CDS – Partido Popular

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 Nota: Para o CDS espanhol, veja Centro Democrático e Social (Espanha). Para outros usos de Partido Popular, veja Partido Popular.
CDS – Partido Popular
Partido do Centro Democrático Social
CDS – Partido Popular
Presidente Assunção Cristas[1]
Secretário Pedro Morais Soares[2]
Porta-voz João Almeida[2]
Fundação 19 de julho de 1974
Sede Portugal Portugal
Largo Adelino Amaro da Costa, 5, 1149-063
Santa Maria Maior, Lisboa
Ideologia Democracia cristã
Conservadorismo
Conservadorismo fiscal
Liberalismo clássico Populismo
Espectro político Centro-direita a Direita
Publicação Folha CDS[3]
Ala de juventude Juventude Popular (JP)
Membros (2014) 44 000
Afiliação internacional União Internacional Democrata
Afiliação europeia Partido Popular Europeu
Grupo no Parlamento Europeu Grupo do Partido Popular Europeu
Assembleia da República
18 / 230
Parlamento Europeu
1 / 21
Assembleia Legislativa da Madeira
7 / 47
Assembleia Legislativa dos Açores
3 / 57
Presidentes de Câmaras Municipais
5 / 308
Vereadores Municipais
256 / 2 086
Cores Azul e Branco
Página oficial
www.cds.pt

CDS é a sigla de Centro Democrático Social, o primeiro nome do partido.
Comício do CDS–PP em Janeiro de 2005, no Europarque, Santa Maria da Feira, com mais de 5 000 pessoas.

O CDS – Partido Popular (CDS–PP)[4][5] é um partido político português inspirado pela democracia cristã e é aberto também a conservadores e liberais clássicos. Fundado em 19 de Julho de 1974, com o nome Partido do Centro Democrático Social (CDS), por Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, Vítor Sá Machado, Valentim Xavier Pintado, João Morais Leitão e João Porto.[6] Mais tarde, mudaria o nome apenas para Partido Popular (mantendo a sigla CDS–PP), e depois para a atual denominação.

O CDS integrou diversos governos, sempre em coligação: quando dirigido por Diogo Freitas do Amaral coligou-se com o PS de Mário Soares (II); com o PSD, de Francisco Sá Carneiro, e o PPM, de Gonçalo Ribeiro Telles, constituindo a Aliança Democrática (VI e VII); sob a liderança de Paulo Portas, novamente com o PSD, após as eleições legislativas de 2002 (XV, com José Durão Barroso, e XVI com Pedro Santana Lopes) e, mais recentemente, com o PSD de Pedro Passos Coelho, na sequência das eleições legislativas de 2011 e 2015 (XIX e XX governos, respetivamente).

O partido é membro da União Internacional Democrata[7] e do Partido Popular Europeu. O CDS–PP tem algumas organizações autónomas que perfilham os seus ideais políticos. Entre elas, a Juventude Popular e a Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos (FTDC).

Nas eleições legislativas de 2005 foram eleitos pelas suas listas 12 deputados. O resultado foi considerado fraco pelo líder do partido, Paulo Portas, que apresentou a sua demissão nesse dia mas que viria depois a ser de novo o presidente. Nas eleições legislativas de 2009, foram eleitos pelas suas listas 21 deputados. Este resultado foi considerado uma grande vitória pelo CDS–PP, que se tornou assim na terceira força política na Assembleia da República (AR).[8] Com as eleições legislativas de 2011, o CDS-PP conseguiu reforçar a sua força ao nível do parlamento, passando de 21 para 24 deputados representados por um aumento dos votos de 10,4% para 11,7%. Nas eleições de 2015 o CDS-PP concorreu coligado com o PSD (coligação Portugal à Frente) tendo eleito 18 deputados.

Base de apoio

O eleitorado do CDS–PP é diverso, reunindo o partido um maior peso eleitoral no Norte e no Centro do país e mais reduzido a sul do rio Tejo. Geralmente, o partido elege a maioria dos seus deputados em círculos eleitorais situados no litoral.

