Guerra Civil Iugoslava: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig| este=os conflitos militares resultantes da dissolução da Iugoslávia| relato dos eventos que implicaram na destruição do Estado iugoslavo|dissolução da Iugoslávia}}{{Info/Conflito militar|nome=Guerra Civil Iugoslava|imagem=Collage Yugoslav wars.jpg|legenda='''No sentido horário a partir do canto superior esquerdo:'''<br/>Oficiais da [[Força de Polícia Nacional Eslovena]] capturaram soldados do [[Exército Popular Iugoslavo]] de volta à sua unidade durante a [[Guerra dos Dez Dias|Guerra da Independência da Eslovênia]]; um [[M-84]] destruído durante a [[Batalha de Vukovar]]; instalações de mísseis antitanque do Exército Popular Iugoslavo controlado pela [[República Federal da Sérvia (1990-2006)|Sérvia]] durante o [[cerco de Dubrovnik]]; novo enterro das vítimas do [[massacre de Srebrenica | Massacre de Srebrenica de 1995]] em 2010; um veículo blindado da [[Força de Proteção das Nações Unidas]] durante o [[cerco de Sarajevo]].|data=[[31 de março]] de [[1991]]–[[12 de novembro]] de [[2001]]
{{Ver desambig| este=os conflitos militares resultantes da dissolução da Iugoslávia| relato dos eventos que implicaram na destruição do Estado iugoslavo|dissolução da Iugoslávia}}
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{{Mais notas|data=junho de 2020}}
'''[[Guerra dos Dez Dias|Guerra da Independência da Eslovênia]]:'''<br>[[27 de junho]]–[[7 de julho]] de [[1991]]<br />'''[[Guerra de Independência da Croácia]]:'''<br>[[31 de março]] de [[1991]]–[[12 de novembro]] de [[1995]]{{refn|Não houve declaração formal de guerra. O primeiro confronto armado da guerra foi o [[Confronto de Pakrac]] em 1 de março de 1991,<ref name="NYTimes-Pakrac-3Mar1991">{{cite news|newspaper=The New York Times|url=https://www.nytimes.com/1991/03/03/world/belgrade-sends-troops-to-croatia-town.html?ref=croatia|author=Stephen Engelberg|title=Belgrade Sends Troops to Croatia Town|date=3 March 1991|access-date=11 December 2010|archive-date=18 May 2013|archive-url=https://web.archive.org/web/20130518185319/http://www.nytimes.com/1991/03/03/world/belgrade-sends-troops-to-croatia-town.html?ref=croatia|url-status=live}}</ref> seguido pelo [[Incidente nos Lagos Plitvice]] em 31 de março de 1991, quando ocorreram as primeiras mortes.<ref name="NYTimes-Plitvice-31Mar1991">{{cite news|newspaper=The New York Times|url=https://www.nytimes.com/1991/04/01/world/deadly-clash-in-a-yugoslav-republic.html?ref=croatia|title=Deadly Clash in a Yugoslav Republic|author=Chuck Sudetic|author-link=Chuck Sudetic|date=1 April 1991|access-date=11 December 2010|archive-date=18 May 2013|archive-url=https://web.archive.org/web/20130518202811/http://www.nytimes.com/1991/04/01/world/deadly-clash-in-a-yugoslav-republic.html?ref=croatia|url-status=live}}</ref> A última grande operação de combate foi a [[Operação Tempestade]], de 5 a 8 de agosto de 1995.<ref name="LATimes-Storm-Complete">{{cite news|newspaper=Los Angeles Times|url=https://articles.latimes.com/1995-08-08/news/mn-32662_1_serb-refugees|title=Croats Declare Victory, End Blitz|author=Dean E. Murphy|date=8 August 1995|access-date=18 December 2010|archive-date=12 October 2012|archive-url=https://web.archive.org/web/20121012140454/http://articles.latimes.com/1995-08-08/news/mn-32662_1_serb-refugees|url-status=live}}</ref> Formalmente, as hostilidades cessaram quando o [[Convénio de Erdut]] foi assinado em 12 de Novembro de 1995.<ref name="NYTimes-ErdutAgr-12Nov95">{{cite news|newspaper=The New York Times|url=https://www.nytimes.com/1995/11/13/world/serbs-in-croatia-resolve-key-issue-by-giving-up-land.html?ref=croatia|title=Serbs in Croatia Resolve Key Issue by Giving up Land|author=Chris Hedges|author-link=Chris Hedges|date=12 November 1995|access-date=18 December 2010|archive-date=18 May 2013|archive-url=https://web.archive.org/web/20130518200823/http://www.nytimes.com/1995/11/13/world/serbs-in-croatia-resolve-key-issue-by-giving-up-land.html?ref=croatia|url-status=live}}</ref>|group="A"}}<br>'''[[Guerra da Bósnia]]:'''<br>[[6 de abril]] de [[1992]]–[[14 de dezembro]] de [[1995]]<br />'''[[Insurgência no Kosovo (1995–1998)|Insurgência no Kosovo]]:'''<br>[[27 de maio]] de [[1995]]–[[27 de fevereiro]] de [[1998]]<br />'''[[Guerra do Kosovo]]:'''<br>[[28 de fevereiro]] de [[1998]]–[[11 de junho]] de [[1999]]<br />'''[[Conflito no sul da Sérvia|Insurgência no Vale do Preševo]]:'''<br>[[12 de junho]] de [[1999]]–[[1 de junho]] de [[2001]]<ref name="Mine kills Serb police">{{cite news |url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/971343.stm |work = [[BBC News]] |title = Mine kills Serb police |date = 14 October 2000 |url-status = live |archive-url = https://web.archive.org/web/20140810015542/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/971343.stm |archive-date = 10 August 2014 }}</ref><br />'''[[Conflito na Macedônia de 2001|Insurgência na Macedônia]]:'''<br>[[22 de janeiro]]– [[12 de novembro]] de [[2001]]|local=[[Sérvia]], [[Croácia]], [[Bósnia e Herzegovina]], [[Eslovênia]], [[Montenegro]], [[Kosovo]], e [[República da Macedônia]]|resultado=[[Dissolução da Iugoslávia]] e a formação de [[História da Jugoslávia#Novos países|estados sucessores]] independentes|baixas_extra={{center|'''Total de mortes:''' {{circa}} 130,000–140,000+<ref name="ictj">{{cite news |title = Transitional Justice in the Former Yugoslavia |url = http://ictj.org/publication/transitional-justice-former-yugoslavia |publisher = [[International Center for Transitional Justice]] |date = 1 January 2009 |access-date = 8 September 2009 |archive-date = 26 January 2021 |archive-url = https://web.archive.org/web/20210126214707/https://www.ictj.org/publication/transitional-justice-former-yugoslavia |url-status = live }}</ref><ref name="HLC">{{cite web |title = About us |url = http://www.hlc-rdc.org/stranice/Linkovi-modula/About-us.en.html |publisher=Humanitarian Law Center |access-date=17 November 2010 |archive-url = https://web.archive.org/web/20110522141442/http://www.hlc-rdc.org/stranice/Linkovi-modula/About-us.en.html |archive-date=22 May 2011 }}</ref> }}{{center|'''Deslocados''': {{circa}} 4,000,000+<ref name="ICTJ">{{cite web |url = http://ictj.org/publication/transitional-justice-former-yugoslavia |title = Transitional Justice in the Former Yugoslavia |website = ICJT.org |publisher = [[International Center for Transitional Justice]] |date = 1 January 2009 |access-date = 21 June 2011 |archive-date = 26 January 2021 |archive-url = https://web.archive.org/web/20210126214707/https://www.ictj.org/publication/transitional-justice-former-yugoslavia |url-status = live }}</ref>}}}}
{{Info/Guerra
A '''Guerra Civil Iugoslava''' ou '''Guerras Iugoslavas''' foram uma série de [[Conflito étnico|conflitos étnicos]] separados, mas relacionados <ref name="Judah-BBC-2011">{{Citar web|ultimo=Judah|primeiro=Tim|autorlink=Tim Judah|url=https://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/yugoslavia_01.shtml|titulo=Yugoslavia: 1918–2003|data=17 Fev 2011|acessodata=1 Abr 2012|publicado=BBC|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190531122337/http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/yugoslavia_01.shtml|arquivodata=31 Maio 2019|urlmorta=live}}</ref> <ref>[[Yugoslav Wars#Finlan|Finlan (2004)]], p.&nbsp; 8.</ref> <ref name="Naimark-Case-2003">[[Yugoslav Wars#Naimark|Naimark (2003)]], p. xvii.</ref>, [[Independência|guerras de independência]] e [[Insurgência|insurgências]] que ocorreram na [[República Socialista Federativa da Iugoslávia]] de 1991 a 2001. {{Refn|Alguns historiadores apenas restringem os conflitos à [[Eslovênia]], [[Croácia]], [[Bósnia e Herzegovina]] e [[Kosovo]] na década de 1990.{{sfnp|Shaw|2013|p=132}} Outros também incluem a [[Conflito no sul da Sérvia|Insurgência do Vale de Preševo]] e [[Insurgência de 2001 na República da Macedônia|Insurgência da Macedônia de 2001]].|grupo="A"}} Os conflitos levaram e resultaram da [[Dissolução da Iugoslávia|divisão da Iugoslávia]], que começou em meados de 1991, em seis países independentes, correspondentes às seis entidades conhecidas como repúblicas que anteriormente constituíam a Iugoslávia: [[Eslovénia|Eslovênia]], [[Croácia]], [[Bósnia e Herzegovina]], [[Montenegro]], [[Sérvia]] e [[Macedónia do Norte|Macedônia]] ([[Disputa sobre o nome da Macedônia|agora chamada de Macedônia do Norte]]). As repúblicas constituintes da [[Jugoslávia|Iugoslávia]] declararam independência devido a tensões não resolvidas entre as minorias étnicas nos novos países, que alimentaram as guerras. Embora a maioria dos conflitos tenha terminado através de acordos de paz que envolveram o pleno reconhecimento internacional de novos Estados, resultaram num número enorme de mortes, bem como em graves danos económicos para a região.
| nome = Guerras Iugoslavas
| imagem = [[Ficheiro:Collage Yugoslav wars.jpg|300px]]
| legenda = Da esquerda para direita, sentido horário: soldados e policiais eslovenos transportando prisioneiros do [[Exército Popular Iugoslavo|JNA]]; um tanque [[M-84]] iugoslavo danificado durante a [[batalha de Vukovar]]; armamentos antitanque durante o [[cerco de Dubrovnik]]; covas das vítimas do [[massacre de Srebrenica]] de 1995; um veículo blindado da ONU em [[Sarajevo]] durante o [[Cerco de Sarajevo|cerco]] da cidade.
| data_início = [[31 de março]] de [[1991]]
| data_fim = [[12 de novembro]] de [[2001]]<br />(10 anos, 7 meses, 1 semana e 5 dias)
| local = [[Iugoslávia]] ([[Eslovênia]], [[Croácia]], [[Bósnia e Herzegovina]], [[Sérvia]], [[Macedônia do Norte|Macedônia]], [[Kosovo]])
| resultado = [[Desintegração da Iugoslávia|Desintegração]] da [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|RSF da Iugoslávia]] e formação dos [[Jugoslávia#Países sucessores|Estados sucessores]]
| notas = <center>'''Total de mortos:''' [[Circa|c.]] 130 000 – 140 000<ref name="ICTJ">{{citar jornal|título=Transitional Justice in the Former Yugoslavia|url= http://ictj.org/publication/transitional-justice-former-yugoslavia|publicado=International Center for Transitional Justice|data=1 de janeiro de 2009|acessodata=8 de setembro de 2009}}</ref><ref>{{citar web|título=About us|url=http://www.hlc-rdc.org/stranice/Linkovi-modula/About-us.en.html|publicado=Humanitarian Law Center|acessodata=17 de novembro de 2010|arquivourl= https://web.archive.org/web/20110522141442/http://www.hlc-rdc.org/stranice/Linkovi-modula/About-us.en.html|arquivodata=22 de maio de 2011}}</ref></center><center>'''Deslocados internamente''': c. 4 000 000<ref name="ICTJ" /></center>
}}
A '''Guerra Civil''' {{PBPE|Iugoslava|Jugoslava}} foi uma série de violentos [[Guerra|conflitos bélicos]] ocorridos no território da antiga [[República Socialista Federativa da Iugoslávia]], que ocorreram entre [[1991]] e [[2001]]. Para a maior parte, o conflito foi motivado pela ideia de serem realizadas diversas [[Limpeza étnica|limpezas étnicas]] em áreas majoritariamente povoadas por sérvios, dentro da [[Iugoslávia]], e uma eventual união destas áreas com a [[Sérvia]] propriamente dita, criando assim um Estado povoado por uma esmagadora maioria de etnia sérvia. A ideia de uma "[[Grande Sérvia]]" foi a motivação e a meta principal para muitos dos combatentes sérvios e voluntários envolvidos no conflito. Dezenas de milhares de não sérvios foram mortos (mais de cem mil pessoas morreram no conflito) e centenas de milhares tiveram de fugir de suas casas, numa guerra que deixou um rastro de extrema violência. Os croatas e bósnios, em particular, alegaram que o estabelecimento de um Estado foi resultado da ambição dos dirigentes sérvios, e incluiu esta reivindicação nas respectivas campanhas de guerra.


Durante os estágios iniciais da dissolução da Iugoslávia, o [[Exército Popular Iugoslavo]] (JNA) procurou preservar a unidade da nação iugoslava, esmagando todos os governos republicanos. No entanto, ficou cada vez mais sob a influência de [[Slobodan Milošević]], cujo governo invocou o [[nacionalismo sérvio]] como um substituto ideológico para o enfraquecido [[Estado comunista|sistema comunista]]. Como resultado, o JNA começou a perder [[eslovenos]], [[croatas]], [[Albaneses do Kosovo|albaneses kosovares]], [[Bosníacos|bósnios]] e [[Eslavos-macedônios|macedônios]], e tornou-se efetivamente uma força de combate composta apenas por [[sérvios]] e [[montenegrinos]]. <ref>{{Citation|first1=Judith|last=Armatta|title=Twilight of Impunity: The War Crimes Trial of Slobodan Milosević|publisher=Duke University Press|year=2010|page=121}}</ref> De acordo com um relatório de 1994 da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), o lado sérvio não pretendia restaurar a Iugoslávia; em vez disso, pretendia criar uma “[[Grande Sérvia]]” a partir de partes da [[Croácia]] e da [[Bósnia (região)|Bósnia]]. <ref>[[Guerras Iugoslavas#Bassiouni|Anexo IV – II.]]</ref> Outros movimentos irredentistas também foram associados às Guerras Iugoslavas, como a "[[Grande Albânia]]" (do [[Kosovo]], ideia abandonada após a diplomacia internacional) <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YS15BgAAQBAJ&pg=PP1|título=State-building in Kosovo. A plural policing perspective|ultimo=Janssens|primeiro=Jelle|data=5 Fev 2015|editora=Maklu|isbn=978-90-466-0749-7|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124118/https://books.google.com/books?id=YS15BgAAQBAJ&pg=PP1|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rgGA91skoP4C&q=greater%20albania%20kla&pg=PA249|título=Dictionary of Genocide|ultimo=Totten|primeiro=Samuel|ultimo2=Bartrop|primeiro2=Paul R.|data=2008|editora=[[Greenwood Publishing Group]]|isbn=978-0-313-32967-8|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124119/https://books.google.com/books?id=rgGA91skoP4C&q=greater%20albania%20kla&pg=PA249|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar web|ultimo=Sullivan|primeiro=Colleen|url=http://www.britannica.com/topic/Kosovo-Liberation-Army|titulo=Kosovo Liberation Army (KLA)|data=14 Set 2014|acessodata=8 Fev 2023|publicado=[[Encyclopædia Britannica]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150906171517/http://www.britannica.com/topic/Kosovo-Liberation-Army|arquivodata=6 Set 2015|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar revista|sobrenome=Karon|primeiro=Tony|data=|título=Albanian Insurgents Keep NATO Forces Busy|url=http://content.time.com/time/world/article/0,8599,101938,00.html|urlmorta=live|revista=[[Time (magazine)|TIME]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161226173544/http://content.time.com/time/world/article/0,8599,101938,00.html|arquivodata=26 Dez 2016|acessodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=X5sa90AEvi0C&q=greater%20albania%20kla&pg=PR7|título=Liberating Kosovo: Coercive Diplomacy and U.S. Intervention|ultimo=Phillips|primeiro=David L.|data=2012|editora=The MIT Press|isbn=978-0-262-30512-9|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124122/https://books.google.com/books?id=X5sa90AEvi0C&q=greater%20albania%20kla&pg=PR7|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> e a "[[Grande Croácia]]" (de partes da [[Herzegovina]], abandonadas em 1994 com o [[Acordo de Washington]]). <ref>{{Citar web|ultimo=Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia|autorlink=Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|url=http://www.icty.org/x/cases/prlic/tjug/en/130529-6.pdf|titulo=Prlic et al. judgement vol.6 2013|data=29 Maio 2013|acessodata=8 Fev 2023|publicado=United Nations|pagina=383|arquivourl=https://web.archive.org/web/20181004115611/http://www.icty.org/x/cases/prlic/tjug/en/130529-6.pdf|arquivodata=4 Out 2018|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=yPwlqnIBLQkC|título=The Serbian Project and Its Adversaries: A Strategy of War Crimes|ultimo=Gow|primeiro=James|data=2003|editora=C. Hurst & Co|isbn=978-1-85065-499-5|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124135/https://books.google.com/books?id=yPwlqnIBLQkC|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=vrV9CAAAQBAJ|título=Prospects and Risks Beyond EU Enlargement: Southeastern Europe: Weak States and Strong International Support|data=11 Nov 2013|editora=Springer Science & Business Media|editor-sobrenome=van Meurs|editor-nome=Wim|isbn=978-3-663-11183-2|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124138/https://books.google.com/books?id=vrV9CAAAQBAJ|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9L6ZayN27PAC|título=Yugoslavia Unraveled: Sovereignty, Self-Determination, Intervention|data=2003|editora=Lexington Books|editor-sobrenome=Thomas|editor-nome=Raju G. C.|isbn=978-0-7391-0757-7|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124139/https://books.google.com/books?id=9L6ZayN27PAC|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=BJWpgXVqi-4C|título=Sarajevo Essays: Politics, Ideology, and Tradition|ultimo=Mahmutćehajić|primeiro=Rusmir|data=1 Fev 2012|editora=State University of New York Press|isbn=978-0-7914-8730-3|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124208/https://books.google.com/books?id=BJWpgXVqi-4C|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref>
A guerra civil terminou com grande parte da antiga Iugoslávia reduzida à pobreza, enormes perturbações econômicas e uma instabilidade constante nas áreas onde ocorreram os piores combates. A guerra e seus conflitos subsequentes foram alguns dos conflitos mais sangrentos em solo europeu desde o final da [[Segunda Guerra Mundial]]. Estes eventos se tornaram extremamente conhecidos pelo grande número de crimes de guerra que envolveram, inclusive, um grande número de genocídios.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.co.uk/books?id=wN4A0FMweQoC&dq=ethnic+cleansing+in+balkans&printsec=frontcover&source=bl&ots=Vcg3tV_rfD&sig=yHK-n4bUlPHB8NJ0VhveSE443dU&hl=en&ei=kHc1SoexLZyRjAe9yryWCg&sa=X&oi=book_result&ct=result|título=Ethnic Cleansing in the Balkans: Nationalism and the Destruction of Tradition|ultimo=Carmichael|primeiro=Cathie|data=2004-01-14|editora=Taylor & Francis|lingua=en}}</ref> Foram também os primeiros conflitos em mais de cinquenta anos onde foram formalmente julgados genocídios de caráter fundamental, e muitos participantes individuais foram posteriormente acusados de [[crimes contra a humanidade]].<ref>{{Citar web |url=http://www.unitedhumanrights.org/Genocide/bosnia_genocide.htm |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2010-10-19 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150413005352/http://www.unitedhumanrights.org/genocide/bosnia_genocide.htm |arquivodata=2015-04-13 |urlmorta=yes }}</ref> O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPIJ) foi criado pela ONU para julgar esses crimes.<ref>http://www.icty.org/</ref>


Muitas vezes descritas como um dos conflitos armados mais mortíferos da Europa desde a [[Segunda Guerra Mundial]], as Guerras Iugoslavas foram marcadas por muitos [[Crime de guerra|crimes de guerra]], incluindo [[genocídio]], [[Crime contra a humanidade|crimes contra a humanidade]], [[limpeza étnica]] e [[Estupros de guerra|violações em massa durante a guerra]]. O [[genocídio na Bósnia]] foi o primeiro evento europeu em tempo de guerra a ser formalmente classificado como de carácter genocida desde as campanhas militares da [[Alemanha Nazista]], e muitos dos principais indivíduos que o perpetraram foram posteriormente acusados de crimes de guerra; <ref>{{Citation|url=http://www.unitedhumanrights.org/Genocide/bosnia_genocide.htm|title=Bosnia Genocide|publisher=United Human Rights Council|access-date=13 Abr 2015|archiveurl=https://web.archive.org/web/20090422161123/http://www.unitedhumanrights.org/Genocide/bosnia_genocide.htm|archivedate=22 Abr 2009}}</ref> o [[Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia]] (TPIJ) foi estabelecido pela ONU em [[Haia|Haia, Holanda]], para processar todos os indivíduos que cometeram crimes de guerra durante os conflitos. <ref>Resolução 827 do [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]]. [http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=S/RES/827(1993) '''S/RES/827(1993)'''] 25 de maio de 1993.</ref> De acordo com o Centro Internacional para a Justiça Transicional, as Guerras Jugoslavas resultaram na morte de 140.000 pessoas, enquanto o Centro de Direito Humanitário estima pelo menos 130.000 vítimas. Ao longo da sua década de duração, os conflitos resultaram em grandes crises humanitárias e de refugiados. <ref>{{Citar web|url=https://www.crisisgroup.org/europe-central-asia/balkans/bosnia-and-herzegovina/balkan-refugee-crisis|titulo=The Balkan Refugee Crisis|data=Jun 1999|acessodata=2022-03-14|publicado=Crisis Group|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230201005428/https://www.crisisgroup.org/europe-central-asia/balkans/bosnia-and-herzegovina/balkan-refugee-crisis|arquivodata=1 Fev 2023|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://chomsky.info/199905__/|titulo=Crisis in the Balkans|data=|acessodata=2022-03-14|publicado=Chomsky.info|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220929150216/https://chomsky.info/199905__/|arquivodata=29 Set 2022|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://www.hrw.org/report/1995/10/15/fall-srebrenica-and-failure-un-peacekeeping/bosnia-and-herzegovina|titulo=Bosnia and Herzegovina: The Fall of Srebrenica and the Failure of UN Peacekeeping|data=1995-10-15|acessodata=2022-03-14|publicado=[[Human Rights Watch]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220308124052/https://www.hrw.org/report/1995/10/15/fall-srebrenica-and-failure-un-peacekeeping/bosnia-and-herzegovina|arquivodata=8 Mar 2022|urlmorta=live}}</ref>
De acordo com a ONG Centro Internacional para Justiça Transicional, os conflitos na antiga Iugoslávia deixaram um saldo de mais de 140 000 mortos. Outras 4 milhões de pessoas ficaram temporariamente desalojadas.<ref name="ICTJ" />


== Terminologia ==
== Nomeações ==
As Guerras Iugoslavas foram alternativamente referidas como:
Termos alternativos em uso incluem a "Guerra dos Balcãs", ou "Guerra na (ou da antiga) Iugoslávia", "Guerras de Secessão iugoslavas ", bem como a "Terceira Guerra dos Balcãs" (um termo de vida curta cunhado pelo jornalista britânico Misha Glenny, aludindo às guerras balcânicas de 1912-1913).<ref>{{Citar livro|url=https://www.amazon.co.uk/Fall-Yugoslavia-Third-Balkan-War/dp/014026101X|título=The Fall of Yugoslavia: The Third Balkan War|ultimo=Glenny|primeiro=Misha|data=1996-10-31}}</ref> Essas guerras foram caracterizadas por amargos conflitos étnicos entre os povos da antiga Iugoslávia, principalmente entre sérvios, de um lado e croatas em uma das frentes de batalha, enquanto que os bósnios e os albaneses estavam no outro. Paralelamente, outros conflitos entre bósnios e croatas na Bósnia estavam acontecendo e também entre albaneses e macedônios na [[Macedônia do Norte|República da Macedónia]].Os conflitos desta época tinham suas raízes em problemas políticos subjacentes, uma grave crise financeira ,juntamente com questões culturais e étnico-religiosas que já aconteciam há muito tempo.


* "Guerras nos [[Bálcãs]]"
[[Imagem:Former Yugoslavia 2006.png|thumb|direita|Os países que compunham a ex-Iugoslávia.]]
* "Guerras/Conflitos na ex-Iugoslávia" <ref>{{Citar web|ultimo=Tabeau|primeiro=Ewa|url=http://www.helsinki.org.rs/doc/testimonies33.pdf|titulo=Casualties of the 1990s wars in the former Yugoslavia (1991–1999)|data=15 Jan 2009|acessodata=8 Fev 2023|publicado=Helsinki Committee for Human Rights in Serbia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180928192554/http://www.helsinki.org.rs/doc/testimonies33.pdf|arquivodata=28 Set 2018|urlmorta=live}}</ref>
* "Guerras de Secessão/Sucessão Iugoslava"
* "Terceira Guerra dos Balcãs": termo usado no título de um livro do jornalista britânico [[Misha Glenny]] que alude às duas [[Guerras dos Balcãs]] anteriores travadas de 1912 a 1913. <ref>[[Yugoslav Wars#Glenny|Glenny (1996)]], p. 250</ref> No entanto, alguns historiadores contemporâneos aplicaram anteriormente este termo à [[Primeira Guerra Mundial]], porque acreditam ser uma sequência direta das guerras de 1912–13. <ref>[[Yugoslav Wars#Bideleux & Jeffries|Bideleux & Jeffries (2007)]], p. 429</ref>
* "Guerra Civil Iugoslava", "Guerra Civil na Iugoslávia"


== Conflitos ==
== Prelúdio ==
{{Artigo principal|Criação da Iugoslávia|Dissolução da Iugoslávia|História dos Bálcãs}}
As guerras civis iugoslavas podem ser divididas em três grupos distintos de vários conflitos:
[[Ficheiro:SocialistYugoslavia_en.svg|miniaturadaimagem|Um mapa das seis repúblicas iugoslavas e das duas províncias autônomas entre 1945 e 1992 <ref>{{Citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-europe-22222624|titulo=Serbia and Kosovo reach EU-brokered landmark accord|data=19 Abr 2013|acessodata=13 Dez 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141008021737/http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-22222624|arquivodata=8 Out 2014|urlmorta=live|agência=BBC}}</ref>]]
O estado da [[Jugoslávia|Iugoslávia]] foi criado no rescaldo da [[Primeira Guerra Mundial]], e a sua população era maioritariamente composta por [[Cristianismo|cristãos]] [[Eslavos meridionais|eslavos do sul]], embora a nação também tivesse uma minoria [[Islão|muçulmana]] substancial. O conflito étnico claro entre os povos iugoslavos só se tornou proeminente no século 20, começando com as tensões sobre a constituição do [[Reino da Iugoslávia|Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos]] no início da década de 1920 e aumentando para a violência entre sérvios e croatas no final da década de 1920, após o assassinato do político croata [[Stjepan Radić]]. Esta nação durou de 1918 a 1941, quando foi [[Invasão da Iugoslávia|invadida pelas potências do Eixo]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]], que forneceu apoio ao [[Fascismo|fascista]] croata [[Ustaše]] (fundado em 1929), cujo [[Estado Independente da Croácia|regime]] realizou o [[Genocídio dos sérvios no Estado Independente da Croácia|genocídio de sérvios]], [[Holocausto|judeus]] e [[Porajmos|ciganos]] executando pessoas em campos de concentração e cometendo outros crimes sistemáticos e em massa dentro do seu território. <ref name="Judah-BBC-20112">{{Citar web|ultimo=Judah|primeiro=Tim|autorlink=Tim Judah|url=https://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/yugoslavia_01.shtml|titulo=Yugoslavia: 1918–2003|data=17 Fev 2011|acessodata=1 Abr 2012|publicado=BBC|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190531122337/http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/yugoslavia_01.shtml|arquivodata=31 Maio 2019|urlmorta=live}}</ref>


Os [[Chetniks]] predominantemente sérvios, um movimento realista iugoslavo e nacionalista sérvio e [[Guerrilha|força de guerrilha]], cometeram [[Crimes de guerra dos Chetniks durante a Segunda Guerra Mundial|crimes em massa]] contra muçulmanos e croatas que são considerados um genocídio por vários autores, e também apoiaram a instauração de uma monarquia sérvia e o estabelecimento de uma federação iugoslava. <ref>{{Citar livro|título=War and Revolution in Yugoslavia: 1941–1945|ultimo=Tomasevich|primeiro=Jozo|editora=Stanford University Press|ano=2001|páginas=747, 152|isbn=0-8047-7924-4}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pVCx3jerQmYC|título=Bosnia and Herzegovina in the Second World War|ultimo=Redžić|primeiro=Enver|editora=Frank Cass|ano=2005|localização=London ; New York|páginas=155, 402|isbn=978-0-7146-5625-0|autorlink=Enver Redžić|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124148/https://books.google.com/books?id=pVCx3jerQmYC|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> Os [[Partisans iugoslavos|Partisans Iugoslavos]] liderados pelos [[Liga dos Comunistas da Jugoslávia|comunistas]] conseguiram apelar a todos os grupos, incluindo sérvios, croatas e bósnios, e também se envolveram em [[Repatriações de Bleiburg|assassinatos em massa]]. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Hart|primeiro=Stephen A.|url=https://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwtwo/partisan_fighters_01.shtml|titulo=Partisans: War in the Balkans 1941–1945|data=17 Fev 2011|acessodata=11 Jul 2012|publicado=BBC History|arquivourl=https://web.archive.org/web/20111128065207/http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwtwo/partisan_fighters_01.shtml|arquivodata=28 Nov 2011|urlmorta=live}}</ref> Em 1945, a [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|República Popular Federal da Jugoslávia]] foi estabelecida sob [[Josip Broz Tito]], <ref name="Judah-BBC-20113">{{Citar web|ultimo=Judah|primeiro=Tim|autorlink=Tim Judah|url=https://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/yugoslavia_01.shtml|titulo=Yugoslavia: 1918–2003|data=17 February 2011|acessodata=1 April 2012|publicado=BBC|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190531122337/http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/yugoslavia_01.shtml|arquivodata=31 May 2019|urlmorta=live}}</ref> que manteve uma liderança fortemente autoritária que suprimiu o [[nacionalismo]]. <ref>[[Guerras Iugoslavas#Bassiouni|Anexo III – As guerras dos Balcãs e as guerras mundiais]]</ref>
* '''Guerras ocorridas durante a [[Desintegração da Iugoslávia|dissolução da República Socialista Federativa da Iugoslávia]]:'''
#[[Guerra dos Dez Dias|Guerra de Independência Eslovena]] (1991)
#[[Guerra de Independência da Croácia|Guerra de Independência Croata]] (1991-1995)
#[[Guerra da Bósnia]] (1992-1995)
#[[Guerra croata-bosníaca]] (1992-1994)


