Anarcocapitalismo: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Expansão geral do artigo com informações colhidas da wiki-es.
Linha 1: Linha 1:
{{Mais notas|data=junho de 2017}}
{{Reciclagem|data=junho de 2017}}
{{parcial|data=janeiro de 2013}}

{{Capitalismo}}
{{Capitalismo}}


{{Liberalismo}}
O '''Anarcocapitalismo''', por vezes designado por '''anarquismo de propriedade privada''' ou '''anarquismo de livre mercado''', entre outras designações, é uma versão radical do [[liberalismo clássico]], [[libertarismo]] e [[anarquismo individualista]]<ref>Edward Stringham - [http://books.google.com.ec/books?id=nft4e62nicsC&dq= Anarchy and the Law: The Political Economy of Choice]. Transaction Publishers, 2007. "'''Private-property anarchism''', also known as '''anarchist libertarianism''', '''individualist anarchism''', and '''anarcho-capitalism''', is a political philosophy and set of economic and legal arguments that maintains that markets and contracts should provide law and that the rule of law itself can only be understood as a private institution. Anarchist libertarians argue that, to check government against abuse, the state itself must be replaced by a social order of self-government based on contracts. Anarchy and the Law presents the most important essays explaining, debating, and examining historical examples of these stateless orders."</ref><ref name="books.google.com.ec">Ronald Hamowy, SAGE - [http://books.google.com.ec/books?id=yxNgXs3TkJYC&pg=PA13&dq=anarcho-capitalism&lr=&client=firefox-a#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false Anarcho-capitalism. The Encyclopedia of Libertarianism] p. 13</ref><ref>William Outhwaite - [http://books.google.com/books?lr=&hl=es&id=E8KUQCMGyssC&dq=anarcho-capitalism+The+Well+Dictionary+o&q=anarchism#v=snippet&q=anarchism&f=false Individualist anarchism] "Anarchism", The Blackwell Dictionary of Modern Social Thought. p. 13</ref><ref>Geoffrey Ostergaard - [http://www.ppu.org.uk/e_publications/dd-trad6.html#anarch%20and%20pol%20thought "Anarchism as a tradition of political thought"], Resisting the Nation State, Peace Pledge Union: "Indeed, one form of anarchism, individualist, may be seen as liberalism taken to its extreme - some would say - logical conclusion. '''Individualist, as distinct from socialist, anarchism has been particularly strong in the USA from the time of Josiah Warren (1798-1874) onwards and is expressed today by Murray Rothbard and the school of 'anarcho-capitalists'.'''"</ref><ref>Robert E. Goodin, Philip Pettit, Ed. Wiley-Blackwell - [http://books.google.com.ec/books?id=OuhiqIB_Vw0C&pg=PA235&dq=anarcho-capitalism&lr=&client=firefox-a#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false A Companion to Contemporary Political Philosophy], Anarchism (Varieties and options within anarchism, p. 231)</ref> que tem como postulado que quaisquer [[forma de governo|formas de governo]] estatais são desnecessárias e prejudiciais à liberdade e ao bem estar humano.<ref name="books.google.com.ec"/> Defende a eliminação completa do [[Estado]] em favor da soberania individual em um [[livre mercado]]. O economista [[Murray Rothbard]] é creditado por ter cunhado o termo na década de 1940,<ref>{{citar web|URL = http://austrian-library.s3-website-us-east-1.amazonaws.com/books/Murray%20N%20Rothbard/The%20New%20Banner%20Interview%20with%20Murray%20N%20Rothbard.pdf|título = Exclusive Interview With Murray Rothbard|data = 25 de fevereiro de 1972|acessadoem = |autor = Michael Oliver|publicado = The Banner}}</ref> porém ideias similares já eram defendidas por economistas anteriores, tais como [[Gustave de Molinari]].


'''Anarcocapitalismo''' (também conhecido como '''anarquismo do mercado livre''',<ref>''Handbook of Political Theory.'' Autores: Gerald F Gaus & Chandran Kukathas. SAGE, 2004, págs 118-119, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> <ref name="resenha">"''Este volume homenageia o principal exponente contemporâneo do anarquismo do mercado livre. Um contribuinte descreve apropriadamente Murray Rothbard como "o economista do estado zero mais comprometido ideologicamente com a Terra". "Revisão de Lawrence H. White of Man, Economy e Liberty: Essays in Honor de Murray N. Rothbard, publicado no ''Journal of Economic Literature''. Vol. XXVIII, junho de 1990, página 664; "[O livro de Rothbard, para uma nova liberdade] resume uma promoção dos direitos de Lockean à vida, à liberdade, à propriedade e à defesa, um apelo ao mercado livre como o dispositivo" social "mais eficiente e descentralizado para a alocação de recursos e uma análise histórica e sociológica do estado como intrinsecamente agressiva e exploradora. Essa síntese é o anarquismo do mercado livre de Rothbard.''" Resenha de Eric Mack de ''[[For a New Liberty]]'' por Murray Rothbard, ''American Political Science Review'', Vol. 71, pág. 332. Adicionado em 04/09/2017.</ref> '''anarquismo libertário''',<ref>''An Essay on the Modern State.'' Autor: Christopher W. Morris. [[Cambridge University Press]], 2002, pág. 61, {{en}} ISBN 9780521524070 Adicionado em 04/09/2017.</ref> <ref>[https://mises.org/library/libertarian-anarchism-responses-ten-objections Mises.org] - ''Libertarian Anarchism: Responses to Ten Objections.'' [[Roderick Long]], 20 de Julho de 2005, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> '''anarquismo de propriedade privada''' <ref name="Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice">''Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice.'' Autor: Edward Stringham. Transaction Publishers, 2007, <br />"''O anarquismo de propriedade privada, também conhecido como libertarianismo anarquista, anarquismo individualista e o anarcocapitalismo, é uma filosofia política e um conjunto de argumentos econômicos e legais que sustentam que mercados e contratos devem fornecer a lei e que o império da lei só pode ser entendido como uma instituição privada. Os anarquistas libertários argumentam que, para controlar os abusos do governo, o próprio Estado deve ser substituído por uma ordem social de autogoverno baseada em contratos''". Adicionado em 04/09/2017.<br /></ref> ou '''anarcoliberalismo''') <ref>[http://diegosanchezdelacruz.com/2011/01/26/el-anarcoliberalismo-de-murray-rothbard/ Diego Sanchez de La Cruz] - ''El anarcoliberalismo de Murray Rothbard.'' {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> é uma [[filosofia política]] que promove a ''anarquia'' (entendida como a eliminação do [[Estado]] e a proteção a [[soberania]] do [[indivíduo]] através da [[propriedade privada]] e do [[mercado livre]]).<ref name="resenha"/> <ref name="Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice"/> <ref name="Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice (2)">''The Encyclopedia of Libertarianism.'' Autor: [[Ronald Hamowy]]. SAGE, 2008, págs. 10-12-195, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> <ref>[http://www.miseshispano.org/2013/04/a-que-estas-llamando-anarquia/ Mises Hispano] - ''A qué estás llamando "anarquía".'' [[Robert Murphy]], 4 de Abril de 2013, {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Em uma [[sociedade]] anarcocapitalista, a [[polícia]], os [[Tribunal|tribunais]] e todos os outros serviços de [[segurança pública]] seriam fornecidos por concorrentes privados em vez de impostos, e o [[dinheiro]] seria fornecido de [[Sistema bancário livre|forma privada e competitiva num mercado aberto]]. Portanto, as atividades pessoais e econômicas no anarcocapitalismo seriam reguladas através de gestão e [[direito privado]], e não pela lei da gestão política.<ref>De acordo com Murray Rothbard: "''qualquer serviço verdadeiramente fornecido pelo governo poderia ser fornecido de uma maneira muito mais eficiente e moral por empresas privadas e cooperativas.''" [[For a New Liberty]]. Adicionado em 04/09/2017.</ref>
Em uma sociedade anarcocapitalista, todos os serviços, produtos e espaços ocupados seriam [[propriedade privada|privados]]. Terras inabitadas seriam passíveis de apropriação e locais hoje tidos como públicos, tais como ruas, estradas, praças, áreas verdes, etc. seriam providos apenas por entidades (indivíduos ou empresas) privadas interessadas. Serviços e produtos que hoje são fornecidos exclusiva ou primariamente pelo Estado, tais como manutenção de vias, [[energia elétrica]], [[encanamento]], [[dinheiro]], [[tribunais]] e patrulhamento, seriam prestados por empresas privadas dedicadas a essas funções, que seriam contratadas por quem delas necessitasse e estes fornecedores concorreriam entre si num [[mercado livre|livre mercado]]. De acordo com a doutrina anarcocapitalista, toda ação humana, incluindo leis, justiça e economia, seria pautada apenas pelos [[direito natural|direitos naturais]], pela [[razão]] e pelos mecanismos do mercado ao invés de ser através da política.
Anarcocapitalistas vêem o capitalismo de livre mercado como a base para uma livre e próspera sociedade. Murray Rothbard disse que a diferença entre o capitalismo de livre mercado e o "capitalismo de estado" é a diferença entre "trocas voluntárias e pacíficas e uma parceria de conluio entre empresas e governo que usa a coerção para subverter o livre mercado".<ref>{{citar web|URL = https://mises.org/library/future-peace-and-capitalism|título = A Future of Peace and Capitalism|data = |acessadoem = |autor = Murray N. Rothbard|publicado = }}</ref><ref>{{citar web|URL = https://mises.org/library/left-and-right-prospects-liberty|título = Left and Right: Prospects of Liberty|data = |acessadoem = |autor = Murray N. Rothbard|publicado = }}</ref> Capitalismo, como usado pelos anarcocapitalistas, não deve ser confundido com o capitalismo monopolista de estado, capitalismo de compadrio, corporativismo ou economias mistas contemporâneas, em que os incentivos e desincentivos do mercado são distorcidos por intervenção do Estado.<ref>{{citar livro|nome = Ian|sobrenome = Adams|título = Political Ideology Today|ano = |isbn = 0719060206}}</ref> Assim, eles rejeitam o estado, com base na afirmação de que os estados são entidades agressoras que restringem as liberdades individuais e violam os direitos que dizem defender ao roubar a propriedade dos indivíduos sob forma de tributação e expropriação, ao tomar para si o monopólio sobre o uso da força, usar seus poderes coercitivos para beneficiar algumas empresas e/ou indivíduos em detrimento dos outros, ao criar ambiente propício ao surgimento de monopólios<ref>{{citar web|URL = http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1728|data = |acessadoem = |autor = Brian LaSorsa|publicado = }}</ref>, ao restringir o comércio e as trocas voluntárias entre pessoas, ao escravizar com a instituição do ensino obrigatório e da [[conscrição]], entre outros atos coercitivos.


Os princípios da [[ética]] [[política]] dos anarcocapitalistas geralmente decorrem da ideia de [[autopropriedade]] e do [[princípio da não agressão]], que significa, respectivamente, o direito ao domínio sobre si mesmo e sua propriedade e a proibição de [[coerção]] ou [[fraude]] contra as pessoas e seus bens.<ref name="Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice (2)"/> <ref>[http://austroanarquistas.com/?p=914 Austro Anarquistas] - ''El axioma de no-agresión.'' Murray Rothbard (traduzido por John Leo Keenan (e outros), {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Os anarcocapitalistas consideram que o direito à propriedade é o único que pode materialmente pagar direitos individuais e que a existência do Estado é contraditória com a existência de ambos os direitos. Na ética política anarcocapitalista, o importante é como a propriedade é adquirida e transferida; o que indica que a única maneira justa de adquirir uma propriedade é através da [[apropriação original]] baseada no [[trabalho (economia)|trabalho]], troca [[Voluntarismo|voluntária]] (por exemplo, [[comércio]] e [[doação]]). Embora o objetivo do anarcocapitalismo seja maximizar a [[liberdade individual]] e a [[prosperidade]], essa ideia reconhece os acordos solidários e comunais como parte da mesma ética voluntária.<ref>Entrevista de [[Karl Hess]] para a revista [[Playboy]] em Março de 1969: <br />"''O capitalismo Laissez-faire, ou o anarcocapitalismo, é simplesmente a forma econômica da ética libertária. O capitalismo Laissez-faire abraça a noção de que os homens devem trocar bens e serviços, sem regulação, apenas com base no valor pelo valor. Ele reconhece atividades sem fins lucrativos e empresas comunitárias como versões voluntárias desta mesma ética. Esse sistema seria um troço rígido, com exceção da necessidade amplamente aceita de uma divisão do trabalho em que os homens aceitam de bom grado as unidades de valor, como o dinheiro e o crédito. Economicamente, esse sistema é anarquia e com orgulho.''" <br />[http://fare.tunes.org/books/Hess/dop.html Fare] {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> A partir dessas [[premissa]]s, os anarcocapitalistas derivam como consequência lógica a rejeição do Estado - como uma instituição que exerce o monopólio do poder legitimo - e a adoção da livre iniciativa, onde as [[Agência (sociologia)|agências privadas]] ofereceriam um mercado de [[serviços]] - [[empréstimo]]s e [[segurança pública]] incluídos - para os indivíduos.
De tal visão apresentada, anarcocapitalistas defendem uma sociedade baseada no comércio voluntário de propriedade privada e serviços (incluindo o dinheiro, os bens de consumo, a terra e os bens de capital), a fim de maximizar a liberdade individual e a prosperidade. Também reconhecem caridade e arranjos comunais como parte da mesma ética voluntária.<ref>{{citar web|URL = http://fare.tunes.org/books/Hess/dop.html|título = The Death of Politics|data = 1969|acessadoem = |autor = Karl Hess|publicado = }}</ref> Embora anarcocapitalistas são conhecidos por afirmar o direito de propriedade privada (não-pública individualizada ou conjunta), alguns propõem que uma propriedade pública não-estatal ou propriedade da comunidade também podem existir em uma sociedade anarcocapitalista.<ref>{{citar periódico|ultimo = Holcombe|primeiro = Randall G|titulo = Common Property in Anarcho-Capitalism|jornal = Journal of Libertarian Studies, Volume 19, No. 2 (Spring 2005):3–29.|doi = |url = https://mises.org/library/common-property-anarcho-capitalism|acessadoem = }}</ref> O essencial é que a propriedade seja adquirida e transferida sem a ajuda ou impedimento do estado. Libertários anarcocapitalistas acreditam que a única maneira justa e/ou economicamente mais benéfica para adquirir propriedade é através do comércio livre e voluntário de se presentear ou de apropriação original baseada no trabalho, em vez do uso de agressão ou fraude.<ref>{{citar livro|nome = Paul|sobrenome = Avrich|título = Anarchist Voices: An Oral History of Anarchism in America, p. 282|ano = 1996|isbn = }}</ref><ref name=":0" />


Esta corrente política aparece durante a segunda metade do [[século XX]] dentro do [[libertarianismo]] <ref name="Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice"/> e, por sua vez, é uma forma de anarquismo contemporâneo sem relação com o anarquismo histórico,<ref>''The Individualist Anarchists: An Anthology of Liberty (1881-1908).'' Frank H. Brooks, 1994. <br />"''Normalmente considerado uma ideologia extrema esquerda, o anarquismo sempre incluiu uma força importante do individualismo radical, do hiper-racionalismo de Godwin, ao egoísmo de Stirner, aos libertários e anarcocapitalistas de hoje.''" <br />{{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> <ref>''Political Ideology Today.'' Autor: Ian Adams. Manchester University Press, 2001, pág 135, {{en}} ISBN 9780719060205 <br />''The Blackwell Dictionary of Modern Social Thought.'' Autor: William Outhwaite. Wiley, 2003, pág. 14, {{en}} ISBN 9780631221647 Adicionado em 04/09/2017.</ref> mas que leva ideias do antigo anarquismo americano do século XIX, descartando sua [[teoria do valor-trabalho]] que substitui a [[lei da utilidade marginal]] da [[revolução marginalista]] na economia e que geralmente incorpora a abordagem da [[escola austríaca]] como método de análise das [[ciências sociais]].<ref>[https://mises.org/library/spooner-tucker-doctrine-economists-view-0 Mises.org] - ''The Journal of Libertarian Studies. The Spooner-Tucker Doctrine: An Economist's View.'' Murray Rothbard, 30 de Julho de 2014, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <ref>''The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought.'' Autor: David Miller. Wiley, 1991, pág. 290. <br />"''Um estudante e discípulo do economista austríaco Ludwig von Mises, Rothbard, combinou o laissez-faire de seu professor com a visão absolutista dos direitos humanos e a rejeição do estado que ele adotou ao estudar anarquistas individualistas americanos do século XIX, como Lysander Spooner e Benjamin Tucker.''" <br />{{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> Em alguns casos, também baseia seus argumentos econômicos e jurídicos em teorias como a [[análise econômica do direito]] ou na teoria da [[escolha pública]].<ref>[[Independent Institute]] - [http://www.independent.org/publications/tir/article.asp?issueID=53&articleID=686 ''Anarchy, State, and Public Choice.''] Edward Stringham. Cheltenham, U.K, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> No plano filosófico moral, o fundamento pode ser uma defesa [[Direito natural|iusnaturalista]] ou [[Consequencialismo|consequencialista]] da liberdade individual e da [[liberdade negativa]], ou pode recorrer a outras premissas como exemplo da [[ética argumentativa]].<ref>[https://mises.org/library/argumentation-and-self-ownership ''Argumentation and Self-Ownership.''] Fragmento {{en}} de ''Private Property Economy and Ethics'' de Hans-Hermann Hoppe. <br />"''A ética da argumentação de Hoppe usa um método de [[filosofia analítica]] da ética, com a ideia de se tornar a justificativa final da lei natural.''" <br />[http://www.hanshoppe.com/wp-content/uploads/publications/trans/hoppe_ethics-economics-spanish.pdf#Redirecionamento '''Link'''] {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> ou do [[Contrato social|contratualismo]].<ref>Independent Institute - [http://www.independent.org/publications/tir/article.asp?a=759 ''You and the State: A Fairly Brief Introduction to Political Philosophy.''] Jan Narveson, Lanham, Md.: Rowman and Littlefield, 2008. <br />Resenha de George Gragues sobre o livro de Jan Narveson sobre o libertarianismo anarquista e contratualista. <br />Universidade de Guelph-Humber, {{en}}, Acessado em 04/09/2017.</ref>
Os defensores do anarcocapitalismo concebem a sua filosofia política enquanto parte da tradição [[anarquista]], no entanto, diferente de outras vertentes anarquistas, e na perspectiva de muitas destas, os anarcocapitalistas negam a maioria das possíveis formas de dominação existentes no [[capitalismo]] e no chamado [[livre mercado]], acreditam que todas as explorações e injustiças são criadas pelo Estado que beneficia seus favoritos.<ref>[http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1053 Anatomia do Estado]</ref>


== Princípios ==
== Anarcocapitalismo como parte da tradição liberal ==
{{liberalismo}}
[[Imagem:Gadsden flag.svg|thumb|left|Bandeira Gadsden, a primeira adotada pelos liberais radicais anarcocapitalistas como símbolo. Abaixo do desenho de uma cascavel os dizeres "Não pise em mim"<ref>[http://www.speedylook.com/Gadsden_flag.html Gadsden flag]</ref>|250px]]
[[Imagem:Flag of Anarcho-capitalism.svg|thumb|230px|left|Bandeira adotada pelos anarcocapitalistas (Durante os anos 60).<ref name=autogenerated1>''[[Murray Rothbard]], [http://books.google.com.ec/books?id=H5l3Q1hGwnoC&printsec=frontcover&dq=The+Betrayal+of+the+American+Right&ei=MTBvSpLZAov-NbH_yPQO ''The Betrayal of the American Right''] p. 188. [[Ludwig von Mises Institute]], 2007.''</ref>]]
Uma visão descreve o anarcocapitalismo como uma variedade radical do [[libertarismo]] e, portanto, nada teria a ver com qualquer forma de anarquismo, nessa linha de pensamento considera-se o anarcocapitalismo como uma versão [[Estado|antiestatal]] do liberalismo e não uma versão capitalista do anarquismo. Os anarcocapitalistas consideram os liberais não-anarquistas como amigos que cometem o erro menor (mas significativo) de aceitar uma forma de governo, mas consideram os anarquistas de esquerda como perigosos coletivistas com os quais têm pouquíssimo em comum.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Não-agressão ===
Como parte da tradição liberal, o anarcocapitalismo baseia-se nas noções de liberdade individual e na lei natural. Os intelectuais liberais têm, desde o início, estudado a dinâmica do desenvolvimento da ordem nas sociedades, fenômeno que foi associado recentemente à [[cibernética]]. Esta tradição remonta a [[John Locke]], aos 'Levellers' ingleses do [[século XVII]], aos primeiros economistas e filósofos franceses e ingleses; há mesmo quem inclua [[Cicero]] e [[Aristóteles]] entre os primeiros liberais (embora não entre os anarquistas).{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{Principal|Princípio da não agressão}}
O repúdio ao centralismo estatal é uma parte essencial da tradição liberal - talvez a sua principal característica - mas, ou por pessimismo em relação à inevitabilidade do governo, ou por falta de fundamentos teóricos ou por medo de repressão e censura por parte do governo, a questão do anarcocapitalismo não foi explícita e abertamente discutida até o [[século XIX]]. Todos os liberais acreditam na tese "o setor governamental deve ser tão pequeno quanto possível"; os anarcocapitalistas acreditam que os governos devem ser eliminados e os minarquistas acreditam e aceitam que um setor governamental mínimo é aceitável e desejável, em especial na aplicação da lei e da justiça. Alguns liberais clássicos, como [[Ayn Rand]], opuseram-se veementemente ao anarcocapitalismo. Grande parte dos pensadores liberais nunca pôs em causa os governos, considerando-os inevitáveis, se não em teoria, pelo menos na prática, e, num futuro próximo - para estes pensadores, o anarquismo, bom ou mau, não passa de um sonho, ou de um pesadelo.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{Mais informações|Anarquismo e violência}}


