Lista de chefes de Estado de Portugal

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Esta é uma lista de chefes do Estado de Portugal, ordenados cronologicamente, desde a independência do Condado Portucalense em relação ao reino de Leão, em 1139, sob a chefia de Dom Afonso Henriques, então conde de Portucale, e primeiro Rei de Portugal como Dom Afonso I, até ao presente. Desde a instituição oficial do cargo, em 1139 contabilizamos 34 monarcas e 20 presidentes:

Monarcas[editar | editar código-fonte]

Dinastia de Borgonha[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia de Borgonha
Nome Retrato Nascimento Casamento(s) Morte Notas
D. Afonso I
27 de julho de 1139 –
6 de dezembro de 1185
O Conquistador
O Fundador
O Grande
25 de julho de 1109
filho de D. Henrique, Conde de Portucale e D. Teresa de Leão
D. Mafalda de Saboia
Janeiro/Junho de 1146
7 filhos
6 de dezembro de 1185
76 anos
Também chamado Afonso Henriques (Afonso, filho de D. Henrique; aqui radica a designação que os muçulmanos lhe atribuíram, Ibn-Arrik - «filho de Henrique»).
D. Sancho I
6 de dezembro de 1185 –
27 de março de 1211
O Povoador
11 de novembro de 1154
filho de D. Afonso I de Portugal e D. Mafalda de Saboia
D. Dulce de Aragão
1174
11 filhos
26 de março de 1211
56 anos
D. Afonso II
27 de março de 1211 –
25 de março de 1223
O Gordo
O Crasso
O Gafo
O Legislador
23 de abril de 1185
filho de D. Sancho I de Portugal e D. Dulce de Aragão
D. Urraca de Castela
1206
5 filhos
25 de abril de 1223
38 anos
D. Sancho II
25 de março de 1223 –
11 de junho de 1247
O Capelo
O Piedoso
O Pio
O Rei Capelo
8 de setembro de 1209
filho de D. Afonso II de Portugal e D. Urraca de Castela
D. Mécia Lopes de Haro
1246
sem filhos
4 de janeiro de 1248
38 anos
Deposto pelo Papa Inocêncio IV no I Concílio de Lyon, em Julho de 1245, sob a acusação de «rex inutilis», viria a abdicar em 1247, exilando-se em Toledo, e vindo a falecer pouco tempo depois, em inícios de 1248.
D. Afonso III
3 de janeiro de 1248 –
16 de fevereiro de 1279
O Bolonhês
5 de maio de 1210
filho de D. Afonso II de Portugal e D. Urraca de Castela
D. Matilde de Bolonha
1235
sem filhos
16 de fevereiro de 1279
68 anos
Acaba a reconquista de Portugal.
D. Beatriz de Castela
1253
7 filhos
D. Dinis I
16 de fevereiro de 1279 –
7 de janeiro de 1325
O Lavrador
O Rei-Trovador
O Rei-Poeta
O Rei-Agricultor
9 de outubro de 1261
filho de D. Afonso III de Portugal e D. Beatriz de Castela
D. Isabel de Aragão
2 de fevereiro/24 de junho de 1282
2 filhos
7 de janeiro de 1325
63 anos
D. Afonso IV
7 de janeiro de 1325–
28 de maio de 1357
O Bravo
8 de fevereiro de 1291
filho de D. Dinis I de Portugal e D. Isabel de Aragão
D. Beatriz de Castela
12 de setembro de 1309
7 filhos
28 de maio de 1357
66 anos
D. Pedro I
28 de maio de 1357–
18 de janeiro de 1367
O Justiceiro
O Cruel
O Cru
O Vingativo
O Tartamudo
O Até-ao-Fim-do-Mundo-Apaixonado
8 de abril de 1320
filho de D. Afonso IV de Portugal e D. Beatriz de Castela
D. Constança Manuel
24 de agosto de 1339
3 filhos
18 de janeiro de 1367
46 anos
D. Inês de Castro
1346 (secretamente)
1 de janeiro de 1354 (abertamente)
4 filhos
D. Fernando I
18 de janeiro de 1367–
22 de outubro de 1383
O Formoso
O Belo
O Inconstante
O Inconsciente
31 de outubro de 1345
filho de D. Pedro I de Portugal e D. Constança Manuel
D. Leonor Teles
Março de 1372
3 filhos
22 de outubro de 1383
37 anos
Interregnum (1383 – 1385)

Interregno (1383–1385)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Crise de 1383–1385 em Portugal

Designação dada por toda a historiografia ao período que medeia a morte de D. Fernando e a ascensão ao trono do seu meio-irmão bastardo, o mestre de Avis D. João, e que compreende as regências de D. Leonor Teles e do próprio mestre de Avis.

