Saltar para o conteúdo

Língua nheengatu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Nhengatu)
 Nota: Este artigo é sobre o tupi moderno. Para o tupi antigo, veja Língua tupi. Para album, veja Nheengatu (álbum).
Nheengatu

Nheengatú

Pronúncia:[ɲe.ʔẽ.ɡa.ˈtu][1]
Outros nomes:Língua geral
Língua geral amazônica
Tupi moderno
Falado(a) em:  Brasil
 Colômbia
 Venezuela
Região: Amazônia
Total de falantes: 14 000[2]
Família: Tronco tupi
 Ramo oriental
  Família tupi-guarani
   Subconjunto III[3]
    Tupi antigo
     Língua geral setentrional
      Nheengatu
Escrita: Alfabeto latino
Wikipédia: em nheengatu
Estatuto oficial
Língua oficial de: Monsenhor Tabosa (município do Brasil, cooficial)
São Gabriel da Cachoeira (município do Brasil, cooficial)

Estado do Amazonas (cooficial)[4]

Regulado por: Academia da Língua Nheengatu (recente)
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: sai (B)tup (T)
ISO 639-3: yrl
Em verde, lugares do Brasil, a Colômbia e a Venezuela onde há falantes de nheengatu

O nheengatu (nheengatu: [ɲe.ʔẽ.ɡa.ˈtu], português: [ɲe.ẽ.ɡa.ˈtu]), também conhecido como tupi moderno, é uma língua indígena pertencente à família tupi-guarani, mais especificamente do tronco tupi. Esse idioma, surgido no século XIX, tem origem na língua geral amazônica, que, por sua vez, proveio do tupi antigo.[5][6] O nheengatu também é referido em menor grau por uma grande variedade de nomes, incluindo nenhengatu,[7] nhengatu,[8] nyengatu,[9] tupi amazônico,[10] waengatu,[8] ñe'engatu (este último em espanhol),[8] entre outros.

O nheengatu desenvolveu-se originalmente como língua franca em aldeamentos nos estados do Maranhão e do Pará. Ele começou a se formar naturalmente por meio do contato entre os tupinambás, falantes da língua tupi antiga, e indígenas de outros idiomas e etnias, além dos missionários jesuítas, responsáveis por seus aldeamentos.[6] Em sua evolução, sofreu diversas transformações por influência do português e de outras línguas indígenas, as quais implicaram, a título de exemplo, a perda de alguns fonemas exclusivos do tupi antigo.

O idioma é atualmente falado por milhares de indígenas e ribeirinhos na Amazônia, principalmente na bacia do rio Negro[11]. O nheengatu está, de acordo com a Unesco, severamente ameaçado.[12]

Em 2023, foi declarada língua oficial do Amazonas, juntamente com outras 15 línguas indígenas.[13]

Seu nome procede da composição entre as palavras tupis nhe'enga ("língua", "idioma", "linguagem") e katú ("bom", "boa"), significando portanto "língua boa", devido à sua importância como língua franca na região Norte do Brasil durante o período colonial.[5][14][15] A língua passou a ser referida por este nome apenas no século XIX, possivelmente a partir da obra de Couto de Magalhães em 1876;[16][17] antes disso, a língua era chamada de tupinambá, língua geral ou língua brasílica.[14]

Distribuição

[editar | editar código-fonte]

O nheengatu está presente em toda a região do Rio Negro entre os povos baníua, baré e warekena, entre outros, principalmente no território do municipio de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, no Brasil, onde, desde 2002 é um dos idiomas oficiais (juntamente de baníwa, tukano e português).[18] Além disso, é falado também na região do Baixo Amazonas (no estado do Amazonas), entre os povos sateré-maué, maraguá e mura, e no Baixo Tapajós (no estado do Pará) onde está sendo revitalizado entre os diversos povos da região, como o povo borari[19] e o povo tupinambá,[20] e também entre os próprios ribeirinhos.

O nheengatu compartilha semelhanças com um grupo de línguas e dialetos da família tupi-guarani, tais como tupinambá, cocama, cocamilla, omaguá e paulista (a língua paulista, apesar das semelhanças, possui influências da língua espanhola e mais proximidade com o guarani do que com o nheengatu).[21] Este grupo é caracterizado principalmente pelos seguintes fenômenos em relação ao proto-tupi-guarani:[22]

  • conservação de consoantes finais;
  • fusão de tx e ts, manifestados como ts ou s;
  • conservação de pw;
  • conservação de pj;
  • conservação de acentos.

A formação da Língua Geral Amazônica está ligada ao início da colonização nas terras do Grão-Pará em 1616, ano em que as primeiras tropas portuguesas estabeleceram-se na região da Costa do Salgado, fundando o Forte do Presépio. Chegando lá, os colonizadores tiveram contato com a variante do tupinambá falada na região. Assim, os aldeamentos jesuítas no estado do Grão-Pará e Maranhão tomaram essa variante como língua franca de seus aldeamentos e do seu catecismo. Assim, a língua acabou servindo como língua de contato entre povos indígenas de diversas etnias, caboclos e brancos.

Primeira página da Arte de Gramática da Língua Brasílica.

