Caminho de Ferro Mineiro do Lena

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Caminho de Ferro Mineiro do Lena
Continuation to left Track turning from right
L.ª OesteCacém
Unknown route-map component "exCPICla" Left side of cross-platform interchange
0,0 Martingança
Unknown route-map component "exSTR" Junction to left Continuation to right
L.ª OesteFigueira da Foz
Unknown route-map component "exSTR"
Abbreviated in this map + Unknown route-map component "POINTERl"
Ramal de Maceira-Liz
Unknown route-map component "exABZlf" Unknown route-map component "eKRZ" Unknown route-map component "exSTRlg"
3,2 ramal a Maceira-Liz
Unknown route-map component "exSTR" Non-passenger end station Unknown route-map component "exKDSTe"
Fábrica de Cimento Maceira-Liz
Unknown route-map component "exBHF"
9,6 Pinheiros-Calvaria
Unknown route-map component "exABZlf" Unknown route-map component "exKBHFr"
11,1 Batalha (Estação Velha)
Unknown route-map component "exBHF"
14,5 Batalha
Unknown route-map component "exABZlf" Unknown route-map component "exKDSTr"
16,2 Minas da Barrojeira
Unknown route-map component "exABZlf" Unknown route-map component "exKDSTr"
20,0 central termo-eléctrica
Unknown route-map component "exBHF"
22,4 Porto de Mós(ant. Porto de Moz)
Unknown route-map component "exDST"
33,3 Minas da Bezerra
Unknown route-map component "exLUECKE"
(proj. abandonado)
Unknown route-map component "exBHF"
Mendiga(proj. abandonado)
Unknown route-map component "CPICrr" + Unknown route-map component "exKDSTe"
Unknown route-map component "CPICll" + Unknown route-map component "exKDSTa"
Minas do Espadanal(proj. abd.)
Unknown route-map component "exCONTf"
R. Rio MaiorV. Santarém (pj. abd.)

O Caminho de Ferro Mineiro do Lena, igualmente denominado de Ramal do Lena, era a denominação de um sistema ferroviário privado em Portugal, que operava na Linha de Martingança à Mendiga e os seus ramais, com ligação à rede ferroviária nacional na Estação de Martingança, na Linha do Oeste; além da sua função original de transporte de minério a partir das Minas da Barrojeira e Bezerra, também oferecia serviços para outras mercadorias e passageiros, ao longo do seu traçado.[1]

Caracterização

Este caminho de ferro ligava a Estação de Martingança, na Linha do Oeste, às minas junto ao Rio Lena; passava por Maceira, Pinheiros, Batalha e Brancas, e transitava por baixo da Ponte da Boutaca.[2] Para a passagem da via férrea, foi necessário construir um sétimo arco nesta ponte.[2]

História

Primeiros passos

A exploração mineira na bacia do Lena iniciou-se por meados de 1855, depois do industrial Jorge Croft ter descoberto as minas da Batalha, nomeadamente Alcanadas e Chão Preto que possuíam carvão e ferro. No entanto, devido à baixa qualidade do carvão, só com a Primeira Guerra Mundial que provocou o aumento da procura de carvão nacional é que a exploração mineira ganhou expressão, e em Novembro de 1916 foi criada a empresa Vierling & Companhia, sob a designação Vasco Bramão e Comp.ª, para fazer a sua exploração. Para se tornar viável a exportação do minério desses locais remotos, o governo concedeu uma autorização especial para a construção de uma linha férrea em bitola métrica em 1917 com extensão de 13 km entre a Martingança e a Batalha, denominada por "Martingança Minas". Em 1922 foi criada a Sociedade Mineira do Lena (também conhecida por Empresa Mineira do Lena) que adquiriu as existentes concessões. Entretanto, como os pontos de exploração mineira aumentavam, principalmente na Batalha e um pouco por todo o concelho de Porto de Mós, a Empresa Mineira do Lena pediu aos Caminhos de Ferro do Estado a criação de uma nova linha que ligasse as minas de Porto de Mós à Linha do Oeste, em Pataias. Em Dezembro de 1922, foi aprovado o prolongamento por mais 15 km do Caminho de Ferro Mineiro do Lena, ficando a estação principal na Corredoura, em Porto de Mós, onde todo o equipamento de suporte e manutenção à linha seria guardado.