Após a [[Morte e funeral de estado de Josip Broz Tito|morte de Tito em 1980]], as relações entre as seis repúblicas da federação deterioraram-se. a [[República Socialista da Eslovénia|Eslovênia]], a [[República Socialista da Croácia|Croácia]] e o [[Província Socialista Autónoma do Cossovo|Kosovo]] desejavam maior autonomia dentro da confederação iugoslava, enquanto a [[República Socialista da Sérvia|Sérvia]] procurava fortalecer a autoridade federal. À medida que se tornou claro que não havia uma solução aceitável para todas as partes, a Eslovênia e a Croácia avançaram para a [[independência]]. Embora as tensões na Iugoslávia tenham aumentado desde o início da década de 1980, os acontecimentos de 1990 revelaram-se decisivos. No meio das dificuldades económicas e da [[Revoluções de 1989|queda do comunismo na Europa Oriental em 1989]], a Iugoslávia enfrentava um nacionalismo crescente entre os seus vários grupos étnicos. No início da década de 1990, não havia autoridade efetiva em nível federal. A Presidência Federal era composta por representantes das seis repúblicas, duas províncias e do Exército Popular Iugoslavo, e a liderança comunista estava dividida em linhas nacionais. <ref name="Prelude">[[Guerras Iugoslavas#Bassiouni|Anexo IV – Prelúdio à separação]]</ref>
* '''Guerras ocorridas em áreas povoadas por albaneses:'''
[[Ficheiro:Serbs_in_Croatia,_Bosnia,_Montenegro_and_Serbia,_1981.png|miniaturadaimagem|A distribuição de sérvios e montenegrinos na Croácia, Bósnia, Montenegro e Sérvia em 1981]]
#[[Guerra do Kosovo]] (1998-1999)
Os representantes da [[Voivodina]], Kosovo e [[República Socialista de Montenegro|Montenegro]] foram substituídos por legalistas do Presidente da Sérvia, [[Slobodan Milošević]]. A Sérvia obteve quatro dos oito votos da presidência federal <ref name="Brown116">[[Yugoslav Wars#Brown & Karim|Brown & Karim (1995)]], p. 116</ref> e foi capaz de influenciar fortemente a tomada de decisões a nível federal, uma vez que todas as outras repúblicas jugoslavas tinham apenas um voto. Enquanto a Eslovênia e a Croácia queriam permitir um sistema multipartidário, a Sérvia, liderada por Milošević, exigia uma federação ainda mais centralizada e o papel dominante da Sérvia nela. <ref name="Prelude2">[[Guerras Iugoslavas#Bassiouni|Anexo IV – Prelúdio à separação]]</ref>
#[[Conflito no sul da Sérvia]] (1999-2001)
#[[Conflito na Macedônia de 2001|Conflito na Macedônia]] (2001)


No 14º Congresso Extraordinário da Liga dos Comunistas da Iugoslávia, em Janeiro de 1990, a assembleia dominada pela [[República Socialista da Sérvia|Sérvia]] concordou em abolir o sistema de partido único. No entanto, Slobodan Milošević, o chefe da secção do Partido Sérvio ([[Liga dos Comunistas da Sérvia]]) usou a sua influência para bloquear e rejeitar todas as outras propostas dos delegados dos partidos [[República Socialista da Croácia|croata]] e [[República Socialista da Eslovénia|esloveno]]. Isto levou as delegações croata e eslovena a abandonarem o partido e, portanto, à [[Dissolução da Iugoslávia|dissolução]] do partido, <ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/hi/english/static/in_depth/europe/2000/milosevic_yugoslavia/communism.stm|titulo=Milosevic's Yugoslavia: Communism Crumbles|acessodata=8 Fev 2023|website=Milosevic's Yugoslavia|publicado=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210225032014/http://news.bbc.co.uk/hi/english/static/in_depth/europe/2000/milosevic_yugoslavia/communism.stm|arquivodata=25 Fev 2021|urlmorta=live}}</ref> um evento simbólico que representa o fim da "[[Fraternidade e unidade|fraternidade e da unidade]]".
* '''Operações aéreas da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]] contra a [[Sérvia]]:'''
#[[Operação Força Deliberada]] (bombardeio sobre a [[República Sérvia|República Srpska]], 1995)
#[[Intervenção militar na Iugoslávia em 1999|Operação Força Aliada]] (bombardeio sobre a [[República Federal da Jugoslávia|Iugoslávia]], 1999)


O inquérito aos cidadãos jugoslavos realizado em 1990 mostrou que a animosidade étnica existia em pequena escala. <ref name="Perunovic 2015">{{Harvp|Perunovic|2015}}</ref> Em comparação com os resultados de 25 anos antes, houve um aumento significativo na distância étnica entre os [[sérvios]] e [[montenegrinos]] em relação aos [[croatas]] e [[eslovenos]] e vice-versa. <ref name="Perunovic 2015" />
== Antecedentes ==
[[Imagem:Slobodan Milosevic.jpg|thumb|150px|direita|O presidente sérvio [[Slobodan Milošević]] com seu desejo inequívoco de defender a unidade dos sérvios, um status de ameaça de cada república rompendo com a federação, além de sua oposição às autoridades albanesas do Kosovo, inflamou ainda mais as tensões étnicas.]]
As tensões provinham da composição multiétnica do então [[reino da Iugoslávia]] e da supremacia econômica e populacional dos sérvios. Estas tensões foram exploradas pelas [[Potências do Eixo]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]], que estabeleceram um [[Estado fantoche]] contendo a maior parte dos territórios da Croácia e da Bósnia e Herzegovina. Foi criado um [[estado fantoche]], o [[Estado Independente da Croácia]] e o seu controle foi dado para a organização fascista [[Ustashe]], que conduziu uma política de [[genocídio]] contra civis sérvios no território. Por sua vez, uma milícia do exército sérvio, os [[Chetniks]], retaliaram os croatas. Ambos foram derrotados por um movimento de tendência comunista e antifascista, os [[Partisans Iugoslavos]], que tinha em sua composição membros de todos os grupos da área, que resultou na formação da então [[República Socialista Federativa da Iugoslávia]].


Após as declarações de independência da Croácia e da Eslovênia em 1991, o governo federal iugoslavo tentou deter à força a iminente [[Dissolução da Iugoslávia|dissolução do país]], com o [[Lista de primeiros-ministros da Iugoslávia|primeiro-ministro iugoslavo]], [[Ante Marković]], declarando que as secessões da Eslovênia e da Croácia eram ilegais e contrárias à constituição da Iugoslávia. e também expressou o seu apoio ao Exército Popular Iugoslavo, a fim de garantir a unidade integral da Iugoslávia. <ref>[[Yugoslav Wars#Cohen-Dragović-Saso|Cohen & Dragović-Saso (2008)]], p. 323</ref> Os eslovenos (representados por [[Milan Kučan]] e [[Lojze Peterle]]) <ref>{{Citar jornal|url=https://www.rtvslo.si/slovenija/milan-kucan-ocitajo-mi-da-sem-bil-proti-odcepitvi-se-zdaj-sem/381830|titulo=Milan Kučan: "Očitajo mi, da sem bil proti odcepitvi. Še zdaj sem."|data=23 Dez 2015|website=MMC|publicado=RTV Slovenia|lingua=sl|titulotrad=Milan Kučan: "They Accuse Me that I Was Against Secession. I Still Am."}}</ref> <ref>{{Citar jornal|ultimo=Kosmač|primeiro=Gorazd|url=https://www.rtvslo.si/slovenija/30-let/koscki-sestavljanke/27-let-slovenije-od-grozenj-do-rajanja-kurjenja-kresov-in-sajenja-lip/458952|titulo=27 let Slovenije: Od groženj do rajanja, kurjenja kresov in sajenja lip|data=25 October 2018|website=MMC|publicado=RTV Slovenia|lingua=sl|titulotrad=27 Years of Slovenia: from Threats to Revelry, Bonfires and Linden Planting}}</ref> e os croatas argumentaram que o ato não era secessão, mas dissociação ({{Lang-sl|razdruževanje}}, {{Lang-hr|razdruživanje}}) da Iugoslávia, já que a federação foi originalmente estabelecida como uma [[Associação|união voluntária]] de povos. <ref>{{Citar livro|url=https://www.jstor.org/stable/resrep12133.7?seq=15|título=War in the Balkans, 1991–2002|ano=2003|capitulo=Chapter 3: The State of War: Slovenia and Croatia, 1991–92}}</ref> A [[Comissão Badinter]] decidiu em Novembro de 1991 que o ato não era uma secessão, mas uma separação, tal como previsto pela constituição da segunda Iugoslávia. <ref>{{Citar periódico |url=https://ojs.inz.si/pnz/article/view/196/298 |título=Arbitration Commission of the Conference on Yugoslavia |periódico=Prispevki za novejšo zgodovino [Contributions to the Contemporary History] |número=3 |ultimo=Čepič |primeiro=Zdenko |ano=2016 |paginas=147–158 |volume=56}}</ref>
Em áreas onde viviam a população albanesa, o principal motivo dos conflitos era o extremo crescimento populacional dos mesmos, o que tornou os sérvios uma minoria nestas regiões. No caso do Kosovo, alguns sérvios interpretaram este crescimento da influência albanesa como uma perda de suas terras ancestrais.


De acordo com Stephen A. Hart, autor de ''Partisans: War in the Balkans 1941–1945'', a região etnicamente mista da [[Dalmácia]] mantinha relações estreitas e amigáveis entre os croatas e os sérvios que ali viveram no final do século XIX e início do século XX. Muitos dos primeiros proponentes de uma Iugoslávia unida vieram desta região, como [[Ante Trumbić]], um croata da Dalmácia. No entanto, na época da eclosão das Guerras Iugoslavas, quaisquer relações hospitaleiras entre croatas e sérvios na Dalmácia haviam sido rompidas, com os sérvios dálmatas lutando ao lado da autodeclarada [[Quase-estado|proto-estado]] [[República Sérvia de Krajina]].
== As Novas Repúblicas e a Guerra Civil ==
Em janeiro de 1990, o [[Partido Comunista da Iugoslávia]] convoca um congresso em [[Belgrado]], em que os membros do partido resolvem aceitar a instalação de um regime multi-partidário no país. Entretanto Milošević não permite outras reformas e as delegações da Eslovênia e da Croácia se retiram do congresso, provocando a dissolução do partido. Em julho do mesmo ano, o Partido Comunista da Sérvia muda o seu nome para [[Partido Socialista da Sérvia]], mas mantém o seu patrimônio, a sua estrutura de poder e o controle sobre a mídia estatal. Milošević também mantém firme controle sobre o partido e aumenta progressivamente seus poderes.<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/static/especial/milosevic_yugoslavia/communism.htm |titulo=BBC Brasil {{!}} Os anos Milosevic |acessodata=2021-06-25 |website=www.bbc.com}}</ref>[[Imagem:FranjoTudman.JPG|thumb|150px|direita|O Presidente croata [[Franjo Tuđman]] recusou a divisão da Croácia em áreas étnicas, o que revoltou os nacionalistas sérvios que quiseram permanecer em união com a Sérvia. Isso foi o estopim e da guerra entre croatas e sérvios quando a Croácia declara independência, cujo resultado foi o genocídio dos sérvios na Croácia]].{{carece de fontes}}


Embora as políticas ao longo de todo o período socialista da Jugoslávia parecessem ter sido as mesmas (ou seja, que todos os sérvios deveriam viver num só Estado), o cientista político Dejan Guzina argumenta que "diferentes contextos em cada um dos subperíodos da Sérvia e da Jugoslávia socialistas renderam inteiramente resultados diferentes (por exemplo, a favor da Jugoslávia, ou a favor de uma [[Grande Sérvia]])". Ele assume que a política sérvia mudou de conservadora-socialista no início para nacionalista [[Xenofobia|xenófoba]] no final dos anos 1980 e 1990. {{Sfnp|Guzina|2003|p=91}}
Em maio de 1991, os sérvios impediram a posse do croata [[Stipe Mesic]] na presidência do país. Temiam que um presidente croata atendesse as reivindicações da Croácia e da Eslovênia, que pretendiam o estabelecimento de uma nova confederação de Estados soberanos. A Sérvia se opôs a esse plano; como reação, em junho de 1991, Eslovênia e Croácia declaram a sua independência. A decisão não foi aceita pelo governo central, dominado pelos sérvios, que ordenou um ataque contra a Croácia e a Eslovênia. Em seguida foi a vez dos muçulmanos da Bósnia e Herzegovina declararem um estado independente. Desgostosos com a perda da cidadania iugoslava, os sérvios, liderados pelo presidente Milošević, entraram em guerra com seus vizinhos, temendo serem desalojados por eles das regiões que ocupavam, algumas delas desde o século XVII, arrastando toda a região para uma guerra intermitente.{{carece de fontes}}


Na Sérvia e nos territórios dominados pelos sérvios, ocorreram confrontos violentos, especialmente entre nacionalistas e não nacionalistas que criticaram o governo sérvio e as entidades políticas sérvias na Bósnia e na Croácia. <ref name="Gagnon-2004">[[Yugoslav Wars#Gagnon|Gagnon (2004)]], p. 5</ref> Os sérvios que se opuseram publicamente ao clima político nacionalista durante as guerras jugoslavas foram alegadamente assediados, ameaçados ou mortos. <ref name="Gagnon-2004" /> No entanto, após a ascensão de Milošević ao poder e a eclosão das Guerras Jugoslavas, numerosos movimentos antiguerra desenvolveram-se na Sérvia. <ref>{{Harvp|Udovicki|Ridgeway|2000}}</ref> <ref>{{Harvp|Fridman|2010}}</ref> Protestos foram realizados contra as ações do Exército Popular Iugoslavo, enquanto os manifestantes exigiam o [[referendo]] sobre a declaração de guerra e a interrupção do [[Conscrição|recrutamento militar]], resultando em numerosas [[Deserção|deserções]] e [[emigrações]]. <ref name="Vreme">{{Citar web|url=https://www.vreme.com/cms/view.php?id=592022|titulo=Spomenik neznanom dezerteru|acessodata=4 Maio 2020|website=[[Vreme]]|ano=2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211005010352/https://www.vreme.com/cms/view.php?id=592022|arquivodata=5 Out 2021|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Harvp|Udovicki|Ridgeway|2000}}</ref> <ref>{{Harvp|Powers|1997}}</ref>
=== Guerra de Independência da Eslovênia e Croácia ===
{{Artigo principal|Guerra dos Dez Dias|Guerra de Independência Croata}}


Com a escalada da crise jugoslava, o [[Exército Popular Iugoslavo|JNA]] tornou-se fortemente dominado pelos sérvios. De acordo com o ex-comandante do quinto exército em Zagreb, [[Martin Špegelj]], 50% dos cargos de comando eram anteriormente ocupados por croatas, enquanto alguns anos depois, no início da guerra, todos os cargos-chave eram ocupados por sérvios. <ref>Lenard J. Cohen, Jasna Dragovic-Soso; (2007) ''State Collapse in South-Eastern Europe: New Perspectives on Yugoslavia's Disintegration'' p. 309; Purdue University Press, {{ISBN|1-55753-460-8}}</ref>
Na Eslovênia, a guerra foi curta (ficou conhecida como Guerra dos Dez Dias) e acusou a vitória dos separatistas, que assim garantiram sua independência.<ref>{{Citar web |url=https://educacao.uol.com.br/historia/balcas-conflito-entre-etnias.jhtm |titulo=Bálcãs - conflitos étnicos - História Geral - UOL Educação |acessodata=2021-06-25 |website=educacao.uol.com.br}}</ref> Na Croácia, porém, os combates se prolongaram por mais seis meses, com bombardeios aéreos, ofensivas blindadas e disputas corpo a corpo, que causaram muita destruição e milhares de mortes. A independência da Eslovênia e da Croácia foi oficializada em setembro de 1991, mas nem tudo foi resolvido: a população sérvia que habitava a Croácia (cerca de 12% da população total) não aceitava plenamente a separação. Cerca de 25% do território croata é controlado por sérvios, com o apoio do exército iugoslavo até o final da [[Guerra da Bósnia]] (1995). Estabeleceram-se aí duas regiões autônomas, que ficaram sob a proteção das forças de paz da [[ONU]]. Estimulados por Milošević, em outubro de 1990, os sérvios da região de [[Krajina]], iniciaram seu processo de independência, que culminou na criação da [[República Sérvia de Krajina]], oficialmente declarada em 28 de fevereiro de 1991. Em 12 de maio, daquele ano, um referendo restrito aos sérvios Krajina decidiu pela independência do controle croata, mas dentro da República da Iugoslávia. Não houve reconhecimento internacional e assim tropas iugoslavas são enviadas à região. Imediatamente, começaram os primeiros confrontos entre sérvios e croatas pela hegemonia da região. Os custos da guerra foram altos. Cerca de 20 mil pessoas morreram no conflito e cerca de 400 mil ficam desabrigadas. As vitórias sérvias levam a ONU a impor sanções econômicas contra a Iugoslávia. Ao final da Guerra da Croácia, deu-se o grande êxodo dos sérvios da Krajina e da [[Eslavônia Oriental]] quando mais de 600 mil sérvios são expulsos da Eslovênia e retornaram para a [[República Sérvia]].{{carece de fontes}}


== História ==
=== Guerra da Bósnia (1992-1995) ===
{{Artigo principal|Guerra da Bósnia}}
[[Imagem:Evstafiev-Radovan Karadzic 3MAR94.jpg|thumb|150px|direita|O Presidente dos sérvios bósnios [[Radovan Karadžić]] tinha uma agenda de perseguições agressivas para manter territórios sérvios de serem forçados a separar da Iugoslávia. Os exércitos sérvios bósnios seriam acusados de cometer um grande número de atrocidades como o genocídio do qual foi acusado Karadžić]]
A desintegração da Iugoslávia continuou com as independências da Macedônia e da Bósnia e Herzegovina, em março de [[1992]]. Somente em relação a independência da [[Macedônia do Norte|Macedônia]] (que era a república mais pobre da então [[Iugoslávia]]), a Sérvia não reagiu militarmente. Porém, na Bósnia, realizou-se um plebiscito sobre a independência. Os bosníacos e os croatas votaram a favor, enquanto os sérvios boicotaram o plebiscito. Seguiu-se, dessa forma, uma violenta e prolongada [[guerra civil]] provocada pelos sérvios locais (31% da população), que não aceitavam a criação de um país dominado por bosníacos, que são muçulmanos (44% da população) e croatas (17%). Os sérvios-bósnios não aceitaram a iniciativa, que significaria a frustração dos ideais da ''[[Grande Sérvia]];'' ao perceber que essa aliança entre os bosníacos e os croatas os tornariam a minoria neste novo país proclamaram, então, a [[República Srpska]], que seria uma parte da Iugoslávia, dominada pelos sérvios. Tal situação acabou gerando uma série de combates entre os [[bosníacos]] e os sérvios da Bósnia-Hezergovina, estes apoiados pela Sérvia. O mundo ficou estático quando apareceram as imagens de [[campos de concentração]], bombardeios de artilharia, de tiros precisos dos franco atiradores, da morte a sangue frio da população civil. Tudo isso lembrava a [[Segunda Guerra Mundial]]. A situação se agravou com a entrada da Croácia no conflito. No primeiro momento, o país reivindica parte do território bósnio e, em uma segunda etapa, se torna contra a Sérvia. Crescia aí o interesse dos países-membros da [[OTAN]] o desejo de se realizar intervenção armada, já que o boicote de venda de armas determinado pela ONU parecia não ter reduzido o conflito nos [[Bálcãs]]. Em meados de [[1995]], a Croácia retoma a iniciativa militar e recupera a maior parte do território ocupado pelos sérvios. Como resultado, mais de 200 mil servo-croatas se refugiam na Sérvia, agravando ainda mais os problemas econômicos do país, já sob sanções da ONU. Logo depois da vitória em seu próprio território, as forças croatas dão início a uma ofensiva contra os sérvios na Bósnia. Foi na Bósnia, em 1995, que foram realizados os primeiros bombardeios da OTAN (a grande maioria feita por aviões norte-americanos) contra os sérvios da Bósnia para evitar que eles vencessem a coligação de croatas e bosníacos apoiados pela Europa Ocidental. Isso leva Milošević a concordar em ir à mesa de negociação em Dayton e dar fim à guerra da Bósnia. Com as negociações, Milošević renuncia o sonho de formação de uma Grande Sérvia e a ONU suspende parcialmente as sanções econômicas adotadas contra o país quatro anos antes. A contra partida por parte de Milošević seria reconhecer a [[Bósnia e Herzegovina]] como um país, o que não impediu a divisão interna do mesmo em duas entidades: a [[Federação Muçulmano-Croata]] e a [[República Sérvia]].<ref>{{Citar web |url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=61 |titulo=A Crise Iugoslava |acessodata=2021-06-25 |website=www.historianet.com.br}}</ref>


=== Conflitos ===
== República Federal da Iugoslávia (1992-2003) ==
A [[República Federal da Iugoslávia]] foi um estado formado pelas repúblicas da Sérvia e de Montenegro que existiu entre 1992 e 2003, quando foi reconstituído e renomeado para Sérvia e Montenegro. A federação surgiu da dissolução da [[República Socialista Federal da Iugoslávia]], quando Croácia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina e a República da Macedônia se autodeclararam independentes.{{carece de fontes}}


=== Conflitos no leste e sul ===
==== Guerra da Independência da Eslovênia (1991) ====
{{Artigo principal|Guerra dos Dez Dias}}
No Kosovo, na República da Macedônia e na Sérvia, os conflitos foram caracterizados por tensões políticas e raciais entre os governos eslavos e as minorias albanesas que buscavam autonomia ou independência, como foi o caso do Kosovo.{{carece de fontes}}
[[Ficheiro:Teritorialci_so_z_armbrustom_zadeli_tank_v_križišču_pred_MMP_Rožna_Dolina..jpg|alt=damaged JNA tanks on the road|miniaturadaimagem|Tanques do JNA emboscados perto de [[Nova Gorica]], na fronteira com a [[Itália]]]]
O primeiro dos conflitos, conhecido como Guerra dos Dez Dias, foi iniciado pelo JNA (Exército Popular Iugoslavo) em 26 de junho de 1991, após a separação da [[Eslovénia|Eslovênia]] da federação em 25 de junho de 1991. <ref name="Race">{{Citar livro|url=http://dk.fdv.uni-lj.si/dela/Race-Helena.PDF|título="Dan prej" – 26. junij 1991: diplomsko delo|ultimo=Race|primeiro=Helena|editora=Faculty of Social Sciences, University of Ljubljana|ano=2005|língua=sl|acessodata=3 Fev 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110221195508/http://dk.fdv.uni-lj.si/dela/Race-Helena.PDF|arquivodata=21 Fev 2011}}</ref> <ref name="Prunk">{{Citar web|ultimo=Prunk|primeiro=Janko|url=http://www.slovenija2001.gov.si/10years/path|titulo=Path to Slovene State|acessodata=3 Fev 2011|publicado=Public Relations and Media Office, Government of the Republic of Slovenia|ano=2001|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101228204705/http://www.slovenija2001.gov.si/10years/path/|arquivodata=28 Dez 2010|urlmorta=live}}</ref>


Inicialmente, o governo federal ordenou ao Exército Popular Iugoslavo que protegesse as passagens de fronteira na Eslovênia. A [[Força de Polícia Nacional Eslovena|Polícia Eslovena]] e a [[Defesa Territorial Eslovena]] bloquearam quartéis e estradas, provocando impasses e escaramuças limitadas em toda a república. Após várias dezenas de vítimas, o conflito limitado foi interrompido através de negociações em [[Brijuni|Brioni]], em 7 de Julho de 1991, quando a Eslovênia e a Croácia [[Acordo de Brioni|concordaram]] com uma moratória de três meses sobre a separação. O Exército Federal retirou-se completamente da Eslovênia em 26 de outubro de 1991.
O conflito no Kosovo entrou em erupção em uma guerra em grande escala em 1999, enquanto o conflito entre macedônios e os sérvios sulistas foi marcado por confrontos entre forças de segurança estatais e milícias albanesas. A guerra do Kosovo terminou com o bombardeio da OTAN contra a [[República Federal da Iugoslávia]],<ref>{{citar web|url=http://www.elmundo.es/1999/04/10/europa/10N0000.html|título=Yeltsin amenaza con la Tercera Guerra Mundial si la OTAN invade Yugoslavia |acessodata=21 de dezembro de 2009|autor=El Mundo|idioma=es}}</ref> Cinco anos mais tarde, em 2004,o conflito recomeçou. O conflito no sul da Sérvia e na Macedônia terminaram com tratados de paz internacionalmente fiscalizados entre os insurgentes e o governo, mas a situação permanece frágil em ambos os lados.{{carece de fontes}}


=== Guerra do Kosovo (1998-1999) ===
==== Guerra da Independência da Croácia (1991–1995) ====
{{Artigo principal|Guerra de Independência da Croácia}}
[[Ficheiro:Croatian_War_1991_Vukovar_destroyed_tank.jpg|miniaturadaimagem|Um [[M-84|Tanque JNA M-84]] desativado por uma mina colocada por soldados croatas em [[Vukovar]], novembro de 1991]]
[[Ficheiro:Balkans_War_1991,_Dubrovnik_-_Flickr_-_Peter_Denton_丕特_._天登_(1).jpg|miniaturadaimagem|Danos após o bombardeio de [[Dubrovnik]].]]
Os combates na Croácia começaram semanas antes da Guerra dos Dez Dias na Eslovênia. A Guerra da Independência da Croácia começou quando os [[Sérvios da Croácia|sérvios na Croácia]], que se opunham à [[Independência da Croácia|independência croata]], anunciaram a sua secessão da Croácia.


Nas eleições parlamentares de 1990 na Croácia, [[Franjo Tuđman]] tornou-se o primeiro [[presidente da Croácia|Presidente da Croácia]]. Ele promoveu políticas nacionalistas e tinha como objetivo principal o estabelecimento de uma Croácia independente. O novo governo propôs [[Constituição da Croácia|mudanças constitucionais]], restabeleceu a [[Bandeira da Croácia|bandeira]] e o [[Brasão de armas da Croácia|brasão]] tradicionais croatas e removeu o termo "Socialista" do título da república. {{Sfnp|Tanner|2001|p=229}} O novo governo croata implementou políticas que foram vistas como abertamente nacionalistas e de natureza antisérvia, como a remoção da [[Alfabeto cirílico sérvio|escrita cirílica sérvia]] da correspondência em cargos públicos. <ref>{{Citar livro|título=History of the Yugoslavian crisis (1990–2000)|ultimo=Guskova|primeiro=Elena|editora=Izdatelʹ A. Solovʹev|ano=2001|localização=Moscow|páginas=147|isbn=5-94191-003-7}}</ref> <ref>{{Citar livro|título=Yugoslavia in the 20th Century: Sketches of Political History|ultimo=в Никифоров|primeiro=К.|editora=Индрик|ano=2011|páginas=780–781|isbn=978-5-91674-121-6}}</ref> Numa tentativa de contrariar as alterações introduzidas na constituição, os políticos sérvios locais organizaram um referendo sobre "soberania e autonomia sérvias" em agosto de 1990. O seu boicote transformou-se numa insurreição em áreas povoadas por etnia sérvia, principalmente em torno de [[Knin]], conhecida como [[Revolução das Toras]]. {{Sfnp|Tanner|2001|p=233}}

A polícia local em Knin apoiou a crescente insurgência sérvia, enquanto muitos funcionários do governo, principalmente policiais, onde os cargos de comando eram ocupados principalmente por sérvios e comunistas, perderam os seus empregos. {{Sfnp|Ramet|2010|p=262}} A nova constituição croata foi ratificada em dezembro de 1990, e o Conselho Nacional Sérvio formou o [[Oblast Autônomo Sérvio de Krajina]], uma autoproclamada região autônoma sérvia. {{Sfnp|Goldstein|1999|p=222}}

As tensões étnicas aumentaram, alimentadas pela propaganda tanto na Croácia como na Sérvia. Em 2 de maio de 1991, um dos primeiros confrontos armados entre paramilitares sérvios e a polícia croata ocorreu na [[Batalha de Borovo Selo]]. {{Sfnp|Ramet|2010|p=119}} Em 19 de maio foi realizado um [[Referendo sobre a independência da Croácia em 1991|referendo sobre a independência]], que foi amplamente boicotado pelos [[Sérvios da Croácia|sérvios croatas]], e a maioria votou a favor da independência da Croácia. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Sudetic|primeiro=Chuck|autorlink=Chuck Sudetic|url=https://www.nytimes.com/1991/05/20/world/croatia-votes-for-sovereignty-and-confederation.html?ref=croatia|titulo=Croatia Votes for Sovereignty and Confederation|data=20 Maio 1991|acessodata=12 Dez 2010|website=[[The New York Times]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121111080212/http://www.nytimes.com/1991/05/20/world/croatia-votes-for-sovereignty-and-confederation.html|arquivodata=11 Nov 2012|urlmorta=live}}</ref> {{Sfnp|Goldstein|1999|p=222}} A Croácia declarou independência e dissolveu a sua associação com a Jugoslávia em 25 de Junho de 1991. Devido ao [[Acordo de Brioni]], foi colocada uma moratória de três meses sobre a implementação da decisão que terminou em 8 de outubro. {{Sfnp|Goldstein|1999|p=226}}

Os incidentes armados do início de 1991 transformaram-se numa guerra total durante o Verão, com frentes a serem formadas em torno das áreas do dissidente Oblast Autônomo. O JNA desarmou as unidades territoriais da Eslovênia e da Croácia antes da declaração de independência, a mando do presidente sérvio Slobodan Milošević. <ref>{{Citar livro|título=The Hour of Europe: Western Powers and the Breakup of Yugoslavia|ultimo=Glaurdić|primeiro=Josip|editora=Yale University Press|ano=2011|isbn=978-0-300-16645-3}}</ref> <ref name="ReferenceA">[[Guerras Iugoslavas#BassiouniIII|Anexo III – O Conflito na Eslovénia]]</ref> Esta situação foi grandemente agravada por um embargo de armas imposto pela ONU à Iugoslávia. O JNA era ostensivamente ideologicamente unitário, mas o seu corpo de oficiais era predominantemente composto por sérvios ou montenegrinos (70 por cento). <ref>[[Guerras Iugoslavas#BassiouniIII|Anexo III – Estrutura geral das forças armadas iugoslavas]]</ref>

Como resultado, o JNA opôs-se à independência croata e aliou-se aos rebeldes sérvios croatas. Os rebeldes sérvios croatas não foram afetados pelo embargo porque foram apoiados e abastecidos pelo JNA. Em meados de julho de 1991, o JNA transferiu cerca de 70.000 soldados para a Croácia. Os combates aumentaram rapidamente, abrangendo centenas de quilómetros quadrados desde o oeste da Eslavónia, passando por [[Banija]] até à Dalmácia. <ref>[[Guerras Iugoslavas#BassiouniIII|Anexo III – Forças que operam na Croácia]]</ref>

As regiões fronteiriças enfrentaram ataques diretos das forças da Sérvia e Montenegro. Em agosto de 1991, começou a [[Batalha de Vukovar]], onde ocorreram combates ferozes com cerca de 1.800 combatentes croatas bloqueando o avanço do JNA na Eslavônia. No final de outubro, a cidade estava quase completamente devastada como resultado de bombardeios terrestres e aéreos. {{Sfnp|Tanner|2001|p=256}} O [[Cerco de Dubrovnik]] começou em Outubro com o bombardeamento de [[Dubrovnik]][[Património Mundial|, Património Mundial]] da [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]], onde a imprensa internacional foi criticada por se concentrar no património arquitetônico da cidade, em vez de reportar a destruição de Vukovar na qual muitos civis foram mortos. {{Sfnp|Pearson|2010}}