Conforme os aldeamentos passaram a subir os rios amazônicos e a reduzir os diferentes grupos indígenas (ou seja, conduzi-los às reduções jesuíticas), a língua foi perdendo o caráter de idioma étnico dos tupinambás e transformando-se num vernáculo supraétnico. Com isso, o idioma teve sua tipologia gradativamente afastada daquela do idioma dos tupinambás, devido, justamente, às influências resultantes de constantes contatos com outros sistemas linguísticos.[14] Esse processo foi paralelo ao desenvolvimento, no litoral do centro-sul, da língua geral paulista.[23]

A língua geral amazônica foi inicialmente fomentada pela Coroa Portuguesa e tomada como língua oficial na Capitania no período 1689–1727, apos o que começaram as tentativas de portugalização. Uma carta régia de 1727, por exemplo, proíbe o uso da língua nas povoações e aldeias de repartição, determinando que tanto os moradores quanto os missionários organizassem o ensino do português a indígenas. Após a Guerra dos Cabanos (1835 e 1840),[24] o processo de supressão da língua tornou-se especialmente violento: metade da população masculina do Grão-Pará (Amazônia) foi assassinada na guerra e quem era flagrado falando em nheengatu era castigado; se fosse indígena não contatado, era batizado por padres e ganhavam seus sobrenomes portugueses em certidões, uma vez que os próprios padres eram seus padrinhos. Foi também neste processo que os nomes de muitos lugares tiveram seus nomes trocados de nheengatu para nomes de lugares e cidades de Portugal, tais como Belém (antiga Tupinambá Mairi), Santarém (antiga Aldeia dos Tapajós), Aveiro (antiga Aldeia dos Mundurucus), Barcelos (antiga Missão de Mariuá), Óbidos (antiga Missão dos Pauxis), Faro (antiga Aldeia dos Jamundás) e Alenquer (antiga Surubiú).[carece de fontes?]

O Diretório dos Índios, principal legislação de administração lusitana dos povos originários no século XVIII, publicado em 1757 por ingerência do Marquês de Pombal, o nheengatu tornou a ser proibido. O parágrafo 7 dessa legislação apontava que "[...] Não consentindo por modo algum, que os Meninos e as Meninas, e todos aqueles Índios que forem capazes de instrução usem da língua própria de suas Nações, ou a chamada geral, mas unicamente da Portuguesa"[25]. A imposição da Língua Portuguesa e a proibição do nheengatu, a “língua geral”, não mais se constituiu em um ferramenta de salvação da alma do nativo, e sim na afirmação da soberania metropolitana em um período de consolidação das fronteiras nortistas[26].

Todo esse esforço, contudo, gerou pouco efeito prático. O número de falantes de outras línguas superava imensamente os colonos portugueses na Amazônia, tanto que os próprios portugueses se adequaram a língua nativa. Para se falar ou conversar na colônia do Grão Pará tinha que usar o nheengatu, caso não o fizesse, ficaria falando sozinho uma vez que ninguém usava o português, a não ser no palácio governamental em Belém e entre os próprios portugueses.[16][24]

Assim, ao longo do século XVIII, a também conhecida como língua brasílica se expandiu ao longo de diferentes rios e se desenvolveu em diferentes variedades.[24] Foi a partir do século XIX que passou a ser utilizado o nome nheengatu, possivelmente criado por Couto de Magalhães em 1876.[16][17]

Baseando-se na análise de documentos do século XIX, Felix reconhece 11 variedades da língua na época: Solimões, Juruá, Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Tapajós, Baixo Tocantins, Monte Alegre, Ereré, Santarém, Mudurukú e Mawé.[17][27] O nheengatu continuou a evoluir, quando se expandiu na região do Alto Rio Negro. Houve contato com outros idiomas como marawá, baníua, warekana, tucano e dâw.[28]

No final do século XIX, a conquista da língua portuguesa se consolidou, mas o nheengatu não desapareceu.[29] Ficou enraizado no linguajar do amazônida, no sotaque dos ribeirinhos e nos povos indígenas do rio negro, baixo amazonas ainda que em risco de desaparecer. Mas com o projeto Motorola para a tradução da língua na telefonia,[30][31] a língua retornou ao engajamento protagonista e em 2020, professores e ativistas da língua nas três variantes se uniram em prol da criação de uma academia, a Academia da Língua Nheengatu,[32] para regularizá-la, padronizá-la em três vertentes e assim reconquistar parte do espaço perdido e em busca do lugar que lhe foi tirado, o de língua mãe que é a cara a identidade da Amazônia.

Atualmente, o nheengatu ainda é falado por cerca de 73,31% dos 29,9 mil habitantes de São Gabriel da Cachoeira, no Brasil (Censo IBGE 2000), cerca de 3 000 pessoas na Colômbia e 2 000 pessoas na Venezuela, especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana).[33] Para além disso, é a língua materna da população cabocla e mantém o caráter de língua de comunicação entre indígenas e não-indígenas, ou entre indígenas de diferentes línguas. Constitui, ainda, um instrumento de afirmação étnica de povos indígenas amazônicos que perderam suas línguas nativas, como os barés, deos arapaços, os baniuas, os uarequenas e outros.

O nheengatu é uma das quatro línguas oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do estado do Amazonas, no Brasil.[34]

É possível a existência de cerca de 19 000 falantes de nheengatu em todo o mundo, de acordo com The Ethnologue (2005),[35] embora alguns jornalistas tenham relatado até 30 000.[36][37] A linguagem recuperou recentemente algum reconhecimento e destaque depois de ter sido suprimida por muitos anos. É falado na região do Alto Rio Negro, no estado do Amazonas, na Amazônia brasileira e em partes vizinhas da Colômbia e Venezuela. É a língua nativa da população rural da área e também é usada como uma linguagem comum de comunicação entre indígenas e não-indígenas e entre indígenas de diferentes povos.