{{Quote box
O primeiro pensador liberal que desenvolveu uma teoria completa do anarquismo foi [[Gustave de Molinari]] em [[1849]], embora alguns liberais ingleses e americanos já tivessem proposto o anarquismo sem o teorizar, e alguns economistas franceses já o tivessem teorizado sem o propor como tal. Havia uma grande tradição liberal em França e nos Estados Unidos depois de Gustave de Molinari, mas o anarquismo nunca atraiu uma larga audiência - mesmo assim ainda podemos citar alguns nomes importantes: [[Henry David Thoreau]], [[Auberon Herbert]], [[Emile Faguet]], [[Lysander Spooner]] e [[Benjamin Tucker]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
|width=30%
|align=right
|bgcolor=#F8F8FF
|quote=O termo anarco-capitalismo foi cunhado em meados da [[década de 1950]] pelo [[economista]] e [[Filosofia política|filósofo político]] Murray Rothbard.<ref>''What's Wrong with Liberty Poll; or, How I Became a Libertarian.'' Murray Rothbard, Liberty, Julho de 1988, pág. 53. Adicionado em 04/09/2017.</ref> Outros termos usados por esta filosofia são: <br />• Capitalismo antiestatal. <br />• Mercado antiestatal <br />• Anarcoliberalismo <br />• Anarquismo capitalista <br />• Anarquismo de mercado <br />• Anarquismo libertario <ref>[[Libertarian Alliance]] - [http://www.libertarian.co.uk/lapubs/polin/polin168.pdf ''Libertarian anarchism.''] Daniel C. Burton, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <br />• Anarquismo de libre mercado <br />• [[Anarquismo individualista]] <ref>''Anarchist Voices: An Oral History of Anarchism in America.'' Autor: [[Paul Avrich]]. [[Princeton University Press]], 1996, pág. 282, ISBN 9780691044941 Adicionado em 04/09/2017.</ref> <br />• Sociedade de lei privada <ref name="Anarcho-Capitalism: An Annotated Bibliography">[https://archive.lewrockwell.com/hoppe/hoppe5.html Lew Rockwell] - ''Anarcho-Capitalism: An Annotated Bibliography.'' Hans-Hermann Hoppe, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <br />• Anarquia de propiedade privada <ref name="Anarcho-Capitalism: An Annotated Bibliography"/> <br />• Capitalismo puro <br />• Capitalismo radical <ref name="Anarcho-Capitalism: An Annotated Bibliography"/> <br />• Anarquismo de direita <ref>[https://archive.lewrockwell.com/wall/wall26.html Lew Rockwell] ''Who's Afraid of Noam Chomsky?.'' Richard Wall, 17 de Agosto de 2004, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <br />• Capitalismo sem estado <br />• Sociedade sem estado <br />• Liberalismo sem estado <br />• Libertarismo anarquista
}}


{{Citação2|''Eu defino a ''[[sociedade anarquista]]'' como aquela em que não há possibilidade legal de agressão coercitiva contra a pessoa ou propriedade de qualquer pessoa. Os anarquistas opõem-se ao Estado, pois tem seu próprio ser em tal agressão, ou seja, a expropriação de propriedade privada através de ''[[imposto]]s,'' exclusão coercitiva de outros prestadores de ''[[serviços]]'' de defesa em seu território e todos as outras depredações e restrições baseadas nesses dois focos de invasão de direitos individuais.''|[[Murray Rothbard]] em ''Society Without a State'' <ref>[[JSTOR]] - [https://www.jstor.org/stable/24219047?seq=1#page_scan_tab_contents ''SOCIETY WITHOUT A STATE .''] Murray Rothbard, Nomos, Vol. 19, ANARCHISM (1978), págs. 191-207, ''American Society for Political and Legal Philosophy.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>}}
Só a meados do [[século XX]] é que o anarcocapitalismo floresceu, principalmente graças a [[Murray Rothbard]], quando pensadores clássicos austríacos fugidos ao nazismo começaram a ensinar nos EUA, surgindo uma nova geração de pensadores que resultou da fusão das escolas europeia e americana.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


O anarcocapitalismo, tal como definido por Rothbard e outros, baseia-se fortemente no princípio da não agressão:
Entre os anarco capitalistas proeminentes estão: [[David Friedman]], [[Jan Narveson]], [[Anthony de Jasay]], [[Gary Greenberg]], [[Brian Giovannini]], [[Walter Block]] e [[Hans-Hermann Hoppe]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{Citação2|''O ''[[axioma]]'' básico da teoria política libertária postula que todo homem se possui, possuindo soberania absoluta sobre seu próprio ''[[corpo]]''. Com efeito, isso significa que ninguém pode invadir ou atacar o corpo de outra pessoa. Segue então que cada pessoa possui apenas qualquer recurso, anteriormente não possuído, apropriado ou que "se mistura com o trabalho". Com base nesses axiomas gêmeos - propriedade de si mesmo e apropriação original - a justificativa para todo o sistema de títulos é construída em uma sociedade de [[mercado livre]]. Este sistema estabelece o direito de cada pessoa a sua própria pessoa ''(autopropriedade),'' o direito de doar, dar ''[[herança]]'' - e, consequentemente, o direito de herdar - e o direito à troca contratual de títulos de propriedade.''|Murray Rothbard, em ''Law, Property Rights, and Air Pollution'' <ref>[https://mises.org/library/law-property-rights-and-air-pollution-0 Mises.org] - ''Law, Property Rights, and Air Pollution.'' Murray Rothbard, 20 de Julho de 2005, original de: ''Cato Journal, Spring 1982, pp. 55-99; and Walter Block, ed., Economics and the Environment, Vancouver, Canada: Fraser Institute, 1990. See also in The Logic of Action Two, págs.121-170.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>}}
== Anarcocapitalismo em relação à tradição Anarcoindividualista ==
[[Imagem:Anarchocapitalismflag.jpg|thumb|left|Bandeira anarcocapitalista com o A no círculo e o Cifrão.<ref name=autogenerated1 />]]


Rothbard, um dos principais teóricos do anarcocapitalismo durante o [[século XX]], defende a tese de "possuir-se" pela eliminação lógica das únicas duas alternativas: um grupo de pessoas pode possuir outro grupo de pessoas, ou que ninguém é mestre absoluto de si mesmo. Ambas as alternativas não produzem uma [[ética]] universal (que se aplica igualmente a todos os seres humanos), ou seja, uma [[lei natural]] justa, capaz de governar tudo, independentemente do lugar e do tempo. A única alternativa válida, então, segundo Rothbard, é o princípio da [[autopropriedade]], que segundo ele é ao mesmo tempo axiomático e universal.<ref name="The Ethics of Liberty">[https://mises.org/library/ethics-liberty Mises.org] - ''The Ethics of Liberty.'' Murray Rothbard, 20 de Julho de 2005, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>
Os anarcocapitalistas estão convencidos que o Estado é fundamentalmente mau, e que os indivíduos devem ser livres de todas as formas de coerção coletiva. No entanto, de um ponto de vista econômico se distanciam da maior parte dos anarcoindividualistas que refutam o capitalismo como uma forma de produção e dominação tão opressora quanto o estado.<ref>Meltzer, Albert. Anarchism: Arguments For and Against. AK Press, 2000. p 50</ref>


Em geral, pode-se dizer que o axioma da não agressão é uma proibição contra o início de [[violência]] ou da ameaça de uso de violência contra pessoas (ou seja, violência direta, [[assalto]], [[assassinato]], etc.) ou contra a propriedade legítima ([[roubo]], [[fraude]], [[imposto]]s).<ref>''For a New Liberty.'' Autor: Murray Rothbard. Collier Books, 1973, págs. 24-25, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> A iniciação da violência é geralmente referida como agressão ou [[coerção]]. A diferença entre anarcocapitalistas e outros [[libertário]]s liberais é basicamente devido ao grau de compromisso com este axioma. Por exemplo, os liberais [[minarquista]]s, ou clássicos, preservariam o Estado (com sua agressão inerente) de forma limitada e com esferas de ação mínimas, cujas funções consistiriam apenas em [[defesa nacional]], [[segurança pública]], ordem interna, [[direito]] e [[justiça]]. Em contraste, os anarcocapitalistas rejeitam mesmo esses níveis de intervenção estatal nas instituições sociais e definem o Estado como um [[monopólio]] coercivo da legislação e o uso legítimo da violência e, que esta é a única entidade na sociedade que obtém sua [[renda]] através de agressão legal, uma entidade cuja existência viola o axioma central do anarcocapitalismo.<ref name="The Ethics of Liberty"/>
Embora os anarcocapitalistas apontem relação com o [[anarquismo individualista]], muitos anarcoindividualistas proeminentes possuem ideias que vão contra as maiores bases do anarcocapitalismo, como [[Lysander Spooner]] que fora vigorosamente contra o trabalho assalariado.<ref>[http://www.lysanderspooner.org/LetterToGroverCleveland.htm= A LETTER TO GROVER CLEVELAND], LYSANDER SPOONER. BOSTON, MAY 15, 1886.</ref> ou mesmo [[Benjamin Tucker]], que se considerava socialista.<ref>[http://praxeology.net/BT-SSA.htm State Socialism and Anarchism: HOW FAR THEY AGREE, AND WHEREIN THEY DIFFER ]</ref>


Alguns anarcocapitalistas como Rothbard aceitam o axioma da não agressão por uma justiça moral ou natural intrínseca. É em termos do axioma da não agressão que Rothbard define o anarquismo como um sistema "''que fornece sanções não legais para tais agressões [contra pessoas ou propriedades]''" e "''o que o anarquismo propõe é a abolição do estado, a abolição da instituição regularizada de coerção agressiva''".<ref>[https://mises.org/library/society-without-state Mises.org] - ''Society without a State.'' Murray Rothbard, 28 de Dezembro de 2006, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Numa entrevista ao ''New Banner'', Rothbard afirma que "''o [[capitalismo]] é a expressão mais completa do anarquismo e o anarquismo, a expressão mais completa do capitalismo. Não só eles são compatíveis, mas você não pode ter um sem o outro. O verdadeiro anarquismo será o capitalismo, o capitalismo real será o anarquismo''".<ref name="Exclusive Interview With Murray Rothbard">[https://www.lewrockwell.com/2014/12/murray-n-rothbard/radical-candor/ Lew Rockwell] - ''Exclusive Interview With Murray Rothbard.'' Murray Rothbard, 26 de Dezembro de 2014, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Em alternativa, outros como [[David Friedman]] usam uma perspectiva [[Consequencialismo|consequencialista]], em vez de afirmar que a agressão é intrinsecamente imoral, argumentam que uma lei contra a agressão apenas pode surgir de um contrato entre partes mutuamente interessadas, que concordam desta forma para abster-se de iniciar a violência entre si.
Diferentes grupos anarquistas se posicionam de forma diversa frente aos possíveis vínculos existentes entre o [[anarquismo individualista]] e o anarcocapitalismo. Enquanto os próprios anarcocapitalistas consideram-se uma vertente desta tradição anarcoindividualista<ref name=":0">Edward Stringham - [http://books.google.com.ec/books?id=nft4e62nicsC&dq= Anarchy and the Law: The Political Economy of Choice]. Transaction Publishers, 2007.</ref>, outros grupos e vertentes anarquistas, incluindo diversos anarcoindividualistas, questionam fortemente a validade desta relação e herança.


==== Livre empresa frente ao Estado ====
Grande parte dos movimentos e vertentes anarquistas (e não só aquelas identificadas à chamada esquerda) considera que o [[Anarquismo individualista|anarcoindividualismo]] é essencialmente anticapitalista e rejeita a ideia dos anarcocapitalistas de que o anarcocapitalismo pertença à qualquer tradição [[anarquista]]. Em alguns meios libertários o anarcocapitalismo é mesmo considerado uma distorção estratégica de alguns setores do capitalismo globalizado cujo intuito é reduzir a influência dos estados sobre o mercado, abolir os direitos trabalhistas e avançar com as políticas de [[privatização]] e mercantilização do mundo.<ref>[[Albert Meltzer|Meltzer, Albert]] - ''Anarchism: Arguments For and Against''. AK Press, 2000. pp. 114-115</ref>


[[Imagem:Gadsden flag.svg|thumb|250px|esquerda|[[Bandeira de Gadsden]], a primeira adotada pelos liberais radicais anarcocapitalistas como símbolo. Abaixo do desenho de uma cascavel os dizeres: "''Não pise em mim''".<ref>''Flag: An American Biography.'' Autor: Marc Leepson. Macmillan, 2007, pág. 12, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref>]]
== Utilitarismo ''versus'' Lei Natural ==
Os libertários em geral, e os anarcocapitalistas em particular, desenvolveram duas abordagens diferentes às suas teorias: uma abordagem utilitarista, e uma abordagem do ponto de vista da lei natural. Alguns deles defendem uma abordagem e rejeitam a outra; outros, como Bastiat, reivindicam uma harmonia entre as duas abordagens complementares.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Para o anarquismo capitalista, o [[axioma]] da não agressão encontra aplicação na livre iniciativa e sua negação no [[Estado]]. Eles sustentam que o poder [[Estatismo|estatista]] é uma fonte de [[corrupção]], privilégio e agressão, e tem como eixo o [[monopólio]] da [[segurança pública]] e [[defesa nacional]], e que estes não constituem uma categoria de [[bens]] e [[serviços]] diferentes dos outros e, portanto, assim, podem ser produzidos de forma mais eficiente por empresas privadas.
A abordagem do ponto de vista da lei natural (veja por exemplo [[Murray Rothbard]] e seu livro [[Power and market]]) defende que a existência do estado é imoral, e que o capitalismo ilimitado é o único sistema político ético, ou antes um sistema antipolítico. A abordagem utilitarista (veja por exemplo [[David Friedman]]) defende que a abolição do estado a favor da iniciativa privada é economicamente mais eficiente. Os defensores da harmonia entre a abordagem do ponto de vista da lei natural e a abordagem utilitaristas consideram estes argumentos equivalentes.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


O anarquismo capitalista sustenta que empresas como o resultado de contratos individuais e, portanto, uma forma legítima e eficaz de [[Agência (sociologia)|organizar as pessoas]] com a liberdade de escolher um [[Concorrência (economia)|concorrente]] ou entrar na [[competitividade]] como uma forma universal de preservar e promover a qualidade dos serviços. Os anarcocapitalistas vêem a livre iniciativa como a base de uma sociedade livre. Definir [[capitalismo]] de [[livre mercado]] como "a troca [[Voluntarismo|voluntária]] e pacífica" em contraste com o [[capitalismo de Estado]], que ele chama de "violenta expropriação".<ref name="A Future of Peace and Capitalism">[https://mises.org/library/future-peace-and-capitalism Mises.org] - ''A Future of Peace and Capitalism.'' Murray Rothbard, 9 de Julho de 2004, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> "[[Capitalismo]]" no sentido de que anarcocapitalistas usam este termo, é uma interpretação "neolockeana" ou "anarcolockeana" da propriedade, para não ser confundido com o capitalismo de estado, [[monopólio]], [[mercantilismo]] oligárquico (economias [[cartel]]izadas), [[Capitalismo clientelista|capitalismo de compadrio]] ou com [[Economia mista|economias mistas]] contemporâneas, em que, de acordo com anarcocapitalistas, incentivos e ''desincentivos'' do [[mercado]] são distorcidos pela [[Intervencionismo (economia)|intervenção do Estado]].<ref>''Political Ideology Today.'' Autor: Ian Adams. Manchester University Press, pág. 33, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref>
A noção dos direitos de propriedade é um elemento fundamental do anarcocapitalismo. A abordagem do ponto de vista da lei natural, defende que os seres humanos têm o direito natural ao seu próprio corpo e ao resultado de seu trabalho; e que eles podem usá-lo ou recusarem-se a usá-lo como lhes aprouver, desde que não atentando contra a propriedade de um outro indivíduo. A abordagem utilitarista defende que definir os direitos de propriedade desta maneira, é a forma mais eficiente de impedir conflitos destrutivos entre indivíduos e promover esforços produtivos. Na verdade, a posse do corpo de cada um, em conjunto com o respeito às reivindicações anteriores, conferem naturalmente a posse dos resultados do trabalho de cada um uma vez que, alguém que possui seu próprio corpo, pode interromper o trabalho se lhe for recusada a propriedade de seus resultados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Eles, portanto, rejeitam o estado com base no pressuposto de que estados são entidades agressivas que roubam propriedade (através de [[imposto]]s e [[Desapropriação|desapropriações]]), pelo o uso da força, são monopólios obrigatórios do uso de forças defensivas ou repressivas, usam seu poder de coerção para beneficiar empresas e indivíduos à custa de outros, criam monopólios e restringem o [[comércio]]. O capitalismo libertário proposto pelos anarcocapitalistas postula-se como uma ideologia [[individualista]] e uma economia de mercado contrária ao que chamam de "capitalismo real", "capitalismo autoritário" ou capitalismo de Estado.<ref name="A Future of Peace and Capitalism"/>
O anarcocapitalismo rejeita qualquer tipo "de direito positivo" (como o "direito a ser protegido pelos outros", o "direito a ser alimentado pelos outros", o "direito a um salário mínimo pago pelos outros"), e defende todos os tipos" de direitos negativos, como o "direito a não ser atacado", o "direito a não ser roubado", e o "direito a não ter o salário confiscado pelos outros"). Difere do minarquismo apenas na noção de que o direito à segurança é também um direito positivo que deve ser rejeitado. Este é um bem que não deve ser fornecido pelo estado. A segurança deve ser garantida por cada um em livre associação com os outros membros da sociedade.


É teorizado que, sem a intervenção do Estado, grandes empresas corporativas seriam reduzidas ou, pelo menos, suplantáveis em qualquer momento devido à livre concorrência. Ou seja, se uma empresa líder existe para um bem ou serviço em particular, é suposto ser porque os [[consumidor]]es decidiram ou porque o fornecedor tem controle dos recursos sob [[propriedade privada]] e nunca porque essa situação tenha sido atingida coercitivamente, seja por imposições legais ou por ameaças ou violência física.
== Princípio de não-agressão e o direito à propriedade ==
Sendo um princípio ético aceitável somente se aplicável universalmente a todos os componentes de um grupo, a base ética da doutrina anarcocapitalista encontra-se em posição privilegiada já que assenta-se sobre um único direito: O direito à propriedade, o qual justifica-se na constatação de que todo ser humano é proprietário único e inalienável de seu próprio corpo e, por consequência, dos frutos do trabalho realizado por este corpo.
Do direito à propriedade pode-se derivar uma infinidade de leis e princípios, destacando-se, pela sua importância, o Princípio de Não Agressão (PNA), ou seja, o direito de não sofrer agressões injustas contra sua propriedade (seu corpo ou suas posses). Ao mesmo tempo em que reafirma o direito à propriedade, o PNA legitima o direito à legítima defesa, ou seja, de que um proprietário defenda-se, com uso de violência se necessário, de uma agressão injusta.<ref>Murray N. Rothbard - A ética da liberdade. Disponível em: <http://www.mises.org.br/EbookDownload.aspx?file=12.pdf></ref>
As pessoas comumente confundem o direito à propriedade com "direito a possuir coisas", isso é uma demonstração de um entendimento limitado do conceito de propriedade, já que ela começa, irredutivelmente, na própria existência do corpo humano{{carece de fontes|data=abril de 2017}}.


=== Propriedade privada ===
== Anarcocapitalismo, Multinacionais e Contratos ==
Os anarcocapitalistas acreditam que os negócios privados, resultantes de contratos voluntários, são a melhor forma de organização económica (quer do ponto de vista moral, quer do ponto de vista da eficiência), mas não apoiam a forma como os estados actualmente protegem as grandes empresas. Em particular, os anarcocapitalistas consideram que a responsabilidade limitada atribuída às empresas prejudicam todos aqueles que são impedidos de processar os seus proprietários por danos ou dívidas. Segundo eles, outros privilégios ilegítimos incluem vários subsídios e regulamentos para 'trabalhadores' e 'empregadores' oficiais , proteção particular dada aos contratos oficiais de trabalho em detrimento dos contratos privados, etc.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


==== Autopropriedade e apropriação original ====
Para os anarcocapitalistas, os contratos e, em particular, os contratos de trabalho, são um caso particular de troca livre e voluntária de propriedade (propriedade do tempo e do trabalho de cada um, dos bens de consumo e de capital de cada um, etc.). Os indivíduos podem fazer o que entenderem com a sua propriedade, para se protegerem de contratos indesejáveis; mas não podem esperar a proteção do estado: o mero facto de dois (ou mais) indivíduos terem concordado com um contrato, não significa que toda a sociedade seja obrigada a zelar pelo cumprimento do contrato nem que seja obrigada a proteger as partes dos acidentes da vida e da interferência de terceiros.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{Principal|Autopropriedade|Apropriação original }}
Em geral, os anarcocapitalistas recusam reconhecer a qualquer um a autoridade para declarar o que é 'oficial' e o que é "não oficial' - qualquer um pode declarar qualquer coisa "oficial" para si. E cada um é livre para valorar, ou não, àquilo que outros indivíduos declarem "oficial". Desta forma, os contratos "oficiais" de casamento, emprego ou de negócios não merecem, à luz do anarcocapitalismo, nenhum valor especial - embora os contratos mais comuns e mais antigos possam beneficiar da jurisprudência acumulada que os menos comuns e mais recentes.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{Quote box
== Argumentos contra e a favor do Anarcocapitalismo ==
|width=30%
Como o anarcocapitalismo é uma versão radical do [[libertarismo]], aplicam-se-lhe os mesmo argumentos válidos para o [[libertarismo]]. Argumentos que criticam o capitalismo monopolista de estado ou [[corporativismo]], não se aplicam ao anarcocapitalismo. Exceptuam-se os argumentos relacionados com o sistema de justiça, em relação aos quais o anarcocapitalismo se distingue das outras ideologias baseadas no liberalismo clássico.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
|align=right
|bgcolor=#F8F8FF
|quote=O anarcocapitalismo geralmente usa os seguintes termos:<br />• '''Anarquismo:''' filosofia que se opõe a todas as formas de coerção (incluindo a oposição ao Estado). <br />• '''Contrato:''' um acordo voluntário vinculativo entre pessoas. <br />• '''[[Coerção]]:''' força física ou ameaça de força física contra pessoas ou propriedades. <br />• '''Capitalismo:''' um sistema econômico no qual os [[meios de produção]] são de propriedade privada e onde o [[investimento]], a produção, a distribuição, a [[renda]] e os [[preço]]s são estabelecidos através da operação do mercado livre em vez do governo. <br />• '''Mercado livre:''' um mercado em que todas as decisões relativas à transferência de dinheiro, bens (incluindo [[Bens de produção|bens de capital]]) e serviços são voluntárias. <br />• '''Fraude:''' induzir alguém a compartilhar algo de valor por meios desonestos. <br />• '''Estado:''' uma organização que taxa e trabalha através a coerção agressiva, sistematizada e institucionalizada. <br />• '''[[Voluntarismo|Voluntário]]:''' qualquer ação, não influenciada pela coerção ou fraude, realizada por alguma instituição humana. <br />• '''Ancap:''' [[contração (gramática)|contração]] de "anarcocapitalista", da qual os nomes derivam como "ancapia", a [[Hipótese|hipotética]] sociedade anarcocapitalista
}}