Em 18 de novembro de 1991, a batalha de Vukovar terminou depois que a cidade ficou sem munição. O [[Massacre de Vukovar|massacre de Ovčara]] ocorreu logo após a captura de Vukovar pelo JNA. {{Sfnp|Ramet|2010|p=263}} Entretanto, o controlo sobre a Croácia central foi tomado pelas forças sérvias croatas em conjunto com o Corpo JNA da Bósnia e Herzegovina, sob a liderança de [[Ratko Mladić]]. <ref name="BBCProfile">{{Citar web|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-europe-13559597|titulo=Profile: Ratko Mladic, Bosnian Serb army chief|data=31 Jul 2012|acessodata=11 Jul 2012|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120712201126/http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-13559597|arquivodata=12 Jul 2012|urlmorta=live}}</ref>
[[Ficheiro:Sunja_(Croatia).JPG|miniaturadaimagem|Uma casa [[Sérvios da Croácia|sérvia]] destruída em Sunja, Croácia. A maioria dos sérvios fugiu durante a [[Operação Tempestade]] em 1995.]]
Em Janeiro de 1992, o [[Plano Vance]] estabeleceu zonas controladas pela ONU (UNPA) para os [[sérvios]] no território que foi reivindicado pelos rebeldes sérvios como a autoproclamada proto-estado [[República Sérvia de Krajina]] (RSK) e pôs fim a grandes operações militares. mas os ataques esporádicos de artilharia às cidades croatas e as intrusões ocasionais nas zonas da UNPA pelas forças croatas continuaram até 1995. A maioria da população croata na RSK sofreu muito, fugindo ou sendo despejada com numerosos assassinatos, levando à [[limpeza étnica]]. <ref name="ICTY evidence">[http://usinfo.state.gov/dhr/Archive/2004/Jan/29-319268.html ICTY evidence; Babic pleads guilty to crimes] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20061109115648/https://usinfo.state.gov/dhr/Archive/2004/Jan/29-319268.html|date=9 November 2006}}</ref> Os combates na Croácia terminaram em meados de 1995, após a [[Operação Flash]] e a [[Operação Tempestade]]. No final destas operações, a Croácia recuperou todo o seu território, exceto a porção leste do setor UNPA da Eslavônia, na fronteira com a Sérvia. A maior parte da população sérvia nas áreas recuperadas fugiu e tornou-se refugiada. As áreas do "Setor Leste", não afetadas pelas operações militares croatas, ficaram sob administração da ONU ([[Administração Transitória das Nações Unidas para a Eslavônia Oriental, Baranja e Sírmia Ocidental|UNTAES]]) e foram reintegradas à Croácia em 1998 nos termos do [[Convénio de Erdut|Convênio de Erdut]]. <ref name="USIP-Erdut-Agreement">{{Citar web|url=http://www.usip.org/files/file/resources/collections/peace_agreements/croatia_erdut_11121995.pdf|titulo=The Erdut Agreement|data=12 Nov 1995|acessodata=17 Jan 2011|publicado=[[United States Institute of Peace]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130201185656/http://www.usip.org/files/file/resources/collections/peace_agreements/croatia_erdut_11121995.pdf|arquivodata=1 Fev 2013|urlmorta=live}}</ref>

==== Guerra da Bósnia (1992–1995) ====
{{Artigo principal|Guerra da Bósnia}}Em 2 de Abril de 1992, um conflito engolfou a [[Bósnia e Herzegovina]], que também declarou independência da [[Estado remanescente|restante]] Iugoslávia. A guerra foi predominantemente um conflito territorial entre os [[Bosníacos|bósnios]], que queriam preservar a integridade territorial da recém-independente [[República da Bósnia e Herzegovina]], e o autoproclamado proto-estado [[Sérvios da Bósnia e Herzegovina|sérvio-bósnio]] [[República Srpska (1992–1995)|Republika Srpska]] e o autoproclamado croata [[República Croata da Herzeg-Bósnia|Herzeg-Bósnia]], que foram liderados e fornecidos pela Sérvia e Croácia respectivamente, supostamente com o objetivo de dividir a Bósnia, o que deixaria apenas uma pequena parte de terra para os bósnios. <ref>{{Citar web|ultimo=Hayden|primeiro=Robert M.|url=https://www.ucis.pitt.edu/nceeer/pre1998/1993-807-20-3-Hayden.pdf|titulo=The Partition of Bosnia and Herzegovina, 1990–1993|data=12 Mar 1993|acessodata=8 Fev 2023|publicado=National Council for Eurasian and East European Research|pagina=ii|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220309104656/https://www.ucis.pitt.edu/nceeer/pre1998/1993-807-20-3-Hayden.pdf|arquivodata=9 Mar 2022|urlmorta=live}}</ref> Em 18 de Dezembro de 1992, a [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] emitiu a resolução 47/121 na qual condenava as forças sérvias e montenegrinas por tentarem adquirir mais territórios pela força. <ref name="Resolution">{{Citar web|url=https://www.un.org/documents/ga/res/47/a47r121.htm|titulo=Resolution 47/121, 91st plenary meeting, The situation in Bosnia and Herzegovina|data=18 Dez 1992|acessodata=23 Abr 2011|publicado=[[United Nations General Assembly]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180904015326/http://www.un.org/documents/ga/res/47/a47r121.htm|arquivodata=4 Set 2018|urlmorta=live}}</ref>
[[Ficheiro:Evstafiev-bosnia-sarajevo-water-line.jpg|miniaturadaimagem|Pessoas esperando na fila para buscar água durante o [[Cerco de Sarajevo]], 1992]]
As forças armadas jugoslavas desintegraram-se numa força militar largamente dominada pelos sérvios. O JNA opôs-se à agenda do governo liderado pela maioria bósnia para a independência e, juntamente com outras forças militantes nacionalistas armadas sérvias, tentou impedir que os cidadãos bósnios votassem no referendo de 1992 sobre a independência. <ref name="Meštrović 1996 p. 36">[[Yugoslav Wars#Meštrović|Meštrović (1996)]], p. 36.</ref> Não conseguiram persuadir as pessoas a não votarem e, em vez disso, a atmosfera intimidadora combinada com um boicote sérvio à votação resultou numa retumbante votação de 99% a favor da independência. <ref name="Meštrović 1996 p. 36" />

Em 19 de junho de 1992, eclodiu a guerra na Bósnia, embora o [[cerco de Sarajevo]] já tivesse começado em abril, após a Bósnia e Herzegovina ter declarado independência. O conflito, tipificado pelo cerco de Sarajevo que durou anos e pelo [[Massacre de Srebrenica|genocídio de Srebrenica]], foi de longe a mais sangrenta e mais amplamente coberta das guerras jugoslavas. A facção sérvia-bósnia liderada pelo ultranacionalista [[Radovan Karadžić]] prometeu independência para todas as áreas sérvias da Bósnia do governo de maioria bósnia da Bósnia. Para ligar as partes desconexas dos territórios povoados pelos sérvios e as áreas reivindicadas pelos sérvios, Karadžić prosseguiu uma agenda de limpeza étnica sistemática, principalmente contra os bósnios, através do massacre e da remoção forçada das populações bósnias. <ref>[[Yugoslav Wars#Meštrović|Meštrović (1996)]], p. 7.</ref> Foram relatadas [[limpeza étnica de Prijedor]], [[massacres de Višegrad]], [[Limpeza étnica Foča|limpeza étnica de Foča]], [[massacre de Doboj]], [[massacre de Zvornik]], [[Cerco de Gorazde|cerco de Goražde]] e outros.
[[Ficheiro:Evstafiev-bosnia-sarajevo-woman-cries-at-grave.jpg|miniaturadaimagem|Uma mulher sérvia chora em um túmulo no Cemitério dos Leões em [[Sarajevo]], 1992]]
No final de 1992, as tensões entre [[Croatas da Bósnia e Herzegovina|croatas bósnios]] e bósnios aumentaram e a sua colaboração desmoronou. Em janeiro de 1993, os dois ex-aliados envolveram-se em conflito aberto, resultando na [[Guerra croata-bosníaca]]. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/delic/tjug/en/080915.pdf|titulo=Prosecutor v. Rasim Delić Judgement|data=15 Set 2008|acessodata=8 Fev 2023|publicado=International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia|pagina=24|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200325034056/https://www.icty.org/x/cases/delic/tjug/en/080915.pdf|arquivodata=25 Mar 2020|urlmorta=live|ref={{harvid|Delic judgement|2008}}}}</ref> Em 1994, os EUA mediaram a paz entre as forças croatas e o [[Exército da República da Bósnia e Herzegovina|Exército Bósnio da República da Bósnia e Herzegovina]] com o [[Acordo de Washington]]. Após as operações bem-sucedidas de Flash e Storm, o exército croata e as forças combinadas da Bósnia e da Croácia da Bósnia e Herzegovina conduziram uma operação com o codinome [[Operação Mistral 2|Operação Mistral]] em setembro de 1995 para impedir os ganhos militares dos sérvios da Bósnia. {{Sfnp|CIA|2002|p=379}}

Os avanços no terreno, juntamente com os [[Operação Força Deliberada|ataques aéreos da OTAN,]] pressionaram os sérvios bósnios a sentarem-se à mesa de negociações. Foi exercida pressão sobre todas as partes para que mantivessem o cessar-fogo e negociassem o fim da guerra na Bósnia. A guerra terminou com a assinatura do [[Acordo de Dayton]] em 14 de dezembro de 1995, com a formação da [[República Sérvia|Republika Srpska]] como uma entidade dentro da Bósnia e Herzegovina. <ref>{{Citar web|url=https://www.osce.org/bih/126173|titulo=Dayton Peace Agreement|data=14 Dez 1995|acessodata=7 Jan 2019|website=Organization for Security and Co-operation in Europe|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220225062013/https://www.osce.org/bih/126173|arquivodata=25 Fev 2022|urlmorta=live}}</ref>

A [[Central Intelligence Agency|Agência Central de Inteligência]] (CIA) dos Estados Unidos informou em Abril de 1995 (três meses antes do [[massacre de Srebrenica]]) que quase 90 por cento de todas as atrocidades nas guerras iugoslavas até então tinham sido perpetradas por militantes sérvios. <ref>[[Yugoslav Wars#Meštrović|Meštrović (1996)]], p. 8.</ref> A maioria destas atrocidades ocorreu na [[Bósnia (região)|Bósnia]].

==== Insurgência no Kosovo (1995-1998) ====
{{Artigo principal|Insurgência no Kosovo (1995–1998)}}Na década de 1990, foi formado o [[Exército de Libertação do Kosovo]] (KLA). Começaram a realizar ataques contra civis sérvios. No início da década de 1990, ocorreram ataques às forças policiais sérvias e a funcionários dos serviços secretos em retaliação pelos abusos e assassinatos de civis albaneses. <ref name="Perritt2010">{{Citar livro|título=Kosovo Liberation Army: The Inside Story of an Insurgency|ultimo=Perritt|primeiro=Henry H.|data=2010|editora=University of Illinois Press|isbn=978-0-252-09213-8}}</ref> Um policial sérvio foi morto em 1995, supostamente pelo KLA. <ref name="RadanPavkovic2013">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=k-ahAgAAQBAJ&pg=PA178|título=The Ashgate Research Companion to Secession|ultimo=Professor Peter Radan|ultimo2=Aleksandar Pavkovic|editora=Ashgate Publishing, Ltd.|ano=2013|páginas=178–|isbn=978-1-4094-7652-8}}</ref> O KLA procurou desestabilizar a região, esperando que os Estados Unidos e a OTAN interviessem. {{Sfnp|Marsden|2000}} Patrulhas sérvias foram emboscadas e policiais foram mortos. {{Sfnp|Marsden|2000}} Foi apenas no ano seguinte que a organização KLA assumiu a responsabilidade por estes ataques. <ref name="RadanPavkovic2013" />

O KLA, originalmente composto por algumas centenas de albaneses, atacou várias esquadras de polícia e feriu muitos agentes da polícia em 1996-1997. {{Sfnp|Kushner|2002|p=206}} Em Fevereiro de 1996, o KLA empreendeu uma série de ataques contra esquadras de polícia e funcionários do governo jugoslavo, afirmando que as autoridades jugoslavas tinham matado civis albaneses como parte de uma campanha de limpeza étnica. <ref>{{Citar jornal|url=|titulo=Unknown Albanian 'liberation army' claims attacks|data=17 Fev 1996|publicado=Agence France Presse}}</ref> Em 22 de Abril de 1996, quatro ataques contra pessoal de segurança sérvio foram perpetrados quase simultaneamente em várias partes do Kosovo.

Em Janeiro de 1997, as forças de segurança sérvias assassinaram o comandante do KLA, [[Zahir Pajaziti]], e dois outros líderes num ataque na estrada entre Pristina e Mitrovica, e prenderam mais de 100 militantes albaneses. {{Sfnp|Perritt|2008}} Adem Jashari, como um dos fundadores e líderes do KLA, foi condenado por [[terrorismo]] ''[[In absentia|à revelia]]'' por um tribunal jugoslavo em 11 de Julho de 1997. Posteriormente, a [[Human Rights Watch]] descreveu o julgamento, no qual outros catorze albaneses do Kosovo também foram condenados, como "[não cumprimento] dos padrões internacionais". {{Sfnp|Human Rights Watch|1998|p=27}}

O [[Conselho do Atlântico Norte]] da OTAN afirmou que o KLA foi "o principal iniciador da violência" e que "lançou o que parece ser uma campanha deliberada de provocação". <ref name="allan">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=skdoYDs1e8AC&pg=PA178|título=Reporting war: journalism in wartime|ultimo=Allan, Stuart|ultimo2=Zelizer, Barbie|editora=Routledge|ano=2004|isbn=978-0-415-33998-8}}</ref> Perseguindo Jashari pelo assassinato de um policial sérvio, as forças sérvias tentaram novamente atacar o complexo de Jashari em Prekaz em 22 de janeiro de 1998. {{Sfnp|Elsie|2011|p=142}} Entre 1991 e 1997, principalmente em 1996-97, 39 pessoas foram mortas pelo KLA. <ref name="Ron2003">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=uZiNkMAOp3QC&pg=PA98|título=Frontiers and Ghettos: State Violence in Serbia and Israel|ultimo=James Ron|editora=University of California Press|ano=2003|páginas=98–|isbn=978-0-520-93690-4}}</ref> Os ataques entre 1996 e Fevereiro de 1998 levaram à morte de 10 polícias e 24 civis. <ref name="RadanPavkovic20132">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=k-ahAgAAQBAJ&pg=PA178|título=The Ashgate Research Companion to Secession|ultimo=Professor Peter Radan|ultimo2=Aleksandar Pavkovic|editora=Ashgate Publishing, Ltd.|ano=2013|páginas=178–|isbn=978-1-4094-7652-8}}</ref>

==== Guerra do Kosovo (1998–1999) ====
{{Artigo principal|Guerra do Kosovo}}
{{Artigo principal|Guerra do Kosovo}}
[[Ficheiro:Tomahawk-launch.jpg|miniaturadaimagem|Um [[BGM-109 Tomahawk|míssil de cruzeiro Tomahawk]] é lançado do convés de mísseis de popa do navio de guerra americano [[USS Gonzalez (DDG-66)|USS ''Gonzalez'']] em 31 de março de 1999]]
[[Ficheiro:Нато_бомбе_изазивале_еколошку_катастрофу_у_Новом_Саду.jpeg|miniaturadaimagem|Fumaça em [[Novi Sad]], Sérvia, após o bombardeio da OTAN em 1999]]
Depois de Setembro de 1990, quando a [[Constituição jugoslava de 1974|Constituição Iugoslava de 1974]] foi revogada unilateralmente pela [[República Socialista da Sérvia]], a autonomia do Kosovo sofreu e assim a região enfrentou a opressão organizada pelo Estado: a partir do início da década de 1990, a rádio e a televisão em língua albanesa foram restringidas e os jornais foram encerrados. . Os albaneses do Kosovo foram despedidos em grande número de empresas e instituições públicas, incluindo bancos, hospitais, correios e escolas. <ref name="milutnovic88">[[Yugoslav Wars#Milutinovic et al.|''The Prosecutor vs Milan Milutinović et al. – Judgement'', 26 February 2009]], pp. 88–89</ref> Em junho de 1991, a assembleia da [[Universidade de Pristina|Universidade de Priština]] e vários conselhos docentes foram dissolvidos e substituídos por sérvios. Os professores albaneses do Kosovo foram impedidos de entrar nas instalações da escola no novo ano lectivo que começava em Setembro de 1991, forçando os alunos a estudar em casa. <ref name="milutnovic88" />


Um cessar-fogo facilitado pela [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]] foi assinado em 15 de Outubro, mas ambos os lados o quebraram dois meses depois e os combates recomeçaram. Quando o assassinato de 45 albaneses kosovares no [[massacre de Račak]] foi relatado em Janeiro de 1999, a OTAN decidiu que o conflito só poderia ser resolvido através da introdução de uma força militar de manutenção da paz para conter à força os dois lados. <ref name="Milutinovic p. 416">[[Yugoslav Wars#Milutinovic et al.|''The Prosecutor vs Milan Milutinović et al. – Judgement'', 26 February 2009]], p. 416.</ref> A Iugoslávia recusou-se a assinar os [[Conferência de Rambouillet|Acordos de Rambouillet]], que entre outras coisas exigiam 30.000 soldados de manutenção da paz da OTAN no Kosovo; um direito de passagem irrestrito para as tropas da OTAN em território jugoslavo; imunidade da OTAN e dos seus agentes ao direito jugoslavo; e o direito de usar estradas, portos, ferrovias e aeroportos locais sem pagamento e requisitar instalações públicas para seu uso gratuito. <ref>{{Citar jornal|ultimo=<!--Staff writer(s)/no by-line.-->|url=https://www.theguardian.com/world/1999/apr/28/balkans12|titulo=The Rambouillet text – Appendix B|data=28 Abr 1999|acessodata=5 Out 2021|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211005140404/https://www.theguardian.com/world/1999/apr/28/balkans12|arquivodata=5 Out 2021|urlmorta=live}}</ref> <ref name="LeidenSuy">{{Citar periódico |url=https://www.cambridge.org/core/journals/leiden-journal-of-international-law/article/abs/natos-intervention-in-the-federal-republic-of-yugoslavia/0ABB9520FBC5FD26A849699480A48D09 |título=NATO's Intervention in the Federal Republic of Yugoslavia |data=2000 |acessodata= |periódico=Leiden Journal of International Law |publicado=Cambridge University Press |ultimo=Suy |primeiro=Eric |paginas=193–205 |doi=10.1017/S0922156500000133 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220412203311/https://www.cambridge.org/core/journals/leiden-journal-of-international-law/article/abs/natos-intervention-in-the-federal-republic-of-yugoslavia/0ABB9520FBC5FD26A849699480A48D09 |arquivodata=12 Abr 2022 |volume=13}}</ref> A OTAN preparou-se então para instalar as forças de manutenção da paz pela força, utilizando esta recusa para justificar os bombardeamentos.
O termo [[Guerra do Kosovo]] ou Conflito do Kosovo é usado para descrever dois conflitos armados sequenciais no [[Kosovo]]. Desde o início de [[1998]]<ref name="chrono">{{Citar web| título = Kosovo war chronology | publicado = [[Human Rights Watch]] | url = http://www.hrw.org/campaigns/kosovo98/timeline.shtml }}</ref> até [[1999]], a guerra entre o exército da República Federal da Iugoslávia e os [[Exército de Libertação do Kosovo|milícias albanesas]] do [[Kosovo]]. Entre [[24 de março]] de 1999 e [[10 de junho]] de 1999,<ref>{{Citar web|url=http://www.nato.int/kosovo/all-frce.htm|título=Operation Allied Force|publicado=[[NATO]]}}</ref> a [[Operação Força Aliada|OTAN atacou a Iugoslávia]], e as milícias albanesas continuaram batalhas com as forças iugoslavas, forçando o deslocamento de mais de 1 milhão de kosovares.{{carece de fontes}}


Seguiu-se o [[Intervenção militar na Iugoslávia em 1999|bombardeio da Iugoslávia pela OTAN]], uma intervenção contra as forças sérvias com uma campanha principalmente de bombardeios, sob o comando do general [[Wesley Clark]]. As hostilidades terminaram {{Frac|2|1|2}} meses depois com o [[Acordo de Kumanovo]]. O Kosovo foi colocado sob o controlo governamental da [[Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo|Missão de Administração Provisória das Nações Unidas no Kosovo]] e da proteção militar da [[Força do Cóssovo|Força do Kosovo]] (KFOR). A guerra de 15 meses deixou milhares de civis mortos em ambos os lados e mais de um milhão de deslocados. <ref name="Milutinovic p. 4162">[[Yugoslav Wars#Milutinovic et al.|''The Prosecutor vs Milan Milutinović et al. – Judgement'', 26 February 2009]], p. 416.</ref>
Desde o final da guerra da Bósnia, aumentava a tensão entre os kosovares albaneses e os [[sérvios do Kosovo]]. Em janeiro de [[1998]], iniciam-se confrontos entre as forças sérvias e os guerrilheiros do [[Exército de Libertação do Kosovo]] (ELK). Os albaneses passam a fazer uma [[guerra de guerrilha]] visando à independência e a expulsão dos sérvios da região. Milošević nega-se a outorgar o direito de autonomia aos albaneses, suprimido em [[1989]], e intervêm na província visando a repressão do [[terrorismo]] albanês. A [[OTAN]], a [[União Europeia]] e os [[Estados Unidos]], alegam que os albaneses estão sendo vítimas de um [[genocídio]] e condenam a repressão dos kosovares albaneses.{{carece de fontes}}


==== Insurgência no Vale do Preševo (1999–2001) ====
Em maio do mesmo ano, quando as milícias albanesas já estavam controlando cerca de 40% do país, Milošević concorda em negociar com os kosovares. No ano seguinte, Estados Unidos e União Europeia forçam os dois lados a retomar negociações na [[Conferência de Rambouillet]]. A Iugoslávia rejeita a proposta de maior autonomia para a província seguida pelo envio de uma força de paz internacional.
{{Artigo principal|Conflito no sul da Sérvia}}A Insurgência no Vale de Preševo foi um conflito armado entre a República Federal da Iugoslávia e os insurgentes de etnia albanesa <ref>{{Citar livro|título=Kosovo Liberation Army: The Inside Story of an Insurgency|ultimo=Perritt|primeiro=Henry H. Jr.|editora=University of Illinois Press|ano=2008|isbn=978-0-252-03342-1}}</ref> <ref>{{Citar livro|título=Reflections on the Balkan Wars: Ten Years After the Break-up of Yugoslavia|editora=Palgrave Macmillan|ano=2004|editor-sobrenome=Morton|isbn=978-1-4039-6332-1|editor-sobrenome2=Bianchini|editor-sobrenome3=Nation|editor-sobrenome4=Forage}}</ref> do [[Exército de Libertação de Preševo, Medveđa e Bujanovac]] (UÇPMB), começando em junho de 1999. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=img4ZbJeT-8C&pg=PA57|título=Reflections on the Balkan Wars|ultimo=Morton|primeiro=Jeffrey S.|editora=Palgrave Macmillan|ano=2004|isbn=978-1-4039-6332-1|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124141/https://books.google.com/books?id=img4ZbJeT-8C&pg=PA57|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> Houve casos durante o conflito em que o governo iugoslavo solicitou o apoio da KFOR para suprimir os ataques da UÇPMB, uma vez que o governo só podia usar forças militares ligeiramente armadas como parte do Acordo de Kumanovo, que criou uma zona tampão para que a maior parte das forças armadas iugoslavas não pudessem entrar. <ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1141961.stm|titulo=Renewed clashes near Kosovo border|data=28 Jan 2001|acessodata=23 Abr 2015|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141022110531/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1141961.stm|arquivodata=22 Out 2014|urlmorta=live}}</ref> O presidente iugoslavo, [[Vojislav Koštunica|Vojislav Koštunica,]] alertou que novos combates iriam eclodir se as unidades da KFOR não agissem para evitar os ataques vindos da UÇPMB. <ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1142478.stm|titulo=Kostunica warns of fresh fighting|data=29 jan 2001|acessodata=8 Fev 2023|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131113163249/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1142478.stm|arquivodata=13 Nov 2013|urlmorta=live}}</ref>


==== Insurgência na República da Macedônia (2001) ====
Com o impasse, a OTAN bombardeia a Iugoslávia - sem consultar a [[ONU]] ou qualquer outro organismo internacional - durante 78 dias seguidos. Ao todo, cerca de 18 000 pessoas morreram no conflito enquanto 1 milhão de kosovares fugiram para países vizinhos, como Albânia, Macedônia e Montenegro.<ref>{{Citar web |url=http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/kosovo_independente/index.shtml |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2010-10-18 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090201181056/http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/kosovo_independente/index.shtml |arquivodata=2009-02-01 |urlmorta=yes }}</ref> Milošević decide retirar suas tropas da província, mas não admite a derrota. Uma força de paz é enviada para o Kosovo, que passa a ser administrado ''[[de facto]]'' pela ONU.<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/static/especial/milosevic_yugoslavia/kosovo.htm |titulo=BBC Brasil {{!}} Os anos Milosevic |acessodata=2021-06-25 |website=www.bbc.com}}</ref>
{{Artigo principal|Conflito na Macedônia de 2001}}A insurgência na República da Macedônia foi um conflito armado em [[Tetovo]] que começou quando o grupo militante étnico [[Albaneses da Macedônia do Norte|Albanês]] do [[Exército de Libertação Nacional (Macedônia)|Exército de Libertação Nacional]] (NLA) começou a atacar as [[Forças Armadas da Macedônia do Norte|forças de segurança]] da [[Macedónia do Norte|República da Macedônia]] no início de fevereiro de 2001, e terminou com o [[Acordo de Ocrida|Acordo de Ohrid]]. O objetivo do NLA era dar maiores direitos e autonomia à minoria albanesa do país, que representava 25,2% da população da República da Macedónia (54,7% em Tetovo). <ref name="news.bbc.co.uk">{{Citar jornal|ultimo=Wood|primeiro=Paul|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1231596.stm|titulo=Who are the rebels?|data=20 Mar 2001|acessodata=8 Fev 2023|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160306111202/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/1231596.stm|arquivodata=6 Mar 2016|urlmorta=live}}</ref> <ref name="stat.gov.mk">{{Citar web|url=http://www.stat.gov.mk/pdf/kniga_13.pdf|titulo=Census of Population, Households and Dwellings in the Republic of Macedonia, 2002 – Book XIII|data=Maio 2005|acessodata=8 Fev 2023|publicado=State Statistical Office of the Republic of Macedonia|local=Skopje|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070708073549/http://www.stat.gov.mk/pdf/kniga_13.pdf|arquivodata=8 Jul 2007|urlmorta=live}}</ref> Houve também alegações de que o grupo desejava, em última análise, que as áreas de maioria albanesa se separassem do país, <ref>{{Citar periódico |url=http://worldpress.org/0901feature13.htm |título=Macedonia's 'Liberation' Army: A Learner's Lexicon |data=Set 2001 |acessodata=18 Abr 2012 |periódico=World Press Review |número=9 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120413091920/http://worldpress.org/0901feature13.htm |arquivodata=13 Abr 2012 |volume=48}}</ref> embora membros de alto escalão do NLA tenham negado isso. <ref name="news.bbc.co.uk" />


== Embargo de armas ==
A guerra do Kosovo foi acreditada a ser a primeira guerra humanitária da história.<ref>{{citar notícia| titulo= Kosovo feature | url=http://www.nytimes.com/packages/html/world/20071209_KOSOVO_FEATURE/ |obra=The New York Times}}</ref> Foi o centro das manchetes por meses, e ganhou uma enorme quantidade de cobertura e atenção da comunidade internacional e da mídia. As ações da [[OTAN]] e do governo da então Iugoslávia continuam a ser um tema controverso na [[Europa]],ao mesmo tempo que a questão do [[Kosovo]].
O [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]] impôs um embargo de armas em setembro de 1991. <ref>{{Citar web|url=http://www.sipri.org/databases/embargoes/un_arms_embargoes/yugoslavia/yugoslavia-1991|titulo=UN arms embargo on Yugoslavia (FRY)|data=16 Out 2012|acessodata=28 Dez 2015|website=Stockholm International Peace Research Institute|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160121080459/http://www.sipri.org/databases/embargoes/un_arms_embargoes/yugoslavia/yugoslavia-1991|arquivodata=21 Jan 2016|urlmorta=live}}</ref> No entanto, vários estados envolveram-se ou facilitaram a venda de armas às facções beligerantes. <ref name="ZgagaSurc_2011">{{Citar web|ultimo=Blaz Zgaga|ultimo2=Matej Surc|url=http://euobserver.com/24/114482|titulo=Yugoslavia and the profits of doom|data=2 Dez 2011|acessodata=4 Dez 2011|website=EUobserver|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120210225225/http://euobserver.com/24/114482|arquivodata=10 Fev 2012|urlmorta=live}}</ref> Em 2012, o [[Chile]] condenou nove pessoas, incluindo dois generais reformados, pela sua participação na venda de armas. <ref name="BBC 20.01.2012">{{Citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-16660221|titulo=Chile generals convicted over 1991 Croatia arms deal|data=20 Jan 2012|acessodata=21 Jan 2012|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120124223958/http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-16660221|arquivodata=24 Jan 2012|urlmorta=live}}</ref>


=== Queda e Prisão de Milošević===
== Crimes de guerra ==
{{Mais informações|Crimes de guerra sérvios nas guerras iugoslavas|Crimes de guerra croatas nas guerras iugoslavas|Crimes de guerra na Guerra do Kosovo}}
Em setembro de [[2000]], o presidente Slobodan Milošević convocou eleições gerais, nesse momento o país ainda sofria com as sanções impostas pela ONU, e milhares de sérvios estavam vivendo em pobreza absoluta. Milošević se recusou a reconhecer a vitória do líder da oposição, [[Vojislav Kostunica]].Com isso, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas das grandes cidades iugoslavas em protesto e uma greve geral chegou a paralisar o país. A era do regime autoritário de Slobodan Milošević terminou quando milhares de iugoslavos invadiram o parlamento, em Belgrado. Milošević é afastado do poder e no dia 5 de outubro de 2000, o novo presidente, Vojislav Kostunica declara a libertação do país em discurso para meio milhão de pessoas reunidas no centro de [[Belgrado]].<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/static/especial/milosevic_yugoslavia/queda.htm |titulo=BBC Brasil {{!}} Os anos Milosevic |acessodata=2021-06-25 |website=www.bbc.com}}</ref>


=== Genocídio ===
Em janeiro de [[2001]], são restabelecidas as relações da Sérvia com a Albânia e em abril, o ex-presidente Slobodan Milošević é preso, acusado de corrupção e abuso de poder. O presidente norte-americano [[George W. Bush]] impõe a extradição de Milošević para o [[Tribunal de Haia]], como condição para a liberação de ajuda financeira para a reconstrução da Sérvia. Horas depois da autorização para a extradição, no dia 28 de junho, os [[Estados Unidos]], a [[União Europeia]] e o [[Banco Mundial]] se comprometem a doar US$ 1,280 bilhão para a reconstrução do país.{{carece de fontes}}
{{Artigo principal|Genocídio na Bósnia|Caso do Genocídio na Bósnia}}
[[Ficheiro:Srebrenica_Massacre_-_Massacre_Victim_2_-_Potocari_2007.jpg|miniaturadaimagem|O crânio de uma vítima do [[massacre de Srebrenica]] em julho de 1995 em uma vala comum exumada nos arredores de [[Donji Potočari|Potočari]], 2007]]
É amplamente aceito que os [[Assassínio em massa|assassinatos em massa]] contra os bósnios na Bósnia e Herzegovina se transformaram em genocídio. Em 18 de dezembro de 1992, a [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] emitiu a resolução 47/121 condenando "atos agressivos das forças sérvias e montenegrinas para adquirir mais territórios pela força" e chamou tal limpeza étnica de "uma forma de [[genocídio]]". <ref name="Resolution2">{{Citar web|url=https://www.un.org/documents/ga/res/47/a47r121.htm|titulo=Resolution 47/121, 91st plenary meeting, The situation in Bosnia and Herzegovina|data=18 Dez 1992|acessodata=23 Abr 2011|publicado=[[United Nations General Assembly]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180904015326/http://www.un.org/documents/ga/res/47/a47r121.htm|arquivodata=4 Set 2018|urlmorta=live}}</ref> No seu relatório publicado em 1 de Janeiro de 1993, o Helsinki Watch foi uma das primeiras [[direitos civis|organizações de direitos civis]] a alertar que "a extensão da violência e a sua natureza selectiva ao longo de linhas étnicas e religiosas sugerem crimes de carácter genocida contra muçulmanos e, em menor medida, as populações croatas na Bósnia-Herzegovina". <ref name="Helsinki Watch Report">{{Citar web|url=http://www.refworld.org/docid/467fca72a.html|titulo=Human Rights Watch World Report 1993 – The former Yugoslav Republics|data=1 Jan 1993|acessodata=10 Jul 2017|publicado=Helsinki Watch|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180801221211/http://www.refworld.org/docid/467fca72a.html|arquivodata=1 Ago 2018|urlmorta=live}}</ref>