Em 1998, o professor da Universidade de São Paulo, Eduardo de Almeida Navarro, fundou a organização Tupi Aqui, dedicada a promover o ensino do tupi e nheengatu históricos em escolas de ensino médio de São Paulo e em outros lugares do Brasil.[38][39] O professor Navarro escreveu um livro didático para o ensino de nheengatu que o Tupi Aqui disponibiliza, juntamente com outros materiais didáticos, em um site hospedado pela Universidade de São Paulo.[40]

Em dezembro de 2002, o nheengatu ganhou o status de idioma oficial ao lado do português no município de São Gabriel da Cachoeira, Brasil, onde muitos falantes estão concentrados, de acordo com a Lei Municipal n.º 145/2002.[38]

O nheengatu no nordeste brasileiro

[editar | editar código-fonte]

Sabe-se que o nheengatu teve origem no tupinambá amazônico, variante tupi localizada mais precisamente no Maranhão, que durante a colonização portuguesa, fez parte do estado do Grão Pará e Maranhão.[41] Desde então, se entende o nheengatu também como cultura maranhense. O que poucos citam é a presença do nheengatu no nordeste brasileiro propriamente falando. Principalmente Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Assim surgiu o caso do município de Monsenhor Tabosa que oficializou o idioma nheengatu como língua cooficial no município e planejar adotar a língua nas escolas municipais. Como diz o jornal local: "A câmara municipal de Monsenhor Tabosa aprovou por unanimidade um projeto de lei que reconhece a língua nativa tupi-nheengatu como língua cooficial do município. O texto legal já foi sancionado pelo prefeito Salomão de Araújo Souza, que é descendente dos povos indígenas".

Para Teka Potiguara, líder comunitária e antropóloga, a decisão valoriza o reconhecimento das identidades, da memória e da história dos povos indígenas do Ceará.

"Aqui em Monsenhor Tabosa, nós temos cerca de 4 mil descendentes de povos indígenas das etnias Potiguara, Tabajara, Gavião e Tubiba Tapuia e sei que esta ação tem um reflexo muito importante, tanto para o tempo presente quanto para as próximas gerações", pontua Teka, que pesquisa e escreve sobre a língua Tupi-nheengatu há mais de 20 anos. "Nós, povos indígenas, estamos sistematizando uma língua que nunca morreu e que, inclusive, é de onde vem a maioria dos nomes dos municípios cearenses. É uma grande conquista do nosso povo oficializar a língua Tupi-nheengatu e conseguir levar seu ensino também para as escolas da rede municipal, para além das escolas indígenas".[42][43]

Projetos de documentação do idioma

[editar | editar código-fonte]

Agências de documentação de idiomas (como SOAS, Museu do Índio, Museu Goeldi e Dobes) atualmente não estão envolvidas em nenhum projeto de documentação de idiomas para o nheengatu. No entanto, as pesquisas sobre o nheengatu realizadas por Moore (1994) foram apoiadas pelo Museu Goeldi e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e financiadas pela Society for the Study of the Indigenous Languages of the Americas (SSILA) e pela Inter-American Foundation. Neste estudo, Moore se concentrou nos efeitos do contato com a língua e em como o nheengatu evoluiu ao longo dos anos com a ajuda de um informante que falava nheengatu. Moore (2014) pede a "localização e documentação dos dialetos modernos de nheengatu", devido ao risco de extinção.[44]

Academia da Língua Nheengatu

[editar | editar código-fonte]

Realizado por professores indígenas e ativistas da língua, a Academia da Língua Nheegatu cujo objetivo é de reconquistar o espaço perdido pelo nheengatu durante os anos de proibição no século XVIII e XIX e no sobrepujamento do Português sobre o Nheegatu já no século XX durante o Ciclo da Borracha,[29] e alavancar seu aprendizado em meio a indígenas e não indígenas num contexto contemporâneo e moderno já no século XXI. O projeto Motorola deu o pontapé inicial para o grupo de ativistas o que culminou com a criação da Academia, de forma on-line por conta da pandemia de COVID-19, o que impediu de haver reuniões presenciais numa capital próxima, ou seja, Manaus.

Escolhido os patronos das 25 cadeiras, quatro pessoas fazem parte da diretoria, entre eles Edson Baré, seu primeiro presidente. As mesmas cadeiras são organizadas por região: 10 pertencem aos falantes do yẽgatu, sete pertencem aos falantes do nheengatu tradicional, sete cadeiras são direcionadas aos falantes do nheengatu tapajoawara e 3 ultimas cadeiras são reservadas a falantes do nheengatu que não pertença as três regiões.[45]

A cidade fórum é a cidade de Manaus, e as sedes da Academia são Manaus e Santarém.[45]

Os sons do nheengatu passaram por um processo de aportuguesamento. Por exemplo, perderam-se como fonemas a vogal central fechada não-arredondada [ɨ], a sua versão nasal, e a consoante conhecida como pausa glotal [ʔ] (indicada ortograficamente por um apóstrofo), que não estão presentes no português.

Não há um consenso acerca das consoantes do nheengatu, já que alguns autores consideram contornos e aproximantes como fonemas. Consoantes entre parênteses representam estes sons.[46]

Fonemas consonantais da língua nheengatu[46]
Bilabial Alveolar Pós-alveolar Palatal Velar Glotal
Plosiva Desvozeada p t () k (ʔ)
Vozeada b d ɡ
Pré-nasal (ᵐb) (ⁿd) (ᵑɡ)
Nasal m n ɲ
Fricativa s ʃ
Vibrante ɾ
Aproximante (w) (j) ()

O sistema de vogais do nheengatu se assemelha ao do tupinambá, sendo que as vogais /ܺܺɨ/ e /o/ não são presentes, graças a transformações fonológicas que as fundiram com as vogais /i/ e /u/ respectivamente, tal como suas contrapartes nasais.[46]

