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Linha de Évora

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Linha de Évora
Info/Ferrovia
Informações principais
Área de operação Portugal Portugal
Tempo de operação 1863–Atualidade
Interconexão Ferroviária Linha do Alentejo, em Casa Branca
Sede Évora
Ferrovia(s) antecessora(s)
Ferrovia(s) sucessora(s)

Ramal de Évora do Caminho de Ferro do Sul
Especificações da ferrovia
Extensão 139,5 km
Bitola Bitola Ibérica (1668 mm)
Linha de Évora
Troço da Linha de Évora, perto da antiga estação do Tojal
Troço da Linha de Évora, perto da antiga estação do Tojal
Troço da Linha de Évora, perto da antiga estação do Tojal
Continuation to left Track turning from right
L.ª Leste→ Torre das Vargens
Station on track
Crato
Unknown route-map component "xABZlf" Continuation to right
L.ª LestePortalegre
Unknown route-map component "exLUECKE"
(proj. ab.)
Unknown route-map component "exABZrg" Unknown route-map component "exCONTl"
R. Vila ViçosaVila Viçosa
Scenic interest Unknown route-map component "exvBHFa"
86 Estremoz(museu)
Unknown route-map component "RP2q"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exvBUE"
Unknown route-map component "RP2q"
× IP2
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "exvSTRgr"
R. PortalegrePortalegre
Unknown route-map component "exBUE"
× EN245
Unknown route-map component "exBHF"
79 Ameixial
Unknown route-map component "exRP2u"
× EN4
Unknown route-map component "exBUE"
× EN18
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R.ª Tera
Unknown route-map component "exHST"
68 Évora-monte
Unknown route-map component "exHST"
68 Aranha
Unknown route-map component "exRP2u"
× EN372
Unknown route-map component "exBHF"
59 Vimieiro(ant. Venda do Duque)
Unknown route-map component "exBUE"
Unknown route-map component "exRP2u"
× M1013
Unknown route-map component "exHST"
51 Vale do Pereiro
Unknown route-map component "exBUE"
× M528
Unknown route-map component "exHST"
46 Azaruja
Unknown route-map component "exRP4u"
× E90
Unknown route-map component "exRP2u"
× EN18
Unknown route-map component "exHST"
38 Sousa da Sé
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R. Degebe
Unknown route-map component "exBUE"
× EN18 / IP2
Unknown route-map component "exHST"
32 Garraia
Unknown route-map component "exBUE"
× IP2
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R. Xarrama
Unknown route-map component "exBUE"
× R. Bento Jesus Caraça
Unknown route-map component "exBUE"
× R. Padre Américo
Unknown route-map component "exHST"
29 Comenda
Unknown route-map component "exBUE"
× R. da Saudade
Unknown route-map component "exBUE"
× R. Est. dos Aliados
Unknown route-map component "RP2e"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exBUE"
Unknown route-map component "RP2w"
× R. Timor
Unknown route-map component "exvSTR-STRg+l" Unknown route-map component "exdCONTl"
R. ReguengosReguengos
Unknown route-map component "RP2q"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exvBUE"
Unknown route-map component "dRP2q"
× R. da Somefe
Unknown route-map component "exdCONTr" Unknown route-map component "exvSTRg+r-STR" Unknown route-map component "exvSTR-"
R. MoraMora
Unknown route-map component "dhRP2aq" Unknown route-map component "exvRP2uh" Unknown route-map component "exdRP2uh" Unknown route-map component "dhRP2eq"
× IP2
Unknown route-map component "dRP2q"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exvBUE"
Unknown route-map component "dRP2q" + Unknown route-map component "exdBUE"
Unknown route-map component "dRP2q"
× Est. Almeirim
Unknown route-map component "exBS2c1"
Unknown route-map component "exBS2+lr" + Unknown route-map component "KBHFxa"
Unknown route-map component "exBS2c4"
27 Évora
Unknown route-map component "RP2u"
Non-passenger terminus from left Junction to right
R. Pedreira-Monte
Unknown route-map component "RP2u"
Unknown route-map component "eBHF"
21 Monte das Flores
Unknown route-map component "eBHF"
13 Tojal
Unknown route-map component "RP2u"
× EN380
Small bridge over water
× R.ª Valverde
Small bridge over water
× R.ª S. Brissos
Unknown route-map component "RP1u"
Junction from left Continuation to right
L.ª Alentejo→ Funcheira
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "eABZlg"
R. Nogueirinha
Station on track
0 Casa Branca
Continuation to left Track turning right
L.ª AlentejoBarreiro
Estação de Évora, ao PK 116 da Linha de Évora.
Aspecto da Linha de Évora perto da antiga estação de Tojal.

