Sardos: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiqueta: Inserção de predefinição obsoleta
Linha 21: Linha 21:
==Demografia==
==Demografia==
=== Supercentenários ===
=== Supercentenários ===
Em outubro de 2004, vários cientistas da [[Universidade de Montreal]] foram à Sardenha para aí estudar uma particularidade local recentemente constatada por médicos da ilha: um número importante de homens [[supercentenário]]s (de idade igual ou superior a 110 anos),<ref>{{Citar web|url=http://www.iforum.umontreal.ca/ForumExpress/Archives/vol3no3fr/article10.html|titulo=Démographie historique; Vivre 110 ans|primeiro=Bertrand|ultimo=Desjardins|coautores=|acessodata=2010-03-07|ano=2004|mes=junho|obra=Forum express, www.iforum.umontreal.ca|publicado=[[Universidade de Montreal|Université de Montréal]]|língua=fr|arquivourl=http://www.webcitation.org/5o4CowL2i|arquivodata=2010-03-07}}</ref> algo raro, pois habitualmente são as mulheres que chegam a essas idades tão avançadas e na Sardenha o número de homens supercentenários supera o das mulheres. Segundo os dados verificados por esses estudiosos, não havia registro de quaisquer homens supercentenários no Canadá. O fenómeno também foi objeto de estudo do ''Groupe d'étude de démographie appliquée''<ref>{{Citar web|url=http://www.uclouvain.be/gedap|titulo=Groupe d'étude de démographie appliquée|acessodata=2010-03-08|publicado=[[Universidade Católica de Louvain]]|língua=fr}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://sites.uclouvain.be/loumed/Numero%2009/215111-LMed%20S329-332.pdf|titulo=Les déterminants de la longévité|primeiro=Michel|ultimo=Poulain|acessodata=2010-03-08|obra=Louvain Médical, Revue de la Faculté de Médecine de l'Université catholique de Louvain- sites.uclouvain.be/loumed/|publicado=[[Universidade Católica de Louvain]]|língua=fr|formato=pdf}}</ref> (grupo de estudo de demografia aplicada) da [[Universidade Católica de Louvain]], da [[Bélgica]], no âmbito do [[União Europeia|projeto europeu]] FELICIE<ref>{{Citar web|url=http://www.felicie.org/|titulo=FELICIE - Future Elderly Living Conditions In Europe|acessodata=2010-03-08|língua=francês e inglês}}</ref> Várias explicações são avançadas para o fenómeno, como o ar das montanhas ou o regime alimentar,<ref>Deiana ''et al.'', 1999 ; Lio ''et al.'', 2003</ref> mas também fatores genéticos.
Em outubro de 2004, vários cientistas da [[Universidade de Montreal]] foram à Sardenha para aí estudar uma particularidade local recentemente constatada por médicos da ilha: um número importante de homens [[supercentenário]]s (de idade igual ou superior a 110 anos),<ref>{{Citar web|url=http://www.iforum.umontreal.ca/ForumExpress/Archives/vol3no3fr/article10.html|titulo=Démographie historique; Vivre 110 ans|primeiro=Bertrand|ultimo=Desjardins|coautores=|acessodata=2010-03-07|ano=2004|mes=junho|obra=Forum express, www.iforum.umontreal.ca|publicado=[[Universidade de Montreal|Université de Montréal]]|língua=fr|arquivourl=http://www.webcitation.org/5o4CowL2i|arquivodata=2010-03-07}}</ref> algo raro, pois habitualmente são as mulheres que chegam a essas idades tão avançadas e na Sardenha o número de homens supercentenários supera o das mulheres. Segundo os dados verificados por esses estudiosos, não havia registro de quaisquer homens supercentenários no Canadá. O fenómeno também foi objeto de estudo do ''Groupe d'étude de démographie appliquée''<ref>{{Citar web|url=http://www.uclouvain.be/gedap|titulo=Groupe d'étude de démographie appliquée|acessodata=2010-03-08|publicado=[[Universidade