Fonemas vocálicos da língua nheengatu[46]
Vogais orais
Anterior Central Posterior
Fechada i u
Média e
Aberta a
Vogais nasais
Anterior Central Posterior
Fechada ĩ ũ
Média
Aberta ã

Nheengatu tapajowara

[editar | editar código-fonte]

A variante do Tapajós, vinculada aos povos boraris, arapiuns, tapajós dentre outros também teve sua convecção, onde a organização de professores indígenas (ao todo mais de duzentos docentes) tem feito de tudo para alavancar a língua nheengatu na região, inclusive com a produção do livro Nheengatu tapajowara em que abordam uma ortografia própria mais aproximada com a de Casanovas, porém, um meio termo entre o nheengatu do rio Negro e o nheengatu tradicional.[47]

Nova ortografia

[editar | editar código-fonte]

Abaixo está listada a nova ortografia que vem sendo utilizada em cursos e teses:[48][49]

  • Todas as palavras oxítonas recebem acento agudo, ex: yasí; wará; asú; yuká; eré.
  • As palavras paroxítonas geralmente não são acentuadas.
  • As palavras proparoxítonas são sempre acentuadas, ex: pitérupi.
  • Os hiatos I e U são acentuados graficamente em qualquer posição, ex: kuíri; suú.
  • Quando um ditongo for antecedido por uma vogal, acentua-se a vogal tônica I ou U do ditongo, ex: tapayúna; kumaíwa.
  • Acentuam-se todos os ditongos em posição final, ex: yeréu; umundéu, akayú, yukáu.
  • K é usado no lugar de QU ou de C antes de A ou U.
  • S nunca tem som de Z, mas sempre de Ç ou SS, ex: asú (leia açú) — vou
  • R é sempre brando, como em "marido".
  • G tem sempre o som gutural e nunca som de J: upurungitá (leia upurunguitá)
  • W é usado no lugar de U nos ditongos crescentes (semivogal + vogal), ex: watá; wirá; yawí.
    • Nos ditongos decrescentes (vogal + semivogal) é utilizado U e não W yeréu; kwáu.
  • Y é usado no lugar de I nos ditongos crescentes (semivogal + vogal), ex: yara; yasí; yurá.
    • Nos ditongos decrescentes (vogal + semivogal) é utilizado I e não Y: ukái; suikiri, taité.
  • NT, no início da palavra, que ocorre somente na forma nti (não), é pronunciado como T: nti (leia ti).
  • Todas as vogais têm as suas correspondentes nasais: ã, , ĩ, ũ.
  • Há uma tendência de certos fonemas nasais tornarem-se orais:
    • paranã > paraná — rio
    • nhaã > nhaá — aquele (a)
    • irũmu > irúmu — com

Existem oito classes gramaticais na língua nheengatu: substantivos, adjetivos, verbos, advérbios, posposições, pronomes, demonstrativos e partículas.[44][46]

O sistema de pronomes do nheengatu consiste em pronomes pessoais, anafóricos e demonstrativos. Os pronomes pessoais abrangem apenas a primeira e segunda pessoas, enquanto os pronomes anafóricos derivam de (etimologicamente um demonstrativo). Além disso, há também os índices de pessoa estativa, que podem se unir ao sujeito, a uma posposição ou a um verbo.[46]

Os pronomes pessoais variam em número e pessoa, sem distinção de gênero.[40][46]

Pronomes pessoas
Singular 1ª pessoa ixé
2ª pessoa indé
Plural 1ª pessoa yandé
2ª pessoa penhẽ

Além dos pronomes pessoais, há os pronomes anafóricos (singular) e ainta (plural). O pronome (singular) no caso, deriva etimologicamente de um demonstrativo. Por serem anafóricos, podem designar o que, no português, é a 3ª pessoa.[46]

Exemplos:

  • Ixé kurumin = eu (sou) menino (pronome pessoal + substantivo)
  • Yandé yasasá puranga = nós passamos bem (pronome pessoal + verbo)
  • Indé puranga = tu és bonito(a) (pronome pessoal + adjetivo)

No sistema de nomes substantivos da língua nheengatu, as duas maiores divisões são determinadas por substantivos relativos ou autônomos e pelo parâmetro contável ou não-contável.[46]

Os substantivos relativos são determinados por uma entidade cuja existência implica a existência de outra entidade. Tais substantivos exigem um complemento associado a eles, relativo à entidade que é obrigatoriamente associada ao mesmo. Os principais exemplos são substantivos de parentesco, partes do corpo, relações sociais, propriedades, localização e relações de parte e todo.[46]

Os substantivos autônomos por outro lado não necessitam de um complemento associado a eles, sendo optativo para o contexto do falante. Qualquer substantivo que não implique a existência de outro é autônomo, tais como mulher, faca, terra, farinha, animal, entre outros.[46]

Os substantivos contáveis são aqueles compatíveis com determinantes de quantificação, tais como numerais e advérbios de intensidade. Estes nomes em sua maioria podem ser contados de forma discreta, ou seja, específica.[46]

Os substantivos não-contáveis não podem ser acompanhados de numerais ou outros determinantes de quantificação. Substâncias como água, farinha, piaçava, entre outras, normalmente são quantificadas usando wasu (aumentativo) ou o verbo buwa (ser abundante)[46]

O nheengatu não distingue entre adjetivos qualificativos e predicativos. Por isso, tanto "o menino bonito" (adjetivo qualificativo) e "o menino é bonito" (adjetivo predicativo) são escritos da mesma forma: kurumin puranga. Cabe lembrar que o nheengatu não possui um equivalente ao verbo ser, em português.[40]