A Linha de Évora é uma Linha férrea que liga a Linha do Alentejo, em Casa Branca, à cidade de Évora, em Portugal. O troço entre esta estação e Estremoz encontra-se suspenso.

Caracterização

A linha atravessa os concelhos de Montemor-o-Novo, Évora, Arraiolos e Estremoz.

História

Ligação até Évora

Ver artigo principal: Linha do Alentejo

Em 19 de Abril de 1854, foi apresentada uma consulta do Conselho Nacional de Obras Públicas, sobre um projecto do Marquês de Ficalho e de José Maria Eugénio de Almeida, como representantes da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, para construir uma ligação ferroviária entre Aldeia Galega (actual (Montijo) e Vendas Novas; em 24 de Julho do mesmo ano, foi assinado um contrato com o governo para construir e gerir este caminho de ferro, que previa a continuação desta linha até Beja, com ramais para Évora e Setúbal. O primeiro troço, entre o Barreiro e Bombel, foi inaugurado no dia 15 de Junho de 1857[1], com uma bitola de 1,44 metros.[2]

Em Junho de 1859, no entanto, o governo apresentou ao parlamento uma nova proposta de lei, para a construção das ligações ferroviárias até Beja e Évora, a partir de Vendas Novas, mas com bitola ibérica, por ser essa a utilizada em Espanha; este projecto foi corporizado na lei de 8 de Julho de 1859, ao abrigo da qual se abriu o concurso para estas linhas.[2] No entanto, este processo não teve quaisquer concorrentes, pelo que o Estado consignou estas obras a um grupo de empresários ingleses, que formaram, para este objectivo, a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste.[2] Este contrato estipulou que o troço deveria ser construído em via única, mas deveria estar desde logo pronto para receber via dupla, que seria adoptada quando a receita bruta fosse superior a 4.800 réis por quilómetro; a concessão para este troço duraria 99 anos, podendo o governo resgatá-la ao fim de 15 anos.[3] O governo concedeu, ainda, a isenção de impostos alfandegários sobre os materiais de construção durante a duração das obras, e sobre o material circulante até dois anos após as obras; segundo o contrato, a linha entre Vendas Novas e Beja e Évora tinha de estar concluída em 3 anos após o início do contrato, senão o estado tomaria conta da companhia e colocaria os bens em hasta pública.[3] Em 29 de Maio de 1860, foi publicada uma carta de lei, com o contrato para a construção da ligação ferroviária entre Vendas Novas, Beja e Évora, devendo o entroncamento das vias ser efectuado em Santiago do Escoural; o local de entroncamento foi posteriormente alterado para Casa Branca, porque permitia uma ligação mais rápida entre Beja e Vendas Novas.[3] Em 23 de Janeiro de 1861, a Companhia ao Sul do Tejo ligou Bombel a Vendas Novas, aonde a sua congénere já tinha iniciado as obras na direcção de Beja e Évora com bitola ibérica, fazendo com que esta estação ficasse com vias de bitolas diferentes, impedindo o trânsito ferroviário e obrigando os passageiros e carga a transbordos.[2]

A linha até Évora foi aberta em 14 de Setembro de 1863, enquanto que a ligação até Beja entrou ao serviço em 15 de Fevereiro do ano seguinte.[2]