Alguns dos seus eleitores tendem, em eleições legislativas, a transferir o seu voto para o Partido Social-Democrata (no chamado "voto útil"). Este fenómeno foi observável em 1987, com as eleições legislativas e europeias realizadas simultâneamente, tendo o CDS–PP registado um resultado inferior a 5% nas legislativas, e de aproximadamente 15% nas europeias.

O partido, autonomamente, tem uma reduzida expressão autárquica, no entanto participa em coligação (usualmente com o Partido-Social Democrata) na governação de dezenas de autarquias.

A sua base de apoio integra tanto cidadãos da direita conservadora patriótica, democratas-cristãos e neoliberais. É um partido que tem vindo a aumentar a sua popularidade entre os jovens, nomeadamente os do centro e norte litoral,[carece de fontes?] tendo mesmo sido referido pelo próprio partido no dia das eleições que grande parte dos seus votos teriam sido do eleitorado jovem.

História

Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS.

A fundação

O Partido do Centro Democrático Social foi fundado a 19 de Julho de 1974, baseado nos princípios da democracia-cristã, do conservadorismo e do liberalismo clássico. Entre os seus principais fundadores contavam-se nomes tão sonantes como Diogo Freitas do Amaral, Vítor Sá Machado e Adelino Amaro da Costa.

Quando da fundação do partido, Portugal vivia momentos profundamente conturbados. Três meses antes, a Revolução dos Cravos tinha deposto o regime autoritário liderado por António de Oliveira Salazar e, mais tarde, por Marcelo Caetano, de que alguns dirigentes vieram a integrar o partido. A revolução trouxe também um clima de instabilidade, violência e grandes tensões sociais.

Numa altura em que ser de direita era considerado pela maior parte da população um ato de fascismo, o CDS declarou-se rigorosamente ao centro, mas já então contava com grande parte da direita portuguesa nas suas fileiras, incluindo membros do antigo regime. No dia 13 de Janeiro de 1975, os responsáveis do CDS entregaram no Supremo Tribunal de Justiça a documentação necessária à legalização do partido. O primeiro congresso foi a 25 de Janeiro de 1975 no Palácio de Cristal, no Porto. Foi nesse mesmo congresso que o cerco por militantes de extrema-esquerda marcou um dos episódios mais chocantes da vida política da democracia portuguesa e no qual, num ato de coragem democrática, prosseguiu, apesar das inúmeras ameaças de vida aos participantes. O CDS é, juntamente com o PS e o PSD, uma das forças políticas a quem se credita o esforço da estabilização política do PREC com obtenção de uma legítima e real democracia em oposição aos intentos alegadamente totalitários de parte das forças políticas extremistas da esquerda neste conturbado período. Não obstante isto são várias as acusações e alegadas implicações de notáveis do partido, no período do PREC, que terão contribuído para o contra-ataque às ofensas que as sedes do partido sofriam no Sul com recurso a movimentos populares, em especial no Norte, para a defesa de propriedades privadas bem como na vandalização e instigação de sedes de movimentos políticos de esquerda nesta região.

Primeiros anos de oposição

Depois de 11 de Março de 1975, o regime que então tentava dominar o país definiu como principais vetores as questões sociais, a intervenção na economia e a tutela militar. Tudo isto, somado ao COPCON (organização militar criada em 1974) e aos constantes ataques ao modelo social-democrata ocidental, levou o CDS a declarar-se partido de oposição. Os seus 16 deputados votaram sozinhos contra a Constituição de 1976, no dia 2 de Abril, devido ao facto de esta incluir no seu preâmbulo que Portugal era um país "a caminho do socialismo", frase que ainda contém[9].

Nas eleições de 1976, o CDS conseguiu os seus objetivos ao ultrapassar o PCP e conseguir eleger 42 deputados.

Governo PS–CDS

O CDS chegou pela primeira vez ao poder em aliança parlamentar com o Partido Socialista. O II Governo Constitucional tomou posse a 23 de Janeiro de 1978, e incluía três ministros do CDS: Rui Pena (Reforma Administrativa), Sá Machado (Negócios Estrangeiros) e Basílio Horta (Comércio e Turismo), além de cinco secretários de Estado. Terminou o seu mandato a 29 de Agosto de 1978.