# Nome Início da regência Fim da regência Notas
- D. Leonor Teles
22 de Outubro de 1383 16 de Dezembro de 1383 Exerce a regência nos termos do tratado de Salvaterra de Magos
- D. João, mestre de Avis
16 de Dezembro de 1383 6 de Abril de 1385

Dinastia de Avis[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia de Avis
# Nome Início do reinado Fim do reinado Cognome(s) Notas
Estandarte de D.João I
Estandarte de D.João I
Casa reinante: Avis
10 D. João I
6 de Abril de 1385 14 de Agosto de 1433 O da Boa Memória Filho ilegitimo de

D. Pedro I

11 D. Duarte I
14 de Agosto de 1433 9 de Setembro de 1438 O Eloquente
O Rei-Filósofo
12 D. Afonso V
9 de Setembro de 1438 11 de Novembro de 1477 O Africano Abdica em favor do filho, no contexto da sua jornada à corte francesa.
13 D. João II
11 de Novembro de 1477 15 de Novembro de 1477 O Príncipe Perfeito
O Perfeito
Aclamado rei nas Cortes de Santarém de 1477; abdica ao regressar ao Reino o seu pai, quatro dias mais tarde.
12 D. Afonso V (2.º reinado)
15 de Novembro de 1477 28 de Agosto de 1481 O Africano Reassume a realeza, a pedido do filho.
13 D. João II (2.º reinado)
28 de Agosto de 1481 25 de Outubro de 1495 O Príncipe Perfeito
O Perfeito
14 D. Manuel I
25 de Outubro de 1495 [1] 13 de Dezembro de 1521 O Venturoso
O Bem-Aventurado
O Pomposo
Neto de D. Duarte I.

É sob seu reinado que é descoberto o Brasil

15 D. João III
13 de Dezembro de 1521 11 de Junho de 1557 O Piedoso
O Pio
16 D. Sebastião I
11 de Junho de 1557 27 de Agosto de 1578 O Desejado
O Encoberto
O Adormecido
17 D. Henrique I
27 de Agosto de 1578 31 de Janeiro de 1580 O Casto
O Cardeal-Rei
O Eborense/O de Évora
Filho de D. Manuel I
- Conselho de
Governadores
do Reino de
Portugal
31 de Janeiro de 1580 17 de Julho de 1580 [2] D. António, Prior do Crato foi aclamado rei de Portugal a 9 de Junho de 1580, em Santarém, pelos seus partidários, opondo-se durante todo o resto da sua vida ao domínio filipino, todavia sem êxito.[3]

Dinastia Filipina[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia filipina

Os soberanos desta dinastia foram também reis de Castela, Países Baixos, Nápoles, Sicília, Leão, Aragão, Valência, Galiza, Navarra, Granada, duques da Borgonha, etc., títulos genericamente reunidos sob a designação de Reis de Espanha.

# Nome Início do reinado Fim do reinado Cognome(s) Notas
Casa reinante: Habsburgo
18 D. Filipe I
17 de abril de 1581 [4] 13 de Setembro de 1598 O Prudente Neto de D. Manuel I

Também Filipe II em Espanha (1556-1598)

19 D. Filipe II
13 de Setembro de 1598 31 de Março de 1621 O Pio
O Piedoso
Filipe III em Espanha

(1598-1621)

20 D. Filipe III
31 de Março de 1621 1 de Dezembro de 1640 O Grande Filipe IV em Espanha

(1621-1665)

Durante este período de sessenta anos, os reis fizeram-se representar em Portugal por um vice-rei ou um corpo de governadores - veja a lista de vice-reis de Portugal.

À revolta de 1 de Dezembro de 1640 seguiu-se a Guerra da Aclamação, depois chamada, pela historiografia romântica do século XIX, como Guerra da Restauração.

Dinastia de Bragança[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia de Bragança
# Nome Início do reinado Fim do reinado Cognome(s) Notas
Casas reinantes: Bragança e Bragança-Saxe-Coburgo-Gota
21 D. João IV
15 de Dezembro de 1640 6 de Dezembro de 1656 O Restaurador
O Afortunado
Descendente de

D. Manuel I

22 D. Afonso VI
6 de Dezembro de 1656 12 de Setembro de 1683 O Vitorioso
O Prisioneiro
Regências de D. Luísa de Gusmão (6 de Dezembro de 165626 de Junho de 1662) e do Infante D. Pedro (23 de Novembro de 166712 de Setembro de 1683)
23 D. Pedro II
12 de Setembro de 1683 9 de Dezembro de 1706 O Pacífico Filho de D. João IV
24 D. João V
1 de Janeiro de 1707 31 de Julho de 1750 O Magnânimo
O Magnífico
O Rei-Sol Português
O Freirático
O Fidelíssimo
25 D. José I
31 de Julho de 1750 24 de Fevereiro de 1777 O Reformador
26 D. Maria I
24 de Fevereiro de 1777 20 de Março de 1816 A Piedosa (em Portugal)
A Louca (no Brasil)
A Viradeira
A Pia
Regência do Príncipe D. João (despacho governativo: 17921799; regente: 15 de Julho de 179920 de Março de 1816)
- D. Pedro III
24 de Fevereiro de 1777 5 de Março de 1786 O Capacidónio
O Sacristão
O Edificador
Rei-consorte de D. Maria I
27 D. João VI
20 de Março de 1816 10 de Março de 1826 O Clemente Regente de Portugal 1792-1799; Príncipe-Regente de Portugal e Algarves 1799-1808; Príncipe-Regente de Portugal, Brasil e Algarves (1808-1816; Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816-1825); Rei de Portugal e dos Algarves e Imperador Titular do Brasil (1825-1826)
28 D. Pedro IV
26 de Abril de 1826 2 de Maio de 1826 O Rei-Soldado
O Rei-Imperador
O Libertador
Também Imperador do Brasil (12 de outubro de 18227 de Abril de 1831); regente de Portugal (18311834)
29 D. Maria II (1.º reinado)
2 de Maio de 1826 11 de Julho de 1828 A Educadora
A Boa-Mãe
A Constitucional
30 D. Miguel I
11 de Julho de 1828 26 de Maio de 1834 O Rei Absoluto
O Absolutista
O Tradicionalista
O Usurpador
O Absoluto
Filho de D. João VI

