Linha do Porto à Póvoa e Famalicão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Linha da Póvoa
Estação Ferroviária de Porto-Trindade, antes da renovação.
Estação Ferroviária de Porto-Trindade, antes da renovação.
Bitola:Bitola estreita
Unknown route-map component "vCONTg-"
L.ª MinhoPorto S.B.
Unknown route-map component "vBHF-xKBHFa"
60 Famalicão
Unknown route-map component "xvSKRZ-G2u"
× Rua José Carvalho
Continuation to left Unknown route-map component "xvSTRgr"
L.ª MinhoMonção
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Rua Daniel Rodrigues
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Rua dos Serrões
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× EN204 / Av. 9 de Julho
Unknown route-map component "exHST"
59 Barradas
Unknown route-map component "exBHF"
55 Outiz
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Rua Primeiro de Maio
Unknown route-map component "exHST"
55 Cavalões
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
Unknown route-map component "exSKRZ-G4u"
× Av. de São Félix / EN206
Unknown route-map component "exBHF"
51 Gondifelos
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Rua Fonte do Chão
Unknown route-map component "exHST"
51 Balazar
Unknown route-map component "exBHF"
45 Fontainhas
Unknown route-map component "exBHF"
44 São Pedro de Rates
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Rua Águas Férreas
Unknown route-map component "exHST"
39 Laundos
Unknown route-map component "exHST"
39 S. Félix
Unknown route-map component "exHST"
Pisão
Unknown route-map component "exSKRZ-G4u"
× A28 / IC1
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Av. 25 de Abril
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Via General Humberto Delgado
Unknown route-map component "exSKRZ-G2u"
× Rua da Sacra Família
Unknown route-map component "exdCONTr" Unknown route-map component "d"
Viana do Castelo(proj. abandonado)
Unknown route-map component "exvKBHFa-BHF"
30 Póvoa de Varzim
Unknown route-map component "exvSTRe"
Unknown route-map component "exBHF"
27 Vila do Conde
Unknown route-map component "exHST"
25 Azurara
Unknown route-map component "exBHF"
22 Mindelo
Unknown route-map component "exHST"
18 Vila Chã
Unknown route-map component "exBHF"
17 Modivas
Unknown route-map component "exBHF"
13 Pedras Rubras
Unknown route-map component "exHST"
12 Crestins
Unknown route-map component "exKDSTl" Unknown route-map component "exABZlg"
Grupo Oficinal de Guifões
Unknown route-map component "exHST"
8 Custóias
Unknown route-map component "exvSTRg+l" Unknown route-map component "exCONTl"
L.ª Guimarães
Unknown route-map component "exCONTg" Unknown route-map component "exvSTR"
R. MatosinhosMatosinhos
Unknown route-map component "exSTR" Unknown route-map component "exvSTR" Unknown route-map component "exCONTg"
L. Pedreiras→ Pedreiras de S. Gens
Unknown route-map component "exSTRlf"
Unknown route-map component "exvBHFe" + Unknown route-map component "exSTRrg" + Unknown route-map component "exSTRq" + Unknown route-map component "exv-STRl"
Unknown route-map component "exSTRrf"
6 Senhora da Hora
Unknown route-map component "exHST"
6 Circunvalação
Unknown route-map component "exHST"
6 Ramalde
Unknown route-map component "exHST"
6 Francos
Unknown route-map component "exKBHFl" Unknown route-map component "exABZrf"
Porto-Boavista
Unknown route-map component "exHST"
3 Avenida da França
Unknown route-map component "exTUNNEL1"
Túnel da Lapa
Unknown route-map component "exKBHFe"
0 Porto-Trindade

A Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, igualmente conhecida como Linha do Litoral do Minho ou Linha da Póvoa, foi uma via-férrea de via estreita em Portugal, que ligava a cidade do Porto às localidades de Póvoa de Varzim e Famalicão. O primeiro troço, entre as Estações de Porto-Boavista e Senhora da Hora, foi inaugurado em 1 de Outubro de 1875, tendo a linha chegado a Famalicão em 12 de Junho de 1881.[1]