A Aliança Democrática (AD)

Em 1979 o partido propôs a criação de uma frente eleitoral ao Partido Social-Democrata e ao Partido Popular Monárquico. Essa proposta deu origem à Aliança Democrática, conhecida por AD, que, liderada por Francisco Sá Carneiro (PSD), venceu as eleições legislativas de 1979 e de 1980.

Nos governos da AD o CDS foi representado por cinco ministros e dez secretários de estado, tendo o presidente do partido, Diogo Freitas do Amaral, sido nomeado vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros (mais tarde, vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa Nacional).

Na noite de 4 de Dezembro de 1980, o primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, Snu Abecassis, Maria Manuel Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa morreram num trágico despenhamento de avião em Camarate. Oficialmente tratou-se de um acidente, no entanto há muitos que ainda hoje suspeitam de atentado, tendo o assunto ficado conhecido como Caso Camarate.

Assim, o presidente do CDS, Freitas do Amaral, foi chefe de governo interino (como vice-primeiro-ministro) até à nomeação de um novo governo, desta vez, liderado por Francisco Pinto Balsemão. O VII Governo Constitucional tomou posse a 9 de Janeiro de 1981 e terminou o seu mandato a 4 de Setembro do mesmo ano, seguindo-se o VIII Governo Constitucional, liderado novamente por Pinto Balsemão, e que terminou o seu mandato a 9 de Junho de 1983, após Freitas do Amaral, depois de desentendimentos no seio da AD, se ter demitido do Governo e da presidência do partido, acabando assim com a coligação.

Uma oposição de vinte anos: 1982–2002

Após a desintegração da AD, no fim de 1982, e depois da demissão de Freitas do Amaral, o partido procurava novo líder e novas estratégias. No V Congresso do partido, em Fevereiro de 1983, Francisco Lucas Pires saiu vitorioso, concorrendo contra Luís Barbosa.

Face aos fracos resultados eleitorais de 6 de Outubro de 1985, o líder do partido, Lucas Pires, apresentou a sua demissão. O seu sucessor foi o professor Adriano Moreira, que, confrontado com novos resultados negativos, decidiu não se recandidatar. Assim, o fundador Freitas do Amaral voltou à presidência em plena era cavaquista, em que o partido estava reduzido a 4 (mais tarde 5) deputados. Manter-se-ia no cargo até 1992.

Em 1992 uma nova geração tomou conta do CDS. Em Março, no X Congresso do partido, foi eleito o ex-presidente da Juventude Centrista, Manuel Monteiro. Um ano depois, um congresso extraordinário adiciona a expressão "Partido Popular" ao nome do partido.[10] A denominação atual foi fixada no XIII Congresso, em Fevereiro de 1995.[11]

Nas legislativas de 1995 o CDS–PP apresenta uma recuperação eleitoral, conseguindo eleger 15 deputados. No entanto, em 1997, após fracasso eleitoral nas autárquicas, Manuel Monteiro apresenta a sua demissão, sendo convocado o XVI Congresso em Braga, em que Paulo Portas sai vencedor após derrotar Maria José Nogueira Pinto. Paulo Portas propôs a reconciliação dentro do partido e um regresso à matriz democrata-cristã. Nas legislativas de 1999, o CDS–PP consegue manter o seu grupo parlamentar de 15 deputados.

Após grande derrota eleitoral nas autárquicas de 2001, o então primeiro-ministro socialista António Guterres apresentou a sua demissão, dando lugar a novas eleições.

A Coligação Democrática

O PSD venceu as eleições legislativas de 2002 com maioria relativa. Dadas as circunstâncias, vinte anos depois voltou a celebrar um acordo de coligação para governar Portugal. No novo governo, o CDS–PP teve direito a três ministérios (Paulo Portas na Defesa Nacional, Bagão Félix como ministro do Trabalho e Celeste Cardona sobraçando a pasta da da Justiça.