Um telegrama enviado à [[Casa Branca]] em 8 de Fevereiro de 1994 pelo Embaixador dos EUA na Croácia, [[Peter Galbraith|Peter W. Galbraith]], afirmou que estava a ocorrer genocídio. O telegrama citava "bombardeios e tiros constantes e indiscriminados" em Sarajevo pelo Exército Popular Iugoslavo de Karadzic; a perseguição de grupos minoritários no norte da Bósnia “numa tentativa de forçá-los a sair”; e a utilização de detidos “para realizar trabalhos perigosos nas linhas da frente” como prova de que estava a ser cometido genocídio. <ref>{{Citar web|ultimo=Peter W. Galbraith|url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/IMG/20091106-friday.pdf|titulo=Galbraith telegram|acessodata=2022-02-19|publicado=[[United States Department of State]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210225030658/https://nsarchive2.gwu.edu//IMG/20091106-friday.pdf|arquivodata=2021-02-25|urlmorta=dead}}</ref> Em 2005, o [[Congresso dos Estados Unidos]] aprovou uma resolução declarando que "as políticas sérvias de agressão e limpeza étnica cumprem os termos que definem o genocídio". <ref name="thomas.loc.gov">[http://thomas.loc.gov/cgi-bin/bdquery/z?d109:s.res.00134: A resolution expressing the sense of the Senate regarding the massacre at Srebrenica in July 1995] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20160107031723/http://thomas.loc.gov/cgi-bin/bdquery/z?d109:s.res.00134:|date=2016-01-07}}, thomas.loc.gov; accessed 25 April 2015.</ref>
== União Estatal de Sérvia e Montenegro (2003-2006) ==
Em 2002, a Sérvia e o Montenegro assinaram um novo acordo no tocante à cooperação dentro da federação. No ano seguinte, com o patrocínio da [[União Europeia]], a Iugoslávia desapareceu formalmente dos mapas e deu lugar a uma nova federação chamada [[Sérvia e Montenegro]], com o proposta da realização de um plebiscito sobre a independência de [[Montenegro]],até [[2006]].<ref>{{Citar web |url=https://noticias.uol.com.br/inter/afp/2002/03/14/ult34u37137.jhtm |titulo=UOL Últimas Notícias - Assinado acordo sobre criação de novo Estado Sérvia e Montenegro 14/03/2002 - 10h27 |acessodata=2021-06-25 |website=noticias.uol.com.br}}</ref> O resultado de tal plebiscito foi que o povo de Montenegro votou pela dissolução da federação em 21 de maio de 2006. A vitória foi apertada, com 55,5%,meio ponto porcentual acima da condição estipulada pela União Europeia para o reconhecimento de sua independência. Em 3 junho de 2006, Montenegro declarou oficialmente a sua independência, com a Sérvia reconhecendo o fato dois dias mais tarde, e assim um dos últimos vestígios da antiga Iugoslávia deixou de existir.<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/story/2006/05/060523_serviamontenegroreageba |titulo=BBCBrasil.com {{!}} Notícias {{!}} Sérvia aceita independência de Montenegro |acessodata=2021-06-25 |website=www.bbc.com}}</ref>


Um julgamento teve lugar perante o [[Tribunal Internacional de Justiça]], na sequência de um processo de 1993 movido pela Bósnia e Herzegovina contra a Sérvia e Montenegro, alegando [[genocídio]]. A decisão do TIJ de 26 de Fevereiro de 2007 determinou indirectamente que a natureza da guerra era internacional, embora isentando a Sérvia da responsabilidade directa pelo genocídio cometido pelas forças da [[República Sérvia|Republika Srpska]] em [[Massacre de Srebrenica|Srebrenica]]. O TIJ concluiu, no entanto, que a Sérvia não conseguiu impedir o genocídio cometido pelas forças sérvias em Srebrenica e não puniu os responsáveis, nem os levou à justiça. <ref name="Court Declares Bosnia Killings Were Genocide">{{Citar jornal|ultimo=Marlise Simons|autorlink=Marlise Simons|url=https://www.nytimes.com/2007/02/27/world/europe/27hague.html|titulo=Court Declares Bosnia Killings Were Genocide|data=27 Fev 2007|acessodata=10 Jul 2017|website=The New York Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180805203307/https://www.nytimes.com/2007/02/27/world/europe/27hague.html|arquivodata=5 Ago 2018|urlmorta=live}}</ref>
== Independência do Kosovo (2008) ==
{{Artigo principal|Independência do Kosovo|Reação internacional à declaração de independência do Kosovo de 2008}}


Os crimes de guerra foram conduzidos simultaneamente por diferentes forças sérvias em diferentes partes da Bósnia e Herzegovina, especialmente em [[Massacre de Bijeljina|Bijeljina]], [[Cerco de Sarajevo|Sarajevo]], [[Massacre de Prijedor|Prijedor]], [[Massacre de Zvornik|Zvornik]], [[Massacres de Višegrad|Višegrad]] e [[Massacre de Foča|Foča]]. Os juízes, no entanto, decidiram que os critérios para genocídio com a intenção específica (''dolus specialis'') de destruir os muçulmanos bósnios foram cumpridos apenas em Srebrenica em 1995. <ref name="Court Declares Bosnia Killings Were Genocide2">{{Citar jornal|ultimo=Marlise Simons|autorlink=Marlise Simons|url=https://www.nytimes.com/2007/02/27/world/europe/27hague.html|titulo=Court Declares Bosnia Killings Were Genocide|data=27 Fev 2007|acessodata=10 Jul 2017|website=The New York Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180805203307/https://www.nytimes.com/2007/02/27/world/europe/27hague.html|arquivodata=5 Ago 2018|urlmorta=live}}</ref> O tribunal concluiu que outros crimes, fora de Srebrenica, cometidos durante a guerra de 1992-1995, podem constituir [[Crime contra a humanidade|crimes contra a humanidade]] de acordo com o direito internacional, mas que estes atos não constituíram, por si só, genocídio. <ref>{{Citar web|url=http://www.sense-agency.com/international_court_of_justice/serbia-found-guilty-of-failure-to-prevent-and-punish-genocide.47.html?cat_id=2&news_id=10130|titulo=Tribunal: Serbia Found Guilty of Failure to Prevent and Punish Genocide|acessodata=25 Abr 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090730091312/http://www.sense-agency.com/en/stream.php?sta=3&pid=9273&kat=3|arquivodata=30 Jul 2009|urlmorta=dead}}</ref>
Após anos de negociações, Kosovo declara a sua independência com apoio dos EUA e da UE. Isso aconteceu quando a Guerra do Kosovo estava prestes a completar dez anos e o presidente dos EUA George W. Bush estava no último ano de seu segundo mandato e não poderia ser reeleito; e juntamente a isto duas nações que previamente tinham se separado da Iugoslávia estavam em posições políticas de destaque (a Eslovênia que presidia a União Europeia e a Croácia, que estava em uma das cadeiras temporárias do [[Conselho de Segurança da ONU]]). A proclamação foi adiada até alguns dias depois das eleições gerais sérvias de 2008, com o primeiro turno sendo realizado em 20 de janeiro e o segundo turno realizado em 3 de fevereiro. Kosovo foi um importante tópico para as campanhas eleitorais. Entretanto, [[Rússia]], [[República Popular da China]],que possuem uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e a própria Sérvia se opõem ao reconhecimento internacional da independência do Estado do Kosovo, que seria admitido na ONU nesta data. Historicamente os russos sempre se opuseram aos movimentos separatistas na antiga Iugoslávia.<ref>{{Citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u373229.shtml |titulo=folha.uol.com.br |acessodata=2021-06-25 |website=www1.folha.uol.com.br}}</ref>


O crime de genocídio no [[enclave]] de Srebrenica foi confirmado em vários veredictos de culpa proferidos pelo TPIJ, mais notavelmente na condenação do líder sérvio-bósnio [[Radovan Karadžić]]. <ref name="Radovan Karadzic guilty of genocide over Srebrenica massacre in Bosnia">{{Citar jornal|ultimo=Alexandra Sims|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/radovan-karadzic-guilty-of-genocide-over-srebrenica-massacre-in-bosnia-a6950251.html|titulo=Radovan Karadzic guilty of genocide over Srebrenica massacre in Bosnia|data=24 Mar 2016|acessodata=10 Jul 2017|website=The Independent|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220507/https://www.independent.co.uk/news/world/europe/radovan-karadzic-guilty-of-genocide-over-srebrenica-massacre-in-bosnia-a6950251.html|arquivodata=2022-05-07|urlmorta=live|acessourl=}}</ref>
A situação permanece ainda em impasse, uma vez que a maioria dos Estados-membros das [[Nações Unidas]] ainda não reconhecem a [[independência de Kosovo]].Juntamente a isso, a [[ONU]] entregou a responsabilidade da manutenção das forças de paz na região para a União Europeia.<ref>{{Citar web |url=https://extra.globo.com/noticias/mundo/kosovo-independencia-aumenta-abismo-entre-russia-ocidente-464389.html |titulo=Kosovo: Independência aumenta abismo entre Rússia e Ocidente |acessodata=2021-06-25 |website=Extra Online |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL302326-5602,00-ENTENDA+A+INDEPENDENCIA+E+SUAS+CONSEQUENCIAS.html |titulo=G1 > Mundo - NOTÍCIAS - Entenda a independência e suas conseqüências |acessodata=2021-06-25 |website=g1.globo.com}}</ref>


=== Limpeza étnica ===
{{referências}}
{{Artigo principal|Limpeza étnica na Guerra da Bósnia}}
[[Ficheiro:Map_of_percentage_of_refugees_and_IDs_during_Yugoslav_Wars.png|miniaturadaimagem|Mapa de refugiados e identidades como porcentagem da população total por república durante as Guerras Iugoslavas]]
[[Ficheiro:Manjača_Camp.jpg|miniaturadaimagem|Detidos no campo de Manjača, perto de Banja Luka, 1992]]
A [[limpeza étnica]] foi um fenómeno comum nas guerras na Croácia, no Kosovo e na Bósnia e Herzegovina. Isto implicou a intimidação, a [[Transferência populacional|expulsão forçada]] ou o [[Assassínio|assassinato]] do grupo étnico indesejado, bem como a destruição dos locais de culto, cemitérios e edifícios culturais e históricos desse grupo étnico, a fim de alterar a composição populacional de uma área em favor de outra. grupo étnico que se tornaria a maioria. Estes exemplos de nacionalismo territorial e [[Irredentismo|aspirações territoriais]] fazem parte do objetivo de um [[Nacionalismo étnico|etno-estado]]. {{Sfnp|Wood|2001}} Campos de detenção como Omarska e Trnopolje também foram designados como parte integrante da estratégia global de limpeza étnica das autoridades. {{Sfnp|Campbell|2002|p=1}}

De acordo com numerosos veredictos e acusações do TPIJ, as forças sérvias <ref name="Prosecutor v. Vujadin Popovic, Ljubisa Beara, Drago Nikolic, Ljubomir Borovcanin, Radivoje Miletic, Milan Gvero, and Vinko Pandurevic">{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/popovic/tdec/en/060926.pdf|titulo=Prosecutor v. Vujadin Popovic, Ljubisa Beara, Drago Nikolic, Ljubomir Borovcanin, Radivoje Miletic, Milan Gvero, and Vinko Pandurevic|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211211023111/https://www.icty.org/x/cases/popovic/tdec/en/060926.pdf|arquivodata=11 Dez 2021|urlmorta=live}}</ref> <ref name="ICTY: Radoslav Brđanin judgement">{{Citar web|url=https://www.un.org/icty/brdjanin/trialc/judgement/index.htm|titulo=ICTY: Radoslav Brđanin judgement|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090414072922/http://www.un.org/icty/brdjanin/trialc/judgement/index.htm|arquivodata=14 Abr 2009|urlmorta=dead}}</ref> <ref name="Tadic Case: The Verdict">{{Citar web|url=http://www.icty.org/sid/7537|titulo=Tadic Case: The Verdict|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211014175448/https://www.icty.org/sid/7537|arquivodata=14 Out 2021|urlmorta=live}}</ref> e croatas <ref name="Prosecuter v. Jadranko Prlic, Bruno Stojic, Slobodan Praljak, Milivoj Petkovic and Valentin Coric and Berislav Pusic">{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/prlic/acdec/en/080311.pdf|titulo=Prosecutor v. Jadranko Prlic, Bruno Stojic, Slobodan Praljak, Milivoj Petkovic, Valentin Coric and Berislav Pusic|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210905185823/https://www.icty.org/x/cases/prlic/acdec/en/080311.pdf|arquivodata=5 Set 2021|urlmorta=live}}</ref> realizaram uma [[limpeza étnica]] dos seus territórios planeada pela sua liderança política para criar estados etnicamente puros ([[República Sérvia|Republika Srpska]] e [[República Sérvia de Krajina]] pelo Sérvios; e [[República Croata da Herzeg-Bósnia|Herzeg-Bósnia]] pelos Croatas).

De acordo com o TPIJ, as forças sérvias do Oblast Autônomo de Krajina deportaram pelo menos 80-100.000 croatas e outros civis não-sérvios em 1991-92. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/stanisic_simatovic/tjug/en/130530_summary.pdf|titulo=Judgement Summary for Jovica Stanišić and Franko Simatović|data=30 Maio 2013|acessodata=10 Jul 2017|publicado=ICTY|pagina=2|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161225002557/http://www.icty.org/x/cases/stanisic_simatovic/tjug/en/130530_summary.pdf|arquivodata=25 Dez 2016|urlmorta=live}}</ref> O número total de croatas e outros não-sérvios exilados varia entre 170.000 ([[Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|TPIJ]]), <ref>{{Citar jornal|ultimo=Marlise Simons|url=https://www.nytimes.com/2001/10/10/world/milosevic-indicted-again-is-charged-with-crimes-in-croatia.html?scp=1&sq=milo%C5%A1evi%C4%87%20170000&st=cse|titulo=Milosevic, Indicted Again, Is Charged With Crimes in Croatia|data=10 Out 2001|acessodata=26 Dez 2010|website=The New York Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130520112601/http://www.nytimes.com/2001/10/10/world/milosevic-indicted-again-is-charged-with-crimes-in-croatia.html?scp=1&sq=milo%C5%A1evi%C4%87%20170000&st=cse|arquivodata=20 Maio 2013|urlmorta=live}}</ref> um quarto de milhão de pessoas ([[Human Rights Watch]]) <ref>{{Citar web|url=https://www.hrw.org/en/news/2001/10/28/milosevic-important-new-charges-croatia|titulo=Milosevic: Important New Charges on Croatia|data=21 Out 2001|acessodata=29 Out 2010|publicado=[[Human Rights Watch]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101225134329/http://www.hrw.org/en/news/2001/10/28/milosevic-important-new-charges-croatia|arquivodata=25 Dez 2010|urlmorta=live}}</ref> ou até 500.000, segundo o [[Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados|ACNUR]]. <ref name="UNHCR">{{Citar jornal|ultimo=UNHCR|url=http://www.unhcr.org/42f38b084.html|titulo=Home again, 10 years after Croatia's Operation Storm|data=5 ago 2005|acessodata=24 nov 2017|website=UNHCR}}</ref> Além disso, pelo menos 700.000 a 863.000 albaneses foram deportados do Kosovo em 1999. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/en/press/five-senior-serb-officials-convicted-kosovo-crimes-one-acquitted|titulo=Five Senior Serb Officials Convicted of Kosovo Crimes, One Acquitted|data=26 Fev 2009|acessodata=10 Jul 2017|publicado=ICTY|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170803161906/http://www.icty.org/en/press/five-senior-serb-officials-convicted-kosovo-crimes-one-acquitted|arquivodata=3 Ago 2017|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=O_VNEAAAQBAJ&pg=PA26|título=Kosovo and the International Community: A Legal Assessment|ultimo=Tomuschat|primeiro=Christian|data=2021|editora=BRILL|páginas=26-27|isbn=9789004478817}}</ref> Mais de 80% da população total do Kosovo foi deslocada em Junho de 1999. <ref>{{Citar web|url=https://www.hrw.org/reports/2001/kosovo/undword-03.htm|titulo=Under Orders: War Crimes in Kosovo|data=2001|acessodata=17 Set 2023|website=Human Rights Watch}}</ref> Outras centenas de milhares de muçulmanos foram forçados a abandonar as suas casas pelas forças sérvias na Bósnia e Herzegovina. {{Sfnp|Campbell|2001|p=58}} Segundo uma estimativa, as forças sérvias expulsaram pelo menos 700 mil muçulmanos bósnios da área da Bósnia sob o seu controlo. {{Sfnp|Geldenhuys|2004|p=34}} De acordo com um relatório da ONU de 1994, as forças croatas também se envolveram na limpeza étnica contra os sérvios na Eslavônia oriental e ocidental e em partes da região de [[Krajina]], embora numa escala mais restrita e em menor número. <ref>{{Citar livro|título=The Law of the International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|ultimo=Bassiouni|primeiro=Mahmoud Cherif|ultimo2=Manikas|primeiro2=Peter|data=1996|editora=Transnational Publishers|isbn=978-1-57105-004-5}}</ref>

Os sobreviventes da limpeza étnica ficaram gravemente traumatizados como consequência desta campanha. {{Sfnp|Weine|Becker|Vojvoda|Hodzic|1998|p=147}}

=== Violência sexual e estupros durante a guerra ===
{{Artigo principal|Estupros durante a Guerra da Bósnia|Estupros de guerra}}Os [[estupros de guerra]] ocorreram por ordem oficial como parte da [[limpeza étnica]], para deslocar o grupo étnico visado. <ref name="de Brouwer 2005 10">[[Yugoslav Wars#Brouwer|de Brouwer (2005)]], p. 10</ref> De acordo com o Grupo de Mulheres de Trešnjevka, mais de 35.000 mulheres e crianças foram detidas nesses “campos de violação” geridos pelos sérvios. <ref name="debrouwer9">[[Yugoslav Wars#Brouwer|de Brouwer (2005)]], pp. 9–10</ref> <ref>{{Citar periódico |url=http://www.newint.org/issue244/rape.htm |título=Rape: Weapon of War |data=Jun 1993 |periódico=New Internationalist |número=244 |ultimo=Robson |primeiro=Angela |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100817134853/http://www.newint.org/issue244/rape.htm |arquivodata=2010-08-17}}</ref> <ref>[http://srebrenica.brightside.nl/srebrenica/ Netherlands Institute for War Documentation] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20070929214505/http://srebrenica.brightside.nl/srebrenica/|date=September 29, 2007}} Part 1 Chapter 9</ref> [[Dragoljub Kunarac]], [[Radomir Kovač]] e [[Zoran Vuković]] foram condenados por [[Crime contra a humanidade|crimes contra a humanidade]] por estupro, tortura e escravização cometidos durante os [[massacres de Foča]]. <ref>{{Citar jornal|url=https://www.hrw.org/en/news/2001/02/22/bosnia-landmark-verdicts-rape-torture-and-sexual-enslavement|titulo=Bosnia: Landmark Verdicts for Rape, Torture, and Sexual Enslavement – Criminal Tribunal Convicts Bosnian Serbs for Crimes Against Humanity|data=22 Fev 2001|acessodata=8 Fev 2023|website=Human Rights Watch|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140415191448/http://www.hrw.org/en/news/2001/02/22/bosnia-landmark-verdicts-rape-torture-and-sexual-enslavement|arquivodata=15 Abr 2014|urlmorta=live}}</ref>

As provas da magnitude das violações na Bósnia e Herzegovina levaram o TPIJ a lidar abertamente com estes abusos. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Simons|primeiro=Marlise|url=https://www.nytimes.com/specials/bosnia/context/0628warcrimes-tribunal.html|titulo=For first time, Court Defines Rape as War Crime|data=Jun 1996|acessodata=8 Fev 2023|website=The New York Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161007013411/http://www.nytimes.com/specials/bosnia/context/0628warcrimes-tribunal.html|arquivodata=7 Out 2016|urlmorta=live}}</ref> Relatos de violência sexual durante a [[Guerra da Bósnia]] (1992–1995) e a [[Guerra do Kosovo]] (1998–1999) perpetrada pelas forças regulares e irregulares sérvias foram descritos como "especialmente alarmantes". <ref name="debrouwer92">[[Yugoslav Wars#Brouwer|de Brouwer (2005)]], pp. 9–10</ref> A Força do Kosovo, liderada pela OTAN, documentou violações de mulheres albanesas, ciganas e sérvias, cometidas tanto por sérvios como por membros do Exército de Libertação do Kosovo. <ref>[[Yugoslav Wars#Brouwer|de Brouwer (2005)]], p. 11</ref>

Outros estimam que durante a Guerra da Bósnia, entre 20.000 e 50.000 mulheres, a maioria bósnias, foram violadas. {{Sfnp|Salzman|1998}} <ref name="independent2006">{{Citar jornal|ultimo=Vesna Peric Zimonjic|url=https://www.independent.co.uk/arts-entertainment/films/news/film-award-forces-serbs-to-face-spectre-of-bosnias-rape-babies-526028.html|titulo=Film award forces Serbs to face spectre of Bosnia's rape babies|data=20 Fev 2006|acessodata=26 Jun 2009|website=The Independent|local=Belgrade|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090924011648/http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/films/news/film-award-forces-serbs-to-face-spectre-of-bosnias-rape-babies-526028.html|arquivodata=24 set 2009|urlmorta=dead}}</ref> Existem poucos relatos de violação e agressão sexual entre membros do mesmo grupo étnico. <ref name="Bassiouni">{{Citation|url=http://www.earlham.edu/~pols/ps17971/terneel/bassiouni.html|title=United Nations Commission on Breaches of Geneva Law in Former Yugoslavia|archiveurl=https://web.archive.org/web/20090808030659/http://www.earlham.edu/~pols/ps17971/terneel/bassiouni.html|archivedate=8 Ago 2009|date=1997|journal=The International Fight Against Gender Inequality|access-date=14 Abr 2014}}</ref>

As violações durante as Guerras Iugoslavas tem sido frequentemente caracterizada como um [[crime contra a humanidade]]. As violações perpetradas pelas forças sérvias serviram para destruir os laços culturais e sociais que existiam entre as vítimas e as suas comunidades. {{Sfnp|Card|1996}} As políticas sérvias alegadamente incitavam os soldados a violar mulheres bósnias até engravidarem, numa tentativa de limpeza étnica. Os soldados sérvios esperavam forçar as mulheres bósnias a carregar crianças sérvias através de violações repetidas. <ref>[[Yugoslav Wars#Allen|Allen (1996)]], p. 77</ref> Muitas vezes, as mulheres bósnias foram mantidas em cativeiro durante um longo período de tempo e apenas libertadas pouco antes do nascimento de uma criança concebida por violação. A violação sistemática de mulheres bósnias pode ter tido repercussões mais profundas do que a deslocação inicial das vítimas de violação. O stress, causado pelo trauma da violação, aliado à falta de acesso a cuidados de saúde reprodutiva frequentemente vivenciada pelas pessoas deslocadas, levou a sérios riscos para a saúde das mulheres vitimadas. {{Sfnp|McGinn|2000}}

Durante a Guerra do Kosovo, milhares de mulheres e garotas albanesas do Kosovo foram vítimas de violência sexual. A violação de guerra foi usada como arma de guerra e também como instrumento de [[limpeza étnica]] sistemática; a violação foi utilizada para aterrorizar a população civil, extorquir dinheiro às famílias e forçar as pessoas a fugirem das suas casas. De acordo com um relatório do grupo [[Human Rights Watch]] de 2000, as violações na Guerra do Kosovo podem geralmente ser subdivididas em três categorias: violações nas casas das mulheres, violações durante a fuga e violações na detenção. <ref name="HRW">{{Citar web|url=https://www.hrw.org/en/news/2000/03/20/serb-gang-rapes-kosovo-exposed|titulo=Serb Gang-Rapes in Kosovo Exposed|data=20 mar 2000|acessodata=8 Fev 2023|website=Human Rights Watch|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150715013429/http://www.hrw.org/en/news/2000/03/20/serb-gang-rapes-kosovo-exposed|arquivodata=15 Jul 2015|urlmorta=live}}</ref> <ref name="HRW2">{{Citation|url=https://www.hrw.org/legacy/reports/2000/fry/index.htm|title=Kosovo: Rape as a Weapon of 'Ethnic Cleansing'|publisher=Human Rights Watch|access-date=14 Abr 2015|archivedate=24 Set 2015|archiveurl=https://web.archive.org/web/20150924134354/http://www.hrw.org/legacy/reports/2000/fry/index.htm}}</ref> A maioria dos perpetradores eram paramilitares sérvios, mas também incluíam a polícia especial sérvia ou soldados do exército iugoslavo. Praticamente todas as agressões sexuais documentadas pela Human Rights Watch foram violações colectivas envolvendo pelo menos dois perpetradores. <ref name="HRW" /> <ref name="HRW2" /> Desde o fim da guerra, foram documentadas violações de mulheres sérvias, albanesas e ciganas por parte de albaneses étnicos – por vezes por membros do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), mas não ocorreram numa escala semelhante. <ref name="HRW" /> <ref name="HRW2" /> Os estupros ocorreram frequentemente na presença e com a aquiescência de oficiais militares. Soldados, polícias e paramilitares violaram muitas vezes as suas vítimas à vista de numerosas testemunhas. <ref name="de Brouwer 2005 102">[[Yugoslav Wars#Brouwer|de Brouwer (2005)]], p. 10</ref>

Um relatório de 2013 do [[Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento]] (PNUD) na Croácia, intitulado “''Avaliação do Número de Vítimas de Violência Sexual durante a Guerra Interna no Território da República da Croácia e Formas Óptimas de Compensação e Apoio às Vítimas''”, determinou a estimativa as vítimas (homens e mulheres) de [[Estupro|violação]] e outras formas de [[agressão sexual]] em ambos os lados totalizam entre aproximadamente 1.470 e 2.205 ou 1.501 e 2.437 vítimas. <ref name="UNDP Sexual Violence">{{Citar web|url=https://www.undp.org/content/dam/croatia/docs/Research%20and%20publications/socialinclusion/UNDP-HR-SEXUAL%20-VIOLENCE%20-IN%20-CONFLICT-RESEARCH-ENG-2014.pdf|titulo=Assessment of the Number of Sexual Violence Victims during the Homeland War of the Republic of Croatia and Optimal Forms of Compensation and Support to Victims|acessodata=22 jan 2020|publicado=UNDP|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220120174134/https://www1.undp.org/content/dam/croatia/docs/Research%20and%20publications/socialinclusion/UNDP-HR-SEXUAL%20-VIOLENCE%20-IN%20-CONFLICT-RESEARCH-ENG-2014.pdf|arquivodata=20 Jan 2022|urlmorta=dead}}</ref> A maioria das vítimas eram não-sérvios agredidos por sérvios. <ref name="UNDP Sexual Violence" /> Por região, o maior número de violações e atos de violência sexual ocorreu na Eslavônia Oriental, com uma estimativa de 380–570 vítimas. <ref name="UNDP Sexual Violence" /> De acordo com o relatório do PNUD, entre 300 e 600 homens (4,4-6,6% dos presos) e entre 279 e 466 mulheres (ou 30-50% dos presos) sofreram várias formas de abuso sexual enquanto estavam detidos em campos de detenção sérvios. e prisões (incluindo as da própria Sérvia). <ref name="UNDP Sexual Violence" /> Entre 412 e 611 mulheres croatas foram estupradas nos territórios ocupados pelos sérvios, fora dos campos de detenção, de 1991 a 1995. <ref name="UNDP Sexual Violence" /> As forças croatas também eram conhecidas por terem cometido violações e actos de violência sexual contra mulheres sérvias durante as Operações [[Operação Flash|Flash]] e [[Operação Tempestade|Tempestade]], com uma estimativa de 94–140 vítimas. <ref name="UNDP Sexual Violence" /> O abuso sexual de prisioneiros sérvios também ocorreu nos campos de Lora e Kerestinec, administrados pelos croatas. <ref name="UNDP Sexual Violence" />

== Consequências humanitárias e danos materiais ==

=== Vítimas ===
[[Ficheiro:Ahmici_massacre.jpg|miniaturadaimagem|Soldados da paz da ONU coletando cadáveres após o massacre de Ahmići]]
Algumas estimativas estimam o número de mortos nas Guerras Iugoslavas em 140.000. O Centro de Direito Humanitário estima que nos conflitos nas antigas repúblicas jugoslavas pelo menos 130 mil pessoas perderam a vida. O envolvimento da Eslovénia nos conflitos foi breve, evitando assim um maior número de vítimas, e cerca de 70 pessoas foram mortas no conflito que durou dez dias. A guerra na Croácia deixou cerca de 22 mil mortos, dos quais 15 mil eram croatas e 7 mil sérvios. {{Sfnp|Bjelajac|Žunec|2009|p=265}}

A Bósnia e Herzegovina sofreu o fardo mais pesado dos combates: entre 97.207 e 102.622 pessoas foram mortas na guerra, incluindo 64.036 bósnios, 24.905 sérvios e 7.788 croatas. {{Sfnp|Toal|Dahlman|2011|p=136}} Por proporção, 65% dos mortos eram bósnios, 25% sérvios e 8% croatas. <ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/6228152.stm|titulo=Bosnia war dead figure announced|data=21 Jun 2007|acessodata=8 Fev 2023|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220409155521/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/6228152.stm|arquivodata=9 Abr 2022|urlmorta=live}}</ref> No conflito do Kosovo, 13.535 pessoas foram mortas, incluindo 10.812 albaneses (80%) e 2.197 sérvios (16%). {{Sfnp|Visoka|2020|p=385}} O maior número de mortos foi em [[Sarajevo]]: com cerca de 14.000 mortos durante o cerco, <ref>{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7139957.stm|titulo=General jailed for Sarajevo siege|data=12 Dez 2007|acessodata=12 Mar 2020|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20201125144950/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7139957.stm|arquivodata=25 Nov 2020|urlmorta=live}}</ref> a cidade perdeu quase tantas pessoas como toda a guerra no Kosovo.