O sistema de verbos do nheengatu é simples, sendo que a principal divisão é dada por verbos transitivos e intransitivos. Os verbos intransitivos por sua vez podem ser divididos em estáticos e dinâmicos, e cada um exige um conjunto diferente de índices de pessoa. Por fim, os verbos não flexíveis definem propriedade físicas, sendo análogos aos adjetivos da língua portuguesa, e sua pessoa é marcada pelo sujeito da sentença.[46]

Neste sistema não há marcação de tempo, modo ou aspecto. Tais marcações são definidas no início de um rema, independentemente da classe a que estiverem associadas. Também não há marcação de evidencialidade, que é definida por um clítico. No entanto, a maioria dos verbos é acompanhada de um índice de pessoa.[46]

Índices de pessoa do nheengatu
Estativo Dinâmico
Singular 1ª pessoa se- a-
2ª pessoa ne- re-
3ª pessoa yane- ya-
Plural 1ª pessoa pe- pe-
2ª pessoa i- ou s- u-
3ª pessoa ta- tau- ta- tu-
  • Verbos Transitivos
    • a-u (eu comi)
    • re-u (tu comestes)
    • u-u (ele comeu)
  • Verbos Intransitivos
    • Dinâmicos
      • a-kiri (eu dormi)
      • re-kiri (tu dormistes)
      • u-kiri (ele dormiu)
    • Estativos
      • Flexíveis
        • se-rurí (estou feliz/ eu sou feliz)
        • ne-rurí (estáis feliz/ tu és feliz)
        • ta-rurí (estão felizes/ eles são felizes)
      • Não flexíveis
        • ixé pukú (eu sou comprido)
        • indé pukú (tu és comprido)
        • aé pukú (ele é comprido

Posposições

[editar | editar código-fonte]

O nheengatu apresenta posposições. Estas apresentam as mesmas funções das preposições, mas se diferem por virem depois do termo regido.[40]

Exemplos de posposições
Posposição Tradução Exemplo (segundo Navarro)[40] Tradução
upé em (lugar) Pedro uikú paranã upé Pedro está no rio
supé para, a (uma pessoa) aé unheẽ Maria supé Maria diz para Pedro
kití para, a (lugar) Pedro usí igarapé kití Pedro vai ao igarapé
irúmu com Pedro uikí Maria irúmu Pedro está com Maria

As sentenças do nheengatu seguem, na maioria das vezes, a ordem sujeito–verbo–objeto (SVO). No entanto, existem algumas variações nesse formato devido, principalmente, à tematização do objeto e do sujeito.[46]

No nheengatu, quase todas as entradas lexicais podem assumir a função de predicado. Graças a isso, é possível formar predicados não-verbais com certa facilidade. São reconhecidos três tipos de orações com predicados não-verbais: existenciais, nominais — inclusivas e equativas — e adverbiais.[46]

Exemplos de orações não-verbais

  • ixé kurripaku (Eu sou kurripaku / [literalmente: Eu kurripaku])
  • kwá Bento yane-profesor (Nosso professor é este Bento / [literalmente: este Bento nosso professor])

Exemplos de orações verbais

  • a-piripana nhaã uka (Eu comprei aquela casa)
  • indé re-kuntai amú nheenga (Você fala outra língua)

O pequeno príncipe

[editar | editar código-fonte]

A seguir, um trecho inicial do livro O pequeno príncipe em nheengatu, seguido do mesmo trecho em português:[50]

nheengatu português
Muruxawamirĩ

Mairamé arikú puyepé akayú amaã, yepé ara, yepé sangawa amurupí retana, yepé papera resé kaawasú resewara sera waá Mbeusawa uyusasá ana waá-itá. Aé umukameẽ yepé buyawasú umukuna uikú waá yepé suú kaapura. Xukúi sangawa.

O pequeno príncipe

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, Histórias Vividas, uma imponente gravura. Representava ela uma jiboia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho.

A seguir estão os numerais cardinais e ordinais de 1 a 10.[48][51]

Numeral Cardinal Ordinal
1 yepé yepesawa
2 mukũi mukũisawa
3 musapiri musapirisawa
4 irundí irundisawa
5 yepepú yepepusawa
6 puyepé puyepesawa
7 pumukũi pumukũisawa
8 pumusapiri pumusapirisawa
9 puirundí puirundisawa
10 mukũipú mukũipusawa

Amostras de texto

[editar | editar código-fonte]

A seguir estão algumas amostras de texto em nheengatu.

