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Marcílio Marques Moreira

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Marcílio Marques Moreira
Marcílio Marques Moreira
Nascimento 25 de novembro de 1931
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação economista, diplomata, político, professor universitário
Empregador(a) Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Marcílio Marques Moreira (Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1931) é um economista, diplomata e político brasileiro.[1]

Foi ministro da Fazenda do Brasil durante o governo Fernando Collor [2] de 10 de maio de 1991 a 02 de outubro de 1992 e presidente da Comissão de Ética Pública do governo Lula [3].

Vida acadêmica

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Marcílio Marques Moreira, filho do embaixador Mário Moreira da Silva e Noemia de Azevedo Marques Moreira da Silva, cursou o primário e secundário em Viena, Budapeste, Rio de Janeiro e Berna[1]. Completou em 1954 o curso de Preparação à Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco e, em 1957, o de bacharel em direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Em 1963 concluiu mestrado em ciência política na Universidade de Georgetown, Washington D.C., com tese sobre Aspectos Sociais e Políticos do Desenvolvimento. Marcílio iniciou-se no magistério universitário em 1956, como professor de Direito Internacional na Universidade Cândido Mendes.

Em 1964 lecionou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), e em 1975 na UERJ (ciência política), onde também exerceu entre outros os cargos de diretor do Centro de Ciências Sociais.

É membro honorário do Conselho Universitário da PUC e efetivo do Conselho de Administração da Universidade Católica de Petrópolis e do IBAM, entre outras instituições de caráter acadêmico e cultural no Brasil e nos Estados Unidos.

É Acadêmico com assento na Cadeira nº 12 da Academia Rotária de Letras da Cidade do Rio de Janeiro [4] e associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro.[5]

Vida profissional

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De 1957 a 1961 serviu como secretário na Embaixada do Brasil em Washington D.C.[6], onde exerceu também as funções de diretor temporário do Fundo Monetário Internacional e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Foi assessor do Ministro da Fazenda na gestão de San Tiago Dantas (1963) e, até fins de 1965, assessor-geral de Operações Internacionais do BNDE.

Ao iniciar-se o governo Negrão de Lima assumiu a vice-presidência da Companhia Progresso do Estado da Guanabara - COPEG e, a partir do início de 1968, a presidência da Companhia de Desenvolvimento das Comunidades - CODESCO, empresa estadual dedicada a urbanização de favelas que ajudara a fundar. No final daquele ano licenciou-se do serviço público, sendo eleito vice-presidente do conglomerado UNIBANCO, função que exerceu até 1983, quando passou a integrar o conselho de administração do mesmo grupo financeiro.

De 1968 a 1971 foi diretor-financeiro do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, de 1974 a 1980, membro do conselho do BNDE[7]. Exerceu de 1986 a 1991 o cargo de embaixador do Brasil junto ao governo dos Estados Unidos.[8]

Em 10 de maio de 1991, durante o governo Fernando Collor, tomou posse como ministro da Economia, Fazenda e Planejamento do Brasil, deixando o ministério em 2 de outubro de 1992.[9] Em 1993 assumiu o cargo de sub-secretário para Políticas Públicas da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (primeira administração César Maia), cargo esse que ocupou até 1995.

De 2001 a 2005 foi Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro[10] e, de 2007 a 2008, e presidente do Conselho Empresarial de Políticas Econômicas da Casa de Mauá [11].

Durante sua carreira foi membro de Conselhos de diversas empresas e entidades, incluindo BRASILPAR, PREVER, Novotel, Club Mediterranée, IBM, Coca-Cola, R.J.Reynolds, Hoechst, General Electric, Textron, Embratel, Sendas, Cia. Cataguazes-Leopoldina, Energisa, Marsh & McLennan, American Banknote, Associação Cultural do Arquivo Nacional, Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e Fundação Getulio Vargas[12].

