Ramal de Aveiro

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Ramal de Aveiro
Estação ferroviária de Águeda
Estação ferroviária de Águeda
Estação ferroviária de Águeda
Comprimento:33,7 km
Bitola:Bitola estreita
Continuation to left Track turning from right
L.ª VougaEspinho
Unknown route-map component "eABZrg" Unknown route-map component "exCONTl"
L.ª VougaViseu
Station on track
0,0 Sernada do Vouga
Unknown route-map component "RP2lg" + Straight track
┤ R. Principal
Transverse water
Bridge over water + Level crossing
Transverse water
Pte de Jafafe × R. Vouga
Unknown route-map component "RP2lf" + Straight track
├ R. Principal
Scenic interest Station on track
2,7 Macinhata do Vouga(museu)
Stop on track
4,7 Carvalhal da Portela
Stop on track
6,4 Valongo-Vouga
Stop on track
8,9 Aguieira
Stop on track
10,1 Mourisca do Vouga
Unknown route-map component "SKRZ-G2u"
× R. José Gustavo Pimenta
Station on track
14,4 Águeda
Unknown route-map component "SKRZ-G4u"
× IC2
Stop on track
17,1 Oronhe
Stop on track
18,3 Casal do Álvaro
Unknown route-map component "RP2q" + Level crossing
× EM601
Stop on track
19,7 Cabanões
Stop on track
21,3 Travassô
Bridge over water
× R. Águeda
Enter and exit short tunnel
T. Eirol
Station on track
23,7 Eirol
Unknown route-map component "SKRZ-G4u"
× A1
Stop on track
25,8 São João de Loure
Station on track
27,8 Eixo
Unknown route-map component "SKRZ-G4o"
× A17
Stop on track
32,5 Esgueira
Unknown route-map component "RP2q" + Level crossing
× EN230
Unknown route-map component "SKRZ-G2u"
× EN584
Unknown route-map component "SKRZ-G2u"
× EN109
Unknown route-map component "CONTu" Straight track
L.ª NortePorto-Campanhã
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "eKRZu" Unknown route-map component "eABZlg"
R. Aveiro-Mar
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "eABZlg" Straight track
R. Canal de São Roque
Right side of cross-platform interchange Left side end station of cross-platform interchange
37,7 Aveiro
Continuation forward
L.ª NorteLisboa-SA

O Ramal de Aveiro é uma ligação ferroviária em bitola métrica, que une as localidades de Sernada do Vouga, na Linha do Vouga, e Aveiro, na Linha do Norte, em Portugal; entrou ao serviço no dia 8 de Setembro de 1911.[1]

Material circulante

Em 1993, este troço era percorrido, regularmente, por automotoras da Série 9300 com reboque, que asseguravam serviços entre Sernada do Vouga e Aveiro.[2]

Obras de arte

Pontes

  • Azurva - 28 m
  • Araújo - 14 m
  • Rio Águeda - 64 m
  • Marnel - 23 m
  • Sernada - 173 m

Túneis

  • Eirol - 74 m

Paisagem

  • Rio Vouga
  • Pateira de Fermentelos

História

Túnel de Eirol, visto da estação epónima.

Planeamento

O empresário Frederico Pereira Palha foi autorizado, pelos alvarás de 11 de Julho de 1889 e 23 de Maio de 1901, a construir e explorar, ou a formar uma empresa com esse fim, uma ligação ferroviária entre as Estações de Torre de Eita, na Linha de Santa Comba Dão a Viseu e Espinho, na Linha do Norte, com um ramal entre Sever do Vouga e Aveiro.[1] Os planos já tinham sido apresentados ao governo em 1897, e foram aprovados no dia 30 de Outubro de 1903, tendo o contrato provisório sido lavrado no dia 25 de Abril de 1904.[1] Em Fevereiro de 1902, previa-se que as obras da então denominada Linha do Valle do Vouga começassem em Março do mesmo ano.[3] A concessão foi, no entanto, trespassada, após ter sido autorizado a tal por um decreto datado de 17 de Março de 1906, para uma nova empresa, a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger; o contrato definitivo com o Estado foi assinado no dia 5 de Fevereiro de 1907.[1] Entretanto, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta tinha feito, em 2 e 18 de Setembro de 1905, várias reclamações, pois a linha planeada detinha um traçado paralelo, a menos de 40 quilómetros de distância de uma parte da Linha da Beira Alta; estas queixas foram indeferidas pelo tribunal arbitral, num acórdão de 30 de Julho de 1908.[1]

