Huambo

Huambo | |
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Localidade de Angola ![]() (Cidade e Município) | |
![]() Vista do Jardim da Cultura. | |
Dados gerais | |
Fundada em | 21 de setembro de 1912 (107 anos) |
Gentílico | huambense |
Província | Huambo |
Município(s) | Huambo |
Características geográficas | |
Área | 2 609 km² |
População | 815 685[1] hab. (2018) |
Densidade | 461 hab./km² |
Localização de Huambo em Angola | |
Projecto Angola • Portal de Angola | |
O Huambo é uma cidade e município de Angola, a capital da província do Huambo.
Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população de 815 685 habitantes e área territorial de 2 609 km², sendo o mais populoso município da província, da região central de Angola e o sétimo mais populoso do país.[1]
Capital de um dos grandes reinos pré-coloniais da região central angolana, teve a designação oficial de "Nova Lisboa" entre 1928 e 1975, quando rivalizava com Luanda pela predominância econômica regional. Após ter grande parte de sua infraestrutura destruída pela guerra, pode recuperar-se economicamente após a paz, em 2002.
Índice
Geografia[editar | editar código-fonte]
O município é limitado a norte pelo município do Bailundo, a leste pelo município de Chicala-Choloanga, a sul pelo município do Chipindo, e a oeste pelos municípios de Caála e Ecunha.
O município do Huambo é constituído pela comuna do Huambo (equivalente a própria cidade), e pelas comunas de Chipipa e Calima.
Localizado no Planalto Central de Angola, o município registra altitudes acima de 1774 metros.
Clima[editar | editar código-fonte]
Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger predomina em Huambo o clima oceânico (Cwb). É caracterizado por verões húmidos e mornos, com noites amenas e dias relativamente quentes e invernos secos com dias amenos e noites relativamente frias. É a 2ª cidade mais fria de Angola perdendo somente para Lubango que é um pouco mais alta que Huambo e está a 2º graus ao sul da mesma.
Demografia[editar | editar código-fonte]
Embora a província seja de maioria ovimbunda, o Huambo é um município cosmopolita, que abriga povos das mais diversas origens e formações. A principal língua falada é o português.
História[editar | editar código-fonte]
Huambo foi a capital de um dos grandes reinos ovimbundos, o Reino do Huambo, que somente foi derrotado por Portugal em 1903, durante a Segunda Guerra Luso-Ovimbundo. A cidade foi destruída pela guerra.
Descoberta do Forte de Quissala[editar | editar código-fonte]
Sua destruição foi tal que, durante a construção da linha do Caminho de Ferro de Benguela, concebido para drenar os minérios da rica região do Catanga para a costa do Oceano Atlântico, estando o acampamento do empreiteiro Pauling, em 1912, estabelecido cerca do quilêmetro 370, começou a ser aí recebida correspondência, vindo de Reino Unido, endereçada a "Pauling Town - Angola". Os registros com o nome Wambo/Huambo haviam sido apagados e não se tinha mais conhecimento do nome original do local.
O general José Norton de Matos, ao chegar a Luanda para ocupar o mais alto cargo da então colónia de Angola, teve conhecimento dessa ocorrência e procurou saber o antigo nome daquela povoação na província do Huambo. Encontrou a referência ao Forte Wambo criado pela portaria nº 431, de 20 de setembro de 1903, por Cabral Moncada, para marcar o domínio português após a derrota do Reino do Huambo. O forte estava abandonado e situava-se próximo do quilômetro 365, do lado esquerdo da linha, a cerca de 2 quilômetros desta, nas proximidades de onde atualmente encontra-se a vila de Lépi.
Por ordem do governo colonial a cidade-forte foi transferida do quilómetro 365 para um ponto mais destacado no quilômetro 423. Assim, a retomada do forte (que depois recebeu o nome de Forte de Quissala) serviu como posição geográfica para o futuro centro ferroviário, a que deu o nome de cidade do Huambo, no quilômetro 423 do Caminho de Ferro de Benguela, por diploma legislativo de 8 de agosto de 1912.
Criação da cidade de Nova Lisboa[editar | editar código-fonte]
Logo a seguir à recriação da cidade do Huambo, a portaria provincial nº 1086 de 21 de agosto de 1912, proibiu a construção de casas de adobe, pau-a-pique ou outros materiais semelhantes na cidade de Huambo.
Em 1928, o então governador Vicente Ferreira mudou-lhe o nome para "Nova Lisboa" e fez publicar em boletim oficial a designação da cidade como nova capital de Angola. Contudo, tal nunca passou do papel.
Infraestrutura[editar | editar código-fonte]
Transportes[editar | editar código-fonte]
A principal via de acesso ao Huambo é a rodovia EN-120 (Rodovia Transafricana 3), que a liga ao Caála e ao Caconda, ao sul, e ao Alto–Hama, ao norte. Existe também a rodovia EN-260, que liga a cidade do Huambo ao Ganda, no oeste, e à Catchiungo à leste. Além dessas há a EC-345 (Huambo-Ecunha).[2]
A cidade também é atravessada pelo Caminho de Ferro de Benguela, que liga ao Porto do Lobito e ao Cuíto.[3]
Huambo ainda é servida pelo Aeroporto Albano Machado.
Educação[editar | editar código-fonte]
Huambo é sede de duas instituições públicas de ensino superior, sendo a Universidade José Eduardo dos Santos e o Instituto Superior de Ciências da Educação do Huambo.
Cultura e lazer[editar | editar código-fonte]
Uma das principais manifestações culturais-religiosas do Huambo é a Procissão do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo, realizada anualmente nos meses de maio e junho. É promovida pela Arquidiocese do Huambo.[4]
No campo literário o Huambo é a inspiração de diversos autores, entre eles Gugu Sapengo, José Eduardo Agualusa e Manuel Rui, e; no campo musical de Ruy Mingas.
Um dos principais pontos de lazer da cidade encontra-se no Forte da Embala da Quissala, antiga administração colonial do Huambo, localizado a 8 km do centro desta.[5]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Norton de Matos. Memórias e Trabalhos da Minha Vida - Obras Completas do General Norton de Matos. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2005, 1669 pp. ISBN 972-8704-30-5, ISBN 972-8704-30-4, ISBN 972-8704-30-6.
- Maria da Conceição Neto, In Town and Out of Town: A Social History of Huambo (Angola), 1902-1961, dissertação de doutoramento, School of Oriental and African Studies/University of London, 2012
Referências
- ↑ a b Schmitt, Aurelio. Município de Angola: Censo 2014 e Estimativa de 2018. Revista Conexão Emancipacionista. 3 de fevereiro de 2018.
- ↑ Taxistas solicitam reabilitação do troço Ekunha/Huambo. Portal Angop. 25 de amio de 2010
- ↑ Nhamba, Marina Bento Carneiro. Contributos para Implementação de um Serviço de Imagiologia no Huambo, Angola. Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa. Lisboa, 2016.
- ↑ Huambo: Centenas de fiéis percorrem artérias da cidade em procissão. Portal de Angola. 29 de maio de 2016.
- ↑ O Forte do Huambo. Ombira e Ongombe. 19 de junho de 2018.