No Verão de 2004, Durão Barroso foi presidir à Comissão Europeia, tendo o presidente da República Jorge Sampaio nomeado um novo governo PSD/CDS–PP, agora liderado por Pedro Santana Lopes. O novo governo gozou de fraca popularidade e, após quatro meses, o presidente da República dissolveu a Assembleia da República que apoiava em maioria o governo. Novas eleições foram convocadas para fevereiro de 2005.

Legislativas de 2005

O CDS-PP partia sozinho e com grandes expectativas para as eleições legislativas. Esperando beneficiar do resultado da governação dos seus ministros e da sua participação nos governos de coligação, o partido lançou-se para metas ambiciosas: Manter-se como terceira força política, impedir a maioria absoluta do PS e atingir os 10% dos votos expressos. Todos os objetivos falharam, tendo o CDS-PP perdido dois deputados. Isto, aliado à grande derrota do PSD, levou Paulo Portas a demitir-se e a convocar novo congresso.

"Portugal 2009"

Convocado novo congresso, os candidatos tardaram em aparecer. Surgiram então dois candidatos: Telmo Correia e José Ribeiro e Castro. O primeiro era visto como claro favorito,[carece de fontes?] representando a linha da continuidade de Paulo Portas. Apesar do favoritismo inicial, Ribeiro e Castro conquistou surpreendentemente o congresso, tendo a sua moção, "2009", saído eleita. No dia seguinte Ribeiro e Castro foi eleito presidente do CDS.

Oposição e instabilidade interna: 2005–2007

A surpreendente vitória de José Ribeiro e Castro, após a saída de Paulo Portas, não agradou a muitos elementos do partido, levando a um período de crescente instabilidade interna. José Ribeiro e Castro foi reeleito nas primeiras eleições diretas do partido, e, mais tarde, reeleito em Congresso, contra João Pinho de Almeida, então presidente da Juventude Popular.

O facto de o grupo parlamentar, escolhido pelo anterior presidente, Paulo Portas, não integrar o novo presidente do partido (então eurodeputado) nem elementos da nova direção, conduziu a que Ribeiro e Castro não tivesse condições de visibilidade pública no combate ao governo semelhantes às dos outros líderes da oposição. A articulação da maioria dos deputados com Paulo Portas, que revelava a vontade de regressar à liderança do partido, foi tornando cada vez mais difícil a tarefa da direção de Ribeiro e Castro e agravando uma imagem permanente de instabilidade interna. Ribeiro e Castro ainda vence um novo Congresso (extraordinário) em Maio de 2006, mas o clima de desacerto e confronto entre o grupo parlamentar e a direção do partido tornou claro que haveria novo embate a seguir ao referendo à despenalização do aborto, em 2007.

A relação com o grupo parlamentar atingiu um ponto de ruptura em inícios de 2007, com a demissão do seu presidente, Nuno Melo, após novo ataque contra a direção do partido no Natal de 2006. Passado o referendo à despenalização do aborto, em fevereiro de 2007, com a vitória do "Sim", o ex-presidente do Partido, Paulo Portas, lança de imediato o movimento para reaver a liderança do partido e anuncia que era candidato à presidência do CDS–PP, desafiando Ribeiro e Castro para eleições diretas. Contudo, Ribeiro e Castro e os seus apoiantes viam na eleição por Congresso a única solução para esta disputa da liderança. Este diferendo evoluiu para sucessivos confrontos políticos e estatutários, que culminaram num lamentável episódio de agressões físicas e injúrias entre os membros do Conselho Nacional, reunido em Óbidos, fazendo com que Maria José Nogueira Pinto abandonasse o partido. Maria José Nogueira Pinto ainda acusou Paulo Portas de deslealdade e de estar por detrás da instabilidade no partido, bem como disse ter sido alvo de agressões físicas da parte do deputado Hélder Amaral.

As eleições acabaram por ser diretas e Paulo Portas saiu vencedor com 72% dos votos. Uma situação que foi seguida de grande mediatismo pelas constantes acusações dentro e fora do partido de irregularidade e eventual ilegalidade, segundo os estatutos do próprio partido, para a realização de eleições diretas.

