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Demografia do Espírito Santo

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Demografia do Espírito Santo
Ficha técnica
Crescimento demográfico médio (1940-2010) 2% ao ano
População urbana (2010) 2 931 472 de habitantes (83,4% do total do estado)
População rural (2010) 583 480 habitantes (16,6% do total do estado)
Domicílios (2000) 841 096
Carência habitacional (2000) 113 359
Acesso à água (2008) 82,7%
Acesso à rede de esgoto (2008) 72,5%
IDH (2005) 0,802
Capixabas.

Demografia do Espírito Santo é o estudo estatístico da população espírito-santense: sua composição (étnica, cultural, religiosa, econômica, por gênero etc.), quantidade e distribuição pelo território (urbano e rural) desse estado brasileiro. De acordo com o Censo 2010, conduzido pelo IBGE, naquele ano a população do Espírito Santo (ES) era de 3 514 952 pessoas,[1] mas atualmente (2014) o mesmo IBGE estima que essa população seja de 3 885 049 habitantes.[1]

Composições

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A área territorial do ES é de aproximadamente 46 095,583 de quilômetros quadrados,.[1] o que significa que em 2010 a densidade populacional do estado era de aproximadamente 76,25 hab./km2 Como se poderá observar no gráfico abaixo, desde a década de 1940 a população do ES tem aumentado pouco, porém continuamente, a uma taxa de aproximadamente 2% ao ano:

Evolução populacional do Espírito Santo[2]
Densidade demográfica do Espírito Santo.
  0-15 hab/km² hab
  15-20 hab/km² hab
  20-50 hab/km² hab
  50-100 hab/km² hab
  100-200 hab/km² hab
  200-500 hab/km² hab
  Acima de 500 hab/km² hab

Ainda segundo o censo demográfico de 2010, o Espírito Santo é o 14.º estado mais populoso do Brasil[nota 1] e o décimo primeiro mais urbanizado.[nota 2]

Conforme os dados censitários de 2010, 1 731 218 habitantes (49,25% do total do estado) eram homens e 1 783 734 (50,75% do total do estado) eram mulheres.[4]

Por zona de domicílio

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De acordo com o Censo de 2010, a população total do ES residindo em zonas urbanas era de 2 931 472 de habitantes (83,4% do total do estado),[5] o que significa que em 2010 o total de pessoas residindo nas zonas rurais do ES era de 583 480 habitantes (16,6% do total do estado).[5]

A PNAD de 2008[nota 3] investigou a distribuição populacional espírito-santense por cor da pele ou raça, chegando aos seguintes números:[nota 4]

Cor ou raça Quantidade de indivíduos % da população do estado
Brancos 1 489 759 42,2
Pretos 300 070 8,5
Pardos 1 715 694 48,6
Amarelos (asiáticos e índios) 24 712 0,7

A grande miscigenação étnica do Espírito Santo ocorreu nas décadas de 1940 até 1980, quando as grandes cidades do estado começaram a se industrializar, isso atraiu muitas famílias do interior do estado (os italianos), para a Grande Vitória, onde havia grande concentração, sobretudo de pessoas de ascendência portuguesa e espanhola, além de boa parte da população local ser parda, esse êxodo rural, causou grande miscigenação de culturas no estado.

