Uruguaiana

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| nome                 = Uruguaiana
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| leg_foto             = De cima para baixo, da esquerda para direita: Catedral de Santana; Ponte Internacional Uruguaiana-Paso de los Libres; Clube Comercial; Vista parcial do antigo centro de Uruguaiana.
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| brasão               = Brazao_Uruguaiana.jpg
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| fundação             =24 de fevereiro de 1843 (181 anos)
| gentílico            = uruguaianense
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| prefeito             = Luiz Augusto Furhmann Schneider
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| mapa                 = RioGrandedoSul Municip Uruguaiana.svg
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| estado               = Rio Grande do Sul
| mesorregião          = Sudoeste Rio-grandense
| data_mesorregião     = IBGE/2008[1]
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| vizinhos             = Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui, Quaraí, Artigas (Uruguai) , Paso de los Libres e Yapeyú (Argentina)
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O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Uruguaiana

Uruguaiana é um município brasileiro situado no extremo ocidental do estado do Rio Grande do Sul, junto à fronteira fluvial com a Argentina e Uruguai. Pertence à Microrregião da Campanha Ocidental, na Mesorregião do Sudoeste Rio-Grandense, e está localizado a uma altitude de 66 metros acima do nível do mar.[6] A cidade tem grande importância estratégica comercial internacional, tendo em vista que está localizada equidistante de Porto Alegre, Montevidéu, Buenos Aires e Assunção; bem como devido à importância na produção agropecuária nacional, ostentando a liderança na produção de arroz.[7][8]

História

Ocupação ameríndia

Toda a região do pampa gaúcho, na qual está contido o atual município, era ocupada, até o século XVI, predominantemente pelos índios charruas[9].

Fundação e emancipação

No início do século XIX, a 30 quilômetros de Uruguaiana, existia uma localidade chamada Santana Velha, onde funcionavam um posto fiscal e um acampamento militar e onde existiam alguns ranchos com moradores. No local, as tropas e os comerciantes costumavam atravessavar o rio Uruguai. No ano de 1840, o povoado foi destruído por uma violenta inundação.[10]

Por causa da inundação e procurando um local melhor para estabelecer-se, em 24 de fevereiro de 1843 a povoação foi reestabelecida e refundada pelo governo farrapo no seu local atual. É a única cidade originada do movimento farroupilha[11] Sua emancipação ocorreu mais tarde, em 29 de maio de 1846, quando desvinculou-se do município de Alegrete,[12] ao qual anteriormente pertencia. Perto de sua emancipação, alguns viajantes da época relatam ter encontrado, no local, não uma cidade brasileira, mas sim uma hispano-francesa em suas relações de vida e comércio, apoiadas naquele tempo mais em Buenos Aires e Montevidéu do que Porto Alegre.[10]

Ao emancipar-se e desenvolver-se, do outro lado da costa do rio Uruguai também se emancipou Paso de Los Libres, município localizado na província de Corrientes, na Argentina.[13]

Brasão

As duas espadas de ouro situadas no primeiro quadrado do brasão da cidade simbolizam a criação da cidade na época da Guerra Farroupilha. Seguindo, os medalhões significam a rendição na cidade. No terceiro, há uma corrente partida, significando a libertação dos escravos, 4 anos antes da Lei Áurea. E, enfim, três ondas de prata, em homenagem ao Rio da Prata.[14]

Escravidão

Uruguaiana, como demonstrado no seu brasão, orgulha-se de ter sido uma das primeiras cidades do Brasil a libertar seus escravos. Em 31 de dezembro de 1884, antecipando-se à proclamação da Lei Áurea (ano de 1888), efetuou a abolição da escravidão no território municipal, conforme Ata da Sessão Extraordinária Comemorativa da Redenção dos Escravos da Cidade e Município de Uruguaiana.[15]

Conflitos

Guerra do Paraguai

Entretanto, como Uruguaiana é uma cidade encravada entre solos argentino e uruguaio, não foi tão fácil estabelecer as fronteiras do Brasil, tampouco manter-se a cidade sobre eterna paz. A cidade foi invadida em 5 de agosto de 1865 por tropas paraguaias sob ordens do ditador Francisco Solano Lopes, que ordenou a invasão dos estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, em represália à intervenção militar brasileira no Uruguai. Era o início da Guerra do Paraguai, envolvendo tropas brasileiras, argentinas, uruguaias e paraguaias, tornando Uruguaiana eixo e palco de uma das batalhas mais importantes do conflito.