Caracterização

Descrição física

Esta linha ligava a cidade do Porto a Famalicão, passando pela Póvoa de Varzim.[1] A principal interface desta linha era a estação terminal de Porto-Boavista[2], que foi substituída pela Estação de Porto-Trindade em 1932.[1] Na Estação de Senhora da Hora, havia um entroncamento com a Linha de Guimarães.[3] Na Estação de Famalicão, onde era estabelecida a ligação com a Linha do Minho[1], existiam infra-estruturas próprias para servir a Linha da Póvoa.[4]

A bitola original era de 900 mm, mas a via foi completamente convertida, em 1930, para bitola métrica.[2]

Material circulante

A Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão possuía duas locomotivas a vapor, do sistema Fairlie, construídas pela Vulcan Foundry em 1875, que foram as únicas em Portugal com duplos comandos e uma cabine no centro.[5]

Entre 1954 e 1955, começaram a ser utilizadas, nesta linha, as automotoras da Série 9300[6], que seriam substituídas por composições rebocadas pelas locomotivas da Série 9000 na Década de 1990.[7][8] Também circularam, nesta linha, as automotoras da Série 9600.[9]

Em 1982, circulavam, entre as Estações de Porto-Trindade e Póvoa de Varzim, composições rebocadas por locomotivas da Série 9020.[10]

História

Planeamento, construção e inauguração

Em 19 de Junho de 1873, o Barão de Kessler e Temple Ellicot foram autorizados a construir e explorar uma ligação ferroviária, com bitola de 900 milímetros, entre as cidades do Porto e da Póvoa de Varzim, sem quaisquer apoios do estado; um despacho de 30 de Dezembro de 1873 deferiu o trespasse da concessão para a Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa, que foi formada expressamente para aquele fim, tendo uma portaria de 9 de Abril de 1874 validado o processo.[1] As obras decorreram sem grandes problemas, tendo o primeiro troço, entre a Boavista, na cidade do Porto, e a Estação Ferroviária da Póvoa de Varzim sido inaugurado no dia 1 de Outubro de 1875.[1][11] Como previsto, a linha foi construída numa bitola de 900 milímetros, tendo esta sido a primeira linha com via estreita em Portugal.[2]

A Companhia obteve, em 19 de Dezembro de 1876, a autorização para continuar o caminho de ferro até Famalicão, aonde se iria ligar à Linha do Minho; a construção não sofreu quaisquer incidentes, tendo a linha chegado às Fontainhas em 7 de Agosto de 1878, e até Famalicão em 12 de Junho de 1881.[1]

Formação da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal e alteração de bitola

Uma lei de de 20 de Junho de 1912 estabeleceu as condições para autorizar a fusão entre as Companhias do Caminho de Ferro de Guimarães e do Porto à Póvoa e Famalicão; um dos vários pontos referiu-se ao alargamento da bitola na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, para 1 metro.[12] O processo de fusão foi atrasado por vários problemas, incluindo o despontar da Primeira Guerra Mundial, tendo ambas as companhias sido fundidas, em 14 de Janeiro de 1927, na Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal; o novo contrato, assinado em 8 de Agosto do mesmo ano, estabeleceu a alteração da bitola nesta Linha, como tinha sido, anteriormente, acordado.[1] As obras de alargamento da via, terminadas em 1930[2], foram efectuadas de forma célere e eficaz, não se tendo verificado interrupções na circulação ferroviária.[1]

Ligação à Trofa e continuação da Linha da Póvoa até à Trindade

Estação Ferroviária de Porto-Trindade, antes da renovação.

Outra das condições para a fusão entre as duas companhias, conforme ordenado pela lei de 20 de Junho de 1912, era a construção de um ramal, entre as estações de Mindelo, na Linha da Póvoa, e Lousado, na Linha de Guimarães, de forma a unir as duas redes[12]; as empresas pediram, no entanto, que o traçado fosse modificado, de forma a se iniciar no tramo entre as Estações de Senhora da Hora e Pedras Rubras da Linha da Póvoa, e a terminar na Trofa, passando por São Pedro de Avioso, o que foi aceite pelo decreto 12568, de 26 de Outubro de 1926.[13] Esta linha entrou ao serviço em 14 de Março de 1932.[1]

A continuação da Linha até à Trindade, na cidade do Porto, foi autorizada à Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão em 20 de Janeiro de 1913, com uma garantia de juro de 9 %[1], que foi, posteriormente, reduzida para 7,5%, pelo Decreto n.º 12988; este documento também autorizou a Companhia a construir ligações até Braga, Esposende e Barcelos.[14] A abertura à exploração da Estação da Trindade só se efectuou, no entanto, em 30 de Outubro de 1938, devido a vários incidentes, que atrasaram as obras.[1]

Segunda metade do Século XX e encerramento

Estação Ferroviária de Famalicão.
Estação Ferroviária de Gondifelos.