Pedro Luiz Sympson, 1876
A! xé ánga, hu emoté i Iára. / Xé abú iu hu rori ána Tupã recé xá ceiépi. / Maá recé hu senú i miaçúa suhi apipe abasáua: / ahé recé upáem miraitá hu senecáre iché aié pepasáua. / Maá recé Tupã hu munha iché áramau páem maá turuçusáua, / i r'ira puranga eté. / Y ahé icatusáua xé hu muçaim ramé, r'ira péaca upáem r'iapéaca ramé, maá haé aitá hu sequéié.
Pe. Afonso Casanovas, 2006
Aikwé paá yepé tetama puranga waá yepé ipawa wasú rimbiwa upé. Kwa paá, wakaraitá retama. Muíri akayú, paá, kurasí ara ramé, kwá uakaraitá aywã ta usú tawatá apekatú rupí. Muíri viaje, tausú rundé, aintá aría waimí uyupuí aitá piripiriaka suikiri waá irũ, ti arã tausaã yumasí tauwatá pukusawa.
Eduardo de Almeida Navarro, 2011
1910 ramé, mairamé aé uriku 23 akaiú, aé uiupiru ana uuatá-uatá Amazônia rupi, upitá mími musapíri akaiú pukusaua. Aé ukunheséri ana siía mira upurungitá uaá nheengatu, asuí aé umunhã nheengarisaua-itá marandua-itá irúmu Barbosa Rodrigues umupinima ana uaá Poranduba Amazonense resé.
Aline da Cruz, 2011
A partir di kui te, penhe nunka mais pesu pekuntai aitekua yane nheenga. Yande kuri, mira ita, yasu yakuntai. Ixe kuri asu akuntai perupi. Ixe kua mira. Ixe asu akuntai perupi. Penhe kuri tiã pesu pekuntai. Pepuderi kuri penheengari yalegrairã yane felisidaderã.
Trecho do livro Yasú Yapurũgitá Yẽgatú, 2014
Se mãya uyutima nãnã kupixawa upé. Nãnã purãga yaú arama yawẽtu asuí purãga mĩgaú arama yuiri. Aikué siya nãnã nũgaraita. Purãga usemu mamé iwí yumunaniwa praya irúmu.
Roger Manuel López Yusuino (nheengatu venezuelano), 2013
Tukana aé yepé virá purangava asoi orikú bando ipinima sava, ogustari oyengari kuemaite asoi osemo ara ramé osikari arama ombaó vasaí iyá. Tukana yepé virá porangava yambaó arama asoi avasemo aé kaáope asoi garapé rimbiva ropí.
Eduardo de Almeida Navarro, 2016
Aé 1910 ramé, mairamé aé urikú 23 akayú, uyupirú ana uwatá-watá Amazônia rupí, asuí upitá mimi musapiri akayú pukusawa. Aé ukunheseri ana siía mira upurungitá waá nheengatu, asuí aé umunhã nheengarisawa-itá marandua-itá irúmu Barbosa Rodrigues umupinima ana waá Poranduba Amazonense resé.[48]

Constituição brasileira de 1988

[editar | editar código-fonte]

A seguir está o Artigo 231 do Capítulo XVIII, denominado "Dos Índios", do Título VIII da Constituição Federal do Brasil em sua versão oficial[52] no nheengatu com seu equivalente no português.[53][54]

Nheengatu Português
Art. 231.

Guvernu umaã indio ta resé, mayê ta umuyã ta yumuatiri sa arã, ta rikusái ta resé, ta nheenga tá resé, ta ruyari sa asui maã taãmusasá waitá ta raíra u rayera ta supé, asui iwí resé waára mamé ta raãumuyã ambira tá taikú uikú waá kuxiíma suiwaára, yawéwa rupí Uniãutẽ umukamé, ũbeu amú ta supé yãindigena ta iwí, papéra rupí, asui usú umuyakũta iwí resé, ti aáram ne mayê míra ta tayuíri ta wiké ápe.

Art. 231.

São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Tentativas de resgate do idioma

[editar | editar código-fonte]

O nheengatu está, de acordo com a Unesco, severamente ameaçado.[55] Um dos aliados para a revitalização deste idioma é a tecnologia. Por exemplo, a estudante Suellen Tobler, da Universidade Federal do Oeste do Pará, com apoio do governo desse estado e de professores de escolas indígenas, foi responsável pelo lançamento de um aplicativo gratuito chamado Nheengatu App, cujo estilo de ensino se assemelha ao do Duolingo.[56][57][58] Outra iniciativa que ajuda a resgatar a língua é o Projeto Motorola. Com efeito, desde 2021 o nheengatu é uma das possíveis opções de língua para aqueles que utilizam os celulares da empresa atualizados com Android 11.[59][60][61][62]

