Linha de Vendas Novas
Linha de Vendas Novas | |
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Estação de Agolada | |
Informações principais | |
Área de operação | Portugal |
Tempo de operação | 1904–Actualidade |
Interconexão Ferroviária | L.ª Alentejo em V. Novas L.ª do Norte em Setil |
Especificações da ferrovia | |
Extensão | 69,6 km |
Bitola | 1668 mm (Bitola Ibérica) |
Linha de Vendas Novas | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A Linha de Vendas Novas é um troço ferroviário que liga as estações de Setil (Linha do Norte) e Vendas Novas (Linha do Alentejo), em Portugal.
Caracterização
Com uma extensão total de 69,6 km, a Linha encontra-se em funcionamento, contendo tráfego de passageiros (somente entre Setil e Coruche) e mercadorias. Ao quilómetro 36,6, o Ramal da Quinta Grande dá acesso a uma unidade industrial da Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial, S. A..
História
Antecedentes
Desde 1864 que se planeava a construção de uma ligação ferroviária, que unisse as Linhas do Sul e Leste.[1] Por outro lado, um caminho de ferro iria reduzir o isolamento da região, que detinha uma elevada importância devido à sua produção agrícola; no entanto, devido ao elevado número de linhas de água a atravessar, era necessária a construção de muitos aterros e pontes, o que complicou a sua execução.[2] Entre 1883 e 1886, foram feitas várias petições, que sugeriam que este caminho de ferro deveria ser feito entre Estremoz, Sousel e Portalegre, ou por Vendas Novas, Coruche e Santarém.[1] Uma experiência foi levada a cabo, entre 1886 e 1887, neste último traçado, utilizando um leito de via próprio, mas não teve qualquer resultado.[1]
Formação da Companhia dos Caminhos de Ferro Meridionais
A empreitada para a construção deste caminho de ferro foi atribuída por um alvará, publicado em 22 de Setembro de 1887, tendo o concessionário formado oficialmente a Companhia dos Caminhos de Ferro Meridionais num alvará de 13 de Dezembro de 1888; este documento incluía, no entanto, uma cláusula que previa a futura transição da linha para a gestão da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[1] O direito para a construção e exploração deste projecto foi passado para a Companhia, cujos estatutos foram aprovados no dia 30 de Novembro de 1894.[1] Foram feitas várias tentativas para construir este caminho de ferro, aprovadas entre 1888 e 1890, utilizando, em certos troços, o método americano, ou seja, via férrea sobre estrada; no entanto, as experiências não deram resultado, tendo, entre 1889 e 1892, a empresa tentado passar os direitos de construção e exploração deste projecto para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[1] Em 1899, esta Linha foi inserida no Plano da Rede ao Sul do Tejo[3], e o trespasse foi aprovado pelo governo em 11 de Maio de 1900, tendo o contrato entre as duas entidades sido assinado no dia 3 de Maio de 1903.[1]
Construção
Em 1902, recomeçaram-se as obras de construção, tendo sido instalados, na Estação de Setil, novos sinais para servir a Linha, e iniciou-se a construção da Ponte de D. Amélia. Nesta altura, esperava-se que as obras estariam terminadas em meados de 1906[4], apesar da falta de material circulante disponível, o que atrasou o transporte de ferramentas e materiais.[5]
Em Agosto de 1902, a construção da Linha decorria a bom ritmo, tendo já sido instaladas as fundações da ponte sobre a Vala de Muge, o cruzamento com a «Linha do Leste», em Setil (posteriormente renomeada Linha do Norte neste troço), e os respectivos equipamentos e sinalização, e a via quase toda colocada até Muge. Esperava-se que a construção entre esta estação e Vendas Novas fosse mais fácil, podendo-se aproveitar diversas secções de via e outros trabalhos abandonados na primeira tentativa.[6] Ainda nesse mês, foi decretada a expropriação de dois terrenos, para a construção de uma variante nesta linha[7], e a Companhia Real reforçou o seu orçamento, para a compra de material circulante para as obras de construção nesta Linha.[8] Nos inícios de Outubro, o encontro da ponte sobre o Rio Tejo encontrava-se quase concluído[9], e, no mês seguinte, a via para as composições de serviço já se encontrava assente entre o Setil e Porto de Muge, e entre a Fajarda e Montalvo[10].