Os anarcocapitalistas definem a autopropriedade como o direito de cada pessoa possuir propriedade sobre seu próprio [[corpo]], enquanto que, através do princípio da [[apropriação original]], estabelece que cada pessoa é a proprietária legítima de todos esses recursos sem proprietário anterior, no qual ele realizou alguma forma de [[trabalho (economia)|trabalho]]. Nas palavras de [[Hans-Hermann Hoppe]]:
Um erro comum sobre [[libertarismo]] em geral e o anarcocapitalismo em particular, consiste em considerá-los teorias econômicas ou políticas. Não são. São teorias da Lei - sobre o que é ou não legítimo fazer. Isto em particular desmonta as afirmações simplistas segundo as quais, a sociedade atual ou qualquer outra sociedade já é libertária, desde que todos sejam livres para obedecer ou desobedecer e escolher continuar obedecendo as regras do sistema: De fato, os libertários têm uma teoria da lei natural e, enquanto uma lei verdadeira não suplante a lei natural, a sociedade não é libertária. Particularmente deveria ser respeitado o direito de qualquer um de afastar-se de um governo que ele considere inadequado (vide [[secessão urbana]]). Caso contrário, então não cooperação é moralmente justificável (veja [[desobediência civil]]).{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{Citação2|''Cada um é o proprietário legítimo de seu próprio corpo físico, bem como de todos os lugares e bens naturais que ele ocupa e que ele usa em seu corpo, com a única condição de que ninguém mais ocupou os mesmos lugares ou usou as mesmas mercadorias anteriormente. Esta propriedade em locais e propriedades "apropriados originalmente" por uma pessoa implicam o direito de usar e transformar esses lugares e mercadorias de qualquer forma que considere conveniente, com a única condição de que, como consequência, não altere a integridade física de lugares ou mercadorias originalmente apropriados por outra pessoa. Em particular, uma vez que um bem foi apropriado pela primeira vez, - usando a frase de Locke - "misturar seu trabalho com o bem", a propriedade em tais lugares ou bens só pode ser adquirida por meio de transferência voluntária - contratual - do título de uma propriedade anterior para um futuro proprietário.''|[[Hans-Hermann Hoppe]], "economista austríaco" e filósofo anarcocapitalista em: ''Ética rothbardiana'' <ref>[http://www.hanshoppe.com/wp-content/uploads/publications/rothbard-ethics-spanish.pdf Hans Hoppe] - ''Ética rothbardiana.'' [[Hans-Hermann Hoppe]], {{es}} Adicionado em 04/09/2017.</ref>}}
Portanto, por exemplo, considerando argumentos morais ou utilitaristas, os libertários não se opõem a monopólios de facto (companhias que conseguiram tornar-se no único fornecedor de um determinado serviço), mas opõem-se a monopólios de jure (companhias cujo monopólio seja garantido por lei e cujos competidores sejam perseguidos pela força pública). Para os libertários, monopólios ou quase monopólios de facto podem existir, mas de forma transitória, devido a alguma inovação técnica ou organizacional recente que ainda não tenha sido copiada pelos competidores; teoricamente, esses monopólios não têm o poder de abusar, porque os seus consumidores podem sempre parar de lhes comprar os produtos e passar a ser fornecidos pelos competidores, que irão subir da pobreza à afluência no instante em que o monopolista começar a fazer exigências "excessivas". O lema dos libertários em geral, e dos anarcocapitalistas em particular, é "votar com os próprios pés e os próprios dólares" em vez de "votar com a própria voz e os dólares de todos os outros" - escolha individual em vez de escolha colectiva. Aplicando este raciocínio à protecção dos direitos de propriedade individual, os anarcocapitalistas não temem monopólios ou oligopólios locais no mercado da justiça, desde que sejam respeitados os direitos individuais de suceder e escolher por si mesmo a agência de defesa ou arrancar com uma nova.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:George&Davis.JPG|thumb|250px|esquerda|Os anarcocapitalistas apoiam sem reservas a propriedade privada honesta dos meios de produção e a liberdade de gerenciá-los, sem interferências coercivas por parte do Estado ou coletivos não estatais.]]
Para certas correntes anarquistas socialistas, os anarcocapitalistas não respeitam os ''princípios anarquistas'' defendidos por elas, sendo apenas uma releitura do [[Liberalismo clássico]], ou uma outra denominação, pois não primam pela [[Solidariedade social|solidariedade]] como obrigação e indiferem se o indivíduo prefere a vida em [[comunidade]] (sendo estes os principais pontos daquelas correntes anarquistas) já que estes toleram a desigualdade de acesso primário dos recursos de produção. Em suma, afirmam que é apenas uma versão do capitalismo e do seu desenvolvimento histórico. Para essas correntes anarquistas a existência do capitalismo é algo a ser superado, o que confronta os ideais dos anarcocapitalistas, apesar de ambos verem o Estado como elemento desnecessário.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}

Esta é a raiz dos direitos de propriedade no anarcocapitalismo. Os anarcocapitalistas defendem o direito de cada pessoa aos frutos de seu trabalho, independentemente de sua necessidade ou a de outros. Depois de ser criado pelo trabalho, a propriedade só pode mudar as mãos de forma legítima quando é trocada [[Voluntarismo|voluntariamente]] (por outra propriedade produzida anteriormente, por [[mão de obra]]) ou quando é distribuída ou doada. As transferências forçadas, para as quais uma das partes usam ou ameaçam usar alguma forma de violência, são consideradas ilegítimas.

A [[apropriação original]] permite que um indivíduo reivindique como sua própria a propriedade "virgem", incluindo a terra, e a possua com o mesmo "direito absoluto" com o qual ele possui seu próprio corpo, melhorando ou usando. De acordo com Rothbard, a propriedade só pode legitimamente surgir através do trabalho, de modo que a apropriação original da terra não é legítima, simplesmente proclamando-a ou construindo uma cerca em torno dela delimitando-a, mas apenas trabalhando (misturando o trabalho com terra) é que a propriedade pode ser legitimada.

Os anarcocapitalistas da tradição Rothbardiana são proprietários, isto é, que consideram a propriedade como um [[direito natural]] derivado da propriedade de si mesmo (ver: [[teoria da propriedade-trabalho]]). De acordo com a filosofia lockeana, os anarquistas do mercado livre acreditam que a propriedade só pode ser originária do trabalho e pode legitimamente mudar de mãos somente por troca ou presente.<ref name="Land-locked: A Critique of Carson on Property Rights">[https://mises.org/system/tdf/20_1_6.pdf?file=1&type=document Mises.org] - ''Land-locked: A Critique of Carson on Property Rights.'' [[Roderick Long]], ''[[Journal of Libertarian Studies]]'', 2006, págs. 87-95, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <ref name="Man and Matter: A Philosophical Inquiry into the Justification of Ownership in Land from the Basis of Self-Ownership">[http://www.perbylund.com/academics_polsci_msc.pdf Per Bylund] - ''Man and Matter: A Philosophical Inquiry into the Justification of Ownership in Land from the Basis of Self-Ownership.'' [[Per Bylund]], {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Em qualquer caso, [[John Locke]] Tinha uma "condição" que diz que o apropriador de recursos deve deixar "o suficiente e tão bom em comum... para os outros". Os anarquistas do mercado Rothbardianos não concordam com essa condição, afirmando que o indivíduo pode originalmente apropriar-se do tanto quanto ele deseja misturando seu trabalho, e continua sendo sua propriedade até ele decidir de outra forma.<ref name="Land-locked: A Critique of Carson on Property Rights"/> <ref name="Man and Matter: A Philosophical Inquiry into the Justification of Ownership in Land from the Basis of Self-Ownership"/> Eles chamam isso de "Neo-Lockeano".<ref name="Man and Matter: A Philosophical Inquiry into the Justification of Ownership in Land from the Basis of Self-Ownership"/> <ref>[https://mises.org/library/rothbard-political-philosopher Mises.org] - ''The Journal of Libertarian Studies. Rothbard as a Political Philosopher.'' Marcus Verhaegh, 30 de Julho de 2014, {{en}} Acesado em 04/09/2017.</ref> Os anarquistas libertários vêem isso como consistente com sua oposição ao início da coerção, uma vez que apenas as terras inapropriadas podem ser tomadas. Se algo não for apropriado, não existe um apropriador original contra o qual a coação está sendo iniciada. E eles não pensam que a simples reivindicação gera propriedade. Os anarcocapitalistas aceitam formas voluntárias de [[propriedade coletiva]], que significa propriedade aberta ao acesso de todos os indivíduos.<ref>[https://mises.org/library/common-property-anarcho-capitalism Mises.org] - ''The Journal of Libertarian Studies. Common Property in Anarcho-Capitalism.'' [[Randall Holcombe]], 30 de Julho de 2014, págs. 3-29, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

==== Propriedade comum ====

{{Mais informações|Anarquismo coletivista|Coletivismo}}

Embora os anarcocapitalistas sejam conhecidos por defenderem o direito à [[propriedade privada]] (seja individual ou não pública), a [[propriedade coletiva]] não estatal também pode existir em uma sociedade anarcocapitalista.<ref>[htt://www.libertarianstudies.org/journals/jls/19_2/19_2_1.pdf Libertarian Studies] - ''Common Property in Anarcho-Capitalism.'' Randall Holcombe, Nº 2 19. págs. 3-29, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Assim como uma pessoa vem possuir algo sem um proprietário misturando seu trabalho com ele ou usando-o regularmente, muitas pessoas podem se tornar proprietárias de uma coisa em comum, misturando seu trabalho junto com ele, no sentido de que ninguém pode apropriá-lo como seu. Isso pode ser aplicado a [[estrada]]s, [[parque]]s, [[rio]]s e partes dos [[oceano]]s. O teórico anarcocapitalista [[Roderick Long]] dá o seguinte exemplo:

{{Citação2|''Considere uma aldeia perto de um lago. É comum que os aldeões caminhem até o lago para ir pescar. Nos primeiros dias da comunidade, era difícil chegar ao lago por causa de todos os arbustos e galhos caídos ao longo do caminho. Mas ao longo do tempo, uma ''[[trilha]]'' toma forma, não por esforços coordenados, mas simplesmente como resultado de todas as pessoas andando ali a cada dia. A trilha é o produto do trabalho, não o trabalho de qualquer pessoa, mas de todos juntos. Se um aldeão determinado a aproveitar os benefícios do caminho recém aberto cria uma ''[[porteira]]'' com ''[[pedágio]],'' isso violaria os direitos de propriedade coletiva que os moradores ganharam juntos.''|Roderick Long <ref>[http://www.freenation.org/a/f53l1.html Free Nation] - ''A Plea for Public Property.'' Roderick Long, 1988, ''Formulations'' 5, Nº 3, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>}}

No entanto, uma vez que a propriedade que é coletiva, ela tende a perder o nível de responsabilidade que é encontrada na propriedade individual, na medida em que existe um maior número de proprietários - ou para tornar essa responsabilidade proporcionalmente mais complexa - os anarcocapitalistas às vezes têm desconfiança e tentam evitar arranjos comunitários intencionais, embora estes, como mostrado, não entrem de forma alguma em conflito com sua [[ideologia]] e são mais uma questão de critérios particulares.

A [[privatização]], a [[descentralização]] e a individualização das responsabilidades são objetivos anarcocapitalistas. Mas em alguns casos, eles não só fornecem um desafio, mas eles mesmos consideram impossível. Estabelecer rotas oceânicas é um exemplo comum de bens considerados como de propriedade privada difícil. O negativo e o contraditório de sua ideologia é a [[coletivização]] estatal ou forçada (supostamente em nome da "maioria") que fortalece o poder e a legitimidade do governo, nas quais as contas são entregues a terceiros e não entre as partes e não há responsabilidade particular.

==== Meio ambiente ====

{{Principal|Anarquismo verde}}

Os governos centrais geralmente tendem a defender ações ou censuras contra poluidores para beneficiar o "povo" ou a "maioria". No entanto, a economia [[cartel]]izada e poluente das corporações recebe [[subsídio]]s governamentais ([[capitalismo corporativo]]), como a [[indústria pesada]] altamente poluente que obtém subsídios legais e econômicos de políticos sob o argumento de criação de empregos ou incentivos ao investimento privado.

A [[poluição do ar]], da [[água]] e do solo, por exemplo, é vista como resultado da coletivização estatal da propriedade; os [[recursos naturais]] quando são públicos não são mantidos ou renovados por ninguém e ninguém se responsabiliza por eles ([[tragédia dos comuns]]). Os anarcocapitalistas tendem a coincidir com os [[Economia ambiental|ambientalistas do mercado]] em relacionar as tendências destrutivas do [[meio ambiente]] com o estado e suas disposições coletivizadoras.

==== Armas ====

O anarcocapitalismo opõe-se a toda [[coerção]] e, portanto, defende a livre posse de [[arma]]s.<ref>[http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=38030106 Redalyc] - ''Un reaccionario radical: el pensamiento político de Murray Rothbard.'' Miguel Anxo Bastos Boubeta. RIPS. Revista de Investigaciones Políticas y Sociológicas 2004, 3 (1), {{es}} Acessado em 04/09/207.</ref> Embora a [[propriedade privada]] permita aos seus legítimos proprietários decidirem se outros podem entrar ou não em suas propriedades portando armas.

=== Lei e ordem ===

Na teoria anarquista libertária, a lei e a [[ordem pública]] de uma [[sociedade]] voluntária podem ser proporcionadas por um mercado competitivo de [[Agência (sociologia)|instituições privadas]] que oferecem [[segurança pública]], [[justiça]] e outros [[serviços]] de [[defesa]],<ref>Lavoie, Don. (1993). ''Democracy, Markets, and the Legal Order: Notes on the Nature of Politics in a Radically Liberal Society.'' Em ''Liberalism and the Economic Order'' Autor: G. Tyler Miller. [[Cambridge University Press]], pág. 115, {{en}} Adicionado em 04/09/2017..</ref> "a alocação privada da força, sem uma controle central".<ref>''For and Against the State: New Philosophical Readings.'' Autores: John T. Sanders & Jan Narveson. Rowman & Littlefield, 1996, pág. 197, {{en}} ISBN 9780847681655 Adicionado em 04/09/2017.</ref> Um mercado onde existem [[provedor]]es de segurança e de [[direito]] [[Concorrência (economia)|concorrentes]] para clientes que pagam voluntariamente e que desejam receber serviços, em vez de indivíduos tributados sem seu consentimento para quem um provedor de [[monopólio]] é designado.<ref>[http://www.liberalismo.org/articulo/309/38/objetivismo/estado/carta/abierta/ayn/ Liberalismo.org] - ''El objetivismo y el Estado: carta abierta a Ayn Rand.'' Roy A. Childs, Jr., {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> A crença entre os anarquistas do mercado livre é que essa competição tende a produzir serviços jurídicos e de [[polícia]] mais baratos e de melhor qualidade, incluindo "uma alta arbitragem boa e imparcial de reivindicações de direitos em conflito".<ref>''Handbook of Political Theory.'' Autores: Gerald F Gaus & Chandran Kukathas. SAGE, 2004, pág. 119, {{en}} ISBN 9780761967873 Adicionado em 04/09/2017.</ref>

O anarquismo de mercado desenvolvido por [[Murray Rothbard]] teoriza uma sociedade onde os provedores de justiça competem por clientes ([[lei policêntrica]], [[agência de defesa privada]]) e onde a lei é baseada em [[Lei natural|leis naturais]] ou [[Liberdade negativa|leis negativas]]. [[David Friedman]] propõe o anarquismo de mercado onde, além da segurança proporcionada pelo mercado, a própria lei é produzida pelo mercado.<ref>''[[The machinery of freedom]]: guide to a radical capitalism'' (2ª edição). Autor: David Friedman, Open Court, 1989, págs. 116-117, {{en}} ISBN 9780812690682 Adicionado em 04/09/2017.</ref>

== Variantes do anarcocapitalismo ==

{{Principal|Correntes do anarquismo}}

A adoção do anarquismo de [[mercado livre]] - com [[propriedade privada]], um mercado livre na ausência de lei estatal - nesta filosofia foi desenvolvida pelo economista e historiador americano [[Murray Rothbard]], que foi o primeiro a teorizar o anarcocapitalismo. "Um aluno e discípulo do [[Escola Austríaca|economista austríaco]] [[Ludwig von Mises]], Rothbard, combinou o ''[[laissez-faire]]'' de seu professor com a visão [[absolutista]] dos [[direitos humanos]] e a rejeição do Estado que ele adotou ao estudar anarquistas individualistas americanos do [[século XIX]], como [[Lysander Spooner]] e [[Benjamin Tucker]]".<ref>''The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought.'' 1987, {{en}}, pág. 290. ISBN 0631179445 Adicionado em 04/09/2017. </ref> No anarcoscapitalismo de Rothbard, em primeiro lugar, haveria a implementação de um "código legal libertário mutuamente acordado, que seria de aceitação geral e a que os tribunais se dobrariam".<ref>[https://mises.org/library/new-liberty-libertarian-manifesto Mises.org] - ''For a New Liberty: The Libertarian Manifesto.'' Murray Rothbard, 20 de Julho de 1973, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Este código reconheceria a [[Autopropriedade|soberania individual]] e a não-agressão como direitos inalienáveis, esta concepção do anarcocapitalismo baseia-se em argumentos [[Direito natural|iusnaturalistas]].

Outros pensadores, como [[David Friedman]], propõem o anarcoscapitalismo através de [[Utilitarismo|argumentos utilitários]], isto é, a noção de que a adoção do anarcoscapitalismo produziria melhores resultados do que qualquer outra alternativa de ordem social e econômica. No anarcocapitalismo proposto por Friedman, "os sistemas jurídicos serão criados por [busca] de ganho no mercado livre",<ref>''[[The Machinery of Freedom]]'', págs. 116-117. Adicionado em 04/09/2017.</ref> o que levaria a uma sociedade libertariana generalizada, senão absoluta. Rothbard baseia sua filosofia com base na lei natural absoluta, mas também fornece explicações econômicas de por que ele acha que o anarcocapitalismo é preferível do [[Pragmatismo|ponto de vista pragmático]]. Friedman argumenta que ele não é um teórico dos direitos absolutos, mas também "não é utilitário", embora ele considere que "os argumentos utilitários são muitas vezes o melhor meio de defender os pontos libertários".<ref>''The Machinery of Freedom'', capítulo 42, adicionado em 04/09/2017.</ref> [[Hans-Hermann Hoppe]] usa a [[ética argumentativa]] para fundar o "anarquismo da propriedade privada" <ref>[http://www.hanshoppe.com/2011/05/argumentation-ethics-and-liberty-a-concise-guide/ Hans Hoppe] - ''Argumentation Ethics and Liberty: A Concise Guide.'' Stephan Kinsella, 26 de Maio de 2011, {{en}} Acessado em 04/09/2017. </ref> e está mais próximo da visão de Rothbard sobre a lei natural. Nem todos os defensores do anarquismo capitalista autodenominam-se anarcocapitalistas, por exemplo, [[Wendy McElroy]] prefere usar o termo "anarcoindividualismo".<ref>[http://www.wendymcelroy.com/news.php?extend.855 Wendy McElroy] - ''Capitalism versus the free market.'' Wendy McElroy, 12 de Junho de 2007, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

Os anarcocapitalistas têm visões variadas de como eliminar o [[Estado]]. Rothbard defendeu o uso de táticas não-imorais disponíveis para alcançar a liberdade.<ref>''The Conservative Press in Twentieth-century America.'' Autores: Ronald Lora & William Henry Longton. Greenwood Publishing Group, 1999, pág. 369, {{en}} ISBN 9780313213908 Adicionado em 04/09/2017.</ref> Os [[Agorismo|agoristas]], seguidores da filosofia de [[Samuel Edward Konkin III]] <ref>''Beneath the underground.'' Autor: Bob Black. Feral House, 1994, pág. 4, {{en}} ISBN 9780922915217 Adicionado em 04/09/2017.</ref> propõem eliminar o Estado praticando [[resistência fiscal]] e o uso de estratégias ilegais de [[mercado negro]] chamadas [[contraeconomia]] até que as funções de [[segurança pública]] do estado possam ser substituídas por [[Concorrência (economia)|concorrentes]] de livre mercado.

== História e origens ==

{{Principal|História do anarquismo}}

=== Liberalismo clássico ===

{{Principal|Liberalismo clássico}}

[[Imagem:Anarcho-capitalist flag.svg|310px|thumb|Bandeira auri-negra, símbolo do anarcocapitalismo, adotada nos [[anos 1960]]. O amarelo representa a propiedade privada e o negro representa a anarquia.<ref name="The Betrayal of the American Right">''The Betrayal of the American Right.'' Autor: Murray N. Rothbard. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2007, pág. 188, {{en}} ISBN 9781479229512 Adicionado em 04/09/2017.</ref>]]

A primeira fonte para apoiar a teoria moderna da anarquia de mercado é o liberal clássico [[John Locke]], que argumentou que, à medida que as pessoas misturam seu próprio [[trabalho (economia)|trabalho]] com recursos não possuídos, eles tornam esses recursos sua propriedade. As pessoas podem adquirir novas propriedades trabalhando em recursos não apropriados ou negociando produtos criados. Essa ideia é usada por anarcocapitalistas para explicar por que a soberania da [[propriedade privada]] contradiz a [[soberania]] do [[estado]].

Um dos primeiros indivíduos a propor o [[conceito]] de [[privatização]] da proteção da liberdade e da propriedade individual, prefigurando o que mais tarde será o anarquocapitalismo, foi o francês [[Jakob Mauvillon]] no [[século XVIII]]. Mais tarde, na [[década de 1840]], [[Julius Faucher]] e [[Gustave de Molinari]] defenderam o mesmo. Molinari, um discípulo favorito de [[Frédéric Bastiat]], em seu [[ensaio (literatura)|ensaio]], ''[[The Production of Security]]'', argumentou: "Nenhum governo deveria ter o direito de impedir que outro governo se associasse a ele ou exigir que os [[consumidor]]es de [[segurança pública]] recorressem exclusivamente a ele por tal serviço."<ref>[https://mises.org/library/authentic-german-liberalism-19th-century Mises.org] - ''Authentic German Liberalism of the 19th Century.'' Ralph Raico, 20 de Abril de 2005, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

Molinari argumentou que o [[monopólio]] da segurança causa altos [[preço]]s e baixa qualidade. Ele disse em ''[[Les Soirées]]'':

{{Citação2|''O monopólio do governo não é melhor do que qualquer outro. Um governo gerencia bem e não faz isso especialmente barato, quando não há competição a temer, quando os governados são privados do direito de escolher livremente suas regras... A produção de segurança inevitavelmente se torna onerosa e ruim quando está organizada como monopólio.''<ref>''Les soirées de la rue Saint-Lazare: entretiens sur les lois économiques et la défense de la propriété.'' Autor: Gustave de Molinari. Guillaumin, 1849, {{fr}} Adicionado em 04/09/2017.</ref>}}

A inclinação de Molinari pelo anarquismo do mercado livre é baseado na economia e não na oposição moral ao Estado.<ref>Murray Rothbard, 1977, [[prefácio]] de ''The Production of Security'' de [[Gustave de Molinari]], {{en}} [https://mises.org/system/tdf/The%20Production%20of%20Security_3.pdf?file=1&type=document '''Link (Mises.org)''']</ref>

A tradição liberal [[Antiestadismo|antiestadista]] na [[Europa]] e nos [[Estados Unidos]] continuou após Molinari nos primeiros escritos de [[Herbert Spencer]], bem como em pensadores como [[Paul Émile de Puydt]] e [[Auberon Herbert]].