Legislativas de 2009

Nas eleições legislativas de 2009, realizadas no dia 27 de Setembro de 2009, o CDS–PP conseguiu ser a terceira força política na Assembleia da República (AR), ao conquistar 592 997 votos (10,43% dos votos expressos) e 21 assentos parlamentares.[8] Foi considerada uma grande vitória para o CDS–PP e, particularmente, para o seu líder, Paulo Portas, sobretudo face às projeções negras que muitas sondagens preconizavam para o partido e que terão sido evocadas pelo próprio como prejudiciais à campanha, apesar de vários politólogos de esquerda e direita terem atribuído um efeito positivo às más sondagens dada a diminuição do chamado "efeito do voto útil", no qual existe uma habitual transferência de votos dos eleitores habituais do CDS para o PSD, mobilizando o eleitorado típico do CDS para o voto neste invés de no PSD para a criação de uma maioria absoluta favorável aos sociais-democratas.

Este aumento do número de deputados do CDS permitiu trazer ao Parlamento "novas caras" como sejam Assunção Cristas, Filipe Lobo d'Ávila, João Pinho de Almeida, Cecília Meireles Graça e Michael Seufert.

Atualidade

Paulo Portas, líder do CDS–PP até março de 2016, no 23.º Congresso do partido, a 17 de janeiro de 2009.

A segunda liderança de Paulo Portas, iniciada em 2007, acabou por levar o partido a subir na Assembleia Regional dos Açores, nas eleições regionais, tendo o CDS sido o partido que mais subiu.

Nas eleições europeias de 2009, apesar de todas as sondagens apontarem para uma perda significativa do CDS, este subiu em quase todos os distritos.

Em 2011, o CDS voltou a registar franco crescimento eleitoral, tendo subido de 10,4% para 11,7% e elegido 24 deputados nas legislativas. Face aos resultados eleitorais do PSD, que não conseguiu maioria absoluta, foi celebrada nova coligação com o CDS, formando assim o XIX Governo Constitucional.

Nas eleições legislativas regionais na Madeira de 2011, o CDS subiu de 5% e 2 deputados para 17,6% e 9 deputados, tendo ainda sido o partido que registou a maior subida e passando a ser a segunda força política nesta mesma região. Em 2015 verificou-se uma ligeira queda no arquipélago para 13,7% e 7 deputados, mantendo-se como a segunda força política da Madeira.

Nas eleições autárquicas de 2013, o partido obteve também resultados positivos, conseguindo dezenas de autarquias em coligações com o PSD, e concorrendo individualmente conseguiu subir o número de uma para cinco autarquias, num total de 47 mandatos.

Em 25 de abril de 2015, no decorrer das comemorações dos 41 anos da Revolução dos Cravos, o líder do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho e o líder do CDS, Paulo Portas anunciaram uma coligação pré-eleitoral entre os partidos para as eleições legislativas de 2015.[12] No início de Junho de 2015 foi anunciado o nome da coligação, Portugal à Frente.[13]

Assunção Cristas foi eleita para a presidência do partido no congresso realizado em 12 e 13 de março de 2016, realizado em Gondomar[1], sendo a primeira mulher a dirigir o CDS-PP, e tendo concorrido em lista única.

