Ramal de Portalegre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ramal de Portalegre
Estação de Cabeço de Vide
Estação de Cabeço de Vide
Comprimento:63,1 km
Bitola:Bitola larga
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "exSTRlg"
L.ª Beira Baixa(proj. ab.)
Unknown route-map component "xABZrg" Continuation to right
R. CáceresMarvão-Beirã
Unknown route-map component "eBHF"
239,2 Castelo de Vide
Continuation to left
Unknown route-map component "exLUECKE" + Track turning right
R. CáceresTorre das Vargens
Unknown route-map component "exLUECKE"
(proj. ab.)
Unknown route-map component "exBHF"
Portalegre(proj. abandonado)
Continuation to left
Unknown route-map component "exLUECKE" + Track turning from right
L.ª LesteAbrantes
Station on track
239,2 Portalegre
Unknown route-map component "xABZlf" Continuation to right
L.ª LesteBadajoz
Unknown route-map component "exRP2u"
Unknown route-map component "exHST"
237,2 Ribeiro do Freixo(dem.)
Unknown route-map component "exRP2u"
× EN369
Unknown route-map component "exHST"
224,7 Cabeço de Vide
Unknown route-map component "exHST"
221,6 Coutos
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R.ª do Verdigão
Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
× R.ª Grande
Unknown route-map component "exBHF"
210,5 Fronteira
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "exABZrf"
L.ª SorraiaL.ª V. Novas (proj. ab.)
Unknown route-map component "exRP2u"
× M1013
Unknown route-map component "exHST"
204,6 Santo Amaro-Veiros
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R.ª de Lupe
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R.ª de Sousel
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R.ª da Camuja
Unknown route-map component "exRP2o"
Unknown route-map component "exBHF"
194,5 Sousel
Unknown route-map component "exHST"
187,6 Cardeais
Unknown route-map component "exWBRÜCKE1"
× R.ª da Perna Seca
Unknown route-map component "exHST"
181,6 Silveirona
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "exvSTRg+r"
L.ª ÉvoraCasa Branca
Unknown route-map component "exKBHFa" + Unknown route-map component "exvKBHFe"
175,5 Estremoz
Unknown route-map component "exSTRlf" Unknown route-map component "exCONTl"
R. Vila ViçosaVila Viçosa

O Ramal de Portalegre, originalmente conhecido como Linha de Portalegre, é um troço ferroviário, que fazia a ligação da Linha de Évora, em Estremoz, à Linha do Leste, na Estação de Portalegre, em Portugal; foi concluída em 1937[1], e encerrada em 1990.[2]

História

Antecedentes

Ver artigo principal: Linha de Évora

No dia 19 de Abril de 1854, foi apresentada uma consulta do Conselho Nacional de Obras Públicas, sobre um plano do Marquês de Ficalho e de José Maria Eugénio de Almeida, como representantes da Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, para construir um caminho de ferro entre as localidades de Aldeia Galega e Vendas Novas; no dia 24 de Julho do mesmo ano, foi assinado um contrato com o governo para construir e gerir este caminho de ferro, que previa a continuação desta linha até Beja, com ramais para Évora e Setúbal.[3]

Em Junho de 1859, no entanto, o governo apresentou ao parlamento uma nova proposta de lei, para a construção das ligações ferroviárias até Beja e Évora, a partir de Vendas Novas, mas utilizando bitola ibérica, igual à que tinha sido implementada em Espanha; este plano foi a raiz de uma lei de 8 de Julho de 1859, a qual autorizou o concurso para estas linhas.[3] No entanto, não apareceram quaisquer concorrentes, pelo que o Estado contratou um grupo de empresários ingleses, que formaram, para a construção destas linhas, a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste; a linha até Évora foi aberta em 14 de Setembro de 1863.[3]

No entanto, as companhias utilizavam bitolas diferentes, o que obrigava os passageiros e carga a fazerem transbordo em Vendas Novas, pelo que o governo nacionalizou a Companhia ao Sul do Tejo, e concessionou, em 11 de Junho de 1864, as antigas linhas desta empresa à Companhia do Sueste, para que esta as alterasse; este contrato também previa, entre outros empreendimentos, a continuação da Linha de Évora até ao Crato, na Linha do Leste[3], passando por Estremoz.[4] No entanto, os problemas financeiros da Companhia impediram que esta realizasse os pagamentos devidos ao Estado, pelo que, em 1869, este tomou conta das linhas, e abriu vários concursos para a sua execução; não houve, porém concorrentes, pelo que teve de ser o próprio governo a tomar conta das obras, tendo aberto o troço até Estremoz em 22 de Dezembro de 1873.[2][3]