Em números relativos e absolutos, os bósnios sofreram as perdas mais pesadas: 64.036 dos seus habitantes foram mortos na Bósnia, o que representa um número de mortos de mais de 3% de todo o seu grupo étnico. {{Sfnp|Toal|Dahlman|2011|p=136}} Eles experimentaram a pior situação no [[massacre de Srebrenica]], onde a [[taxa de mortalidade]] dos homens bósnios (independentemente da sua idade ou estatuto civil) atingiu 33% em julho de 1995. {{Sfnp|Brunborg|Lyngstad|Urdal|2003}} A percentagem de bósnios entre todas as vítimas civis durante a Guerra da Bósnia foi de cerca de 83%, aumentando para quase 95% no Leste da Bósnia. {{Sfnp|Smajić|2013|p=124}}

Durante a guerra na Croácia, 43,4% dos mortos do lado croata eram civis. {{Sfnp|Fink|2010|p=469}}

=== Pessoas deslocadas internamente e refugiados ===
[[Ficheiro:Evstafiev-bosnia-travnik-girl-doll-refugee.jpg|miniaturadaimagem|Refugiados bósnios em 1993]]
[[Ficheiro:Eksodi_99_Kukes.JPG|miniaturadaimagem|Refugiados albaneses do Kosovo em 1999]]
[[Ficheiro:Kosovo-metohija-koreni-duse004.jpg|miniaturadaimagem|Refugiados sérvios do Kosovo em 1999]]
As Guerras Iugoslavas causaram uma das maiores crises de refugiados da história europeia. Estima-se que as guerras na Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo produziram cerca de 2,4 milhões [[Refugiado|de refugiados]] e mais 2 milhões de pessoas [[Deslocados internos|deslocadas internamente]]. {{Sfnp|Watkins|2003|p=10}}

A guerra na Bósnia e Herzegovina causou 2,2 milhões de refugiados ou deslocados, dos quais mais de metade eram bósnios. {{Sfnp|UNHCR|2003}} Até 2001, ainda havia 650 mil bósnios deslocados, enquanto 200 mil deixaram o país permanentemente. {{Sfnp|UNHCR|2003}}

A Guerra do Kosovo causou 862.979 refugiados albaneses que foram expulsos das forças sérvias ou fugiram da frente de batalha. <ref>{{Citar web|ultimo=Human Rights Watch|url=https://www.hrw.org/reports/2001/kosovo/undword.htm|titulo=Kosovo: Under Orders|acessodata=8 Fev 2023|ano=2001|arquivourl=https://web.archive.org/web/20171013010444/https://www.hrw.org/reports/2001/kosovo/undword.htm|arquivodata=13 Out 2017|urlmorta=live}}</ref> Além disso, 500.000 a 600.000 foram [[Deslocados internos|deslocados internamente]], {{Sfnp|Iacopino|Frank|Bauer|Keller|2001}} o que significa que, de acordo com a [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa|OSCE]], quase 90% de todos os albaneses foram deslocados de suas casas no Kosovo em junho de 1999. {{Sfnp|OSCE|1999|p=13}} Após o fim da guerra, os albaneses regressaram, mas mais de 200.000 sérvios, ciganos e outros não-albaneses fugiram do Kosovo. No final de 2000, a Sérvia tornou-se assim o anfitrião de 700.000 refugiados sérvios ou deslocados internos do Kosovo, da Croácia e da Bósnia. <ref name="Bleak outlook for Serb refugees">{{Citar jornal|ultimo=Rowland|primeiro=Jacky|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/687441.stm|titulo=Bleak outlook for Serb refugees|data=22 Mar 2000|acessodata=4 Jul 2012|website=BBC News|local=Belgrade|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210816074841/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/687441.stm|arquivodata=16 Ago 2021|urlmorta=live}}</ref>

Do ponto de vista do [[Direito de asilo|asilo]] para deslocados internos ou refugiados, a Croácia sofreu o impacto da crise. Segundo algumas fontes, em 1992 a Croácia acolheu quase 750.000 refugiados ou deslocados internos, o que representa uma quota de quase 16% da sua população de 4,7 milhões de habitantes: estes números incluíam 420 a 450.000 refugiados bósnios, 35 000 refugiados da Sérvia (principalmente da Voivodina e do Kosovo), enquanto outras 265 000 pessoas de outras partes da própria Croácia estavam deslocadas internamente. Isto equivaleria a que a Alemanha fosse anfitriã de 10 milhões de pessoas deslocadas ou a França para 8 milhões de pessoas. {{Sfnp|Council of Europe|1993|p=9}}

Os dados oficiais do [[Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados|ACNUR]] indicam que a Croácia acolheu 287 mil refugiados e 344 mil deslocados internos em 1993. Esta é uma proporção de 64,7 refugiados por 1000 habitantes. <ref>[[Yugoslav Wars#UNHCRHR|UNHCR 2002]], p. 1</ref> No seu relatório de 1992, o ACNUR colocou a Croácia em 7º lugar na sua lista dos 50 países com maior sobrecarga de refugiados: registou 316 mil refugiados, o que representa uma proporção de 15:1 em relação à sua população total. {{Sfnp|UNHCR|1993|p=11}} Juntamente com os deslocados internos, a Croácia acolheu pelo menos 648.000 pessoas que necessitavam de alojamento em 1992. {{Sfnp|UNHCR|1993|p=8}} Em comparação, a [[Macedónia do Norte|Macedônia]] tinha 10,5 refugiados por 1.000 habitantes em 1999. <ref>[[Yugoslav Wars#UNHCRMK|UNHCR 2000]], p 319</ref>

A Eslovênia acolheu 45.000 refugiados em 1993, o que representa 22,7 refugiados por 1.000 habitantes. <ref>[[Yugoslav Wars#UNHCRSL|UNHCR 2002]], p. 1</ref> A [[República Federal da Jugoslávia|Sérvia e Montenegro]] acolheram 479.111 refugiados em 1993, o que representa uma proporção de 45,5 refugiados por 1000 habitantes. Em 1998, este número cresceu para 502.037 refugiados (ou 47,7 refugiados por 1.000 habitantes). Em 2000, o número de refugiados caiu para 484.391 pessoas, mas o número de deslocados internos cresceu para 267.500, ou um total combinado de 751.891 pessoas que estavam deslocadas e necessitavam de alojamento. <ref>[[Yugoslav Wars#UNHCRSR|UNHCR 2002]], p. 1</ref>
{| class="wikitable" style="margin-left: auto; margin-right: auto; border: none; width: 300px"
! scope="col" |País/Região
! scope="col" |[[Albaneses]]
! scope="col" |[[Bosníacos|Bósnios]]
! scope="col" |[[Croatas]]
! scope="col" |[[Sérvios]]
! scope="col" |Outros <sup>( [[Magiares|Húngaros]], [[Goranos]], [[Ciganos]])</sup>
|-
|'''Croácia'''
| -
| -
|'''247.000''' <ref>{{Citar web|ultimo=US Department of State|url=http://www.hri.org/docs/USSD-Rights/93/Croatia93.html|titulo=Croatia Human Rights Practices, 1993|acessodata=8 February 2023|ano=1994|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131105051829/http://www.hri.org/docs/USSD-Rights/93/Croatia93.html|arquivodata=5 November 2013|urlmorta=live}}</ref>
|'''300.000''' {{Sfnp|UNHCR|1997}}
| -
|-
|'''Bósnia e Herzegovina'''
| -
|'''1.270.000''' {{Sfnp|Friedman|2013|p=80}}
|'''490.000''' {{Sfnp|Friedman|2013|p=80}}
|'''540.000''' {{Sfnp|Friedman|2013|p=80}}
| -
|-
|'''Kosovo'''
|'''1.200.000''' {{Sfnp|Krieger|2001|p=90}} – '''1.450.000''' {{Sfnp|OSCE|1999|p=13}}
| -
| rowspan="2" |'''35.000''' {{Sfnp|Council of Europe|1993|p=9}} – '''40.000''' {{Sfnp|Human Rights Watch|1994|p=7}}
|'''143.000''' <ref name="Under Orders War Crimes in Kosovo">{{Citar web|ultimo=Human Rights Watch|url=https://www.hrw.org/reports/2001/kosovo/undword2c.html|titulo=Under Orders: War Crimes in Kosovo|acessodata=8 Fev 2023|ano=2001|arquivourl=https://web.archive.org/web/20221231002232/https://www.hrw.org/reports/2001/kosovo/undword2c.html|arquivodata=31 Dez 2022|urlmorta=live}}</ref>
|'''67.000''' <ref name="Under Orders War Crimes in Kosovo" />
|-
|'''Voivodina, Sandžak'''
| -
|'''30.000''' – '''40.000''' {{Sfnp|Siblesz|1998|p=10}}
|–
|'''60.000''' {{Sfnp|Human Rights Watch|1994|p=7}}
|-
|'''Total'''
|'''~1.200.000''' – '''1.450.000'''
|'''~1.300.000''' – '''1.310.000'''
|'''~772.000''' – '''777.000'''
|'''~983.000'''
|'''~127.000'''
|}

=== Danos materiais ===
[[Ficheiro:Siege-Shattered_Facade_-_Sarajevo_-_Bosnia_and_Herzegovina.jpg|miniaturadaimagem|Danos de guerra em um edifício em Sarajevo]]
Os danos materiais e econômicos trazidos pelos conflitos foram catastróficos. A Bósnia e Herzegovina teve um [[Produto interno bruto|PIB]] entre 8–9 dólares bilhões antes da guerra. O governo estimou os danos totais da guerra em US$ 50 a US$ 70 bilhão. Também registou um declínio do PIB de 75% após a guerra. {{Sfnp|World Bank|1996|p=10}} 60% das habitações do país foram danificadas ou destruídas, o que se revelou um problema ao tentar trazer todos os refugiados de volta para casa. {{Sfnp|Meyers|2004|p=136}} A Bósnia também se tornou o país mais contaminado por [[Mina terrestre|minas terrestres]] da Europa: 1820km <sup>2</sup> do seu território foram contaminados com estes explosivos, que representam 3,6% da sua superfície terrestre. Entre 3 e 6 milhões de minas terrestres foram espalhadas por toda a Bósnia. Cinco mil pessoas morreram por causa deles, das quais 1.520 foram mortas após a guerra. {{Sfnp|Jha|2014|p=68}}

Em 1999, o [[Parlamento da Croácia]] aprovou um projeto de lei que estimava os danos de guerra do país em 37 bilhões de dolares. {{Sfnp|Bicanic|2008}} O governo alega que entre 1991 e Abril de 1993 um total estimado de 210.000 edifícios na Croácia (incluindo escolas, hospitais e [[Campo de refugiados|campos de refugiados]]) foram danificados ou destruídos pelos bombardeamentos da [[República Sérvia de Krajina]] e das forças do JNA. As cidades afetadas pelo bombardeio foram [[Karlovac]], [[Gospić]], [[Ogulin]], [[Zadar]], [[Biograd na Moru|Biograd]] e outras. {{Sfnp|OHCHR|1993|p=23}} O governo croata também reconheceu que 7.489 edifícios pertencentes a sérvios croatas foram danificados ou destruídos por explosivos, incêndios criminosos ou outros meios deliberados até ao final de 1992. De Janeiro a Março de 1993, outros 220 edifícios foram também danificados ou destruídos. Foram apresentadas acusações criminais contra 126 croatas por tais atos. {{Sfnp|OHCHR|1993|p=19}}

As [[sanções contra a Iugoslávia]] criaram uma [[hiperinflação]] de 300 milhões por cento do [[dinar iugoslavo]]. Em 1995, quase 1 milhão de trabalhadores perderam os seus empregos enquanto o produto interno bruto caiu 55 por cento desde 1989. <ref name="YUGOSLAV ECONOMY FORECAST TO GROW ONCE EMBARGO ENDS INFLATION WHIPPED">{{Citar web|ultimo=Erik Kirschbaum|url=http://www.joc.com/maritime-news/yugoslav-economy-forecast-grow-once-embargo-ends-inflation-whipped-central-banker-says_19950713.html|titulo=Yugoslav Economy Forecast to Grow once Embargo Ends Inflation Whipped, Central Banker Says|data=13 jul 1995|acessodata=7 Ago 2017|website=[[JOC Group]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220925122945/https://www.joc.com/maritime-news/yugoslav-economy-forecast-grow-once-embargo-ends-inflation-whipped-central-banker-says_19950713.html|arquivodata=25 Set 2022|urlmorta=dead}}</ref> O [[Intervenção militar na Iugoslávia em 1999|bombardeio da OTAN na Sérvia em 1999]] resultou em danos adicionais. Um dos mais graves foi o bombardeamento da fábrica petroquímica de [[Pančevo]], que provocou a libertação de 80.000 toneladas de combustível queimado no ambiente. {{Sfnp|Jha|2014|p=69}} Aproximadamente 31.000 cartuchos de munição de [[urânio empobrecido]] foram usados durante este bombardeio.

== Julgamentos internacionais de crimes de guerra: TPIJ/IRMCT ==
{{Artigo principal|Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|Mecanismo Residual Internacional para Tribunais Criminais}}<gallery class="center" caption="Várias pessoas foram condenadas pelo TPIJ por crimes durante as guerras iugoslavas, incluindo (a partir da esquerda): ">
Ficheiro:RadovanKaradzic.jpg|ligação=|[[Radovan Karadžić|'''Radovan Karadžić''']]
Ficheiro:Mladić Trial Judgement (crop).jpg|ligação=|'''[[Ratko Mladić]]'''
Ficheiro:Accused Milan Lukić.jpg|ligação=|'''[[Milan Lukić]]'''
Ficheiro:Slobodan Praljak.jpg|ligação=|'''[[Slobodan Praljak]]'''
</gallery>O [[Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|Tribunal Penal Internacional para a Ex-Jugoslávia]] (TPIJ) foi um órgão das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] criado para processar crimes graves cometidos durante as Guerras Jugoslavas e para julgar os seus autores. O tribunal era um tribunal [[ad hoc]] localizado em [[Haia]], [[Países Baixos]]. Um dos julgamentos mais proeminentes envolveu o ex-presidente sérvio [[Slobodan Milošević]], que foi indiciado em 2002 por 66 acusações de [[Crime contra a humanidade|crimes contra a humanidade]], [[Crime de guerra|crimes de guerra]] e [[genocídio]] alegadamente cometidos em guerras no Kosovo, na Bósnia e na Croácia. {{Sfnp|Magliveras|2002}} Seu julgamento permaneceu incompleto desde que ele morreu em 2006, antes de um veredicto ser alcançado. <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2006/03/171822-un-tribunal-investigating-death-accused-genocide-mastermind-slobodan-milosevic|titulo=UN tribunal investigating death of accused genocide mastermind Slobodan Milosevic|data=12 Mar 2006|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180504225313/https://news.un.org/en/story/2006/03/171822-un-tribunal-investigating-death-accused-genocide-mastermind-slobodan-milosevic|arquivodata=4 Maio 2018|urlmorta=live}}</ref> No entanto, o julgamento do TPIJ “ajudou a deslegitimar a liderança de Milosevic”, como afirmou um acadêmico. {{Sfnp|Akhavan|2001}}

Várias condenações foram proferidas pelo TPIJ e pelo seu sucessor, o Mecanismo Internacional Residual para Tribunais Penais (IRMCT). O primeiro veredicto notável confirmando o genocídio em Srebrenica foi o caso contra o general sérvio [[Radislav Krstic|Radislav Krstić]]: ele foi condenado em 2001, enquanto a Câmara de Apelações confirmou o veredicto em 2004. <ref name="Krstic">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2004/04/100662-srebrenica-massacre-was-genocide-un-tribunal-former-yugoslavia-confirms|titulo=Srebrenica massacre was genocide, UN tribunal for former Yugoslavia confirms|data=14 Abr 2004|acessodata=7 Jan 2019|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190107181205/https://news.un.org/en/story/2004/04/100662-srebrenica-massacre-was-genocide-un-tribunal-former-yugoslavia-confirms|arquivodata=7 Jan 2019|urlmorta=live}}</ref> Outro veredicto foi contra o ex-líder sérvio-bósnio, [[Radovan Karadžić]], que também foi condenado por genocídio. <ref name="Karadzic">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2016/03/525262-un-welcomes-historic-guilty-verdict-against-radovan-karadzic|titulo=UN welcomes 'historic' guilty verdict against Radovan Karadžić|data=24 Mar 2016|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190115023115/https://news.un.org/en/story/2016/03/525262-un-welcomes-historic-guilty-verdict-against-radovan-karadzic|arquivodata=15 Jan 2019|urlmorta=dead}}</ref> Em 22 de novembro de 2017, o general [[Ratko Mladić]] foi condenado à [[prisão perpétua]]. <ref>{{Citar web|url=http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=58143#.WhadpdLiXIU|titulo=UN hails conviction of Mladic, the 'epitome of evil,' a momentous victory for justice|data=22 Nov 2017|acessodata=23 Nov 2017|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210731100924/https://news.un.org/en/story/2017/11/636942-un-hails-conviction-mladic-epitome-evil-momentous-victory-justice#.WhadpdLiXIU|arquivodata=31 Jul 2021|urlmorta=live}}</ref>

Outras condenações importantes incluíram as do ultranacionalista [[Vojislav Šešelj]], <ref name="Seselj">{{Citar web|url=http://www.unmict.org/en/news/appeals-chamber-reverses-%C5%A1e%C5%A1elj%E2%80%99s-acquittal-part-and-convicts-him-crimes-against-humanity|titulo=Appeals Chamber Reverses Šešelj's Acquittal, in Part, and Convicts Him of Crimes Against|data=11 Abr 2018|acessodata=11 Abr 2018|publicado=United Nations Mechanism for International Criminal Tribunals|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180412083601/http://www.unmict.org/en/news/appeals-chamber-reverses-%C5%A1e%C5%A1elj%E2%80%99s-acquittal-part-and-convicts-him-crimes-against-humanity|arquivodata=12 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://www.amnesty.org/en/latest/news/2018/04/serbia-conviction-of-war-criminal-delivers-long-overdue-justice-to-victims/|titulo=Serbia: Conviction of war criminal delivers long overdue justice to victims|data=11 Abr 2018|acessodata=11 Abr 2018|publicado=Amnesty International|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180412082203/https://www.amnesty.org/en/latest/news/2018/04/serbia-conviction-of-war-criminal-delivers-long-overdue-justice-to-victims/|arquivodata=12 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> líder paramilitar [[Milan Lukić]], <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2012/12/427422-un-genocide-tribunal-affirms-life-sentence-serb-paramilitary-leader|titulo=UN genocide tribunal affirms life sentence of Serb paramilitary leader|data=4 Dez 2012|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180416200642/https://news.un.org/en/story/2012/12/427422-un-genocide-tribunal-affirms-life-sentence-serb-paramilitary-leader|arquivodata=16 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> político sérvio bósnio [[Momčilo Krajišnik]], <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2009/09/311692-un-tribunal-transfers-former-bosnian-serb-leader-uk-prison|titulo=UN tribunal transfers former Bosnian Serb leader to UK prison|data=8 Set 2009|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180416200653/https://news.un.org/en/story/2009/09/311692-un-tribunal-transfers-former-bosnian-serb-leader-uk-prison|arquivodata=16 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> general sérvio bósnio [[Stanislav Galić]], que foi condenado pelo [[cerco de Sarajevo]], <ref name="Galic">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2006/11/201412-un-war-crimes-tribunal-sentences-bosnian-serb-general-life-jail|titulo=UN war crimes tribunal sentences Bosnian Serb general to life in jail|data=30 Nov 2006|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180504225425/https://news.un.org/en/story/2006/11/201412-un-war-crimes-tribunal-sentences-bosnian-serb-general-life-jail|arquivodata=4 Maio 2018|urlmorta=live}}</ref> o ex-ministro adjunto do Ministério de Assuntos Internos da Sérvia e chefe do Departamento de Segurança Pública, [[Vlastimir Đorđević]], que foi condenado por crimes no Kosovo, <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2011/02/367392-un-tribunal-convicts-former-serbian-police-official-crimes-kosovo|titulo=UN tribunal convicts former Serbian police official for crimes in Kosovo|data=23 Fev 2011|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180504225234/https://news.un.org/en/story/2011/02/367392-un-tribunal-convicts-former-serbian-police-official-crimes-kosovo|arquivodata=4 Maio 2018|urlmorta=live}}</ref> o ex-comandante do JNA [[Mile Mrkšić]] <ref>{{Citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2015/08/18/world/europe/mile-mrksic-a-serb-army-officer-convicted-of-war-crimes-dies-at-68.html|titulo=Mile Mrksic, a Serb Army Officer Convicted of War Crimes, Dies at 68|data=17 Ago 2015|acessodata=15 Abr 2018|website=[[The New York Times]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180416203649/https://www.nytimes.com/2015/08/18/world/europe/mile-mrksic-a-serb-army-officer-convicted-of-war-crimes-dies-at-68.html|arquivodata=16 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2007/09/233322-un-war-crimes-tribunal-sentences-two-former-senior-yugoslav-officers|titulo=UN war crimes tribunal sentences two former senior Yugoslav officers|data=27 Set 2007|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180504225411/https://news.un.org/en/story/2007/09/233322-un-war-crimes-tribunal-sentences-two-former-senior-yugoslav-officers|arquivodata=4 Maio 2018|urlmorta=live}}</ref> bem como ambos dos ex-presidentes da [[República Sérvia de Krajina]] [[Milan Martić]] <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2008/10/277112-un-tribunal-upholds-35-year-jail-term-leader-breakaway-croatian-serb-state|titulo=UN tribunal upholds 35-year jail term for leader of breakaway Croatian Serb state|data=8 Out 2008|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180417022756/https://news.un.org/en/story/2008/10/277112-un-tribunal-upholds-35-year-jail-term-leader-breakaway-croatian-serb-state|arquivodata=17 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> e [[Milan Babić]]. <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2006/03/171232-convicted-croatian-serb-ex-leader-commits-suicide-he-was-testify-un-court|titulo=Convicted Croatian Serb ex-leader commits suicide before he was to testify at UN court|data=6 Mar 2006|acessodata=7 Jan 2019|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190107181217/https://news.un.org/en/story/2006/03/171232-convicted-croatian-serb-ex-leader-commits-suicide-he-was-testify-un-court|arquivodata=7 Jan 2019|urlmorta=live}}</ref> O Mecanismo Internacional Residual para Tribunais Penais de acompanhamento condenou [[Jovica Stanišić]] e [[Franko Simatović]], oficiais do Serviço de Segurança do Estado do Ministério de Assuntos Internos da Sérvia, e concluiu:<blockquote>A Câmara de Julgamento enfatizou que os crimes não foram cometidos de forma aleatória ou desorganizada, mas sim no decorrer de operações bem planejadas e coordenadas, demonstrando a existência de um propósito criminoso comum. A este respeito, enfatizou o padrão sistemático de crimes cometidos contra civis não-sérvios em todas as regiões abrangidas pela acusação. Neste contexto, a Câmara de Julgamento concluiu que estes crimes faziam parte do objectivo criminoso comum de remover à força e permanentemente os não-sérvios de grandes áreas da Croácia e da Bósnia e Herzegovina através dos crimes de perseguição, homicídio, deportação e actos desumanos (forçados transferência) acusado na acusação. Concluiu ainda que este objectivo comum era partilhado por altos funcionários políticos e militares, incluindo [[Slobodan Milošević]], [[Radmilo Bogdanović]], [[Radovan Stojičić]] (Badža), [[Mihalj Kertes]], Milan Martić, Milan Babić, [[Goran Hadžić]], Radovan Karadžić, Ratko Mladić, Momčilo Krajišnik, [[Biljana Plavšić]], e [[Arkan|Željko Ražnatović (Arkan)]].<ref>{{cite web|url=https://www.irmct.org/sites/default/files/case_documents/IRMCT-Appeal-Judgement-Stanisic-Simatovic-ENG.pdf|title=The Prosecutor vs. Jovica Stanišić & Franko Simatović — Judgement In the Appeals Chamber|date=31 Maio 2023|access-date=17 Ago 2023|publisher=International Residual Mechanism for Criminal Tribunals|location=The Hague|page=209}}</ref></blockquote>O TPIJ também declarou sobre os objetivos políticos da guerra:<blockquote>Os objectivos políticos das autoridades sérvias em Belgrado parecem ter sido criar um novo conjunto de territórios para os sérvios, tanto da Croácia como da Bósnia e Herzegovina, a serem acrescentados à Sérvia e Montenegro. Estas coincidiram com as tentativas das forças do JNA para impedir que cada uma das Repúblicas alcançasse a independência efectiva.<ref>[[Guerra Civil Iugoslava#ICTY-Delalic|''Prosecutor v. Delalić et al. – Judgement'', 16 November 1998]], p. 46</ref></blockquote>Vários croatas, bósnios e albaneses também foram condenados por crimes, incluindo o ex-líder croata da Herzegovina [[Jadranko Prlic|Jadranko Prlić]] e o comandante [[Slobodan Praljak]], <ref name="Prlic">{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/prlic/cis/en/cis_prlic_al_en.pdf|titulo=Prlić et al., Case Information Sheet|acessodata=14 Jan 2019|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110915160300/http://www.icty.org/x/cases/prlic/cis/en/cis_prlic_al_en.pdf|arquivodata=15 Set 2011|urlmorta=live}}</ref> comandante militar croata bósnio [[Mladen Naletilic|Mladen Naletilić]], <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2008/04/257282-bosnian-croat-commander-convicted-un-tribunal-serve-jail-term-italy|titulo=Bosnian Croat commander convicted by UN tribunal to serve jail term in Italy|data=25 Abr 2008|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210928194440/https://news.un.org/en/story/2008/04/257282-bosnian-croat-commander-convicted-un-tribunal-serve-jail-term-italy|arquivodata=28 Set 2021|urlmorta=live}}</ref> ex-comandante do exército bósnio [[Enver Hadžihasanović]] <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2008/04/256912-un-tribunal-partially-overturns-convictions-two-bosnian-muslim-commanders|titulo=UN tribunal partially overturns convictions of two Bosnian Muslim commanders|data=22 Abr 2008|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180504225245/https://news.un.org/en/story/2008/04/256912-un-tribunal-partially-overturns-convictions-two-bosnian-muslim-commanders|arquivodata=4 Maio 2018|urlmorta=live}}</ref> e o ex-comandante do Kosovo [[Haradin Bala]]. <ref>{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2008/05/259432-kosovo-prison-guard-convicted-un-tribunal-serve-rest-jail-term-france|titulo=Kosovo prison guard convicted by UN tribunal to serve rest of jail term in France|data=2008-05-15|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180416200630/https://news.un.org/en/story/2008/05/259432-kosovo-prison-guard-convicted-un-tribunal-serve-rest-jail-term-france|arquivodata=16 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref>

No julgamento de Gotovina e outros, os generais croatas [[Ante Gotovina]] e [[Mladen Markač]] foram finalmente absolvidos em recurso em 2012. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/gotovina/acjug/en/121116_summary.pdf|titulo=Appeals Judgement Summary for Ante Gotovina and Mladen Markač|data=16 Nov 2012|acessodata=12 Jan 2013|publicado=[[International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20201218133450/https://www.icty.org/x/cases/gotovina/acjug/en/121116_summary.pdf|arquivodata=18 Dez 2020|urlmorta=live}}</ref>

Em 2019, com base no seu estatuto, <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/file/Legal%20Library/Statute/statute_sept09_en.pdf|titulo=Updated Statute of the International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|data=Set 2009|acessodata=14 Jan 2019|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190321175735/http://www.icty.org/x/file/Legal%20Library/Statute/statute_sept09_en.pdf|arquivodata=21 Mar 2019|urlmorta=live}}</ref> o TPIJ concluiu que os funcionários sérvios foram considerados culpados de [[perseguição|perseguições]], [[deportação]] e/ou [[Migração forçada|transferência forçada]] ([[Crime contra a humanidade|crimes contra a humanidade]], Artigo 5) na Croácia, <ref name="Martic">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2007/06/222002-leader-breakaway-croatian-serb-state-convicted-and-jailed-un-tribunal|titulo=Leader of breakaway Croatian Serb state convicted and jailed by UN tribunal|data=12 Jun 2007|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180420073822/https://news.un.org/en/story/2007/06/222002-leader-breakaway-croatian-serb-state-convicted-and-jailed-un-tribunal|arquivodata=20 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> Bósnia e Herzegovina, <ref name="Karadzic2">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2016/03/525262-un-welcomes-historic-guilty-verdict-against-radovan-karadzic|titulo=UN welcomes 'historic' guilty verdict against Radovan Karadžić|data=24 Mar 2016|acessodata=15 Abr 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190115023115/https://news.un.org/en/story/2016/03/525262-un-welcomes-historic-guilty-verdict-against-radovan-karadzic|arquivodata=15 Jan 2019|urlmorta=dead}}</ref> Kosovo <ref name="Sainovic">{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/milutinovic/cis/en/cis_sainovic_al_en.pdf|titulo=Šainović et al., Case Information Sheet|data=2014|acessodata=11 Jan 2019|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200122070440/https://www.icty.org/x/cases/milutinovic/cis/en/cis_sainovic_al_en.pdf|arquivodata=22 Jan 2020|urlmorta=live}}</ref> e [[Voivodina]]. <ref name="Seselj2">{{Citar web|url=http://www.unmict.org/en/news/appeals-chamber-reverses-%C5%A1e%C5%A1elj%E2%80%99s-acquittal-part-and-convicts-him-crimes-against-humanity|titulo=Appeals Chamber Reverses Šešelj's Acquittal, in Part, and Convicts Him of Crimes Against|data=11 Abr 2018|acessodata=11 Abr 2018|publicado=United Nations Mechanism for International Criminal Tribunals|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180412083601/http://www.unmict.org/en/news/appeals-chamber-reverses-%C5%A1e%C5%A1elj%E2%80%99s-acquittal-part-and-convicts-him-crimes-against-humanity|arquivodata=12 Abr 2018|urlmorta=live}}</ref> Também foram considerados culpados de [[Assassínio|homicídio]] (crimes contra a humanidade, Artigo 5) na Croácia, <ref name="Martic" /> na Bósnia e Herzegovina <ref name="Karadzic2" /> e no Kosovo; <ref name="Sainovic" /> bem como terror (violações das [[Direito de guerra|leis ou costumes de guerra]], Artigo 3) <ref name="Galic2">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2006/11/201412-un-war-crimes-tribunal-sentences-bosnian-serb-general-life-jail|titulo=UN war crimes tribunal sentences Bosnian Serb general to life in jail|data=30 Nov] 2006|acessodata=4 Maio 2018|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180504225425/https://news.un.org/en/story/2006/11/201412-un-war-crimes-tribunal-sentences-bosnian-serb-general-life-jail|arquivodata=4 Maio 2018|urlmorta=live}}</ref> e genocídio (Artigo 4) <ref name="Krstic2">{{Citar web|url=https://news.un.org/en/story/2004/04/100662-srebrenica-massacre-was-genocide-un-tribunal-former-yugoslavia-confirms|titulo=Srebrenica massacre was genocide, UN tribunal for former Yugoslavia confirms|data=14 Abr 2004|acessodata=7 Jan 2019|publicado=UN News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190107181205/https://news.un.org/en/story/2004/04/100662-srebrenica-massacre-was-genocide-un-tribunal-former-yugoslavia-confirms|arquivodata=7 Jan 2019|urlmorta=live}}</ref> <ref name="Karadzic2" /> na Bósnia e Herzegovina. As forças croatas não foram consideradas culpadas de nada na Croácia, mas foram consideradas culpadas de deportação, outros actos desumanos (transferência forçada), assassinato e perseguições (crimes contra a humanidade, Artigo 5) na Bósnia e Herzegovina. <ref name="Prlic3">{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/prlic/cis/en/cis_prlic_al_en.pdf|titulo=Prlić et al., Case Information Sheet|acessodata=14 Jan 2019|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110915160300/http://www.icty.org/x/cases/prlic/cis/en/cis_prlic_al_en.pdf|arquivodata=15 Set 2011|urlmorta=live}}</ref> As forças bósnias foram consideradas culpadas de tratamento desumano (graves violações das [[Convenções de Genebra]], artigo 2.º), homicídio; tratamento cruel (violações das leis ou costumes de guerra, Artigo 3) na Bósnia e Herzegovina. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/mucic/cis/en/cis_mucic_al_en.pdf|titulo=Mucić et al., Case Information Sheet|acessodata=14 Jan 2019|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211126033456/https://www.icty.org/x/cases/mucic/cis/en/cis_mucic_al_en.pdf|arquivodata=26 Nov 2021|urlmorta=live}}</ref> Um funcionário albanês foi considerado culpado de tortura, tratamento cruel e homicídio (violações das leis ou costumes de guerra, artigo 3.º) no Kosovo. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/limaj/cis/en/cis_limaj_al_en.pdf|titulo=Limaj et al., Case Information Sheet|acessodata=14 Jan 2019|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100827083654/http://www.icty.org/x/cases/limaj/cis/en/cis_limaj_al_en.pdf|arquivodata=27 Ago 2010|urlmorta=live}}</ref>