Resultados eleitorais

Eleições legislativas

Data Líder Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
1975 Freitas do Amaral 434 879 7,6 (4.º)
16 / 250
1976 Freitas do Amaral 876 007 16,0 (3.º) Aumento8,4
42 / 263
Aumento26 Oposição Governo (1978)
1979 Freitas do Amaral N/D N/A
43 / 250
Aumento1 Governo Aliança Democrática
1980 Freitas do Amaral N/D N/A
46 / 250
Aumento3 Governo Aliança Democrática
1983 Lucas Pires 716 705 12,6 (4.º)
30 / 250
Baixa16 Oposição
1985 Lucas Pires 577 580 10,0 (5.º) Baixa2,6
22 / 250
Baixa8 Apoio parlamentar
1987 Adriano Moreira 251 987 4,4 (5.º) Baixa5,6
4 / 250
Baixa18 Oposição
1991 Freitas do Amaral 254 317 4,4 (4.º) =
5 / 230
Aumento1 Oposição
1995 Manuel Monteiro 534 470 9,1 (3.º) Aumento4,7
15 / 230
Aumento10 Oposição
1999 Paulo Portas 451 453 8,3 (4.º) Baixa0,8
15 / 230
= Oposição
2002 Paulo Portas 477 350 8,7 (3.º) Aumento0,4
14 / 230
Baixa1 Governo
2005 Paulo Portas 416 415 7,2 (4.º) Baixa1,5
12 / 230
Baixa2 Oposição
2009 Paulo Portas 592 778 10,4 (3.º) Aumento3,2
21 / 230
Aumento9 Oposição
2011 Paulo Portas 652 194 11,7 (3.º) Aumento1,3
24 / 230
Aumento3 Governo
2015 Paulo Portas N/D N/D
18 / 230
Baixa6 Oposição Portugal à Frente

Eleições europeias

Data Cabeça de Lista Votos % +/- Deputados +/- Notas
1987 Francisco Lucas Pires 868 718 15,4 (3.º)
4 / 24
1989 Francisco Lucas Pires 587 497 14,2 (4.º) Baixa1,2
3 / 24
Baixa1
1994 Manuel Monteiro 379 044 12,8 (3.º) Baixa1,4
3 / 25
=
1999 Paulo Portas 283 067 8,2 (4.º) Baixa4,6
2 / 24
Baixa1
2004 João de Deus Pinheiro N/D N/D
2 / 24
= Aliança com Partido Social Democrata
2009 Nuno Melo 298 423 8,4 (5.º)
2 / 21
=
2014 Paulo Rangel N/D N/D
1 / 21
Baixa1 Aliança com Partido Social Democrata

Eleições presidenciais

Data Candidato
apoiado
1.ª Volta 2.ª Volta
Votos % Votos %
1976 Ramalho Eanes 2 967 137 61,6 (1.º)
1980 Soares Carneiro 2 325 481 40,2 (2.º)
1986 Freitas do Amaral 2 629 597 46,3 (1.º) 2 872 064 48,8 (2.º)
1991 Basílio Horta 696 379 14,2 (2.º)
1996 Cavaco Silva 2 595 131 46,1 (2.º)
2001 Ferreira do Amaral 1 498 948 34,7 (2.º)
2006 Cavaco Silva 2 773 431 50,5 (1.º)
2011 Cavaco Silva 2 231 956 53,0 (1.º)
2016 Marcelo Rebelo de Sousa 2 410 286 52,0 (1.º)

Eleições autárquicas

(Os resultados apresentados excluem os resultados de coligações que envolvem o partido)

Data Votos % +/- Presidente CM +/- Vereadores +/-
1976 692 869 16,6 (4.º)
36 / 304
317 / 1 908
1979 344 902 6,9 (5.º) Baixa9,7
20 / 305
Baixa16
156 / 1 900
Baixa161
1982 386 527 7,5 (5.º) Aumento0,6
27 / 305
Aumento7
185 / 1 913
Aumento29
1985 471 591 9,7 (4.º) Aumento2,2
27 / 305
=
222 / 1 975
Aumento37
1989 451 163 9,1 (4.º) Baixa0,6
20 / 305
Baixa7
179 / 1 997
Baixa43
1993 455 357 8,4 (4.º) Baixa0,7
13 / 305
Baixa7
133 / 2 006
Baixa46
1997 302 763 5,7 (4.º) Baixa2,7
8 / 305
Baixa5
83 / 2 021
Baixa50
2001 195 994 3,7 (5.º) Baixa2,0
3 / 308
Baixa5
39 / 2 044
Baixa44
2005 165 697 3,1 (5.º) Baixa0,6
1 / 308
Baixa2
30 / 2 046
Baixa9
2009 171 049 3,1 (6.º) =
1 / 308
=
31 / 2 078
Aumento1
2013 152 073 3,0 (6.º) Baixa0,1
5 / 308
Aumento4
47 / 2 086
Aumento16