Um projecto para a realização de obras de expansão na Estação de Vendas Novas, de forma a acomodar o tráfego acrescido, foi apresentado em 12 de Janeiro de 1903, tendo sido aprovado em 24 de Abril do mesmo ano.[11] Em Julho, o conselho de administração da Companhia decidiu, devido ao facto do projecto da Linha de Vendas Novas estar adiantado ao relação ao previsto, que o material circulante a utilizar nesta Linha fosse comprado com antecipação; também se decidiu pedir ao governo autorização para construir uma só estação de grandes dimensões no Setil, ao contrário do procedimento habitual, que era construir duas estações, uma em cada variante de uma bifurcação.[12] No mês seguinte, a via implantada já tinha chegado a Coruche e a Lavre, e encontravam-se em construção as estações de Muge, Setil, Marinhaes (Marinhais), Agullade (Agulada), Coruche, Canha e Vidigal, prevendo-se que a Linha estaria concluída em Dezembro desse ano.[13] Em Outubro, o telégrafo já se encontrava instalado em toda a Linha[14], e, em Novembro, a via já estava assente entre Vendas Novas e a Ponte D. Amélia; esta encontrava-se quase concluída.[15] No mês seguinte, já tinham sido inspeccionadas várias pontes, tendo sido declaradas aptas para a circulação, e ainda decorria a inspecção nas vias. Esperava-se que a inauguração oficial fosse feita no dia 30 desse mês, com a abertura à exploração marcada para 1 de Janeiro de 1904[16]; no entanto, esta apenas se deu a 15 de Janeiro de 1904.[17]
Transição para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses
Após a inauguração, a Linha passou a ser explorada pela Companhia dos Caminhos de Ferro Meridionais; em 10 de Maio de 1928, foi aprovada a minuta do contrato para a transição da exploração para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, como estava previsto no alvará de 13 de Dezembro de 1888.[1] Em 21 de Junho de 1928, a Companhia Real foi autorizada a emitir várias obrigações, como tinha sido estipulado pelo contrato assinado nesse ano, e, em 27 de Junho, foi elaborada a escritura definitiva para o trespasse da concessão, que foi aprovada pelo governo no dia 30 de Junho.[1] Naquela altura, existia um projecto para continuar a linha, até à localidade de Alcácer do Sal.[1]
Linha de Coruche
Nos finais de 1902, foi requerida a concessão para a construção de um caminho de ferro entre Coruche e Avis, passando por Couço, Monte do Engal, Mora e Cabeção[18], em bitola métrica, projecto nunca concretizado; em 1908 Mora era ligada à rede ferroviária por uma linha ortogonal a este traçado (mais tarde denominada Ramal de Mora), originalmente prevista para ligar Évora (na Linha de Évora) a Ponte de Sôr (na Linha do Leste).
Reactivação dos serviços de passageiros
Os serviços de passageiros, encerrados em Janeiro de 2005, foram restaurados parcialmente em Setembro de 2009, no troço entre Setil e Coruche.[19] Este serviços foram totalmente suspensos, devido à reduzida procura, no dia 1 de Outubro de 2011.[20]
Ver também
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). 63 páginas
- ↑ «Construcção da Linha de Vendas Novas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (351): 225, 226. 1 de Agosto de 1902
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (369). 145 páginas. 1 de Maio de 1903
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (350). 218 páginas. 16 de Julho de 1902
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (351). 234 páginas. 1 de Agosto de 1902
- ↑ SIMÕES, Oliveira (16 de Agosto de 1902). «Excursão de Engenharia». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (352): 241, 243
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (352). 250 páginas. 16 de Agosto de 1902
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (353). 266 páginas Parâmetro desconhecido
|Data=
ignorado (|data=
) sugerido (ajuda) - ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (356). 315 páginas. 16 de Outubro de 1902
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (358). 347 páginas. 16 de Novembro de 1902
- ↑ «Parte Official». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (370). 161 páginas. 16 de Maio de 1903
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (374). 244 páginas. 16 de Julho de 1903
- ↑ «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (375). 260 páginas. 1 de Agosto de 1903
- ↑ «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (379). 337 páginas. 1 de Outubro de 1903
- ↑ «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (381). 368 páginas. 1 de Novembro de 1903
- ↑ «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (384). 416 páginas. 16 de Novembro de 1903
- ↑ «Companhia Real». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 17 (426). 283 páginas. 16 de Setembro de 1905
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (361). 10 páginas. 1 de Janeiro de 1903
- ↑ CIPRIANO, Carlos (7 de Setembro de 2009). «Serviço da CP para Coruche é hoje reactivado». Público. Consultado em 20 de Abril de 2011
- ↑ «A partir de 01 de Outubro - Supressão do serviço ferroviário entre Setil e Coruche». Comboios de Portugal. 1 de Setembro de 2011. Consultado em 2 de Dezembro de 2011
Ligações externas