O desfecho da guerra foi na própria cidade, em 18 de setembro, culminando com a rendição dos paraguaios, totalizando 44 dias de sitiamento da cidade.[16][17] Na época, a cidade contava com cerca de 2 500 habitantes. Após a invasão e rendição dos paraguaios, a cidade encontrou a maioria das residências e demais estabelecimentos destruídos, porém, aos poucos, a cidade foi se recuperando e, em 1900, a cidade já possuía cerca de 23 194 habitantes.[13]

Desenvolvimento

Pelos anos de 1890 a 1900, a cidade era um ícone importante no comércio riograndense, sendo que, através de seus portos, circulavam materiais provindos da Europa. Os produtos vinham de Caseros e subiam o rio Uruguai via barcos, gerando um comércio alternativo ao de Porto Alegre.[13]

Em 1892, a cidade aprovou sua primeira lei orgânica, sob o regime dos republicanos e, em 1896, foi nomeado o coronel Gabriel Rodrigues Portugal como seu primeiro intendente (prefeito).[13]

História recente

Por ter sofrido várias incursões militares, se tornou uma importante peça no cenário militar da América Latina. É importante rota de cargas e tem bastante atividade turística. Atualmente, ostenta o título de maior porto seco da América Latina e terceiro maior do mundo.[18]

Geografia

Uruguaiana é a maior cidade da região oeste do estado em população, e o terceiro maior município do estado em área territorial, atrás apenas de Alegrete e de Santana do Livramento, com uma área de 5 713 km²[19](pouco menor que a ilha de Chipre). A zona urbana do município ocupa uma área total de 45,3 km² e está dividida em 36 bairros.

Localizado no extremo Oeste do Estado do Rio Grande do Sul, a 29º 46' 55" de latitude Sul e 57º 02' 18" de longitude Oeste, na fronteira com a Argentina, com área urbana de 45,3 Km2, com 270 km de ruas.[20]

Uruguaiana faz fronteira com a República Argentina e é muito próxima do Paraguai, tendo as capitais Buenos Aires, Montevidéu, Assunção e Porto Alegre equidistantes, sendo ponto estratégico militar e econômico para o Mercosul.

A área urbana de Uruguaiana é ligada à cidade argentina "Paso de los Libres".

O limite se encontra exatamente no meio da Ponte Internacional, que possui dois nomes - "Getúlio Vargas" na metade brasileira e "Agustín Justo" na metade argentina.

Até meados dos anos 1990, Uruguaiana fazia fronteira com a cidade uruguaia de Bella Unión, através do distrito da Barra do Quaraí. Com a emancipação do distrito, em 1995, findou-se essa característica uruguaianense. Ainda assim, o município faz divisa com terras da República Oriental do Uruguai ao sul, sendo um dos poucos municípios brasileiros com tríplice fronteira.

Clima

Predefinição:Maiores acumulados de chuva em Uruguaiana

Uruguaiana possui a maior amplitude térmica do país,[21] por isso as estações do ano são bem distintas no município de Uruguaiana, onde o verão na cidade é quente, um pouco amenizado pelo efeito das águas do Rio Uruguai. No outono é frio, com ocorrência de queda de folhas, mas também é nesse período que acontece o "veranico", época de calor comparado ao verão entre os meses de abril e maio. O inverno é muito frio, com temperaturas negativas nas partes mais altas do município, com ocorrência de geada e nevoeiro. A primavera é o início da floração. A partir do mês de outubro o calor começa novamente, com a proximidade do verão.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período entre 1961 e 2013, a menor temperatura já registrada em Uruguaiana foi de −3,2 ºC em 14 de julho de 2000,[22] e a maior atingiu 40,8 ºC em 2 de janeiro de 1963.[23] Os maiores acumulados de chuva registrados em Uruguaiana foram de 183,2 milímetros em 5 de junho de 1992, 164 milímetros em 13 de outubro de 1997, 162,3 milímetros em 28 de maio de 1967, 157,3 milímetros em 12 de abril de 1992, 154,3 milímetros em 24 de fevereiro de 1983, 152,6 milímetros em 27 de janeiro de 1998 e 151,1 milímetros em 5 de maio de 1983.[24] O maior volume de chuva ocorrido em um mês foi de 569,3 milímetros em novembro de 2009.[25] Predefinição:Tabela climática de Uruguaiana

Economia

Na economia uruguaianense, destacam-se a cultura de arroz (por ser o maior produtor da América Latina do grão),[7][8] gado bovino de raças nobres europeias, gado ovino de corte e lã, gado bubalino de corte (município líder no estado); e o comércio exterior, este último devido à vasta infraestrutura portuária do maior porto seco da América Latina, situado na BR-290 (rodovia que liga Uruguaiana a Alegrete e, mais adiante, Porto Alegre).