Católica de Louvain]]|língua=fr}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://sites.uclouvain.be/loumed/Numero%2009/215111-LMed%20S329-332.pdf|titulo=Les déterminants de la longévité|primeiro=Michel|ultimo=Poulain|acessodata=2010-03-08|obra=Louvain Médical, Revue de la Faculté de Médecine de l'Université catholique de Louvain- sites.uclouvain.be/loumed/|publicado=[[Universidade Católica de Louvain]]|língua=fr|formato=pdf}}</ref> (grupo de estudo de demografia aplicada) da [[Universidade Católica de Louvain]], da [[Bélgica]], no âmbito do [[União Europeia|projeto europeu]] FELICIE<ref>{{Citar web|url=http://www.felicie.org/|titulo=FELICIE - Future Elderly Living Conditions In Europe|acessodata=2010-03-08|língua=francês e inglês}}</ref>. Várias explicações são avançadas para o fenómeno, como o ar das montanhas ou o regime alimentar,<ref>Deiana ''et al.'', 1999 ; Lio ''et al.'', 2003</ref> mas também fatores genéticos<ref name="Cucca">[http://www.sardegnasoprattutto.com/archives/7863 Francesco Cucca: “Caratteri immutati da diecimila anni, ecco perché la Sardegna è speciale” (di Elena Dusi) - Sardegna Soprattutto]</ref><ref>[http://www.bluezones.com/2014/03/sardinia-exploration-backgrounds/ Sardinia Exploration Backgrounds – Blue Zones]</ref>.
[[Ficheiro:Haplogroups europe.png|300px|thumb|right|[[Haplogrupos do cromossoma Y humano|Haplogrupos do cromossoma Y]] em Europa.]]
===Peculiaridades genéticas===
Os Sardos, embora façam parte do [[fundo genético]] europeu, diferem dos outros europeus (juntamente com os [[Bascos]], os [[Lapões]] e os [[Islandeses]]<ref>Luigi Luca Cavalli-Sforza, Paolo Menozzi, Alberto Piazza - The History and Geography of Human Genes, 1994, Princeton University Press, pp.272</ref>) por causa de fenômenos particulares encontrados em populações isoladas, como o [[efeito fundador]] e a [[deriva genética]]. Os dados parecem sugerir que a população atual deriva em grande parte de populações da [[idade da pedra]]<ref name="Cucca" />, com algumas outras contribuições menores no [[calcolítico]] e na [[idade do bronze]]<ref>Franco Germanà, L'uomo in Sardegna dal paleolitico all'età nuragica p.202-206</ref><ref name="CuccaFrancesco">[http://www.sardegnaricerche.it/index.php?xsl=370&s=37041&v=2&c=3280&nc=1&sc=&archivio=2&qr=1&qp=3&vd= ''Genetica, malattie e caratteri dei sardi'', Francesco Cucca - Sardegna Ricerche]</ref>. Vários estudos têm sido realizados sobre a genética da população da Sardenha, uma vez que essas peculiaridades também permitem o avanço da pesquisa científica sobre algumas patologias às quais os Sardos parecem estar predispostos<ref name="CuccaFrancesco" /><ref>[https://www.sardiniapost.it/senza-categoria/i-dialoghi-della-scienza-di-sardegna-ricerche-caratteristiche-genetiche-uniche/ I dialoghi della scienza di Sardegna Ricerche: "I sardi hanno caratteristiche genetiche uniche", Sardiniapost.it]</ref>, como a [[diabetes mellitus tipo 1]]<ref>{{cite web|url=https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%c3%barbios-end%c3%b3crinos-e-metab%c3%b3licos/diabetes-melito-e-dist%c3%barbios-do-metabolismo-de-carboidratos/diabetes-melito-dm|title=Diabetes melito e distúrbios do metabolismo, MSD Manual]</ref>, [[beta-thalassemia]] e [[Deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase|favismo]]<ref>Floris, Giovanni (1998). ''L'uomo in Sardegna : aspetti di antropobiologia ed ecologia umana'', Sestu, Zonza, ''Sull'evoluzione dei Sardi dalla Preistoria ad oggi'', p.13</ref>, [[esclerose múltipla]] e [[doença celíaca]].