Eleições regionais

Região Autónoma dos Açores

Data Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
1976 8 291 7,6 (3.º)
2 / 43
Oposição
1980 5 379 4,5 (3.º) Baixa3,1
1 / 43
Baixa1 Oposição
1984 8 442 7,9 (3.º) Aumento3,4
2 / 44
Aumento1 Oposição
1988 7 472 7,1 (3.º) Baixa0,8
2 / 51
= Oposição
1992 5 217 4,6 (3.º) Baixa2,5
1 / 51
Baixa1 Oposição Aliança com Partido Popular Monárquico
1996 8 346 7,4 (3.º) Aumento2,8
3 / 52
Aumento2 Oposição
2000 9 605 9,6 (3.º) Aumento2,2
2 / 52
Baixa1 Oposição
2004 N/D N/D
2 / 52
= Oposição Aliança com Partido Social Democrata
2008 7 857 8,7 (3.º)
5 / 57
Aumento3 Oposição
2012 6 110 5,7 (3.º) Baixa3,0
3 / 57
Baixa2 Oposição

Região Autónoma da Madeira

Data Votos % +/- Deputados +/- Status
1976 10 185 9,5 (3.º)
2 / 41
Oposição
1980 8 016 6,5 (3.º) Baixa3,0
1 / 44
Baixa1 Oposição
1984 7 420 6,1 (3.º) Baixa0,4
1 / 50
= Oposição
1988 10 263 8,2 (3.º) Aumento2,1
2 / 53
Aumento1 Oposição
1992 10 582 8,1 (3.º) Baixa0,1
2 / 57
= Oposição
1996 9 950 7,3 (3.º) Baixa0,8
2 / 59
= Oposição
2000 12 612 9,7 (3.º) Aumento2,4
3 / 59
Aumento1 Oposição
2004 9 691 7,0 (3.º) Baixa2,7
2 / 68
Baixa1 Oposição
2007 7 519 5,3 (4.º) Baixa1,7
2 / 47
= Oposição
2011 25 974 17,6 (2.º) Aumento12,3
9 / 47
Aumento7 Oposição
2015 17 514 13,7 (2.º) Baixa3,9
7 / 47
Baixa2 Oposição

Presidentes

Denominações

Desde a sua constituição em 1974 o partido alterou a sua denominação, conforme o quadro a seguir:

Quadro Cronológico das Denominações
Congresso Acordão Diário da República Denominação Sígla Símbolo Obs.
Constituição
19 de julho de 1974
Supremo Tribunal de Justiça
13 de janeiro de 1975
Partido do Centro Democrático Social
CDS preto  a)
XI Congresso Extra.º
23 de janeiro de 1993
N.º 282/93, Tribunal Constitucional
30 de março de 1993
N.º 100/93, II Série
9 de abril de 1993
Partido do Centro Democrático
Social – Partido Popular
CDS-PP preto c/ "CDS" e
"Partido Popular"
 b)
XIII Congresso
11 de fevereiro de 1995
N.º 131/95, Tribunal Constitucional
15 de março de 1995
N.º 83/95, II Série
7 de abril de 1995
Partido Popular
CDS–PP azul e amarelo c/
"Partido Popular"
 c)
Conselho Nacional
17 de junho de 2009
N.º 343/09, Tribunal Constitucional
8 de julho de 2009
N.º 159/09, II Série
18 de agosto de 2009
CDS – Partido Popular
CDS–PP azul e branco  d)

Notas:

  • a) Dados dos Estatutos[15] e da História do Partido[16] na página oficial do CDS–PP, e Diário da República da posterior alteração de 1993.[17]
  • b) O pedido de registo da denominação "Centro Democrático Social – Partido Popular" e sigla "CDS – Partido Popular" foi inicialmente indeferido[18], sendo posteriormente aprovada a denominação "Partido do Centro Democrático Social – Partido Popular" e a sigla "CDS–PP".[17]
  • c) Mudança de denominação para apenas "Partido Popular", mas mantendo a mesma sigla.[19] [20]
  • d) Alteração da designação e do símbolo do Partido, para efeitos de boletim de voto nas Eleições Nacionais.[21] [22]