Para se ter ideia, em 2006, passaram, pelo local, 6 500 000 000 de dólares estadunidenses entre exportações e importações, transitando, por ali, 243 411 caminhões (média diária de 667 veículos).

Devido a tal movimento de cargas internacionais, Uruguaiana tem o maior porto seco da América Latina.

Setor secundário

A cidade orgulha-se de ser a pioneira no refino de petróleo no Brasil, pois, em 1932, foi construída a Refinaria Riograndense de Petróleo, idealizada e formada por comerciantes locais, impulsionou Uruguaiana a notoriedade internacional, devido a importância econômica, militar e social que esta refinaria representava na época.

Esta refinaria tornou-se o berço do atual gigante Grupo Ipiranga, que está espalhado por quase todas as cidades brasileiras, especialmente as das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

O gás natural (gasoduto) proveniente da Argentina, o qual é uma fonte energética "limpa", sem desperdício e com alto rendimento permite a Uruguaiana gerar 639 MW, através da denominada AES Uruguaiana, primeira usina termelétrica a operar com gás natural no Brasil, que iniciou suas atividades no ano de 2000.

Demografia

Estima-se que haja, no município, 25 083 economias prediais e 6 044 terrenos não ocupados, com 25 habitantes por hectare.[20]

Infraestrutura

Ao contrário da maioria das outras cidades, que iniciaram como uma aldeia ou sede de um clã e que, depois, cresceram lentamente e de maneira disforme, Uruguaiana teve sua área urbana projetada e sua localização estrategicamente escolhida, isto no século XIX, sendo que as fronteiras precisavam de vigilância constante e que demonstrassem uma imponência cultural perante aos países vizinhos.

Por esse motivo, todas as quadras das zonas centrais uruguaianenses possuem 110 metros de lado, e todas as outras medidas são padronizadas, sob uma planície estupenda, a beira do rio Uruguai. Também graças a esse planejamento, calçadas e ruas uruguaianenses são amplas e espaçosas, tornando-se um diferencial de Uruguaiana em comparação às outras cidades brasileiras.

Em consequência de tudo isso, a trafegabilidade em Uruguaiana é bastante simplificada, sendo raro encontrar no interior da área urbana ruas sem saída ou de formato não retilíneo, congestionamentos, sendo que as opções de se trafegar pela cidade são esparsas.

Uruguaiana foi a primeira cidade brasileira com essa característica de planejamento.

Educação

Uruguaiana, ao longo do tempo, tornou-se referência em educação no Estado. A cidade é sede da 10ª Coordenadoria Regional de Educação a qual representa a Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul na região. Em 2000, os alunos da cidade tiveram uma taxa bruta de frequência à escola de 79,63 por cento,[26] sendo que em 2004 828 alunos do ensino público ocupavam transporte escolar (gasto que chegou a R$ 62.928,00).[27] Os gastos com merenda escolar em 2004 chegaram a R$ 637.808,40.[28] Em 2005, a cidade alcançou o coeficiente 0,0045223242 na avaliação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica sobre os alunos de 1ª a 8ª série.[29]

A rede de ensino em Uruguaiana é composta por três tipos de classificação, sendo municipais, estaduais e privadas:[30]

A rede municipal conta com 7 creches, 27 escolas, sendo 10 urbanas e 17 rurais; contando, ao todo, 6 707 alunos (6 222 urbanos e 485 rurais), os quais estão sob a docência de 567 professores.

A rede estadual conta com 33 escolas, 20 457 alunos e 1 064 professores.

Quanto à rede particular, existem 4 escolas, 3 056 alunos e 194 professores.

Foi no campus da PUC de uruguaiana que em 1956 foi criado o primeiro curso de zootecnia do Brasil tornando a cidade importante para para esta profissão.

Saúde

Uruguaiana possui a pior infraestrutura de saúde da região da fronteira-oeste, contando ao total (em 2005) com 49 estabelecimentos de saúde, sendo 3 hospitais/estabelecimentos conveniados ao Sistema Único de Saúde,[31] entre eles a Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, existindo, no total, 176 leitos conveniados ao Sistema Único de Saúde e 26 postos de saúde espalhados pela cidade.[32]

Ao nascer, o cidadão uruguaianense tem a expectativa de vida (2000) de 70,22 anos.