A partir da Década de 1960, esta linha conheceu um aumento inesperado no movimento de passageiros, fruto do crescimento urbano da zona metropolitana do Porto; este acréscimo abrupto na procura revelou-se, no entanto, insustentável para os recursos existentes.[15]

Em 1991, existia um projecto de electrificação para esta linha, razão pela qual as automotoras da Série 9630, que entraram ao serviço nesse ano com vista a reforçar a oferta, vieram desde logo preparadas para a sua adaptação à tracção eléctrica.[8]

Na Década de 1990, foram introduzidos novos horários, que melhoraram consideravelmente a qualidade dos serviços, ao agrupá-los em famílias com destinos, frequências e paragens diferentes; isto resultou numa optimização do material circulante disponível e dos recursos humanos.[16]

A Linha foi encerrada para ser substituída pelo Metro do Porto; em 28 de Abril de 2001, foi encerrado o primeiro troço, entre a Trindade e Senhora da Hora[17], tendo a circulação no troço seguinte, entre a Senhora da Hora a e Póvoa de Varzim, sido oficialmente suspensa na meia-noite do dia 24 de Fevereiro de 2002.[18]

O restante troço, entre a Póvoa de Varzim e Vila Nova de Famalicão, encontra-se a ser convertido numa ciclovia. O percurso entre Gondifelos e Famalicão já se encontra aberto, enquanto que a transformação do troço entre a Póvoa de Varzim e Balasar já se encontrava aprovada em Agosto de 2009.[19]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 136, 137 
  2. a b c d Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 26
  3. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 83
  4. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 26
  5. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 40
  6. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 122
  7. AMARO, Jaime (2005). «Automotoras Allan de Via Estreita - Meio Século de Existência». Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. O Foguete. 4 (13): 8, 10. ISSN 124550 Verifique |issn= (ajuda) 
  8. a b «El Ferrocarril del Tajuña». Maquetren (em espanhol). 5 (42): 15, 18. 1996  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Maquetren" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  9. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 159
  10. «FEVE 1600». Barcelona: Associació d'Amics del Ferrocarril-Barcelona. Carril (em espanhol). 1 (1): 16, 20. 1982 
  11. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 12
  12. a b PORTUGAL. Lei sem número, de 20 de Junho de 1912. Ministério do Fomento - Secretaria Geral. Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 149, Série I, de 27 de Junho de 1912
  13. PORTUGAL. Decreto n.º 12:568, de 26 de Outubro de 1926. Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos. Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 242, Série I, de 29 de Outubro de 1926
  14. PORTUGAL. Decreto n.º 12:988, de 23 de Dezembro de 1926. Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos. Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 4, Série I, de 6 de Janeiro de 1927
  15. Martins et al, 1996:66
  16. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 188
  17. «As Linhas de Porto-Póvoa-Famalicão e Guimarães - resumo histórico». Via Livre. Consultado em 14 de Abril de 2012 
  18. «Fim dos comboios na linha da Póvoa e da Trofa a 24 de Fevereiro». Público. 7 de Fevereiro de 2002. Consultado em 14 de Abril de 2012 
  19. «Antiga linha de comboio vai ser ecopista». Jornal de Notícias. 21 de Agosto de 2009. Consultado em 23 de Outubro de 2009 

Bibliografia

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre a Linha do Porto à Póvoa e Famalicão
  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
  • MARTINS, João Paulo, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel de, LEVY, Maurício, AMORIM, Óscar (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • SILVA, José Ribeiro da, e RIBEIRO, Manuel (2008). Os Comboios em Portugal. do vapor à electricidade. II. Lisboa: Edições Terramar 

Ligações externas