=== Anarquismo individualista americano do século XIX ===

{{Mais informações|Anarquismo individualista}}

[[Imagem:LysanderSpooner.jpg|thumb|right|200px|[[Lysander Spooner]] ([[1808]]-[[1887]]), o teórico jurídico anarcoindividualista, considerado predecessor do anarcocapitalismo, que expôs a [[lei natural]] como a aproximação máxima do conceito de [[justiça]].]]

O teórico da [[lei natural]], o [[advogado]] [[Lysander Spooner]], é considerado entre os principais predecessores do anarcocapitalismo e mais próximo da ideia contemporânea por sua doutrina legal.<ref>''Liberalism and the Economic Order, Parte 2.'' Autores: Ellen Frankel Paul, Fred D. Miller, Jr. & Jeffrey Paul. [[Cambridge University Press]], 1993, pág. 115, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> <ref>[https://mises.org/library/men-against-state-expositers-individualist-anarchism-america-1827-1908 Mises.org] - ''Men Against the State: The Expositers of Individualist Anarchism in America, 1827-1908.'' James J. Martin, 13 de Junho de 1970, págs. 167-201, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Em 1845, Spooner escreveu um [[ensaio (literatura)|ensaio]] radical contra a [[escravidão]], ''[[Unconstitutionality of slavery]]''. Estabelecido firmemente na tradição da lei natural enfrentou, desde o início de sua carreira profissional e ideológica, os [[Capitalismo clientelista|monopólios protegidos pelo Estado]], em [[1870]] escreveu ''[[No Treason: The Constitution of No Authority]]'', onde explica que toda legislação se opõe à lei natural e, portanto, é criminosa. Um exemplo de sua luta contra os monopólios era o ''[[American Letter Mail Company]]'', fundado em [[1844]], que competia com o monopólio estatal do [[Serviço Postal dos Estados Unidos]] em violação do "Estatuto de Envios Privados", que restringe aos [[Estados Unidos]] o transporte e a entrega de [[carta]]s por qualquer organização fora do serviço postal. Spooner considerou que os monopólios eram uma restrição imoral e, apesar de ter tido algum sucesso na redução dos [[preço]]s, o governo dos Estados Unidos desafiou Spooner com medidas legais, obrigando-o a cessar as operações em [[1851]].<ref>[http://web.archive.org/web/20150708022415/http://www.lysanderspooner.org/STAMP3.htm Web.archive] - ''Spooner vs. U.S. Postal System.'' Lucille J. Goodyear, [[American Legion Magazine]], Janeiro de 1981, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

Seu [[abolicionismo]] levou-o a criticar os motivos da [[Guerra de Secessão|guerra civil americana]] ([[1861]]-[[1865]]): ele entendeu que lutou pelo falso [[ideal] da [[União (Guerra Civil Americana)|União]], quando deveria ter lutado pelo ideal da [[escravidão]]. Spooner pensou que os proprietários de escravos não teriam se atrevido a se rebelar contra um governo que daria liberdade ao mundo inteiro, enquanto defendiam sua própria liberdade, [[Estados Confederados da América|os sulistas]] ganharam uma vantagem moral e psicológica que os sustentou durante a guerra. Assim, em [[1864]], ele publicou a ''[[Carta a Charles Sumner]]'', na qual ele acusou os políticos do norte de ter "''sobre suas cabeças, ainda mais, se possível, do que a dos proprietários de escravos (que agiram de acordo com suas associações, interesses e princípios declarados como donos de escravos) repousa o sangue desta guerra horrível, desnecessária e, portanto, culpada.''"<ref>''The collected works of Lysander Spooner, Volume 1.'' Autor: Charles Shively. M & S Press, 1971, {{en}} ISBN 9780877300069 Adicionado em 04/09/2017.</ref> Ao contrário das coincidências legais, as ideias de Spooner sobre a [[propriedade intelectual]] estão em desacordo com ideias anarcocapitalistas que negam que ideias sejam propriedades privadas.

[[Benjamin Tucker]] ([[1854]]-[[1939]]) desenvolveu o [[anarquismo individualista]] numa série de [[artigo (publicações)|s]] posteriormente compilados no livro ''[[Instead of a Book ]]'' ([[1893]]). Seu princípio básico era que cada indivíduo desfrutava o máximo de liberdade compatível com uma liberdade igual para os outros, implicando, em particular, direitos ilimitados de adquirir e alienar bens no mercado.<ref name="The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought">''The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought.'' Autor: David Miller. Wiley, 1991, págs. 10-14, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref> No antigo anarquismo da tradição americana, especialmente entre aqueles conhecidos como "anarquistas bostonianos", há uma afirmação do valor da [[propriedade privada]];<ref name="AVincent-p.116">{{Harv |Vincent|2009|sp = sí}}, [http://books.google.es/books?id=igrwb3rsOOUC&printsec=frontcover&dq=*Modern+Political+Ideologies++Andrew+Vincent#PPA116,M1 p.116]</ref> comprometidos com a idéia de um mercado livre, que para eles não havia sido totalmente desenvolvido pela distorção produzida pelos [[monopólio]]s, e que responsabilizava principalmente o governo.<ref name="IanAdams-153">{{Harv |Adams|1995| sp = sí}}, [http://books.google.es/books?id=ony7AAAAIAAJ&lpg=PP1&pg=PA153#v=onepage&q=&f=false p. 153]</ref> Tucker, influenciado por [[Josiah Warren]] e a [[teoria do valor-trabalho]], considerou que a propriedade da terra era justificável somente quando o proprietário estava usando a mesma.<ref>''The Individualist Anarchists.'' p. 276.</ref> O último, ao contrário de seu predecessor Lysander Spooner que tradicionalmente era ''Lockeano'' em relação à [[propriedade privada]] da terra ([[apropriação original]]).<ref>[http://www.voluntaryist.com/spooner/spooner-vs-liberty-by-carl-watner/#.WamNGXSQy1s Voluntaryist] - ''Spooner vs. Liberty.'' [[Carl Watner]], originalmente publicado no THE LIBERTARIAN FORUM, Volume 7, Nº 3, Março de 1975, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Tucker mais tarde abandonou sua ideia de propriedade da terra e diria que ela é legitimamente transferida pela força, a menos que especificado por contrato.<ref>Benjamin R. Tucker, William Hansen (31 de Dezembro de 1892). <br />"Response to 'Rights'". Liberty 9 (18): <br />''El único derecho del hombre a la tierra es su fuerza sobre ella. Si su vecino es más fuerte que él y tiene la tierra de él, a continuación, la tierra es de su vecino, hasta que este último es desposeído por uno más fuerte todavía.'' <br />("O único direito do homem sobre a terra é o seu poder sobre ele. Se o seu próximo é mais forte do que ele e tem a terra dele, então a terra é do seu vizinho, até que o último seja despojado por um mais forte ainda.") <br />Adicionado em 04/09/2017.</ref> As teorias de Tucker sobre o [[valor de mercado]] e sobre a propriedade da terra sempre foi rejeitada pela doutrina econômica e jurídica anarcocapitalista.

Como Spooner, Tucker atacou os monopólios criados pelo Estado; sem um Estado, cada pessoa poderia exercer o seu direito de proteger sua própria liberdade, usando os [[serviços]] de uma associação de proteção privada, se necessário.<ref name="The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought"/> Benjamin Tucker antecipou a ideia de que, mais tarde, ele aprofundaria o [[anarquismo]]-[[capitalismo]]: essa defesa é um serviço como qualquer outro, um trabalho e uma mercadoria sujeitos à [[lei da oferta e da procura]], que a [[concorrência (economia)|concorrência]] prevalece, o patrocínio será para quem oferece o melhor produto ao preço mais razoável e que a produção e venda desta mercadoria agora é monopolizada por um estado que, como um monopolista, cobra preços exorbitantes por um serviço precário.<ref>Tucker, Benjamin (1893). ''Instead of a Book.'' <br />("A defesa é um serviço como qualquer outro serviço; é um trabalho útil e desejado, por isso é uma mercadoria sujeita à lei da oferta e da demanda; que num mercado livre esta mercadoria será oferecida a preço de custo; essa competição prevalecendo, o patrocínio irá para quem oferece o melhor produto ao menor preço; que a produção e venda desta commodity agora é monopolizada pelo Estado; e o estado, como qualquer monopolista, cobra preços exorbitantes ". <br />Adicionado em 04/09/2017.</ref> Ele observou que o anarquismo que ele propôs incluiu [[Prisão|prisões]] e [[forças armadas]].<ref>Tucker, Benjamin. ''Liberty'', 19 de Outubro de 1891. Adicionado em 04/09/2017.</ref> Tucker também lançou a ideia da possibilidade de agências governamentais financiadas por "[[imposto]]s [[Voluntarismo|voluntários]]".<ref>[http://web.archive.org/web/20101228054225/http://libertariannation.org/a/f24r1.html Web.archive] - ''Taxation: Voluntary or Compulsory'' ? F. W. Read & Benjamin R. Tucker, {{en}} Adicionado em 04/09/2017.</ref>

=== Escola austríaca ===

{{Principal|Escola Austríaca}}

[[Imagem:Murray Rothbard.jpg|thumb|225px|esquerda|[[Murray Rothbard]] ([[1926]]-[[1995]]), afirmou: "''o capitalismo é a expressão mais completa do anarquismo, e o anarquismo é a expressão mais completa do capitalismo.''"<ref name="Exclusive Interview With Murray Rothbard"/>]]

A Escola Austríaca de economia foi fundada com a publicação em [[1871]] com o livro ''Grundsätze der Volkswirtschaftslehre'' ([[Princípios de Economia (Menger)|Princípios de Economia]]) de [[Carl Menger]]. Os membros desta escola se concentram na economia como um sistema ''[[a priori]]'', como a [[lógica]] ou a [[matemática]], e não como uma [[Empirismo|ciência empírica]] como a [[geologia]]. Trata-se de descobrir os [[axioma]]s da ação humana (chamada "[[praxeologia]]" na tradição austríaca) e fazer suas deduções. Alguns desses axiomas praxeológicos são:

* Os seres humanos agem intencionalmente.
* Os seres humanos preferem mais de um bem do que menos.
* Os seres humanos preferem receber um bem mais cedo do que mais tarde, e
* Cada parte de um ato comercial beneficia ''[[ex-ante]]''.

Mesmo nos primeiros dias, a economia austríaca era usada como uma arma teórica contra o [[socialismo]] e a [[Estatismo|política estatista]]. [[Eugen von Böhm-Bawerk]], colega de Menger, escreveu uma das primeiras críticas ao socialismo em seu [[tratado (estudo)|tratado]] ''[[The Exploitation Theory of Socialism-communism]]''. O economista austríaco mais influente era, talvez, [[Ludwig von Mises]], autor do trabalho praxeológico ''[[Ação Humana]]''. Mais tarde, [[Friedrich Hayek]], discípulo de Mises, escreveu ''[[O Caminho da Servidão]]'', afirmando que uma [[economia planificada]] destrói a função da informação dos [[preço]]s e que a autoridade na economia leva ao [[totalitarismo]].

[[Murray Rothbard]], também discípulo de Mises, é o homem que tentou fundir a economia austríaca com o [[liberalismo clássico]] e o [[anarquismo individualista]]. Ele escreveu seu primeiro [[artigo (publicações)|artigo]] defendendo o "anarquismo de propriedade privada" em [[1949]], e mais tarde apresentou o nome alternativo de "anarcocapitalismo". Ele era um economista de formação, mas também com conhecimento em [[história]] e [[filosofia política]]. Quando jovem, era considerado parte da ''[[Old Right]]'', um ramo [[Antiestadismo|antiestatalista]] e anti-intervencionista do [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Partido Republicano]]. Na [[década de 1950]], participou brevemente com [[Ayn Rand]], mas depois teve uma briga com ela. Quando, durante a [[Guerra Fria]], [[Intervencionismo (economia)|intervencionistas]] da ''[[National Review]]'', como [[William F. Buckley, Jr.]] ganharam influência no Partido Republicano na [[década de 1950]], Rothbard deixou esse grupo e formou uma aliança com grupos anti-guerra de [[esquerda (política)|esquerda]], levando em consideração a tradição anti-guerra entre uma série de esquerdistas autoproclamados e, até certo ponto, mais próximo da ''Old Right'' [[conservador]]a. Acreditava que a Guerra Fria estava mais em dívida, em teoria, com a esquerda e [[imperialista]]s [[progressista]]s, especialmente em relação à [[Trotskismo|teoria trotskista]].<ref>[https://www.lewrockwell.com/1970/01/murray-n-rothbard/why-conservatives-love-war-and-the-state/ Lew Rockwell] - ''Why Conservatives Love War and the State.'' Murray Rothbard, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Mais tarde, Rothbard inicialmente se opôs à fundação do [[Partido Libertário (Estados Unidos)|Partido Libertário]], mas juntou-se a ele em [[1973]] tornando-se um dos seus principais ativistas. Os livros de Rothbard, como ''[[Man, Economy, and State]]'', ''[[Power and Market]]'', ''[[A Ética da Liberdade|The Ethics of Liberty]]'' e ''[[For a New Liberty]]'', são considerados clássicos do pensamento libertário da [[lei natural]].

== Referências atuais ==

=== Em inglês ===

Estudos de renomados membros do [[Instituto Ludwig von Mises]], [[Instituto Cato]] e [[Independent Institute]] são referências importantes na [[língua inglesa]]. Outras fontes mais explicitamente anarquistas são o [[Center for Libertarian Studies]], o [[Journal of Libertarian Studies]], [[site]]s como o [[Anti-State.com]], StrikeTheRoot.com, [[Per Bylund|Anarchism.net]], [[LewRockwell.com]], [[Seasteading Institute]] (''ver: [[Seasteading]]'') ou o [[Instituto Molinari]] (''ver: [[Roderick Long]]'') nos [[EUA]]. Também é digno de nota o ''[[podcast]]'' [[canadense]] [[Freedomain Radio]] e a [[Libertarian Alliance]] do [[Reino Unido]], entre outras fontes.

=== Em espanhol ===

Em [[Língua espanhola|espanhol]], há uma importante referência do anarcocapitalismo, anexo ao [[Instituto Ludwig von Mises]] e expoente da [[Escola Austríaca]], o professor [[Jesus Huerta de Soto]], juntamente com expoentes contemporâneos como [[Miguel Anxo Bastos]], [[Albert Esplugas]] e alguns membros e analistas do [[Instituto Juan de Mariana]].<ref>[[El Confidencial]] - [http://www.elconfidencial.com/sociedad/2008-11-15/impuestos-no-drogas-y-prostitutas-si_392482/ ''Impuestos no, drogas y prostitutas sí.''] Esteban Hernández, 15 de novembro de 2008, {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Editoriais que incluem em seu catálogo textos de anarquismo liberal são o [[Unión Editorial]] e [[Ediciones Innisfree]] da [[Espanha]], e [[Grito Sagrado]] da [[Argentina]].

== Outros idiomas ==

Em [[Língua portuguesa|português]], pode-se encontrar o [[Instituto Ludwig von Mises Brasil]], em [[flamenco]] o [[Rothbard Instituut]] e, em [[Língua italiana|italianno]], importantes membros do [[Instituto Bruno Leoni]], que aderem e promovem o anarcocapitalismo por meio destes institutos.

== Exemplos históricos ==

{{Imagem múltipla
| align = right
| direction = vertical
| width = 220

|image1=Law speaker.jpg
|caption1=Interpretação do [[século XIX]] do ''Althing'' ([[parlamento da Islândia|parlamento]]) da [[Comunidade Islandesa]], que autores como [[David Friedman]] e [[Roderick Long]] acreditam ter algumas características da sociedade anarcocapitalista.

|image2=Treaty of Penn with Indians by Benjamin West.jpg
|caption2=Tratado dos quakers com os [[índio]]s delawares ([[lenape]]s), em [[Shackamaxon]], ([[Pensilvânia]]) pelo qual estes compraram terras dos nativos ([[1682]]). Este pacto iniciou um período de paz que perdurou por quase um século.
}}

Alguns teóricos do anarcocapitalismo apontam para exemplos históricos que têm semelhanças com sua [[ideologia]]. Embora estas sejam sociedades extemporâneas, para a formulação dessa doutrina ou processos sociais não derivados dessa filosofia, esses teóricos destacam situações reais em que a proteção da liberdade e da propriedade individual foram [[Agência (sociologia)|financiadas voluntariamente]] antes de fornecidas pelo [[Estado]] através de [[imposto]]s.

==== Irlanda céltica ====

Um exemplo comum de uma [[sociedade]] com características anarcocapitalistas foi a da [[Irlanda Gaélica|Irlanda Celta (Gaélica)]] na [[Idade Média]], devido ao seu sistema legal e tribunais baseados em [[clã]]s aos quais se poderia afiliar ou desligar-se livremente.<ref>[https://mises.org/files/12-public-sector-iii-police-law-and-courts-murray-n-rothbardmp3 Mises.org] - ''12 The Public Sector, III Police, Law, and the Courts Murray N Rothbard.mp3.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

=== Islândia medieval ===

De acordo com [[David Friedman]], "as instituições medievais islandesas tinham várias características peculiares e interessantes; poderiam ter sido criadas por um economista enlouquecido para testar a medida em que os sistemas de mercado poderiam suplantar o governo na maioria de suas funções fundamentais".<ref name="PRIVATE CREATION AND ENFORCEMENT OF LAW: A HISTORICAL CASE">[http://www.daviddfriedman.com/Academic/Iceland/Iceland.html David D. Friedman] - ''PRIVATE CREATION AND ENFORCEMENT OF LAW: A HISTORICAL CASE.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Embora ele não qualifique diretamente como anarcocapitalista, Friedman argumenta que o [[municipalismo]] [[Islândia|islandês]] de [[930]] e [[1262]] apresentou "algumas características" da sociedade anarcocapitalista, devido à existência de um [[sistema jurídico]] simples com [[segurança pública]] inteiramente privada e [[capitalista]], fornecendo algumas evidências de como essa sociedade funcionaria. "Embora o sistema jurídico islandês reconheça uma ofensa essencialmente 'pública', conseguiu dar a alguns indivíduos (às vezes escolhidos entre os afetados) o direito de tomar o caso e cobrar [[multa]]s, cabendo assim a um sistema essencialmente privado."<ref name="PRIVATE CREATION AND ENFORCEMENT OF LAW: A HISTORICAL CASE"/>

=== Pensilvânia primitiva===

O estudo de [[Murray Rothbard]] sobre o [[período colonial dos Estados Unidos]], ''[[Conceived in Liberty]]'', discute o momento em que a [[Pensilvânia]] desde a época do ''Holy Experiment'' ("[[Santo Experimento]]" dos [[quaker]]s) {{nota de rodapé|''Holy Experiment'' ([[Língua portuguesa|pt]]: "Santo Experimento"). Foi um projeto de organização política baseado no conceito de [[tolerância religiosa]], criado pelos quakers no território do atual estado americano da Pensilvânia. Durou de [[1681]] a [[1756]]. ([http://www.penntreatymuseum.org/treaty.php Ref. 1], [http://philadelphiaencyclopedia.org/archive/treaty-of-shackamaxon-2/ Ref. 2], [http://www.quakersintheworld.org/quakers-in-action/8 Ref. 3])}} entrou num estado de anarquia e como [[William Penn]] lutou por cerca de uma década para reinstalar seu governo sobre um povo que não o desejava.<ref>[https://mises.org/library/pennsylvanias-anarchist-experiment-1681-1690 Mises.org] - ''Pennsylvania's Anarchist Experiment: 1681-1690.'' Murray Rothbard, 8 de Julho de 2005, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

=== O Velho Oeste Americano ===

De acordo com a pesquisa de Terry L. Anderson e PJ Hill, o [[Velho Oeste]] dos [[Estados Unidos]], durante o período [[1830]]-[[1900]], teve semelhanças com o anarcocapitalismo, já que "as [[Agência (sociologia)|agências privadas]] forneceram a base necessária para uma sociedade ordenada onde a propriedade foi protegida e os conflitos foram resolvidos", e que a percepção popular comum de que o Velho Oeste era caótico e com pouca consideração pelos direitos de propriedade é incorreta.<ref>[https://mises.org/library/american-experiment-anarcho-capitalism-not-so-wild-wild-west Mises.org] - ''The Journal of Libertarian Studies. American Experiment in Anarcho-Capitalism: The Not So Wild, Wild West.'' Terry Anderson & P.J. Hill. 30 de Julho de 2017, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

=== Internet ===

Para muitos anarcocapitalistas, por exemplo, aqueles ligados ao [[criptoanarquismo]], a [[internet]] deveria ser o exemplo de uma rede de jurisdições (com alguma semelhança com o [[Lei policêntrica|direito policêntrico]]) e os conflitos seriam resolvidos com base no [[direito comum]] (''ver: [[Lex mercatoria]]'').[75]<ref>[[Instituto Juan de Mariana]] - [https://www.juandemariana.org/ijm-actualidad/analisis-diario/la-lex-mercatoria-ha-renacido-con-la-globalizacion ''La Lex Mercatoria ha renacido con la globalización.''] Francisco Moreno, 9 de Julho de 2008, {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> São tomados por eles como uma [[metáfora]] para o funcionamento da [[Voluntarismo|interação voluntária]] ([[mercado]]), uma vez que o conhecimento das interações infinitas entre os indivíduos que ocorrem todos os dias no mundo é muito superior ao que nenhuma instituição centralizada jamais poderia lidar (''ver: [[conhecimento disperso]]'').

== Críticas ==

As críticas ao anarcocapitalismo incluem várias categorias: aqueles que afirmam que o anarcospolicismo não pode funcionar na prática; outros afirmam que o [[capitalismo]] precisa de um [[Estado]] coercivo para existir (de acordo com o minarquismo) e que uma sociedade pode ser anarquista ou capitalista, mas não ambas (de acordo com o [[anarcocomunismo]]); críticas gerais à [[moralidade]] no capitalismo e no [[liberalismo]] que podem ser aplicadas ao anarcocapitalismo; e as críticas [[Utilitarismo|utilitaristas]] que afirmam que o anarcocapitalismo não maximiza a rentabilidade.

=== Do minarquismo ===

{{Mais informações|Minarquismo|Estado mínimo}}

Alguns liberais acreditam que um sistema capitalista não poderia sobreviver, ou não seria eficiente, sem um Estado público e imparcial em que todo o sistema legal que protege o capitalismo seria ameaçado pela existência de vários Estados privados, que [[Competitividade|competem]] uns com os outros. Eles afirmam que o capitalismo precisa de um [[Estado de direito]] para se manter estável.

