Aeroporto Internacional de Campinas

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 Nota: Para outros significados, veja Aeroporto de Campinas.
Aeroporto Internacional de
Viracopos
Aeroporto
Campinas
IATA: VCP - ICAO: SBKP
Características
Tipo Público / Privado
Administração Aeroportos Brasil Viracopos — ABV
Serve Campinas e Região Metropolitana
Localização 23°0'36"S 47°8'14"W
Inauguração 19 de outubro de 1960 (63 anos)
Altitude 661 m (2 169 ft)
Movimento de 2015
Passageiros Aumento10.324.658 passageiros[1]
Carga Baixa177.285.000 t de carga
Aéreo Aumento127.395 aeronaves
Capacidade anual 10,000,000 milhões de passageiros (2 015)
Website oficial Página oficial
Pistas
Cabeceira(s)
Comprimento
Superfície
1
15/33
3 240  m (10 630 ft)

O Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas (IATA: VCPICAO: SBKP) está localizado em Campinas, no estado brasileiro de São Paulo. É um importante centro de tráfego aéreo no Brasil e por superfície o maior centro de carga aérea na América do Sul. Viracopos é o hub da AZUL Linhas Aéreas e também hub carga aéreo principal da TAM Cargo. Desde que o Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos está operando a plena capacidade e não pode ser ampliada ainda mais, o aeroporto de Viracopos também é importante para o tráfego de passageiros.

Localizado a 17 quilômetros do centro de Campinas e a 95 quilômetros do centro de São Paulo, Viracopos é o segundo principal terminal aéreo de cargas do país. Seu terminal de cargas tem uma área de 81 mil m² e responde por cerca de 18% da movimentação total de cargas registada nos aeroportos brasileiros.

Viracopos também tem apresentado grande crescimento no volume de passageiros transportados desde 2008, com o início de operações da Azul Linhas Aéreas. Em 2012, foram 8,8 milhões de passageiros transportados a partir do terminal. Em 2014, foram quase 10 milhões e em 2015 Viracopos chegou a 10,3 milhões de passageiros.

O volume de passageiros e de cargas está em pleno expansão, com a execução das obras de ampliação e modernização do complexo. Afinal, diante de sua posição estratégica no setor aéreo nacional, Viracopos integrou, ao lado de Brasília e de Guarulhos, o primeiro pacote de concessões de aeroportos realizado pelo Governo Federal em fevereiro de 2012.

No dia 6 de fevereiro de 2012, o Consórcio Aeroportos Brasil, formado pela Triunfo Participações e Investimentos, pela UTC Participações e pela francesa Egis Airport Operation, venceu o leilão de Viracopos com um lance de R$ 3,821 bilhões e será responsável pela administração e modernização do complexo aeroportuário nos próximos 30 anos.

Torre do Aeroporto de Viracopos

Depois do leilão, a Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos assinou, em 14 de junho de 2012, o contrato de concessão do aeroporto, anunciando investimentos de R$ 9,5 bilhões da ampliação e modernização do complexo durante os 30 anos de concessão. Deste total, R$ 3 bilhões será investido até 2015 na construção de um novo terminal de passageiros destinado ao transporte de 25 milhões de passageiros por ano.

Histórico

Interior do aeroporto.
Voos internacionais sem escala de Campinas.

O Aeroporto Internacional de Viracopos teve sua construção iniciada na década de 1950 pelo governador Adhemar Pereira de Barros e foi inaugurado em 19 de outubro de 1960. Sua longa pista, com 3.240m x 45m, foi construída para receber com segurança os quadrimotores a jato de primeira geração: Comet, Vickers VC-10, Douglas DC-8, e 990 e o Boeing 707.

Existem duas versões sobre a origem do nome Viracopos. A primeira conta que no início do século surgiu um desentendimento entre o pároco do bairro e seus habitantes, numa noite de festa. Houve bebedeiras e brigas que resultaram na quebra das barracas da quermesse da Igreja, derrubadas durante a confusão. A palavra usada pelo padre nos sermões, para se referir ao acontecimento, era “viracopos”. Outra versão conta que no sítio hoje ocupado pelo aeroporto havia um bar onde tropeiros se encontravam para “virar copos”, descansar e trocar informações sobre viagens. “Viracopos” deu nome ao bairro e, posteriormente, ao aeroporto.

Em 19 de outubro de 1960, através da Portaria Ministerial n.º 756, Viracopos foi elevado à categoria de Aeroporto Internacional e homologado para aeronaves a jato puro. Ao longo dos anos, várias reformas foram realizadas no aeroporto para que o pudesse acompanhar a evolução da aviação. A partir de 1978 a Infraero começou a administrar o Terminal de Cargas e, em 1980, recebeu do DAESP a administração geral do Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas.