Símbolos do partido

Curiosidades

  • A sede do Partido fica localizada num largo com o nome de um dos seus fundadores, Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, que anteriormente se chamava Largo do Caldas;
  • O I Congresso do Partido foi violentamente cercado por forças de extrema-esquerda, sendo este episódio muito recordado entre os militantes do CDS, pela coragem demonstrada pelos congressistas de então em prosseguir os trabalhos;
  • Durante as maiorias absolutas de Cavaco Silva (1987–1995), o CDS era referido como o "Partido do Táxi", pelo facto de ter apenas quatro deputados (e que, portanto, cabiam à medida num táxi);
  • O facto de o primeiro presidente do partido e fundador, Diogo Freitas do Amaral, ter saído e apoiar Durão Barroso (PSD) e, mais tarde, o Partido Socialista, levou a que o então presidente, Paulo Portas, mandasse retirar o retrato de Freitas da sede nacional. Recentemente, o retrato foi reposto na Galeria de Líderes.[23]

Referências

  1. a b Assunção Cristas aclamada em Gondomar
  2. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome portal.cds.pt
  3. Pagina web "Folha CDS". cds.pt. Recuperado em 27 de junho 2015
  4. «Acórdão N.º 343/2009». TC - Tribunal Constitucional. 8 de Julho de 2009. Consultado em 22 de Setembro de 2009 
  5. CDS – Partido Popular (CDS–PP) é o nome oficial, registado no Tribunal Constitucional, a entidade que superintende em Portugal o nascimento, o registo, as contas e as extinções de partidos políticos e coligações eleitorais.
    É também o nome que consta nos Estatutos do Partido, no artigo 1.º: "… denomina-se Partido Popular, usará a sigla CDS-PP…
  6. Conforme consta da "História do CDS-PP" publicada na página oficial do partido na Internet
  7. «Membros da União Internacional Democrata» 
  8. a b «Legislativas 2009 - Resultados Globais». Site do Ministério da Justiça de Portugal. Consultado em 7 de outubro de 2009 
  9. «Constituição da República Portuguesa». parlamento.pt. Consultado em 21 de maio de 2010 
  10. Ver acórdão do Tribunal Constitucional aceitando a alteração e fixando os dados relativos ao partido assim: "Denominação: Centro Democrático Social — Partido Popular; Sigla: CDS — Partido Popular".
  11. Conforme consta do acórdão do Tribunal Constitucional em que este aceita a alteração para: "Denominação: Partido Popular; Sigla: CDS-PP".
  12. «Acordo fechado. PSD e CDS vão juntos às legislativas». Diário de Notícias 
  13. «Coligação para as Legislativas chama-se "Portugal à Frente"». Expresso (Portugal) 
  14. «Presidentes do Partido». CDS - Partido Popular. Consultado em 20 de setembro de 2010 
  15. «Estatutos do Partido Popular» (PDF). CDS–PP. Consultado em 12 de maio de 2009 
  16. «A história do CDS–PP». Partido Popular. Consultado em 12 de maio de 2009 
  17. a b «Diário da República N.º 100/93, II Série» (PDF). 29 de abril de 1993. Consultado em 12 de maio de 2009 
  18. «Acordão N.º 246/93». Tribunal Constitucional. 18 de março de 1993. Consultado em 12 de maio de 2009 
  19. «Acordão N.º 131/95». Tribunal Constitucional. 15 de março de 1995. Consultado em 12 de maio de 2009 
  20. «Diário da República N.º 83/95, II Série» (PDF). 7 de abril de 2009. Consultado em 12 de maio de 2009 
  21. «Acordão N.º 343/09». Tribunal Constitucional. 8 de julho de 2009. Consultado em 12 de maio de 2009 
  22. «Diário da República N.º 159/09, II Série» (PDF). 18 de agosto de 2009. Consultado em 12 de maio de 2009 
  23. http://www.cds.pt/noticia.asp?id=1713 [ligação inativa]

Ver também

Ligações externas


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