Troço entre Évora e Estremoz

De forma a uniformizar as vias em todo o percurso, o governo nacionalizou a Companhia ao Sul do Tejo, e concessionou as antigas linhas desta empresa à Companhia do Sueste, segundo um contrato provisório de 21 de Abril de 1864; este documento também previa, entre outros projectos, a continuação da Linha de Évora até ao Crato, na Linha do Leste[2], passando por Estremoz, devido ao elevado número de minas nesta região, à falta de vias rodoviárias de boa qualidade, e ao facto desta ligação possibilitar um contacto directo com Espanha e França.[4] O contrato definitivo foi lavrado em 11 de Junho do mesmo ano, tendo-se iniciado as obras no troço entre Évora e Estremoz, para o futuro prolongamento ao Crato.[2]

No entanto, os problemas financeiros da Companhia impediram que esta realizasse os pagamentos devidos ao Estado, pelo que, em 1869, este tomou conta das linhas, embora a exploração das mesmas tenha continuado a ser feito pela Companhia; foi neste regime que foi aberto o troço até Estremoz, em 22 de Dezembro de 1873.[2][5]

Inauguração e expansão até Vila Viçosa

Ver artigo principal: Ramal de Vila Viçosa

Em 6 de Outubro de 1898, foi projectada a continuação da Linha de Évora até à Linha do Leste, tendo o local de entroncamento sido alterado do Crato para Elvas, através de Vila Viçosa[6]; no entanto, apenas se construiu o troço até esta localidade, que foi aberto ao serviço em 2 de Agosto de 1905.[7]

Em 1903, além de um elevado número de composições de mercadorias, circulavam, nesta linha, 4 serviços mistos, a velocidades de 28 e 29 km/h.[8]

Suspensão da circulação no troço Évora-Estremoz

A circulação de comboios de passageiros entre as estações de Évora e Estremoz foi suspensa no início de 1988, tendo-se mantido o tráfego de mercadorias, nomeadamente cimento. Este tráfego deixou entretanto de existir e a REFER deu o troço como encerrado em 2011.

Suspensão da circulação do troço Casa Branca-Évora

A circulação ferroviária foi, a 14 de Junho de 2010, encerrada na Linha de Évora, de forma a se proceder a obras de renovação, tendo sido prevista a disponibilização de transportes alternativos[9]. Estas obras de renovação contemplaram a electrificação e renovação das vias, construção de passagens desniveladas e beneficiação de estações, tendo sido levadas a cabo nos troços entre Bombel, Vidigal, Casa Branca e Évora, totalizando aproximadamente 60 quilómetros; o valor deste investimento supera os 48 milhões de euros.[9] Este troço foi reaberto a 24 de Julho de 2011.

Referências

  1. Santos, 1995:109
  2. a b c d e f g h TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683): 75, 77. Consultado em 7 de Maio de 2012 
  3. a b c Santos, 1995:110-111
  4. Santos, 1995:119-120
  5. BLÁZQUEZ, José Luís Torres (1992). «El Museo de Ferrocarril de Estremoz». Madrid: Resistor, S. A. Maquetren (em espanhol). 2 (8). 13 páginas 
  6. «A rêde ferro-viaria ao Sul do Tejo». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (359). 1 de Dezembro de 1902. pp. 355, 370 
  7. «Cronologia: 1900/1925 - 1º Quartel Séc. XX com a I Guerra Mundial pelo meio». Comboios de Portugal. Consultado em 10 de Novembro de 2010 
  8. SOUSA, José Fernando de (1 de Abril de 1903). «As Novas Locomotivas das Linhas do Sul e Sueste». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (367): 99, 102 
  9. a b «Linha do Alentejo/Linha de Évora». Rede Ferroviária Nacional. Consultado em 29 de Agosto de 2010 
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  • SANTOS, Luís Filipe Rosa (1995). Os Acessos a Faro e aos Concelhos Limítrofes na Segunda Metade do Séc. XIX. Faro: Câmara Municipal. 213 páginas