Musicoterapia

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Musicoterapia é a utilização da música através de seus elementos constituintes (ritmo, melodia e harmonia) por um(a) musicoterapeuta qualificado em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, com o fim de atender às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas do paciente. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor qualidade de vida através da prevenção, reabilitação ou tratamento de doenças.[1]

Indicações

Os musicoterapeutas trabalham com uma grande quantidade de pacientes. Entre estes, estão incluídas pessoas com dificuldades motoras, autistas, pacientes com deficiência mental, paralisia cerebral, dificuldades emocionais, pacientes psiquiátricos, gestantes e idosos. O trabalho musicoterápico pode ser desenvolvido dentro de equipas de saúde multidisciplinares, em conjunto com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e educadores que ajuda no tratamento na musicoterapia. Também pode ser um processo autônomo realizado em consultório. Recentemente, uma das maiores aplicações de sucesso reconhecido da musicoterapia tem sido o tratamento da dor crônica e estresse pós-traumático.

História

O uso da música como método terapêutico vem desde o início da história humana. Alguns dos primeiros registros a esse respeito podem ser encontrados na obra de filósofos gregos pré-socráticos. A sistematização dos métodos utilizados só começou, no entanto, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com pesquisas realizadas nos Estados Unidos. O primeiro curso universitário de musicoterapia foi criado em 1944 na Michigan State University.

Processo

O processo da musicoterapia pode se desenvolver de acordo com vários métodos. Alguns são receptivos, quando o musicoterapeuta toca música para o paciente. Este tipo de sessão normalmente se limita a pacientes com grandes dificuldades motoras ou em apenas uma parte do tratamento, com objetivos específicos. Na maior parte dos casos a musicoterapia é ativa, ou seja, o próprio paciente toca os instrumentos musicais, canta, dança ou realiza outras atividades junto com o terapeuta. A forma como o musicoterapeuta interage com os pacientes depende dos objetivos do trabalho e dos métodos que ele utiliza. Em alguns casos, as sessões são gravadas e o terapeuta realiza improvisações ou composições sobre os temas apresentados pelo paciente.

Alguns musicoterapeutas procuram interpretar musicalmente a música produzida durante a sessão. Outros preferem métodos que utilizem apenas a improvisação sem a necessidade de interpretação. Os objetivos da produção durante uma sessão de musicoterapia são não-musicais, por isso não é necessário que o paciente possua nenhum treinamento musical para que possa participar deste tratamento. O musicoterapeuta, por outro lado, devido às habilidades necessárias à condução do processo terapêutico, precisa ter proficiência em diversos instrumentos musicais. Os mais usados são o violão, o piano (ou outros instrumentos com teclado) e instrumentos de percussão.

Musicoterapeuta

Ver artigo principal: Musicoterapeuta

O profissional responsável por conduzir o processo musicoterápico é chamado musicoterapeuta. A formação desse profissional é feita em cursos de graduação em musicoterapia ou como especialização para profissionais da área de música ou saúde (músicos, professores de música, médicos ou psicólogos). Em alguns países, a musicoterapia também pode ser parte de uma formação em arteterapia, que envolve, além da música, técnicas de artes plásticas e dança.

A formação do musicoterapeuta inclui teoria musical, canto, percussão, prática em ao menos um instrumento harmônico (piano ou violão) e instrumentos melódicos (principalmente flauta doce).

Também faz parte, da formação do musicoterapeuta, o conhecimento de métodos de educação musical (como o Método Orff ou o Método Kodály), noções de expressão artística, expressão corporal, dança, técnicas grupais, assim como psicologia, filosofia, anatomia e fisiologia humana e neurologia.

O dia do musicoterapeuta é comemorado no Brasil em 15 de setembro.

Estilos musicais

A intervenção terapêutica pode vir associada a outras técnicas como relaxamento progressivo, treinamento autógeno, reiki, ioga ou acupuntura. Apesar de haver um subentendido consenso sobre os benefícios da música clássica ou a música psicodélica eletrônica de sons contínuos ou no caso de acupuntura e ioga indiana associada à meditação assim como a música da China, é correto saber que o efeito da música sobre o paciente depende de sua história de convívio com os diversos estilos musicais por um processo de condicionamento estético e/ou vivência por ventura associadas.

Por outro lado, os musicoterapeutas, na sua formação, estudam os efeitos dos ritmos repetidos, a associação de ritmos ao transe e êxtase místico e/ou o seu efeito sobre as emoções humanas, conhecimento este relativamente bem conhecido por exemplo por produtores da música de filmes (música de suspense, ação, sensualidade etc.) e peças teatrais, incluindo a ópera.

Fones de ouvido podem ser utilizados na musicoterapia

Ver também

Predefinição:Portal-Música Clássica

  • Rolando Benenzon, Manual de musicoterapia, Paidós Ibérica, Barcelona, 1985.
  • Marcello Sorce Keller, "Some Ethnomusicological Considerations about Magic and the Therapeutic Uses of Music", International Journal of Music Education, 8/2(1986), 13- 16.
  • Léon Bence y Max Méreaux, Guía muy práctica de musicoterapia, Editorial Gedisa, Barcelona, 1988.
  • Leão, Eliseth R.; Silva, Maria J.P. Música e dor crônica músculoesquelética: o potencial evocativo de imagens mentais. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.12 no.2 Ribeirão Preto Mar./Apr. 2004 disponível em pdf
  • Hilliard, Russell E. Music Therapy in Hospice and Palliative Care: a Review of the Empirical Data eCAM 2005;2(2)173–178 (em inglês)

Ligações externas

  1. World Federation of Music Therapy