Comparações recentes entre o genoma dos sardos e o de algumas pessoas do Neolítico e do primeiro Calcolítico, que viviam em áreas alemãs, húngaras e alpes (Ötzi), mostraram semelhanças consideráveis entre as duas populações, embora existam diferenças consistentes entre as amostras pré-históricas e os habitantes atuais dessas áreas geográficas<ref name="Gamba">[http://www.nature.com/ncomms/2014/141021/ncomms6257/full/ncomms6257.html Genome flux and stasis in a five millennium transect of European prehistory]</ref>. A partir disso, pode-se deduzir que, enquanto a Europa central e norte sofreu profundas mudanças demográficas devido às migrações pós-neolíticas, presumivelmente da periferia oriental da Europa (estepe pôntica) e, possivelmente, da Escandinávia<ref>Lazaridis et al., Ancient human genomes suggest three ancestral populations for present-day Europeans p.10</ref>, o sul da Europa e a Sardenha, em particular, foram menos afetados; os sardos e os bascos parecem ser os povos que melhor preservaram o legado genético da Europa Ocidental da era neolítica<ref name="Gamba"/>.

No entanto, os sardos como um todo não são uma população geneticamente homogênea: alguns estudos descobriram micro-diferenças entre as aldeias da ilha<ref>[http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0004654 High Differentiation among Eight Villages in a Secluded Area of Sardinia Revealed by Genome-Wide High Density SNPs Analysis]</ref>; nesse sentido, a região montanhosa de Ogliastra é geneticamente mais distante do resto da Europa e do Mediterrâneo que, por exemplo, outras sub-regiões da Sardenha localizadas nas planícies e nas zonas costeiras<ref>[http://www.nature.com/ejhg/journal/v20/n11/full/ejhg201265a.html Genome-wide scan with nearly 700 000 SNPs in two Sardinian sub-populations suggests some regions as candidate targets for positive selection]</ref>. De acordo com um estudo publicado em 2014, a diversidade genética entre algumas pessoas da Sardenha é entre 7 e 30 vezes maior do que a que pode ser encontrada entre outros grupos étnicos europeus que vivem a quilômetros de distância um do outro, como os espanhóis e romenos<ref>[http://www.unionesarda.it/articolo/cronaca_sardegna/2014/01/09/il_dna_sardo_il_pi_vario_d_europa_ricerca_sugli_abitanti_di_benetutti-6-348952.html Il Dna sardo è il più vario d'Europa Ricerca sugli abitanti di Benetutti – Unione Sarda]</ref>. Um fenômeno semelhante também ocorre entre algumas populações isoladas do Vêneto e da região alpina, como os Ladinos<ref>[http://www.uniroma1.it/sites/default/files/allegati_news/segnalazione%20media_0.pdf Italiani, i più ricchi in Europa … di diversità genetica – Uniroma]</ref><ref>[http://www.repubblica.it/scienze/2014/01/09/news/italiani_popolo_pi_ricco_di_diversit_genetica_in_europa-75495329/ Gli italiani sono il popolo con la varietà genetica più ricca d'Europa – La Repubblica]</ref>, onde, como na Sardenha, a complexa orografia do território dificultou a comunicação com os vizinhos ao longo dos milênios.

Embora um alto grau de diferenciação genética interindividual tenha sido detectado em múltiplas ocasiões, outros estudos também afirmaram que tal variabilidade não ocorre entre as principais macrorregiões da ilha<ref name="CuccaFrancesco" />: foi demonstrado que uma região como a Barbagia não é significativamente diferente das da costa, como as áreas de Cagliari e Oristano. Um outro estudo, baseado no modelo de regressão logística multinomial, demonstrou novamente um alto grau de homogeneidade na população da Sardenha<ref>[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3961211/ Sardinians Genetic Background Explained by Runs of Homozygosity and Genomic Regions under Positive Selection]</ref>.


==Bibliografia==
==Bibliografia==

Revisão das 14h22min de 19 de abril de 2019

Sardos
População total

> 2 milhões

Regiões com população significativa
Sardenha (Italia): 1 661 521[1]
Línguas
italiano, sardo, catalão
Religiões
Predominantemente católicos
Grupos étnicos relacionados
antigos europeos[2][3][4][5][6][7][8][9][10]
corsos[11][12], italianos, espanhóis (bascos[13][14])

Os sardos (sardo: Sardos o Sardus; italiano y sassarês: Sardi; catalão: Sards ou Sardos; galurês: Saldi; lígure: Sordi) são um povo nativo do sul da Europa que habita tradicionalmente na Sardenha, ilha mediterrânea ocidental e região autônoma da República Italiana[15][16][17].

Etimologia

Representação do Sardus Pater em uma moeda romana (59 a.C.)