Regente em nome de D. Maria II (2 de Maio de 182611 de Julho de 1828). Foi deposto e perpetuamente banido da sucessão.

29 D. Maria II (2.º reinado)
20 de Setembro de 1834 15 de Novembro de 1853 A Educadora
A Boa-Mãe
A Constitucional
Regência do pai D. Pedro (18311834)
- D. Fernando II
16 de Setembro de 1837 15 de Novembro de 1853 O Rei-Artista Rei-consorte de D. Maria II; oriundo da família de Saxe-Coburgo-Gotha [5]
31 D. Pedro V
15 de Novembro de 1853 11 de Novembro de 1861 O Esperançoso
O Bem-Amado
O Muito Amado
Regência do pai D. Fernando (15 de Novembro de 1853 - 16 de Setembro de 1855)
32 D. Luís I
11 de Novembro de 1861 19 de Outubro de 1889 O Popular
O Bom
O Rei-Marinheiro
Filho de D. Maria II
33 D. Carlos I
19 de Outubro de 1889 1 de Fevereiro de 1908 [6] O Diplomata
O Martirizado
O Mártir
O Oceanógrafo
O Rei-Pintor
Assassinado pelos Republicanos
34 D. Manuel II
1 de Fevereiro de 1908 5 de Outubro de 1910 O Patriota
O Desventurado
O Estudioso
O Bibliófilo
O Rei-Saudade
O Desventuroso
Implantação da República

Presidentes[editar | editar código-fonte]