O anarcocapitalismo foi criticado, entre outros, por [[Milton Friedman]], que escreveu:

{{Citação2|''A história sugere que o capitalismo é uma condição necessária para a liberdade política. Claramente, não é uma condição suficiente.''<ref>[[Instituto Millenium]] - [http://www.institutomillenium.org.br/artigos/milton-friedman-um-heroi-da-liberdade/ ''Milton Friedman: um herói da liberdade .''] João Luiz Mauad, 1 de Agosto de 2017. Acessado em 04/09/2017.</ref>}}

Objetivistas afirmam que, devido à ausência do Estado, uma sociedade anarcocapitalista degeneraria em uma "guerra de todos contra todos".<ref>[http://capitalism.org/anarchism/what-is-anarchism/ Capitalism.org] - ''What is anarchism?.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <ref>[http://capitalism.org/anarchism/why-is-anarcho-capitalism-a-contradiction-in-terms/ Capitalism.org] - ''Why is “anarcho-capitalism” a contradiction in terms'' ? {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Outras críticas argumentam que o problema das [[externalidades]] dificulta a prestação de serviços de proteção em uma sociedade anarcocapitalista.

Uma crítica bem conhecida do anarquismo de livre mercado é feita [[Robert Nozick]], que argumentou que um [[sistema jurídico]] competitivo evoluiria para um governo de [[monopólio]], mesmo sem violar os direitos individuais no processo.<ref>''Liberalism and the Economic Order, Parte 2.'' Autores: Ellen Frankel Paul, Fred D. Miller, Jr. & Jeffrey Paul. [[Cambridge University Press]], 1993, pág. 115, {{en}} ISBN 9780521457248 Adicionado em 04/09/2017.</ref> Vários anarquistas do mercado como [[Roy Childs]] ou [[Murray Rothbard]] rejeitaram a conclusão de Nozick (embora Childs, posteriormente, rejeite o anarquismo).<ref>Ensaio inacabado de Roy Childs, "Anarchist Illusions", ''Liberty against Power: Essays by Roy A. Childs, Jr.'', ed. Joan Kennedy Taylor (San Francisco: Fox 1994) 179-83.</ref>

=== Do anarquismo clássico ===

A adoção do [[capitalismo]] irrestrito gera uma tensão considerável entre anarquistas capitalistas e [[Anarquismo social|anarquistas socialistas]]. A diferença mais importante é o [[ceticismo]] dos anarquistas socialistas, o ramo histórico mais conhecido do anarquismo clássico, às propostas anarcocapitalistas sobre o tema da propriedade privada. Embora, por outro lado, as semelhanças com o [[anarquismo individualista]] clássico sejam mais fortes e é normal considerar o anarcocapitalismo como o ressurgimento do anarquismo individual ([[Antiestadismo|antiestatistas]] e [[Voluntarismo|voluntaristas]] [[Antiautoritarismo|antiautoritários]]).<ref>''Lysander Spooner e Benjamin T. Tucker são insuperáveis como filósofos políticos e nada é mais necessário hoje do que o avivamento e desenvolvimento do grande legado esquecido deixado para a filosofia política [...] existe, no corpo de pensamento conhecido como "economia austríaca", uma explicação científica do funcionamento do mercado livre (e das conseqüências da intervenção do governo nesse mercado) de que os anarquistas individualistas podem facilmente incorporar-se ao seu sistema político e à visão social do mundo. Mas para fazê-lo, eles devem descartar o excesso de bagagem de "dinheiro-rarismo" e reconsiderar a natureza e a justificação de categorias econômicas de interesse, aluguel e lucros.'' <br />Murray Rothbard [https://mises.org/library/spooner-tucker-doctrine-economists-view-0 ('''Link''')]. <br />{{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

Apesar do reconhecimento geral do anarcocapitalismo como uma forma de anarquismo individualista (ver bibliografia), mesmo por autores que questionam essa filosofia,<ref>Existem autores que reconhecem a existência do "right anarchism", (anarcocapitalismo) como o sindicalista Ulrike Heider. Outro autor não-liberal (embora não considerado anarquista) é Sean Sheehan (''Anarchism''); ver [http://web.archive.org/web/20121016134152/http://news.infoshop.org/article.php?story=2007032607300431 ''Indonesia: Anarchist movie screening and Sean M. Sheehan 'Anarchism' Book discussion.''] [[Paul Avrich]], um historiador muito importante do anarquismo e um convidado regular do [[Libertarian Book Club]], considerou o anarcoscapitalismo como parte integrante da tradição anarquista. [[Geoffrey Ostergaard]] é um conhecido anarquista e pacifista que também faz.</ref> muitos anarquistas pertencentes especificamente ao [[anarcocomunismo]] rejeitam veementemente a natureza anarquista do anarcocapitalismo, argumentando que O "capitalismo" é uma forma de coerção, algo incompatível com uma [[sociedade anarquista]].<ref>''Encyclopaedia of Teaching of Civics/Political Science.'' Autor: Jainendra Kumar Jha. Anmol Publications Pvt Ltd, 2002, pág. 52, {{en}} ISBN 9788126109548 Adicionado em 04/09/2017.</ref>

Muitos anarcocapitalistas, por outro lado, argumentam que o anarcocapitalismo é a única forma verdadeira de anarquismo.<ref>''Anarchism/minarchism: Is a Government Part of a Free Country'' ? Autores: Roderick T. Long & Tibor R. Machan. Ashgate Publishing, Ltd., 2008, pág. 103, {{en}} ISBN 9780754660668 Adicionado em 04/09/2017.</ref> <ref>[https://www.lewrockwell.com/lrc-blog/down-with-anti-market-anarchists/ Lew Rockwell] - ''Down with anti-market "anarchists".'' [[Stephan Kinsella]], 9 de Setembro de 2008, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <ref>[[Independent Institute]] - [http://www.elindependent.org/articulos/article.asp?id=193 ''Anarquismo: Dos clases.''] Wendy McElroy, 13 de Dezembro de 1999, {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> Alguns afirmam que as [[Anarquismo social|formas socialistas]] de anarquismo são irreais porque exigem consentimento e benevolência de todos os membros de uma sociedade anarquista, enquanto o anarcocapitalismo surge naturalmente onde não existe liberdade estatal e individual.<ref>[http://www.liberalismo.org/articulo/335/246/anarcocomunismo/ Liberalismo.org] - ''Anarco-comunismo.'' Murray Rothbard, {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref> No entanto, existem anarcocapitalistas que argumentam que, se forem voluntários e respeitem a [[propriedade privada]], todos os sistemas poderiam coexistir na anarquia.<ref>[http://www.liberalismo.org/articulo/340/246/anarquistas/mercado/anarcosocialistas/podemos/convivir/ Liberalismo.org] - ''Anarquistas de mercado y anarco-socialistas: ''¿'' podemos convivir.'' ? [[Gene Callahan]], {{es}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

=== Estabilidade jurídica ===

{{Principal|Anarquismo jurídico}}

Dois dos estudiosos mais proeminentes que dedicaram-se a pensar seriamente sobre as instituições jurídicas essencialmente anarcocapitalistas são [[Richard Posner]], juiz federal de apelações e cientista jurídico prolífico e o economista [[William Landes]]. Em seu [[ensaio (literatura)|ensaio]] de [[1975]], "The Private Enforcement of Law",<ref>[[Universidade de Chicago]] - [http://www.journals.uchicago.edu/doi/abs/10.1086/467524 ''The Journal of Legal Studies. Volume 4, Number 1 | Jan., 1975. The Private Enforcement of Law.''] William M. Landes & Richard A. Posner, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> discutem um ''gedankenexperiment'' ([[experimento mental]]) anterior realizado por Becker e Stigler, no qual foi proposto que a aplicação da lei fosse privatizada e explicam porque consideram que tal sistema não seria economicamente eficiente. De acordo com uma resposta posterior de [[David Friedman]], ''Efficient Institutions for the Private Enforcement of Law''.<ref>[http://daviddfriedman.com/Academic/Efficient_Inst_For_Priv_Enf/Private_Enforcement.html David D. Friedman] - ''Efficient Institutions for the Private Enforcement of Law.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

{{Citação2|[Landes e Posner argumentaram] ''que o sistema privado tinha falhas básicas que o tornava inferior a um sistema público ideal, exceto por ofensas que podem ser detectadas e punidas com custo quase zero. Eles admitem que o sistema privado pode ser preferível ao pouco menos do que ideal sistema público que temos. No entanto, eles argumentam que o predomínio da aplicação privada (da lei) contra delitos que são facilmente detectados (principalmente ofensas civis) e sua raridade contra delitos difíceis de detectar (principalmente ofensas criminais) sugerem que nosso sistema legal é, pelo menos amplamente, eficiente, usando em cada caso o sistema mais eficiente.''}}

Friedman, no entanto, prossegue argumentando que "a ineficiência que Landes e Posner demonstraram nas instituições privadas de aplicação da lei que descrevem, pode ser eliminada com pequenas mudanças nas instituições".

== Literatura ==

=== Não ficção ===

Lista parcial de trabalhos essenciais sobre o anarcoscapitalismo.<ref name="Anarcho-Capitalism: An Annotated Bibliography"/>

;Anarcocapitalismo da Escola Austríaca

* [[Murray Rothbard]], fundador do anarcocapitalismo:
** ''[[Man, Economy, and State]]'' [[Microeconomia|Micro]] e [[macroeconomia]] austríaca.
** ''[[Power and Market]]'' classificação das [[Intervencionismo (economia)|intervenções econômicas]] [[Estadismo|estatais]].
** ''[[The Ethics of Liberty]]'' justificação moral de uma sociedade livre.
** ''[[For a New Liberty]]'' esboço de como funcionaria uma sociedade anarcocapitalista.


== Lista de anarcocapitalistas ==
* [[Hans-Hermann Hoppe]]
* [[Hans-Hermann Hoppe]]
** ''[[The Economics and Ethics of Private Property]]''
* [[Murray Rothbard]]
** ''[[A Theory of Socialism and Capitalism]]''
* [[Samuel Edward Konkin III]]
** ''[[Democracy: The God That Failed]]''
* [[David Friedman]]

* [[Walter Block]]
* [[Jesus Huerta de Soto]]
* [[Jesus Huerta de Soto]]
** ''[[Socialismo, cálculo económico y función empresarial]]''

* [[Walter Block]]
** ''[[Defending the Undefendable]]''
** ''[[The Privatization of Roads and Highways: Human and Economic Factors]]''
** ''[[Toward a Libertarian Society]]''

*[[Robert P. Murphy]]
** ''[[Chaos Theory]]''

;Anarcocapitalismo com outras bases, linhas ou escolas de pensamento

* [[David D. Friedman]]:
** ''[[The Machinery of Freedom]]''. Defesa [[Consequencialismo|consequencialista]] clássica do anarcocapitalismo.

* [[Bruce L. Benson]]:
** ''[[The Enterprise of Law]]''
** ''[[To Serve and Protect]]''
* [[Randy E. Barnett]], ''[[The Structure of Liberty]]''. As forças do mercado criam ordem legal.

* [[Anthony de Jasay]]:
** ''<span class="plainlinks">[http://books.google.com.ec/books?id=aboVKgAACAAJ&dq= The State]</span>'' O Estado age por seus próprios interesses contra interesses individuais.

* [[Jan Narveson]]:
** ''<span class="plainlinks">[http://books.google.com/books?id=zookAQAAIAAJ&qgba6K2vCQ&sa= You and The State]</span>''. Defesa [[Contrato social|contratualista]] do anarcocapitalismo.

* Morris y Linda Tannahill:
**''[[The Market for Liberty]]''. Um clássico em [[agência (sociologia)|agência]]s privadas de defesa.

;Anarcocapitalismo revolucionario

* [[Samuel Edward Konkin III]]
** ''[[New Libertarian Manifesto]]''

;Visão geral

* Edward P. Stringham:
** ''<span class="plainlinks">[http://books.google.com/books?id=nft4e62nicsC&printsec=frontcover&dq=anarchy+and+the+law&ei=mHD2SOhKmPgw7bCB6wU Anarchy and the Law]</span>''. Compilação dos principais argumentos e estudos históricos sobre o anarcocapitalismo.

=== Ficção ===

Alguns defensores do anarcocapitalismo acreditam que o tema foi tratado em algumas obras literárias especialmente de [[ficção científica]]. Um dos primeiros exemplos disso é ''[[The Moon is a Harsh Mistress]]'' ([[1966]]) de [[Robert A. Heinlein]], onde o [[autor]] descreve o que ele chama de "anarquismo racional", embora ele não fale abertamente sobre anarcocapitalismo.

Os autores de [[cyberpunk]] e [[pós-cyberpunk]] ficaram fascinados com a ideia da queda do [[Estado-nação]]. Muitas histórias de [[Vernor Vinge]], como ''[[Marooned in Realtime]]'', descrevem as sociedades anarcocapitalistas com freqüência e, de forma favorável. ''[[Snow Crash]]'' de [[Neal Stephenson]], ''[[The Diamond Age]]'' e ''[[Jennifer Government]]'' de [[Max Barry]], ''[[Down and Out in the Magic Kingdom]]'' de [[Cory Doctorow]], e ''[[The Probability Broach]]'' de [[L. Neil Smith]], também exploram ideias anarcocapitalistas.

As representações do cyberpunk dessas sociedades podem variar desde o [[otimismo]] mais sombrio até o mais alegre e não implicam, necessariamente, em qualquer coisa específica sobre os pontos de vista políticos do autor. Em particular, Neal Stephenson evita declarações políticas claras quando questionado.<ref>[[Reason (revista)|Reason]] - [http://reason.com/archives/2005/02/01/neal-stephensons-pastpresent-a ''Neal Stephenson's Past,Present, and Future.''] Mike Godwin, Fevereiro de 2005, {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref> <ref>[https://www.slashdot.org/story/04/10/20/1518217/neal-stephenson-responds-with-wit-and-humor Slashdot] - ''Neal Stephenson Responds With Wit and Humor.'' {{en}} Acessado em 04/09/2017.</ref>

== Símbolos ==

{{Principal|Simbolismo anarcocapitalista}}

Anarcocapitalistas ou anarquistas libertários adotaram símbolos que representam a convergência das tradições anarquistas (não estatais) e libertárias (de mercado livre). Enfatiza a combinação aurinegra que identifica o anarcocapitalismo.


{{Imagem múltipla
| align=center
| header=
| header_background=
| footer=
| image1=Blackflag.png | width1=165 | caption1=Bandeira negra e A no círculo em amarelo.
| image2=Anarchocapitalismflag.jpg | width2=165 | caption2=Bandeira anarcocapitalista com o A no círculo e o [[cifrão]].<ref name="The Betrayal of the American Right"/>
| image3=Ama-gi.svg | width3=428 | caption3=<center>''Ama-gi'' (em [[Língua suméria|sumério]]: "retorno à mãe", "liberdade").<center>
}}
{{Imagem múltipla
| align=center
| header=
| header_background=
| footer=
| image1=Libertatis Æquilibritas.png | width1=145 | caption1=''Libertatis Æquilibritas'' ([[latim]]: "Equilíbrio da Liberdade") criado por [[Per Bylund]].
| image2=Star-Ancap.png | width2=155 | caption2=<center>Estrela auri-negra<center>
| image3=VoluntarismV.svg | width3=187 | caption3=<center>V de [[Voluntarismo|Voluntário]].<center>
}}


== Ver também ==
== Ver também ==

{{Commons}}

* [[Anarquismo]]
* [[Anarquismo]]
* [[Anarquismo e anarcocapitalismo]]
* [[Anarquismo e racismo]]
* [[Capitalismo]]
* [[Capitalismo]]
* [[Contrato social]]
* [[Liberalismo clássico]]
* [[Liberalismo clássico]]
* [[Libertarianismo]]
* [[Libertarianismo]]
* [[Lista de tópicos em anarquismo]]
* [[Simbolismo anarcocapitalista]]
* [[Sistema bancário livre]]
* [[Sistema bancário livre]]


{{referências}}
{{Notas}}

{{Referências|col=3}}

== Bibliografia ==

=== De caráter anarquista reconhecido ===

==== Anarquismo individualista ====

* Alan and Trombley, Stephen (Eds.) Bullock, ''The Norton Dictionary of Modern Thought'', W. W. Norton & Company (1999), p. 30
* Outhwaite, William. ''The Blackwell Dictionary of Modern Social Thought'', entrada: ''[http://books.google.com/books?id=E8KUQCMGyssC&q=anarchism&hl=es&source=gbs_word_cloud_r&cad=3#v=snippet&q=anarchism&f=false Anarchism]'', p. 21 & pp. 13-14, 2002
* Bottomore, Tom. Entrada: ''Dictionary of Marxist Thought, Anarchism'', p.21 1991.
* Blackwell Encyclopaedia of Political Thought, 1991, ISBN 0-631-17944-5, p. 11
* Barry, Norman. ''[http://books.google.com/books?id=hHRxQkO2WNwC&pg=PA1&dq=Modern+Political+Theory&ei=b3u-Ssm0GpKwNKqqyPcP&hl=es#v=onepage&q=&f=false Modern Political Theory]'', 2000, Palgrave, p. 79
* Adams, Ian. ''[http://books.google.com/books?id=apstK1qIvvMC&pg=PA131&dq=anarcho-capitalism&lr=&hl=es#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false Political Ideology Today]'', Manchester University Press (2002) ISBN 0-7190-6020-6, p. 135
* Grant, Moyra. ''[http://books.google.com/books?id=Ml1Wn6S54n4C&pg=PP1&dq=Key+Ideas+in+Politics&ei=KHq-SvXZF4vUNOnh2foP&hl=es#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false Key Ideas in Politics]'', Nelson Thomas 2003 ISBN 0-7487-7096-8, p. 91
* Heider, Ulrike. ''Anarchism: Left, Right, and Green'', City Lights, 1994. p. 3.
* [[Geoffrey Ostergaard|Ostergaard, Geoffrey]]. ''Resisting the Nation State - the anarchist and pacifist tradition, [http://www.ppu.org.uk/e_publications/dd-trad6.html#anarch%20and%20pol%20thought Anarchism As A Tradition of Political Thought]''. Peace Pledge Union Publications
* [[Paul Avrich|Avrich, Paul]]. ''Anarchist Voices: An Oral History of Anarchism in America, Abridged Paperback Edition (1996), p. 282
* Brooks, Frank H. (ed) (1994) ''[http://books.google.com/books?id=gHyUj9HFYBIC&printsec=frontcover&dq=The+Individualist+Anarchists:+An+Anthology+of+Liberty&ei=E32-SuSFM434Nanr0fIP&hl=es#v=onepage&q=&f=false The Individualist Anarchists: An Anthology of Liberty]'' (1881-1908), Transaction Publishers, Prefacio p. xi
* Sheehan, Sean. ''[http://books.google.com/books?id=G0PnKy_W2IwC&printsec=frontcover&dq=Sheehan,+Sean+Anarchism&lr=&ei=Am--SpGGCILyMoKykf4P&hl=es#v=onepage&q=&f=false Anarchism]'', Reaktion Books, 2004, p. 39
* Avrich, Paul. ''[http://books.google.com/books?id=gHyUj9HFYBIC&printsec=frontcover&dq=The+Individualist+Anarchists:+An+Anthology+of+Liberty&lr=&ei=GnC-SqeSLYWyNpuDsOsP&hl=es#v=onepage&q=&f=false Anarchist Voices: An Oral History of Anarchism in America], Abridged Paperback Edition (1996), p. 282
* Tormey, Simon. ''Anti-Capitalism'', One World, 2004, pp. 118-119
* [[Ralph Raico|Raico, Ralph]]. ''[http://mises.org/story/1787 Authentic German Liberalism of the 19th Century]'', Ecole Polytechnique, Centre de Recherce en Epistemologie Appliquee, Unité associée au CNRS, 2004
* Offer, John. ''[http://books.google.com/books?id=-50STJ-fH-wC&dq=Herbert+Spencer:+Critical+Assessments&lr=&hl=es&source=gbs_navlinks_s Herbert Spencer: Critical Assessments]'', Routledge (UK) (2000), p. 243
* Busky, Donald. ''[http://books.google.com/books?id=3joQKjDtn4wC&pg=PP4&dq=#v=onepage&q=&f=false Democratic Socialism: A Global Survey]'', Praeger/Greenwood (2000), p. 4
* [[Fred E. Foldvary|Foldvary, Fred E.]] ''[http://www.freeliberal.com/archives/001869.html What Aren't You an Anarchist?]'', Progress Report, reimpreso en ''The Free Liberal'', 14 de febrero de 2006
* Heywood, Andrew. ''Politics: Second Edition'', Palgrave (2002), p. 61
* ''[http://books.google.com.ec/books?id=yxNgXs3TkJYC&pg=PA13&dq=anarcho-capitalism&lr=&client=firefox-a#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false Anarcho-capitalism. The Encyclopedia of Libertarianism]'' p. 13, Ronald Hamowy, SAGE

;Ressurgimento do anarquismo individualista

* ''[http://books.google.com.ec/books?id=NIZfQTd3nSMC&dq=Blackwell+Encyclopaedia+of+Political+Thought&source=gbs_navlinks_s Blackwell Encyclopaedia of Political Thought]'', 1991, ISBN 0-631-17944-5, p.&nbsp;11
* Levy, Carl. [http://web.archive.org/web/20080829135410/http://uk.encarta.msn.com/encyclopedia_761568770_2/Anarchism.html "Anarchism"], ''[[Encarta|Microsoft Encarta Online Encyclopedia]]'' 2006 MS Encarta (UK).
* [[Susan Brown|Brown, Susan Love]], ''[http://books.google.com/books?id=b8XHahfS0VsC&pg=PA99&dq=The+Free+Market+as+Salvation+from+Government:+The+Anarcho-Capitalist+View&lr=&ei=0XO-Sv_jHYbgNYnR5PcP&hl=es#v=onepage&q=The%20Free%20Market%20as%20Salvation%20from%20Government%3A%20The%20Anarcho-Capitalist%20View&f=false The Free Market as Salvation from Government: The Anarcho-Capitalist View]'', ''Meanings of the Market: The * Free Market in Western Culture'', editado por James G. Carrier, Berg/Oxford, 1997, p. 99
* ''[http://books.google.com/books?id=PUev30VZ04kC&pg=PP1&dq=Anarchism/Minarchism&ei=EHm-SsG-IoPYNZuD3Bo&hl=es#v=onepage&q=&f=false Anarchism/Minarchism: Is a Government Part of a Free Country?]'' Ed., [[Roderick T. Long]] y [[Tibor R. Machan]]. Ashgate
* ''[http://books.google.com.ec/books?id=nft4e62nicsC&dq= Anarchy and the Law: The Political Economy of Choice]'', Edward Stringham. Transaction Publishers, 2007.