Quando os portugueses, em 23 de maio de 1535, capitaneados pelo fidalgo Vasco Fernandes Coutinho, tomaram posse da Capitania do Espírito Santo, depararam-se com indígenas de diversas culturas que dominavam o litoral e o interior e que impuseram à Coroa Portuguesa severa resistência ao processo de colonização. Tanto que apenas na primeira metade do século XVII as lutas tiveram fim, com a definitiva derrota dos índios. A partir daí o processo de aculturação deu-se de forma acelerada, e rapidamente as diversas etnias foram absorvidas e integradas pelas populações de origem portuguesa e africana, bem como, no decorrer das décadas, por imigrantes europeus de outras nacionalidades, como alemães e italianos. Nos dias atuais, um reduzidíssimo número de índios das etnias tupiniquim e guarani ainda procura manter viva sua cultura e tradição, ambas fragilizadas pela sociedade como um todo, que se baseia em valores bem diferentes e até opostos aos deles. Sobrevivem em reservas situadas ao norte da capital Vitória, sendo Caieiras Velhas, no município de Aracruz, a mais representativa. Ela abriga descendentes dos primeiros Tupiniquins aqui encontrados, praticando agricultura de subsistência e artesanato. Na década de 1980, um acordo firmado entre a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a prefeitura de Aracruz permitiu a criação, na reserva, de escolas para ensino de nível fundamental e de creches. Na mesma época, por iniciativa da Legião Brasileira de Assistência (LBA), foram introduzidos cursos profissionalizantes, como uma tentativa de reduzir a grande exclusão social a que o processo histórico submeteu os indígenas. Muitos indivíduos, dada a dificuldade de sobrevivência nas reservas, migram para os grandes centros urbanos capixabas para trabalhar em ofícios mal remunerados (posto que a mão-de-obra é desqualificada para as exigências do mercado) ou em ocupações marginais como a prostituição.

Culturalmente falando, foi fundamental a contribuição indígena (a também a africana) no que tange à linguística, porque enriqueceu sobremaneira a língua portuguesa inicialmente falada em território capixaba. Num processo idêntico ao que ocorreu com todo o Brasil, foi graças aos termos, prefixos e sufixos próprios da língua tupi-guarani (e também as de origem africana) que o português adquiriu sotaques e cadência diferenciados da Pátria-Mãe.

Ver artigo principal: Imigração italiana no Brasil

O Espírito Santo abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil.[8] Os imigrantes foram atraídos para o estado a fim de ocupar inicialmente a região das serras.[9][10] Os imigrantes foram obrigados a enfrentar a mata virgem e foram abandonados pelo governo à própria sorte. A situação de miséria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a emigração de seus cidadãos para o Espírito Santo.[11] De qualquer forma, a contribuição italiana para a cultura e economia do estado foi de fundamental importância e, hoje, o estado possui a maior porcentagem de ítalo-descendentes do Brasil, atualmente prósperos na capital ou nas cidades do interior, onde mantêm as tradições seculares de seus antepassados. Devido ao isolamento de mais de um século, as colônias italianas do interior do Espírito Santo ainda mantêm costumes dos imigrantes e muitos dos descendentes ainda falam dialetos italianos.[12]

Os italianos veem-se muito presentes na vida da sociedade capixaba. Foram eles quem fundaram muitas das cidades, e há ainda vários grupos de dança típica italiana e festas de inspiração italiana, assim como muita influência culinária. Municípios como Alfredo Chaves,[13] Venda Nova do Imigrante,[14] Afonso Cláudio,[15] Santa Teresa,[16] Mimoso do Sul,[17] Castelo,[18] Alegre, Pancas, Muniz Freire,[19] Marechal Floriano,[20] Vargem Alta e Muqui são exemplos típicos. A parte da presença massiva de pratos de origem italiana na mesa capixaba, outros aspectos, como os sobrenomes, atividades como a fabricação de queijo, macarrão, vinho e as plantações de uva, nos lembram essa forte influência. Outro exemplo são pequenas propriedades agrícolas que hoje retornam às raízes italianas para promover o agroturismo, um mercado potencialmente lucrativo. A primeira colônia de imigrantes italianos do Brasil foi construída no Espírito Santo, no município de Santa Teresa, em 1875. Os italianos começaram a chegar em peso a partir de 1879, 50 anos após os alemães.[16]

Atualmente, 65% da população (1,9 milhões de pessoas), já bastante miscigenados com outras etnias,[21] possui ascendência italiana, ou é descendente de italianos, sendo o estado brasileiro com a maior porcentagem de ítalo-descendentes na população.[22]

Essa grande miscigenação, ocorreu nas décadas de 1940 até 1980, quando as grandes cidades do estado começaram a se industrializar, isso atraiu muitas famílias do interior do estado (os italianos), para a Grande Vitória, onde havia grande concentração, sobretudo de pessoas de ascendência portuguesa e espanhola, além de boa parte da população local ser parda, esse êxodo rural, causou grande miscigenação de culturas no estado.