Primeira República (1910–1926)
# Presidente do Governo Provisório
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Governo Provisório (1910–1911)
Joaquim Teófilo Fernandes Braga
(1843–1924)
5 de outubro de 1910 24 de agosto de 1911
——
  Republicano
Primeiro chefe de Estado do regime republicano (acumulando com a chefia do governo), numa capacidade provisória até à eleição do primeiro presidente da República. Dissolução dos partidos monárquicos. Eleições para a Assembleia Nacional Constituinte de 1911. Constituição de 1911. Lei da Separação do Estado das Igrejas. Teófilo Braga continuará como presidente do Governo Provisório até 3 de setembro de 1911.
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Presidência Constitucional (1911–1917)
1 Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue
(1840–1917)
24 de agosto de 1911 29 de maio de 1915   Republicano
(apoiado por unionistas
e evolucionistas)
(até fev. 1912)
Primeiro presidente constitucionalmente eleito ao abrigo da Constituição de 1911. Divisão do Partido Republicano Português nos partidos Democrático, Evolucionista e Unionista. Incursões monárquicas de Paiva Couceiro. Governos de Teófilo Braga (provisório), João Chagas, Augusto de Vasconcelos, Duarte Leite, Afonso Costa, Bernardino Machado, Azevedo Coutinho, Pimenta de Castro e João Chagas/José de Castro. Movimento das Espadas. Demitiu-se do cargo após a revolta de 14 de Maio de 1915, e a subsequente queda do governo de Pimenta de Castro. Junta Constitucional de 1915. Atentado contra João Chagas.
  Independente
2 Joaquim Teófilo Fernandes Braga
(1843–1924)
29 de maio de 1915 5 de outubro de 1915
Maio de
1915
  Democrático
Presidente da República substituto incumbido de terminar o mandato presidencial iniciado em 1911 por Manuel de Arriaga. Governo de João Chagas/José de Castro. Eleições legislativas de 1915.
3 Bernardino Luís Machado Guimarães
(1851–1944)
5 de outubro de 1915 12 de dezembro de 1917
Agosto de
1915
  Democrático
Primeiro mandato presidencial de Bernardino Machado. Governos de José de Castro, Afonso Costa, António José de Almeida (governo da União Sagrada) e, novamente, de Afonso Costa. Entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, do lado dos Aliados. Aparições marianas de Fátima. Junta Revolucionária de 1917, subsequente ao golpe de Sidónio Pais, tendo Bernardino Machado sido demitido.
# Ministério
(Chefe de Estado ex officio)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
República Nova (1917–1918)
Ministério composto por:
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais
(Presidente do Ministério)
António Maria de Azevedo Machado Santos
Alberto de Moura Pinto
António dos Santos Viegas
António Aresta Branco
Francisco Xavier Esteves
João Tamagnini de Sousa Barbosa
José Alfredo Mendes Magalhães
José Feliciano da Costa Júnior
12 de dezembro de 1917 27 de dezembro de 1917
——
  Independente
De acordo com a Constituição de 1911, na ausência de um presidente da República, a totalidade do governo substitui-o. Governo liderado por Sidónio Pais, militar revoltoso, presidente da Junta Revolucionária de 1917 e presidente do Ministério. Governo de contornos ditatoriais.
# Presidente do Ministério
(Presidente da República ex officio)
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Partido
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais
(interino)
(1872–1918)
27 de dezembro de 1917 9 de maio de 1918   Independente
De 27 de dezembro de 1917 a 9 de maio de 1918 acumula os cargos de presidente da República interino e de presidente do Ministério.
  Nacional Republicano
(desde abr. 1918)
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
4 Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais
(1872–1918)