== Consequências ==

=== Tráfico de armas ===
Depois do fim dos combates, milhões de armas foram deixadas aos civis, que as seguraram para o caso de a violência ressurgir. Estas armas apareceram mais tarde no mercado negro de armas da Europa. <ref name="ti_23Nov2015">{{Citar jornal|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/paris-terror-attack-why-getting-hold-of-a-kalashnikov-is-so-easy-a6746026.html|titulo=Paris terror attack: Why getting hold of a Kalashnikov is so easy|data=23 Nov 2015|acessodata=28 Nov 2015|website=[[The Independent]]|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220507/https://www.independent.co.uk/news/world/europe/paris-terror-attack-why-getting-hold-of-a-kalashnikov-is-so-easy-a6746026.html|arquivodata=2022-05-07|urlmorta=live|acessourl=}}</ref>

Em 2018 não havia números oficiais exatos sobre quantas armas de fogo estavam desaparecidas; na Sérvia, as autoridades forneceram estimativas que variam entre 250.000 e 900.000 de diferentes tipos em circulação. Na Bósnia, os relatórios públicos indicam um número de 750.000. No final de 2017, um homem entrou num autocarro em Banja Luka transportando dois sacos com 36 granadas de mão, três espingardas de assalto, sete pistolas, uma mina e centenas de cartuchos tendo como destino Gotemburgo. Ele foi detido no país vizinho, a Eslovênia. Uma mulher de 26 anos foi detida na fronteira com a Croácia com três armas antitanque e uma granada de mão. A polícia encontrou quatro metralhadoras, três fuzis de combate, três fuzis de assalto e uma grande quantidade de explosivos na casa de um homem de 79 anos. De acordo com um funcionário do PNUD, fazer com que os civis entreguem as suas armas às autoridades estatais é complicado, pois as pessoas são então forçadas a confiar que as autoridades as protegerão. Em vez disso, os criminosos recolhem as armas. <ref name=":0">{{Citar web|url=http://www.gp.se/1.11576453|titulo=GP granskar: Vapnens väg till Göteborg|data=7 Dez 2018|acessodata=2018-12-10|website=gp.se|lingua=sv|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124120/https://www.gp.se/nyheter/g%C3%B6teborg/gp-granskar-vapnens-v%C3%A4g-till-g%C3%B6teborg-1.11576453|arquivodata=8 Fev 2023|urlmorta=live}}</ref> Algumas das armas desaparecidas foram utilizadas nos [[ataques de novembro de 2015 em Paris]], durante os quais 130 pessoas foram mortas por jihadistas. Outras armas eram rifles de assalto usados no tiroteio em um pub em Gotemburgo em 2015. <ref name=":0" />

Os esforços do governo do estado sucessor para reduzir a prevalência de armas detidas ilegalmente são coordenados através de uma Abordagem Regional para a Redução de Arsenais (RASR), centrada na redução de arsenais, no desvio de armas e em explosões inexplicáveis no Sudeste da Europa. Os parceiros incluem a União Europeia, o Gabinete de Remoção e Redução de Armas dos EUA, a Agência de Redução de Ameaças de Defesa dos EUA (DTRA) e a Agência de Apoio e Aquisições da OTAN. <ref>{{Citar web|url=http://www.rasrinitiative.org/partners.php|titulo=Regional Approach to Stockpile Reduction – RASR – Partners|acessodata=2019-02-16|website=www.rasrinitiative.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20221201083242/https://www.rasrinitiative.org/partners.php|arquivodata=1 Dez 2022|urlmorta=live}}</ref> Financiadas pelo Governo dos EUA, as atividades incluem workshops anuais com a participação de funcionários do governo dos EUA dos Departamentos de Estado e da Defesa e de representantes do Ministério da Defesa dos Estados sucessores da Iugoslávia. <ref name=":02">{{Citar livro|título=Small arms survey 2015: weapons and the world|ultimo=Small Arms Survey|data=Jul 2015|editora=Cambridge University Press|isbn=978-1-107-32363-6|oclc=913568550|autorlink=Small Arms Survey}}</ref>

=== Tráfico de drogas ===
Desde o início das hostilidades entre facções beligerantes na antiga [[Jugoslávia|Iugoslávia]], o [[Exército de Libertação do Kosovo]], bem como a [[máfia sérvia]], têm estado envolvidos no [[Narcotráfico|comércio ilegal de drogas]], particularmente com a entrada de [[heroína]] da [[Ásia Ocidental]] na [[Europa Central]] e [[Europa Ocidental|Ocidental]]. No início da década de 1990, 2.000 albaneses do [[Kosovo]] foram detidos em prisões suíças sob a acusação de contrabando de armas e drogas. Ao longo da guerra, um total de várias toneladas de heroína foram confiscadas pela [[Interpol]] e pelas autoridades locais. As operações ilegais de contrabando de drogas também levaram a crimes adicionais em toda a Europa Ocidental, que incluíram assaltos a bancos e extorsões cometidas por grupos criminosos que operam fora da [[Leste Europeu|Europa Oriental]]. A intensificação do consumo de heroína na Europa Ocidental levou à expansão dos mercados de drogas ao ar livre, particularmente na [[Suíça]]. Os grupos criminosos bósnios continuam a ter um impacto significativo no tráfico global de drogas, através da entrada no lucrativo [[Cocaína|comércio de cocaína]]. <ref>Drozdiak, William (November 6, 1993).</ref> <ref>[https://www.theguardian.com/world/2010/dec/14/kosovo-prime-minister-llike-mafia-boss "Kosovo PM is head of human organ and arms ring, Council of Europe reports"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20221219104403/https://www.theguardian.com/world/2010/dec/14/kosovo-prime-minister-llike-mafia-boss|date=19 December 2022}}.</ref> <ref>[https://www.europol.europa.eu/newsroom/news/balkan-cartel-trafficking-cocaine-around-globe-in-private-planes-busted "Balkan Cartel Trafficking Cocaine Around the Globe in Private Planes Busted"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20211024054906/https://www.europol.europa.eu/newsroom/news/balkan-cartel-trafficking-cocaine-around-globe-in-private-planes-busted|date=24 October 2021}}.</ref>

== Cronologia ==
{{Artigo principal|Cronologia das Guerras Iugoslavas}}'''1990'''

* [[Revolução das Toras]]. O [[Oblast Autônomo Sérvio de Krajina]] é proclamado em uma área indefinida da Croácia.

'''1991'''
[[Ficheiro:Balkans_War_1991,_Latest_deaths_-_Flickr_-_Peter_Denton_丕特_._天登.jpg|miniaturadaimagem|Pessoas observando novas notificações de morte em um muro em [[Dubrovnik]] durante o cerco, dezembro de 1991]]

* A Eslovênia e a Croácia declaram a independência em Junho, a Macedônia do Norte em Setembro. A [[Guerra dos Dez Dias|Guerra na Eslovênia dura dez dias]] e resulta em dezenas de mortes. O exército iugoslavo deixa a Eslovênia após a intervenção da [[ONU]], que insistiu que a Eslovênia fosse autorizada a sair, mas apoia as forças rebeldes sérvias na Croácia. A [[Guerra de Independência da Croácia|Guerra da Independência da Croácia]] começa na Croácia. As áreas sérvias na Croácia declaram independência, mas são reconhecidas apenas por Belgrado.
* [[Vukovar]] é devastada por bombardeios e bombardeios, e outras cidades como [[Dubrovnik]], [[Karlovac]] e [[Osijek]] sofrem danos extensos. {{Sfnp|Zaknic|1992}} Os refugiados provenientes de zonas de guerra sobrecarregam a Croácia, enquanto a Europa demora a aceitar refugiados.
* Na Croácia, cerca de 250 mil croatas e outros não-sérvios foram forçados a abandonar as suas casas ou fugiram da violência. <ref>{{Citar jornal|url=https://www.hrw.org/en/news/2001/10/28/milosevic-important-new-charges-croatia|titulo=Milosevic: Important New Charges on Croatia|data=21 Out 2001|acessodata=29 Out 2010|website=Human Rights Watch|local=The Hague|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101225134329/http://www.hrw.org/en/news/2001/10/28/milosevic-important-new-charges-croatia|arquivodata=25 Dez 2010|urlmorta=live}}</ref>

'''1992'''
[[Ficheiro:Sarajevo_Siege_firewood_couple_1992.jpg|miniaturadaimagem|Os residentes sitiados recolhem lenha no inverno rigoroso de 1992, durante o [[Cerco de Sarajevo]].]]

* Assinado o [[Cyrus Vance|Plano Vance]], criando quatro zonas da [[Força de Proteção das Nações Unidas]] para os sérvios e encerrando os combates em grande escala na Croácia.
* A Bósnia declara independência. A [[Guerra da Bósnia]] começa com a liderança militar sérvia da Bósnia, mais notavelmente [[Ratko Mladić]], tentando criar um novo estado sérvio separado, a [[República Sérvia|Republika Srpska]], através do qual conquistariam o máximo possível da Bósnia para a visão de uma Grande Sérvia {{Sfnp|Off|2010|p=218}} ou um [[Estado remanescente|remanescente]] da Iugoslávia. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Sudetic|primeiro=Chuck|url=https://www.nytimes.com/1991/10/24/world/top-serb-leaders-back-proposal-to-form-separate-yugoslav-state.html|titulo=Top Serb Leaders Back Proposal To Form Separate Yugoslav State|data=1991-10-24|acessodata=2020-05-28|website=The New York Times|lingua=en-US|issn=0362-4331|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220922022718/https://www.nytimes.com/1991/10/24/world/top-serb-leaders-back-proposal-to-form-separate-yugoslav-state.html|arquivodata=22 Set 2022|urlmorta=live}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Nyq5AAAAIAAJ|título=The New Europe: Economy, Society and Environment|ultimo=Pinder|primeiro=David|data=1998|editora=Wiley|língua=en|isbn=978-0-471-97123-8|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124141/https://books.google.com/books?id=Nyq5AAAAIAAJ|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zZnagDP3gO4C&q=The+Yugoslav+Drama|título=The Yugoslav Drama|ultimo=Crnobrnja|primeiro=Mihailo|data=1996|editora=McGill-Queen's Press – MQUP|língua=en|isbn=978-0-7735-1429-4|acessodata=8 Fev 2023|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230208124123/https://books.google.com/books?id=zZnagDP3gO4C&q=The+Yugoslav+Drama|arquivodata=8 Fev 2023}}</ref>
* Proclamou-se a [[República Federal da Jugoslávia|República Federal da Iugoslávia]], composta pela [[Sérvia]] e [[Montenegro]], as duas repúblicas restantes.
* As Nações Unidas impõem [[Sanções contra a Iugoslávia|sanções contra a República Federal da Iugoslávia]] pelo seu apoio à não reconhecida [[República Sérvia de Krajina]] na Croácia e à [[República Sérvia|Republika Srpska]] na Bósnia. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Stanley Meisler and Carol J. Williams|url=http://articles.latimes.com/1992-05-31/news/mn-1673_1_security-council|titulo=Angry U.N. Votes Harsh Sanctions on Yugoslavia : Balkans: The Security Council, infuriated by bloody attacks in Bosnia-Herzegovina, imposes an oil embargo and other curbs. China, Zimbabwe abstain in 13–0 vote|data=31 Maio 1992|acessodata=7 Ago 2017|website=LA Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180811160816/http://articles.latimes.com/1992-05-31/news/mn-1673_1_security-council|arquivodata=11 Ago 2018|urlmorta=live}}</ref> Em Maio de 1992, a Eslovénia, a Croácia e a Bósnia tornam-se membros da ONU. A RF Iugoslávia afirma ser a única herdeira legal da RSFI, que é disputada por outras repúblicas. Os enviados da ONU concordam que a Iugoslávia se “dissolveu em repúblicas constituintes”.
* O exército iugoslavo recua da Bósnia, mas deixa suas armas para o exército da Republika Srpska, que ataca cidades bósnias mal armadas de Zvornik, Kotor Varoš, Prijedor, Foča, [[Višegrad]], Doboj. Começa a [[limpeza étnica de Prijedor]] e o [[Cerco de Sarajevo|cerco a Sarajevo]]. Centenas de milhares de refugiados não-sérvios fogem.
* A [[Guerra croata-bosníaca]] começa na Bósnia.

'''1993'''
[[Ficheiro:HVO_Army_T-55_Glamoc_setup.jpg|miniaturadaimagem|Dois tanques de batalha principais [[T-54/T-55|T-55]] do [[Conselho de Defesa da Croácia|Conselho de Defesa Croata]] (HVO) assumem posição de tiro durante um exercício de três dias realizado na Cordilheira Barbara em [[Glamoč]], [[República da Bósnia e Herzegovina|Bósnia e Herzegovina]].]]
[[Ficheiro:SrebrenicaStone.jpg|miniaturadaimagem|Pedra Memorial do Genocídio de Srebrenica em Potočari]]

* [[Cerco de Bihać|Os combates começam na região de Bihać]] entre as forças do governo bósnio leais a [[Alija Izetbegović]], e os bósnios leais a [[Fikret Abdic|Fikret Abdić]], também apoiados pelos sérvios.
* Sanções na RF Iugoslávia, agora isolada, criam hiperinflação de 300 milhões por cento do [[dinar iugoslavo]]. <ref name="YUGOSLAV ECONOMY FORECAST TO GROW ONCE EMBARGO ENDS INFLATION WHIPPED2">{{Citar web|ultimo=Erik Kirschbaum|url=http://www.joc.com/maritime-news/yugoslav-economy-forecast-grow-once-embargo-ends-inflation-whipped-central-banker-says_19950713.html|titulo=Yugoslav Economy Forecast to Grow once Embargo Ends Inflation Whipped, Central Banker Says|data=13 jul 1995|acessodata=7 Ago 2017|website=[[JOC Group]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220925122945/https://www.joc.com/maritime-news/yugoslav-economy-forecast-grow-once-embargo-ends-inflation-whipped-central-banker-says_19950713.html|arquivodata=25 Set 2022|urlmorta=dead}}</ref>
* [[Massacre de Ahmići]]: as forças croatas matam mais de uma centena de muçulmanos bósnios.
* [[Cerco de Mostar|Batalha de Mostar]]. [[Património Mundial|Patrimônio Mundial da UNESCO,]] [[Ponte Velha do Centro Histórico de Mostar|Stari Most]] (A Ponte Velha) em [[Mostar]], construída em 1566, foi destruída pelas forças [[Conselho de Defesa da Croácia|HVO]] croatas. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Block|primeiro=Robert|ultimo2=Bellamy|primeiro2=Christopher|url=https://www.independent.co.uk/news/croats-destroy-mostars-historic-bridge-1503338.html|titulo=Croats destroy Mostar's historic bridge|data=10 Nov 1993|website=The Independent|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220507/https://www.independent.co.uk/news/croats-destroy-mostars-historic-bridge-1503338.html|arquivodata=2022-05-07|urlmorta=live|acessourl=}}</ref> Sendo reconstruída em 2003.
* [[Exército da República da Bósnia e Herzegovina|ARBiH]] lança a [[Operação Neretva '93]] contra [[Conselho de Defesa da Croácia|HVO]] na [[Herzegovina]], que terminou em impasse.

'''1994'''

* [[Massacres de Markale|Bombardeio no mercado Markale]] em Sarajevo.
* [[Acordo de Washington|Tratado de paz]] entre bósnios e croatas arbitrado pelos Estados Unidos, formada a [[Federação da Bósnia e Herzegovina]].
* A RF Iugoslávia começa lentamente a suspender o seu apoio financeiro e militar à Republika Srpska. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Carol J. Williams|url=http://articles.latimes.com/1994-08-05/news/mn-23753_1_bosnian-serbs|titulo=Serbia Cuts Off Bosnian Rebels : Balkans: Belgrade, under international pressure, says it is denying supplies of fuel and arms to forces it has supported. Washington cautiously welcomes move|data=5 Ago 1994|acessodata=7 Jul 2017|website=LA Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160306182933/http://articles.latimes.com/1994-08-05/news/mn-23753_1_bosnian-serbs|arquivodata=6 Mar 2016|urlmorta=live}}</ref>

'''1995'''

* [[Massacre de Srebrenica]] relatado. 8.000 bósnios mortos pelas forças sérvias. <ref name="Radovan Karadzic guilty of genocide over Srebrenica massacre in Bosnia2">{{Citar jornal|ultimo=Alexandra Sims|url=https://www.independent.co.uk/news/world/europe/radovan-karadzic-guilty-of-genocide-over-srebrenica-massacre-in-bosnia-a6950251.html|titulo=Radovan Karadzic guilty of genocide over Srebrenica massacre in Bosnia|data=24 Mar 2016|acessodata=10 Jul 2017|website=The Independent|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220507/https://www.independent.co.uk/news/world/europe/radovan-karadzic-guilty-of-genocide-over-srebrenica-massacre-in-bosnia-a6950251.html|arquivodata=2022-05-07|urlmorta=live|acessourl=}}</ref>
* A Croácia lança a [[Operação Flash]], recapturando uma parte do seu território, mas dezenas de milhares de civis sérvios fogem da área. A RSK responde com o [[Ataque de foguete em Zagreb|ataque de foguetes de Zagreb]].
* A Croácia lança a [[Operação Tempestade]], recuperando todas as zonas da UNPA, exceto a Eslavônia Oriental, e resultando no êxodo de 150.000–200.000 sérvios das zonas. As forças iugoslavas não intervêm. A guerra na Croácia termina.
* A [[Operação Força Deliberada|OTAN lança uma série de ataques aéreos]] contra a artilharia sérvia da Bósnia e outros alvos militares. Os exércitos croata e bósnio iniciam uma ofensiva conjunta contra a [[República Sérvia|Republika Srpska]].
* [[Acordo de Dayton]] assinado em Paris. Termina a guerra na Bósnia e Herzegovina. As consequências da guerra são mais de 100.000 mortos e desaparecidos e dois milhões de pessoas deslocadas internamente ou refugiadas. <ref>{{Citar web|url=http://www.unhcr.org/cgi-bin/texis/vtx/search?page=search&docid=414ffeb44&query=bosnia|titulo=Returns to Bosnia and Herzegovina reach 1 million: This is a summary of what was said by UNHCR spokesperson Ron Redmond – to whom quoted text may be attributed – at today's press briefing at the Palais des Nations in Geneva.|data=21 Set 2004|acessodata=11 Ago 2012|website=UNHCR, The UN Refugee Agency|publicado=United Nations High Commissioner for Refugees|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130522181745/http://www.unhcr.org/cgi-bin/texis/vtx/search?page=search&docid=414ffeb44&query=bosnia|arquivodata=22 Maio 2013|urlmorta=live}}</ref>

'''1996'''

* A RF Iugoslávia reconhece a Croácia e a Bósnia e Herzegovina.
* Os combates eclodem no Kosovo entre os rebeldes albaneses e as autoridades iugoslavas da RF.
* Na sequência de alegações de fraude nas eleições locais, dezenas de milhares de sérvios manifestam-se em Belgrado contra o governo Milošević durante três meses. <ref>{{Citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1996/03/10/world/world-news-briefs-20000-attend-a-protest-against-serbian-leader.html|titulo=20,000 Attend a Protest Against Serbian Leader|data=10 Mar 1996|acessodata=7 Jul 2017|website=The New York Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180118010543/http://www.nytimes.com/1996/03/10/world/world-news-briefs-20000-attend-a-protest-against-serbian-leader.html|arquivodata=18 Jan 2018|urlmorta=live}}</ref>

'''1998'''

* A [[Administração Transitória das Nações Unidas para a Eslavônia Oriental, Baranja e Sírmia Ocidental|Eslavônia Oriental]] reintegra-se pacificamente na Croácia, após uma transferência gradual de poder de três anos.
* Os combates no Kosovo aumentam gradualmente entre os albaneses que exigem a independência e o Estado.

[[Ficheiro:NATO_damage_in_Belgrade.jpg|direita|miniaturadaimagem|Edifício do Ministério da Defesa da Iugoslávia em Belgrado, destruído durante o [[Intervenção militar na Iugoslávia em 1999|bombardeio da OTAN em 1999]]]]
'''1999'''

* [[Massacre de Račak]], negociações de Rambouillet fracassam. A OTAN inicia uma campanha militar no Kosovo e bombardeia a RF da Iugoslávia na [[Intervenção militar na Iugoslávia em 1999|Operação Força Aliada]]. <ref>{{Citar jornal|url=http://edition.cnn.com/WORLD/europe/9903/24/kosovo.strikes/|titulo=NATO attack on Yugoslavia begins|data=24 Mar 1999|acessodata=7 Jul 2017|publicado=CNN|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170413140840/http://edition.cnn.com/WORLD/europe/9903/24/kosovo.strikes/|arquivodata=13 Abr 2017|urlmorta=live}}</ref>
* Após a assinatura de um acordo por Milošević, o controlo do Kosovo é entregue às Nações Unidas, mas continua a fazer parte da federação da Iugoslávia. Depois de perder guerras na Croácia, na Bósnia e no Kosovo, numerosos sérvios deixam essas regiões para encontrar refúgio no resto da Sérvia. Em 1999, a Sérvia acolheu cerca de 700.000 refugiados sérvios ou deslocados internos. <ref name="Bleak outlook for Serb refugees2">{{Citar jornal|ultimo=Rowland|primeiro=Jacky|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/687441.stm|titulo=Bleak outlook for Serb refugees|data=22 Mar 2000|acessodata=4 Jul 2012|website=BBC News|local=Belgrade|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210816074841/http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/687441.stm|arquivodata=16 Ago 2021|urlmorta=live}}</ref>
* [[Conflito no sul da Sérvia|Novos combates]] irrompem entre albaneses e forças de segurança iugoslavas em áreas povoadas albanesas fora do Kosovo, com a intenção de juntar três municípios ao Kosovo ([[Preševo]], [[Bujanovac]] e [[Medveđa]]).
* [[Franjo Tuđman]] morre. Pouco depois, seu partido perde as eleições.

'''2000'''

* Slobodan Milošević é destituído do cargo e [[Vojislav Koštunica]] torna-se o novo presidente da Iugoslávia. Com a deposição de Milošević e a posse de um novo governo, a RF da Jugoslávia restaura os laços com o Ocidente. As sanções políticas e econômicas são totalmente suspensas e a RFI é reintegrada em muitas organizações políticas e econômicas, tornando-se também candidata a outros esforços de colaboração.

'''2001'''

* Uma [[Conflito na Macedônia de 2001|insurgência]] albanesa começa na [[Macedónia do Norte|Macedônia]].
* O conflito no sul da Sérvia termina em derrota para os albaneses.
* O conflito na Macedônia termina com o [[Acordo de Ocrida|Acordo de Ohrid]].


== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Dissolução da Iugoslávia]]
* [[Dissolução da Iugoslávia]]
* [[Líderes das guerras iugoslavas]]
* [[Líderes das guerras iugoslavas]]
{{Referências|grupo=A|título=Notas}}{{Referências}}

=== Fontes gerais e citadas ===
{{refbegin}}
==== Livros ====
* Allcock, John B. ''Explaining Yugoslavia'' (Columbia University Press, 2000)
* Allcock, John B. et al. eds., ''Conflict in the Former Yugoslavia: An Encyclopedia'' (1998)
* {{cite book|url=https://archive.org/details/rapewarfarehidde00alle|title=Rape Warfare: The Hidden Genocide in Bosnia-Herzegovina and Croatia|last=Allen|first=Beverly|publisher=University of Minnesota Press|isbn=978-0-8166-2818-6|ref=Allen|year=1996}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=yuvLDAAAQBAJ|title=The Yugoslav Wars of the 1990s|last=Baker|first=Catherine|publisher=Macmillan International Higher Education|isbn=978-1-137-39899-4|year=2015}}{{Dead link|date=Fev 2023|bot=InternetArchiveBot|fix-attempted=yes}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=PTB0gn_qwTcC|title=A history of Eastern Europe: crisis and change|last1=Bideleux|first1=Robert|last2=Jeffries|first2=Ian|publisher=Taylor & Francis|isbn=978-0-415-36627-4|access-date=22 Abr 2012|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124124/https://books.google.com/books?id=PTB0gn_qwTcC|archive-date=8 Fev 2023|edition=2nd|year=2007|url-status=live}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=IDMhDgCJCe0C&pg=PA265|title=Confronting the Yugoslav Controversies: a Scholars' Initiative|last1=Bjelajac|first1=Mile|last2=Žunec|first2=Ozren|publisher=[[Purdue University Press]]|chapter=The War in Croatia, 1991–1995|isbn=978-1-55753-617-4|oclc=867740664|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124143/https://books.google.com/books?id=IDMhDgCJCe0C&pg=PA265|archive-date=8 Fev 2023|editor1-first=Charles W.|editor1-last=Ingrao|editor2-first=Thomas Allan|editor2-last=Emmert|year=2009|chapter-url=https://books.google.com/books?id=IDMhDgCJCe0C&pg=PA265|url-status=}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/playingcommunalc00brow|title=Playing the 'Communal Card': Communal Violence and Human Rights|last1=Brown|first1=Cynthia|last2=Karim|first2=Farhad|publisher=[[Human Rights Watch]]|isbn=978-1-56432-152-7|year=1995|location=New York}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=JhY8ROsA39kC&pg=PA10|title=Supranational Criminal Prosecution of Sexual Violence|last=Brouwer|first=Anne-Marie de|publisher=Intersentia|isbn=978-90-5095-533-1|ref=Brouwer|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124125/https://books.google.com/books?id=JhY8ROsA39kC&pg=PA10|archive-date=8 Fev 2023|year=2005|url-status=}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=Wp2IDAAAQBAJ|title=Genocide and the Global Village|last=Campbell|first=Kenneth|publisher=Springer|isbn=978-0-312-29928-6|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124136/https://books.google.com/books?id=Wp2IDAAAQBAJ|archive-date=8 Fev 2023|year=2001|url-status=}}
* {{cite book|title=State Collapse in South-Eastern Europe: New Perspectives on Yugoslavia's Disintegration|publisher=Purdue University Press|isbn=978-1-55753-460-6|ref=Cohen-Dragović-Saso|editor1-first=Leonard J.|editor1-last=Cohen|editor2-first=Jasna|editor2-last=Dragović-Soso|year=2008|page=323}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=Pg-aeA-nUeAC&pg=PA142|title=Historical Dictionary of Kosovo|last1=Elsie|first1=Robert|date=2011|publisher=Scarecrow Press|isbn=978-0-8108-7483-1|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230111165834/https://books.google.com/books?id=Pg-aeA-nUeAC&pg=PA142|archive-date=11 Jan 2023|url-status=}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=rOq4XV94wLsC&pg=PA469|title=Stress of War, Conflict and Disaster|last=Fink|first=George|publisher=Academic Press|isbn=978-0-12-381382-4|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124142/https://books.google.com/books?id=rOq4XV94wLsC&pg=PA469|archive-date=8 Fev 2023|author-link=George Fink|year=2010|url-status=}}
* {{cite book|url=https://archive.org/details/collapseofyugosl00alas|title=The Collapse of Yugoslavia 1991–1999|last=Finlan|first=Alastair|publisher=Osprey|series=Essential Histories|isbn=978-1-84176-805-2|ref=Finlan|location=Oxford, England|year=2004}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=zbFYAQAAQBAJ&pg=PT80|title=Bosnia and Herzegovina: A Polity on the Brink|last=Friedman|first=Francine|publisher=[[Routledge]]|isbn=978-1-134-52754-0|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124136/https://books.google.com/books?id=zbFYAQAAQBAJ&pg=PT80|archive-date=8 Fev 2023|year=2013|url-status=}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=6vbz_WMRiwEC|title=The Myth of Ethnic War: Serbia and Croatia in the 1990s|last=Gagnon|first=Valère Philip|publisher=Cornell University Press|isbn=978-0-8014-7291-6|ref=Gagnon|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124211/https://books.google.com/books?id=6vbz_WMRiwEC|archive-date=8 Fev 2023|year=2004|url-status=}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=lVqIDAAAQBAJ&pg=PA34|title=Deviant Conduct in World Politics|last=Geldenhuys|first=Dean|publisher=Springer|isbn=978-0-230-00071-1|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124144/https://books.google.com/books?id=lVqIDAAAQBAJ&pg=PA34|archive-date=8 Fev 2023|year=2004|url-status=}}
* {{cite book|title=The fall of Yugoslavia: the third Balkan war|last=Glenny|first=Misha|publisher=Penguin|isbn=978-0-14-026101-1|ref=Glenny|author-link=Misha Glenny|location=London|year=1996}}
* {{cite book|title=Croatia: A History|last=Goldstein|first=Ivo|publisher=C. Hurst & Co.|isbn=978-1-85065-525-1|author-link=Ivo Goldstein|year=1999}}
* Hall, Richard C. ed. ''War in the Balkans: An Encyclopedic History from the Fall of the Ottoman Empire to the Breakup of Yugoslavia'' (2014)
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=vELQpx1U9EcC|title=Humanitarian Law Violations in Kosovo|author=Human Rights Watch|publisher=Human Rights Watch|isbn=978-1-56432-194-7|access-date=8 Fev 2023|archive-url=https://web.archive.org/web/20230111165737/https://books.google.com/books?id=vELQpx1U9EcC|archive-date=11 Jan 2023|author-link=Human Rights Watch|year=1998|location=[[New York City|New York]]|url-status=}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=IDMhDgCJCe0C|title=Confronting the Yugoslav Controversies: A Scholars' Initiative|publisher=Purdue University Press|isbn=978-1-55753-617-4|access-date=8 Fev 2023|editor-last2=Emmert|editor-first2=Thomas A.|archive-url=https://web.archive.org/web/20230208124131/https://books.google.com/books?id=IDMhDgCJCe0C|archive-date=8 Fev 2023|editor-last1=Ingrao|editor-first1=Charles|edition=2nd|year=2003|url-status=}}
* {{cite book|title=Armed Conflict and Environmental Damage|last=Jha|first=U. C.|publisher=Vij Books India Pvt Ltd|isbn=978-93-82652-81-6|year=2014}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=-OhPTJn8ZWoC|title=The Kosovo Conflict and International Law: An Analytical Documentation 1974–1999|last=Krieger|first=Heike|publisher=[[Cambridge University Press]]|editor=Heike Krieger|isbn=978-0-521-80071-6|page=90|year=2001}}
* {{cite book|url=https://books.google.com/books?id=mr51AwAAQBAJ&pg=PA206|title=Encyclopedia of Terrorism|last=Kushner|first=Harvey W.|date=2002|publisher=Sage Publications|isbn=978-1-4522-6550-6|pages=206–|author-link=Harvey Kushner}}
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* {{cite journal |url=https://www.jstor.org/stable/25621931 |title=The Missing Democratic Revolution and Serbia's Anti-European Choice 1989–2009 |journal=International Journal of Politics, Culture, and Society |issue=3 |last=Di Lellio |first=Anna |year=2009 |pages=373–384 |jstor=25621931 |volume=22}}
* {{cite web|last=Bogoeva|first=Julija|url=https://www.toaep.org/ops-pdf/5-bogoeva|title=The War in Yugoslavia in ICTY Judgements: The Goals of the Warring Parties and Nature of the Conflict|publisher=Torkel Opsahl Academic EPublisher|year=2017|location=Brussels}}
* [https://web.archive.org/web/20121215042159/http://repository.library.georgetown.edu/handle/10822/552526 Video on the Conflict in the Former Yugoslavia] from the [https://repository.library.georgetown.edu/handle/10822/552494/browse?type=title Dean Peter Krogh Foreign Affairs Digital Archives]
* [http://www.historyguy.com/balkan_war_third.htm Information and links on the Third Balkan War (1991–2001)]
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* {{Citation|first=Bora|last=Radović|url=http://www.ian.org.rs/publikacije/tortura/srpski/01.pdf|title=Jugoslovenski ratovi 1991–1999 i neke od njihovih društvenih posledica|language=sr|publisher=IAN|location=RS|access-date=2016-02-08|archive-url=https://web.archive.org/web/20160304220222/http://www.ian.org.rs/publikacije/tortura/srpski/01.pdf|archive-date=2016-03-04|url-status=dead}}
* [https://massgravesmap.balkaninsight.com/ Bitter Land], a multilingual database of mass graves in the Yugoslav Wars by [[:en:Balkan_Investigative_Reporting_Network|Balkan Investigative Reporting Network]]
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Revisão das 21h53min de 11 de novembro de 2023

 Nota: Este artigo é sobre os conflitos militares resultantes da dissolução da Iugoslávia. Para relato dos eventos que implicaram na destruição do Estado iugoslavo, veja dissolução da Iugoslávia.
Guerra Civil Iugoslava

No sentido horário a partir do canto superior esquerdo:
Oficiais da Força de Polícia Nacional Eslovena capturaram soldados do Exército Popular Iugoslavo de volta à sua unidade durante a Guerra da Independência da Eslovênia; um M-84 destruído durante a Batalha de Vukovar; instalações de mísseis antitanque do Exército Popular Iugoslavo controlado pela Sérvia durante o cerco de Dubrovnik; novo enterro das vítimas do Massacre de Srebrenica de 1995 em 2010; um veículo blindado da Força de Proteção das Nações Unidas durante o cerco de Sarajevo.
Data 31 de março de 199112 de novembro de 2001

Guerra da Independência da Eslovênia:
27 de junho7 de julho de 1991
Guerra de Independência da Croácia:
31 de março de 199112 de novembro de 1995[A 1]
Guerra da Bósnia:
6 de abril de 199214 de dezembro de 1995
Insurgência no Kosovo:
27 de maio de 199527 de fevereiro de 1998
Guerra do Kosovo:
28 de fevereiro de 199811 de junho de 1999
Insurgência no Vale do Preševo:
12 de junho de 19991 de junho de 2001[5]
Insurgência na Macedônia:
22 de janeiro12 de novembro de 2001

Local Sérvia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia, Montenegro, Kosovo, e República da Macedônia
Desfecho Dissolução da Iugoslávia e a formação de estados sucessores independentes
Baixas
Total de mortes: c. 130,000–140,000+[6][7]
Deslocados: c. 4,000,000+[8]

A Guerra Civil Iugoslava ou Guerras Iugoslavas foram uma série de conflitos étnicos separados, mas relacionados [9] [10] [11], guerras de independência e insurgências que ocorreram na República Socialista Federativa da Iugoslávia de 1991 a 2001. [13] Os conflitos levaram e resultaram da divisão da Iugoslávia, que começou em meados de 1991, em seis países independentes, correspondentes às seis entidades conhecidas como repúblicas que anteriormente constituíam a Iugoslávia: Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Sérvia e Macedônia (agora chamada de Macedônia do Norte). As repúblicas constituintes da Iugoslávia declararam independência devido a tensões não resolvidas entre as minorias étnicas nos novos países, que alimentaram as guerras. Embora a maioria dos conflitos tenha terminado através de acordos de paz que envolveram o pleno reconhecimento internacional de novos Estados, resultaram num número enorme de mortes, bem como em graves danos económicos para a região.