  • Ermanno Stradelli
  • Referências

    1. CRUZ, Aline da (2011). Fonologia e gramática do nheengatu: a língua geral falada pelos povos baré, warekena e baniwa. Amsterdã: Landelijke Onderzoekschool Taalwetenschap. p. 47. 652 páginas. ISBN 9789460930638. Cópia arquivada em 9 de maio de 2021 
    2. «Nhengatu». Ethnologue. Consultado em 27 de março de 2022. Cópia arquivada em 28 de novembro de 2021 
    3. CRUZ, Aline da (2011). Fonologia e gramática do nheengatu: a língua geral falada pelos povos baré, warekena e baniwa. Amsterdã: Landelijke Onderzoekschool Taalwetenschap. p. 1, 2 e 3. 652 páginas. ISBN 9789460930638. Cópia arquivada em 9 de maio de 2021 
    4. https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/07/21/amazonas-passa-a-ter-16-linguas-indigenas-oficiais-saiba-quais-sao.ghtml#:~:text=A%20partir%20da%20nova%20legisla%C3%A7%C3%A3o%2C%20as%20l%C3%ADnguas%20oficiais,6%20Marubo%2C%207%20Matis%2C%208%20Matses%2C%20Mais%20itens
    5. a b NAVARRO, Eduardo de Almeida (2013). Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global. p. 337. 680 páginas. ISBN 9788526019331 
    6. a b NAVARRO, Eduardo de Almeida (1 de dezembro de 2012). «O último refúgio da língua geral no Brasil». Universidade de São Paulo. Estudos Avançados. 26 (76): 245. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/S0103-40142012000300024. Consultado em 21 de abril de 2022. Cópia arquivada em 14 de maio de 2021 
    7. «Nenhengatu». Michaelis On-line. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 6 de abril de 2022 
    8. a b c «Nhengatu». Glottolog 4.5. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 11 de julho de 2021 
    9. NETO, Antonio Fernandes Goes (2015). O Novo Testamento em nyengatu (1973): um capítulo na história das traduções bíblicas para línguas indígenas. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 217 páginas. Cópia arquivada em 13 de julho de 2020 
    10. TUFFANI, Eduardo (2011). «Revisão de um compêndio de tupi antigo». Academia Brasileira de Filologia. Revista da Academia Brasileira de Filologia (9): 58 e 59. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 7 de maio de 2021 
    11. BESSA-FREIRE, José Ribamar (2003). Da língua geral ao português: para uma história dos usos sociais das línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: [s.n.] pp. 48–56  line feed character character in |título= at position 65 (ajuda)
    12. MOSELEY, Christopher; NICOLAS, Alexandre (2010). Atlas of the World's Languages in Danger. Paris: Unesco. p. 174 e 175. 222 páginas. ISBN 9789231040962. Cópia arquivada em 4 de abril de 2022 
    13. «Estado do Amazonas passa a ter 16 línguas indígenas oficiais». em.com.br 
    14. a b c AVILA, Marcel Twardowsky (2021). Proposta de dicionário nheengatu–português. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. pp. 381, 382, 567, 568 e 569 
    15. ROBL, Affonso (1976). «Os momentos do tupi». Universidade Federal do Paraná. Revista Letras (25): 4. Consultado em 28 de março de 2022 
    16. a b c RODRIGUES, Aryon Dall'agna (1996). As línguas gerais sul-americanas. [S.l.]: PAPIA. pp. 6–18 
    17. a b c Cruz, Aline da (2015). «The rise of number agreement in Nheengatu». Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas (em inglês): 419–439. ISSN 1981-8122. doi:10.1590/1981-81222015000200011. Consultado em 7 de maio de 2022 
    18. «G1 > Brasil - NOTÍCIAS - Município do Amazonas oficializa línguas indígenas». g1.globo.com. Consultado em 21 de abril de 2022 
    19. «Indígena ensina língua proibida pelos portugueses na paradisíaca Alter (PA)». tab.uol.com.br. Consultado em 18 de outubro de 2022 
    20. Jesus, Hudson Romário Melo de (31 de janeiro de 2022). «Yâdé Kiirîbawa Yepé Wasú! Uma reflexão sobre a luta Tupinambá em defesa de seu território». Revista Arqueologia Pública: e022001–e022001. ISSN 2237-8294. doi:10.20396/rap.v17i00.8666579. Consultado em 18 de outubro de 2022 
    21. BARBOSA, A. Lemos (1956). Curso de tupi antigo1. [S.l.: s.n.] p. 12 
    22. Rodrigues, Aryon Dall'Igna (18 de abril de 2013). «Relações internas na família linguística Tupí-Guaraní». Revista Brasileira de Linguística Antropológica. Relações internas na família linguística Tupí-Guaraní: 238. Consultado em 1 de maio de 2022 
    23. Santos, Bárbara Heliodora L. de Pinheiro; Cruz, Aline da. «Empréstimos Linguísticos do Português para a Língua Geral: século XVII» (PDF). Etnolinguística 
    24. a b c FREIRE, José Ribamar Bessa (2011). A história das línguas na Amazônia 2ª ed. Rio de Janeiro: EDUERJ: Rio Babel 
    25. «DIRETÓRIO DOS ÍNDIOS (1755) - Texto integral». www.juliomelatti.pro.br. Consultado em 30 de agosto de 2023 
    26. DOMINGUES, Ângela (2000). Quando os índios eram vassalos: colonização e relações de poder no Norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: [s.n.] pp. 210–212 
    27. FELIX, Maria Ivanete de Santana. (2002). A Língua Geral Amazônica: contribuição para o estudo de suas variedades dialetais faladas ao longo do Rio Amazonas e seus tributários no século XIX. (Dissertação de Mestrado). UFPA 
    28. Povos indígenas do Rio Negro : uma introdução à diversidade socioambiental do noroeste da Amazônia brasileira : mapa-livro. Aloisio Cabalzar, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, Instituto Socioambiental 3a. atualizada ed. São Gabriel da Cachoeira, AM, Brasil: FOIRN. 2006. OCLC 568194076 
    29. a b NAVARRO, Eduardo & ÁVILA, Marcel & TREVISAN, Rodrigo. (2017). O Nheengatu, entre a vida e a morte: a tradução literária como possível instrumento de sua revitalização lexical. Revista Letras Raras. 6. 9. 10.35572/rlr.v6i2.768.
    30. «Motorola adiciona idiomas indígenas do Brasil e da Amazônia em seus celulares». Canaltech. 25 de março de 2021. Consultado em 27 de outubro de 2021 