9 de maio de 1918 14 de dezembro de 1918
Abril de
1918
  Nacional Republicano
Após as eleições de abril de 1918 é inaugurado como presidente da República, chefiando um governo presidencialista autoritário. Os ministros passam a designar-se secretários de Estado. Primeiro e único presidente eleito por sufrágio direto na 1.ª República. República Nova. Desastre na Batalha de La Lys. Apaziguamento das relações com a Igreja Católica. Eleições legislativas de 1918. Armistício da Primeira Guerra Mundial. Presidenticídio de 14 de dezembro de 1918.
# Governo
(Chefe de Estado ex officio)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Governo composto por:
João do Canto e Castro Silva Antunes Júnior
(Presidente do Ministério interino desde 15 fev.)
António Bernardino de Sousa Ferreira
Jorge Couceiro da Costa
João Tamagnini de Sousa Barbosa
Álvaro César de Mendonça
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz
João Alberto Pereira de Azevedo Neves
Alexandre José Botelho de Vasconcelos e Sá
José Alfredo Mendes Magalhães
Henrique Ventura Forbes de Bessa
José João Pinto da Cruz Azevedo
Eduardo Fernandes de Oliveira
14 de dezembro de 1918 16 de dezembro de 1918
——
  Nacional Republicano
Regresso à Constituição de 1911. De acordo com esta, em caso de morte do presidente da República, este é substituído provisoriamente pela totalidade do governo, neste caso, o governo previamente liderado pelo próprio Sidónio Pais. A 15 de dezembro o governo elege João do Canto e Castro como presidente interino do Ministério.
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Presidência Constitucional (1918–1926)
5 João do Canto e Castro Silva Antunes Júnior
(1862–1934)
16 de dezembro de 1918 5 de outubro de 1919
Dezembro de
1918
  Nacional Republicano
Presidente da República substituto incumbido de terminar o mandato presidencial iniciado em 1915 por Bernardino Machado. Governos do próprio Canto e Castro, Tamagnini Barbosa, José Relvas, Domingos Pereira e Sá Cardoso. Revolta de Santarém, Monarquia do Norte e várias outras revoltas e tentativas de golpes. Eleições legislativas de 1919.
6 António José de Almeida
(1866–1929)
5 de outubro de 1919 5 de outubro de 1923   Evolucionista
(até 1919)
Único presidente da 1.ª República a cumprir integralmente o seu mandato. Governos de Sá Cardoso, Fernandes Costa (Governo dos Cinco Minutos), Domingos Pereira, António Maria Baptista/Ramos Preto, António Maria da Silva, António Granjo, Álvaro de Castro, Liberato Pinto, Bernardino Machado, Barros Queirós, novamente António Granjo, Manuel Maria Coelho, Maia Pinto, Cunha Leal e novamente António Maria da Silva. Eleições legislativas de 1921. Revolta outubrista e episódio da Noite Sangrenta. Eleições legislatvias de 1922. Travessia aérea do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
  Liberal
(1919–fev. 1923)
  Nacionalista
(desde fev. 1923)
7 Manuel Teixeira Gomes
(1860–1941)
5 de outubro de 1923 11 de dezembro de 1925   Democrático
Alcunhado de presidente-escritor. Governos de António Maria da Silva, Ginestal Machado, Álvaro de Castro, Rodrigues Gaspar, Domingues dos Santos, Vitorino Guimarães, novamente António Maria da Silva e Domingos Pereira. Eleições legislativas de 1925. Golpe dos Generais. Renuncia ao mandato, num contexto de enorme instabilidade política e social.
8 Bernardino Luís Machado Guimarães
(2.ª vez)
(1851–1944)
11 de dezembro de 1925 31 de maio de 1926   Democrático
Segundo mandato presidencial de Bernardino Machado. Presidente da República substituto incumbido de terminar o mandato presidencial iniciado em 1923 por Manuel Teixeira Gomes. Governos de Domingos Pereira e António Maria da Silva. Descoberta da burla de Alves dos Reis. Mandato novamente interrompido pela Revolução de 28 de maio de 1926.