Entretanto, no dia 1 de Fevereiro de 1923, Manuel V. Ribeiro, proprietário da linha entre a Batalha e a Martingança, decidiu suspender os uso da linha com a intenção de levantar os carris. Isto afectou toda a exploração mineira e todos os seus clientes, principalmente a Empresa de Cimentos de Maceira e Fábrica de Garrafas da Martingança, que se tinha tornado dependente do carvão da Batalha, e também a própria CP. Devido à auto-inflamação do carvão era impossível armazenar minério à boca das minas, tendo sido suspensa temporariamente a exploração.[3]

Concessão à Empresa Mineira do Lena

A exploração das minas só voltou à normalidade depois do Estado ter tomado posse da linha, com uma portaria de 6 de Junho de 1923 que autorizou a Empresa Mineira do Lena a efectuar a exploração desta linha; a reabertura foi feita com bitola de 60 cm,[3] pois esta empresa ficou autorizada a passar a bitola de via de 1 metro para 60 centímetros, mas seria obrigada a voltar a adoptar a bitola original se o governo o exigisse.[1] Assim, a empresa alterou a bitola, de forma a evitar os transbordos entre as minas e a linha, e, em Dezembro do mesmo ano, pediu, ao Ministério do Trabalho, licença para a realização de serviços para outras mercadorias e passageiros fora dos terrenos da mina[1], como previsto pelo Decreto n.º 9044, de 9 de Agosto de 1923;[4] duas portarias, de 5 e 15 de Janeiro de 1924, deferiram o serviço de mercadorias e as respectivas tarifas, e um alvará de 26 de Setembro de 1925 autorizou a empresa a explorar a linha.[1] O serviço geral iniciou-se, assim, entre Martingança e a Batalha, em 15 de Outubro de 1926.[1]

Trespasse para a The Match and Tobacco Timber Supply Company

No entanto, a Empresa Mineira do Lena entrou em liquidação, pelo que a comissão formada para este efeito solicitou, em 6 de Novembro de 1926, que o couto mineiro fosse trespassado para a The Match and Tobacco Timber Supply Company, junto com a respectiva ligação ferroviária até Martingança; o primeiro pedido expirou, pelo que foi feito um segundo, em 30 de Março de 1927.[1] Conforme um despacho ministerial de 8 de Dezembro de 1926 e uma portaria de 13 de Abril de 1927, a concessão da mina e do caminho de ferro foi passada para aquela empresa por um alvará de 3 de Junho de 1927.[1]

Alteração de bitola e continuação planeada até à Mendiga

O Decreto n.º 14866, datado de 3 de Janeiro de 1928, classificou este caminho de ferro como de interesse geral, ordenou a construção de um ramal entre esta linha e o Ramal de Rio Maior; esta classificação foi baseada no Decreto n.º 13829, que estabeleceu uma maior importância às ligações ferroviárias a minas de carvão.[5] Este diploma também integrou estas linhas, junto com outras construídas e em planeamento nesta região, num grupo de exploração única[1], cuja gestão foi atribuída à The Match and Tobacco Timber Supply Company, pelo Decreto n.º 15069, de 14 de Fevereiro de 1928.[6] Assim, esta empresa iniciou as obras de readaptação da Linha do Lena à bitola métrica, através do assentamento de um terceiro carril, cuja instalação decorreu entre 1 de Maio e 5 de Julho de 1928; os carris centrais, da antiga bitola, foram removidos entre 29 de Novembro e 20 de Dezembro do mesmo ano.[1]

A construção do troço entre a Batalha e a Mendiga iniciou-se em Março de 1926, tendo o troço até Porto de Mós sido aberto à exploração em 11 de Setembro de 1930; neste dia, também se iniciaram os serviços de passageiros em toda a linha.[1]

Decadência e encerramento

O transporte de carvão continuou até 1938/39, altura em que começou a entrar em decadência, tendo a linha sido encerrada no final da Segunda Guerra Mundial.[carece de fontes?]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 138, 139 
  2. a b Santos, p. 49
  3. a b BRANDÃO, José M. (2007). Caminho de Ferro Mineiro do Lena: desígnio de progresso industrial e social (PDF). Batalha: Universidade de Évora. pp. 193–203 
  4. PORTUGAL. Lei nº 9:044, de 9 de Agosto de 1923. Ministério do Trabalho - Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos - Repartição de Minas, Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 170, Série I, de 9 de Agosto de 1923
  5. PORTUGAL. Lei nº 14:866, de 3 de Janeiro de 1928. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos, Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 8, Série I, de 11 de Janeiro de 1928
  6. PORTUGAL. Decreto n.º 15:069, de 14 de Fevereiro de 1928. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos, Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 45, Série I, de 25 de Fevereiro de 1928

Bibliografia

  • VIDEIRA, César (2006). Apontamentos para a História da Batalha. Col: Colecção Terraços da Memória. 1 1.ª ed. Batalha: Câmara Municipal de Batalha. 321 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)

Ligações externas



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