seus produtos como "natural" ou "orgânico".

Estâncias turísticas desenvolveram-se recentemente, mostrando a cultura gaúcha do Uruguai, fazendas históricas, e recursos naturais.

Infraestrutura

Transporte

Porto de Montevidéu.
Ficheiro:Aeropuertodecarrasco.jpg
Aeroporto Internacional de Carrasco.

O Porto de Montevidéu, tranportando mais de 1,1 milhão de contêineres por ano, é o terminal de contêineres mais avançado da América do Sul.[64] Seu cais pode lidar com navios de grande porte. Nove guindastes permitem de 8 a 10 movimentos por hora.[64] O porto de Nueva Palmira é um ponto importante de transferência de mercadorias regionais. Ambos portos têm terminais privados e são administrados pelo governo.[65]

O Aeroporto Internacional de Carrasco, desenhado pelo arquitecto Rafael Viñoly com um investimento de 165 milhões de dólares, foi inaugurado em 2009.[66][67] O aeroporto pode lidar com até 4,5 milhão de passageiros por ano.[66] PLUNA é a principal companhia aérea do Uruguai e está sediada no Aeroporto de Carrasco.[68][69] O Aeroporto de Laguna del Sauce, localizado a 15 km de Punta del Este, foi remodelado em 1997 e as pistas foram renovados através de uma concessão do investimento privado.[65]

A Administración de Ferrocarriles del Estado é o órgão autônomo encarregado de transporte ferroviário e à manutenção da rede ferroviária. O Uruguai tem cerca de 1.200 km de trilhos operacionais.[70] Até 1947 cerca de 90% do sistema ferroviário era de propriedade britânica.[71] Em 1949 o governo nacionalizou as ferrovias, juntamente com os bondes elétricos e empresas de distribuição de água.[71] No entanto, em 1985 o "Plano Nacional de Transportes" sugeriu que trens de passageiros eram demasiados caros para reparar e manter.[71] Trens de carga continuaram para cargas de mais de 120 toneladas, mas o transporte de ônibus se tornou a alternativa "econômica" para viajantes.[71] O último trem de passageiro passou em Montevidéu em 2 de janeiro de 1988.[71]

Estradas asfaltadas ligam Montevidéu a outros centros urbanos do país, as principais rodovias conduzem à fronteira e cidades vizinhas. Numerosas estradas não pavimentadas conectam fazendas e pequenas cidades. O comércio internacional aumentou consideravelmente desde a criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) na década de 1990. A maior parte do transporte de cargas domésticas, de serviços a passageiros, é feito por estradas, em vez de trens.

Educação

Ver artigo principal: Educação no Uruguai

A educação no Uruguai é obrigatória por um total de nove anos, começando na educação primária, e é gratuita da pré-escola até a educação superior. O índice de matrículas na escola primária estava indisponível em 2001.[72] Enquanto o índice de matrículas indica um certo nível de comprometimento com a educação, esse valor nem sempre reflete a participação das crianças na escola. Em 2008, os gastos públicos com educação representaram 2,85% do PIB.[73]

Cultura

Ver artigo principal: Cultura do Uruguai
Uma "escultura habitável", a Casapueblo de Carlos Páez Vilaró é sua casa, hotel e museu.

Como a Argentina, o Uruguai tem cultura marcadamente européia, com características parecidas na linguagem e nos costumes. É cultivada a tradição gaúcha nascida nos pampas argentinos, uruguaios e rio-grandenses (o que pode ser visto na Fiesta de la Patria Gaucha de Tacuarembo e no Museo del Gaucho de Montevidéu). Ao contrário de muitos países da América do Sul, a influência indígena é extremamente distante, mas muito presente na indumentária, danças e costumes gaúchos. A taxa de analfabetismo é quase nula e a imprensa é livre e atuante. São inúmeras as instituições culturais, públicas e privadas, sobretudo em Montevidéu.

Artes

Um expoente de destaque da arte afro-uruguaia é pintor abstracto e escultor Carlos Páez Vilaró. Ele usou influências de Timbuktu e Mykonos para criar sua obra mais conhecida: Casapueblo. Sua casa, hotel e ateliê perto de Punta del Este, Casapueblo é uma "escultura habitável" e atrai milhares de visitantes de todo o mundo.[74] No século XIX pintor Juan Manuel Blanes, cujas obras retratam fatos históricos, foi o primeiro artista uruguaio a obter o reconhecimento generalizado. O pós-impressionista pintor Pedro Figari alcançou renome internacional por seus estudos de indivíduos em Montevideo e do campo. Combinando elementos da arte e da natureza, o trabalho do arquitecto paisagista Leandro Silva Delgado também ganhou destaque internacional.

O Uruguai tem uma indústria cinematográfica pequena, mas crescente, e filmes como "Whisky" de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll (2004), Los días de Marcelo Bertalmío (2000) e Paisito de Ana Díez (2008), ganharam honras internacionais.

Estádio Centenário.

Esportes

O Uruguai tem muita tradição em desportos como futebol, basquete, rugby, atletismo, ciclismo e hóquei, e seus atletas são conhecidos como os Celestes.

A Seleção Uruguaia de Futebol foi campeã da Copa do Mundo de Futebol em 1930 e 1950 e campeã olímpica em 1924 e 1928 além de ser a maior vencedora da Copa América com 16 títulos.

As maiores equipes do país são o Club Nacional de Football e o Club Atlético Peñarol, que juntos somam 8 títulos da Copa Libertadores da América (fazendo do Uruguai o terceiro maior vencedor dessa competição), com 3 e 5 títulos respectivamente. Além disso, ambos os clubes, sediados em Montevidéu, venceram o Campeonato Mundial Interclubes 3 vezes cada.

A Seleção Uruguaia de Rugby está entre as 20 melhores do mundo e é a segunda melhor da América Latina, sendo superada apenas pela da Argentina.[75]

Feriados

Data[76] Nome em português Nome local
1 de janeiro Ano novo Año nuevo
6 de janeiro Dia da Criança ou Dia de Reis Día de los niños "reyes"
27 e 28 de fevereiro Carnaval Carnaval
13 e 14 de março Semana de turismo Semana de turismo
19 de abril Desembarque dos 33 Orientais Desembarco de los 33 orientales
1 de maio Dia do Trabalhador Día de los trabajadores
18 de maio Batalha das Pedras Batalla de las piedras
19 de junho Nascimento de José Artigas Natalicio de José Artigas
18 de julho Juramento da Constituição Jura de la constitución
25 de agosto Declaração de Independência Declaratoria de independencia
12 de outubro Dia das Américas Día de las Américas
2 de novembro Dia de Finados Día de los difuntos
25 de dezembro Natal Día de la familia

Referências

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Ligações externas

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