Segunda República (1926–1974)[editar | editar código-fonte]

# Presidente do Ministério
(Presidente da República ex officio)
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Ditadura Militar (1926–1928)
9 José Mendes Cabeçadas Júnior
(1883–1965)
31 de maio de 1926 17 de junho de 1926
——
  Independente
Militar revoltoso da Revolução de 28 de maio de 1926. Presidente do Ministério (1.º da Ditadura Militar) desde 30 de maio, a 31 recebe de Bernardino Machado a renúncia ao cargo de presidente da República, transferindo-lhe a totalidade do poder executivo (incluindo a chefia do Estado), acumulando desta forma as competências da presidência da República com as da chefia do governo. Dissolução do Congresso da República e suspensão das liberdades políticas e individuais. Derrubado por um contra-golpe de Estado, organizado por Gomes da Costa.
# Ministério
(Chefe de Estado ex officio)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Partido
Ministério composto por:
Manuel de Oliveira Gomes da Costa
(Presidente do Ministério)
António Claro (desde 17 jun.)
Filomeno da Câmara de Melo Cabral (desde 18 jun.)
Artur Ricardo Jorge (desde 18 jun.)
Armando Humberto da Gama Ochoa (desde 18 jun.)
17 de junho de 1926 29 de junho de 1926   Independente
Após o afastamento de Mendes Cabeçadas, segue-se um ministério de Gomes da Costa. Este ministério, ainda de acordo com a Constituição de 1911, assume a totalidade do poder executivo até dia 29 de junho, quando os poderes de presidente da República são oficialmente atribuídos ao seu presidente, Gomes da Costa.
# Presidente do Ministério
(Presidente da República ex officio)
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Partido
10 Manuel de Oliveira Gomes da Costa
(1863–1929)
29 de junho de 1926 9 de julho de 1926   Independente
Militar revoltoso da Revolução de 28 de maio de 1926. Presidente do Ministério (2.º da Ditadura Militar) com atribuição das competências da presidência da República. Derrubado por um contra-golpe de Estado, organizado por Óscar Carmona.
# Ministério
(Chefe de Estado ex officio)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Partido
Ministério composto por:
António Óscar de Fragoso Carmona
(Presidente do Ministério)
José Ribeiro Castanho (desde 12 jul.)
Manuel Rodrigues Júnior
João José de Sinel de Cordes
Jaime Maria da Graça Afreixo
António Maria de Bettencourt Rodrigues
Abílio Augusto Valdez de Passos e Sousa
João Belo
Artur Ricardo Jorge (até 22 nov.)
José Alfredo Mendes Magalhães (desde 22 nov.)
Felisberto Alves Pedrosa
9 de julho de 1926 29 de novembro de 1926   Independente
Após o afastamento de Gomes da Costa, segue-se um ministério (3.º da Ditadura Militar) de Óscar Carmona. Este ministério, ainda de acordo com a Constituição de 1911, assume a totalidade do poder executivo até dia 29 de novembro, quando os poderes de presidente da República são oficialmente atribuídos ao seu presidente, Óscar Carmona. Estabelecimento da censura prévia.
# Presidente do Ministério
(Presidente da República ex officio)
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Partido
11 António Óscar de Fragoso Carmona
(1869–1951)
29 de novembro de 1926 15 de abril de 1928   Independente
Militar revoltoso do golpe de 28 de maio de 1926. Presidente interino até à realização de eleições presidenciais, acumulando com o cargo de presidente do Ministério.
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Ditadura Nacional (1928–1933)
António Óscar de Fragoso Carmona
(1869–1951)
15 de abril de 1928 11 de abril de 1933
1928
  Independente
  União Nacional
(desde 30 jul. 1930)
Presidente eleito por sufrágio direto, sendo o único candidato. Legitimação do novo regime, dando-se início ao período da Ditadura Nacional. Governos do próprio Óscar Carmona, de Vicente de Freitas, Ivens Ferraz, Domingos Oliveira e início da governação de Oliveira Salazar. Reequilíbrio das finanças públicas. Fundação do partido único: União Nacional. Ato Colonial, e oficialização do Império Colonial Português.
Estado Novo (1933–1974)
António Óscar de Fragoso Carmona
(1869–1951)
11 de abril de 1933 15 de abril de 1935
——
  União Nacional
Estabelecimento da Constituição de 1933 e início do Estado Novo, corporativista, autoritário e de inspiração fascista. Criação da PVDE (PIDE a partir de 1945).
# Presidente do Conselho de Ministros
(Presidente da República ex officio)
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
António de Oliveira Salazar
(interino)
(1889–1970)
15 de abril de 1935 26 de abril de 1935
——
  União Nacional
Após o termo do primeiro mandato, Carmona, devido a doença, é impossibilitado de tomar posse. Nesse período, Oliveira Salazar, como presidente do Conselho, serve como presidente da República interino até à tomada de posse de Carmona.[7][8]
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
António Óscar de Fragoso Carmona
(continuação)
(1869–1951)
26 de abril de 1935 18 de abril de 1951
1935
1942
1949
  União Nacional
Criação da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa. Neutralidade portuguesa durante a Segunda Guerra Mundial. Tratado de Amizade e Não Agressão Luso-Espanhol. Fundação do MUD. Exposição do Mundo Português. Concordata com a Santa Sé. Entrada de Portugal como membro fundador da NATO. Candidatura de Norton de Matos à presidência. Presidente morre no cargo.
# Presidente do Conselho de Ministros
(Presidente da República ex officio)
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
António de Oliveira Salazar
(interino)
(1889–1970)
18 de abril de 1951 9 de agosto de 1951
——
  União Nacional
Após a morte de Carmona, Oliveira Salazar, como presidente do Conselho, serve como presidente da República interino até à tomada de posse de Craveiro Lopes.
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
12 Francisco Higino Craveiro Lopes
(1894–1964)
9 de agosto de 1951 9 de agosto de 1958
1951
  União Nacional
Nova política ultramarina. Anexação de Dadrá e Nagar Haveli pela União Indiana. Entrada nas Nações Unidas. Divergências entre Craveiro Lopes e Oliveira Salazar. Primeira emissão regular da RTP. Candidatura de Humberto Delgado à presidência, nas eleições presidenciais de 1958. Não teve apoio da União Nacional para o exercício de um segundo mandato.
13 Américo de Deus Rodrigues Thomaz
(1894–1987)
9 de agosto de 1958 25 de abril de 1974
1958
1965
1972
  União Nacional