Autor
  • Indicações para o Projeto Brasileiro (Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro Ed., 1971)
  • Poder, Liberdade e Desenvolvimento: Indicações para o Debate Brasileiro (Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro Ed., 1980)
  • De Maquiavel a San Tiago (Brasília, Universidade de Brasília Ed., 1981)[13]
  • Confissão Liberal (Rio de Janeiro, P.E.N. Clube, 1984)[14]
  • The Brazilian Quandary (New York, Twentieth Century Fund, 1986)
  • Diplomacia, Política e Finanças: Depoimento ao CPDOC-FGV (Rio de Janeiro, Objetiva, 2001)
  • Quixote no Planalto – O resgate da dignidade em tempos adversos (Rio de Janeiro, Edições de Janeiro, 2017)[15]
Organizador
  • Perfil Parlamentar: San Tiago Dantas (Brasília, Câmara dos Deputados, 1983)
  • Atualidade de San Tiago Dantas (São Paulo, Lettera.doc, 2005)
  • Cultura das Transgressões no Brasil: Lições da História, org. em conjunto com Fernando Henrique Cardoso (Editora Saraiva, 2008)
Colaborador
  • Aggressive Unilateralism, org. por Jagdish Bhagwati and Hugh T. Patrick (Ann Arbor: The University of Michigan Press, 1990)
  • O Futuro do Brasil: A América Latina e o fim da Guerra Fria, org. por José Álvaro Moiséis (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992)
  • In the Shadow of the Debt: Emerging Issues in Latin America (New York: The Twentieth Century Fund Press (1992)
  • Desenvolvimento, Tecnologia e Governabilidade, org. por João Paulo dos Reis Veloso (São Paulo: Nobel, 1994)
  • Brazil: At the Turning Point, editado por Colleen S. Morton (La Jolla, Institute of the Americas, 1995)
  • Diplomacia para o Desenvolvimento, 2º vol. de Sessenta Anos de Política Externa: 1930-1990 org. por José Augusto Guílhon Albuquerque (São Paulo: USP, 1996)
  • National Perspectives on the New Regionalism in the South, United Nations University, publicado por Palgrave-Macmillan Group, UK, 2000.
  • Globalização, Desenvolvimento e Equidade, Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa: Publicações D. Quixote, 2001).
  • Investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia, organizado por Jorge Werthein e Celio da Cunha (Brasília, UNESCO, Ministério da Educação, Instituto Sangari, 2004).
  • Por Que o Brasil Não É Um País de Alto Crescimento?, org. por João Paulo dos Reis Veloso (Jose Olympio, 2006)
  • Chegou a Vez do Brasil?: Oportunidade para a Geração de Brasileiros que Nunca Viu o País Crescer, org. por João Paulo dos Reis Veloso (Jose Olympio, 2007)
  • A Crise Global e o Novo Papel Mundial dos BRICS, org. por João Paulo dos Reis Veloso (Jose Olympio, 2009)
Prefaciador
  • Brilho nos Olhos: Dez Anos de transformações na visão de grandes executivos (São Paulo: A.T.Kearney, 2003)
  • O Encilhamento: Anatomia de uma Bolha Brasileira, de Ney Carvalho (Rio de Janeiro e São Paulo: Comissão Nacional de Bolsa e BOVESPA, 2004).

Referências

  1. a b Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Marcílio Marques Moreira». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  2. «Ministros de Estado da Fazenda - República». Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  3. «Marcílio Marques Moreira». Editora JC. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  4. «12 – Marcilio Marques Moreira | ABROL». Consultado em 31 de agosto de 2021 
  5. https://abrol-rio.com.br/membro/marcilio-marques-moreira-2/
  6. «Marcílio Marques Moreira». Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  7. «Marcílio Marques Moreira». ri.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  8. «'Espero que nomeação seja repensada', diz ex-embaixador sobre Eduardo Bolsonaro - Política». Estadão. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  9. «Memorial da Democracia - Sai de cena Zélia, a gerente do confisco». Memorial da Democracia. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  10. «Marcílio Marques Moreira: crise vai impactar Brasil». Extra Online. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  11. «Embaixador Marcílio Marques Moreira recebe homenagem – ACRJ». Consultado em 31 de agosto de 2021 
  12. «Marcílio Marques Moreira». ihgb.org.br. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  13. «Sobre » San Tiago Dantas». www.santiagodantas.com.br. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  14. «Confissão liberal / Marcílio Marques Moreira. - IHGB - Instituto Histórico Geográfico Brasileiro». ihgb.org.br. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  15. Eventos, Bh. «Notícia: DIPLOMATA MARCÍLIO MARQUES MOREIRA LANÇA O LIVRO "QUIXOTE NO PLANALTO", NA ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS, DIA 25/05». BH Eventos. Consultado em 31 de agosto de 2021 

Precedido por
Zélia Cardoso de Mello
Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento do Brasil
10 de maio de 1991 — 2 de outubro de 1992
Sucedido por
Gustavo Krause