==== Anarquismo em geral ====

* [[Richard Sylvan|Sylvan, Richard]]. ''[http://books.google.com.ec/books?id=OuhiqIB_Vw0C&pg=PA231&dq=#v=onepage&q=&f=false Anarchism. A Companion to Contemporary Political Philosophy]'', editores Goodin, Robert E. and Pettit, Philip. Blackwell Publishing, 1995, p.231
* Perlin, Terry M. ''[http://books.google.com/books?id=mppLKlwHx7oC&printsec=frontcover&hl=es&source=gbs_navlinks_s#v=onepage&q=&f=false Contemporary Anarchism]''. Transaction Books, New Brunswick, NJ 1979, p. 7
* [[David DeLeon|DeLeon, David]]. ''[http://books.google.com/books?id=w63aAAAAMAAJ&q=The+American+as+Anarchist:+Reflections+of+Indigenous+Radicalism&dq=The+American+as+Anarchist:+Reflections+of+Indigenous+Radicalism&ei=uXe-SpSrIYyUNcm79PoP&hl=es The American as Anarchist: Reflections of Indigenous Radicalism]'', Capítulo: The Beginning of Another Cycle, [[Johns Hopkins University Press]], 1979, p. 117 & 123
* Kearney, Richard. ''Continental Philosophy in the 20th Century'', Routledge (UK) (2003), p. 336
* Sargent, Lyman Tower. ''[http://books.google.com/books?id=sjxD8lGus9kC&printsec=frontcover&dq=Extremism+in+America:+A+Reader&ei=ena-SsK3MYTWNMLBqPQP&hl=es#v=onepage&q=&f=false Extremism in America: A Reader]'', NYU Press (1995), p. 11
* Sanders, John T.; [[Jan Narveson|Narveson, Jan]], ''[http://books.google.com/books?id=7k_gBlYQwOcC&printsec=frontcover&dq=For+and+Against+the+State&ei=CXe-SrLWEZTQNKywwZ8M&hl=es#v=onepage&q=&f=false For and Against the State]'', Rowman and Littlefield Publishers, 1996, ISBN 0-8476-8165-3
* Goodwin, Barbara. ''[http://books.google.com/books?id=KGJYLTvSAa0C&printsec=frontcover&dq=Using+Political+Ideas&lr=&ei=EXO-SvbpI4HENZz83Bc&hl=es#v=onepage&q=&f=false Using Political Ideas]'', fourth edition, John Wiley & Sons (1987), p. 141

=== Rejeição do caráter anarquista===

* [[Albert Meltzer|Meltzer, Albert]]. ''[http://books.google.com/books?id=CJhCvx_Z0CAC&printsec=frontcover&dq=Anarchism:+Arguments+For+and+Against&ei=GHi-StvuEo6MNfKjyZMD&hl=es#v=onepage&q=&f=false Anarchism: Arguments For and Against]'' [[AK Press]], (2000) p.&nbsp;50
* Ruypers, John. [http://books.google.es/books?id=wynhqiGrjSUC&pg=PA43&dq=libertarianism+anarchism&as_brr=3#PPA45,M1 Canadian and World Politics].
* Jennings, Jeremy. [http://books.google.es/books?id=7MQwlPj-kiYC&pg=PA147&dq=anarcho-capitalism&lr=&as_brr=3#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false Contemporary Political Ideologies: Second Edition].


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

{{Commons}}
=== Em espanhol ===

* [http://www.facebook.com/anarcocapitalismo Anarcocapitalismo en Facebook]
* [http://www.austroanarquistas.com/ Austroanarquistas] - Comunidad digital anarcocapitalista
* [http://www.miseshispano.org/ Instituto Mises Hispano] - Investigaciones y artículos libertarios desde la perspectiva austroanarquista
* [http://www.anarcocapitalista.com/ Anarcocapitalista.com] - Vídeos de teoría económica y jurídica
* [http://www.enemigosdelestado.com/ Enemigos del Estado] - Portal anarcocapitalista y libertario
* [http://www.juandemariana.org/ Instituto Juan de Mariana], organización académica con afinidad al anarcocapitalismo.
* [http://www.fdrspanish.com/ Freedomain Radio en Español] - La conversación filosófica más popular de Internet
* [http://elaustroliberal.blogspot.co.uk/ El Austroliberal] - Artículos y traducciones sobre temas de economía y filosofía política

=== Em português ===


* [http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=215 O que significa ser um anarcocapitalista?]
* [http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=215 O que significa ser um anarcocapitalista?]
* [http://www.anarquista.net/anarco-capitalismo-anarco-capitalistas-anarquismo-de-mercado/ Anarco Capitalismo – Anarcocapitalistas – Anarquismo de mercado]
* [http://www.anarquista.net/anarco-capitalismo-anarco-capitalistas-anarquismo-de-mercado/ Anarco Capitalismo – Anarcocapitalistas – Anarquismo de mercado]


{{Portal3|Filosofia|História|Política|Sociedade|Economia}}
[[Categoria:Anarcocapitalismo| ]]

[[Categoria:Libertarismo]]
[[Categoria:Libertarismo por variante]]
[[Categoria:Anarcocapitalismo]]
[[Categoria:Ideologias econômicas]]
[[Categoria:Ideologias econômicas]]
[[Categoria:Ideologias políticas]]
[[Categoria:Ideologias políticas]]
[[Categoria:Libertarismo]]
[[Categoria:Libertarismo por variante]]

Revisão das 00h43min de 4 de setembro de 2017

Anarcocapitalismo (também conhecido como anarquismo do mercado livre,[1] [2] anarquismo libertário,[3] [4] anarquismo de propriedade privada [5] ou anarcoliberalismo) [6] é uma filosofia política que promove a anarquia (entendida como a eliminação do Estado e a proteção a soberania do indivíduo através da propriedade privada e do mercado livre).[2] [5] [7] [8] Em uma sociedade anarcocapitalista, a polícia, os tribunais e todos os outros serviços de segurança pública seriam fornecidos por concorrentes privados em vez de impostos, e o dinheiro seria fornecido de forma privada e competitiva num mercado aberto. Portanto, as atividades pessoais e econômicas no anarcocapitalismo seriam reguladas através de gestão e direito privado, e não pela lei da gestão política.[9]

Os princípios da ética política dos anarcocapitalistas geralmente decorrem da ideia de autopropriedade e do princípio da não agressão, que significa, respectivamente, o direito ao domínio sobre si mesmo e sua propriedade e a proibição de coerção ou fraude contra as pessoas e seus bens.[7] [10] Os anarcocapitalistas consideram que o direito à propriedade é o único que pode materialmente pagar direitos individuais e que a existência do Estado é contraditória com a existência de ambos os direitos. Na ética política anarcocapitalista, o importante é como a propriedade é adquirida e transferida; o que indica que a única maneira justa de adquirir uma propriedade é através da apropriação original baseada no trabalho, troca voluntária (por exemplo, comércio e doação). Embora o objetivo do anarcocapitalismo seja maximizar a liberdade individual e a prosperidade, essa ideia reconhece os acordos solidários e comunais como parte da mesma ética voluntária.[11] A partir dessas premissas, os anarcocapitalistas derivam como consequência lógica a rejeição do Estado - como uma instituição que exerce o monopólio do poder legitimo - e a adoção da livre iniciativa, onde as agências privadas ofereceriam um mercado de serviços - empréstimos e segurança pública incluídos - para os indivíduos.

Esta corrente política aparece durante a segunda metade do século XX dentro do libertarianismo [5] e, por sua vez, é uma forma de anarquismo contemporâneo sem relação com o anarquismo histórico,[12] [13] mas que leva ideias do antigo anarquismo americano do século XIX, descartando sua teoria do valor-trabalho que substitui a lei da utilidade marginal da revolução marginalista na economia e que geralmente incorpora a abordagem da escola austríaca como método de análise das ciências sociais.[14] [15] Em alguns casos, também baseia seus argumentos econômicos e jurídicos em teorias como a análise econômica do direito ou na teoria da escolha pública.[16] No plano filosófico moral, o fundamento pode ser uma defesa iusnaturalista ou consequencialista da liberdade individual e da liberdade negativa, ou pode recorrer a outras premissas como exemplo da ética argumentativa.[17] ou do contratualismo.[18]

Princípios

Não-agressão

Ver artigo principal: Princípio da não agressão

O termo anarco-capitalismo foi cunhado em meados da década de 1950 pelo economista e filósofo político Murray Rothbard.[19] Outros termos usados por esta filosofia são:
• Capitalismo antiestatal.
• Mercado antiestatal
• Anarcoliberalismo
• Anarquismo capitalista
• Anarquismo de mercado
• Anarquismo libertario [20]
• Anarquismo de libre mercado
Anarquismo individualista [21]
• Sociedade de lei privada [22]
• Anarquia de propiedade privada [22]
• Capitalismo puro
• Capitalismo radical [22]
• Anarquismo de direita [23]
• Capitalismo sem estado
• Sociedade sem estado
• Liberalismo sem estado
• Libertarismo anarquista

Eu defino a sociedade anarquista como aquela em que não há possibilidade legal de agressão coercitiva contra a pessoa ou propriedade de qualquer pessoa. Os anarquistas opõem-se ao Estado, pois tem seu próprio ser em tal agressão, ou seja, a expropriação de propriedade privada através de impostos, exclusão coercitiva de outros prestadores de serviços de defesa em seu território e todos as outras depredações e restrições baseadas nesses dois focos de invasão de direitos individuais.
 
Murray Rothbard em Society Without a State [24].

O anarcocapitalismo, tal como definido por Rothbard e outros, baseia-se fortemente no princípio da não agressão:

O axioma básico da teoria política libertária postula que todo homem se possui, possuindo soberania absoluta sobre seu próprio corpo. Com efeito, isso significa que ninguém pode invadir ou atacar o corpo de outra pessoa. Segue então que cada pessoa possui apenas qualquer recurso, anteriormente não possuído, apropriado ou que "se mistura com o trabalho". Com base nesses axiomas gêmeos - propriedade de si mesmo e apropriação original - a justificativa para todo o sistema de títulos é construída em uma sociedade de mercado livre. Este sistema estabelece o direito de cada pessoa a sua própria pessoa (autopropriedade), o direito de doar, dar herança - e, consequentemente, o direito de herdar - e o direito à troca contratual de títulos de propriedade.
 
Murray Rothbard, em Law, Property Rights, and Air Pollution [25].

Rothbard, um dos principais teóricos do anarcocapitalismo durante o século XX, defende a tese de "possuir-se" pela eliminação lógica das únicas duas alternativas: um grupo de pessoas pode possuir outro grupo de pessoas, ou que ninguém é mestre absoluto de si mesmo. Ambas as alternativas não produzem uma ética universal (que se aplica igualmente a todos os seres humanos), ou seja, uma lei natural justa, capaz de governar tudo, independentemente do lugar e do tempo. A única alternativa válida, então, segundo Rothbard, é o princípio da autopropriedade, que segundo ele é ao mesmo tempo axiomático e universal.[26]

Em geral, pode-se dizer que o axioma da não agressão é uma proibição contra o início de violência ou da ameaça de uso de violência contra pessoas (ou seja, violência direta, assalto, assassinato, etc.) ou contra a propriedade legítima (roubo, fraude, impostos).[27] A iniciação da violência é geralmente referida como agressão ou coerção. A diferença entre anarcocapitalistas e outros libertários liberais é basicamente devido ao grau de compromisso com este axioma. Por exemplo, os liberais minarquistas, ou clássicos, preservariam o Estado (com sua agressão inerente) de forma limitada e com esferas de ação mínimas, cujas funções consistiriam apenas em defesa nacional, segurança pública, ordem interna, direito e justiça. Em contraste, os anarcocapitalistas rejeitam mesmo esses níveis de intervenção estatal nas instituições sociais e definem o Estado como um monopólio coercivo da legislação e o uso legítimo da violência e, que esta é a única entidade na sociedade que obtém sua renda através de agressão legal, uma entidade cuja existência viola o axioma central do anarcocapitalismo.[26]

Alguns anarcocapitalistas como Rothbard aceitam o axioma da não agressão por uma justiça moral ou natural intrínseca. É em termos do axioma da não agressão que Rothbard define o anarquismo como um sistema "que fornece sanções não legais para tais agressões [contra pessoas ou propriedades]" e "o que o anarquismo propõe é a abolição do estado, a abolição da instituição regularizada de coerção agressiva".[28] Numa entrevista ao New Banner, Rothbard afirma que "o capitalismo é a expressão mais completa do anarquismo e o anarquismo, a expressão mais completa do capitalismo. Não só eles são compatíveis, mas você não pode ter um sem o outro. O verdadeiro anarquismo será o capitalismo, o capitalismo real será o anarquismo".[29] Em alternativa, outros como David Friedman usam uma perspectiva consequencialista, em vez de afirmar que a agressão é intrinsecamente imoral, argumentam que uma lei contra a agressão apenas pode surgir de um contrato entre partes mutuamente interessadas, que concordam desta forma para abster-se de iniciar a violência entre si.

Livre empresa frente ao Estado

Bandeira de Gadsden, a primeira adotada pelos liberais radicais anarcocapitalistas como símbolo. Abaixo do desenho de uma cascavel os dizeres: "Não pise em mim".[30]

Para o anarquismo capitalista, o axioma da não agressão encontra aplicação na livre iniciativa e sua negação no Estado. Eles sustentam que o poder estatista é uma fonte de corrupção, privilégio e agressão, e tem como eixo o monopólio da segurança pública e defesa nacional, e que estes não constituem uma categoria de bens e serviços diferentes dos outros e, portanto, assim, podem ser produzidos de forma mais eficiente por empresas privadas.

O anarquismo capitalista sustenta que empresas como o resultado de contratos individuais e, portanto, uma forma legítima e eficaz de organizar as pessoas com a liberdade de escolher um concorrente ou entrar na competitividade como uma forma universal de preservar e promover a qualidade dos serviços. Os anarcocapitalistas vêem a livre iniciativa como a base de uma sociedade livre. Definir capitalismo de livre mercado como "a troca voluntária e pacífica" em contraste com o capitalismo de Estado, que ele chama de "violenta expropriação".[31] "Capitalismo" no sentido de que anarcocapitalistas usam este termo, é uma interpretação "neolockeana" ou "anarcolockeana" da propriedade, para não ser confundido com o capitalismo de estado, monopólio, mercantilismo oligárquico (economias cartelizadas), capitalismo de compadrio ou com economias mistas contemporâneas, em que, de acordo com anarcocapitalistas, incentivos e desincentivos do mercado são distorcidos pela intervenção do Estado.[32]

Eles, portanto, rejeitam o estado com base no pressuposto de que estados são entidades agressivas que roubam propriedade (através de impostos e desapropriações), pelo o uso da força, são monopólios obrigatórios do uso de forças defensivas ou repressivas, usam seu poder de coerção para beneficiar empresas e indivíduos à custa de outros, criam monopólios e restringem o comércio. O capitalismo libertário proposto pelos anarcocapitalistas postula-se como uma ideologia individualista e uma economia de mercado contrária ao que chamam de "capitalismo real", "capitalismo autoritário" ou capitalismo de Estado.[31]

É teorizado que, sem a intervenção do Estado, grandes empresas corporativas seriam reduzidas ou, pelo menos, suplantáveis em qualquer momento devido à livre concorrência. Ou seja, se uma empresa líder existe para um bem ou serviço em particular, é suposto ser porque os consumidores decidiram ou porque o fornecedor tem controle dos recursos sob propriedade privada e nunca porque essa situação tenha sido atingida coercitivamente, seja por imposições legais ou por ameaças ou violência física.

Propriedade privada

Autopropriedade e apropriação original

Ver artigos principais: Autopropriedade e Apropriação original

O anarcocapitalismo geralmente usa os seguintes termos:
Anarquismo: filosofia que se opõe a todas as formas de coerção (incluindo a oposição ao Estado).
Contrato: um acordo voluntário vinculativo entre pessoas.
Coerção: força física ou ameaça de força física contra pessoas ou propriedades.
Capitalismo: um sistema econômico no qual os meios de produção são de propriedade privada e onde o investimento, a produção, a distribuição, a renda e os preços são estabelecidos através da operação do mercado livre em vez do governo.
Mercado livre: um mercado em que todas as decisões relativas à transferência de dinheiro, bens (incluindo bens de capital) e serviços são voluntárias.
Fraude: induzir alguém a compartilhar algo de valor por meios desonestos.
Estado: uma organização que taxa e trabalha através a coerção agressiva, sistematizada e institucionalizada.
Voluntário: qualquer ação, não influenciada pela coerção ou fraude, realizada por alguma instituição humana.
Ancap: contração de "anarcocapitalista", da qual os nomes derivam como "ancapia", a hipotética sociedade anarcocapitalista

Os anarcocapitalistas definem a autopropriedade como o direito de cada pessoa possuir propriedade sobre seu próprio corpo, enquanto que, através do princípio da apropriação original, estabelece que cada pessoa é a proprietária legítima de todos esses recursos sem proprietário anterior, no qual ele realizou alguma forma de trabalho. Nas palavras de Hans-Hermann Hoppe:

Cada um é o proprietário legítimo de seu próprio corpo físico, bem como de todos os lugares e bens naturais que ele ocupa e que ele usa em seu corpo, com a única condição de que ninguém mais ocupou os mesmos lugares ou usou as mesmas mercadorias anteriormente. Esta propriedade em locais e propriedades "apropriados originalmente" por uma pessoa implicam o direito de usar e transformar esses lugares e mercadorias de qualquer forma que considere conveniente, com a única condição de que, como consequência, não altere a integridade física de lugares ou mercadorias originalmente apropriados por outra pessoa. Em particular, uma vez que um bem foi apropriado pela primeira vez, - usando a frase de Locke - "misturar seu trabalho com o bem", a propriedade em tais lugares ou bens só pode ser adquirida por meio de transferência voluntária - contratual - do título de uma propriedade anterior para um futuro proprietário.
 
Hans-Hermann Hoppe, "economista austríaco" e filósofo anarcocapitalista em: Ética rothbardiana [33].
Os anarcocapitalistas apoiam sem reservas a propriedade privada honesta dos meios de produção e a liberdade de gerenciá-los, sem interferências coercivas por parte do Estado ou coletivos não estatais.

Esta é a raiz dos direitos de propriedade no anarcocapitalismo. Os anarcocapitalistas defendem o direito de cada pessoa aos frutos de seu trabalho, independentemente de sua necessidade ou a de outros. Depois de ser criado pelo trabalho, a propriedade só pode mudar as mãos de forma legítima quando é trocada voluntariamente (por outra propriedade produzida anteriormente, por mão de obra) ou quando é distribuída ou doada. As transferências forçadas, para as quais uma das partes usam ou ameaçam usar alguma forma de violência, são consideradas ilegítimas.

A apropriação original permite que um indivíduo reivindique como sua própria a propriedade "virgem", incluindo a terra, e a possua com o mesmo "direito absoluto" com o qual ele possui seu próprio corpo, melhorando ou usando. De acordo com Rothbard, a propriedade só pode legitimamente surgir através do trabalho, de modo que a apropriação original da terra não é legítima, simplesmente proclamando-a ou construindo uma cerca em torno dela delimitando-a, mas apenas trabalhando (misturando o trabalho com terra) é que a propriedade pode ser legitimada.

Os anarcocapitalistas da tradição Rothbardiana são proprietários, isto é, que consideram a propriedade como um direito natural derivado da propriedade de si mesmo (ver: teoria da propriedade-trabalho). De acordo com a filosofia lockeana, os anarquistas do mercado livre acreditam que a propriedade só pode ser originária do trabalho e pode legitimamente mudar de mãos somente por troca ou presente.[34] [35] Em qualquer caso, John Locke Tinha uma "condição" que diz que o apropriador de recursos deve deixar "o suficiente e tão bom em comum... para os outros". Os anarquistas do mercado Rothbardianos não concordam com essa condição, afirmando que o indivíduo pode originalmente apropriar-se do tanto quanto ele deseja misturando seu trabalho, e continua sendo sua propriedade até ele decidir de outra forma.[34] [35] Eles chamam isso de "Neo-Lockeano".[35] [36] Os anarquistas libertários vêem isso como consistente com sua oposição ao início da coerção, uma vez que apenas as terras inapropriadas podem ser tomadas. Se algo não for apropriado, não existe um apropriador original contra o qual a coação está sendo iniciada. E eles não pensam que a simples reivindicação gera propriedade. Os anarcocapitalistas aceitam formas voluntárias de propriedade coletiva, que significa propriedade aberta ao acesso de todos os indivíduos.[37]

Propriedade comum

Embora os anarcocapitalistas sejam conhecidos por defenderem o direito à propriedade privada (seja individual ou não pública), a propriedade coletiva não estatal também pode existir em uma sociedade anarcocapitalista.[38] Assim como uma pessoa vem possuir algo sem um proprietário misturando seu trabalho com ele ou usando-o regularmente, muitas pessoas podem se tornar proprietárias de uma coisa em comum, misturando seu trabalho junto com ele, no sentido de que ninguém pode apropriá-lo como seu. Isso pode ser aplicado a estradas, parques, rios e partes dos oceanos. O teórico anarcocapitalista Roderick Long dá o seguinte exemplo:

Considere uma aldeia perto de um lago. É comum que os aldeões caminhem até o lago para ir pescar. Nos primeiros dias da comunidade, era difícil chegar ao lago por causa de todos os arbustos e galhos caídos ao longo do caminho. Mas ao longo do tempo, uma trilha toma forma, não por esforços coordenados, mas simplesmente como resultado de todas as pessoas andando ali a cada dia. A trilha é o produto do trabalho, não o trabalho de qualquer pessoa, mas de todos juntos. Se um aldeão determinado a aproveitar os benefícios do caminho recém aberto cria uma porteira com pedágio, isso violaria os direitos de propriedade coletiva que os moradores ganharam juntos.
 
Roderick Long [39].

No entanto, uma vez que a propriedade que é coletiva, ela tende a perder o nível de responsabilidade que é encontrada na propriedade individual, na medida em que existe um maior número de proprietários - ou para tornar essa responsabilidade proporcionalmente mais complexa - os anarcocapitalistas às vezes têm desconfiança e tentam evitar arranjos comunitários intencionais, embora estes, como mostrado, não entrem de forma alguma em conflito com sua ideologia e são mais uma questão de critérios particulares.

A privatização, a descentralização e a individualização das responsabilidades são objetivos anarcocapitalistas. Mas em alguns casos, eles não só fornecem um desafio, mas eles mesmos consideram impossível. Estabelecer rotas oceânicas é um exemplo comum de bens considerados como de propriedade privada difícil. O negativo e o contraditório de sua ideologia é a coletivização estatal ou forçada (supostamente em nome da "maioria") que fortalece o poder e a legitimidade do governo, nas quais as contas são entregues a terceiros e não entre as partes e não há responsabilidade particular.