Acção Nacional Popular
(desde fev. 1970)
Entrada na EFTA. Fuga de Peniche. Início da Guerra Colonial. Golpe Botelho Moniz. Anexação do Estado da Índia pela União Indiana. Sequesto do Santa Maria, por Henrique Galvão. Crise académica de 1962. Grande vaga de emigração. Inauguração da Ponte Salazar (hoje Ponte 25 de Abril). Fundação da Acção Socialista Portuguesa. Assassinato de Humberto Delgado. Afastamento de Oliveira Salazar e chegada ao poder de Marcello Caetano. Primavera Marcelista. Movimento dos Capitães e Revolução de 25 de abril de 1974.

Terceira República (1974–presente)[editar | editar código-fonte]

# Junta de Salvação Nacional
(Chefe de Estado ex officio)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Junta de Salvação Nacional (1974)
Junta de Salvação Nacional
composta por:
António Sebastião Ribeiro de Spínola
(Presidente da JSN)
Francisco da Costa Gomes
Jaime Silvério Marques
Manuel Diogo Neto
Carlos Galvão de Melo
José Baptista Pinheiro de Azevedo
António Alva Rosa Coutinho
25 de abril de 1974 15 de maio de 1974
——
  Independente
Acumulou todo o poder executivo após o 25 de abril de 1974, incluindo a chefia do Estado e do governo. Restabelecimento das liberdades políticas e individuais. Libertação dos presos políticos. Regresso dos exilados. Após a nomeação de António de Spínola para presidente da República, continuou a funcionar como chefe de governo por mais um dia. Existiu até 1975, passando os seus membros a integrar o Conselho da Revolução.
# Presidente da República
(Nascimento–Morte)
Retrato Início do mandato Fim do mandato Eleições Partido
Presidência Militar (1974–1976)
14 António Sebastião Ribeiro de Spínola
(1910–1996)
15 de maio de 1974 30 de setembro de 1974
——
  Independente
Militar e presidente da Junta de Salvação Nacional eleito por esta para o cargo de presidente da República. I Governo Provisório de Palma Carlos. II Governo Provisório de Vasco Gonçalves. Acordos de Lusaca. Reconhecimento da independência da Guiné-Bissau. Demite-se após o falhanço do golpe da "maioria silenciosa".
15 Francisco da Costa Gomes
(1914–2001)
30 de setembro de 1974 14 de julho de 1976   Independente
Militar e membro da Junta de Salvação Nacional eleito por esta para o cargo de Presidente da República – e da própria JSN – após a renúncia de António de Spínola. III Governo Provisório, IV Governo Provisório e V Governo Provisório, todos liderados por Vasco Gonçalves. VI Governo Provisório de Pinheiro de Azevedo. Acordos de Alvor. Golpe de 11 de Março de 1975. Eleições para a Assembleia Constituinte de 1975. Verão Quente. Golpe de 25 de Novembro de 1975. Reconhecimento da independência de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola. Invasão de Timor pela Indonésia. Aprovação a 2 de Abril de 1976 da Constituição de 1976. Eleições legislativas de 1976.
Presidência Constitucional (1976–presente)
16 António dos Santos Ramalho Eanes
(1935–)
14 de julho de 1976 9 de março de 1986
1976
1980
  Independente
Militar. Primeiro presidente da República eleito democraticamente por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, em 1976 e reeleito em 1980. VI Governo Provisório de Pinheiro de Azevedo. I Governo Constitucional e II Governo Constitucional, liderados por Mário Soares. III Governo Constitucional de Nobre da Costa. IV Governo Constitucional de Mota Pinto. V Governo Constitucional de Maria de Lourdes Pintasilgo. Eleições legislativas de 1979. VI Governo Constitucional de Sá Carneiro. Eleições legislativas de 1980. Caso Camarate. VII Governo Constitucional e VIII Governo Constitucional, liderados por Pinto Balsemão. Revisão Constitucional em 1982. Eleições legislativas de 1983. IX Governo Constitucional de Mário Soares. Bloco Central. Eleições legislativas de 1985. X Governo Constitucional de Cavaco Silva. Adesão à CEE.   Renovador Democrático
(desde 1985)
17 Mário Alberto Nobre Lopes Soares
(1924–2017)
9 de março de 1986 9 de março de 1996
1986
1991
  Socialista
Segundo presidente da República eleito democraticamente por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, em 1986 e reeleito em 1991. Primeiro presidente da República civil desde 1926. X Governo Constitucional de Cavaco Silva. Após moção de censura aprovada pela Assembleia da República, Soares dissolve o Parlamento. Eleições legislativas de 1987. XI Governo Constitucional de Cavaco Silva. Revisão Constitucional em 1989. Eleições legislativas de 1991. XII Governo Constitucional de Cavaco Silva. Adesão ao Tratado de Maastricht. Revisão Constitucional em 1992. Eleições legislativas de 1995. XIII Governo Constitucional de António Guterres.
18 Jorge Fernando Branco de Sampaio
(1939–)
9 de março de 1996 9 de março de 2006
1996
2001
  Socialista
Terceiro presidente da República eleito democraticamente por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, em 1996 e reeleito em 2001. XIII Governo Constitucional de António Guterres. Revisão Constitucional em 1997. Referendo de independência de Timor-Leste de 1999. Reconhecimento da independência de Timor-Leste. Eleições legislativas de 1999. XIV Governo Constitucional de António Guterres. Transferência da Soberania de Macau para a China. Revisão Constitucional em 2001. Após as Eleições autárquicas de 2001, Guterres demite-se e Sampaio dissolve o Parlamento. Eleições legislativas de 2002. XV Governo Constitucional de Durão Barroso. Revisão Constitucional em 2004. XVI Governo Constitucional de Santana Lopes. A 30 de novembro de 2004, Sampaio dissolve o Parlamento. Eleições legislativas de 2005. XVII Governo Constitucional de José Sócrates. Revisão Constitucional em 2005.
19 Aníbal António Cavaco Silva
(1939–)
9 de março de 2006 9 de março de 2016
2006
2011
  Social Democrata
Quarto presidente da República eleito democraticamente por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, em 2006 e reeleito em 2011. XVII Governo Constitucional de José Sócrates. Crise do subprime em 2007. Eleições legislativas de 2009. XVIII Governo Constitucional de José Sócrates. Crise da dívida pública da Zona Euro. Após rejeição do PEC IV pelo parlamento em março de 2011, Sócrates demite-se e Cavaco Silva dissolve o Parlamento. Eleições legislativas de 2011. XIX Governo Constitucional de Passos Coelho. Crise política de julho de 2013, com a demissão não concretizada de Paulo Portas. Saída da troika financeira de Portugal em 2014. Eleições legislativas de 2015. XX Governo Constitucional de Passos Coelho. Moção de rejeição ao programa de governo aprovada pela Assembleia da República. XXI Governo Constitucional de António Costa.
20 Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa
(1948–)
9 de março de 2016 presente
2016
  Social Democrata
Quinto presidente da República eleito democraticamente por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, em 2016. XXI Governo Constitucional de António Costa. Eleição de António Guterres como 9º Secretário-geral das Nações Unidas.