Segurança

O município possui ao total 6 delegacias de polícia, sendo 2 Delegacias de Polícia para assuntos gerais, 1 Delegacia de Furtos, Roubos, Extorsões e Capturas (DEFREC), 1 Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), 1 Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e 1 Delegacia Policial para a Mulher (PPM).

A Brigada Militar, voltada para atender ao público civil, possui, no município, o 1° Batalhão de Policiamento em Área de Fronteira,[33] Brigada de Incêndio de Uruguaiana, entre outros.

A cidade está munida de também de Guarda Municipal,[34] DPRF - 9ª Superintendência de Polícia Rodoviária Federal, Departamento de Polícia Rodoviária Federal, Delegacia da Receita Federal de Uruguaiana, Delegacia da Polícia Federal,[35] Delegacia Federal de Agricultura e Escritório Regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Por ser uma região de fronteira muito próxima aos cinco principais países da América do Sul, as forças armadas brasileiras também estão presentes na cidade com o 8º Regimento de Cavalaria Mecanizada, 22º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, Quartel General do Comando da 2ª Brigada da Cavalaria Mecanizada, 3ª Bateria de Artilharia Antiaérea, 2º Pelotão de Polícia do Exército, Esquadrão de Comando da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Hospital da Guarnição de Uruguaiana, Delegacia Fluvial de Uruguaiana,[36] entre outros.

Mídia

Em Uruguaiana, é possível captar-se, livremente, canais de rádios e televisivas da cidade vizinha de Paso de los Libres, aumentando o número de estações na cidade. Porém, oficialmente, existem as seguintes rádios e canais televisivos em Uruguaiana:

Predefinição:Rádios de Uruguaiana


Assim como serviços televisionados de distribuição gratuita, Uruguaiana dispõe de serviços de televisionamento pago de TV a cabo, através da operadora NET, SKY e OiTV, com inúmeros canais, bem como serviços de pay-per-view e demais serviços de telefonia e internet banda larga. Com este serviço e através destas operadoras, existem canais com programação de atividades e eventos locais, criando ao telespectador uruguaianense programações locais de entretenimento e educação.

Uruguaiana também é sede da RBS TV Uruguaiana, afiliada da Rede Globo

Transporte

Estradas

A cidade de Uruguaiana está bem servida de transportes, sendo em Uruguaiana o início da BR-290 que a liga até Alegrete, passando por Porto Alegre e liga a várias cidades importantes do estado como a cidade universitária de Santa Maria pelo desvio BR-158, chegando a Osório próximo ao litoral norte do estado.

Cruzam, pela cidade, a RS-377, que liga até Quaraí BR-193 , passando por Santana do Livramento/ Rivera (Uruguai), Bagé e liga ao litoral sul, até cidade de Pelotas, e ao porto de Rio Grande e a Praia do Cassino. Também cruza pela cidade a estrada BR-472, que liga a ponte da Barra do Quaraí (limite com o Uruguai) a Frederico Westphalen, cruzando dentro da cidade de Uruguaiana bem como São Borja e Itaqui. Através desta rodovia, toma-se o caminho mais rápido até o centro de país.

Porto Seco

Ponte Internacional

Em 21 de maio de 1947, foi inaugurada, pelos presidentes Eurico Gaspar Dutra, do Brasil, e Juan Domingo Perón, da Argentina, a Ponte Internacional Rodoferroviária Getúlio Vargas/Agustín P. Justo, sobre o rio Uruguai, ligando Uruguaiana à cidade argentina de Paso de los Libres, com ajuda, na parte brasileira, de militares e civis. Na época de sua construção, foi a maior obra de engenharia da América Latina. Hoje, a ponte é a porta de entrada e saída para a comercialização de produtos, tornando Uruguaiana o maior porto seco da América Latina e o terceiro maior do mundo.[18]

Ferrovias

Uruguaiana também é servida por ferrovias importantes, todas elas com ligação com a ponte internacional rodoferroviária sobre o Rio Uruguai. Sob o comando da América Latina Logística, fortes investimentos foram realizados na última década. Esta operadora concluiu, nos últimos anos, o Terminal Modal de Uruguaiana, com operação Travel Lift, moderno equipamento de transbordo de contêineres e produtos siderúrgicos avaliado em torno de 1 400 000 reais e especialmente desenvolvido para o porto seco ferroviário de Uruguaiana.