Durante os estágios iniciais da dissolução da Iugoslávia, o Exército Popular Iugoslavo (JNA) procurou preservar a unidade da nação iugoslava, esmagando todos os governos republicanos. No entanto, ficou cada vez mais sob a influência de Slobodan Milošević, cujo governo invocou o nacionalismo sérvio como um substituto ideológico para o enfraquecido sistema comunista. Como resultado, o JNA começou a perder eslovenos, croatas, albaneses kosovares, bósnios e macedônios, e tornou-se efetivamente uma força de combate composta apenas por sérvios e montenegrinos. [14] De acordo com um relatório de 1994 da Organização das Nações Unidas (ONU), o lado sérvio não pretendia restaurar a Iugoslávia; em vez disso, pretendia criar uma “Grande Sérvia” a partir de partes da Croácia e da Bósnia. [15] Outros movimentos irredentistas também foram associados às Guerras Iugoslavas, como a "Grande Albânia" (do Kosovo, ideia abandonada após a diplomacia internacional) [16] [17] [18] [19] [20] e a "Grande Croácia" (de partes da Herzegovina, abandonadas em 1994 com o Acordo de Washington). [21] [22] [23] [24] [25]

Muitas vezes descritas como um dos conflitos armados mais mortíferos da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, as Guerras Iugoslavas foram marcadas por muitos crimes de guerra, incluindo genocídio, crimes contra a humanidade, limpeza étnica e violações em massa durante a guerra. O genocídio na Bósnia foi o primeiro evento europeu em tempo de guerra a ser formalmente classificado como de carácter genocida desde as campanhas militares da Alemanha Nazista, e muitos dos principais indivíduos que o perpetraram foram posteriormente acusados de crimes de guerra; [26] o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPIJ) foi estabelecido pela ONU em Haia, Holanda, para processar todos os indivíduos que cometeram crimes de guerra durante os conflitos. [27] De acordo com o Centro Internacional para a Justiça Transicional, as Guerras Jugoslavas resultaram na morte de 140.000 pessoas, enquanto o Centro de Direito Humanitário estima pelo menos 130.000 vítimas. Ao longo da sua década de duração, os conflitos resultaram em grandes crises humanitárias e de refugiados. [28] [29] [30]

Nomeações

As Guerras Iugoslavas foram alternativamente referidas como:

  • "Guerras nos Bálcãs"
  • "Guerras/Conflitos na ex-Iugoslávia" [31]
  • "Guerras de Secessão/Sucessão Iugoslava"
  • "Terceira Guerra dos Balcãs": termo usado no título de um livro do jornalista britânico Misha Glenny que alude às duas Guerras dos Balcãs anteriores travadas de 1912 a 1913. [32] No entanto, alguns historiadores contemporâneos aplicaram anteriormente este termo à Primeira Guerra Mundial, porque acreditam ser uma sequência direta das guerras de 1912–13. [33]
  • "Guerra Civil Iugoslava", "Guerra Civil na Iugoslávia"

Prelúdio

Um mapa das seis repúblicas iugoslavas e das duas províncias autônomas entre 1945 e 1992 [34]

O estado da Iugoslávia foi criado no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, e a sua população era maioritariamente composta por cristãos eslavos do sul, embora a nação também tivesse uma minoria muçulmana substancial. O conflito étnico claro entre os povos iugoslavos só se tornou proeminente no século 20, começando com as tensões sobre a constituição do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos no início da década de 1920 e aumentando para a violência entre sérvios e croatas no final da década de 1920, após o assassinato do político croata Stjepan Radić. Esta nação durou de 1918 a 1941, quando foi invadida pelas potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, que forneceu apoio ao fascista croata Ustaše (fundado em 1929), cujo regime realizou o genocídio de sérvios, judeus e ciganos executando pessoas em campos de concentração e cometendo outros crimes sistemáticos e em massa dentro do seu território. [35]

Os Chetniks predominantemente sérvios, um movimento realista iugoslavo e nacionalista sérvio e força de guerrilha, cometeram crimes em massa contra muçulmanos e croatas que são considerados um genocídio por vários autores, e também apoiaram a instauração de uma monarquia sérvia e o estabelecimento de uma federação iugoslava. [36] [37] Os Partisans Iugoslavos liderados pelos comunistas conseguiram apelar a todos os grupos, incluindo sérvios, croatas e bósnios, e também se envolveram em assassinatos em massa. [38] Em 1945, a República Popular Federal da Jugoslávia foi estabelecida sob Josip Broz Tito, [39] que manteve uma liderança fortemente autoritária que suprimiu o nacionalismo. [40]

Após a morte de Tito em 1980, as relações entre as seis repúblicas da federação deterioraram-se. a Eslovênia, a Croácia e o Kosovo desejavam maior autonomia dentro da confederação iugoslava, enquanto a Sérvia procurava fortalecer a autoridade federal. À medida que se tornou claro que não havia uma solução aceitável para todas as partes, a Eslovênia e a Croácia avançaram para a independência. Embora as tensões na Iugoslávia tenham aumentado desde o início da década de 1980, os acontecimentos de 1990 revelaram-se decisivos. No meio das dificuldades económicas e da queda do comunismo na Europa Oriental em 1989, a Iugoslávia enfrentava um nacionalismo crescente entre os seus vários grupos étnicos. No início da década de 1990, não havia autoridade efetiva em nível federal. A Presidência Federal era composta por representantes das seis repúblicas, duas províncias e do Exército Popular Iugoslavo, e a liderança comunista estava dividida em linhas nacionais. [41]

A distribuição de sérvios e montenegrinos na Croácia, Bósnia, Montenegro e Sérvia em 1981

Os representantes da Voivodina, Kosovo e Montenegro foram substituídos por legalistas do Presidente da Sérvia, Slobodan Milošević. A Sérvia obteve quatro dos oito votos da presidência federal [42] e foi capaz de influenciar fortemente a tomada de decisões a nível federal, uma vez que todas as outras repúblicas jugoslavas tinham apenas um voto. Enquanto a Eslovênia e a Croácia queriam permitir um sistema multipartidário, a Sérvia, liderada por Milošević, exigia uma federação ainda mais centralizada e o papel dominante da Sérvia nela. [43]

No 14º Congresso Extraordinário da Liga dos Comunistas da Iugoslávia, em Janeiro de 1990, a assembleia dominada pela Sérvia concordou em abolir o sistema de partido único. No entanto, Slobodan Milošević, o chefe da secção do Partido Sérvio (Liga dos Comunistas da Sérvia) usou a sua influência para bloquear e rejeitar todas as outras propostas dos delegados dos partidos croata e esloveno. Isto levou as delegações croata e eslovena a abandonarem o partido e, portanto, à dissolução do partido, [44] um evento simbólico que representa o fim da "fraternidade e da unidade".

O inquérito aos cidadãos jugoslavos realizado em 1990 mostrou que a animosidade étnica existia em pequena escala. [45] Em comparação com os resultados de 25 anos antes, houve um aumento significativo na distância étnica entre os sérvios e montenegrinos em relação aos croatas e eslovenos e vice-versa. [45]

Após as declarações de independência da Croácia e da Eslovênia em 1991, o governo federal iugoslavo tentou deter à força a iminente dissolução do país, com o primeiro-ministro iugoslavo, Ante Marković, declarando que as secessões da Eslovênia e da Croácia eram ilegais e contrárias à constituição da Iugoslávia. e também expressou o seu apoio ao Exército Popular Iugoslavo, a fim de garantir a unidade integral da Iugoslávia. [46] Os eslovenos (representados por Milan Kučan e Lojze Peterle) [47] [48] e os croatas argumentaram que o ato não era secessão, mas dissociação (em esloveno: razdruževanje, em croata: razdruživanje) da Iugoslávia, já que a federação foi originalmente estabelecida como uma união voluntária de povos. [49] A Comissão Badinter decidiu em Novembro de 1991 que o ato não era uma secessão, mas uma separação, tal como previsto pela constituição da segunda Iugoslávia. [50]

De acordo com Stephen A. Hart, autor de Partisans: War in the Balkans 1941–1945, a região etnicamente mista da Dalmácia mantinha relações estreitas e amigáveis entre os croatas e os sérvios que ali viveram no final do século XIX e início do século XX. Muitos dos primeiros proponentes de uma Iugoslávia unida vieram desta região, como Ante Trumbić, um croata da Dalmácia. No entanto, na época da eclosão das Guerras Iugoslavas, quaisquer relações hospitaleiras entre croatas e sérvios na Dalmácia haviam sido rompidas, com os sérvios dálmatas lutando ao lado da autodeclarada proto-estado República Sérvia de Krajina.

Embora as políticas ao longo de todo o período socialista da Jugoslávia parecessem ter sido as mesmas (ou seja, que todos os sérvios deveriam viver num só Estado), o cientista político Dejan Guzina argumenta que "diferentes contextos em cada um dos subperíodos da Sérvia e da Jugoslávia socialistas renderam inteiramente resultados diferentes (por exemplo, a favor da Jugoslávia, ou a favor de uma Grande Sérvia)". Ele assume que a política sérvia mudou de conservadora-socialista no início para nacionalista xenófoba no final dos anos 1980 e 1990. [51]

Na Sérvia e nos territórios dominados pelos sérvios, ocorreram confrontos violentos, especialmente entre nacionalistas e não nacionalistas que criticaram o governo sérvio e as entidades políticas sérvias na Bósnia e na Croácia. [52] Os sérvios que se opuseram publicamente ao clima político nacionalista durante as guerras jugoslavas foram alegadamente assediados, ameaçados ou mortos. [52] No entanto, após a ascensão de Milošević ao poder e a eclosão das Guerras Jugoslavas, numerosos movimentos antiguerra desenvolveram-se na Sérvia. [53] [54] Protestos foram realizados contra as ações do Exército Popular Iugoslavo, enquanto os manifestantes exigiam o referendo sobre a declaração de guerra e a interrupção do recrutamento militar, resultando em numerosas deserções e emigrações. [55] [56] [57]

Com a escalada da crise jugoslava, o JNA tornou-se fortemente dominado pelos sérvios. De acordo com o ex-comandante do quinto exército em Zagreb, Martin Špegelj, 50% dos cargos de comando eram anteriormente ocupados por croatas, enquanto alguns anos depois, no início da guerra, todos os cargos-chave eram ocupados por sérvios. [58]

História

Conflitos

Guerra da Independência da Eslovênia (1991)

Ver artigo principal: Guerra dos Dez Dias
damaged JNA tanks on the road
Tanques do JNA emboscados perto de Nova Gorica, na fronteira com a Itália

O primeiro dos conflitos, conhecido como Guerra dos Dez Dias, foi iniciado pelo JNA (Exército Popular Iugoslavo) em 26 de junho de 1991, após a separação da Eslovênia da federação em 25 de junho de 1991. [59] [60]

Inicialmente, o governo federal ordenou ao Exército Popular Iugoslavo que protegesse as passagens de fronteira na Eslovênia. A Polícia Eslovena e a Defesa Territorial Eslovena bloquearam quartéis e estradas, provocando impasses e escaramuças limitadas em toda a república. Após várias dezenas de vítimas, o conflito limitado foi interrompido através de negociações em Brioni, em 7 de Julho de 1991, quando a Eslovênia e a Croácia concordaram com uma moratória de três meses sobre a separação. O Exército Federal retirou-se completamente da Eslovênia em 26 de outubro de 1991.

Guerra da Independência da Croácia (1991–1995)

Um Tanque JNA M-84 desativado por uma mina colocada por soldados croatas em Vukovar, novembro de 1991
Danos após o bombardeio de Dubrovnik.

Os combates na Croácia começaram semanas antes da Guerra dos Dez Dias na Eslovênia. A Guerra da Independência da Croácia começou quando os sérvios na Croácia, que se opunham à independência croata, anunciaram a sua secessão da Croácia.

Nas eleições parlamentares de 1990 na Croácia, Franjo Tuđman tornou-se o primeiro Presidente da Croácia. Ele promoveu políticas nacionalistas e tinha como objetivo principal o estabelecimento de uma Croácia independente. O novo governo propôs mudanças constitucionais, restabeleceu a bandeira e o brasão tradicionais croatas e removeu o termo "Socialista" do título da república. [61] O novo governo croata implementou políticas que foram vistas como abertamente nacionalistas e de natureza antisérvia, como a remoção da escrita cirílica sérvia da correspondência em cargos públicos. [62] [63] Numa tentativa de contrariar as alterações introduzidas na constituição, os políticos sérvios locais organizaram um referendo sobre "soberania e autonomia sérvias" em agosto de 1990. O seu boicote transformou-se numa insurreição em áreas povoadas por etnia sérvia, principalmente em torno de Knin, conhecida como Revolução das Toras. [64]

A polícia local em Knin apoiou a crescente insurgência sérvia, enquanto muitos funcionários do governo, principalmente policiais, onde os cargos de comando eram ocupados principalmente por sérvios e comunistas, perderam os seus empregos. [65] A nova constituição croata foi ratificada em dezembro de 1990, e o Conselho Nacional Sérvio formou o Oblast Autônomo Sérvio de Krajina, uma autoproclamada região autônoma sérvia. [66]

As tensões étnicas aumentaram, alimentadas pela propaganda tanto na Croácia como na Sérvia. Em 2 de maio de 1991, um dos primeiros confrontos armados entre paramilitares sérvios e a polícia croata ocorreu na Batalha de Borovo Selo. [67] Em 19 de maio foi realizado um referendo sobre a independência, que foi amplamente boicotado pelos sérvios croatas, e a maioria votou a favor da independência da Croácia. [68] [66] A Croácia declarou independência e dissolveu a sua associação com a Jugoslávia em 25 de Junho de 1991. Devido ao Acordo de Brioni, foi colocada uma moratória de três meses sobre a implementação da decisão que terminou em 8 de outubro. [69]

Os incidentes armados do início de 1991 transformaram-se numa guerra total durante o Verão, com frentes a serem formadas em torno das áreas do dissidente Oblast Autônomo. O JNA desarmou as unidades territoriais da Eslovênia e da Croácia antes da declaração de independência, a mando do presidente sérvio Slobodan Milošević. [70] [71] Esta situação foi grandemente agravada por um embargo de armas imposto pela ONU à Iugoslávia. O JNA era ostensivamente ideologicamente unitário, mas o seu corpo de oficiais era predominantemente composto por sérvios ou montenegrinos (70 por cento). [72]

Como resultado, o JNA opôs-se à independência croata e aliou-se aos rebeldes sérvios croatas. Os rebeldes sérvios croatas não foram afetados pelo embargo porque foram apoiados e abastecidos pelo JNA. Em meados de julho de 1991, o JNA transferiu cerca de 70.000 soldados para a Croácia. Os combates aumentaram rapidamente, abrangendo centenas de quilómetros quadrados desde o oeste da Eslavónia, passando por Banija até à Dalmácia. [73]

As regiões fronteiriças enfrentaram ataques diretos das forças da Sérvia e Montenegro. Em agosto de 1991, começou a Batalha de Vukovar, onde ocorreram combates ferozes com cerca de 1.800 combatentes croatas bloqueando o avanço do JNA na Eslavônia. No final de outubro, a cidade estava quase completamente devastada como resultado de bombardeios terrestres e aéreos. [74] O Cerco de Dubrovnik começou em Outubro com o bombardeamento de Dubrovnik, Património Mundial da UNESCO, onde a imprensa internacional foi criticada por se concentrar no património arquitetônico da cidade, em vez de reportar a destruição de Vukovar na qual muitos civis foram mortos. [75]

Em 18 de novembro de 1991, a batalha de Vukovar terminou depois que a cidade ficou sem munição. O massacre de Ovčara ocorreu logo após a captura de Vukovar pelo JNA. [76] Entretanto, o controlo sobre a Croácia central foi tomado pelas forças sérvias croatas em conjunto com o Corpo JNA da Bósnia e Herzegovina, sob a liderança de Ratko Mladić. [77]

Uma casa sérvia destruída em Sunja, Croácia. A maioria dos sérvios fugiu durante a Operação Tempestade em 1995.

Em Janeiro de 1992, o Plano Vance estabeleceu zonas controladas pela ONU (UNPA) para os sérvios no território que foi reivindicado pelos rebeldes sérvios como a autoproclamada proto-estado República Sérvia de Krajina (RSK) e pôs fim a grandes operações militares. mas os ataques esporádicos de artilharia às cidades croatas e as intrusões ocasionais nas zonas da UNPA pelas forças croatas continuaram até 1995. A maioria da população croata na RSK sofreu muito, fugindo ou sendo despejada com numerosos assassinatos, levando à limpeza étnica. [78] Os combates na Croácia terminaram em meados de 1995, após a Operação Flash e a Operação Tempestade. No final destas operações, a Croácia recuperou todo o seu território, exceto a porção leste do setor UNPA da Eslavônia, na fronteira com a Sérvia. A maior parte da população sérvia nas áreas recuperadas fugiu e tornou-se refugiada. As áreas do "Setor Leste", não afetadas pelas operações militares croatas, ficaram sob administração da ONU (UNTAES) e foram reintegradas à Croácia em 1998 nos termos do Convênio de Erdut. [79]

Guerra da Bósnia (1992–1995)

Ver artigo principal: Guerra da Bósnia

Em 2 de Abril de 1992, um conflito engolfou a Bósnia e Herzegovina, que também declarou independência da restante Iugoslávia. A guerra foi predominantemente um conflito territorial entre os bósnios, que queriam preservar a integridade territorial da recém-independente República da Bósnia e Herzegovina, e o autoproclamado proto-estado sérvio-bósnio Republika Srpska e o autoproclamado croata Herzeg-Bósnia, que foram liderados e fornecidos pela Sérvia e Croácia respectivamente, supostamente com o objetivo de dividir a Bósnia, o que deixaria apenas uma pequena parte de terra para os bósnios. [80] Em 18 de Dezembro de 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas emitiu a resolução 47/121 na qual condenava as forças sérvias e montenegrinas por tentarem adquirir mais territórios pela força. [81]

Pessoas esperando na fila para buscar água durante o Cerco de Sarajevo, 1992

As forças armadas jugoslavas desintegraram-se numa força militar largamente dominada pelos sérvios. O JNA opôs-se à agenda do governo liderado pela maioria bósnia para a independência e, juntamente com outras forças militantes nacionalistas armadas sérvias, tentou impedir que os cidadãos bósnios votassem no referendo de 1992 sobre a independência. [82] Não conseguiram persuadir as pessoas a não votarem e, em vez disso, a atmosfera intimidadora combinada com um boicote sérvio à votação resultou numa retumbante votação de 99% a favor da independência. [82]

Em 19 de junho de 1992, eclodiu a guerra na Bósnia, embora o cerco de Sarajevo já tivesse começado em abril, após a Bósnia e Herzegovina ter declarado independência. O conflito, tipificado pelo cerco de Sarajevo que durou anos e pelo genocídio de Srebrenica, foi de longe a mais sangrenta e mais amplamente coberta das guerras jugoslavas. A facção sérvia-bósnia liderada pelo ultranacionalista Radovan Karadžić prometeu independência para todas as áreas sérvias da Bósnia do governo de maioria bósnia da Bósnia. Para ligar as partes desconexas dos territórios povoados pelos sérvios e as áreas reivindicadas pelos sérvios, Karadžić prosseguiu uma agenda de limpeza étnica sistemática, principalmente contra os bósnios, através do massacre e da remoção forçada das populações bósnias. [83] Foram relatadas limpeza étnica de Prijedor, massacres de Višegrad, limpeza étnica de Foča, massacre de Doboj, massacre de Zvornik, cerco de Goražde e outros.

Uma mulher sérvia chora em um túmulo no Cemitério dos Leões em Sarajevo, 1992

No final de 1992, as tensões entre croatas bósnios e bósnios aumentaram e a sua colaboração desmoronou. Em janeiro de 1993, os dois ex-aliados envolveram-se em conflito aberto, resultando na Guerra croata-bosníaca. [84] Em 1994, os EUA mediaram a paz entre as forças croatas e o Exército Bósnio da República da Bósnia e Herzegovina com o Acordo de Washington. Após as operações bem-sucedidas de Flash e Storm, o exército croata e as forças combinadas da Bósnia e da Croácia da Bósnia e Herzegovina conduziram uma operação com o codinome Operação Mistral em setembro de 1995 para impedir os ganhos militares dos sérvios da Bósnia. [85]

Os avanços no terreno, juntamente com os ataques aéreos da OTAN, pressionaram os sérvios bósnios a sentarem-se à mesa de negociações. Foi exercida pressão sobre todas as partes para que mantivessem o cessar-fogo e negociassem o fim da guerra na Bósnia. A guerra terminou com a assinatura do Acordo de Dayton em 14 de dezembro de 1995, com a formação da Republika Srpska como uma entidade dentro da Bósnia e Herzegovina. [86]

A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos informou em Abril de 1995 (três meses antes do massacre de Srebrenica) que quase 90 por cento de todas as atrocidades nas guerras iugoslavas até então tinham sido perpetradas por militantes sérvios. [87] A maioria destas atrocidades ocorreu na Bósnia.

Insurgência no Kosovo (1995-1998)

Na década de 1990, foi formado o Exército de Libertação do Kosovo (KLA). Começaram a realizar ataques contra civis sérvios. No início da década de 1990, ocorreram ataques às forças policiais sérvias e a funcionários dos serviços secretos em retaliação pelos abusos e assassinatos de civis albaneses. [88] Um policial sérvio foi morto em 1995, supostamente pelo KLA. [89] O KLA procurou desestabilizar a região, esperando que os Estados Unidos e a OTAN interviessem. [90] Patrulhas sérvias foram emboscadas e policiais foram mortos. [90] Foi apenas no ano seguinte que a organização KLA assumiu a responsabilidade por estes ataques. [89]

O KLA, originalmente composto por algumas centenas de albaneses, atacou várias esquadras de polícia e feriu muitos agentes da polícia em 1996-1997. [91] Em Fevereiro de 1996, o KLA empreendeu uma série de ataques contra esquadras de polícia e funcionários do governo jugoslavo, afirmando que as autoridades jugoslavas tinham matado civis albaneses como parte de uma campanha de limpeza étnica. [92] Em 22 de Abril de 1996, quatro ataques contra pessoal de segurança sérvio foram perpetrados quase simultaneamente em várias partes do Kosovo.

Em Janeiro de 1997, as forças de segurança sérvias assassinaram o comandante do KLA, Zahir Pajaziti, e dois outros líderes num ataque na estrada entre Pristina e Mitrovica, e prenderam mais de 100 militantes albaneses. [93] Adem Jashari, como um dos fundadores e líderes do KLA, foi condenado por terrorismo à revelia por um tribunal jugoslavo em 11 de Julho de 1997. Posteriormente, a Human Rights Watch descreveu o julgamento, no qual outros catorze albaneses do Kosovo também foram condenados, como "[não cumprimento] dos padrões internacionais". [94]

O Conselho do Atlântico Norte da OTAN afirmou que o KLA foi "o principal iniciador da violência" e que "lançou o que parece ser uma campanha deliberada de provocação". [95] Perseguindo Jashari pelo assassinato de um policial sérvio, as forças sérvias tentaram novamente atacar o complexo de Jashari em Prekaz em 22 de janeiro de 1998. [96] Entre 1991 e 1997, principalmente em 1996-97, 39 pessoas foram mortas pelo KLA. [97] Os ataques entre 1996 e Fevereiro de 1998 levaram à morte de 10 polícias e 24 civis. [98]

Guerra do Kosovo (1998–1999)

Ver artigo principal: Guerra do Kosovo
Um míssil de cruzeiro Tomahawk é lançado do convés de mísseis de popa do navio de guerra americano USS Gonzalez em 31 de março de 1999
Fumaça em Novi Sad, Sérvia, após o bombardeio da OTAN em 1999

Depois de Setembro de 1990, quando a Constituição Iugoslava de 1974 foi revogada unilateralmente pela República Socialista da Sérvia, a autonomia do Kosovo sofreu e assim a região enfrentou a opressão organizada pelo Estado: a partir do início da década de 1990, a rádio e a televisão em língua albanesa foram restringidas e os jornais foram encerrados. . Os albaneses do Kosovo foram despedidos em grande número de empresas e instituições públicas, incluindo bancos, hospitais, correios e escolas. [99] Em junho de 1991, a assembleia da Universidade de Priština e vários conselhos docentes foram dissolvidos e substituídos por sérvios. Os professores albaneses do Kosovo foram impedidos de entrar nas instalações da escola no novo ano lectivo que começava em Setembro de 1991, forçando os alunos a estudar em casa. [99]

Um cessar-fogo facilitado pela OTAN foi assinado em 15 de Outubro, mas ambos os lados o quebraram dois meses depois e os combates recomeçaram. Quando o assassinato de 45 albaneses kosovares no massacre de Račak foi relatado em Janeiro de 1999, a OTAN decidiu que o conflito só poderia ser resolvido através da introdução de uma força militar de manutenção da paz para conter à força os dois lados. [100] A Iugoslávia recusou-se a assinar os Acordos de Rambouillet, que entre outras coisas exigiam 30.000 soldados de manutenção da paz da OTAN no Kosovo; um direito de passagem irrestrito para as tropas da OTAN em território jugoslavo; imunidade da OTAN e dos seus agentes ao direito jugoslavo; e o direito de usar estradas, portos, ferrovias e aeroportos locais sem pagamento e requisitar instalações públicas para seu uso gratuito. [101] [102] A OTAN preparou-se então para instalar as forças de manutenção da paz pela força, utilizando esta recusa para justificar os bombardeamentos.

Seguiu-se o bombardeio da Iugoslávia pela OTAN, uma intervenção contra as forças sérvias com uma campanha principalmente de bombardeios, sob o comando do general Wesley Clark. As hostilidades terminaram 2+12 meses depois com o Acordo de Kumanovo. O Kosovo foi colocado sob o controlo governamental da Missão de Administração Provisória das Nações Unidas no Kosovo e da proteção militar da Força do Kosovo (KFOR). A guerra de 15 meses deixou milhares de civis mortos em ambos os lados e mais de um milhão de deslocados. [103]

Insurgência no Vale do Preševo (1999–2001)

Ver artigo principal: Conflito no sul da Sérvia

A Insurgência no Vale de Preševo foi um conflito armado entre a República Federal da Iugoslávia e os insurgentes de etnia albanesa [104] [105] do Exército de Libertação de Preševo, Medveđa e Bujanovac (UÇPMB), começando em junho de 1999. [106] Houve casos durante o conflito em que o governo iugoslavo solicitou o apoio da KFOR para suprimir os ataques da UÇPMB, uma vez que o governo só podia usar forças militares ligeiramente armadas como parte do Acordo de Kumanovo, que criou uma zona tampão para que a maior parte das forças armadas iugoslavas não pudessem entrar. [107] O presidente iugoslavo, Vojislav Koštunica, alertou que novos combates iriam eclodir se as unidades da KFOR não agissem para evitar os ataques vindos da UÇPMB. [108]

Insurgência na República da Macedônia (2001)

Ver artigo principal: Conflito na Macedônia de 2001

A insurgência na República da Macedônia foi um conflito armado em Tetovo que começou quando o grupo militante étnico Albanês do Exército de Libertação Nacional (NLA) começou a atacar as forças de segurança da República da Macedônia no início de fevereiro de 2001, e terminou com o Acordo de Ohrid. O objetivo do NLA era dar maiores direitos e autonomia à minoria albanesa do país, que representava 25,2% da população da República da Macedónia (54,7% em Tetovo). [109] [110] Houve também alegações de que o grupo desejava, em última análise, que as áreas de maioria albanesa se separassem do país, [111] embora membros de alto escalão do NLA tenham negado isso. [109]

Embargo de armas

O Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs um embargo de armas em setembro de 1991. [112] No entanto, vários estados envolveram-se ou facilitaram a venda de armas às facções beligerantes. [113] Em 2012, o Chile condenou nove pessoas, incluindo dois generais reformados, pela sua participação na venda de armas. [114]

Crimes de guerra

Genocídio

O crânio de uma vítima do massacre de Srebrenica em julho de 1995 em uma vala comum exumada nos arredores de Potočari, 2007

É amplamente aceito que os assassinatos em massa contra os bósnios na Bósnia e Herzegovina se transformaram em genocídio. Em 18 de dezembro de 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas emitiu a resolução 47/121 condenando "atos agressivos das forças sérvias e montenegrinas para adquirir mais territórios pela força" e chamou tal limpeza étnica de "uma forma de genocídio". [115] No seu relatório publicado em 1 de Janeiro de 1993, o Helsinki Watch foi uma das primeiras organizações de direitos civis a alertar que "a extensão da violência e a sua natureza selectiva ao longo de linhas étnicas e religiosas sugerem crimes de carácter genocida contra muçulmanos e, em menor medida, as populações croatas na Bósnia-Herzegovina". [116]

Um telegrama enviado à Casa Branca em 8 de Fevereiro de 1994 pelo Embaixador dos EUA na Croácia, Peter W. Galbraith, afirmou que estava a ocorrer genocídio. O telegrama citava "bombardeios e tiros constantes e indiscriminados" em Sarajevo pelo Exército Popular Iugoslavo de Karadzic; a perseguição de grupos minoritários no norte da Bósnia “numa tentativa de forçá-los a sair”; e a utilização de detidos “para realizar trabalhos perigosos nas linhas da frente” como prova de que estava a ser cometido genocídio. [117] Em 2005, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma resolução declarando que "as políticas sérvias de agressão e limpeza étnica cumprem os termos que definem o genocídio". [118]

Um julgamento teve lugar perante o Tribunal Internacional de Justiça, na sequência de um processo de 1993 movido pela Bósnia e Herzegovina contra a Sérvia e Montenegro, alegando genocídio. A decisão do TIJ de 26 de Fevereiro de 2007 determinou indirectamente que a natureza da guerra era internacional, embora isentando a Sérvia da responsabilidade directa pelo genocídio cometido pelas forças da Republika Srpska em Srebrenica. O TIJ concluiu, no entanto, que a Sérvia não conseguiu impedir o genocídio cometido pelas forças sérvias em Srebrenica e não puniu os responsáveis, nem os levou à justiça. [119]

Os crimes de guerra foram conduzidos simultaneamente por diferentes forças sérvias em diferentes partes da Bósnia e Herzegovina, especialmente em Bijeljina, Sarajevo, Prijedor, Zvornik, Višegrad e Foča. Os juízes, no entanto, decidiram que os critérios para genocídio com a intenção específica (dolus specialis) de destruir os muçulmanos bósnios foram cumpridos apenas em Srebrenica em 1995. [120] O tribunal concluiu que outros crimes, fora de Srebrenica, cometidos durante a guerra de 1992-1995, podem constituir crimes contra a humanidade de acordo com o direito internacional, mas que estes atos não constituíram, por si só, genocídio. [121]

O crime de genocídio no enclave de Srebrenica foi confirmado em vários veredictos de culpa proferidos pelo TPIJ, mais notavelmente na condenação do líder sérvio-bósnio Radovan Karadžić. [122]

Limpeza étnica

Mapa de refugiados e identidades como porcentagem da população total por república durante as Guerras Iugoslavas
Detidos no campo de Manjača, perto de Banja Luka, 1992

A limpeza étnica foi um fenómeno comum nas guerras na Croácia, no Kosovo e na Bósnia e Herzegovina. Isto implicou a intimidação, a expulsão forçada ou o assassinato do grupo étnico indesejado, bem como a destruição dos locais de culto, cemitérios e edifícios culturais e históricos desse grupo étnico, a fim de alterar a composição populacional de uma área em favor de outra. grupo étnico que se tornaria a maioria. Estes exemplos de nacionalismo territorial e aspirações territoriais fazem parte do objetivo de um etno-estado. [123] Campos de detenção como Omarska e Trnopolje também foram designados como parte integrante da estratégia global de limpeza étnica das autoridades. [124]

De acordo com numerosos veredictos e acusações do TPIJ, as forças sérvias [125] [126] [127] e croatas [128] realizaram uma limpeza étnica dos seus territórios planeada pela sua liderança política para criar estados etnicamente puros (Republika Srpska e República Sérvia de Krajina pelo Sérvios; e Herzeg-Bósnia pelos Croatas).