Outra grande presença no estado é a dos alemães, que foram dos primeiros a cultivar o solo mais distante da costa, começaram a chegar em 1847, fundando a vila de Santa Isabel, em Domingos Martins,[23] onde foi construída a primeira Igreja Luterana com Torre da América Latina,[23] a vila de Santa Isabel foi uma das primeiras colônias de imigrantes do Brasil.[23] Assim como a comunidade italiana, ainda retém muitos aspectos da vida de antanho, como grupos de dança típicos e festas como a Sommerfest, em Domingos Martins, que também é de inspiração alemã.[24]

Outro grupo próximo ao alemão é o pomerano, que originalmente veio de uma região entre a Alemanha e Polônia,[25] que sofria com a pobreza e com as invasões polonesas e prussianas.[25] A principal atividade dos pomeranos é a agricultura, eles se concentram em Santa Maria de Jetibá,[26] e mantém muito de sua cultura e idioma preservados, seu idioma, o pomerano,[27] tem como um dos últimos refúgios o estado, onde em cidades bilíngües é usado como língua mais falada pelos habitantes, sendo até ensinado nas escolas, juntamente com o português.[28]

Dois municípios capixabas mantêm o pomerano como segunda língua oficial (além do português): Vila Pavão[29] e Santa Maria de Jetibá.[30] Também foi aprovada em agosto de 2011 a PEC 11/2009, emenda constitucional que inclui no artigo 182 da Constituição Estadual a língua pomerana, junto com a língua alemã, como patrimônios culturais do Estado.[31][32][33][34]

Afrodescendentes

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A presença de negros deve-se, como em todo resto da federação, ao passado escravocrata. Nota-se a forte presença do negro no estado, desde o século XVI, com as principais concentrações em São Mateus (o maior centro de escravos da capitania), Vitória, Cachoeiro do Itapemirim. Essa concentração predominantemente no litoral onde localizavam-se os latifúndios escravistas, pois no interior, as plantações eram na forma de pequenas propriedades, cultivadas por imigrantes europeus. Segundo alguns historiadores, mesmo após 1850, com a proibição do tráfico, essa região ainda recebeu escravos provenientes do contrabando.

Outras etnias

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Também é notável a presença no Espírito Santo de outras etnias, como a dos poloneses,[35] no município de Águia Branca, dos suíços, espalhados pelo estado, sobretudo na região serrana, entre Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá,[36] dos austríacos,[37] vindos da região do Tirol, conhecidos também como tiroleses, vivendo em Santa Leopoldina, e de um pequeno grupo de belgas, luxemburgueses e libaneses, que habitam principalmente o município de Guarapari.[37]

Principais municípios do Espírito Santo

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Venda Nova do Imigrante.
  • Venda Nova do Imigrante é a capital nacional do agroturismo.[49] Segunda maior cidade da região serrana, perdendo apenas para Afonso Cláudio, abriga os imigrantes italianos, e tem um ótimo padrão de vida. O Agroturismo é muito forte e encontram-se várias fábricas de produtos do campo.
  • São Mateus é uma das cidades do extremo norte, sendo a segunda cidade mais antiga do estado. Seu crescimento econômico está focado na extração de petróleo e gás natural. Na cidade está localizada o campus Norte da UFES. Possui forte apelo turístico, principalmente de temporada. Sua principal praia, Guriri, chega a ser conhecida nacionalmente.[50]
  • Vila Velha é a cidade mais antiga e mais populosa do estado, com quase 500 mil habitantes localizada na Grande Vitória; é também o segundo melhor IDH do estado. A cidade vem experimentando rápido desenvolvimento e progresso; nela fica também a principal rodovia estadual, a Rodovia do Sol. Possuí muitas fábricas, inclusive a maior fábrica de chocolate do Brasil, e um porto, o de Capuaba.[51]
  • Serra é o segundo município mais populoso do estado, localizado na Grande Vitória. Nele fica localizado o Porto de Tubarão, e existem vários balneários importantes no local, como Jacaraípe e Nova Almeida. A cidade possui o maior polo industrial do estado, tendo em seu território os centros industriais Civit I, Civit II e o TIMS. A ArcelorMittal Tubarão também se faz presente no município, sendo a maior siderúrgica do estado e uma das maiores do país.[52]
  • Cariacica, localizado na Grande Vitória, é mais populosa que a capital Vitória, porém possuí o menor IDH da região, sendo uma grande periferia da capital. A maior atividade econômica e geradora de empregos é a Fábrica da Coca-Cola, maior fábrica da empresa no Brasil. A cidade é cortada por 2 das mais importantes rodovias do Brasil, a BR-101 e a BR-262.[53]
  • Guarapari: cidade com menos de 100.000 habitantes, com forte vocação para o turismo, atrai muitos turistas de todo o Brasil, por causa de suas praias e ilhas.[54]


