Ramal de Portalegre
Ramal de Portalegre | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Comprimento: | 63,1 km | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Bitola: | Bitola larga | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Ramal de Portalegre, originalmente conhecido como Linha de Portalegre, é um troço ferroviário, que fazia a ligação da Linha de Évora, em Estremoz, à Linha do Leste, na Estação de Portalegre, em Portugal; foi concluída em 1937[1], e encerrada em 1990.[2]
História
Antecedentes
No dia 19 de Abril de 1854, foi apresentada uma consulta do Conselho Nacional de Obras Públicas, sobre um plano do Marquês de Ficalho e de José Maria Eugénio de Almeida, como representantes da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, para construir um caminho de ferro entre as localidades de Aldeia Galega e Vendas Novas; no dia 24 de Julho do mesmo ano, foi assinado um contrato com o governo para construir e gerir este caminho de ferro, que previa a continuação desta linha até Beja, com ramais para Évora e Setúbal.[3]
Em Junho de 1859, no entanto, o governo apresentou ao parlamento uma nova proposta de lei, para a construção das ligações ferroviárias até Beja e Évora, a partir de Vendas Novas, mas utilizando bitola ibérica, igual à que tinha sido implementada em Espanha; este plano foi a raiz de uma lei de 8 de Julho de 1859, a qual autorizou o concurso para estas linhas.[3] No entanto, não apareceram quaisquer concorrentes, pelo que o Estado contratou um grupo de empresários ingleses, que formaram, para a construção destas linhas, a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste; a linha até Évora foi aberta em 14 de Setembro de 1863.[3]
No entanto, as companhias utilizavam bitolas diferentes, o que obrigava os passageiros e carga a fazerem transbordo em Vendas Novas, pelo que o governo nacionalizou a Companhia ao Sul do Tejo, e concessionou, em 11 de Junho de 1864, as antigas linhas desta empresa à Companhia do Sueste, para que esta as alterasse; este contrato também previa, entre outros empreendimentos, a continuação da Linha de Évora até ao Crato, na Linha do Leste[3], passando por Estremoz.[4] No entanto, os problemas financeiros da Companhia impediram que esta realizasse os pagamentos devidos ao Estado, pelo que, em 1869, este tomou conta das linhas, e abriu vários concursos para a sua execução; não houve, porém concorrentes, pelo que teve de ser o próprio governo a tomar conta das obras, tendo aberto o troço até Estremoz em 22 de Dezembro de 1873.[2][3]
Planeamento
O Plano da Rede ao Sul do Tejo, documento oficial que regulou os planos ferroviários dessa época, elaborado em 1899[5] e publicado por um decreto de 27 de Novembro de 1902[6], incluía a continuação da Linha de Évora de Estremoz até à Linha do Leste, através de Vila Viçosa, mas não estabelecia a construção da ligação ferroviária entre Estremoz e Portalegre, porque, naquela zona, já existia uma boa rede rodoviária[5]; por outro lado, poder-se-ia dispensar desta linha, se fosse construída a ligação entre Évora e Ponte de Sor, na Linha do Leste.[7] Mesmo assim, foi planeada, estabelecendo o traçado original a passagem por Sousel, Cano, Fronteira e Cabeço de Vide[7]; devido à insistência dos militares, foi delineada em via de bitola reduzida[8], mas este ponto foi contestado, porque forçava ao transbordo dos passageiros e mercadorias da Linha de Évora, que utilizava a bitola ibérica.[7]
Um decreto de 7 de Maio de 1903 adicionou esta linha, em bitola estreita, ao Plano da Rede; o traçado foi alterado, passando a transitar por Sousel, Fronteira, Cabeço de Vide, e pela Estação de Portalegre, na Linha do Leste.[9][6] Acreditava-se que esta ligação seria bastante útil, pois permitiria construir uma estação mais próxima da cidade de Portalegre, e facilitaria as comunicações entre a região de Portalegre e o Alto e Baixo Alentejo; futuramente, poderia ser prolongada até Castelo de Vide, no Ramal de Cáceres.[9] O mesmo decreto também classificou a Linha do Sorraia, cujo trajecto devia ligar Fronteira à Quinta Grande, na Linha de Vendas Novas.[9] A construção foi autorizada por uma lei de 27 de Outubro de 1909, tendo o concurso sido aberto em 6 de Novembro do mesmo ano.[8]
Construção e inauguração
A Lei n.º 37, de 11 de Julho de 1913, autorizou que fosse aberto um concurso público para a sua construção, de acordo com os contratos de 9 de Dezembro de 1903 e 9 de Agosto de 1907; estes diplomas estabeleceram que a exploração da linha seria realizada pela administração dos Caminhos de Ferro do Estado, e que a companhia que construísse este caminho de ferro teria de realizar os estudos para a sua continuação até à Linha da Beira Baixa, tendo o traçado até Castelo de Vide, no Ramal de Cáceres, já sido planeado.[10]
O primeiro troço, entre Estremoz e Sousel, entrou ao serviço em 23 de Agosto de 1925[8], tendo a ligação entre Sousel e Cabeço de Vide sido aberta em 20 de Janeiro de 1937[11], e desde esta estação até Portalegre em 21 de Janeiro de 1949.[1]
Encerramento
Esta ligação foi encerrada a 1 de Janeiro de 1990; nesta altura, os serviços de passageiros já tinham sido suspensos.[2]
Ver também
Referências
- ↑ a b «Cronologia». Comboios de Portugal. Consultado em 17 de Junho de 2011
- ↑ a b c BLÁZQUEZ, José Luís Torres (1992). «El Museo de Ferrocarril de Estremoz». Madrid: Resistor, S. A. Maquetren (em espanhol). 2 (8). 13 páginas
- ↑ a b c d e TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683): 75, 76
- ↑ Santos, 1995:119-120
- ↑ a b SOUSA, José Fernando de (1 de Dezembro de 1902). «A rêde ferro-viaria ao Sul do Tejo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (356): 354, 356. Consultado em 7 de Junho de 2010
- ↑ a b «Parte Official: Direcção Geral das Obras Públicas e Minas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (371): 184, 185. 1 de Junho de 1903
- ↑ a b c «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (369). 145 páginas. 1 de Maio de 1903
- ↑ a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1684). 92 páginas
- ↑ a b c «Linhas do Valle do Sorraia». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (370). 164 páginas. 16 de Maio de 1903
- ↑ PORTUGAL. Lei n.º 37, de 11 de Julho de 1913. Ministério do Fomento - Secretaria Geral, Paços da República, publicado em 11 de Julho de 1913.
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). 139 páginas
- SANTOS, Luís Filipe Rosa (1995). Os Acessos a Faro e aos Concelhos Limítrofes na Segunda Metade do Séc. XIX. Faro: Câmara Municipal de Faro. 213 páginas