Em Uruguaiana, existe o único terminal ferroviário da América Latina com as aduanas de Brasil e Argentina integradas. O terminal alavanca as exportações brasileiras com cargas que passam por ele e seguem para Argentina, Paraguai e Chile. Somente em 2006, o terminal movimentou 1 200 000 toneladas - cerca de 95 000 toneladas por mês.

Aeroporto Internacional

Aeroporto Internacional Rubem Berta

A cidade também possui o Aeroporto Internacional Rubem Berta, inaugurado em 1945, possui 1 500 metros de pista pavimentada e sinalizada, o qual possui voos diários, sob as coordenadas latitude: -29º 46' 53" S / longitude: -57º 2' 16" W, possuindo um destacamento de controle aéreo, sob o comando do CINDACTA II.

Este aeroporto serve anualmente cerca de 3 000 passageiros (capacidade de 100 000), movimentando 42 toneladas de carga, atuando com mais de 1 400 aeronaves.

Este é o maior aeroporto do interior do estado do Rio Grande do Sul.

Hidrovias

Tem-se efetuado a navegação, por embarcações de pequeno porte, nos 210 km entre São Borja e Uruguaiana. Durante décadas seguidas, substanciais incentivos governamentais foram destinados à atividade agrícola, dando importante impulso à economia.

Transporte Coletivo

A cidade de Uruguaiana conta com uma frota seleta de ônibus urbanos. A prefeitura comprou os primeiros ônibus articulados da cidade, porém estes não são adequados para circular no perímetro urbano. Ainda, após mais de 15 anos de irregularidades, a prefeitura lançou edital licitatório para concessão do serviço de transporte urbano, mas o mesmo foi condenado pelo tribunal de contas do estado [37] e posteriormente pela justiça estadual, frente a embargo de uma das empresas que prestam o serviço atualmente. A cidade conta com 11 linhas urbanas, sendo elas:

  • 1001: COHAB I e II / Rispoli
  • 1002: RBS / CIDADE NOVA
  • 1003: DNER / Terminal / RBS
  • 1004: QG / Terminal / SANTO INÁCIO
  • 1005: VILA JULIA
  • 1006: PASTORIL
  • 1007: CENTRO / UNIPAMPA
  • 1008: FERNANDO FERRARI / COHAB II
  • 1009: QG / MARDUQUE
  • PENITENCIÁRIA

Obs.: Apenas as linhas 1001 e 1004 possuem carros com elevador para deficientes cadeirantes.

Cultura

Religião

Uma capela mórmon em Uruguaiana, um exemplo da diversidade de religiões que se encontram na cidade

Boa parte da população do município se declara católica. A cidade é sede da Diocese de Uruguaiana, localiza-se na cidade a Mitra Diocesana, responsável pela organização e administração da igreja nas cidades da diocese, além do bispado, a residência oficial do bispo. Uruguaiana possui quatro paróquias: A Catedral de Sant'Ana, em frente a Praça Barão do Rio Branco no centro, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Rua Vasco Alves em frente a Ponte Internacional, que possui estilo gótico, possui uma imagem da padroeira esculpida em Portugal pelo escultor José Ferreira Thedin e levada para Uruguaiana através do rio Uruguai, e a Paróquia São Miguel Arcanjo no bairro de mesmo nome, a Paróquia São João Batista em bairro também de mesmo nome.

Nas últimas décadas houve um considerável aumento do número de protestantes na cidade, principalmente do ramo pentecostal, destacando-se a Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Assembleia de Deus, Igreja Batista, entre outras. Também pode-se citar que as religiões afro-brasileiras também tiveram aumento crescente na cidade onde todos os dias 02 de fevereiro de cada ano se realiza um culto a Iemanjá ,e no dia 23 de abril um procissão para São Jorge com participação da Brigada Militar que o tem como patrono.`

Futebol

É a cidade natal de inúmeros atletas que se destacaram no cenário nacional, tais como Eurico Lara, ídolo do Grêmio, bem como o grande ponteiro Chico Aramburú, que saiu direto do Esporte Clube Ferro Carril para o Vasco da Gama-RJ, sendo vice-campeão Mundial pela seleção brasileira na copa de 1950 e tendo também o título de vice-artilheiro do mesmo campeonato com 6 gols. Uruguaiana tem três clubes de futebol, o Ferro Carril, o Uruguaiana e o Sá Viana. Todos já jogaram o Campeonato Gaúcho de Futebol, mas, na atualidade, não estão mais disputando-o, por motivos de falta de investimento.