A origem étnica dos sardos não é clara[18]; o etnônimo "S(a)rd" pertence ao substrato lingüístico pré-indo-europeu. O nome faz sua primeira aparição na esteira da Nora, onde a palavra Šrdn[19] atesta a existência do nome quando chegou pela primeira vez os comerciantes fenícios[20]. De acordo com Timeu, um dos diálogos de Platão, a Sardenha e seu povo, o Sardonioi ou Sardianoi (Σαρδονιοί ou Σαρδιανοί), poderiam ter sido nomeados em honra de Sardó (Σαρδώ), uma mulher lendária nascida em Sardes (Σάρδεις), capital do antigo reino de Lídia em Anatolia (hoje Turquia)[21][22][23]. Pausânias e Salústio dizem que tem sido um herói da Líbia e filho de Hércules, reverenciado como Sardus Pater Babai ("Pai Sardo" ou "Pai dos Sardos"), o que deu à ilha o seu nome[24][25][26][27][28][29]Erro de citação: Elemento de abertura <ref> está mal formado ou tem um nome inválido. Também tem havido muita especulação sobre a ligação entre os Sardos e os Sherden (šrdn em egípcio), um dos Povos do Mar[30][31][32][33]Erro de citação: Elemento de abertura <ref> está mal formado ou tem um nome inválido[34][35]. O etnónimo foi então romanizado como sardus (sarda em feminino).

Línguas

O italiano, introduzido na ilha por duas leis em 1760 e 1764[36][37], está substituindo as línguas indígenas como resultado de um processo multi-secular de substituição lingüística. O sardo (sardu)[15], no entanto, é a segunda língua mais falada e também tem sido a língua histórica dos Sardos, já que o latim substituiu o sardo antiguo, ou paleosardo[38][39][40]. Devido a um movimento popular, descrito por alguns autores como um "renascimento lingüístico e cultural" que decolou no pós-guerra[41], a herança cultural dos sardos foi reconhecida em 1999 e, portanto, constituem o maior grupo minoritário etnolinguístico da Itália[42][43][44]. No entanto, devido a um modelo bastante rígido de educação italiana que desencorajou fortemente os jovens de aprender e falar essa língua[45], a comunidade sardofalante tornou-se gradualmente uma minoria lingüística em sua própria ilha[46]. As outras línguas faladas na Sardenha, com muito menos falantes do sardo, foram desenvolvidas através do contacto com algumas comunidades, originalmente não sardas, que tomaram posse de certas regiões da ilha durante os últimos séculos[47]; estes são o sassarês (sassaresu), o galurês (gadduresu), o catalão de Alghero (alguerés) e o lígure de Tabarca (tabarchìn).

Demografia

Supercentenários

Em outubro de 2004, vários cientistas da Universidade de Montreal foram à Sardenha para aí estudar uma particularidade local recentemente constatada por médicos da ilha: um número importante de homens supercentenários (de idade igual ou superior a 110 anos),[48] algo raro, pois habitualmente são as mulheres que chegam a essas idades tão avançadas e na Sardenha o número de homens supercentenários supera o das mulheres. Segundo os dados verificados por esses estudiosos, não havia registro de quaisquer homens supercentenários no Canadá. O fenómeno também foi objeto de estudo do Groupe d'étude de démographie appliquée[49][50] (grupo de estudo de demografia aplicada) da Universidade Católica de Louvain, da Bélgica, no âmbito do projeto europeu FELICIE[51]. Várias explicações são avançadas para o fenómeno, como o ar das montanhas ou o regime alimentar,[52] mas também fatores genéticos[53][54].

Ficheiro:Haplogroups europe.png
Haplogrupos do cromossoma Y em Europa.

Peculiaridades genéticas

Os Sardos, embora façam parte do fundo genético europeu, diferem dos outros europeus (juntamente com os Bascos, os Lapões e os Islandeses[55]) por causa de fenômenos particulares encontrados em populações isoladas, como o efeito fundador e a deriva genética. Os dados parecem sugerir que a população atual deriva em grande parte de populações da idade da pedra[53], com algumas outras contribuições menores no calcolítico e na idade do bronze[56][57]. Vários estudos têm sido realizados sobre a genética da população da Sardenha, uma vez que essas peculiaridades também permitem o avanço da pesquisa científica sobre algumas patologias às quais os Sardos parecem estar predispostos[57][58], como a diabetes mellitus tipo 1[59], beta-thalassemia e favismo[60], esclerose múltipla e doença celíaca.