Meio ambiente

Ver artigo principal: Anarquismo verde

Os governos centrais geralmente tendem a defender ações ou censuras contra poluidores para beneficiar o "povo" ou a "maioria". No entanto, a economia cartelizada e poluente das corporações recebe subsídios governamentais (capitalismo corporativo), como a indústria pesada altamente poluente que obtém subsídios legais e econômicos de políticos sob o argumento de criação de empregos ou incentivos ao investimento privado.

A poluição do ar, da água e do solo, por exemplo, é vista como resultado da coletivização estatal da propriedade; os recursos naturais quando são públicos não são mantidos ou renovados por ninguém e ninguém se responsabiliza por eles (tragédia dos comuns). Os anarcocapitalistas tendem a coincidir com os ambientalistas do mercado em relacionar as tendências destrutivas do meio ambiente com o estado e suas disposições coletivizadoras.

Armas

O anarcocapitalismo opõe-se a toda coerção e, portanto, defende a livre posse de armas.[40] Embora a propriedade privada permita aos seus legítimos proprietários decidirem se outros podem entrar ou não em suas propriedades portando armas.

Lei e ordem

Na teoria anarquista libertária, a lei e a ordem pública de uma sociedade voluntária podem ser proporcionadas por um mercado competitivo de instituições privadas que oferecem segurança pública, justiça e outros serviços de defesa,[41] "a alocação privada da força, sem uma controle central".[42] Um mercado onde existem provedores de segurança e de direito concorrentes para clientes que pagam voluntariamente e que desejam receber serviços, em vez de indivíduos tributados sem seu consentimento para quem um provedor de monopólio é designado.[43] A crença entre os anarquistas do mercado livre é que essa competição tende a produzir serviços jurídicos e de polícia mais baratos e de melhor qualidade, incluindo "uma alta arbitragem boa e imparcial de reivindicações de direitos em conflito".[44]

O anarquismo de mercado desenvolvido por Murray Rothbard teoriza uma sociedade onde os provedores de justiça competem por clientes (lei policêntrica, agência de defesa privada) e onde a lei é baseada em leis naturais ou leis negativas. David Friedman propõe o anarquismo de mercado onde, além da segurança proporcionada pelo mercado, a própria lei é produzida pelo mercado.[45]

Variantes do anarcocapitalismo

Ver artigo principal: Correntes do anarquismo

A adoção do anarquismo de mercado livre - com propriedade privada, um mercado livre na ausência de lei estatal - nesta filosofia foi desenvolvida pelo economista e historiador americano Murray Rothbard, que foi o primeiro a teorizar o anarcocapitalismo. "Um aluno e discípulo do economista austríaco Ludwig von Mises, Rothbard, combinou o laissez-faire de seu professor com a visão absolutista dos direitos humanos e a rejeição do Estado que ele adotou ao estudar anarquistas individualistas americanos do século XIX, como Lysander Spooner e Benjamin Tucker".[46] No anarcoscapitalismo de Rothbard, em primeiro lugar, haveria a implementação de um "código legal libertário mutuamente acordado, que seria de aceitação geral e a que os tribunais se dobrariam".[47] Este código reconheceria a soberania individual e a não-agressão como direitos inalienáveis, esta concepção do anarcocapitalismo baseia-se em argumentos iusnaturalistas.

Outros pensadores, como David Friedman, propõem o anarcoscapitalismo através de argumentos utilitários, isto é, a noção de que a adoção do anarcoscapitalismo produziria melhores resultados do que qualquer outra alternativa de ordem social e econômica. No anarcocapitalismo proposto por Friedman, "os sistemas jurídicos serão criados por [busca] de ganho no mercado livre",[48] o que levaria a uma sociedade libertariana generalizada, senão absoluta. Rothbard baseia sua filosofia com base na lei natural absoluta, mas também fornece explicações econômicas de por que ele acha que o anarcocapitalismo é preferível do ponto de vista pragmático. Friedman argumenta que ele não é um teórico dos direitos absolutos, mas também "não é utilitário", embora ele considere que "os argumentos utilitários são muitas vezes o melhor meio de defender os pontos libertários".[49] Hans-Hermann Hoppe usa a ética argumentativa para fundar o "anarquismo da propriedade privada" [50] e está mais próximo da visão de Rothbard sobre a lei natural. Nem todos os defensores do anarquismo capitalista autodenominam-se anarcocapitalistas, por exemplo, Wendy McElroy prefere usar o termo "anarcoindividualismo".[51]

Os anarcocapitalistas têm visões variadas de como eliminar o Estado. Rothbard defendeu o uso de táticas não-imorais disponíveis para alcançar a liberdade.[52] Os agoristas, seguidores da filosofia de Samuel Edward Konkin III [53] propõem eliminar o Estado praticando resistência fiscal e o uso de estratégias ilegais de mercado negro chamadas contraeconomia até que as funções de segurança pública do estado possam ser substituídas por concorrentes de livre mercado.

História e origens

Ver artigo principal: História do anarquismo

Liberalismo clássico

Ver artigo principal: Liberalismo clássico
Bandeira auri-negra, símbolo do anarcocapitalismo, adotada nos anos 1960. O amarelo representa a propiedade privada e o negro representa a anarquia.[54]

A primeira fonte para apoiar a teoria moderna da anarquia de mercado é o liberal clássico John Locke, que argumentou que, à medida que as pessoas misturam seu próprio trabalho com recursos não possuídos, eles tornam esses recursos sua propriedade. As pessoas podem adquirir novas propriedades trabalhando em recursos não apropriados ou negociando produtos criados. Essa ideia é usada por anarcocapitalistas para explicar por que a soberania da propriedade privada contradiz a soberania do estado.

Um dos primeiros indivíduos a propor o conceito de privatização da proteção da liberdade e da propriedade individual, prefigurando o que mais tarde será o anarquocapitalismo, foi o francês Jakob Mauvillon no século XVIII. Mais tarde, na década de 1840, Julius Faucher e Gustave de Molinari defenderam o mesmo. Molinari, um discípulo favorito de Frédéric Bastiat, em seu ensaio, The Production of Security, argumentou: "Nenhum governo deveria ter o direito de impedir que outro governo se associasse a ele ou exigir que os consumidores de segurança pública recorressem exclusivamente a ele por tal serviço."[55]

Molinari argumentou que o monopólio da segurança causa altos preços e baixa qualidade. Ele disse em Les Soirées:

O monopólio do governo não é melhor do que qualquer outro. Um governo gerencia bem e não faz isso especialmente barato, quando não há competição a temer, quando os governados são privados do direito de escolher livremente suas regras... A produção de segurança inevitavelmente se torna onerosa e ruim quando está organizada como monopólio.[56]

A inclinação de Molinari pelo anarquismo do mercado livre é baseado na economia e não na oposição moral ao Estado.[57]

A tradição liberal antiestadista na Europa e nos Estados Unidos continuou após Molinari nos primeiros escritos de Herbert Spencer, bem como em pensadores como Paul Émile de Puydt e Auberon Herbert.

Anarquismo individualista americano do século XIX

Lysander Spooner (1808-1887), o teórico jurídico anarcoindividualista, considerado predecessor do anarcocapitalismo, que expôs a lei natural como a aproximação máxima do conceito de justiça.

O teórico da lei natural, o advogado Lysander Spooner, é considerado entre os principais predecessores do anarcocapitalismo e mais próximo da ideia contemporânea por sua doutrina legal.[58] [59] Em 1845, Spooner escreveu um ensaio radical contra a escravidão, Unconstitutionality of slavery. Estabelecido firmemente na tradição da lei natural enfrentou, desde o início de sua carreira profissional e ideológica, os monopólios protegidos pelo Estado, em 1870 escreveu No Treason: The Constitution of No Authority, onde explica que toda legislação se opõe à lei natural e, portanto, é criminosa. Um exemplo de sua luta contra os monopólios era o American Letter Mail Company, fundado em 1844, que competia com o monopólio estatal do Serviço Postal dos Estados Unidos em violação do "Estatuto de Envios Privados", que restringe aos Estados Unidos o transporte e a entrega de cartas por qualquer organização fora do serviço postal. Spooner considerou que os monopólios eram uma restrição imoral e, apesar de ter tido algum sucesso na redução dos preços, o governo dos Estados Unidos desafiou Spooner com medidas legais, obrigando-o a cessar as operações em 1851.[60]

Seu abolicionismo levou-o a criticar os motivos da guerra civil americana (1861-1865): ele entendeu que lutou pelo falso [[ideal] da União, quando deveria ter lutado pelo ideal da escravidão. Spooner pensou que os proprietários de escravos não teriam se atrevido a se rebelar contra um governo que daria liberdade ao mundo inteiro, enquanto defendiam sua própria liberdade, os sulistas ganharam uma vantagem moral e psicológica que os sustentou durante a guerra. Assim, em 1864, ele publicou a Carta a Charles Sumner, na qual ele acusou os políticos do norte de ter "sobre suas cabeças, ainda mais, se possível, do que a dos proprietários de escravos (que agiram de acordo com suas associações, interesses e princípios declarados como donos de escravos) repousa o sangue desta guerra horrível, desnecessária e, portanto, culpada."[61] Ao contrário das coincidências legais, as ideias de Spooner sobre a propriedade intelectual estão em desacordo com ideias anarcocapitalistas que negam que ideias sejam propriedades privadas.

Benjamin Tucker (1854-1939) desenvolveu o anarquismo individualista numa série de s posteriormente compilados no livro Instead of a Book (1893). Seu princípio básico era que cada indivíduo desfrutava o máximo de liberdade compatível com uma liberdade igual para os outros, implicando, em particular, direitos ilimitados de adquirir e alienar bens no mercado.[62] No antigo anarquismo da tradição americana, especialmente entre aqueles conhecidos como "anarquistas bostonianos", há uma afirmação do valor da propriedade privada;[63] comprometidos com a idéia de um mercado livre, que para eles não havia sido totalmente desenvolvido pela distorção produzida pelos monopólios, e que responsabilizava principalmente o governo.[64] Tucker, influenciado por Josiah Warren e a teoria do valor-trabalho, considerou que a propriedade da terra era justificável somente quando o proprietário estava usando a mesma.[65] O último, ao contrário de seu predecessor Lysander Spooner que tradicionalmente era Lockeano em relação à propriedade privada da terra (apropriação original).[66] Tucker mais tarde abandonou sua ideia de propriedade da terra e diria que ela é legitimamente transferida pela força, a menos que especificado por contrato.[67] As teorias de Tucker sobre o valor de mercado e sobre a propriedade da terra sempre foi rejeitada pela doutrina econômica e jurídica anarcocapitalista.

Como Spooner, Tucker atacou os monopólios criados pelo Estado; sem um Estado, cada pessoa poderia exercer o seu direito de proteger sua própria liberdade, usando os serviços de uma associação de proteção privada, se necessário.[62] Benjamin Tucker antecipou a ideia de que, mais tarde, ele aprofundaria o anarquismo-capitalismo: essa defesa é um serviço como qualquer outro, um trabalho e uma mercadoria sujeitos à lei da oferta e da procura, que a concorrência prevalece, o patrocínio será para quem oferece o melhor produto ao preço mais razoável e que a produção e venda desta mercadoria agora é monopolizada por um estado que, como um monopolista, cobra preços exorbitantes por um serviço precário.[68] Ele observou que o anarquismo que ele propôs incluiu prisões e forças armadas.[69] Tucker também lançou a ideia da possibilidade de agências governamentais financiadas por "impostos voluntários".[70]

Escola austríaca

Ver artigo principal: Escola Austríaca
Murray Rothbard (1926-1995), afirmou: "o capitalismo é a expressão mais completa do anarquismo, e o anarquismo é a expressão mais completa do capitalismo."[29]

A Escola Austríaca de economia foi fundada com a publicação em 1871 com o livro Grundsätze der Volkswirtschaftslehre (Princípios de Economia) de Carl Menger. Os membros desta escola se concentram na economia como um sistema a priori, como a lógica ou a matemática, e não como uma ciência empírica como a geologia. Trata-se de descobrir os axiomas da ação humana (chamada "praxeologia" na tradição austríaca) e fazer suas deduções. Alguns desses axiomas praxeológicos são:

  • Os seres humanos agem intencionalmente.
  • Os seres humanos preferem mais de um bem do que menos.
  • Os seres humanos preferem receber um bem mais cedo do que mais tarde, e
  • Cada parte de um ato comercial beneficia ex-ante.

Mesmo nos primeiros dias, a economia austríaca era usada como uma arma teórica contra o socialismo e a política estatista. Eugen von Böhm-Bawerk, colega de Menger, escreveu uma das primeiras críticas ao socialismo em seu tratado The Exploitation Theory of Socialism-communism. O economista austríaco mais influente era, talvez, Ludwig von Mises, autor do trabalho praxeológico Ação Humana. Mais tarde, Friedrich Hayek, discípulo de Mises, escreveu O Caminho da Servidão, afirmando que uma economia planificada destrói a função da informação dos preços e que a autoridade na economia leva ao totalitarismo.

Murray Rothbard, também discípulo de Mises, é o homem que tentou fundir a economia austríaca com o liberalismo clássico e o anarquismo individualista. Ele escreveu seu primeiro artigo defendendo o "anarquismo de propriedade privada" em 1949, e mais tarde apresentou o nome alternativo de "anarcocapitalismo". Ele era um economista de formação, mas também com conhecimento em história e filosofia política. Quando jovem, era considerado parte da Old Right, um ramo antiestatalista e anti-intervencionista do Partido Republicano. Na década de 1950, participou brevemente com Ayn Rand, mas depois teve uma briga com ela. Quando, durante a Guerra Fria, intervencionistas da National Review, como William F. Buckley, Jr. ganharam influência no Partido Republicano na década de 1950, Rothbard deixou esse grupo e formou uma aliança com grupos anti-guerra de esquerda, levando em consideração a tradição anti-guerra entre uma série de esquerdistas autoproclamados e, até certo ponto, mais próximo da Old Right conservadora. Acreditava que a Guerra Fria estava mais em dívida, em teoria, com a esquerda e imperialistas progressistas, especialmente em relação à teoria trotskista.[71] Mais tarde, Rothbard inicialmente se opôs à fundação do Partido Libertário, mas juntou-se a ele em 1973 tornando-se um dos seus principais ativistas. Os livros de Rothbard, como Man, Economy, and State, Power and Market, The Ethics of Liberty e For a New Liberty, são considerados clássicos do pensamento libertário da lei natural.

Referências atuais

Em inglês

Estudos de renomados membros do Instituto Ludwig von Mises, Instituto Cato e Independent Institute são referências importantes na língua inglesa. Outras fontes mais explicitamente anarquistas são o Center for Libertarian Studies, o Journal of Libertarian Studies, sites como o Anti-State.com, StrikeTheRoot.com, Anarchism.net, LewRockwell.com, Seasteading Institute (ver: Seasteading) ou o Instituto Molinari (ver: Roderick Long) nos EUA. Também é digno de nota o podcast canadense Freedomain Radio e a Libertarian Alliance do Reino Unido, entre outras fontes.

Em espanhol

Em espanhol, há uma importante referência do anarcocapitalismo, anexo ao Instituto Ludwig von Mises e expoente da Escola Austríaca, o professor Jesus Huerta de Soto, juntamente com expoentes contemporâneos como Miguel Anxo Bastos, Albert Esplugas e alguns membros e analistas do Instituto Juan de Mariana.[72] Editoriais que incluem em seu catálogo textos de anarquismo liberal são o Unión Editorial e Ediciones Innisfree da Espanha, e Grito Sagrado da Argentina.

Outros idiomas

Em português, pode-se encontrar o Instituto Ludwig von Mises Brasil, em flamenco o Rothbard Instituut e, em italianno, importantes membros do Instituto Bruno Leoni, que aderem e promovem o anarcocapitalismo por meio destes institutos.

Exemplos históricos

Interpretação do século XIX do Althing (parlamento) da Comunidade Islandesa, que autores como David Friedman e Roderick Long acreditam ter algumas características da sociedade anarcocapitalista.
Tratado dos quakers com os índios delawares (lenapes), em Shackamaxon, (Pensilvânia) pelo qual estes compraram terras dos nativos (1682). Este pacto iniciou um período de paz que perdurou por quase um século.

Alguns teóricos do anarcocapitalismo apontam para exemplos históricos que têm semelhanças com sua ideologia. Embora estas sejam sociedades extemporâneas, para a formulação dessa doutrina ou processos sociais não derivados dessa filosofia, esses teóricos destacam situações reais em que a proteção da liberdade e da propriedade individual foram financiadas voluntariamente antes de fornecidas pelo Estado através de impostos.

Irlanda céltica

Um exemplo comum de uma sociedade com características anarcocapitalistas foi a da Irlanda Celta (Gaélica) na Idade Média, devido ao seu sistema legal e tribunais baseados em clãs aos quais se poderia afiliar ou desligar-se livremente.[73]

Islândia medieval

De acordo com David Friedman, "as instituições medievais islandesas tinham várias características peculiares e interessantes; poderiam ter sido criadas por um economista enlouquecido para testar a medida em que os sistemas de mercado poderiam suplantar o governo na maioria de suas funções fundamentais".[74] Embora ele não qualifique diretamente como anarcocapitalista, Friedman argumenta que o municipalismo islandês de 930 e 1262 apresentou "algumas características" da sociedade anarcocapitalista, devido à existência de um sistema jurídico simples com segurança pública inteiramente privada e capitalista, fornecendo algumas evidências de como essa sociedade funcionaria. "Embora o sistema jurídico islandês reconheça uma ofensa essencialmente 'pública', conseguiu dar a alguns indivíduos (às vezes escolhidos entre os afetados) o direito de tomar o caso e cobrar multas, cabendo assim a um sistema essencialmente privado."[74]

Pensilvânia primitiva

O estudo de Murray Rothbard sobre o período colonial dos Estados Unidos, Conceived in Liberty, discute o momento em que a Pensilvânia desde a época do Holy Experiment ("Santo Experimento" dos quakers) [nota 1] entrou num estado de anarquia e como William Penn lutou por cerca de uma década para reinstalar seu governo sobre um povo que não o desejava.[75]

O Velho Oeste Americano

De acordo com a pesquisa de Terry L. Anderson e PJ Hill, o Velho Oeste dos Estados Unidos, durante o período 1830-1900, teve semelhanças com o anarcocapitalismo, já que "as agências privadas forneceram a base necessária para uma sociedade ordenada onde a propriedade foi protegida e os conflitos foram resolvidos", e que a percepção popular comum de que o Velho Oeste era caótico e com pouca consideração pelos direitos de propriedade é incorreta.[76]

Internet

Para muitos anarcocapitalistas, por exemplo, aqueles ligados ao criptoanarquismo, a internet deveria ser o exemplo de uma rede de jurisdições (com alguma semelhança com o direito policêntrico) e os conflitos seriam resolvidos com base no direito comum (ver: Lex mercatoria).[75][77] São tomados por eles como uma metáfora para o funcionamento da interação voluntária (mercado), uma vez que o conhecimento das interações infinitas entre os indivíduos que ocorrem todos os dias no mundo é muito superior ao que nenhuma instituição centralizada jamais poderia lidar (ver: conhecimento disperso).

Críticas

As críticas ao anarcocapitalismo incluem várias categorias: aqueles que afirmam que o anarcospolicismo não pode funcionar na prática; outros afirmam que o capitalismo precisa de um Estado coercivo para existir (de acordo com o minarquismo) e que uma sociedade pode ser anarquista ou capitalista, mas não ambas (de acordo com o anarcocomunismo); críticas gerais à moralidade no capitalismo e no liberalismo que podem ser aplicadas ao anarcocapitalismo; e as críticas utilitaristas que afirmam que o anarcocapitalismo não maximiza a rentabilidade.

Do minarquismo

Alguns liberais acreditam que um sistema capitalista não poderia sobreviver, ou não seria eficiente, sem um Estado público e imparcial em que todo o sistema legal que protege o capitalismo seria ameaçado pela existência de vários Estados privados, que competem uns com os outros. Eles afirmam que o capitalismo precisa de um Estado de direito para se manter estável.

O anarcocapitalismo foi criticado, entre outros, por Milton Friedman, que escreveu:

A história sugere que o capitalismo é uma condição necessária para a liberdade política. Claramente, não é uma condição suficiente.[78]

Objetivistas afirmam que, devido à ausência do Estado, uma sociedade anarcocapitalista degeneraria em uma "guerra de todos contra todos".[79] [80] Outras críticas argumentam que o problema das externalidades dificulta a prestação de serviços de proteção em uma sociedade anarcocapitalista.

Uma crítica bem conhecida do anarquismo de livre mercado é feita Robert Nozick, que argumentou que um sistema jurídico competitivo evoluiria para um governo de monopólio, mesmo sem violar os direitos individuais no processo.[81] Vários anarquistas do mercado como Roy Childs ou Murray Rothbard rejeitaram a conclusão de Nozick (embora Childs, posteriormente, rejeite o anarquismo).[82]

Do anarquismo clássico

A adoção do capitalismo irrestrito gera uma tensão considerável entre anarquistas capitalistas e anarquistas socialistas. A diferença mais importante é o ceticismo dos anarquistas socialistas, o ramo histórico mais conhecido do anarquismo clássico, às propostas anarcocapitalistas sobre o tema da propriedade privada. Embora, por outro lado, as semelhanças com o anarquismo individualista clássico sejam mais fortes e é normal considerar o anarcocapitalismo como o ressurgimento do anarquismo individual (antiestatistas e voluntaristas antiautoritários).[83]

Apesar do reconhecimento geral do anarcocapitalismo como uma forma de anarquismo individualista (ver bibliografia), mesmo por autores que questionam essa filosofia,[84] muitos anarquistas pertencentes especificamente ao anarcocomunismo rejeitam veementemente a natureza anarquista do anarcocapitalismo, argumentando que O "capitalismo" é uma forma de coerção, algo incompatível com uma sociedade anarquista.[85]

Muitos anarcocapitalistas, por outro lado, argumentam que o anarcocapitalismo é a única forma verdadeira de anarquismo.[86] [87] [88] Alguns afirmam que as formas socialistas de anarquismo são irreais porque exigem consentimento e benevolência de todos os membros de uma sociedade anarquista, enquanto o anarcocapitalismo surge naturalmente onde não existe liberdade estatal e individual.[89] No entanto, existem anarcocapitalistas que argumentam que, se forem voluntários e respeitem a propriedade privada, todos os sistemas poderiam coexistir na anarquia.[90]

Estabilidade jurídica

Ver artigo principal: Anarquismo jurídico

Dois dos estudiosos mais proeminentes que dedicaram-se a pensar seriamente sobre as instituições jurídicas essencialmente anarcocapitalistas são Richard Posner, juiz federal de apelações e cientista jurídico prolífico e o economista William Landes. Em seu ensaio de 1975, "The Private Enforcement of Law",[91] discutem um gedankenexperiment (experimento mental) anterior realizado por Becker e Stigler, no qual foi proposto que a aplicação da lei fosse privatizada e explicam porque consideram que tal sistema não seria economicamente eficiente. De acordo com uma resposta posterior de David Friedman, Efficient Institutions for the Private Enforcement of Law.[92]

[Landes e Posner argumentaram] que o sistema privado tinha falhas básicas que o tornava inferior a um sistema público ideal, exceto por ofensas que podem ser detectadas e punidas com custo quase zero. Eles admitem que o sistema privado pode ser preferível ao pouco menos do que ideal sistema público que temos. No entanto, eles argumentam que o predomínio da aplicação privada (da lei) contra delitos que são facilmente detectados (principalmente ofensas civis) e sua raridade contra delitos difíceis de detectar (principalmente ofensas criminais) sugerem que nosso sistema legal é, pelo menos amplamente, eficiente, usando em cada caso o sistema mais eficiente.