Durante a Revolução de 1932, os paulistas usavam o local como campo de operações aéreas, sendo a pista construída à base de enxadas e picaretas. De lá, partiam para Minas Gerais. Depois de longo período de inatividade, em 1946 foram realizados trabalhos de limpeza e terraplanagem da pista, cuja extensão passou para 1.500m, oportunidade em que o campo de pouso começou a ganhar forma, principalmente com a construção do primeiro hangar em 1948 e a estação de passageiros em 1950.

À época, a utilização dos jatos era crescente no setor aéreo nacional e a construção de Viracopos surgiu como uma alternativa para o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, até então o único aeroporto do país com pistas longas e as condições necessárias para receber tais modelos de aeronave.

A localização estratégica de Viracopos também pesou para que o aeroporto recebesse os investimentos do Poder Público para se transformar numa alternativa ao Galeão. Afinal, localiza-se numa região com condições climáticas favoráveis na maior parte do ano e tem o maior índice de aproveitamento operacional do país, consideradas as condições meteorológicas.

Nesse sentido, vale o destaque: enquanto grande parte dos aeroportos do centro-sul do Brasil fecham ou operam por instrumentos nos dias em que a atuação de frentes frias é mais acentuada, Viracopos permanece aberto, recebendo inclusive os voos destinados a outros aeroportos que estejam temporariamente sem condições de operação. Em média, o aeroporto de Campinas permanece fechado apenas seis horas por ano em razão das condições meteorológicas.

O acerto da localização, sob o ponto de vista operacional, no entanto, criou um obstáculo comercial: Viracopos passou a ser um aeroporto mais distante da cidade que originalmente desejava servir: São Paulo (dependendo de sua localização na capital paulista, a distância para o aeroporto ultrapassa 100 km). A redução do tempo de deslocamento entre a capital e o aeroporto é um dos grandes desafios para que Viracopos

Por isso, a partir da implantação do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na década de 80, Viracopos teve uma redução significativa no número de voos comerciais e no fluxo de passageiros e passou a investir na exploração de sua vocação para o transporte de cargas.

A vocação cargueira de Viracopos foi consolidada na década de 1990, quando o aeroporto despontou para o segmento de Carga Aérea Internacional. Sua infraestrutura foi ampliada, os processos de movimentação de carga e desembaraço aduaneiro foram modernizados, transformando o aeroporto em referência logística no cenário nacional.[2]

Acidente de 1961

Na madrugada de 23 de novembro de 1961, um jato Comet 4 de prefixo LV-AHR, das Aerolíneas Argentinas, caiu logo após decolar de Viracopos, provocando a morte das 52 pessoas que estavam a bordo.[3]

Os motores da aeronave que havia partido de Buenos Aires apresentaram problemas durante o procedimento de decolagem e a aeronave ficou descontrolada. Ela então começou a perder altitude até atingir uma plantação de eucaliptos, situada a 500 metros da cabeceira da pista, na zona rural do município de Campinas.

Com o impacto, o avião abriu uma clareira de 400 metros de extensão entre as árvores e se despedaçou até bater contra um pequeno morro e explodir.


Empresas aéreas e destinos

Atualmente operam voos domésticos em Campinas as companhias Azul, Gol e TAM.

Aeroporto de Campinas | Companhias Aéreas e Destinos
Companhias Terminal Aeronaves Voos regulares vigentes[3]

Brasil Azul (Hub) 1

ATR 72-600

Embraer 195

Embraer 190

Airbus A330-200


Brasil Gol 1

Boeing 737-700

Boeing 737-800


Brasil TAM 1

Airbus A319

Airbus A320

Operam voos internacionais as companhias Azul, Gol, e TAP Portugal.

Companhias Aéreas e Seus Destinos Internacionais em Campinas
Companhias Terminal Aeronaves Voos regulares vigentes[3]

Brasil Azul (Hub) 1 Airbus A330-200

Brasil Gol Linhas Aéreas 1 Boeing 737-800

República Dominicana Punta Cana


Portugal TAP Portugal 1 Airbus A330-200

Portugal Lisboa

Estatísticas

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras utiliza o Aeroporto Internacional de Campinas como hub de suas operações.
Ano Movimento (Passageiros)
2003 654.768Aumento
2004 717.362Aumento
2005 816.599Aumento
2006 826.246Aumento
2007 1.006.059Aumento
2008 1.083.878Aumento
2009 3.564.686Aumento
2010 5.428.986Aumento
2011 7.542.239Aumento
2012 8.824.074Aumento
2013 9.294.446Aumento
2014 9.846.853Aumento
2015 10.324.658Aumento