Comparações recentes entre o genoma dos sardos e o de algumas pessoas do Neolítico e do primeiro Calcolítico, que viviam em áreas alemãs, húngaras e alpes (Ötzi), mostraram semelhanças consideráveis entre as duas populações, embora existam diferenças consistentes entre as amostras pré-históricas e os habitantes atuais dessas áreas geográficas[61]. A partir disso, pode-se deduzir que, enquanto a Europa central e norte sofreu profundas mudanças demográficas devido às migrações pós-neolíticas, presumivelmente da periferia oriental da Europa (estepe pôntica) e, possivelmente, da Escandinávia[62], o sul da Europa e a Sardenha, em particular, foram menos afetados; os sardos e os bascos parecem ser os povos que melhor preservaram o legado genético da Europa Ocidental da era neolítica[61].

No entanto, os sardos como um todo não são uma população geneticamente homogênea: alguns estudos descobriram micro-diferenças entre as aldeias da ilha[63]; nesse sentido, a região montanhosa de Ogliastra é geneticamente mais distante do resto da Europa e do Mediterrâneo que, por exemplo, outras sub-regiões da Sardenha localizadas nas planícies e nas zonas costeiras[64]. De acordo com um estudo publicado em 2014, a diversidade genética entre algumas pessoas da Sardenha é entre 7 e 30 vezes maior do que a que pode ser encontrada entre outros grupos étnicos europeus que vivem a quilômetros de distância um do outro, como os espanhóis e romenos[65]. Um fenômeno semelhante também ocorre entre algumas populações isoladas do Vêneto e da região alpina, como os Ladinos[66][67], onde, como na Sardenha, a complexa orografia do território dificultou a comunicação com os vizinhos ao longo dos milênios.

Embora um alto grau de diferenciação genética interindividual tenha sido detectado em múltiplas ocasiões, outros estudos também afirmaram que tal variabilidade não ocorre entre as principais macrorregiões da ilha[57]: foi demonstrado que uma região como a Barbagia não é significativamente diferente das da costa, como as áreas de Cagliari e Oristano. Um outro estudo, baseado no modelo de regressão logística multinomial, demonstrou novamente um alto grau de homogeneidade na população da Sardenha[68].

Bibliografia

  • Historia de la isla de Cerdeña, por el caballero G. de Gregory, traducida al castellano por una sociedad literaria. Barcelona: Imprenta de Guardia Nacional. 1840 
  • Murru Corriga, Giannetta (1977). Etnia, lingua, cultura : un dibattito aperto in Sardegna. [S.l.]: EDES 
  • Casula, Francesco Cesare (1994). La Storia di Sardegna. Sassari: Carlo Delfino Editore 
  • Brigaglia, Manlio; Giuseppina Fois; Laura Galoppini; Attilio Mastino; Antonello Mattone; Guido Melis; Piero Sanna; Giuseppe Tanda (1995). Storia della Sardegna. Sassari: Soter Editore 
  • Gonen, Amiram (1996). Diccionario de los pueblos del mundo. [S.l.]: Anaya&Mario Muchnik 
  • Perra, Mario (1997). ΣΑΡΔΩ, Sardinia, Sardegna (3 Volúmenes). Oristano: S'Alvure 
  • Floris, Giovanni (1998). L'uomo in Sardegna : aspetti di antropobiologia ed ecologia umana. Sestu: Zonza 
  • Ugas, Giovanni (2006). L'Alba dei Nuraghi. Cagliari: Fabula Editore. ISBN 978-88-89661-00-0 
  • Sanna, Emanuele (2009). Nella preistoria le origini dei Sardi. Cagliari: CUEC 
  • Cole, Jeffrey (2011). Ethnic Groups of Europe: an Encyclopedia. [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 978-1-59884-302-6 
  • Danver, Steven. Native peoples of the world. An Encyclopedia of Groups, Cultures, and Contemporary Issues. [S.l.]: Routledge 
  • Contu, Ercole (2014). I sardi sono diversi. [S.l.]: Carlo Delfino Editore 
  • Onnis, Omar (2015). La Sardegna e i sardi nel tempo. [S.l.]: Arkadia Editore 