Arte e história

A arte e história da cidade, além de suas ruas e monumentos, ficam também armazenadas em um centro cultural de preservação denominado Centro Cultural Pedro Marini, ou Museu Municipal. O prédio foi construído em 1913, com material importado da Itália, sendo o primeiro prédio da cidade com elevador e calefação interna. Construído por Baldomiro Barbará, em 1930 foi vendido ao exército brasileiro e atualmente através de um comodato, funciona no local o centro de cultura, contando com museus, bibliotecas e oficinas de arte.

Carnaval

Ver artigo principal: Carnaval de Uruguaiana

Uruguaiana tem um tradicional desfile de carnaval[38]. Neste evento, na avenida Presidente Vargas, realiza-se o desfile das escolas de samba. Apelidado de "passarela do samba", no local é possível se encontrar celebridades de outros carnavais do país, entre eles Neguinho da Beija-Flor, Valéria Valenssa, Nana Gouvêa, Ana Paula Evangelista, Wantuir, Vander Pires, entre outros.[39]

O carnaval tornou-se sucesso por acontecer fora de época, ocorrendo em março de cada ano, ao contrário de fevereiro, como ocorre nas demais cidades do país, entrando em conflito com a Igreja Católica, que prega, nesta época, o tempo de Quaresma, que deveria ser respeitado por toda a sociedade. O carnaval de Uruguaiana tem, como escolas mais tradicionais, a Unidos da Cova da Onça, a detentora da maior torcida; Os Rouxinóis, a maior vencedora e a escola mais antiga entre as da atualidade; e a Unidos da Ilha do Marduque, escola que representa o bairro Mascarenhas de Morais, um dos principais e mais populares bairros da cidade.

Cavalo crioulo

Ver artigo principal: Cavalo crioulo

Da união de dois veterinários, foi criado um celeiro genético por meio da matriz genética: Hornero, que impulsionou o cavalo crioulo diante do cenário internacional. Uruguaiana mantém fortes laços com esta raça de cavalo, sendo que exemplares desta bela raça podem ser vislumbrados no dia 20 de setembro, dia em que é recordada a revolução farroupilha, no Rio Grande do Sul, evento que lota a Avenida Presidente Vargas daquela cidade, com desfiles de tropas.[40]

Música

Uruguaiana é conhecida como o principal palco da Califórnia da Canção Nativa (patrimônio cultural e histórico do estado, criado em 1971), tendo em vista que é em Uruguaiana que ocorrem as finais deste evento, geralmente no mês de dezembro de cada ano. Polêmica quanto à história de sua criação, é constante combustível para intrigas. A maioria dos intelectuais atribui sua fundação a Colmar Duarte.

Poesia

Uruguaiana é berço de grandes poetas, reconhecidos municipalmente: Alceu Wamosy, Luiz de Miranda, Alci Soares Tubino, Sidney Campodonico Filho, autor de Miras do Sentimento e Ubirajara Raffo Constant, autor do poema Retorno Bravo, um dos mais aclamados poemas sobre o amor ao Rio Grande do Sul.

Referências

  1. a b «Divisão Territorial do Brasil». Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2008. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  2. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  3. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  6. «Dados Gerais - Uruguaiana/RS». Consultado em 06 de junho de 2010  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  7. a b IBGE Informações sobre a safra 2006
  8. a b Governo Estadual Produção
  9. KENT, M. e SANTOS, R. V. Os charruas vivem nos gaúchos: a vida social de uma pesquisa de resgate genético de uma etnia indígena extinta no sul do Brasil. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832012000100015&script=sci_arttext. Acesso em 6 de janeiro de 2013.
  10. a b «História de Uruguaiana»  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  11. Fonttes, Carlos (2010). «Folha Uruguaianense». Jornal Cidade. 4 páginas 
  12. «Fundação de Uruguaiana»  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  13. a b c d Coelho, Karla Nunes de Barros. «Influências urbanas nas cidades fronteira» (PDF)  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  14. «Fundação de Uruguaiana»  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
  15. Colvero, Ronaldo Bernardino e Soares, Luiz Francisco Matias. «Uruguaiana: A estância como fronteira» (PDF)  Parâmetro desconhecido |accessdata= ignorado (|acessodata=) sugerido (ajuda)
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Ver também

Ligações externas


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