Construção e inauguração

A linha até Albergaria-a-Velha entrou ao serviço no dia 1 de Abril de 1908; o troço até Sernada do Vouga e até Aveiro abriu à exploração em 8 de Setembro de 1911.[1]

Criação da Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro e continuação do Ramal de Aveiro

Estação Ferroviária de Águeda, no Ramal de Aveiro.

Na assembleia geral de 7 de Julho de 1923, a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger decidiu transformar-se uma empresa de nacionalidade portuguesa, tendo sido publicados, tendo, em 1 de Abril de 1924, publicado os novos estatutos, criando a Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro, como uma nova entidade; uma divisão da antiga empresa francesa, que realizava a exploração das linhas, também sofreu o mesmo processo, passando a deter o nome de Sociedade Portuguesa.[1]

O contrato de 5 de Fevereiro de 1907 foi modificado pela lei n.º 789, datada de 25 de Agosto de 1917,[4] e novamente em 23 de Agosto de 1918, em relação à cedência de terrenos para a continuação da linha, entre a Estação de Aveiro e o Canal do Cojo, e aos custos de exploração.[1]

Um decreto de 15 de Novembro de 1926 concedeu à Companhia a exploração de um ramal que partisse de Aveiro para norte divergindo para o Canal de São Roque, e seguisse até Ançã passando por Cantanhede, Mira, Ílhavo e Vagos. Desta linha veio a ser construído apenas o primeiro segmento, o Ramal de Aveiro-Mar.[1][5]

Extinção

A lei n.º 2008, publicada em 7 de Setembro de 1945, determinou que o governo começasse a planear a união de todas as concessões ferroviárias em Portugal, de bitolas estreita e larga, numa só, de forma a melhorar a gestão e eficiência desta modalidade de transporte;[6] a escritura de transferência da Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses foi lavrada em 1946, e, no dia 1 de Janeiro de 1947, a Linha do Vouga e o Ramal de Aveiro passaram a ser exploradas por esta empresa.[7]

Século XXI

A circulação nesta linha foi interrompida em Fevereiro de 2010, devido à queda de árvores de grande porte.[8]

Em Fevereiro de 2011, deu-se um atropelamento numa passagem de nível junto à localidade de São Paio de Oleiros, que fez uma vítima mortal e interrompeu a circulação.[9]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 135, 136 
  2. «Concurso Fotografico». Maquetren. 3 (23). 1994. 63 páginas 
  3. «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (339). 42 páginas. 1 de Fevereiro de 1902 
  4. PORTUGAL. Lei n.º 789, de 25 de Agosto de 1917. Ministério do Trabalho e Previdência Social - Repartição de Caminhos de Ferro. Paços do Governo da República
  5. Pedro Zúquete: Linha do Vouga, 2004
  6. PORTUGAL. Decreto n.º 2:008, de 7 de Setembro de 1945.Presidência da República - Secretaria. Publicado no Diário da República n.º 200, Série I, de 7 de Setembro de 1945. Paços do Governo da República.
  7. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 62, 63
  8. «Corte nas linhas ferroviárias do Norte e Vouga devido a queda de árvores- ANPC». Destak. 27 de Fevereiro de 2010. Consultado em 16 de Abril de 2011 
  9. «Septuagenária colhida mortalmente por comboio na Linha do Vouga». Jornal de Notícias. 12 de Fevereiro de 2011. Consultado em 16 de Abril de 2011 

Bibliografia

  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
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Ligações externas