Referências

  1. Statistiche demografiche ISTAT
  2. Ancient DNA reveals genetic relationship between today’s Sardinians and Neolithic Europeans, Hudson Alpha Istitute for Biotechnology
  3. Keller at al 2011, Nature
  4. Mathieson et al 2015, Nature
  5. supp. info (p.16)
  6. A Common Genetic Origin for Early Farmers from Mediterranean Cardial and Central European LBK Cultures, Olalde et al 2015, Molecular Biology and Evolution
  7. Gamba et al 2014, Genome flux and stasis in a five millennium transect of European prehistory, Nature
  8. Omrak et al 2016, Genomic Evidence Establishes Anatolia as the Source of the European Neolithic Gene Pool, Current Biology, Volume 26, Issue 2, p270–275, 25 January 2016
  9. Haak et al 2015, Massive migration from the steppe was a source for Indo-European languages in Europe
  10. supp. info (p.120)
  11. G. Vona, P. Moral, M. Memmì, M.E. Ghiani and L. Varesi, Genetic structure and affinities of the Corsican population (France): Classical genetic markers analysis, American Journal of Human Biology; Volume 15, Issue 2, pages 151–163, March/April 2003
  12. Grimaldi MC, Crouau-Roy B, Amoros JP, Cambon-Thomsen A, Carcassi C, Orru S, Viader C, Contu L. - West Mediterranean islands (Corsica, Balearic islands, Sardinia) and the Basque population: contribution of HLA class I molecular markers to their evolutionary history.
  13. Arnaiz-Villena A, Rodriguez de Córdoba S, Vela F, Pascual JC, Cerveró J, Bootello A. – HLA antigens in a sample of the Spanish population: common features among Spaniards, Basques, and Sardinians. – Hum Genet. 1981;58(3):344-8.
  14. Genomic history of the Sardinian population, Nature
  15. a b Sardinians – World Directory of Minorities
  16. Edelsward, Lisa-Marlene; Salzman, Philip (1996). Sardinians - Encyclopedia of World Cultures
  17. Cole, Jeffrey. Ethnic Groups of Europe: An Encyclopedia, pp.321-325
  18. Serra, Marcello (1978). Enciclopedia della Sardegna : con un saggio introduttivo intitolato Alla scoperta dell'isola, Pisa, Giardini editori e stampatori, p.29: "Origine e carattere dei Sardi"
  19. La estela de Nora, Orientalia
  20. La stele di Nora contiene la lingua sarda delle origini, Salvatore Dedola
  21. Platonis dialogi, scholia in Timaeum (edit. C. F. Hermann, Lipsia 1877), 25 B, pag. 368
  22. M. Pittau, La Lingua dei Sardi Nuragici e degli Etruschi, Sassari 1981, pag. 57
  23. Sanna, Emanuele (2009). Nella preistoria le origini dei sardi, CUEC, Cagliari, p.76
  24. Salústio, Historiae, II, fr.4
  25. Pausânias, Ελλάδοσ περιήγησισ, X, 17
  26. Silius Italicus, Punica, XII, 360
  27. Solino, Collectanea rerum memorabilium, IV, 1
  28. Isidoro de Sevilha, XIV, Etymologiae, Thapsumque iacentem, 39
  29. Personaggi: Sardo
  30. E. De Rougè (1867), Révue Archéologique, XVI, p.35 ff.
  31. F. J. Chabas (1872), Étude sur l'antiquité historique d'après les sources égyptiennes et les monuments réputés préhistoriques, impr. de J. Dejussieu (Chalon-sur-Saône), p.191-192, 314
  32. Sardi em Dizionario di Storia (2011), Treccani
  33. Sardi em Enciclopedia Italiana (1936), Giacomo Devoto, Treccani
  34. Shardana, sardi nuragici: erano lo stesso popolo?, Entrevista com Giovanni Ugas (em italiano)
  35. La certezza degli accademici egiziani: "Gli shardana erano i nuragici sardi", SardiniaPost
  36. Roberto Bolognesi, The phonology of Campidanian Sardinian : a unitary account of a self-organizing structure, The Hague : Holland Academic Graphics
  37. Amos Cardia, S'italianu in Sardìnnia, Iskra
  38. Floris, Giovanni (1998). L'uomo in Sardegna : aspetti di antropobiologia ed ecologia umana, Sestu, Zonza, Distribuzione delle frequenze fenotipiche del sistema AB0 in diversi gruppi linguistici, p.206
  39. Danver, Steven. Native peoples of the world - An Encyclopedia of Groups, Cultures, and Contemporary Issues
  40. Eduardo Blasco Ferrer, ed. 2010. Paleosardo: Le radici linguistiche della Sardegna neolitica. De Gruyter Mouton