Planeamento

O Plano da Rede ao Sul do Tejo, documento oficial que regulou os planos ferroviários dessa época, elaborado em 1899[5] e publicado por um decreto de 27 de Novembro de 1902[6], incluía a continuação da Linha de Évora de Estremoz até à Linha do Leste, através de Vila Viçosa, mas não estabelecia a construção da ligação ferroviária entre Estremoz e Portalegre, porque, naquela zona, já existia uma boa rede rodoviária[5]; por outro lado, poder-se-ia dispensar desta linha, se fosse construída a ligação entre Évora e Ponte de Sor, na Linha do Leste.[7] Mesmo assim, foi planeada, estabelecendo o traçado original a passagem por Sousel, Cano, Fronteira e Cabeço de Vide[7]; devido à insistência dos militares, foi delineada em via de bitola reduzida[8], mas este ponto foi contestado, porque forçava ao transbordo dos passageiros e mercadorias da Linha de Évora, que utilizava a bitola ibérica.[7]

Um decreto de 7 de Maio de 1903 adicionou esta linha, em bitola estreita, ao Plano da Rede; o traçado foi alterado, passando a transitar por Sousel, Fronteira, Cabeço de Vide, e pela Estação de Portalegre, na Linha do Leste.[9][6] Acreditava-se que esta ligação seria bastante útil, pois permitiria construir uma estação mais próxima da cidade de Portalegre, e facilitaria as comunicações entre a região de Portalegre e o Alto e Baixo Alentejo; futuramente, poderia ser prolongada até Castelo de Vide, no Ramal de Cáceres.[9] O mesmo decreto também classificou a Linha do Sorraia, cujo trajecto devia ligar Fronteira à Quinta Grande, na Linha de Vendas Novas.[9] A construção foi autorizada por uma lei de 27 de Outubro de 1909, tendo o concurso sido aberto em 6 de Novembro do mesmo ano.[8]

Construção e inauguração

A Lei n.º 37, de 11 de Julho de 1913, autorizou que fosse aberto um concurso público para a sua construção, de acordo com os contratos de 9 de Dezembro de 1903 e 9 de Agosto de 1907; estes diplomas estabeleceram que a exploração da linha seria realizada pela administração dos Caminhos de Ferro do Estado, e que a companhia que construísse este caminho de ferro teria de realizar os estudos para a sua continuação até à Linha da Beira Baixa, tendo o traçado até Castelo de Vide, no Ramal de Cáceres, já sido planeado.[10]

O primeiro troço, entre Estremoz e Sousel, entrou ao serviço em 23 de Agosto de 1925[8], tendo a ligação entre Sousel e Cabeço de Vide sido aberta em 20 de Janeiro de 1937[11], e desde esta estação até Portalegre em 21 de Janeiro de 1949.[1]

Encerramento

Esta ligação foi encerrada a 1 de Janeiro de 1990; nesta altura, os serviços de passageiros já tinham sido suspensos.[2]

Ver também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre o Ramal de Portalegre

Referências

  1. a b «Cronologia». Comboios de Portugal. Consultado em 17 de Junho de 2011 
  2. a b c BLÁZQUEZ, José Luís Torres (1992). «El Museo de Ferrocarril de Estremoz». Madrid: Resistor, S. A. Maquetren (em espanhol). 2 (8). 13 páginas 
  3. a b c d e TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683): 75, 76 
  4. Santos, 1995:119-120
  5. a b SOUSA, José Fernando de (1 de Dezembro de 1902). «A rêde ferro-viaria ao Sul do Tejo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (356): 354, 356. Consultado em 7 de Junho de 2010 
  6. a b «Parte Official: Direcção Geral das Obras Públicas e Minas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (371): 184, 185. 1 de Junho de 1903 
  7. a b c «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (369). 145 páginas. 1 de Maio de 1903 
  8. a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1684). 92 páginas 
  9. a b c «Linhas do Valle do Sorraia». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (370). 164 páginas. 16 de Maio de 1903 
  10. PORTUGAL. Lei n.º 37, de 11 de Julho de 1913. Ministério do Fomento - Secretaria Geral, Paços da República, publicado em 11 de Julho de 1913.
  11. TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). 139 páginas 

  • SANTOS, Luís Filipe Rosa (1995). Os Acessos a Faro e aos Concelhos Limítrofes na Segunda Metade do Séc. XIX. Faro: Câmara Municipal de Faro. 213 páginas