Alceu Amoroso Lima

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Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Roquette-Pinto e Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, 1936

Alceu Amoroso Lima (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1893Petrópolis, 14 de agosto de 1983) foi um crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico brasileiro. Adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde.

Vida

Filho de Manuel José Amoroso Lima e de Camila da Silva Amoroso Lima, cursou o Colégio Pedro II, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro (1913), atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O paraninfo de sua turma foi o professor de filosofia do Direito Sílvio Romero. Estagiou e advogou no escritório do advogado João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi seu professor na Faculdade de Direito. Adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde, ao se tornar crítico (1919) em O Jornal. O pseudônimo servia para distinguir a atividade de industrial da literária: Alceu então dirigia a fábrica de tecidos Cometa, que herdara de seu pai.

Casou-se com Maria Teresa de Faria, filha do escritor Alberto de Faria,que também foi membro da Academia Brasileira de Letras. O escritor e acadêmico Octávio de Faria era irmão de Maria Teresa e cunhado de Alceu Amoroso Lima e o escritor e Acadêmico Afrânio Peixoto era casado com uma irmã de Maria Teresa de Faria, sendo assim concunhado de Alceu Amoroso Lima

Aderiu ao modernismo em 1922.

Após publicar seu primeiro livro, o ensaio Afonso Arinos em 1922, travou com Jackson de Figueiredo um famoso e fértil debate, do qual decorreu sua conversão ao catolicismo em 1928. Tornou-se um líder da renovação católica no Brasil. Em 1932, fundou o Instituto Católico de Estudos Superiores, e, em 1937, a Universidade Santa Úrsula. Após a morte de Jackson de Figueiredo, o substituiu na direção do Centro Dom Vital e da revista A Ordem.

Em 1941, participou da fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde foi docente de literatura brasileira até a aposentadoria em 1963.

Foi representante brasileiro no Concílio Vaticano II, o que o marcaria profundamente. Foi um dos fundadores do Movimento Democrata-Cristão no Brasil.

Publicou dezenas de livros sobre os temas mais variados. Morou na França e nos Estados Unidos no início da década de 50, onde foi diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Panamericana, cargo em que foi sucedido por Érico Veríssimo em 1952. Durante esse período, ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos.

Tornou-se símbolo de intelectual progressista na luta contra às transgressões à lei e à censura que o regime militar após 1964 iria impor ao povo brasileiro.

Denunciou pela imprensa a repressão que se abatia sobre a liberdade de pensamento em sua coluna semanal no Jornal do Brasil e na Folha de São Paulo. Patrocinou em múltiplas ocasiões as cerimônias de formatura de estudantes de diversas especializações que rendiam tributo à sua luta constante contra os regimes de caráter autoritário.

Foi reitor da então Universidade do Distrito Federal, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro e também membro do Conselho Nacional de Educação.

Obras

Impõem-se ao olhar de quem lê os seus textos os termos interligados de pessoa, ser, liberdade, eterno e moderno. Estas palavras são recorrentes em muitos de seus livros.

  • Estudos — Segunda série (1927)
  • Política (1932)
  • Idade, sexo e tempo (1938)
  • Elementos de ação católica (1938)
  • Mitos de nosso tempo (1943)
  • O problema do trabalho (1946)
  • Meditações sobre o mundo interior (1953)
  • O existencialismo e outros mitos de nosso tempo (1951)
  • O gigantismo econômico (1962)
  • O humanismo ameaçado (1965)
  • Memórias improvisadas (1973), um livro muito importante, produto de um diálogo com o jornalista Cláudio Medeiros Lima
  • Os direitos do homem e o homem sem direitos (1975)
  • Revolução suicida (1977)
  • Tudo é mistério (1983)

Ver também

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Academia Brasileira de Letras

Foi eleito em 29 de agosto de 1935 para a cadeira 40 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Miguel Couto, sendo recebido em 14 de dezembro de 1935 pelo acadêmico Fernando Magalhães.

Ligações externas

Precedido por
Miguel Couto
ABL - cadeira 40
19351983
Sucedido por
Evaristo de Moraes Filho
Precedido por
Afonso Schmidt
Intelectual do Ano (UBE)
1964
Sucedido por
Cassiano Ricardo
Precedido por
Antonio Candido
Prêmio Jabuti - Personalidade Literária do Ano
1979
Sucedido por
Gilberto Freyre
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