Complexo aeroportuário

Sítio aeroportuário
  • Área: 17.659.300,00 m²
Pátio das aeronaves
  • Área: 86.978 m² (pátios 1 e 2)
Pista Principal
  • Comprimento: 3.240m x 45m largura
Terminal de passageiros
  • Terminal 0 - área: 28.000 m²
  • Terminal 1 - área: 178.000 m²
Estacionamento
  • Novo edifício-garagem - 4.000 vagas
  • Demais bolsões - 3.000 vagas
Balcões de check-in
  • Terminal 0: 72
  • Terminal 1:
Estacionamento de aeronaves
  • Número de posições pátios 1 e 2: 21
  • Número de posições pátio 3 (grande porte): 11

Órgãos públicos

Acessos

Viracopos está localizado na região sudoeste da cidade e possui fácil acesso a partir da ampla malha rodoviária que cruza a Região Metropolitana de Campinas.

São Paulo, Interior de SP, Brasília, Triângulo mineiro, Região Sul e litoral de SP
Campinas e Sorocaba
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Vale do Paraíba
Acesso local (pista simples)
  • Rodovia Miguel Melhado Campos: também conhecida como "Rodovia Vinhedo-Viracopos", é rodovia onde está fisicamente situado o aeroporto em uma de suas extremidades. Possui conexão com a Rodovia Anhanguera na outra extremidade. Seu traçado é de pista simples na maior parte de seu trajeto e, portanto, não é um acesso recomendado. Serve basicamente para deslocamentos curtos ou locais para Vinhedo, Louveira e parte de Jundiaí, além dos bairros lindeiros de Campinas situados nas proximidades do aeroporto.

Desenvolvimento de 2012 a 2042

Nova gestora do Aeroporto Internacional de Viracopos, a Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos anuncia investimentos de R$ 9,5 bilhões durante os 30 anos da concessão para transformá-lo no maior e mais moderno terminal da América Latina.[4]

De acordo com o planejamento da concessionária, o Novo Aeroporto de Viracopos foi concebido a partir do conceito de “aeroporto cidade” e sua expansão prevê ainda hotéis, shopping center e centro de convenções, num projeto desenvolvido em parceria com a projetista holandesa NACO, consultoria especializada na engenharia de aeroportos responsável pelo aeroporto de Schipol, em Amsterdã, um dos mais modernos do planeta.

O projeto é sustentável, com destaque para a cobertura do telhado com células fotovoltaicas para captura da energia solar e o sistema de reutilização da água da chuva. Também privilegia o conforto do passageiro, tem um design compacto e com forte identidade arquitetônica.

Investimentos

O MasterPlan de Viracopos conta com cinco ciclos de investimentos durante os 30 anos de concessão e o primeiro deles, até maio de 2014, já está em execução.

Neste primeiro ciclo do MasterPlan, a Aeroportos Brasil Viracopos investirá R$ 3 bilhões na construção de um novo terminal com capacidade para o transporte de 25 milhões de passageiros/ano.

O novo terminal, que tem uma moderna estrutura em concreto, aço e vidro, conta ainda com 28 pontes de embarque, sete novas posições remotas de estacionamento de aeronaves e um edifício-garagem com 4 mil vagas, além da ampliação das pistas de taxiamento de aeronaves e do novo pátio com 400 mil m².

As obras do primeiro ciclo de investimentos do MasterPlan de Viracopos foram iniciadas em 31 de agosto de 2012 com as obras de preparo do terreno e terraplenagem, que movimentaram 2,5 milhões de m³ de terra e se estenderam até a primeira quinzena de outubro de 2012, quando teve início a etapa de fundação.

O pico da obra ocorreu em meados de 2014 com cerca de 9 mil operários em ação.

Ciclos de investimento

Após a primeira etapa de investimento, a Aeroportos Brasil Viracopos investirá mais R$ 7,44 bilhões no processo contínuo de expansão e modernização do complexo aeroportuário. Os outros quatro ciclos de investimento do MasterPlan estão distribuídos da seguinte maneira:

  • 2º ciclo: 25 a 45 milhões de passageiros, com início das intervenções projetado para 2021;
  • 3º ciclo: 45 a 65 milhões de passageiros e destaque para a construção da terceira pista;
  • 4º ciclo: 65 a 80 milhões de passageiros e destaque para a construção da quarta pista;
  • 5º ciclo: acima de 80 milhões de passageiros.

Ver também

Referências

  1. [file:///C:/Users/Mi/Downloads/RMA_Resumo_Movimentacao_Aeroportuaria_dezembro_2015.pdf]
  2. «Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas». NewsComex. 23 de novembro de 2014. Consultado em 23 de novembro de 2014 
  3. a b ANAC. «Voos autorizados vigentes». HOTRAN. Consultado em 12 de junho de 2013 
  4. «Viracopos: O maior aeroporto da América Latina». Consultado em 25 de setembro de 2013 

Ligações externas