Notas

  1. Página 45 da Sinopse do Censo Demográfico 2010.[3]
  2. Página 47 da Sinopse do Censo Demográfico 2010.[3]
  3. Conforme consta na página 20 da síntese da PNAD 2008,[6] a principal fonte de informação para a construção dos indicadores foi a PNAD 2007, cuja cobertura abrange todo o território brasileiro.
  4. Para elevar a precisão dos dados numéricos disponibilizados na tabela, os valores utilizados foram os que constam na planilha tab801.xls, que se encontra compactada dentro do arquivo Cor.zip, disponível no repositório do IBGE que contém os arquivos da Síntese do PNAD 2008.[7]

Referências

  1. a b c BRASIL. «Estados@Espírito Santo». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 1 de novembro de 2014 
  2. BRASIL. «Sinopse do Censo Demográfico 2010: População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 1872/2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 1 de novembro de 2014 
  3. a b BRASIL (2011). Sinopse do Censo Demográfico 2010 (PDF). Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 261 páginas. ISBN 9788524041877. Consultado em 1 de novembro de 2014 
  4. BRASIL. «Sinopse do Censo Demográfico 2010: Razão de sexo, população de homens e mulheres, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 1 de novembro de 2014 
  5. a b BRASIL. «Sinopse do Censo Demográfico 2010: População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do Domicílio - 1960/2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 1 de novembro de 2014 
  6. BRASIL (2008). Síntese de Indicadores Sociais (PDF). Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 280 páginas. ISBN 9788524040344. Consultado em 5 de novembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 10 de julho de 2012 
  7. BRASIL (7 de maio de 2011). «Síntese de Indicadores Sociais 2008» (ZIP). Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 5 de novembro de 2014 
  8. «COLÔNIAS ITALIANAS». Ecco!. Consultado em 5 de agosto de 2010. Arquivado do original em 9 de outubro de 2008 
  9. Governo do Estado do Espírito Santo. «Povoamento». Site Oficial do Estado. Consultado em 5 de agosto de 2010. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  10. «HISTÓRIA DE SANTA TERESA-ES». Fazenda Santa Teresa. Consultado em 5 de agosto de 2010 
  11. «A IMIGRAÇÃO ITALIANA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO». Portal Itália. Consultado em 5 de outubro de 2010. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2015 
  12. «Imigração italiana por Estados e Regiões do Brasil». Consultado em 20 de abril de 2008 
  13. «História Alfredo Chaves ES». Ache Tudo e Região. Consultado em 5 de agosto de 2010. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2012 
  14. «História de Venda Nova do Imigrante». CityBrazil.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2010 [ligação inativa]
  15. «História de Afonso Cláudio». CityBrazil.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2010 [ligação inativa]
  16. a b «História da Imigração em Santa Teresa». Site Turístico do Município. Consultado em 5 de agosto de 2010. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015 
  17. «História de Mimoso do Sul». CityBrazil.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2010 [ligação inativa]
  18. «História da Cidade de Castelo». Descubra Castelo. Consultado em 5 de agosto de 2010. Arquivado do original em 1 de julho de 2011 
  19. «História de Muniz Freire». CityBrazil.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2010 [ligação inativa]
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  44. FERREIRA, Jurandyr Pires (31 de janeiro de 1959). «Cachoeiro do Itapemirim». Enciclopédia dos Municípios Brasileiros volume 22 ed. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. pp. 63–64 
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