De acordo com o TPIJ, as forças sérvias do Oblast Autônomo de Krajina deportaram pelo menos 80-100.000 croatas e outros civis não-sérvios em 1991-92. [129] O número total de croatas e outros não-sérvios exilados varia entre 170.000 (TPIJ), [130] um quarto de milhão de pessoas (Human Rights Watch) [131] ou até 500.000, segundo o ACNUR. [132] Além disso, pelo menos 700.000 a 863.000 albaneses foram deportados do Kosovo em 1999. [133] [134] Mais de 80% da população total do Kosovo foi deslocada em Junho de 1999. [135] Outras centenas de milhares de muçulmanos foram forçados a abandonar as suas casas pelas forças sérvias na Bósnia e Herzegovina. [136] Segundo uma estimativa, as forças sérvias expulsaram pelo menos 700 mil muçulmanos bósnios da área da Bósnia sob o seu controlo. [137] De acordo com um relatório da ONU de 1994, as forças croatas também se envolveram na limpeza étnica contra os sérvios na Eslavônia oriental e ocidental e em partes da região de Krajina, embora numa escala mais restrita e em menor número. [138]

Os sobreviventes da limpeza étnica ficaram gravemente traumatizados como consequência desta campanha. [139]

Violência sexual e estupros durante a guerra

Os estupros de guerra ocorreram por ordem oficial como parte da limpeza étnica, para deslocar o grupo étnico visado. [140] De acordo com o Grupo de Mulheres de Trešnjevka, mais de 35.000 mulheres e crianças foram detidas nesses “campos de violação” geridos pelos sérvios. [141] [142] [143] Dragoljub Kunarac, Radomir Kovač e Zoran Vuković foram condenados por crimes contra a humanidade por estupro, tortura e escravização cometidos durante os massacres de Foča. [144]

As provas da magnitude das violações na Bósnia e Herzegovina levaram o TPIJ a lidar abertamente com estes abusos. [145] Relatos de violência sexual durante a Guerra da Bósnia (1992–1995) e a Guerra do Kosovo (1998–1999) perpetrada pelas forças regulares e irregulares sérvias foram descritos como "especialmente alarmantes". [146] A Força do Kosovo, liderada pela OTAN, documentou violações de mulheres albanesas, ciganas e sérvias, cometidas tanto por sérvios como por membros do Exército de Libertação do Kosovo. [147]

Outros estimam que durante a Guerra da Bósnia, entre 20.000 e 50.000 mulheres, a maioria bósnias, foram violadas. [148] [149] Existem poucos relatos de violação e agressão sexual entre membros do mesmo grupo étnico. [150]

As violações durante as Guerras Iugoslavas tem sido frequentemente caracterizada como um crime contra a humanidade. As violações perpetradas pelas forças sérvias serviram para destruir os laços culturais e sociais que existiam entre as vítimas e as suas comunidades. [151] As políticas sérvias alegadamente incitavam os soldados a violar mulheres bósnias até engravidarem, numa tentativa de limpeza étnica. Os soldados sérvios esperavam forçar as mulheres bósnias a carregar crianças sérvias através de violações repetidas. [152] Muitas vezes, as mulheres bósnias foram mantidas em cativeiro durante um longo período de tempo e apenas libertadas pouco antes do nascimento de uma criança concebida por violação. A violação sistemática de mulheres bósnias pode ter tido repercussões mais profundas do que a deslocação inicial das vítimas de violação. O stress, causado pelo trauma da violação, aliado à falta de acesso a cuidados de saúde reprodutiva frequentemente vivenciada pelas pessoas deslocadas, levou a sérios riscos para a saúde das mulheres vitimadas. [153]

Durante a Guerra do Kosovo, milhares de mulheres e garotas albanesas do Kosovo foram vítimas de violência sexual. A violação de guerra foi usada como arma de guerra e também como instrumento de limpeza étnica sistemática; a violação foi utilizada para aterrorizar a população civil, extorquir dinheiro às famílias e forçar as pessoas a fugirem das suas casas. De acordo com um relatório do grupo Human Rights Watch de 2000, as violações na Guerra do Kosovo podem geralmente ser subdivididas em três categorias: violações nas casas das mulheres, violações durante a fuga e violações na detenção. [154] [155] A maioria dos perpetradores eram paramilitares sérvios, mas também incluíam a polícia especial sérvia ou soldados do exército iugoslavo. Praticamente todas as agressões sexuais documentadas pela Human Rights Watch foram violações colectivas envolvendo pelo menos dois perpetradores. [154] [155] Desde o fim da guerra, foram documentadas violações de mulheres sérvias, albanesas e ciganas por parte de albaneses étnicos – por vezes por membros do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), mas não ocorreram numa escala semelhante. [154] [155] Os estupros ocorreram frequentemente na presença e com a aquiescência de oficiais militares. Soldados, polícias e paramilitares violaram muitas vezes as suas vítimas à vista de numerosas testemunhas. [156]

Um relatório de 2013 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Croácia, intitulado “Avaliação do Número de Vítimas de Violência Sexual durante a Guerra Interna no Território da República da Croácia e Formas Óptimas de Compensação e Apoio às Vítimas”, determinou a estimativa as vítimas (homens e mulheres) de violação e outras formas de agressão sexual em ambos os lados totalizam entre aproximadamente 1.470 e 2.205 ou 1.501 e 2.437 vítimas. [157] A maioria das vítimas eram não-sérvios agredidos por sérvios. [157] Por região, o maior número de violações e atos de violência sexual ocorreu na Eslavônia Oriental, com uma estimativa de 380–570 vítimas. [157] De acordo com o relatório do PNUD, entre 300 e 600 homens (4,4-6,6% dos presos) e entre 279 e 466 mulheres (ou 30-50% dos presos) sofreram várias formas de abuso sexual enquanto estavam detidos em campos de detenção sérvios. e prisões (incluindo as da própria Sérvia). [157] Entre 412 e 611 mulheres croatas foram estupradas nos territórios ocupados pelos sérvios, fora dos campos de detenção, de 1991 a 1995. [157] As forças croatas também eram conhecidas por terem cometido violações e actos de violência sexual contra mulheres sérvias durante as Operações Flash e Tempestade, com uma estimativa de 94–140 vítimas. [157] O abuso sexual de prisioneiros sérvios também ocorreu nos campos de Lora e Kerestinec, administrados pelos croatas. [157]

Consequências humanitárias e danos materiais

Vítimas

Soldados da paz da ONU coletando cadáveres após o massacre de Ahmići

Algumas estimativas estimam o número de mortos nas Guerras Iugoslavas em 140.000. O Centro de Direito Humanitário estima que nos conflitos nas antigas repúblicas jugoslavas pelo menos 130 mil pessoas perderam a vida. O envolvimento da Eslovénia nos conflitos foi breve, evitando assim um maior número de vítimas, e cerca de 70 pessoas foram mortas no conflito que durou dez dias. A guerra na Croácia deixou cerca de 22 mil mortos, dos quais 15 mil eram croatas e 7 mil sérvios. [158]

A Bósnia e Herzegovina sofreu o fardo mais pesado dos combates: entre 97.207 e 102.622 pessoas foram mortas na guerra, incluindo 64.036 bósnios, 24.905 sérvios e 7.788 croatas. [159] Por proporção, 65% dos mortos eram bósnios, 25% sérvios e 8% croatas. [160] No conflito do Kosovo, 13.535 pessoas foram mortas, incluindo 10.812 albaneses (80%) e 2.197 sérvios (16%). [161] O maior número de mortos foi em Sarajevo: com cerca de 14.000 mortos durante o cerco, [162] a cidade perdeu quase tantas pessoas como toda a guerra no Kosovo.

Em números relativos e absolutos, os bósnios sofreram as perdas mais pesadas: 64.036 dos seus habitantes foram mortos na Bósnia, o que representa um número de mortos de mais de 3% de todo o seu grupo étnico. [159] Eles experimentaram a pior situação no massacre de Srebrenica, onde a taxa de mortalidade dos homens bósnios (independentemente da sua idade ou estatuto civil) atingiu 33% em julho de 1995. [163] A percentagem de bósnios entre todas as vítimas civis durante a Guerra da Bósnia foi de cerca de 83%, aumentando para quase 95% no Leste da Bósnia. [164]

Durante a guerra na Croácia, 43,4% dos mortos do lado croata eram civis. [165]

Pessoas deslocadas internamente e refugiados

Refugiados bósnios em 1993
Refugiados albaneses do Kosovo em 1999
Refugiados sérvios do Kosovo em 1999

As Guerras Iugoslavas causaram uma das maiores crises de refugiados da história europeia. Estima-se que as guerras na Croácia, Bósnia e Herzegovina e Kosovo produziram cerca de 2,4 milhões de refugiados e mais 2 milhões de pessoas deslocadas internamente. [166]

A guerra na Bósnia e Herzegovina causou 2,2 milhões de refugiados ou deslocados, dos quais mais de metade eram bósnios. [167] Até 2001, ainda havia 650 mil bósnios deslocados, enquanto 200 mil deixaram o país permanentemente. [167]

A Guerra do Kosovo causou 862.979 refugiados albaneses que foram expulsos das forças sérvias ou fugiram da frente de batalha. [168] Além disso, 500.000 a 600.000 foram deslocados internamente, [169] o que significa que, de acordo com a OSCE, quase 90% de todos os albaneses foram deslocados de suas casas no Kosovo em junho de 1999. [170] Após o fim da guerra, os albaneses regressaram, mas mais de 200.000 sérvios, ciganos e outros não-albaneses fugiram do Kosovo. No final de 2000, a Sérvia tornou-se assim o anfitrião de 700.000 refugiados sérvios ou deslocados internos do Kosovo, da Croácia e da Bósnia. [171]

Do ponto de vista do asilo para deslocados internos ou refugiados, a Croácia sofreu o impacto da crise. Segundo algumas fontes, em 1992 a Croácia acolheu quase 750.000 refugiados ou deslocados internos, o que representa uma quota de quase 16% da sua população de 4,7 milhões de habitantes: estes números incluíam 420 a 450.000 refugiados bósnios, 35 000 refugiados da Sérvia (principalmente da Voivodina e do Kosovo), enquanto outras 265 000 pessoas de outras partes da própria Croácia estavam deslocadas internamente. Isto equivaleria a que a Alemanha fosse anfitriã de 10 milhões de pessoas deslocadas ou a França para 8 milhões de pessoas. [172]

Os dados oficiais do ACNUR indicam que a Croácia acolheu 287 mil refugiados e 344 mil deslocados internos em 1993. Esta é uma proporção de 64,7 refugiados por 1000 habitantes. [173] No seu relatório de 1992, o ACNUR colocou a Croácia em 7º lugar na sua lista dos 50 países com maior sobrecarga de refugiados: registou 316 mil refugiados, o que representa uma proporção de 15:1 em relação à sua população total. [174] Juntamente com os deslocados internos, a Croácia acolheu pelo menos 648.000 pessoas que necessitavam de alojamento em 1992. [175] Em comparação, a Macedônia tinha 10,5 refugiados por 1.000 habitantes em 1999. [176]

A Eslovênia acolheu 45.000 refugiados em 1993, o que representa 22,7 refugiados por 1.000 habitantes. [177] A Sérvia e Montenegro acolheram 479.111 refugiados em 1993, o que representa uma proporção de 45,5 refugiados por 1000 habitantes. Em 1998, este número cresceu para 502.037 refugiados (ou 47,7 refugiados por 1.000 habitantes). Em 2000, o número de refugiados caiu para 484.391 pessoas, mas o número de deslocados internos cresceu para 267.500, ou um total combinado de 751.891 pessoas que estavam deslocadas e necessitavam de alojamento. [178]

País/Região Albaneses Bósnios Croatas Sérvios Outros ( Húngaros, Goranos, Ciganos)
Croácia - - 247.000 [179] 300.000 [180] -
Bósnia e Herzegovina - 1.270.000 [181] 490.000 [181] 540.000 [181] -
Kosovo 1.200.000 [182]1.450.000 [170] - 35.000 [172]40.000 [183] 143.000 [184] 67.000 [184]
Voivodina, Sandžak - 30.00040.000 [185] 60.000 [183]
Total ~1.200.0001.450.000 ~1.300.0001.310.000 ~772.000777.000 ~983.000 ~127.000

Danos materiais

Danos de guerra em um edifício em Sarajevo

Os danos materiais e econômicos trazidos pelos conflitos foram catastróficos. A Bósnia e Herzegovina teve um PIB entre 8–9 dólares bilhões antes da guerra. O governo estimou os danos totais da guerra em US$ 50 a US$ 70 bilhão. Também registou um declínio do PIB de 75% após a guerra. [186] 60% das habitações do país foram danificadas ou destruídas, o que se revelou um problema ao tentar trazer todos os refugiados de volta para casa. [187] A Bósnia também se tornou o país mais contaminado por minas terrestres da Europa: 1820km 2 do seu território foram contaminados com estes explosivos, que representam 3,6% da sua superfície terrestre. Entre 3 e 6 milhões de minas terrestres foram espalhadas por toda a Bósnia. Cinco mil pessoas morreram por causa deles, das quais 1.520 foram mortas após a guerra. [188]

Em 1999, o Parlamento da Croácia aprovou um projeto de lei que estimava os danos de guerra do país em 37 bilhões de dolares. [189] O governo alega que entre 1991 e Abril de 1993 um total estimado de 210.000 edifícios na Croácia (incluindo escolas, hospitais e campos de refugiados) foram danificados ou destruídos pelos bombardeamentos da República Sérvia de Krajina e das forças do JNA. As cidades afetadas pelo bombardeio foram Karlovac, Gospić, Ogulin, Zadar, Biograd e outras. [190] O governo croata também reconheceu que 7.489 edifícios pertencentes a sérvios croatas foram danificados ou destruídos por explosivos, incêndios criminosos ou outros meios deliberados até ao final de 1992. De Janeiro a Março de 1993, outros 220 edifícios foram também danificados ou destruídos. Foram apresentadas acusações criminais contra 126 croatas por tais atos. [191]

As sanções contra a Iugoslávia criaram uma hiperinflação de 300 milhões por cento do dinar iugoslavo. Em 1995, quase 1 milhão de trabalhadores perderam os seus empregos enquanto o produto interno bruto caiu 55 por cento desde 1989. [192] O bombardeio da OTAN na Sérvia em 1999 resultou em danos adicionais. Um dos mais graves foi o bombardeamento da fábrica petroquímica de Pančevo, que provocou a libertação de 80.000 toneladas de combustível queimado no ambiente. [193] Aproximadamente 31.000 cartuchos de munição de urânio empobrecido foram usados durante este bombardeio.

Julgamentos internacionais de crimes de guerra: TPIJ/IRMCT

O Tribunal Penal Internacional para a Ex-Jugoslávia (TPIJ) foi um órgão das Nações Unidas criado para processar crimes graves cometidos durante as Guerras Jugoslavas e para julgar os seus autores. O tribunal era um tribunal ad hoc localizado em Haia, Países Baixos. Um dos julgamentos mais proeminentes envolveu o ex-presidente sérvio Slobodan Milošević, que foi indiciado em 2002 por 66 acusações de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio alegadamente cometidos em guerras no Kosovo, na Bósnia e na Croácia. [194] Seu julgamento permaneceu incompleto desde que ele morreu em 2006, antes de um veredicto ser alcançado. [195] No entanto, o julgamento do TPIJ “ajudou a deslegitimar a liderança de Milosevic”, como afirmou um acadêmico. [196]

Várias condenações foram proferidas pelo TPIJ e pelo seu sucessor, o Mecanismo Internacional Residual para Tribunais Penais (IRMCT). O primeiro veredicto notável confirmando o genocídio em Srebrenica foi o caso contra o general sérvio Radislav Krstić: ele foi condenado em 2001, enquanto a Câmara de Apelações confirmou o veredicto em 2004. [197] Outro veredicto foi contra o ex-líder sérvio-bósnio, Radovan Karadžić, que também foi condenado por genocídio. [198] Em 22 de novembro de 2017, o general Ratko Mladić foi condenado à prisão perpétua. [199]

Outras condenações importantes incluíram as do ultranacionalista Vojislav Šešelj, [200] [201] líder paramilitar Milan Lukić, [202] político sérvio bósnio Momčilo Krajišnik, [203] general sérvio bósnio Stanislav Galić, que foi condenado pelo cerco de Sarajevo, [204] o ex-ministro adjunto do Ministério de Assuntos Internos da Sérvia e chefe do Departamento de Segurança Pública, Vlastimir Đorđević, que foi condenado por crimes no Kosovo, [205] o ex-comandante do JNA Mile Mrkšić [206] [207] bem como ambos dos ex-presidentes da República Sérvia de Krajina Milan Martić [208] e Milan Babić. [209] O Mecanismo Internacional Residual para Tribunais Penais de acompanhamento condenou Jovica Stanišić e Franko Simatović, oficiais do Serviço de Segurança do Estado do Ministério de Assuntos Internos da Sérvia, e concluiu:

A Câmara de Julgamento enfatizou que os crimes não foram cometidos de forma aleatória ou desorganizada, mas sim no decorrer de operações bem planejadas e coordenadas, demonstrando a existência de um propósito criminoso comum. A este respeito, enfatizou o padrão sistemático de crimes cometidos contra civis não-sérvios em todas as regiões abrangidas pela acusação. Neste contexto, a Câmara de Julgamento concluiu que estes crimes faziam parte do objectivo criminoso comum de remover à força e permanentemente os não-sérvios de grandes áreas da Croácia e da Bósnia e Herzegovina através dos crimes de perseguição, homicídio, deportação e actos desumanos (forçados transferência) acusado na acusação. Concluiu ainda que este objectivo comum era partilhado por altos funcionários políticos e militares, incluindo Slobodan Milošević, Radmilo Bogdanović, Radovan Stojičić (Badža), Mihalj Kertes, Milan Martić, Milan Babić, Goran Hadžić, Radovan Karadžić, Ratko Mladić, Momčilo Krajišnik, Biljana Plavšić, e Željko Ražnatović (Arkan).[210]

O TPIJ também declarou sobre os objetivos políticos da guerra:

Os objectivos políticos das autoridades sérvias em Belgrado parecem ter sido criar um novo conjunto de territórios para os sérvios, tanto da Croácia como da Bósnia e Herzegovina, a serem acrescentados à Sérvia e Montenegro. Estas coincidiram com as tentativas das forças do JNA para impedir que cada uma das Repúblicas alcançasse a independência efectiva.[211]

Vários croatas, bósnios e albaneses também foram condenados por crimes, incluindo o ex-líder croata da Herzegovina Jadranko Prlić e o comandante Slobodan Praljak, [212] comandante militar croata bósnio Mladen Naletilić, [213] ex-comandante do exército bósnio Enver Hadžihasanović [214] e o ex-comandante do Kosovo Haradin Bala. [215]

No julgamento de Gotovina e outros, os generais croatas Ante Gotovina e Mladen Markač foram finalmente absolvidos em recurso em 2012. [216]

Em 2019, com base no seu estatuto, [217] o TPIJ concluiu que os funcionários sérvios foram considerados culpados de perseguições, deportação e/ou transferência forçada (crimes contra a humanidade, Artigo 5) na Croácia, [218] Bósnia e Herzegovina, [219] Kosovo [220] e Voivodina. [221] Também foram considerados culpados de homicídio (crimes contra a humanidade, Artigo 5) na Croácia, [218] na Bósnia e Herzegovina [219] e no Kosovo; [220] bem como terror (violações das leis ou costumes de guerra, Artigo 3) [222] e genocídio (Artigo 4) [223] [219] na Bósnia e Herzegovina. As forças croatas não foram consideradas culpadas de nada na Croácia, mas foram consideradas culpadas de deportação, outros actos desumanos (transferência forçada), assassinato e perseguições (crimes contra a humanidade, Artigo 5) na Bósnia e Herzegovina. [224] As forças bósnias foram consideradas culpadas de tratamento desumano (graves violações das Convenções de Genebra, artigo 2.º), homicídio; tratamento cruel (violações das leis ou costumes de guerra, Artigo 3) na Bósnia e Herzegovina. [225] Um funcionário albanês foi considerado culpado de tortura, tratamento cruel e homicídio (violações das leis ou costumes de guerra, artigo 3.º) no Kosovo. [226]

Consequências

Tráfico de armas

Depois do fim dos combates, milhões de armas foram deixadas aos civis, que as seguraram para o caso de a violência ressurgir. Estas armas apareceram mais tarde no mercado negro de armas da Europa. [227]

Em 2018 não havia números oficiais exatos sobre quantas armas de fogo estavam desaparecidas; na Sérvia, as autoridades forneceram estimativas que variam entre 250.000 e 900.000 de diferentes tipos em circulação. Na Bósnia, os relatórios públicos indicam um número de 750.000. No final de 2017, um homem entrou num autocarro em Banja Luka transportando dois sacos com 36 granadas de mão, três espingardas de assalto, sete pistolas, uma mina e centenas de cartuchos tendo como destino Gotemburgo. Ele foi detido no país vizinho, a Eslovênia. Uma mulher de 26 anos foi detida na fronteira com a Croácia com três armas antitanque e uma granada de mão. A polícia encontrou quatro metralhadoras, três fuzis de combate, três fuzis de assalto e uma grande quantidade de explosivos na casa de um homem de 79 anos. De acordo com um funcionário do PNUD, fazer com que os civis entreguem as suas armas às autoridades estatais é complicado, pois as pessoas são então forçadas a confiar que as autoridades as protegerão. Em vez disso, os criminosos recolhem as armas. [228] Algumas das armas desaparecidas foram utilizadas nos ataques de novembro de 2015 em Paris, durante os quais 130 pessoas foram mortas por jihadistas. Outras armas eram rifles de assalto usados no tiroteio em um pub em Gotemburgo em 2015. [228]

Os esforços do governo do estado sucessor para reduzir a prevalência de armas detidas ilegalmente são coordenados através de uma Abordagem Regional para a Redução de Arsenais (RASR), centrada na redução de arsenais, no desvio de armas e em explosões inexplicáveis no Sudeste da Europa. Os parceiros incluem a União Europeia, o Gabinete de Remoção e Redução de Armas dos EUA, a Agência de Redução de Ameaças de Defesa dos EUA (DTRA) e a Agência de Apoio e Aquisições da OTAN. [229] Financiadas pelo Governo dos EUA, as atividades incluem workshops anuais com a participação de funcionários do governo dos EUA dos Departamentos de Estado e da Defesa e de representantes do Ministério da Defesa dos Estados sucessores da Iugoslávia. [230]

Tráfico de drogas

Desde o início das hostilidades entre facções beligerantes na antiga Iugoslávia, o Exército de Libertação do Kosovo, bem como a máfia sérvia, têm estado envolvidos no comércio ilegal de drogas, particularmente com a entrada de heroína da Ásia Ocidental na Europa Central e Ocidental. No início da década de 1990, 2.000 albaneses do Kosovo foram detidos em prisões suíças sob a acusação de contrabando de armas e drogas. Ao longo da guerra, um total de várias toneladas de heroína foram confiscadas pela Interpol e pelas autoridades locais. As operações ilegais de contrabando de drogas também levaram a crimes adicionais em toda a Europa Ocidental, que incluíram assaltos a bancos e extorsões cometidas por grupos criminosos que operam fora da Europa Oriental. A intensificação do consumo de heroína na Europa Ocidental levou à expansão dos mercados de drogas ao ar livre, particularmente na Suíça. Os grupos criminosos bósnios continuam a ter um impacto significativo no tráfico global de drogas, através da entrada no lucrativo comércio de cocaína. [231] [232] [233]

Cronologia

Ver artigo principal: Cronologia das Guerras Iugoslavas

1990

1991

Pessoas observando novas notificações de morte em um muro em Dubrovnik durante o cerco, dezembro de 1991
  • A Eslovênia e a Croácia declaram a independência em Junho, a Macedônia do Norte em Setembro. A Guerra na Eslovênia dura dez dias e resulta em dezenas de mortes. O exército iugoslavo deixa a Eslovênia após a intervenção da ONU, que insistiu que a Eslovênia fosse autorizada a sair, mas apoia as forças rebeldes sérvias na Croácia. A Guerra da Independência da Croácia começa na Croácia. As áreas sérvias na Croácia declaram independência, mas são reconhecidas apenas por Belgrado.
  • Vukovar é devastada por bombardeios e bombardeios, e outras cidades como Dubrovnik, Karlovac e Osijek sofrem danos extensos. [234] Os refugiados provenientes de zonas de guerra sobrecarregam a Croácia, enquanto a Europa demora a aceitar refugiados.
  • Na Croácia, cerca de 250 mil croatas e outros não-sérvios foram forçados a abandonar as suas casas ou fugiram da violência. [235]

1992

Os residentes sitiados recolhem lenha no inverno rigoroso de 1992, durante o Cerco de Sarajevo.

1993

Dois tanques de batalha principais T-55 do Conselho de Defesa Croata (HVO) assumem posição de tiro durante um exercício de três dias realizado na Cordilheira Barbara em Glamoč, Bósnia e Herzegovina.
Pedra Memorial do Genocídio de Srebrenica em Potočari

1994

1995

  • Massacre de Srebrenica relatado. 8.000 bósnios mortos pelas forças sérvias. [244]
  • A Croácia lança a Operação Flash, recapturando uma parte do seu território, mas dezenas de milhares de civis sérvios fogem da área. A RSK responde com o ataque de foguetes de Zagreb.
  • A Croácia lança a Operação Tempestade, recuperando todas as zonas da UNPA, exceto a Eslavônia Oriental, e resultando no êxodo de 150.000–200.000 sérvios das zonas. As forças iugoslavas não intervêm. A guerra na Croácia termina.
  • A OTAN lança uma série de ataques aéreos contra a artilharia sérvia da Bósnia e outros alvos militares. Os exércitos croata e bósnio iniciam uma ofensiva conjunta contra a Republika Srpska.
  • Acordo de Dayton assinado em Paris. Termina a guerra na Bósnia e Herzegovina. As consequências da guerra são mais de 100.000 mortos e desaparecidos e dois milhões de pessoas deslocadas internamente ou refugiadas. [245]

1996

  • A RF Iugoslávia reconhece a Croácia e a Bósnia e Herzegovina.
  • Os combates eclodem no Kosovo entre os rebeldes albaneses e as autoridades iugoslavas da RF.
  • Na sequência de alegações de fraude nas eleições locais, dezenas de milhares de sérvios manifestam-se em Belgrado contra o governo Milošević durante três meses. [246]

1998

  • A Eslavônia Oriental reintegra-se pacificamente na Croácia, após uma transferência gradual de poder de três anos.
  • Os combates no Kosovo aumentam gradualmente entre os albaneses que exigem a independência e o Estado.
Edifício do Ministério da Defesa da Iugoslávia em Belgrado, destruído durante o bombardeio da OTAN em 1999

1999

  • Massacre de Račak, negociações de Rambouillet fracassam. A OTAN inicia uma campanha militar no Kosovo e bombardeia a RF da Iugoslávia na Operação Força Aliada. [247]
  • Após a assinatura de um acordo por Milošević, o controlo do Kosovo é entregue às Nações Unidas, mas continua a fazer parte da federação da Iugoslávia. Depois de perder guerras na Croácia, na Bósnia e no Kosovo, numerosos sérvios deixam essas regiões para encontrar refúgio no resto da Sérvia. Em 1999, a Sérvia acolheu cerca de 700.000 refugiados sérvios ou deslocados internos. [248]
  • Novos combates irrompem entre albaneses e forças de segurança iugoslavas em áreas povoadas albanesas fora do Kosovo, com a intenção de juntar três municípios ao Kosovo (Preševo, Bujanovac e Medveđa).
  • Franjo Tuđman morre. Pouco depois, seu partido perde as eleições.

2000

  • Slobodan Milošević é destituído do cargo e Vojislav Koštunica torna-se o novo presidente da Iugoslávia. Com a deposição de Milošević e a posse de um novo governo, a RF da Jugoslávia restaura os laços com o Ocidente. As sanções políticas e econômicas são totalmente suspensas e a RFI é reintegrada em muitas organizações políticas e econômicas, tornando-se também candidata a outros esforços de colaboração.

2001

Ver também

Notas

  1. Não houve declaração formal de guerra. O primeiro confronto armado da guerra foi o Confronto de Pakrac em 1 de março de 1991,[1] seguido pelo Incidente nos Lagos Plitvice em 31 de março de 1991, quando ocorreram as primeiras mortes.[2] A última grande operação de combate foi a Operação Tempestade, de 5 a 8 de agosto de 1995.[3] Formalmente, as hostilidades cessaram quando o Convénio de Erdut foi assinado em 12 de Novembro de 1995.[4]

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  72. Anexo III – Estrutura geral das forças armadas iugoslavas
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Fontes gerais e citadas

Livros

Scholarly journal articles

Other sources

Ligações externas