Referências

  1. Por morte de D. João II sem filhos legítimos (o príncipe D. Afonso falecera em condições trágicas nunca completamente esclarecidas em 1491), nem irmãos sobrevivos (a infanta Santa Joana, sua irmã, falecera em 1490), não obstante haver tentado legitimar um seu filho natural, o infante D. Jorge de Lancastre, futuro Duque de Coimbra, a Coroa Portuguesa acabou por passar para o seu primo e cunhado D. Manuel, Duque de Beja, o qual era filho de D. Fernando, Duque de Viseu (irmão do rei D. Afonso V), e de D. Beatriz (filha do infante D. João, o penúltimo dos membros da Ínclita Geração). Assim, embora pelo lado do pai fosse neto do rei D. Duarte, e pelo lado da mãe, bisneto de D. João I, o facto de não ser herdeiro directo, mas sim colateral, leva a que surjam, por vezes, referências a uma pretensa quebra na casa reinante da dinastia de Avis, o que não faz qualquer sentido.
  2. Nesse dia 17 de Julho de 1580, em Castro Marim, três dos cinco governadores assinam o reconhecimento de Filipe II como rei de Portugal. Fonte: História de Portugal, sob a direcção de José Mattoso, Editorial Estampa, Terceiro Volume, páginas 561 e 562, ISBN 972-33-1084-8
  3. segundo alguns historiadores portugueses, como Joaquim Veríssimo Serrão, D. António terá sido mesmo rei de Portugal, ao menos desde 19 de Junho de 1580, data da sua formal aclamação ao trono pelos seus partidários, em Santarém, até à derrota na batalha de Alcântara, a 25 de Agosto seguinte. Quem nunca o deixou de reconhecer como seu rei, até 1583, foram as populações da Terceira e das demais ilhas de Baixo açorianas, que prosseguiram a guerra e resistiram ao invasor. A maioria dos historiadores não o considera, todavia, um rei português, devido à existência na época de três centros de poder: o de D. António, em Lisboa, o de Filipe II, em Badajoz, e o dos governadores, em Setúbal, assim como pelo facto de quase todos os bispos, grandes e senhores se haverem então passado para Filipe II. Diversamente, o povo aclamou-o em não poucas cidades e vilas do reino, no entanto a resistência popular depressa se esvaeceria. Fontes: História de Portugal, sob a direcção de José Mattoso, Editorial Estampa, Terceiro Volume, páginas 561 a 563, ISBN 972-33-1084-8; Dicionário de História de Portugal, coordenado por Joel Serrão, Iniciativas Editoriais, Volume I, páginas 157 a 159.
  4. Filipe II começou logo a exercer o seu poder ainda em 1580, embora apenas parcialmente, pois ainda não dominava todo o território; só em 1581, com as Cortes de Tomar, se tornou Rei de Portugal de jure, e apenas em 1583 conseguiu abafar todos os pontos que ainda eram afectos ao Prior do Crato.
  5. Esta alegada mudança de nome na Dinastia de Bragança, reinante em Portugal, por morte de D. Maria II, para Bragança-Saxe-Coburgo e Gotha (ou, mais correctamente, Bragança-Wettin), não é de todo reconhecida pela historiografia portuguesa, sendo antes uma criação das historiografias estrangeiras (sobretudo a francesa, que não reconhece a sucessão por via feminina, fazendo assim aplicar à dinastia reinante em Portugal o nome dinástico do rei consorte). Assim, embora a linha de sucessão prossiga em linha recta, pelo casamento da Rainha D. Maria II com um príncipe estrangeiro (D. Fernando II de Saxe-Coburgo-Gotha), teria cessado na Casa Real portuguesa a varonia de D. Afonso Henriques, mantida ao longo de sete séculos (note-se que a outra rainha portuguesa, D. Maria I, casara com o tio D. Pedro III, pelo que se manteve o sangue do primeiro rei de Portugal), tendo então passado a correr o sangue da casa de Wettin nas veias dos Bragança. Contudo, em Portugal sempre as mulheres puderam transmitir o nome, bem como o património, na falta de herdeiro varão na família. Isto leva a encontrar-se por vezes escrito, entre historiadores estrangeiros, a existência de uma quinta dinastia em Portugal - uma divisão aparentemente artificial dentro da última dinastia real portuguesa, governada pela suposta casa de Bragança-Wettin, a qual compreenderia os reis entre D. Pedro V e D. Manuel II. Para todos os efeitos, considera-se mais válida a divisão tradicional em quatro dinastias, face à legalidade da designação de dinastia de Bragança, única utilizada, e determinada pela Casa Real e pela generalidade das pessoas, até 1910 e depois dessa data.
  6. O herdeiro do trono, D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal, ainda que tenha sobrevivido escassos minutos ao seu pai, não foi nunca considerado como rei de Portugal (embora tenha sido chamado, por alguns estrangeiros, de D. Luís II); nem o poderia ser, pois em Portugal só eram considerados reis "de jure" os príncipes depois de jurarem os foros, liberdades e garantias no acto da sua aclamação ao trono (até 1834), ou de jurarem a Constituição (depois daquela data), em sessão solene e plenária das Cortes. Desta forma, o trono recaiu de imediato no seu irmão mais novo, D. Manuel II, depois de juramentado. O rei D. Carlos I terá ainda reconhecido o estatuto de infanta de Portugal à sua alegada filha natural D. Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança.
  7. «António de Oliveira Salazar» (em inglês). Archontology.org. Consultado em 8 de outubro de 2016. (...) provisionally assumed the functions of Presidente da República in view of inability of Óscar Carmona to take an oath of office due to health problems. 
  8. Em linha na página da Fundação Mário Soares.. «O momento político: O sr. dr. Oliveira Salazar assumiu hoje a Presidencia da Republica» 15.º ed. Diário de Lisboa (4457). 5 páginas. 16 de abril de 1935. Consultado em 8 de outubro de 2016. Arquivado do original em 9 de outubro de 2016 

Ver também[editar | editar código-fonte]