    31. Digital, Olhar (25 de março de 2021). «Celulares Motorola ganham suporte a idiomas indígenas ameaçados de extinção». Olhar Digital. Consultado em 27 de outubro de 2021 
    32. «Academia quer reviver o nheengatu, a língua perdida dos indígenas da Amazônia - Brasil». Estadão. Consultado em 29 de março de 2022 
    33. EtnólogoNheengatu http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=yrl |url= missing title (ajuda) .
    34. Martin, Flávia; Moreno, Vitor. «Na Babel brasileira, português é 2ª língua». Folha de S. Paulo. Consultado em 30 de outubro de 2012. Arquivado do original em 4 de junho de 2012 
    35. «Nhengatu». Ethnologue (em inglês). Consultado em 15 de maio de 2022 
    36. Rohter, Larry (28 de agosto de 2005). «Language Born of Colonialism Thrives Again in Amazon». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 15 de maio de 2022 
    37. Angelo, Claudio (dezembro de 1998). «A língua do Brasil». Super Interessante. Consultado em 5 de dezembro de 2013 
    38. a b Alves. "Ñe'éngatu" em guaraní significa "falar demais" ou alguém que fala demais. .Jr, Ozias (2010). Parlons Nheengatu: Une langue tupi du Brésil. Paris: L'Harmattan. ISBN 978-2-296-13259-7 
    39. «Cursos de Tupi Antigo e Lingua Geral». Consultado em 5 de dezembro de 2013 
    40. a b c d e Navarro, Eduardo de Almeida (2011). CURSO DE LÍNGUA GERAL  (NHEENGATU OU TUPI MODERNO)  A LÍNGUA DAS ORIGENS DA CIVILIZAÇÃO  AMAZÔNICA    (1ª edição) (PDF). São Paulo: [s.n.] 
    41. MULLER, Jean-Claude; DIETRICH, Wolf; MONSERRAT, Ruth; BARROS, Cândida; ARENZ, Karl-Heinz; PRUDENTE, Gabriel (2019). Escrito em Belém. Dicionário de Língua Geral Amazônica diplomática, revisada e ampliada ed. Postdam: Universitätsverlag Postdam, Museu Paraense Emílio Goeldi. ISBN 978-85-61377-99-1 
    42. «Língua nativa de povos indígenas é adotada como cooficial de Monsenhor Tabosa». Governo do Estado do Ceará. 4 de junho de 2021. Consultado em 27 de março de 2022 
    43. «Monsenhor Tabosa adota língua Tupi como cooficial e planeja instituir ensino do idioma nas escolas - Região». Diário do Nordeste. 28 de maio de 2021. Consultado em 27 de março de 2022 
    44. a b Moore, Denny; Facundes, Sidney; Pires, Nádia (1994). «Nheengatu (Língua Geral Amazônica), its History, and the Effects of Language Contact» (em inglês). Consultado em 7 de maio de 2022 
    45. a b «Nheengatu, Aacademia de Língua Nheengatu». Consultado em 30 de março de 2022 
    46. a b c d e f g h i j k l m n o p q Cruz, Aline da (2011). Fonologia e Gramática do Nheengatú. Brasil: LOT. pp. 134–140. ISBN 9789460930638 
    47. Nheengatú Tapajowara (PDF). [S.l.]: UFOPA. 2016 
    48. a b c Navarro, Eduardo (2016). CURSO DE LÍNGUA GERAL (NHEENGATU OU TUPI MODERNO)- A LÍNGUA DAS ORIGENS DA CIVILIZAÇÃO AMAZÔNICA (PDF). [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-912620-2-1 
    49. TWARDOWSKY, MARCEL (2021). Proposta de dicionário nheengatu-português (PDF). [S.l.: s.n.] 
    50. Trevisan, Rodrigo Godinho (2017). «Tradução comentada da obra Le Petit Prince, de Antoine de Saint-Exupéry, do francês ao Nheengatu». USP. Tradução comentada da obra Le Petit Prince, de Antoine de Saint-Exupéry, do francês ao Nheengatu: 60. Consultado em 28 de abril de 2022 
    51. Navarro, Eduardo de Almeida. «Curso de Língua Geral (Nheengatu ou Tupi Moderno)» (PDF). Consultado em 15 de maio de 2022 
    52. «Constituição brasileira é traduzida pela 1ª vez para língua indígena». Agência Brasil. 19 de julho de 2023. Consultado em 31 de julho de 2023 
    53. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Casa Civil da Presidência da República, Brasília, 2023.
    54. BRASIL. Mundu Sa Turusu Waá (Tradução da Constituição da República Federativa do Brasil para a língua indígena Nheengatu). Conselho Nacional de Justiça, Brasília, 2023.
    55. MOSELEY, Christopher; NICOLAS, Alexandre (2010). Atlas of the World's Languages in Danger. Paris: Unesco. p. 174 e 175. 222 páginas. ISBN 9789231040962. Cópia arquivada em 4 de abril de 2022 
    56. ARCANJO, Daniela (9 de novembro de 2021). «Línguas ameaçadas ganham espaço em apps de ensino de idiomas». Folha de S.Paulo. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 29 de março de 2022 
    57. «Aplicativo nheengatu para celular». YouTube. 15 de outubro de 2021. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 29 de março de 2022 
    58. JANSEN, Roberta (20 de janeiro de 2022). «Academia quer reviver o nheengatu, a língua perdida dos indígenas da Amazônia». Estadão. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 10 de janeiro de 2022 
    59. «Línguas indígenas brasileiras podem ser utilizadas em smartphones Motorola». G1. 25 de março de 2021. Consultado em 27 de março de 2022. Cópia arquivada em 29 de março de 2022 
    60. SILVA, Beto (1º de abril de 2021). «Nativos digitais». ISTOÉ DINHEIRO. Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 30 de outubro de 2021 
    61. LYONS, Kim (25 de março de 2021). «Motorola phones will now include endangered languages from Latin America». The Verge (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2022. Cópia arquivada em 6 de abril de 2022 
    62. CANDIDO, Marcos (25 de março de 2021). «Línguas indígenas faladas por milhares estarão disponíveis em celular». ECOA. Consultado em 6 de abril de 2021. Cópia arquivada em 29 de outubro de 2021 
    63. Olimpíada Brasileira de Linguística. «Prova da Fase 1 da Edição Mascate, categoria Regular» (PDF). OBL. Consultado em 7 de maio de 2022 

    Ligações externas

    [editar | editar código-fonte]
    Wikimedia Incubator
    Wikimedia Incubator
    Teste de Wikipédia de Língua nheengatu na Incubadora da Wikimedia

    Ferramentas de estudo

    [editar | editar código-fonte]