  41. Giannetta Murru Corriga, 1977. Etnia, lingua, cultura : un dibattito aperto in Sardegna, EDES, Tradizione, identità e cultura sarde nella scuola, Giovanni Lilliu, pp.128-131
  42. <<Nel 1948 la Sardegna diventa, anche per le sue peculiarità linguistiche, Regione Autonoma a statuto speciale. Tuttavia a livello politico, ufficiale, non cambia molto per la minoranza linguistica sarda, che, con circa 1,2 milioni di parlanti, è la più numerosa tra tutte le comunità alloglotte esistenti sul territorio italiano...>>. De Concini, Wolftraud (2003). Gli altri d'Italia : minoranze linguistiche allo specchio, Pergine Valsugana : Comune, p.196.
  43. Lingue di minoranza e scuola: Sardo
  44. Legislazione sulle altre minoranze linguistiche, Sardegna Cultura
  45. Manuale di linguistica sarda, 2017, editado por Eduardo Blasco Ferrer, Peter Koch, Daniela Marzo. Manuals of Romance Linguistics, De Gruyter Mouton, pp.208
  46. Sardinia, Lonely Planet, Damien Simonis, pg. 44
  47. Floris, Giovanni (1998). L'uomo in Sardegna : aspetti di antropobiologia ed ecologia umana, Sestu, Zonza, Distribuzione delle frequenze fenotipiche del sistema AB0 in diversi gruppi linguistici, p.207
  48. Desjardins, Bertrand (2004). «Démographie historique; Vivre 110 ans». Forum express, www.iforum.umontreal.ca (em francês). Université de Montréal. Consultado em 7 de março de 2010. Cópia arquivada em 7 de março de 2010 
  49. «Groupe d'étude de démographie appliquée» (em francês). Universidade Católica de Louvain. Consultado em 8 de março de 2010 
  50. Poulain, Michel. «Les déterminants de la longévité» (pdf). Louvain Médical, Revue de la Faculté de Médecine de l'Université catholique de Louvain- sites.uclouvain.be/loumed/ (em francês). Universidade Católica de Louvain. Consultado em 8 de março de 2010 
  51. «FELICIE - Future Elderly Living Conditions In Europe» (em francês e inglês). Consultado em 8 de março de 2010 
  52. Deiana et al., 1999 ; Lio et al., 2003
  53. a b Francesco Cucca: “Caratteri immutati da diecimila anni, ecco perché la Sardegna è speciale” (di Elena Dusi) - Sardegna Soprattutto
  54. Sardinia Exploration Backgrounds – Blue Zones
  55. Luigi Luca Cavalli-Sforza, Paolo Menozzi, Alberto Piazza - The History and Geography of Human Genes, 1994, Princeton University Press, pp.272
  56. Franco Germanà, L'uomo in Sardegna dal paleolitico all'età nuragica p.202-206
  57. a b c Genetica, malattie e caratteri dei sardi, Francesco Cucca - Sardegna Ricerche
  58. I dialoghi della scienza di Sardegna Ricerche: "I sardi hanno caratteristiche genetiche uniche", Sardiniapost.it
  59. {{cite web|url=https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%c3%barbios-end%c3%b3crinos-e-metab%c3%b3licos/diabetes-melito-e-dist%c3%barbios-do-metabolismo-de-carboidratos/diabetes-melito-dm%7Ctitle=Diabetes melito e distúrbios do metabolismo, MSD Manual]
  60. Floris, Giovanni (1998). L'uomo in Sardegna : aspetti di antropobiologia ed ecologia umana, Sestu, Zonza, Sull'evoluzione dei Sardi dalla Preistoria ad oggi, p.13
  61. a b Genome flux and stasis in a five millennium transect of European prehistory
  62. Lazaridis et al., Ancient human genomes suggest three ancestral populations for present-day Europeans p.10
  63. High Differentiation among Eight Villages in a Secluded Area of Sardinia Revealed by Genome-Wide High Density SNPs Analysis
  64. Genome-wide scan with nearly 700 000 SNPs in two Sardinian sub-populations suggests some regions as candidate targets for positive selection
  65. Il Dna sardo è il più vario d'Europa Ricerca sugli abitanti di Benetutti – Unione Sarda
  66. Italiani, i più ricchi in Europa … di diversità genetica – Uniroma
  67. Gli italiani sono il popolo con la varietà genetica più ricca d'Europa – La Repubblica
  68. Sardinians Genetic Background Explained by Runs of Homozygosity and Genomic Regions under Positive Selection