Friedman, no entanto, prossegue argumentando que "a ineficiência que Landes e Posner demonstraram nas instituições privadas de aplicação da lei que descrevem, pode ser eliminada com pequenas mudanças nas instituições".

Literatura

Não ficção

Lista parcial de trabalhos essenciais sobre o anarcoscapitalismo.[22]

Anarcocapitalismo da Escola Austríaca
Anarcocapitalismo com outras bases, linhas ou escolas de pensamento
Anarcocapitalismo revolucionario
Visão geral
  • Edward P. Stringham:
    • Anarchy and the Law. Compilação dos principais argumentos e estudos históricos sobre o anarcocapitalismo.

Ficção

Alguns defensores do anarcocapitalismo acreditam que o tema foi tratado em algumas obras literárias especialmente de ficção científica. Um dos primeiros exemplos disso é The Moon is a Harsh Mistress (1966) de Robert A. Heinlein, onde o autor descreve o que ele chama de "anarquismo racional", embora ele não fale abertamente sobre anarcocapitalismo.

Os autores de cyberpunk e pós-cyberpunk ficaram fascinados com a ideia da queda do Estado-nação. Muitas histórias de Vernor Vinge, como Marooned in Realtime, descrevem as sociedades anarcocapitalistas com freqüência e, de forma favorável. Snow Crash de Neal Stephenson, The Diamond Age e Jennifer Government de Max Barry, Down and Out in the Magic Kingdom de Cory Doctorow, e The Probability Broach de L. Neil Smith, também exploram ideias anarcocapitalistas.

As representações do cyberpunk dessas sociedades podem variar desde o otimismo mais sombrio até o mais alegre e não implicam, necessariamente, em qualquer coisa específica sobre os pontos de vista políticos do autor. Em particular, Neal Stephenson evita declarações políticas claras quando questionado.[93] [94]

Símbolos

Ver artigo principal: Simbolismo anarcocapitalista

Anarcocapitalistas ou anarquistas libertários adotaram símbolos que representam a convergência das tradições anarquistas (não estatais) e libertárias (de mercado livre). Enfatiza a combinação aurinegra que identifica o anarcocapitalismo.


Bandeira negra e A no círculo em amarelo.
Bandeira anarcocapitalista com o A no círculo e o cifrão.[54]
Ama-gi (em sumério: "retorno à mãe", "liberdade").
Libertatis Æquilibritas (latim: "Equilíbrio da Liberdade") criado por Per Bylund.
Estrela auri-negra

Ver também

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Anarcocapitalismo

Notas

  1. Holy Experiment (pt: "Santo Experimento"). Foi um projeto de organização política baseado no conceito de tolerância religiosa, criado pelos quakers no território do atual estado americano da Pensilvânia. Durou de 1681 a 1756. (Ref. 1, Ref. 2, Ref. 3)

Referências

  1. Handbook of Political Theory. Autores: Gerald F Gaus & Chandran Kukathas. SAGE, 2004, págs 118-119, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  2. a b "Este volume homenageia o principal exponente contemporâneo do anarquismo do mercado livre. Um contribuinte descreve apropriadamente Murray Rothbard como "o economista do estado zero mais comprometido ideologicamente com a Terra". "Revisão de Lawrence H. White of Man, Economy e Liberty: Essays in Honor de Murray N. Rothbard, publicado no Journal of Economic Literature. Vol. XXVIII, junho de 1990, página 664; "[O livro de Rothbard, para uma nova liberdade] resume uma promoção dos direitos de Lockean à vida, à liberdade, à propriedade e à defesa, um apelo ao mercado livre como o dispositivo" social "mais eficiente e descentralizado para a alocação de recursos e uma análise histórica e sociológica do estado como intrinsecamente agressiva e exploradora. Essa síntese é o anarquismo do mercado livre de Rothbard." Resenha de Eric Mack de For a New Liberty por Murray Rothbard, American Political Science Review, Vol. 71, pág. 332. Adicionado em 04/09/2017.
  3. An Essay on the Modern State. Autor: Christopher W. Morris. Cambridge University Press, 2002, pág. 61, (em inglês) ISBN 9780521524070 Adicionado em 04/09/2017.
  4. Mises.org - Libertarian Anarchism: Responses to Ten Objections. Roderick Long, 20 de Julho de 2005, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  5. a b c Anarchy And the Law: The Political Economy of Choice. Autor: Edward Stringham. Transaction Publishers, 2007,
    "O anarquismo de propriedade privada, também conhecido como libertarianismo anarquista, anarquismo individualista e o anarcocapitalismo, é uma filosofia política e um conjunto de argumentos econômicos e legais que sustentam que mercados e contratos devem fornecer a lei e que o império da lei só pode ser entendido como uma instituição privada. Os anarquistas libertários argumentam que, para controlar os abusos do governo, o próprio Estado deve ser substituído por uma ordem social de autogoverno baseada em contratos". Adicionado em 04/09/2017.
  6. Diego Sanchez de La Cruz - El anarcoliberalismo de Murray Rothbard. (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  7. a b The Encyclopedia of Libertarianism. Autor: Ronald Hamowy. SAGE, 2008, págs. 10-12-195, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  8. Mises Hispano - A qué estás llamando "anarquía". Robert Murphy, 4 de Abril de 2013, (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  9. De acordo com Murray Rothbard: "qualquer serviço verdadeiramente fornecido pelo governo poderia ser fornecido de uma maneira muito mais eficiente e moral por empresas privadas e cooperativas." For a New Liberty. Adicionado em 04/09/2017.
  10. Austro Anarquistas - El axioma de no-agresión. Murray Rothbard (traduzido por John Leo Keenan (e outros), (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  11. Entrevista de Karl Hess para a revista Playboy em Março de 1969:
    "O capitalismo Laissez-faire, ou o anarcocapitalismo, é simplesmente a forma econômica da ética libertária. O capitalismo Laissez-faire abraça a noção de que os homens devem trocar bens e serviços, sem regulação, apenas com base no valor pelo valor. Ele reconhece atividades sem fins lucrativos e empresas comunitárias como versões voluntárias desta mesma ética. Esse sistema seria um troço rígido, com exceção da necessidade amplamente aceita de uma divisão do trabalho em que os homens aceitam de bom grado as unidades de valor, como o dinheiro e o crédito. Economicamente, esse sistema é anarquia e com orgulho."
    Fare (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  12. The Individualist Anarchists: An Anthology of Liberty (1881-1908). Frank H. Brooks, 1994.
    "Normalmente considerado uma ideologia extrema esquerda, o anarquismo sempre incluiu uma força importante do individualismo radical, do hiper-racionalismo de Godwin, ao egoísmo de Stirner, aos libertários e anarcocapitalistas de hoje."
    (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  13. Political Ideology Today. Autor: Ian Adams. Manchester University Press, 2001, pág 135, (em inglês) ISBN 9780719060205
    The Blackwell Dictionary of Modern Social Thought. Autor: William Outhwaite. Wiley, 2003, pág. 14, (em inglês) ISBN 9780631221647 Adicionado em 04/09/2017.
  14. Mises.org - The Journal of Libertarian Studies. The Spooner-Tucker Doctrine: An Economist's View. Murray Rothbard, 30 de Julho de 2014, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  15. The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought. Autor: David Miller. Wiley, 1991, pág. 290.
    "Um estudante e discípulo do economista austríaco Ludwig von Mises, Rothbard, combinou o laissez-faire de seu professor com a visão absolutista dos direitos humanos e a rejeição do estado que ele adotou ao estudar anarquistas individualistas americanos do século XIX, como Lysander Spooner e Benjamin Tucker."
    (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  16. Independent Institute - Anarchy, State, and Public Choice. Edward Stringham. Cheltenham, U.K, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  17. Argumentation and Self-Ownership. Fragmento (em inglês) de Private Property Economy and Ethics de Hans-Hermann Hoppe.
    "A ética da argumentação de Hoppe usa um método de filosofia analítica da ética, com a ideia de se tornar a justificativa final da lei natural."
    Link (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  18. Independent Institute - You and the State: A Fairly Brief Introduction to Political Philosophy. Jan Narveson, Lanham, Md.: Rowman and Littlefield, 2008.
    Resenha de George Gragues sobre o livro de Jan Narveson sobre o libertarianismo anarquista e contratualista.
    Universidade de Guelph-Humber, (em inglês), Acessado em 04/09/2017.
  19. What's Wrong with Liberty Poll; or, How I Became a Libertarian. Murray Rothbard, Liberty, Julho de 1988, pág. 53. Adicionado em 04/09/2017.
  20. Libertarian Alliance - Libertarian anarchism. Daniel C. Burton, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  21. Anarchist Voices: An Oral History of Anarchism in America. Autor: Paul Avrich. Princeton University Press, 1996, pág. 282, ISBN 9780691044941 Adicionado em 04/09/2017.
  22. a b c d Lew Rockwell - Anarcho-Capitalism: An Annotated Bibliography. Hans-Hermann Hoppe, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  23. Lew Rockwell Who's Afraid of Noam Chomsky?. Richard Wall, 17 de Agosto de 2004, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  24. JSTOR - SOCIETY WITHOUT A STATE . Murray Rothbard, Nomos, Vol. 19, ANARCHISM (1978), págs. 191-207, American Society for Political and Legal Philosophy. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  25. Mises.org - Law, Property Rights, and Air Pollution. Murray Rothbard, 20 de Julho de 2005, original de: Cato Journal, Spring 1982, pp. 55-99; and Walter Block, ed., Economics and the Environment, Vancouver, Canada: Fraser Institute, 1990. See also in The Logic of Action Two, págs.121-170. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  26. a b Mises.org - The Ethics of Liberty. Murray Rothbard, 20 de Julho de 2005, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  27. For a New Liberty. Autor: Murray Rothbard. Collier Books, 1973, págs. 24-25, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  28. Mises.org - Society without a State. Murray Rothbard, 28 de Dezembro de 2006, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  29. a b Lew Rockwell - Exclusive Interview With Murray Rothbard. Murray Rothbard, 26 de Dezembro de 2014, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  30. Flag: An American Biography. Autor: Marc Leepson. Macmillan, 2007, pág. 12, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  31. a b Mises.org - A Future of Peace and Capitalism. Murray Rothbard, 9 de Julho de 2004, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  32. Political Ideology Today. Autor: Ian Adams. Manchester University Press, pág. 33, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  33. Hans Hoppe - Ética rothbardiana. Hans-Hermann Hoppe, (em castelhano) Adicionado em 04/09/2017.
  34. a b Mises.org - Land-locked: A Critique of Carson on Property Rights. Roderick Long, Journal of Libertarian Studies, 2006, págs. 87-95, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  35. a b c Per Bylund - Man and Matter: A Philosophical Inquiry into the Justification of Ownership in Land from the Basis of Self-Ownership. Per Bylund, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  36. Mises.org - The Journal of Libertarian Studies. Rothbard as a Political Philosopher. Marcus Verhaegh, 30 de Julho de 2014, (em inglês) Acesado em 04/09/2017.
  37. Mises.org - The Journal of Libertarian Studies. Common Property in Anarcho-Capitalism. Randall Holcombe, 30 de Julho de 2014, págs. 3-29, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  38. [htt://www.libertarianstudies.org/journals/jls/19_2/19_2_1.pdf Libertarian Studies] - Common Property in Anarcho-Capitalism. Randall Holcombe, Nº 2 19. págs. 3-29, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  39. Free Nation - A Plea for Public Property. Roderick Long, 1988, Formulations 5, Nº 3, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  40. Redalyc - Un reaccionario radical: el pensamiento político de Murray Rothbard. Miguel Anxo Bastos Boubeta. RIPS. Revista de Investigaciones Políticas y Sociológicas 2004, 3 (1), (em castelhano) Acessado em 04/09/207.
  41. Lavoie, Don. (1993). Democracy, Markets, and the Legal Order: Notes on the Nature of Politics in a Radically Liberal Society. Em Liberalism and the Economic Order Autor: G. Tyler Miller. Cambridge University Press, pág. 115, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017..
  42. For and Against the State: New Philosophical Readings. Autores: John T. Sanders & Jan Narveson. Rowman & Littlefield, 1996, pág. 197, (em inglês) ISBN 9780847681655 Adicionado em 04/09/2017.
  43. Liberalismo.org - El objetivismo y el Estado: carta abierta a Ayn Rand. Roy A. Childs, Jr., (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  44. Handbook of Political Theory. Autores: Gerald F Gaus & Chandran Kukathas. SAGE, 2004, pág. 119, (em inglês) ISBN 9780761967873 Adicionado em 04/09/2017.
  45. The machinery of freedom: guide to a radical capitalism (2ª edição). Autor: David Friedman, Open Court, 1989, págs. 116-117, (em inglês) ISBN 9780812690682 Adicionado em 04/09/2017.
  46. The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought. 1987, (em inglês), pág. 290. ISBN 0631179445 Adicionado em 04/09/2017.
  47. Mises.org - For a New Liberty: The Libertarian Manifesto. Murray Rothbard, 20 de Julho de 1973, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  48. The Machinery of Freedom, págs. 116-117. Adicionado em 04/09/2017.
  49. The Machinery of Freedom, capítulo 42, adicionado em 04/09/2017.
  50. Hans Hoppe - Argumentation Ethics and Liberty: A Concise Guide. Stephan Kinsella, 26 de Maio de 2011, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  51. Wendy McElroy - Capitalism versus the free market. Wendy McElroy, 12 de Junho de 2007, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  52. The Conservative Press in Twentieth-century America. Autores: Ronald Lora & William Henry Longton. Greenwood Publishing Group, 1999, pág. 369, (em inglês) ISBN 9780313213908 Adicionado em 04/09/2017.
  53. Beneath the underground. Autor: Bob Black. Feral House, 1994, pág. 4, (em inglês) ISBN 9780922915217 Adicionado em 04/09/2017.
  54. a b The Betrayal of the American Right. Autor: Murray N. Rothbard. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2007, pág. 188, (em inglês) ISBN 9781479229512 Adicionado em 04/09/2017.
  55. Mises.org - Authentic German Liberalism of the 19th Century. Ralph Raico, 20 de Abril de 2005, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  56. Les soirées de la rue Saint-Lazare: entretiens sur les lois économiques et la défense de la propriété. Autor: Gustave de Molinari. Guillaumin, 1849, (em francês) Adicionado em 04/09/2017.
  57. Murray Rothbard, 1977, prefácio de The Production of Security de Gustave de Molinari, (em inglês) Link (Mises.org)
  58. Liberalism and the Economic Order, Parte 2. Autores: Ellen Frankel Paul, Fred D. Miller, Jr. & Jeffrey Paul. Cambridge University Press, 1993, pág. 115, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  59. Mises.org - Men Against the State: The Expositers of Individualist Anarchism in America, 1827-1908. James J. Martin, 13 de Junho de 1970, págs. 167-201, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  60. Web.archive - Spooner vs. U.S. Postal System. Lucille J. Goodyear, American Legion Magazine, Janeiro de 1981, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  61. The collected works of Lysander Spooner, Volume 1. Autor: Charles Shively. M & S Press, 1971, (em inglês) ISBN 9780877300069 Adicionado em 04/09/2017.
  62. a b The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought. Autor: David Miller. Wiley, 1991, págs. 10-14, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  63. (Vincent 2009), p.116
  64. (Adams 1995), p. 153
  65. The Individualist Anarchists. p. 276.
  66. Voluntaryist - Spooner vs. Liberty. Carl Watner, originalmente publicado no THE LIBERTARIAN FORUM, Volume 7, Nº 3, Março de 1975, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  67. Benjamin R. Tucker, William Hansen (31 de Dezembro de 1892).
    "Response to 'Rights'". Liberty 9 (18):
    El único derecho del hombre a la tierra es su fuerza sobre ella. Si su vecino es más fuerte que él y tiene la tierra de él, a continuación, la tierra es de su vecino, hasta que este último es desposeído por uno más fuerte todavía.
    ("O único direito do homem sobre a terra é o seu poder sobre ele. Se o seu próximo é mais forte do que ele e tem a terra dele, então a terra é do seu vizinho, até que o último seja despojado por um mais forte ainda.")
    Adicionado em 04/09/2017.
  68. Tucker, Benjamin (1893). Instead of a Book.
    ("A defesa é um serviço como qualquer outro serviço; é um trabalho útil e desejado, por isso é uma mercadoria sujeita à lei da oferta e da demanda; que num mercado livre esta mercadoria será oferecida a preço de custo; essa competição prevalecendo, o patrocínio irá para quem oferece o melhor produto ao menor preço; que a produção e venda desta commodity agora é monopolizada pelo Estado; e o estado, como qualquer monopolista, cobra preços exorbitantes ".
    Adicionado em 04/09/2017.
  69. Tucker, Benjamin. Liberty, 19 de Outubro de 1891. Adicionado em 04/09/2017.
  70. Web.archive - Taxation: Voluntary or Compulsory ? F. W. Read & Benjamin R. Tucker, (em inglês) Adicionado em 04/09/2017.
  71. Lew Rockwell - Why Conservatives Love War and the State. Murray Rothbard, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  72. El Confidencial - Impuestos no, drogas y prostitutas sí. Esteban Hernández, 15 de novembro de 2008, (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  73. Mises.org - 12 The Public Sector, III Police, Law, and the Courts Murray N Rothbard.mp3. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  74. a b David D. Friedman - PRIVATE CREATION AND ENFORCEMENT OF LAW: A HISTORICAL CASE. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  75. Mises.org - Pennsylvania's Anarchist Experiment: 1681-1690. Murray Rothbard, 8 de Julho de 2005, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  76. Mises.org - The Journal of Libertarian Studies. American Experiment in Anarcho-Capitalism: The Not So Wild, Wild West. Terry Anderson & P.J. Hill. 30 de Julho de 2017, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  77. Instituto Juan de Mariana - La Lex Mercatoria ha renacido con la globalización. Francisco Moreno, 9 de Julho de 2008, (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  78. Instituto Millenium - Milton Friedman: um herói da liberdade . João Luiz Mauad, 1 de Agosto de 2017. Acessado em 04/09/2017.
  79. Capitalism.org - What is anarchism?. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  80. Capitalism.org - Why is “anarcho-capitalism” a contradiction in terms ? (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  81. Liberalism and the Economic Order, Parte 2. Autores: Ellen Frankel Paul, Fred D. Miller, Jr. & Jeffrey Paul. Cambridge University Press, 1993, pág. 115, (em inglês) ISBN 9780521457248 Adicionado em 04/09/2017.
  82. Ensaio inacabado de Roy Childs, "Anarchist Illusions", Liberty against Power: Essays by Roy A. Childs, Jr., ed. Joan Kennedy Taylor (San Francisco: Fox 1994) 179-83.
  83. Lysander Spooner e Benjamin T. Tucker são insuperáveis como filósofos políticos e nada é mais necessário hoje do que o avivamento e desenvolvimento do grande legado esquecido deixado para a filosofia política [...] existe, no corpo de pensamento conhecido como "economia austríaca", uma explicação científica do funcionamento do mercado livre (e das conseqüências da intervenção do governo nesse mercado) de que os anarquistas individualistas podem facilmente incorporar-se ao seu sistema político e à visão social do mundo. Mas para fazê-lo, eles devem descartar o excesso de bagagem de "dinheiro-rarismo" e reconsiderar a natureza e a justificação de categorias econômicas de interesse, aluguel e lucros.
    Murray Rothbard (Link).
    (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  84. Existem autores que reconhecem a existência do "right anarchism", (anarcocapitalismo) como o sindicalista Ulrike Heider. Outro autor não-liberal (embora não considerado anarquista) é Sean Sheehan (Anarchism); ver Indonesia: Anarchist movie screening and Sean M. Sheehan 'Anarchism' Book discussion. Paul Avrich, um historiador muito importante do anarquismo e um convidado regular do Libertarian Book Club, considerou o anarcoscapitalismo como parte integrante da tradição anarquista. Geoffrey Ostergaard é um conhecido anarquista e pacifista que também faz.
  85. Encyclopaedia of Teaching of Civics/Political Science. Autor: Jainendra Kumar Jha. Anmol Publications Pvt Ltd, 2002, pág. 52, (em inglês) ISBN 9788126109548 Adicionado em 04/09/2017.
  86. Anarchism/minarchism: Is a Government Part of a Free Country ? Autores: Roderick T. Long & Tibor R. Machan. Ashgate Publishing, Ltd., 2008, pág. 103, (em inglês) ISBN 9780754660668 Adicionado em 04/09/2017.
  87. Lew Rockwell - Down with anti-market "anarchists". Stephan Kinsella, 9 de Setembro de 2008, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  88. Independent Institute - Anarquismo: Dos clases. Wendy McElroy, 13 de Dezembro de 1999, (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  89. Liberalismo.org - Anarco-comunismo. Murray Rothbard, (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  90. Liberalismo.org - Anarquistas de mercado y anarco-socialistas: ¿ podemos convivir. ? Gene Callahan, (em castelhano) Acessado em 04/09/2017.
  91. Universidade de Chicago - The Journal of Legal Studies. Volume 4, Number 1 | Jan., 1975. The Private Enforcement of Law. William M. Landes & Richard A. Posner, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  92. David D. Friedman - Efficient Institutions for the Private Enforcement of Law. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  93. Reason - Neal Stephenson's Past,Present, and Future. Mike Godwin, Fevereiro de 2005, (em inglês) Acessado em 04/09/2017.
  94. Slashdot - Neal Stephenson Responds With Wit and Humor. (em inglês) Acessado em 04/09/2017.

Bibliografia

De caráter anarquista reconhecido

Anarquismo individualista

Ressurgimento do anarquismo individualista

Anarquismo em geral

Rejeição do caráter anarquista

Ligações externas

Em espanhol

Em português